8 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I

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2 18 8 TÉCNICAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I Esta disciplina tem como objetivo auxiliar os alunos quanto ao estudo do processo construtivo de uma obra, abrangendo os assuntos de maneira clara e objetiva, de modo a facilitar o entendimento e ganhar tempo nos estudos. Longe de ser tomado como única fonte bibliográfica, servirá quanto à diretriz da programação nos estudo da disciplina de Tecnologia das Construções I. 8.1 Dimensionamento e Instalação de Canteiros de Obras Segundo a NR 18, dá-se o nome de canteiro de obra à área de trabalho fixa temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra. A NB 1367 (ABNT, 1991), define, ainda, como sendo o conjunto de áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência. Por sua própria natureza, um canteiro exige vários componentes. Estes variam tanto de tipo como de quantidade, consoantes às necessidades características de cada obra e suas respectivas etapas. A partir da identificação de tais componentes, é possível o dimensionamento de canteiro e sua instalação. A seguir, ilustram-se os seis componentes e seus respectivos elementos e recomendações. 8.2 Componentes da Produção Os componentes da produção estão relacionados às seguintes centrais: de concreto; de argamassa; de armaduras; de formas; de pré-montagem de instalações (elétricas e hidráulicas); de esquadrias; e de pré-moldados. Para tais componentes as recomendações são as descritas abaixo: a) central de concreto: i) sua dimensão, em ordem de grandeza, é de 20m 2 ; ii) deve ser localizada nas proximidades de estoque de cimento, areia e brita e do reservatório de água. Contudo não deve estar localizada muito longe desse equipamento; iii) preferencialmente, deve estar em local coberto, visando à viabilidade dos trabalhos em dias de chuva; iv) o percurso entre estoques de insumos, betoneiras e transporte vertical, previsto no projeto de layout do canteiro, deve ser coberto e preferencialmente pavimentado; v) evitar ao máximo a interferência com outros fluxos de material; vi) o dimensionamento da betoneira e o seu quantitativo dependem tão somente da demanda da obra por concreto; OBS: Nos casos em que a obra demande apenas uma betoneira, recomenda-se ter uma de menor porte para atender às situações emergenciais. Módulo 1

3 19 vii) providenciar tablado de madeira para depósito de sacos de aglomerantes necessários para o dia de trabalho; viii) para o cálculo da área da central de concreto, recomenda-se tomar por base o comprimento da maior betoneira em operação, do transporte horizontal, do tablado de aglomerantes (± 1,5m x 0,80m que corresponde a dois sacos de cimento de 50kg) e mais 1,0m nas extremidades, como também a soma da largura das betoneiras, mais 1,0m referente ao espaço entre betoneiras, mais 1,0m em cada extremidade. b) central de argamassas: i) sua dimensão, em ordem de grandeza, é de 20m²; ii) deve estar localizada nas proximidades do estoque de cimento, gesso, cal, areia e reservatório de água. Contudo não deve estar localizada muito longe desse equipamento; iii) preferencialmente, deve estar em local coberto, visando à viabilidade dos trabalhos em dias de chuva. c) central de armaduras: i) sua dimensão, em ordem de grandeza, é de 50m²; ii) nesta central todo o aço necessário à execução da estrutura é processado, ou seja, é cortado, dobrado e pré-montado; iii) deve estar localizada nas proximidades da área de estocagem do aço, facilmente acessível no que se refere ao transporte vertical e, preferencialmente em local coberto, visando à viabilidade dos trabalhos em dias de chuva e em terreno plano e estável, tendo em vista a instalação seguira das máquinas; iv) obrigatoriamente, deve existir cobertura sobre a eventual maquina de policorte, cujo comprimento é da ordem de 15m e largura adequada à entrada dos vergalhões e saída do aço cortado; v) a bancada de dobra do aço deve ter comprimento de 12m, compatível com o comprimento dos vergalhões, e largura necessária à maior dobra do aço de acordo com o projeto, sendo ainda necessário um espaço para a circulação de pelo menos dois trabalhadores, cerca de 1,20m; vi) evitar ao máximo a interferência com outros fluxos de material. d) central de fôrmas: i) sua dimensão, em ordem de grandeza, é de 20m²; ii) deve ser localizada nas proximidades da área de estocagem da madeira, facilmente acessível no que se refere ao transporte vertical e, preferencialmente em local coberto, visando à viabilidade dos trabalhos em dias de chuva; iii) evitar ao máximo a interferência com outros fluxos de material. e) central de pré-montagem de instalações: i) sua dimensão, em ordem de grandeza, é de 20m²; ii) deve ser localizada nas proximidades da área de estocagem dos materiais elétricos e hidráulicos, facilmente acessível no que se refere ao transporte vertical e, preferencialmente em local coberto, visando à viabilidade dos trabalhos em dias de chuva.

4 Componentes de Apoio à Produção Os componentes de apoio à produção dizem respeito a: almoxarifado de ferramentas; almoxarifado de empreiteiros; estoque de areia e de brita; estoque de blocos de vedação; estoque para sacaria (cimento, gesso, cal, argamassa industrializada, etc.); estoque para tubos e conexões e materiais elétricos; estoque de barra de aço e telas soldadas; estoque de tintas; estoque de metais; estoque de louças; e estoque de madeira. Para estes, observamse as seguintes recomendações: a) almoxarifado de ferramentas: i) sua dimensão, em ordem de grandeza, é de 25m²; ii) nesta área são guardadas as ferramentas próprias do empreiteiro, os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), estoques pequenos de alto valor; iii) deve localizar-se próximo às entradas, e permitir o fácil acesso dos operários e equipamentos de transporte inerente aos serviços contratados com o empreiteiro. b) almoxarifado de empreiteiro: i) sua dimensão em ordem de grandeza é de 30m²; ii) nesta área são guardadas as ferramentas próprias do empreiteiro, os EPIs, estoques pequenos de alto valor; iii) deve localizar-se próximo às entradas, e permitir o fácil acesso dos operários e equipamentos de transporte inerente aos serviços contratados com o empreiteiro. c) estoque de areia/brita: i) sua dimensão em ordem de grandeza é de 2m²/m³; ii) deve localizar-se próximo ao portão de entrada de materiais e, se possível, em posição que permita o basculamento direto do caminhão, sobre uma base levemente inclinada que permita o escoamento de água de chuva acumulada; iii) evitar o contato direto com o chão, com terra, matérias orgânicas, entulhos, etc.; iv) deve ser confinada em baias, visando: misturar-se com outros materiais depositados ao seu redor, bem como o carregamento pela chuva; v) a altura média do estoque deve ser de ordem de 1,0m; vi) definitivamente, este material não deve ser estocado sobre laje, visando evitar sobrecarga. d) estoque de blocos de vedação: i) sua largura mínima é cerca de 1,5m e o comprimento dependerá do espaço disponível, desde que seja adequado ao estoque mínimo de uma carrada ou seus múltiplos; ii) a altura máxima das pilhas recomendada é de 1,70m; iii) deve localizar-se próximo ao portão de entrada de materiais e, se possível, em posição que permita o descarregamento direto do caminhão, sobre uma base levemente inclinada que permita o escoamento de água de chuva acumulada; iv) recomenda-se evitar o contato direto com o chão, que deve estar perfeitamente plano; v) preferencialmente, o local deve ser coberto; vi) recomenda-se não estocar este material sobre a laje, visando evitar sobrecarga. e) estoque de sacaria: i) sua dimensão em ordem de grandeza é de 30m²; ii) deve-se localizar próximo à central de concreto/argamassa; Módulo 1

5 21 iii) evitar o contato direto com o chão e paredes; iv) este local deve ser fechado, coberto, isento de umidade, e de fácil acesso, de forma a viabilizar o descarregamento; v) recomenda-se que este depósito deve ser fechado, coberto, isento de umidade, e fácil acesso, de forma a viabilizar o descarregamento; vi) recomenda-se também prever uma largura cerca de 1,20m, visando a área de circulação; vii) a altura máxima das pilhas não deve ultrapassar 1,70m; viii) recomenda-se não estocar este material sobre a laje, visando evitar sobrecarga. f) estoque tubos/ conexões/ metais/ louças/ materiais elétricos: i) sua área em ordem de grandeza é de 30m²; ii) deve ser coberto, mas não necessariamente fechado; iii) deve-se localizar próximo da central de pré-montagem de instalações e do almoxarifado de ferramentas ou do almoxarifado do empreiteiro (quando o serviço de hidráulica for de sua responsabilidade); iv) recomenda-se o uso de prateleiras para a organização do estoque; v) recomenda-se não estocar este material sobre a laje, visando evitar sobrecarga. g) estoque de barras de aço e telas soldadas: i) sua área em ordem de grandeza é de (3,7x15)m²; ii) deve ser coberto, mas não necessariamente fechado e localizar-se próximo da central de armadura ou do portão de entrada de materiais, quando existir grua para o transporte horizontal; iii) recomenda-se o uso de baias para a organização do estoque por bitola; iv) o depósito de aço deve ter comprimento mínimo de 15m e largura tal que possibilite seu armazenamento segundo as bitolas e facilite sua retirada e transporte para a bancada de corte; v) Para cada bitola de aço deverá ser providenciada uma baia, cuja largura será dimensionada segundo as seções transversais dos vergalhões previstas no projeto, as quais se recomendam que sejam calculadas como se fossem quadradas. Ex: 100 vergalhões de 10mm»» 100 x 10mm x 10mm= 0,01m²; vi) recomenda-se não estocar este material diretamente sobre o solo para evitar contato com umidade e, sobre a laje, visando evitar sobrecarga. h) estoque de esquadrias: i) sua área em ordem de grandeza é de 20m²; ii) deve ser coberto e fechado; iii) deve localizar-se próximo do almoxarifado de ferramentas ou do almoxarifado do empreiteiro (quando o serviço de assentamento de esquadrias for de sua responsabilidade); iv) recomenda-se o uso de baias para a organização do estoque por tipo e finalidade; v) recomenda-se não estocar este material sobre a laje, visando evitar sobrecarga. i) estoque de tintas: i) sua área em ordem de grandeza é de 20m²; ii) deve ser coberto e fechado; iii) deve localizar-se próximo do almoxarifado de ferramentas ou do almoxarifado do empreiteiro (quando o serviço de pintura for de sua responsabilidade); iv) recomenda-se o uso de baias para a organização do estoque por tipo e finalidade; v) recomenda-se não estocar este material sobre a laje, visando evitar sobrecarga.

6 22 j) estoque de madeira: i) sua área em ordem de grandeza é de 20m²; ii) deve ser coberto e fechado; iii) deve localizar-se próximo à central de fôrmas ou do portão de entrada de materiais quando existir grua para o transporte horizontal; iv) recomenda-se não estocar este material diretamente sobre o solo para evitar contato com umidade e, sobre a laje, visando evitar sobrecarga; v) a altura máxima das pilhas é de 1,70m; vi) recomenda-se que o estoque seja organizado por tipo e finalidade. 8.4 Componentes do Sistema de Transporte Os componentes do sistema de transporte se dividem em: com movimento (horizontal, em relação à jerica, porta-palet, dumper e bob-cat; e vertical, referente a elevador de obras, guincho de colunas, talhas e sarilho) e sem movimento (gruas, relativas à torre fixa, torre móvel sobre trilhos, torre giratória, torre ascensorial, guindaste sobre rodas e esteiras; e bombas, referente à argamassa e ao concreto). O dimensionamento deste item depende muito da escolha de empresa sobre a tecnologia a ser utilizada na obra. Se a empresa opta pela utilização de grua, por exemplo, informações como tipo, capacidade, dimensões, etc. são extremamente necessárias. Para tanto, se recomenda a adoção de um banco de dados com catálogos técnicos dos equipamentos que possam vir a ser utilizados na obra, bem como relatório detalhado sobre a utilização de tais equipamentos em experiências anteriores. 8.5 Componentes de Apoio Técnico/Administrativo Os componentes de apoio técnico e administrativo referem-se a: escritório do engenheiro e estagiários; sala de reuniões; escritório do técnico e mestre; escritório administrativo; recepção/guarita; e chapearia de ponto. Estes recebem as seguintes recomendações: a) escritório de engenheiro e estagiários/sala de reuniões/escritório do técnico e mestre/escritório administrativo: i) sua área em ordem de grandeza é de 40m²; ii) deve ser coberto, fechado e se localizar de tal forma a ter o controle do pessoal e material que entram e saem do canteiro, portanto próximo ao almoxarifado e ao portão de entrada de pessoas; iii) deve apresentar sistema de iluminação (natural e artificial) adequado, segundo as exigências lumínicas do ambiente; iv) recomenda-se a previsão de instalações sanitárias completas para homens e mulheres. b) recepção/guarita: i) sua área em ordem de grandeza é de 2,65m²; ii) deve ser coberto, fechado e se localizar de tal forma a permitir o acesso de trabalhadores e visitantes à obra; iii) deve ter mesa, cadeira, livro de ocorrências, capacetes para visitantes e campainha externa; iv) deve ter cobertura no percurso entre o portão de entrada e a guarita. Módulo 1

7 23 c) chapeira de ponto: i) sua área em ordem de grandeza é de 1,5m²; ii) deve ser coberto, fechado e se localizar de tal forma a permitir o desenvolvimento sem atropelo da atividade de bater o ponto, se possível num lugar onde, no início do turno, o trabalhador já tenha trocado de roupa e, no final do turno também. 8.6 Componentes de Áreas de Vivências Os componentes de áreas de vivência dizem respeito a: alojamento (dormitórios); cozinha; refeitório; ambulatório; sala de treinamento/alfabetização; área de lazer; instalações sanitárias; vestiário; e lavanderia. As seguintes recomendações devem ser observadas para cada um destes componentes, conforme NR-18 e NB-1367 (ABNT, 1991): a) alojamento (dormitórios): i) sua existência é obrigatória nos casos onde houver trabalhadores alojados; ii) sua área, em ordem de grandeza, é de 3,0m² para cada conjunto cama-armário, incluindo a circulação; iii) não deve se situar no subsolo ou no porão e deve ser coberto; iv) deve ter pé direito no mínimo de 2,5m para camas simples e de 3m para camas duplas; v) não deve ser utilizado o treliche ; vi) as dimensões mínimas das camas são: (0,80 x 1,90) e dos armários individuais são: altura= 0,80m ou 1,20m/largura= 0,50m ou 0,30m/ profundidade= 0,40m sempre; vii) suas paredes devem ser de alvenaria, madeira ou material equivalente; viii) seu piso deve ser cimentado, ou de madeira, ou de material equivalente; ix) deve ter área de ventilação de, no mínimo, 1/10 da área do piso; x) ter iluminação natural e/ou artificial; xi) ter instalações elétricas adequadas e protegidas; xii) no caso de beliche-armário, sua área, em ordem de grandeza, é de 4,0m² para cada conjunto, incluindo a circulação; xiii) esta área é 30% menor quando se tratar de cama simples armário; xiv) a distância para circulação entre camas é de 0,80m; xv) a quantidade máxima de 4 trabalhadores por quarto; xvi) a distância entre frentes de armários é de 1,60m e o topo dos mesmos no máximo a 1,80m do piso; xvii) um bebedouro para cada 100 trabalhadores alojados; xviii) verificar a possibilidade de alojar o mínimo de operários, contudo prever a existência de alojamento para 20 trabalhadores. b) cozinha: i) sua existência está condicionada à necessidade de preparo de refeições na obra; ii) neste caso, deve existir pia, equipamento de refrigeração e instalações sanitárias próximas da mesma, mas sem comunicação direta; iii) não preparar refeições em obras; iv) prever apenas uma pequena área para preparo de refeições eventuais. c) refeitório: i) deve acomodar todos os trabalhadores ao mesmo tempo; ii) deve ser munido de lavatório, em seu interior ou nas proximidades; iii) deve ser local para aquecimento (e não preparação) de refeições; iv) não deve estar localizado no porão ou no subsolo, bem como não deve ter

8 24 comunicação direta com as instalações sanitárias; v) sua área é estimada considerando 1m² por trabalhador atendido; vi) deve atender pelo menos 50% dos trabalhadores da obra por vez; vii) deve conter um bebedouro para cada 50 trabalhadores e um aquecedor elétrico (banho-maria ou estufa); viii) além das recomendações da NR-18/NB-1367, deve prever um local para a lavagem de utensílios. d) ambulatório: i) sua existência está condicionada à quantidade de 50 operários, no mínimo, na obra; ii) deve prever uma área que comporte uma cama, uma mesa, uma cadeira e um armário. iii) deve possuir uma dimensão de, no mínimo 5m, segundo as necessidades para exame de vista. e) sala de treinamento/alfabetização: i) utilizar áreas já existentes nos canteiros, por exemplo, a primeira laje. f) área de lazer: i) sua existência é obrigatória nos casos onde houver trabalhadores alojados; ii) recomenda-se utilizar as dependências do refeitório. g) instalações sanitárias: i) para cada 20 trabalhadores: 1 lavatório, 1 vaso sanitário, 1 mictório; ii) para cada 10 operários: 1 chuveiro; iii) local do vaso sanitário: área mínima de 1m²; iv) local do chuveiro: área mínima de,080m²; v) para cada 15 trabalhadores: 1 vaso sanitário, 1 mictório; vi) para cada 10 trabalhadores: 1 lavatório, 1 chuveiro; vii) para cada operário: 1 chuveiro; viii) local do vaso sanitário: área mínima de (0,90 x 1,10)m²; ix) local do chuveiro: área mínima de (0,90 x 1,10)m²; x) tentar associar as instalações sanitárias ao vestiário. h) vestiário i) armários individuais com cadeado; ii) bancos com largura mínima 0,30m; iii) armários individuais com 0,80m de altura, 0,50m de largura e 0,40m de profundidade; iv) distância mínima entre frentes de armário: 1,60m; v) para cada chuveiro: 1 banco de 1,0m de comprimento / 0,30m de largura / 0,40 de altura ; vi) deve prever vestiário independente para cada o empreiteiro. i) lavanderia: i) sua existência é obrigatória nos casos onde houver trabalhadores alojados; ii) deve ser coberta e ter tanque em número adequado; iii) para cada 20 trabalhadores, sendo local coberto: 1 tanque, 1 torneira; iv) deve prever local coberto e aberto para a secagem de roupa; v) para cada 20 trabalhadores alojados, em local coberto: 1 mesa de passar e uma tomada. Módulo 1

9 Componentes de Apoio ao Funcionamento do Canteiro Os componentes de apoio ao funcionamento do canteiro são compostos por: entrada de água; entrada de energia elétrica; coleta de esgotos; portão de materiais; portão de pessoal; stand de vendas; tapume; e depósito de entulhos. Para a entrada de água, a entrada de energia elétrica e para a coleta de esgotos, recomenda-se utilizar as já existentes, desde que compatibilizadas com o projeto definitivo. Para os demais componentes, devem ser observadas as seguintes recomendações: a) portão de materiais: i) sua largura não deve ser inferior a 4,40m; ii) recomenda-se a utilização de mais de um para melhorar o acesso às diferentes partes do canteiro; iii) sua localização deve ser tal que não ocasione conflitos aos futuros serviços da obra; iv) deve estar próximo ao elevador de materiais da obra; v) quando o acesso ao canteiro ocorre por mais de uma rua, deve se observar: a largura e a declividade das mesmas, tendo em vista a manobra dos veículos durante o fornecimento de materiais. b) portão de pessoal: i) sua largura máxima é cerca de 1,0m; ii) sua localização deve ser tal que possibilite o controle eficaz sobre o acesso de pessoal e que garanta o menir risco de acidentes possível. c) stand de vendas: i) sua área, em ordem de grandeza, é de 20m²; ii) deve ser coberto e fechado e acessível aos transeuntes. d) tapume i) sua largura, em ordem de grandeza, é de 2,2m; ii) deve ter boa aparência, pois é o cartão de visitas da obra; iii) recomenda-se que sua base seja em alvenaria, para evitar a degeneração da madeira por causa do contato com a umidade. e) depósito de entulhos: i) esta área deve ser prevista no projeto de layout do canteiro da obra, a qual depende da forma como o mesmo é recolhido, podendo ser: por meio de guincho, grua ou tubo coletor; ii) recomenda-se recolher o entulho numa área com contenções laterais ou em caçambas metálicas; iii) sua altura média, nas baias, em ordem de grandeza, é de 0,7m; iv) se o entulho é recolhido por meio de guincho, se recomenda que seja transportado em carros de mão até o deposito que deve estar localizado próximo ao mesmo; v) se o entulho é recolhido por meio de tubo coletor, o depósito, obrigatoriamente, deve se localizar no ponto de descarga; vi) se o entulho é recolhido por meio de grua, o depósito do mesmo deve se situar na área de ação da lança; vii) independente do método de recolhimento do entulho, seu depósito deve estar situado em local de fácil acesso aos caminhões de coleta; viii) recomenda-se que a coleta e retirada dos entulhos da obra deva ser feita

10 26 regularmente, pelo menos, a cada três dias; ix) recomenda-se que a produção de entulho seja dimensionada, pela média da empresa, como m³/m² de construção/dia. 8.8 Dimensionamento de Canteiro de Obras Método das Lajes Equivalentes Para se planejar o canteiro de uma obra, devem-se levar em conta dois fatores de suma importância: o volume concreto da estrutura e cronograma físico da obra. Observa-se a seguir um exemplo prático: Considerando-se um edifício residencial com 13 pavimentos, sendo 02 apartamentos por andar, com um total de 24 apartamentos (com o pavimento térreo = pilotis), conforme ilustrado pela Figura 1 (8), e um cronograma total igual a 15 meses para os serviços. Figura 1 (8)- Esboço para construção de um edifício residencial Fonte: Elaborada pelo autor (2014) 1º) Determinar, estimativamente, pelo método das lajes equivalentes, o volume de concreto da obra, de acordo com os dados dispostos na Tabela1 (8) a seguir: Tabela 1 (8)- Calculando o volume de concreto da obra Elementos estruturais da obra Volume de concreto Total Fundações (10,00 x 20,00) x 0,25 50,00 m³ Pavimento tipo [(10,00 x 20,00) x 0,20]x ,00 m³ Coberta (10,00 x 20,00) x 0,15 30,00 m³ Casa de máquina e caixa d água (4,00 x 8,00) x 0,20 6,40 m³ Total geral 567,00 m³ Fonte: Elaborada pelo autor (2014) 2º) Determinar o volume dos materiais para a execução da estrutura, a partir dos dados descritos na Tabela 2 (8) abaixo: Módulo 1

11 27 Tabela 2 (8)- Calculando o volume dos materiais para a execução da obra Materiais para a obra Volume de materiais Total Cimento 567,00 m³ x 350 Kg/m³ = Kg/50 Kg sacos Areia 567,00 m³ x 0,60 m³/m³ 341,00 m³ Brita 567,00 m³ x 0,80 m³/m³ 454,00 m Forma 567,00 m³ x 12,00 m²/m³ m² Aço 567,00 m³ x 80 Kg/m³ = Kg Água 567,00 m³ X 200 l/m³ l Fonte: Elaborada pelo autor (2014) 3º) Planejar o cronograma dos serviços, cujo tempo total (T) é de 15 meses: Considerando: 1/3 (T) = (T1) Execução da Estrutura 2/3 (T) = (T2) Execução dos acabamentos Logo: 1/3 (T) = 1/3 (15 meses) T1 = 5 meses 2/3 (T) = 2/3 (15 meses) T2 = 10 meses Sendo o Tempo Total (T1) para a Execução da Estrutura igual a 5 meses que corresponde a 100 dias úteis, considerar: 1/3 (T1) = Execução da Infraestrutura 2/3 (T1) = Execução da Superestrutura Logo: 1/3 (T1) = 1/3 (5 meses(100 dias úteis)) 33 dias 2/3 (T1) = 2/3 (5 meses(100 dias úteis)) 67 dias Dias úteis trabalhados durante a execução dos serviços: semana = 5 dias úteis mês = 4 semanas Assim sendo, o total de dias por mês de trabalho 5 dias úteis x 4 semanas = 20 dias úteis/mês. Então: (T1) Execução da Estrutura T1 = 5 meses T1 = 5 meses x 20 dd. úteis/mês T1 = 100 dias úteis

12 28 4º) Dimensionar os depósitos de materiais (cimento, areia, brita e forma): Cimento: Sendo a quantidade de cimento = sacos/100 dias = 40 sacos/dia, então se deve considerar: armazenamento para 15 dias 40 sacos/dia x 15 dias = 600 sacos. Observação: armazenamento para 15 dias no máximo, pilhas com 10 sacos. Para a área do Depósito (S): dimensões do saco de cimento = 0,40m x 0,70m x 0,16m, então, calcula-se: S = quantidade de cimento para 15 dias x a área do saco de cimento/quantidade de saco por pilha. S = 600 sacos x (0,40m x 0,70m) / 10 S = 16,80 m² (Figura 2 (8)): Figura 2 (8)- Área de depósito para armazenagem do cimento (S) SACARIA 16,80 m² Fonte: Elaborada pelo autor (2014) Onde: x = 16,80 m²/3,50 m x = 4,80m. A Figura 3 (8) a seguir ilustra a disposição dos sacos de cimento em sua área de estocagem. -1,20- Figura 3 (8)- Disposição dos sacos de cimento em sua área de estocagem Fonte: Elaborada pelo autor (2014) Módulo 1

13 29 Areia: Calculando a quantidade de areia em relação à área de estocagem. Sendo a quantidade de areia = 341 m³/100 dias úteis = 3,41 m³/dia. Observação: dependendo da disponibilidade de espaço no canteiro, determina-se o volume de areia que pode ser armazenada. Com um volume de areia para 15 dias, por exemplo, em uma área do depósito descoberto, calcula-se: S = 3,41 m 3 /dia x 15 dias x 2 m 2 /m 3 S = 102,00 m 2. A área ocupada pelo material espraiado é de 2m 2 /m 3. Indispensável na maioria das obras, a areia é obtida em margens de rios e bancos de areia. Para não comprometer o desempenho da argamassa ou do concreto, o material deve estar limpo e livre de impurezas antes de ser misturado ao cimento e aos outros agregados. Deve ser adquirida já lavada e armazenada no canteiro, de modo que não se misture com a brita ou com o solo do terreno. Quando o pagamento do material é feito por volume entregue na obra, o responsável pelo recebimento deve medir com cuidado as dimensões do caminhão e saber fazer os cálculos certos para pagar exatamente o valor devido ao fornecedor, nem um real a mais ou a menos. Observa-se a seguir como descobrir a quantidade de material em cada caminhão, calculando o volume de areia. 1º) Mede-se o comprimento e a largura da caçamba do caminhão e multiplicam-se estas dimensões para encontrar a sua área. Neste exemplo, considera-se uma caçamba de 3,4m x 2,5m, conforme ilustrado pela Figura 4 (8). Figura 4 (8)- Calculando as medidas de uma caçamba para armazenagem de areia Fonte: Elaborada pelo autor (2014) 2º) Depois, crava-se um vergalhão ou um sarrafo em cinco pontos do material transportado, um em cada canto da caçamba e um no centro, conforme ilustra a Figura 5(8),e anotam-se as alturas encontradas.

14 30 Figura 5 (8)- Identificando a altura da caçamba com o uso de vergalhão ou sarrafo Fonte: Elaborada pelo autor (2014) 3º) Encontra-se a altura média do monte de areia somando-se os valores anotados e dividindo-os por 5. 4º) Para se encontrar o volume total de areia no caminhão, multiplica-se a área da caçamba pela altura média, como ilustrado pela Figura 6 (8) abaixo. Figura 6 (8)- Calculando o valor total de areia no caminhão Fonte: Elaborada pelo autor (2014) 5º) Supondo-se que cada metro cúbico de areia custa R$ 97,00, então, para se saber o valor total a ser pago, faz-se a regra de três. 1 m³ de areia... R$ 97,00 7,701 m³ de areia... X X = 7,701 x 97,00 X = R$ 747,00 Módulo 1

15 31 Brita: Calculando a quantidade de brita em relação à área de estocagem. Sendo a quantidade de brita = 454 m³/100 dias úteis = 4,54 m³/dia. Tomando-se como exemplo o uso de brita para 15 dias, armazenada em um depósito descoberto, ter-seia, então: = 4,54 m³/dia x 15 dias x 2 m²/m³ S = 136,00 m². Forma: Neste caso, deve-se verificar o total de dias para cada laje. Considerando-se, então um tempo total da obra (T) = 15 meses, tem-se: 1/3 (T) = (T1) Execução da Estrutura 1/3 (T) = 1/3 (15 meses) T1 = 5 meses 100 dias úteis 2/3 (T1) = Execução da Superestrutura 2/3 (T1) = 2/3 (5 meses(100 dias úteis)) 67 dias Em sendo 67 dias o tempo necessário para a execução de toda superestrutura, o número de dias para cada laje executada é igual a: 67 dias /13 pavtos. = 5,15 5 dias/lajes. Para se verificar o reaproveitamento das formas, sabendo-se que, pela norma técnica são necessários 21 dias para a retirada dos escoramentos e que o número máximo de reaproveitamento das formas é de 5 vezes (chapa compensada resinada), observa-se a seguinte escala: lajes escoradas para o primeiro reaproveitamento 15 dias úteis 21 dias corridos 10 dias úteis 14 dias corridos 05 dias úteis 07 dias co0rridos Quanto ao possível reaproveitamento nesta obra, observa-se: a) nº de reaproveitamento = quantidade de pavimentos/pelo número de lajes escoradas; b) nº de reaproveitamento = 13 pavtos. /3 lajes escoradas = 4,33 4 vezes. No que diz respeito à área de forma para aquisição de madeira, observa-se a quantidade total de madeira p/estrutura/nº de reaproveitamento, tendo-se: área de forma =

16 m²/ 4 = m². O material para forma se compõe de chapas compensadas, tábua louro rosa e pontaletes serrados. Para todos estes devem ser observadas suas dimensões e quantidades necessárias, conforme descrito a seguir. Chapas compensadas: Quanto às dimensões para chapas compensadas, observa-se: 1,10 x 2,20 x 0,012m. No que diz respeito às quantidades necessárias, entende-se m²/(1,10 x 2,20 m) = 703 unidades, sendo P = 703 x 0,012 = 8,44m (a altura das chapas empilhadas em uma única pilha). Pela NBR 18, 1,60m é a altura máxima para cada pilha de madeira. Logo: Qp = 8,44 m/1,60 m = 13,49 14 pilhas e, sabendo-se que a área de cada chapa é 1,10 m x 2,20 m = 2,42 m², então: S = 2,42 m²x 14 = 33,88. Tábua louro rosa: As tábuas louro rosa devem ser de 1 x 12 x 4,5 m 1 = 2,49 cm e 12 = 28,88 cm 30,00 cm. A área de 1 tábua é = 0,30 x 4,5 m = 1,35m². Pela norma técnica 80% da área de forma correspondem à área de tábuas para gravatas, gastalhos, escoras, moscas, etc. Logo, a área das tábuas é = 1.701m²x 0,80 x = 1.360,80 m². A quantidade de tábua necessária é = 1.360,80m²/1,35m²= 1008 unidades 4.536,00m. Neste sentido, P = 1108 x 0, ,60m (a altura das tábuas empilhadas em uma única pilha), tendo-se, então, Qp =27,60 m/1,60 = 17,25 pilhas 18 pilhas. Como cada tábua tem 4,5m de comprimento e 0,30m de largura, então: 18 pilhas x 0,30m = 5,40m e S = 5,40m x 4,50, logo: S = 24,30m 2. Pontaletes serrados: S = 34,00 m² (no mínimo) Os pontaletes serrados devem ser de: (3 x 3 ) (0,075m x 0,075m). Segundo a norma técnica, para escoramento, considera-se 1 pontalete para cada 0,64 m² de área de laje. Considerando-se, então, uma área de laje escorada = (10,00m x 20,00m) x 3 pavtos. = 600,00 m²com um número de escoras = área de lajes escoradas/0,64 m² = 938 pontaletes, tem-se P = 938 x 0,075m 70,00m (esta é a altura dos pontaletes empilhadas em uma única pilha). Ou seja: Qp =70,00 m / 1,60 = 112,10 pilhas 112 pilhas Como cada pontalete tem 2,80m de comprimento e 0,075m de largura, então: 112 pilhas x 0,075 m = 8,40 m. Logo: S = 8,40 m x 2,80 m S = 23,52 m². Portanto, a área total Módulo 1

17 33 para depósito de madeira é de 81,82 m². Observação: ao dimensionar o depósito de MADEIRA, segundo as quantidades necessárias, o espaço disponível no canteiro e a altura máxima das pilhas deve ser de 1,60m. 5º) Central de Concreto disponibiliza o uso do concreto, seus componentes e processos dentro de uma obra. a demanda diária de concreto na obra. Para tanto, consideram-se: A demanda diária de concreto na obra = 567,00 m³ /100 dias úteis = 5,67m³/dia; A capacidade de produção da Betoneira de 320 l (1 m³ = 1000 l); A capacidade de mistura = 0,32 m³ x 8 horas x 6 betonadas/hora = 15,36 m³; A capacidade de produção = 15,36 m³ x 0,7 = 10,75m 3. Observação: 0,7 = ao coeficiente de abatimento p/ homogeneização Deve-se verificar, ainda, qual o rendimento do concreto para 1 saco de cimento. Por exemplo: para o traço 1: 2: 3, o volume de rendimento é de 0,1455 m³. Em comparação com a capacidade da produção da Betoneira, sendo B 320 l = 0,32 x 0,7 = 0,224 m³, a quantidade de sacos de cimento = 0,244 m³/0,1455 m³ Q.Cim = 1,54 sacos (recomenda-se, sempre fazer o traço com múltiplos inteiros de sacos de cimento), logo a capacidade de produção da B 320 para o traço 1: 2: 3 é igual a: 0,1455 m³ x 8 horas x 6 betonadas / hora = 6,964 m³. Então 6,964 m³ > 5,67 m³ é maior que a demanda diária de concreto na obra, dado que se fosse menor a betoneira deveria ser maior. 6º) Para as Instalações Sanitárias, devem-se considerar itens como o quadro de pessoal, as instalações de bacias sanitárias, chuveiros e lavatórios, o reservatório de água para uso de serviço, as instalações de água e energia e as áreas mínimas para outras construções. O quadro de pessoal da obra deve levar em conta a Tabela de Composição de Preços para Orçamentos (TCPO): PEDREIROS = 567,00 m³ x [1]/100 dias úteis 6 homens CARPINTEIROS = 6.804,00 m²x [0,1]/100 dias úteis 7 homens FERREIROS = Kg x [0,02]/100 dias úteis 9 homens SERVENTES = 2 x nº de pedreiros + nº (de ferreiros + carpina) = 28 homens Observação: [1] = Produção de 1m³ de concreto/dia de trabalho de 1 homem [0,1] = Produção de 1m² de forma/dia de trabalho de 0,1 homem [0.02] = Produção de 1Kg de armadura /dia de trabalho de 0,02 homem O quadro de pessoal da obra, como ilustra o Quadro 1 (8), é previsto para a primeira etapa da obra (estrutura); na segunda etapa (acabamento), deve haver uma substituição de equipe de trabalho.

18 34 Quadro 1 (8)- Quadro de pessoal da obra Quant. Ocupações 01 Engenheiro 01 Técnico 01 Mestre de Obras 01 Apontador 01 Almoxarife 01 Auxilia de Escritório 01 Vigia 01 Ferramenteiro 09 Ferreiros 07 Carpinteiros 06 Pedreiros 01 Cozinheiro 28 Serventes Total 59 homens Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Bacias sanitárias: Segundo a NBR 1367 e NR 18, para cada 100 homens 5 bacias (20 homens/bacia) e 1 m² para cada cubículo de bacia. Logo: 100 homens 5 bacias x 59 homens X bacias 59 homens x 5 bacias = 100 homens x X bacias X = 2,95 X 3 Bacias Sanitárias Chuveiros: Segundo as normas, para cada 100 homens 10 chuveiros (10 homens/chuveiro) e 1 m² para cada box de chuveiro. Logo: 100 homens 10 chuveiros x 59 homens X chuveiros 59 homens x 10 chuveiros = 100 homens x X chuveiros X = 5,9 X 6 Chuveiros Lavatórios: Segundo as normas, para cada 100 homens 10 lavatórios (10 homens/lavatório). Logo: 100 homens 10 lavatórios x 59 homens X lavatórios 59 homens x 10 lavatórios = 100 homens x X lavatórios X = 5,9 X 6 Lavatórios Para planejar o reservatório de água para uso de serviço, deve-se levar em conta o volume de água. Segundo as normas, o consumo per capita é de 70 litros/dia. Logo: 59 homens x 70 litros = litros/dia. Considerando-se abastecimento para dois dias tem-se: l x 2 = l. Para planejar as instalações provisórias de água e energia, observam-se as seguintes Módulo 1

19 35 recomendações: Energia: Considerando-se que 1 H.P = 746W, observa-se a previsão da potência instalada, conforme Tabela 3 (8) a seguir: Tabela 3 (8)- Previsão da potência instalada Betoneira de 320 l 1 x 5 H.P W Elevadores 2 x 16 H.P W Serra 1 x 5 H.P W Vibradores 2 x 3 H.P W Desd. de Ferro 1 x 2 H.P W Total 50 H.P W Fonte: Elaborada pelo autor (2014) Somando-se a de potência total dos equipamentos com aquelas das gambiarras de 25 de lâmpadas de 150W, por exemplo, obtém-se a potência total instalada, como ilustra a Tabela 4 (8) a seguir. Tabela 4 (8)- Potência total instalada Equipamentos W Gambiarras de 25 lâmpadas de 150W W Total W Fonte: Elaborada pelo autor (2014) É importante observar que, de acordo com a norma técnica, se a Potência instalada > W, deve-se instalar transformador na obra. Água O consumo diário de água deve levar em conta o uso para aplicação do concreto, w para o serviço no geral, conforme Tabela 5 (8) abaixo. Tabela 5 (8)- Consumo diário de água Água para concreto 1.134l Água para o serviço 4.130l Total 5.264l x 1, l Fonte: Elaborada pelo autor (2014) Segundo a norma técnica, devem-se considerar 20% de evaporação e desperdício. Quanto ao dimensionamento da pena d água para instalações industriais, devem-se observar as orientações da Companhia de Saneamento de Pernambuco (Compesa), como ilustra a Tabela 6 (8) a seguir, considerando l / ,32 m³.

20 36 Tabela 6 (8)- Dimensionamento da pena d água para instalações industriais Vazão Diária Máxima no Diâmetro do Hidrômetro Início do Projeto Ramal Predial Diâmetro Capacidade Tipo Até 3 m³/dia 3/4 3/4 3 m³/h Multijato De 3,1 a 5 m³/dia 3/4 3/4 5 m³/h De 5,1 a 7 m³/dia m³/h De 7,1 a 10 m³/dia m³/h De 10,1 a 20 m³/dia 1 1/2 1 1/2 20 m³/h De 20,1 a 30 m³/dia m³/h De 30,1 a 300 m³/dia m³/h Woltman k De 300,1 a 1100 m³/dia m³/h De 1100,1 a 1800 m³/dia m³/h De 1800,1 a 4000 m³/dia m³/h Fonte: Para as áreas mínimas para outras construções provisórias, devem ser observadas as recomendações a seguir, de acordo com as normas NBR 1367 e NBR 18: Escritórios = 9,0 a 12,0 m² Almoxarifado = 20,0 a 25,0 m² Ferramentaria = 8,0 a 10,0 m² Cozinha = 9,0 m² (no mínimo) Refeitório = Livre (NR 18) 8.9 Organização do Canteiro de Obras Para o bom desenvolvimento organizacional de uma obra, há necessidade de se criar uma estrutura mínima, que possibilite a administração de pessoal (mão de obra), material e produção. O canteiro de obra trata-se de uma edificação de caráter provisório, feito de modo a não atrapalhar o local onde está sendo construída a edificação e a poder ser desmontado facilmente após o término da obra. Normalmente constitui-se dos seguintes elementos: a) tapume, com portão de entrada para material e pessoal; b) ligações provisórias de luz, água e esgoto; c) barracão com escritório para apontador, mestre de obras, engenheiro, etc.; d) barracão para guarda de cimento, ferramentas e equipamentos; e) barracão para almoxarifado ; f) sanitário e vestiários para operários; g) cobertura e bancada para carpinteiro; h) cobertura e bancada para armador; i) silos para areia e pedra britada; j) local apropriado para a betoneira; k) local apropriado para o guincho, elevador de obra ou grua. Módulo 1

21 Central de produção Estoque 37 A Figura 7 (8) abaixo apresenta a planta esquemática de um canteiro de obra para uma edificação de porte médio. Figura 7 (8)- Planta esquemática de um canteiro de obras Rua Acesso de Pessoal Reserva Inf. Alojamentos, banheiros, refeitório, vestiário Reserva Sup. Escritórios, sala de reunião, almoxarifado, administração Escada Estoque de Depósito Obra Rampa Acesso de Materiais Rua Fonte: Elaborada pelo autor (2014) Materiais de Construção: como Armazenar A falta de cuidados na estocagem pode provocar danos e extravio de materiais, além de comprometer a produtividade da mão de obra. Saber armazená-los corretamente significa evitar prejuízos e manter o canteiro organizado. Erros cometidos no armazenamento de materiais de construção podem causar sérios problemas. Os produtos devem ficar organizados da maneira mais prática possível para não colocar em risco a produtividade da mão de obra e também evitar quebras, perdas e extravio. Uma pilha de blocos ou tijolos, por exemplo, não pode ultrapassar 1,50m de altura. Isso, para que os pedreiros possam pegá-los facilmente, sem que seja necessário subir em uma escada ou na própria pilha. Produtos que permanecem muito tempo no canteiro de obras estão sujeitos à intempéries. Por exemplo, o cimento geralmente perde a ação aglomerante (ou poder de cola). Já uma peça de metal pode enferrujar. Como se vê, cada material possui especificações para sua estocagem, só assim o fabricante pode garantir a sua durabilidade e qualidade. Por isso, é fundamental estar atento a embalagem. Nela, os fabricantes explicam a maneira correta de armazenar seus produtos,

22 38 usando, na maioria das vezes, símbolos de fácil identificação. Materiais de construção podem se estragar, por isso o primeiro passo para começar a organizar o canteiro é separar os que são mais perecíveis sob a ação da umidade. O cimento e a cal estragam facilmente se não forem protegidos. O melhor, portanto, é guardá-los no barracão, dentro do almoxarifado, que terá ainda lugar para ferragens, metais, materiais hidráulicos, elétricos e miudezas em geral. Os meios suscetíveis à ação da umidade, como areia, pedras, britas, ferro, tijolos e telhas podem se distribuir pelo terreno. Alguns produtos não estragam em contato com a água, mas por serem frágeis ou pelo custo alto, devem ser guardados em local fechado. Esse é o caso dos azulejos, vasos sanitários e portas que, aliás, serão comprados somente quando a casa já estiver levantada e coberta. Observam-se a seguir as recomendações para armazenagem dos principais materiais utilizados em uma obra. Cimento: O cimento deve ser empilhado sobre estrado de madeira na embalagem original (sacos de 50kg), no almoxarifado ou local fechado e seco. Trata-se de um material perecível, que se estraga e empedra se mantido em contato com a umidade. Por isso, deve ser comprado conforme a necessidade e mantido em estoque sempre em pequenas quantidades. Tempo de estocagem máxima: 30 dias. Areia: A areia deve ser estocada no canteiro de obras, cercada por uma baia de madeira e coberta por lona ou plástico. A granel ou em sacos (de diversos tamanhos), a areia deve estar protegida contra a chuva e em local plano, para que as impurezas provenientes da obra não se misturem ao material. Tempo de estocagem máxima: não há restrições. Cal: Na embalagem original (saco de 20kg), a cal deve ser empilhada sobre estrado de madeira no almoxarifado ou local fechado e seco. Como o cimento, a cal é perecível, empedra e se estraga facilmente. Portanto, compre conforme a necessidade. Tempo de estocagem: 30 dias. Pedra britada e pedrisco: No canteiro de obras, a pedra britada e pedrisco (a granel, em diversos tamanhos) devem ser depositados em cercado feito de madeira em local plano, como a areia. Não é preciso proteção com lona ou plástica. Tempo de estocagem máxima: não há restrições. Módulo 1

23 39 Aço: Usado para alicerces, pilares e lajes, o aço é vendido por peso ou em barras que chegam à obra em caminhão. No canteiro de obras, devem ser separado de acordo com o diâmetro das barras. Pode ser armazenados a céu aberto, mesmo em períodos de chuva, mas não devem ficar exposto por muito tempo, pois a oxidação excessiva compromete a utilização do material. Além disso, não devem ficar em contato direto com o solo, pois a terra prejudica a aderência com o concreto armado. Tempo de estocagem máxima: 90 dias. Tijolos, blocos cerâmicos e de concreto: Os tijolos e blocos cerâmicos devem ser empilhados em fileiras de no máximo 1,50m de altura, cobertos por lona ou plásticos. Detalhe: para que não tombem, devem estar intercalados em diferentes posições, num procedimento chamado amarração. Já os tijolos aparentes são mais delicados e podem ficar comprometidos com a umidade excessiva do terreno ou com massas e rebocos provenientes da obra. Por isso, empilhe-os sobre um tablado de madeira. Quanto aos blocos de concreto, por serem mais pesados, não precisam de amarração. Além desses cuidados, é importante não usar tijolos e blocos molhados, pois, quando secos, podem provocar fissuras na argamassa. É recomendável proteger com uma lona aqueles que serão usados brevemente. Tempo de estocagem máxima: não há restrições. Material hidráulico: Os tubos e conexões (vendidos por unidade, metro ou peça) devem ser organizados de acordo com o tipo de peça e separados em prateleiras no almoxarifado. Além de pequenos e fáceis de extraviar, são vulneráveis aos raios ultravioletas do sol que podem danificar o plástico. Tempo de estocagem máxima: não há restrições. Material elétrico: Os conduites, cabos, quadro de luz, tomadas e outros (vendidos por unidade, metro ou peça) devem ser colocados no almoxarifado, em prateleiras, separados por itens. Estragam quando expostos ao tempo e podem extraviar no decorrer da obra se forem mal armazenados. Tempo de estocagem máxima: não há restrições. Portas e janelas: Seja qual for o material (ferro, alumínio ou madeira), as portas e janelas devem ser armazenadas no interior da casa ou almoxarifado, se houver espaço. As de alumínio resistem bem ao tempo, mas riscam e mancham facilmente. Por isso, o ideal é mantê-las na embalagem original e sempre em posição horizontal. Tempo de estocagem máxima: não há restrições. Telhas:

24 40 As telhas de barro devem ficar próximas ao local de trabalho, em terreno plano e firme, empilhadas na vertical. Para evitar quebras, o melhor é manuseá-las individualmente. Já as metálicas precisam ficar ligeiramente inclinadas para não acumular água. Ao se usar telha de outros materiais, o melhor é consultar o catálogo do fabricante ou prestar atenção na embalagem que sempre traz instruções. Tempo de estocagem máxima: não há restrições. Piso cerâmico e azulejo: Em local coberto, o piso e o azulejo devem ser empilhados na embalagem original (geralmente em caixa de papelão). Caso o local seja muito úmido, aconselha-se manter as caixas sobre um estrado de madeira, dado que as embalagens molhadas podem rasgar, comprometendo o manuseio e as próprias peças. Outra recomendação é manter as caixas de pisos cerâmicos em posição conveniente à leitura das especificações do produto. Este procedimento facilita a identificação, evitando abertura desnecessária das embalagens. Tempo de estocagem máxima: não há restrições. Altura máxima da pilha: 1,60m. Madeiras para fôrmas: A madeira específica para fôrmas de concreto, andaimes e outros serviços vem em tábuas, sarrafos e pontaletes de diversos tamanhos, e ainda em chapas. Pode ser armazenada a céu aberto, sem maiores cuidados. As chapas compensadas, entretanto, precisam ficar sobre os pontaletes, longe do solo e cobertas com plástico. Deve-se observar o número máximo de chapas que podem ser empilhadas (dado pelo fabricante), pois o excesso de peso pode deformar o produto. Este tipo de material é reaproveitado no decorrer da obra e deve ser descartado ao término da construção. Tempo de estocagem máxima: não há restrições. Madeira para pisos: Em local coberto, as tábuas devem ficar sobre estrado de madeira, tramadas, de forma a permitir a circulação do ar. Deve chegar à obra no mínimo 30 dias antes de ser utilizado para se aclimatar ao lugar. Na hora da entrega, confira os encaixes, medidas, se há peças empenadas, e sua uniformidade, inclusive na largura. Tempo de estocagem máxima: não há restrições. Madeira para telhado: Recomenda-se que as vigas (já cortadas nos tamanhos a serem utilizados na obra) sejam cobertas. Não há necessidade de estar sobre estrados. Tempo de estocagem máxima: não há restrições. Mármores e granitos para pisos: Na embalagem original (caixa de papelão ou de isopor), as placas de mármore ou granito devem ser guardadas em local coberto. Detalhe: empilhe as caixas de forma que as peças fiquem na vertical. Já se estiverem fora da embalagem e expostas ao tempo, devem ser mantidas sobre tábuas de madeira e cobertas com plástico preto, por correrem risco de perder o brilho sob o sol. Tempo de estocagem máxima: não há restrições. Módulo 1

25 41 Vidro: Peças de vidro não podem ser estocadas. Elas chegam do tamanho correto e são imediatamente instaladas. Recomenda-se que o vidro seja lapidado para evitar microtrincas nas bordas. Ferragens e metais: As unidades devem ser estocadas no almoxarifado. Os metais, especificamente, devem ser guardados em sua embalagem original a fim de não riscá-los. Tempo de estocagem máxima: não há restrições. É importante observar que os materiais de construção devem ser comprados conforme a fase e a necessidade da obra. Neste sentido, deve-se estocar o mínimo possível e usar antes o que foi comprado primeiro, afinal, o armazenamento deve ter como objetivo principal atender as necessidades da obra, a fim de nunca faltar o material necessário Organizando o Canteiro de Obras A organização do canteiro de obras depende basicamente, do layout planejado, especificamente, para o mesmo. Por definição, layout, segundo o LABOR OFFICE, uma instituição de abrangência internacional, quer dizer: posição relativa de documentos e seções ou escritórios, dentro do contexto de uma fábrica, oficina, obra ou qualquer área de trabalho, onde se prevê a disposição de máquinas, ambientes para armazenamento, trabalho manual e intelectual, bem como vias de acesso para suprimento, abastecimento dos estoques e serviços. A sua definição está intrinsecamente ligada ao fluxo de atividades dos trabalhos realizados. O objetivo da preparação do layout do canteiro, segundo a NR-18, é dispor os materiais, equipamentos e instalações empregados na construção, de modo que não prejudique o transito de pessoas, a circulação de materiais, o acesso aos equipamentos de combate a incêndio, bem como as saídas de emergências, para que todo o funcionamento e organização do canteiro sejam otimizados. O canteiro de obras deve ser delimitado pelo tapume. O tapume é o cartão de visita da obra, isto porque suas condições estéticas revelam a qualidade dos serviços que estão sendo realizados as suas costas. Pode ser utilizado como outdoor para anunciar o futuro empreendimento. O tipo mais comum de tapumes é o que utiliza folhas de madeira compensada. Os mais modernos utilizam tela de arame galvanizado para mostrar a organização interna da obra. O layout pode ser apresentado no formato linear, funcional ou posicional, como descrito a seguir: a) layout linear: é bastante utilizado nas fabricas em sua linha de montagem, visto que se refere a um produto ou similares, fabricados em grande quantidade, sem série, onde as máquinas, equipamentos e equipes de trabalho são dispostas

26 42 segundo a sequência de produção. Exemplo: montagem de computadores; b) layout funcional: é bastante utilizado quando os produtos ou similares fabricados são bastante diversificados, exigindo, assim, uma grande variação na série de operações. Neste caso, o trabalho se divide consoante função das máquinas e equipes de trabalho. Exemplo: fábrica de sapatos; e, c) layout posicional: é bastante utilizado quando os produtos ou similares fabricados são fixos, ou seja, não mudam de lugar. Para ele, convergem a matéria-prima, as máquinas, os equipamentos e as equipes de trabalho. Exemplo: construção civil, estaleiros. Um bom layout deve ter por base, no mínimo, os seguintes princípios: economia de movimento, fluxo progressivo, flexibilidade, conhecimento dos espaços necessários (cúbico, área), integração, segurança, satisfação, tal como descrito a seguir: a) economia de movimentos: seria a redução dos deslocamentos necessários no transporte de máquinas, equipamentos, matéria-prima e equipes de trabalho. Exemplo: os agregados e os aglomerantes devem estar posicionados o mais próximo possível da central de concreto, tendo em vista o menor deslocamento de homens possível; b) fluxo progressivo: ocorre quando a produção da obra tende a fluir sempre na direção do produto acabado. Exemplo: madeira estocada próxima à» central de forma próxima ao transporte vertical» montagem (destino final); c) flexibilidade: todo layout não deve ser rígido totalmente, deve oferecer possibilidade de opções variadas, tendo em vista o surgimento de possíveis mudanças que têm como objetivo o aumento da produção, acréscimo de máquinas, equipamento e equipes de trabalho, ou mesmo por conta de mudança do produto final; d) conhecimento dos espaços necessários: a sua utilização segundo a norma, permite a racionalização e até mesmo a superposição de plano de trabalho, criando um andar a mais que comporte mais uma cédula de produção; e) integração: é a palavra de ordem dentro de um sistema. As cédulas produtivas devem ser integradas, visando à melhoria do inter-relacionamento entre as mesmas para formar um todo. Exemplo: central de concreto e central de argamassa produzindo integradas ao transporte vertical; f) segurança: este item, quando relacionado à indústria da construção civil, deve estar baseado sumariamente, na NR-18, a qual estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho; e, g) satisfação: este item tem forte influência no que diz respeito à ergonomia, higiene e segurança no trabalho, principalmente à motivação, é decorrente dos benefícios ocasionados pelo atendimento dos princípios anteriormente citados. Módulo 1

27 43 Definição de layout do canteiro de obras: Princípios que devem ser considerados para a definição do layout: a) otimizar os fluxos; b) minimizar as distâncias entre os materiais, equipamentos e local de utilização, ou seja, diminuir o transporte; c) aumentar a segurança e higiene na obra, criando um ambiente de trabalho agradável para os trabalhadores; d) diminuir os problemas ergonômicos; e) definir a entrada e saída e as vias de circulação de: i) caminhões betoneira; ii) caminhões de transporte de outros materiais; iii) containers de entulho; iv) transpallets; v) carrinho-de-mão, jerica e carrinho plataforma; vi) pessoal da obra; vii) visitantes; viii) pessoal da obra; e, ix) visitantes. f) definir conforme as estratégias de ataque à obra, o sistema de recebimento, transporte e armazenamento dos materiais; g) promover a melhoria do posto de trabalho; h) facilitar o controle dos estoques de água, esgoto, de energia e telefônicas, de acordo com as necessidades da obra, possibilitando o orçamento destas instalações hidráulicas e elétricas; i) evitar locais provisórios de armazenamento, para evitar o duplo manuseio e consequentes perdas; e j) transmitir boa impressão aos clientes que visitam a obra. Portanto, sendo o canteiro de obras é um espaço onde as ideias são transformadas em realidade, por isso interagindo com todas as atividades relativas ao empreendimento, é natural que sua concepção ocorra a partir dessa interação. Contudo, se faz necessária a elaboração de um roteiro básico para seu planejamento, de forma a contribuir para a manutenção de sua organização, bem como para as tomadas de decisões. Tipos de Canteiro: Para se estabelecer um layout de determinado canteiro, é preciso ter em mente os diversos tipos de canteiro e qual o que melhor se adéqua. Estes podem ser restritos, amplos, longos e estreitos. a) canteiros restritos: ocupam todo ou quase o terreno da obra. Geralmente, as construções verticais (residências ou comerciais) localizadas em áreas urbanas são um exemplo deste tipo de canteiro. Na elaboração do layout do canteiro restrito, deve ser levado em conta: i) vias de acesso à obra, intensidade do tráfego local, perfil do solo, desnível do terreno (que comprometem a descarga de materiais);

28 44 ii) um estado detalhado da situação limite do canteiro, construções e edificações adjacentes, existência de muro de arrimo, desnível acentuado ou mesmo vegetação de grande porte; iii) a existência de rede elétrica, de telefonia, de abastecimento e saneamento; iv) a topografia e a vegetação existente no terreno; v) a existência de áreas, que segundo o projeto da obra, não serão alvo de escavações, podendo ser aproveitadas para estoque/armazenamento e descarga de materiais. No caso de a obra possuir subsolo que ocupa toda, ou quase toda, a área do terreno, é impossível a elaboração de um layout definitivo. Neste caso, recomenda-se a concluso, o mais rápido possível, dos ambientes utilizáveis no nível térreo os quais poderão ser aproveitados, mesmo que provisoriamente, como escritório, almoxarifado e local para estoque, armazenamento de materiais, facilitando dessa forma o acesso aos diversos pontos de canteiro. b) canteiros amplos: são aqueles onde a construção ocupa apenas uma parte do terreno, tendo, assim, muito espaço para deslocamento, acesso, armazenamento, facilitando, portanto, o fluxo da obra. Exemplo: conjuntos habitacionais, construção de shopping, obras pesadas de grande porte (barragem), etc.; e, c) canteiros longos e estreitos: são aqueles cujo acesso se restringe, às vezes, apenas a uma das dimensões. Exemplo: obras urbanas, rodoviárias, ferroviárias, metroviárias, etc. Fases do canteiro: As diferentes fases da obra exigem layouts de canteiros diferenciados, se adaptando à estratégia de ataque à obra. Existem materiais que são necessários do início ao fim da obra, como é o caso de blocos, agregados, cimento, cal e madeiras. Portanto, estes materiais precisam ter áreas de armazenagem bem dimensionadas e definidas com antecedência. O interior do canteiro, excluindo a área de edificação do prédio, deve ser visualizado em setores. Temos deste modo os setores de concretagem, de carpintaria, de armaduras, administrativo e de pessoal. Em obras convencionais, a organização interna destes setores pressupõe o recebimento, transporte e armazenagem da matéria-prima, o processamento da matériaprima (corte e montagem), armazenamento e transporte de peças prontas e utilização destas peças em obra. Já nos processos industriais de construção, temos dentro da obra apenas as operações de recebimento e transporte de peças prontas e a utilização das mesmas na obra. Qualquer que seja a natureza da obra, com certeza seu canteiro é dinâmico e vai se modificando de acordo com o desenvolvimento da obra. Porém, basicamente existem três fases: a inicial, de pico e desmobilização. A fase inicial está definida entre a execução da infraestrutura até a desforma da primeira laje. É uma fase bastante crítica, tendo em vista as dificuldades para a implantação das instalações provisórias e locação de máquinas, equipamentos e materiais armazenados. Tais dificuldades são ainda maiores quando se trata de canteiros restritos ou longos e estreitos. Assim, é preciso priorizar instalações mínimas para o pessoal da obra, sobretudo vestiários e banheiros. O refeitório dificilmente é instalado nesta fase. Recomenda-se, ainda, a utilização de materiais flexíveis, visto que nesse período as mudanças das instalações com Módulo 1

29 45 muita frequência. Os containers metálicos são uma opção que já vendo sendo largamente utilizada em países desenvolvidos, cujo custo é diluído em outras obras, tendo em vista a sua vida útil, por conseguinte seu reaproveitamento. A fase de pico identifica-se pelo grande movimento na obra, ou seja, é uma fase onde a execução das tarefas exige um número maior de pessoas, já previsto no layout e, dessa forma, as instalações exigem também uma ampliação ou, como normalmente acontece, uma transferência para o pavimento térreo, visto que oferece mais segurança, condições de higiene, maior proteção contra as intempéries, melhor isolamento termoacústico, além de otimizar o trajeto dos operários entre as áreas de vivência e ainda deixar livre o espaço externo à edificação, a fim de ser utilizado como áreas para armazenamento de material, central de forma, central de armadura, central de concreto e argamassa, circulação de pessoas e de veículos. A fase de desmobilização é tão importante quanto às demais, contudo é muito colocada em segundo plano, visto que todas as equipes de trabalho estão preocupadas, quase que exclusivamente, com a conclusão da obra. Uma dica é reposicionar as instalações provisórias para que os serviços, principalmente os de acabamento no pavimento térreo, sejam concluídos. Uma solução pratica é a utilização de containers. Layout do canteiro: Na elaboração do layout do canteiro de obras alguns aspectos devem ser observados. Numa análise preliminar deve empreender um detalhado estudo dos projetos da obra para, então, conceber o projeto do layout do respectivo canteiro e suas possíveis alterações durante o processo de construção. Cada projeto deve ser revisado, com vistas a não haver mudanças radicais, uma vez que o projeto de layout terá por base a planta de situação da obra. Após essa análise, se concebe o arranjo físico geral, ou seja, estabelece a disposição relativa de cada área, observando a integração do conjunto de acordo com o fluxo da obra. Num terceiro momento será proposto um detalhamento da distribuição dos espaços, localização de máquinas e equipamentos e dimensionamento de equipes de trabalho ao longo de toda a obra. No entanto outras informações são igualmente importantes para a elaboração do layout, por exemplo: a) cronograma físico: elaborado com base no projeto da obra e no tempo disponível para a sua execução, fornece informações acerca do cálculo do volume de materiais e serviços a serem produzidos, estocados e transportados, além do dimensionamento do pessoal necessário ao desenvolvimento da obra, principalmente os envolvidos nas tarefas críticas da obra, ou seja, aquelas que sobrepõem a outras, por exemplo, produção de concreto e argamassas; Para a elaboração do cronograma físico da obra são feitas as seguintes recomendações:

30 46 i) detalhamento semanal para alguns serviços, tais como: armadura, concretagem, alvenaria, revestimento de argamassa. Estes serviços representam cerca de 80% do peso total da obra, por isso, exigem mais atenção no planejamento dos espaços para estocagem e transporte dos materiais; ii) indicação do início e final dos serviços de instalações hidrossanitárias, elétricas, instalação de elevador definitivo do prédio, azulejos, pisos cerâmicos, etc., neste caso a maior preocupação deve ser com o espaço para estocagem. b) cronograma de compras de materiais e concreto: é necessário ter um prévio conhecimento do cronograma de compras para o dimensionamento de áreas de estocagem e acesso de materiais ao canteiro; c) caderno de especificação da obra: é um documento importantíssimo, cisto que informa todos os detalhes sobre o que vai ser produzido; d) CLT, NB 1367 e NR-18: na elaboração do layout do canteiro é indispensável consultar a CLT, NB 1367 E NR-18, uma vez que contemplam o dimensionamento SOS seus componentes (de produção, de apoio à produção, do sistema de transporte, de apoio técnico-administrativo, de apoio ao funcionamento do canteiro); e) indicador de produtividade de mão de obra: permite dimensionar o número de operários necessários à obra. A definição das equipes de trabalho, inclusive na fase de pico da obra fornece dados para os dimensionamentos dos escritórios, banheiros, vestiário, refeitório, cozinha, área de lazer, quantidade de móveis e equipamentos de escritório; f) estudos de inter-relacionamento homem-máquina-equipamento: permite dimensionar a quantidade de máquinas e equipamentos necessários à obra; g) processos construtivos e tecnologias utilizadas da obra: precisam ser conhecidos para se determinar o tipo de máquinas, equipamentos, materiais e ate mesmo o quadro de pessoal. Geralmente são diversas as opções para a composição do sistema de transporte de obra, por exemplo. Há casos de obras convencionais onde três alternativas são perfeitamente aplicáveis, ou seja, dois elevadores de carga, ou um elevador e uma grua, ou ainda um único elevador, porém nem todas são igualmente atrativos no que se refere a relação custo benefício; h) visita ao local da obra: permite ao projetista do layout comparar detalhes do projeto in loco, e ainda verificar acessos, limites, topografia; e, i) infraestrutura local: seu conhecimento prévio permite a avaliação do estado d art do fornecimento de água potável, energia elétrica, telefone; no que se refere à qualidade, disponibilidade, compatibilidade com a necessidade da obra, viabilidade econômica, etc. Arranjo físico ou layout do canteiro de obra: Da concepção da ideia à implantação do canteiro, vários aspectos devem ser considerados: a) estudo preliminar: é o movimento em que se deve fazer uma análise minuciosa de todos os projetos definitivos da obra; b) proposta de layout: é produzida a partir das informações sobre o fluxo da obra, utilização de equipamentos e das áreas dos postos de trabalho, segundo a norma. Módulo 1

31 47 c) sistematização do layout: segundo o SPL (sistema layout planning), onde é possível uma correlação e avaliação entre os dados levantados no projeto a áreas envolvidas no planejamento, possibilitando a racionalização do layout segundo as necessidades da obra; d) espaço necessário X espaço disponível: onde se relacionam ambas as possibilidades, considerando as diversas atividades da obra; e) possibilidades de mudanças: sobre o último anteprojeto, se faz um estudo detalhado, levando em conta os empecilhos quanto ao deslocamento de máquinas e equipamentos e futuras modificações de projeto: analisar tudo diz respeitos às limitações da área física, às limitações financeiras e de equipamentos; e, f) avaliar o projeto: é de fundamental importância, tendo em vista as possíveis mudanças que podem surgir. Feitas as críticas, as alterações necessárias, aprovase finalmente o projeto definitivo Racionalização no Canteiro de Obras Para se conseguir manter um canteiro de obras com um significado grau de racionalização, se faz imperativo o cumprimento de um planejamento elaborado previamente, que serve como elemento norteador de todas as ações que se desenvolvem naquele espaço. Este planejamento consiste basicamente nos seguintes tópicos: estratégia de ação; projetos; cronograma físico; tempo disponível para execução da obra; tecnologias diferentes a serem utilizadas; diferentes fases do canteiro x espaço disponível; necessidade por outros tipos de espaços; materiais e componentes necessários; necessidade de espaço para armazenamento e processamento dos materiais dos materiais e serviços; planos de entrada, saída e localização de máquinas e equipamentos; revisão do layout (check list de novas sugestões para incremento da atual situação) com visitas a sua atualização e melhoria, etc. Cada um destes tópicos, de forma bastante significativa, interage entre si, conferindo bastante dinâmica ao canteiro. O esquema apresentado pela Figura 8 (8) a seguir adapta as diferentes fases do canteiro de obras e seus mais variados níveis de informações disponíveis em cada uma das etapas mostradas. Neste contexto, o layout se apresenta como produto final e elemento indispensável aos procedimentos que levam a racionalização do canteiro.

32 48 Figura 8 (8)- Esquema de interação de atividades do canteiro de obras Estratégia de Ação Projetos Cronograma físico Tempo disponível para a execução da obra Tecnologias diferentes a serem utilizadas Diferentes fases do canteiro x espaço disponível Necessidade por outros tipos de espaços Materiais e componentes necessários Necessidades de espaço para armazenamento e processamento dos materiais e serviços Plano de entrada, saída e localização de máquinas e equipamentos Layout definitivo do canteiro Revisão do layout (check list de novas sugestões e parâmetros em usos para incremento da situação vigente) com vistas a sua atualização e melhoria Fonte: Elaborada pelo autor Elementos do layout e sua importância para a racionalização do canteiro de obras Estratégia de ação: Para o cumprimento desta etapa é preciso que as informações sejam bastante claras, pois é que se define como deve ser o andamento da obra, por exemplo: elevar apenas a superestrutura/estrutura para em seguida fazer a periferia ou fazer as duas coisas ao mesmo tempo. A periferia pode começar pelos fundos ou pela frente, e assim por diante. Projeto: A disponibilidade dos projetos executivos e de produção em tempo hábil concorre para a elaboração do planejamento de um bom canteiro. Contudo, não raro as obras se iniciarem sem que alguns desses projetos estejam concluídos, muito embora isso não constitua um fator elementar para que o canteiro não venha a ser racionalizado. Nos casos onde não se pode contar simultaneamente com o conjunto de projetos, a priori, todo o processo pode ser iniciado a partir de algumas informações e ajustado ao longo desenvolvimento, tais como: orientações específicas da prefeitura local; planta topográfica, do subsolo, do térreo e do pavimento tipo, sempre com a delimitação do terreno; informações Módulo 1

33 49 acerca das condições no entorno da construção, por exemplo: níveis de piso e características particulares das construções circunvizinhas; além de informações sobre o acesso ao local, tais como: faixas de rolamento, tipo pavimento, presença de rede de serviços públicos (energia elétrica, água, telefone, etc.). Com tais informações, recomenda-se elaborar o layout, numa escala de 1:200, contudo se houver a necessidade de maiores detalhes será utilizada a escala 1:100. Cronograma Físico: Para montagem do cronograma físico, de antemão deve-se ter uma noção sobre os serviços: quais, quantidade, prazo para execução dos mesmos, relação de precedência. Na primeira fase do canteiro, quando, geralmente os serviços estão relacionados à superestrutura, recomenda-se um detalhamento semanal, isso também se aplica à fase de alvenaria e revestimentos de argamassa. Nos demais serviços, considerar apenas o prazo de início e término dos mesmos, se agrupando os de mesma natureza: instalações hidrossanitárias sem distinção de prumadas e ramais, por exemplo. Tecnologias diferentes a serem utilizadas: De acordo com a natureza da obra, se dispõe de muitas opções que contribuem para a definição de máquinas, equipamentos e materiais da obra, tais como: transporte vertical (elevador, grua); equipamento de acesso à fachada (andaime, balancins); central de concreto e de argamassa (betoneira ou ferramenta para o preparo manual); concreto (usinado ou produzido ou não na obra); argamassa industrializada ou produzida na obra; revestimentos de argamassa (à base de cimento, gesso, etc.); fôrmas (sistema de fôrmas prontas ou produzidas na obra). Nos Quadros 2 e 3 (8) abaixo, ilustram-se exemplos de alguns indicadores, que, grosso modo, mostram a capacidade de um sistema de transporte vertical de materiais, que pode auxiliar na feitura do layout da obra: Quadro 2 (8)- Indicadores estimativos da capacidade de um sistema de transporte vertical de materiais Transporte vertical Duração de um ciclo Capacidade/Ciclo Guincho de coluna 6 minutos 0,04m³ argamassa Elevador de obras 5 minutos 0,13m³ argamassa 0,25m concreto 100kg aço 1m² alvenaria Grua 5 minutos 250 litros argamassa 0,5m³ concreto 8m² alvenaria 200kg aço Fonte: Elaborado pelo autor (2014) A observação do quadro acima já possibilita a elaboração de um cronograma semanal de utilização do(s) sistema(s) de transporte eleito, consoante necessidade da obra e que se coadune aos aspectos técnicos e econômicos da mesma.

34 50 Quadro 3 (8)- Cronograma semanal do sistema de transportes verticais Dia Horário Sistema 1 Sistema 2 Segunda-feira 07hs ás 09hs 09hs ás 11hs 13hs ás 15hs 15hs ás 17hs Terça-feira 07hs ás 09hs 09hs ás 11hs 13hs ás 15hs 15hs ás 17hs Quarta-feira 07hs ás 09hs 09hs ás 11hs 13hs ás 15hs 15hs ás 17hs Quinta-feira 07hs ás 09hs 09hs ás 11hs 13hs ás 15hs 15hs ás 17hs Sexta-feira 07hs ás 09hs 09hs ás 12hs 13hs ás 15hs 15hs ás 16hs Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Plano de entrada, saída e localização de máquinas e equipamentos: Todo equipamento disponibilizado para uma obra deve ser utilizado o máximo possível, por isso recomenda-se que sua permanência no canteiro seja estritamente no período de sua comprovada produtividade. Sua localização deve respeitar a trilogia: menor esforço, maior rendimento em menor tempo. O exemplo ilustrado pela Figura 9 (8) a seguir mostra alguns parâmetros utilizados para a definição de possíveis localizações de uma torre de grua. Módulo 1

35 51 Figura 9 (8)- Considerações geométricas para o posicionamento de grua Região possível vizinhas (citar a altura) Fonte: Elaborada pelo autor (2014) Além dessas considerações, outras devem ser levadas em conta, conforme ilustram os Quadros 4 e 5 (8) a seguir. Quadro 4 (8)- Considerações complementares quanto à escolha do posicionamento de elevadores Localização dos Elevadores Qual a distância ao recebimento de materiais? Qual a distância aos estoques? Qual a distância aos processamentos intermediários? Qual a distancia aos pontos de serviços? Existe a segurança quanto à queda de materiais? Qual a proximidade à casa de máquinas? É possível minimizar a interferência com outros serviços (paredes com instalações, paredes com revestimentos cerâmicos)? Qual a utilização de sacadas? A chegada é em ambiente amplo? O segundo elevador deve ser posicionado próximo do primeiro? Analisar as prováveis mudanças do canteiro e dos materiais a serem transportados durante a obra (execução de partes da estrutura que impedem o acesso; a existência de novos portões, etc.). Fonte: Elaborado pelo autor (2014)

36 52 Quadro 5 (8)- Considerações complementares quanto à escolha do posicionamento da grua Localização da grua Furando a laje? Usando o orifício da laje (poço do elevador)? Qual a distância às construções no entorno (considerar o giro da lança e contralança)? Qual a frequência e a agilidade dos transportes de concreto, aço, tijolo, etc.? Qual a posição mais adequada para a fundação da grua? Quais as facilidades de montagem e desmontagem da grua? Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Necessidade de espaço para armazenamento e processamento dos materiais e serviços: Por meio do cronograma da obra, tem a previsão dos serviços, materiais e Mao de obra necessário para cada etapa da mesma, como ilustra o Quadro 6 (8) a seguir. Quadro 6 (8)- Considerações acerca de serviços x prazo de duração para a elaboração de layout Serviços Duração Serviços preliminares Início e fim Movimento de terra, contenção da vizinhança, fundações. Início e fim Estrutura do subsolo sob a terra Em semanas/subsolo Estrutura do térreo Em semanas Estrutura dos pavimentos tipo Para cada pavimento Estrutura do ático Em semanas Estrutura da periferia do subsolo Para cada parte em que for subdividida Alvenaria do térreo Em semanas Alvenaria do subsolo Em semanas por subsolos Alvenaria dos pavimentos tipos Para pavimento Revestimento interno de argamassa Em semanas Instalações elétricas/ hidrossanitárias Início e fim Azulejo, cerâmica Início e fim Elevadores definitivos do edifício Início e fim Impermeabilização da cobertura e do telhado Início e fim Pintura Início e fim Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Usando indicadores de consumo usuais (ou os da própria empresa) e a partir das informações conseguidas no quadro acima, é possível quantificar os insumos necessários para os serviços supramencionados. Recomenda-se acrescer a este resultado um fator para considerar as incertezas: 1,5, por exemplo. Outra recomendação é comparar as quantidades semanais de materiais calculadas com os lotes usuais de compra pela empresa/obra com vistas a se definir os estoques mínimos e momento exato de reabastecê-lo. Estas informações possibilitam ainda a quantificação da mão de obra necessária à execução dos serviços, bem como a estimativa de operários que poderão utilizar o alojamento do canteiro. As informações do Quadro 7 (8) a seguir permitem estimar as medias de trabalhadores por equipe, envolvidos em cada serviço. Módulo 1

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38 54 Quadro 7 (8)- Estimativa da mão de obra necessária para cada serviço Serviços Mão de obra necessária Estrutura 30 Alvenaria 15 Revestimento externo 10 Revestimento interno 20 Contrapiso 9 Instalações elétricas 4 Instalações hidrossanitárias 4 Fonte: Elaborado pelo autor (2014) 300m². A Tabela 7 (8) a seguir demonstra uma estimativa parcial para um pavimento tipo de Tabela 7 (8)- Dados do cronograma físico subsidiando os cronogramas de materiais/componentes e mão de obra Serviço Estrutura Alvenaria Duração Instalação elétrica 12 semanas 13 semanas 14 semanas 15 semanas Materiais Concreto (m³) Aço (kg) Fôrmas (m²) Blocos (unid.) Areia (m³) - 10,2 10,2 10,2 Cimento (sacos) Cal (sacos) Mão de obra Estrutura Alvenaria Inst. Elétricas Total Alojados Fonte: Elaborada pelo autor (2014) Diferentes fases do canteiro X espaço disponível: Um canteiro sofre modificações por todo o período da obra, por isso existe uma grande diferença acerca dos materiais, serviços, equipamentos, mão de obra, etc., que são necessários. Assim sendo, deve-se trabalhar por etapas segundo seu planejamento. a) movimento de terra/contenção da vizinhança e fundações: Módulo 1

39 55 Recomenda-se que, antes do início da obra, a estrutura do subsolo deve ser bastante discutida. Nesta etapa geralmente, a obra conta com máquinas e equipamento de empreiteiros, por isso não necessitando de alojamento e, as construções provisórias são poucas ainda. Na hipótese de existirem recuos do subsolo relacionado ao alinhamento do terreno, tal área pode ser utilizada para a localização dos elementos necessários dos canteiros. Se este espaço não existir, pode lançar mão das áreas não sujeitas ao movimento de terra, normalmente localizadas no fundo do terreno; ou apelar para a construção de plataformas suspensas a partir do alinhamento, embasado na respectiva de contenção para apoio de elementos dos canteiros. b) Estrutura do subsolo sob a torre e a periferia: As condições estabelecidas na fase anterior determinam o início desta, contudo com o registro de uma preocupação maior: a necessidade de espaços mais amplos para o armazenamento de materiais, máquinas, equipamentos e o alojamento de mão de obra que estejam relacionados aos serviços de execução de formas, armaduras e concretagem. Outro fator preponderante é, dependendo da escolha do concreto, como deve ser feito o seu acesso à obra. Além disso, deve também considerar a instalação de elementos de apoio administrativo: escritório técnico, almoxarifados, etc. Esta fase deve determinar os parâmetros para a entrada do(s) transporte(s) vertical(is), que provavelmente já ocorrerá nas próximas fases. c) Estrutura do restante da torre: Nesta fase o canteiro se encontra mais amplo em consequência da execução parcial da estrutura do subsolo, e porque a estocagem do material próprio para forma diminui sensivelmente, visto que não há tanta necessidade de fabricação/modificação de painéis e ate mesmo porque a movimentação desse material, agora ocorre de um pavimento para o outro, não se utilizando de área externa do canteiro. d) Estrutura alvenaria: O momento da execução da alvenaria e sua interface com a estrutura determinam um movimento maior da obra, consequentemente um aumento significativo do número de operários. Essa etapa exige áreas especificas para a estocagem de materiais (blocos, areia, cimento, etc.) e para o processamento de argamassa, fatores estes que geram a necessidade de maiores espaços e maior demanda por transporte vertical. e) Estrutura alvenaria revestimento argamassados: A execução desta etapa deve ser analisada cuidadosamente, uma vez que os três serviços que compõem podem não ocorrer simultaneamente. Este é um momento em que a obra está em pleno vapor e à entrada dos materiais necessários se associam à necessidade de mais espaços e demanda por transporte vertical. f) Finalização da obra:

40 56 Esta é uma etapa em que os serviços de acabamento fino se destacam. Agora o pico da obra já é bem menor e não há mais necessidade de espaços para grandes estoques e a demanda por transportes verticais também já não é tão grande. Este é o momento de dar início à desmobilização que deve suceder em consonância com o cronograma de entrega da obra. É importante observar fatores considerados importantes e que interferem na modificação do canteiro de obra. O final da estrutura, da alvenaria, dos revestimentos argamassados tem a ver com períodos onde determinadas áreas devem ser reservadas, assim como a fase de revestimento em azulejos, cerâmica de piso, montagem do elevador definitivo, hidráulica, elétrica, impermeabilização, pintura. Disponibilidade de áreas: Em todas as fases da obra recomenda-se a utilização de uma planta confeccionada na escala de 1:200, representando a situação inicial da fase, onde uma ideia dos espaços disponíveis destinados aos elementos necessários no canteiro possa ser mostrada. Além disso, deve-se observar o cronograma de materiais/componentes e de pessoal visando identificar os momentos onde as necessidades se tornam maiores dentro de cada uma das fases. A cada fase, para que tudo ocorra segundo o planejado, se recomenda a montagem de uma tabela relacionando os elementos principais do canteiro e respectivas áreas, utilizando como referencial a NR-18 e a NB-1367, conforme ilustra a Tabela 8 (8) a seguir. Tabela 8 (8)- Sugestão de áreas necessárias para estocagem dos materiais no canteiro de obras Material Quantidade Características do estoque Área (m²) Areia 10m³ Altura média 0,8m 12,5 Argamassa industrializada 100 sacos Pilhas c/10 sacos 4,2 Argamassa intermediária 1m³ Altura média 0,3m 3,4 Azulejo/cerâmica 100m² Altura média 1,6m 4 Bloco 14x19x39 1 milheiro Altura média 1,6m 7,5 Cal 200 sacos Pilhas c/15 sacos 4,8 Chapas de compensado 75 chapas Até 75 chapas 4,5 Cimento 200 sacos Pilhas c/10 sacos 8,4 Madeira serrada 320m Altura média 0,6m 6 Fonte: Elaborada pelo autor (2014) Revisão do layout do canteiro de obras: Esta etapa é uma das mais importantes para que realmente se tenha um canteiro perfeito. Neste momento, a criatividade dos planejadores e executores é superimportante para que ocorra a compatibilização das necessidades da obra com a disponibilidade das áreas, levando em conta, inclusive, outros fatores, tais como: segurança, custos, etc., visando, por um lado, a obtenção de estimativas globais, e, por outro, o detalhamento de cada uma das partes do canteiro. Como subsídio dessa etapa recomenda-se que sejam consideradas as seguintes sugestões: Módulo 1

41 57 a) fluxograma dos processos: Em cada uma das fases, é muito importante a elaboração de um fluxograma dos processos onde se vislumbre a quantidade de viagens necessárias entre cada parte. A quantidade de transporte é importante para se determinar as partes que por natureza devem estar próximas entre si. Como exemplo, a Figura 10 (8) exibe o fluxograma que tem a ver com um edifício tradicional de 3000m² de área construída, no que se refere aos serviços de estrutura, alvenaria e revestimento argamassados. A partir deste fluxograma é possível observar que a localização da central de argamassa deve ser muito bem pensada, de forma a garantir que os fluxos em geral sejam otimizados. Figura 10 (8)- Fluxograma dos processos para edifício de cerca de 3.000m 2 de área construída Recebimento da madeira Estocagem Fabricação da forma Estocagem da forma Estocagem de painéis industriais Estocagem para revisão Revisão Estocagem de painéis Estocagem de painéis Recebimento de aço Estocagem Processamento do aço Estocagem da armadura/painéis Recebimento do concreto Recebimento da areia Estocagem Mistura da argamassa intermediária Descanso da argamassa intermediária Recebimento de cimento Estocagem Mistura da argamassa final Recebimento do bloco Estocagem Fonte: Elaborada pelo autor (2014) Mistura da argamassa final A proximidade desejável entre os elementos do canteiro é fator que deve ser levado em conta. Recomenda-se então fazer uma lista de todos os elementos necessários em cada fase e o relacionamento existente entre eles considerando se é ou não importante essa proximidade, conforme orienta o Quadro 8 (8) a seguir. Quadro 8 (8)- Relação de proximidade adequada entre os elementos do canteiro de obras Elemento Portão Est. Areia Betoneira Est. Cimento Portão Est. Areia Betoneira Est. Cimento Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Legenda: 1;2;3;4;5; em ordem crescente no que se refere à proximidade. E 6 essencial manter separado

42 58 Essa relação de proximidade define a localização dos elementos do canteiro. Contudo, como não existe uma regra básica que defina a sequência desse posicionamento, o bom senso e a lógica devem ser bastante considerados. Como por exemplo, nessa sequência sugerida: a) stand de vendas; b) escolha do local de acesso; c) guarita; d) equipamentos de transporte vertical; e) área de alojamento e sanitários; f) almoxarifados; g) processos intermediários: central de argamassa, corte/dobra/pré-montagem da armadura; e respectivos estoques; h) escritório técnico. Neste ponto de execução do layout, é importante lembrar que as mudanças ainda ocorrem, possibilitando uma grande variedade de soluções para uma mesma obra, visando sempre a melhoria do canteiro. Recomenda-se que cada etapa/fase do canteiro seja contemplada com projeto específico, mas que no geral a compatibilização prevaleça. b) máquina de solda: Para aço de construção civil aproveitamento de 100% das barras ou pontas. Segundo especificações da ABNT: NBR , NBR , NBR e MB 0855, observamse as seguintes recomendações: i) colocar as pontas das barras a serem emendadas entre a matriz e o mordente do montante fixo e montante móvel; ii) fixá-las, alinhadas e com as pontas ultrapassando a face interna das matrizes, aproximadamente o diâmetro da barra; iii) unir as narras, acionar o equipamento (pedal) e guardar até o local da emenda, alcançar o ponto de caldeamento (aquecimento até ± o C); iv) comprimir as barras lentamente, mantendo a temperatura, até se formar um boleto com o dobro do diâmetro da barra original; v) retirar a barra emendada e deixar esfriar à temperatura ambiente em local seco e protegido. Descrição: i) equipamento estacionário para emendas de barras sobre bancadas; ii) sistema de fixação de barras e operação por eixos redutores e parafusos sobre montante fixo e móvel; iii) sistema de refrigeração com água, por gravidade em sistema aberto; iv) sistema elétrico composto de transformar abaixador de tensão seco (45kws) 2 fases (220V). c) processo soldatopo: É um processo no qual as barras são alinhadas topo a topo em cabeçotes móveis, e, Módulo 1

43 59 pela passagem de corrente elétrica, dá-se o caldeamento (formação de arcos) deformandose, dando origem ao boleto. A emenda é feita, sem que haja emprego de qualquer material estranho ao aço a ser emendado. Aplicações: i) alongamento em barras para se obter medidas especiais. ii) eliminação de justaposição ou transpasse, facilitando a colocação da armação e da ferragem. iii) reaproveitamento das pontas. iv) uso de 100% das barras, eliminando as perdas, etc. Lucros x Perdas: Em uma obra, a média de sucata formada gira em torno de 10%. Como o preço do aço é elevado, se essas sucatas forem reaproveitadas, a obra pode deixar de comprar 10% a menos do aço. Com os juros desse dinheiro, paga-se facilmente a prestação de serviço. Rapidez e Economia: Devido à rapidez com que são feitas as emendas, torna-se economicamente viável o aproveitamento de qualquer tamanho de ponta ou bitola. A NBR 6118, item 6354, diz as emendas com solda podem ser realizadas nas tonalidades das barras em uma seção transversal à peça. Consideram-se como na mesma seção as emendas que de centro a centro estejam afastadas menos de 15 vezes o diâmetro medido na direção do eixo da barra (ABNT, 2014). Corte corrido: É um método de trabalho que consiste em emendar uma barra após a outra. A partir da máquina de corte ou tesoura, marca-se o comprimento da bancada. A ponta que sobrou do primeiro corte será o início do próximo corte, completando com outra barreira, que, por sua vez, também sobrará outra ponta que irá para o início da medida seguinte, trabalhando de tal forma como se fosse uma barra contínua. Neste processo, obtém-se toda forma de ferragem na medida necessária, eliminado as perdas, evitando-se a transpasse e chegando-se automaticamente ao desencontro de emendas, sem com isso interferir em quaisquer dispositivos das normas Limpeza no Canteiro de Obras O ambiente X a atitude: Há um dito popular que diz que o ambiente faz o homem e, em contraposição, há outro que diz que o homem faz o ambiente. De uma forma ou de outra é possível constatar essas afirmações.

44 60 Num ambiente sujo, que não apresenta as mínimas condições de higiene, de segurança, de conservação, as pessoas tendem naturalmente a mantê-lo assim, sejam elas de qualquer tipo, com qualquer nível de escolaridade, social, cultural. É uma linguagem universal, cujo apelo encerra se está sujo, então deve acabar de sujar. Nesse caso, o ambiente faz o homem. Agora, num ambiente limpo, cheiroso, agradável, bem conservado, seguro naturalmente, as pessoas também tendem a mantê-lo assim. Aqui também, o ambiente faz o homem. Por que a mudança de atitude, se as pessoas são as mesmas? Ora, porque o homem é capaz de fazer o ambiente e ele quer sempre o melhor para si. Os ambientes ruins são depredados como uma forma de serem banidos do meio ambiente. É comum a frase: já que tá quebrado e não funciona, quebra logo o resto para ver se é substituído por um novo. Cada um dos dois ambientes encerra uma mensagem: o sujo pode quebrar, acabar, não tem a menor importância ; o limpo aqui há controle de ordem e limpeza, para que tudo esteja pronto a lhe dar satisfação. Contribua para mantê-lo assim. Neste caso, certamente uma pessoa mal educada ficará constrangida em fazer o contrário, enquanto que no primeiro caso, somente uma pessoa muito bem educada fará um esforço máximo para errar o mínimo. Segundo os cientistas sociais, o ambiente exerce forte influência no que se refere a comportamentos e atitudes dos seres humanos. O que revelam os canteiros de obra: A primeira visão que se tem de um canteiro, sobretudo na fase de pico, é de total desordem. Entulho por toda parte, material depositado em local impróprio, dificultando o acesso aos postos de serviços, elevador de materiais transportando pessoas, materiais armazenados sem a mínima observação da norma, operários com uniformes (quando usam) sujos e às vezes rasgados, sem sinalizações no ambiente, o uso de EPIs não é obrigatório, o alojamento é improvisado, o banheiro é sujo, almoxarifado totalmente desorganizado, não existe refeitórios, etc. Este ambiente, com certeza não induz à produção sem desperdício. Sem contar na referência que o operário já traz consigo, dado que a maioria é oriunda de comunidades carentes, onde as condições de vida são precaríssimas. Essa é uma problemática nacional, uma praga que se espalhou ao longo dos tempos, onde não existiam culpados. É só uma questão cultural. Porém, nos últimos cinco anos, esse cenário está mudando. Antes os clientes não exigiam qualidade, os operários se alienavam na rotina do seu trabalho e a empresa sempre obtinha lucro, porque o prejuízo com o desperdício era repassado ao consumidor final. Motivando as pessoas: Construir não é mais a atividade básica das construtoras, mas vender. E vender para clientes exigentes, que querem qualidade total no bem que estão adquirindo. Os trabalhadores da obra precisam pensar que devem atender às exigências do consumidor final, pois este é quem realmente paga seus salários. Módulo 1

45 61 O gerente da obra deve se comportar como educador, acreditando que as pessoas podem evoluir, e valorizar o potencial de cada um e jamais desestimular o trabalhador com coisas do tipo: quem é responsável por essa sujeira? Você não sente constrangido em trabalhar dentro dessa imundície toda? É preciso estar atento à sensibilidade de cada um. Visando a melhor comunicação com os operários, se recomenda estimular o sentir, acreditando que gostam de viver em ambientes agradáveis, mediante ações práticas, para que possam partir para uma coisa nova. Todo mundo gosta de coisas simples, organizadas, limpas, arrumadas e saudáveis. Talvez não sejam assim, nem em casa, nem no trabalho, mas o gerente da obra, agora também com a função de educador, deve promover ações que estimulem o novo hábito, a nova cultura, sem atalhos para encurtar essa jornada. O método 5S aplicado ao canteiro de obras: Desde 1988, empresas de construção do Brasil vêm tentando fazer uma adaptação do método 5S, de origem japonesa, aos canteiros de obras e, nesse aspecto, a Método Engenharia, empresa paulista foi pioneira. Mas somente a partir de 1991, aconteceu o lançamento formal aqui no Brasil e, desde então, sua aplicação tem sido bastante significativa e compensadores os seus resultados. Neste contexto se destaca a Construtora Andrade Gutierrez S.A. Para substituir os termos japoneses de difícil compreensão pelos operários, os mesmos foram substituídos analogamente por outros em português, conservando-se a essência do significado. Desta forma, como se pode observar no Quadro 9 (8): Quadro 9 (8)- O método 5S aplicado ao canteiro de obras Japonês Termos análogos em português Adaptação para canteiro de obras SEIRI Senso de utilização de áreas Liberação de áreas SEITON Senso de localização e arrumação Localização e arrumação SEISOU Senso de conservação e limpeza Limpeza manutenção do canteiro SEIKETISU Senso de limpeza pessoal e saúde Limpeza pessoal e saúde SHITSUKE Senso de autodisciplina e verificação Lista de verificação e reconhecimento Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Implantando o método 5L: Dois a três meses é o tempo em que se estima que este método seja aplicado no canteiro de obras, dependendo praticamente do nível de desorganização da obra e do compromisso de todos com a mudança. Este ciclo deve ser repetido duas, três, quatro vezes, ou quantas vezes forem necessárias, até que se perceba que algum resultado está sendo conseguido, sobretudo no aspecto limpeza e organização no canteiro. O método 5L deve ser aplicado contínua e permanentemente, pois parar por causa de um resultado frutífero nos primeiros seis meses não é recomendável. As pessoas não irão permanecer por muito tempo adotando novas atitudes, os agentes externos as farão mudar de ideia mais rápido do que se pensa, somente por força do hábito.

46 62 Como o canteiro, por sua natureza, é bastante dinâmico, a rotatividade de operários é grande. Sempre que termina uma etapa, uma nova se inicia, acarretando, assim, nova desarrumação. Para evitar que isso aconteça, a aplicação do mesmo deve ser permanente e contínua para que os resultados obtidos sejam mantidos. Para aplicação prática devem-se considerar as três fases descritas no Quadro 10 (8) a seguir: Quadro 10 (8)- Fases para aplicação do método 5L no canteiro de obras Fases Inicial Intermediária Final Descrição Este é o momento onde se praticam as novas metas desejadas. E se envolvem pessoas as quais participam do processo, fazendo inúmeras sugestões a serem trabalhadas na próxima fase. Nesta fase, são reestruturados os processos produtivos e administrativos do canteiro. Tudo é documento, com vistas à padronização de procedimentos a partir das experiências vivenciadas, para que outras pessoas da empresa tomem conhecimento. Fase em que se estabelece uma relação entre cada procedimento padronizado e a respectiva causa da desorganização, isso contando com a participação das pessoas diretamente envolvidas com a mesma. Levantadas as causas, as alternativas de melhoria devem ser implementadas de imediato. Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Muito embora, geralmente, exista, por parte das empresas, a cultura de que os operários têm pouco a contribuir, ora porque não pensam ora porque vão reivindicar coisas à toa, a prática tem revelado que não é bem assim. Eles se envolvem de fato e com muita seriedade. Em todas as fases, as participações dos operários são de fundamental importância, afinal são eles os encarregados pela limpeza e organização do canteiro. Até chegar a terceira fase, alguns meses se passarão, por isso, é certo afirmar que com o término da mesma, a organização e a limpeza no canteiro já estarão se tornando um hábito. Aplicando o método 5L: Antes da aplicação do método 5L, algumas observações devem ser feitas e alguns passos sequenciados devem ser seguidos, conforme descrito a seguir. a) fazer um diagnóstico da empresa: Recomenda-se não envolver o pessoal da obra: operários e administradores, sem antes levantar a situação real e atualizada da empresa. É preciso diagnosticar o que a empresa deseja para se ter, pelo menos, uma noção do que será modificado e das reais necessidades de se investir em materiais, equipamentos, treinamentos e até mesmo criar uma política de trabalho no canteiro de obras. Nesse contexto é necessário saber se: Módulo 1

47 63 i) é de responsabilidade da empresa, mas os trabalhadores não demonstram disciplina; ii) é política da empresa, mas a gerência da obra piloto não tem preparação para sua implementação; iii) faz parte das normas da empresa, contudo não está sendo implementado; iv) não é imposto pela legislação, mas seria útil empresa implementá-lo; v) é uma obrigação legal, porém não está sendo observado pela empresa. De posse de tais informações, é possível uma discussão tendo em vista a participação da administração da empresa, da obra e dos trabalhadores em geral. Desmembrando-se as alíneas acima, obtêm-se: É de responsabilidade da empresa, mas os trabalhadores não demonstram disciplina: Isso requer o comprometimento da direção da empresa. É condição primordial que a direção da empresa demonstre adesão total ao método para que se obtenha o sucesso desejado. A empresa deve estar presente nos momentos estratégicos, críticos, mediar situações de rejeição, dirimir dúvidas, remover obstáculos encontrados por algumas pessoas, reconhecer e premiar as pessoas determinadas em alcançar os resultados de sucesso e, principalmente, deixar bem claro que a implementação do método é uma determinação da empresa e é sem volta, e que tem que ser vista com tanto comprometimento e seriedade quanto a entrega da obra no prazo previsto. Somente assim a execução das ações estará, com certeza, respaldada. Neste sentido, é importante promover reuniões com a presença de todos, onde devem ser apresentados os itens listados acima, explicações sobre a legislação vigente, sobretudo a NR-18 e, principalmente, o(s) item(ns) atestado(s) pela empresa, sua política de trabalho e os limites de sua atuação. Este será um dos documentos mais importantes para a implementação do método. É política da empresa, mas a gerência da obra piloto não se sente preparada para sua implementação: Isso requer o comprometimento da direção da obra. Preferencialmente, deve eleger como piloto uma obra cuja fundação esteja concluída, e, então, observar o perfil de seu engenheiro, mestre, técnico, etc., se são pessoas flexíveis, adeptas, abertas às mudanças e sensíveis aos aspectos humanos. Eleita a obra, se recomenda a realização de reuniões com o pessoal técnicoadministrativo da mesma com vistas à apresentação do projeto e, sobretudo, a estratégia de ação que será aplicada, bem como definir o momento certo em que os operários serão envolvidos. Os operários devem ser envolvidos palavra de ordem, ao contrário, a obra foi mal escolhida. Esta reunião servirá também para listar todas as alegações possíveis e imagináveis, que servem como justificativas para a desordem e imundície reinante no canteiro e neutralizá-

48 64 las. Não interessa nesse momento quem é culpado, mas que o problema existe e precisa ser resolvido em conjunto, com a participação de todos. Nessa hora, o uso de NÓS é fundamental. Todos são iguais mediante a obtenção de um objetivo comum com os objetivos da empresa. Faz parte das normas da empresa, contudo não está sendo implementado: Isso requer o comprometimento da direção da empresa, da obra, dos operários. A empresa deve deixar bem claro qual é sua intenção no que se refere à implementação do método. É preciso que ela realmente esteja querendo se transformar em uma empresa moderna e atualizada. Somente assim conseguirá seu intento no sentido de mobilizar todos para a mudança em sintonia com um único objetivo: PRIORIZAR a manutenção da limpeza e organização de seus canteiros de obras. Não é imposto pela legislação, mas seria útil a empresa implementá-lo: Isso requer o comprometimento de especialistas. O envolvimento dos especialistas pertinentes às atividades da obra (engenheiro, médico do trabalho, técnico de edificações e técnico em segurança do trabalho) é de fundamental importância, por isso é recomendável promover uma reunião com os mesmos para apresentação do projeto, e discutir uma estratégia que defina a metodologia a ser utilizada no que se refere à higiene e segurança do trabalho, após esgotadas todas as possibilidades de dificuldades para realizarem o seu trabalho. O próximo passo é reunir estes especialistas com os operários que repassarão aos mesmos as normas de segurança e higiene que lhes garantem melhores condições de trabalho, tendo como subsídio a NR-18. Recomenda-se realizar reuniões informais com os administradores da obra e operários, com vistas a sensibilizá-los sobre o uso de EPIs, por exemplo. Uma sugestão é fotografar as condições inseguras e a má utilização dos EPIs e EPCs, e os mais variados aspectos da higiene pessoal e coletiva, e depois, com as fotos em exposição, suscitar os comentários entre eles, tecer comentários também e ouvir as mais diversas sugestões para a melhoria e registrá-las. Este passa a ser mais um documento importantíssimo desse trabalho. É uma obrigação legal, porém não está sendo observado pela empresa: Todos devem estar envolvidos, inclusive os empreiteiros, as empresas terceirizadas, os fornecedores, etc. Ninguém pode ficar à margem do processo, todos devem ser envolvidos e, nesse contexto, é muito importante o apoio e a conivência da empresa. Realizar reuniões, para esclarecer todo o projeto e os objetivos da empresa, com cada categoria e em seguida com todos juntos, é uma das estratégias atuais, em que se relacionam com a obra. Havendo oportunidade, se recomenda, também, convidar para as reuniões os especialistas anteriormente citados, além daqueles que entendem de leis trabalhistas e outras leis referentes às atividades da obra. Planejando o trabalho: Módulo 1

49 65 Após tantas reuniões e os mais variados registros feitos, seja em documentos ou fotos, é hora de traçar um planejamento delineando a participação de cada um e de todos simultaneamente. É hora de estabelecer passos, metodologias específicas e prazos, para o alcance do resultado final. Para facilitar o trabalho, se recomendam seguir os passos abaixo: a) criar um mural dos 5L e posicioná-lo num ponto estratégico, onde serão fixados as fotos, cartazes, notícias e quadros; e b) estabelecer um cronograma de compras para alguns materiais e ferramentas que não são de uso costumeiro na obra, segundo as necessidades de cada passo na estratégia adotada, conforme descrito no Quadro 11 (8) a seguir: Quadro 11 (8)- Materiais úteis para arrumação e limpeza, pelo método 5L no canteiro de obras Finalidade Objeto/ Material Depositar e transportar lixo e entulho Baldes, sacos plásticos, tambor, vasilhames, etc. Restringir e isolar áreas Cordas, fitas zebradas, etc. Demarcar locais de estoque e caminhos perigosos Fitas zebradas e sobras de aço, etc. Orientar as pessoas que circulam na obra Placas e sinalizações Registrar e acompanhar a evolução do trabalho Quadro, mural, etc. Limpeza Vassouras e mangueiras, desinfetantes, detergentes Transporte de lixo e entulho Veículos, tubos de PVC de 500mm,etc. Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Praticando o método 5L: A seguir, serão explicitadas as recomendações descritas no Quadro 9 (8) anteriormente ilustrado, quanto à aplicação do método 5S ao canteiro de obra. Japonês Termos análogos em português Adaptação para canteiro de obras SEIRI Senso de utilização de áreas Liberação de áreas Recomenda-se começar a prática fotografando os lugares mais críticos no canteiro. Para isso, é preciso percorrer a obra, juntamente com o pessoal técnico da obra, visitando os vários pavimentos (se já existirem), as áreas de convivência (alojamento, banheiros, refeitórios), as áreas administrativas (almoxarifado, recepção, guarita), as centrais (de fôrma, de armadura, de argamassa, concreto, etc.). O próprio escritório fará a revelação do filme, evitando, assim, o medo injustificado de aquela obra vir a servir como mau exemplo. Devem-se fotografar todos os lugares que se apresentem desarrumados, desorganizados e com evidentes problemas de falta de higiene e segurança, cheios de entulhos e sujeira. No mesmo lugar em que for feita esta foto, futuramente deve ser feita outra, quando o mesmo estiver arrumado e limpo. Recomenda-se utilizar o mesmo ângulo de visão para que ambas as fotos possam ser comparadas. Os operários não devem ser fotografados isoladamente, somente se fizerem parte do contexto do cenário e situação. Em reunião específica, com os administradores da obra, selecionar as fotos mais

50 66 sugestivas, enfocando os prejuízos que cada situação fotografada provoca para a obra e para a empresa. Aconselha-se escrever no verso de cada foto a data e local onde foi tirada e no momento oportuno colocá-las em exposição no mural. Nesse ínterim escolher um responsável para guardá-las. Todos os operários devem ser envolvidos, divididos em equipes, para iniciarem o procedimento de liberação das áreas e descartes nos postos de serviços, nos escritórios e nas áreas de vivência. Esta ação deve ser precedida pela apresentação das fotos no mural, associada a um comentário sobre os prejuízos que cada situação acarreta para cada um deles, para a obra e para a empresa e quais os ganhos gerais em se trabalhar num ambiente organizado, para em seguida coletar opiniões de todos sobre como melhorar, inverter o quadro que se apresenta, e a partir daí começar realmente a separar o que já não tem mais utilização. Durante a reunião é importante estabelecer uma correlação entre custo dos materiais, custos de desperdícios versus horas de trabalho. Neste momento, deve ser exibido um vídeo que trate sobre segurança no trabalho e no final devem-se fazer comentários sobre dados de acidentes de trabalho na construção civil. O dia do descarte para a liberação de áreas é definido por todos como dia D. Todo o material descartado, sem qualquer utilização posterior, deve ser exposto por um tempo determinado (de 15 dias a um mês, por exemplo) pelos administradores da obra, num local previamente escolhido, onde pessoas, equipes, outra obra, possa verificar se alguma coisa que ainda pode ser utilizada. Após o tempo de exposição, o que não serve deve ser colocado no lixo ou vendido para sucateiros. O dinheiro arrecadado recomenda que seja utilizado numa futura confraternização. Os locais críticos, passíveis de serem fotografados, devem ser identificados com marcadores sempre na cor vermelha (bandeirinhas, placas, faixas, cartazes, etiquetas, etc.), indicando que ali alguma coisa está errada. A priori, uma equipe sempre verifica o bairro de outra, nunca a sua própria, para depois colocar o alerta vermelho, se necessário for. Afinal, vê melhor quem está de fora. a) pontos críticos onde o alerta vermelho pode ser colocado: i) nos locais onde existem coisas que um dia poderão ser utilizadas ; ii) nas áreas que precisam ser liberadas; iii) estantes, prateleiras e gavetas desnecessárias que apenas carregam e poluem o ambiente; iv) estoques mal dimensionados (para mais); v) materiais e equipamentos desnecessários; vi) locais onde há entulhos espalhados; e, vii) nos ambientes onde estão acumulados impressos, arquivos-mortos e materiais não úteis. b) relação de alguns itens que podem ser fotografados: i) acessos obstruídos; ii) almoxarifados e escritórios desarrumados; iii) condições inseguras; Módulo 1

51 67 iv) estado de conservação dos equipamentos; v) materiais mal armazenadas acarretando, inclusive, algum desperdício; vi) peças sem identificação nas prateleiras; vii) pilhas de sobra de madeiras, ensacadas, armazenadas inadequadamente; viii) refeitórios, cozinhas, alojamentos e banheiros sujos e desarrumados; ix) restos de materiais entulhados em qualquer local da obra; x) sobras de concreto e argamassa; e, xi) sobras de corte e dobras de aço. Japonês Termos análogos em português Adaptação para canteiro de obras SEITON Senso de localização e arrumação Localização e arrumação Redefinido os pontos críticos, alvo de arrumação e limpeza, e descartado tudo o que já não tem mais serventia, que apenas suja e atrapalha o ambiente de trabalho, a palavra de ordem deve ser limpar a obra toda, inclusive os ambientes administrativos, produtivos e as áreas de vivência. O dia D para a limpeza geral deve ser definido pelo grupo como um todo. Localizar para arrumar sugere a identificação de endereços, cada coisa deve ter um endereço em lugar definido. Devem-se levantar dados sobre onde moram os operários e como fazem para ter acesso as suas casas, indagar se as ruas têm sinalização, nomes, placas, etc. A partir destes dados, deve-se estabelecer uma correspondência com a obra, indagando sobre o endereço da betoneira, da central de fôrmas, do almoxarifado, do escritório, etc., e de que forma se chega até lá. Neste momento, é preciso discutir com a equipe a criação de endereços da obra (nomes de ruas, bairros, cidades, etc.) e colocar isto em prática, confeccionado as respectivas placas indicativas e de sinalização. O canteiro todo poderia ser uma cidade. Cada região poderia ser um bairro, por exemplo: escritório Benfica; almoxarifado Encruzilhada; central de armaduras Apipucos; banheiro Água Fria. Cada pavimento poderia ser uma quadra, cada apartamento uma casa, cada corredor uma rua, os transportes verticais e as vias de movimentação de materiais seriam as avenidas. Os operários participando ativamente se sentirão responsáveis pelos locais que ajudam a identificar, dando-lhes nomes. Deve ser reservado um dia específico para o batismo desses locais, sendo assim, cada um deles receberá um padrinho, a ser escolhido por seus pares. Este padrinho cuidará do seu afilhado, zelando por sua limpeza e organização, contudo não é ele quem executa esta ação, ele educa as pessoas que ali transitam a mantê-lo sempre em perfeita ordem e coordena o cronograma do responsável pela limpeza. Por diversas razoes, é importante que, ao longo do processo, o padrinho seja substituído. O registro de tudo isso deve ser feito em documento específico, tipo: ata, diário e, sobretudo, uma planta de situação da obra, onde se devem registrar os detalhes de endereço e respectivos padrinhos. É preciso elaborar, também, um quadro onde constem os bairros, os padrinhos e suas fotos, e colocar no mural 5L. Igualmente, devem ser batizados os equipamentos e estabelecido um padrinho para cada grupo. Todo material arrumado e organizado em local certo, se torna visível e facilmente pode ser devolvido ao seu lugar após ter sido utilizado. É importante observar que a avaliação do desenvolvimento do método será feita por bairro, no canteiro de obras.

52 68 As atividades programadas em grupo devem ser iniciadas pela arrumação dos bairros. As cores devem ser utilizadas largamente, pois comunicam melhor, para pintar cada local, se possível; se não, então se devem pintar as placas e faixas, desde que o local torne-se identificável. Recomenda-se a utilização de cordas e cavaletes com fita zebrada, amarelo e preto ou vermelho, para desmarcar os locais de perigo ou que ofereçam condições inseguras. Já as áreas de movimentação de pessoas, equipamentos e materiais, podem ser demarcadas utilizando corpos de prova, cordas, cavaletes, plantinhas, pintura no chão e assim as ruas e avenidas estarão sendo definidas. Nos locais onde circulam pessoas e materiais, recomendase pintar faixas amarelas no piso com tinta esmalte sintético, indicando, assim, que aquele local não é apropriado para o estoque de materiais. As vias de circulação podem ser pavimentadas com concreto magro, ou sobras da concretagem. Esta providência facilita o deslocamento de prateleiras hidráulicas, porta palets, carrinhos, etc., por conseguinte, aumentando seu rendimento de transporte. Os locais próprios para armazenagem devem ser indicados por placas com uma figura que represente o material ali estocado. Uma corda ou cerca deve delimitar este espaço, evitando sua utilização para outros fins. As cordas de nylon, entrelaçadas por fita zebrada amarela e preta, devem ser utilizadas para demarcar as áreas a serem empregadas para a estocagem de madeira, cimbramentos, fôrmas, cimento, tambores, etc. Na central de armadura, as sobras de barras e fios de aço devem ser armazenados separados por bitola e comprimento e devem ter identificação com placas de fácil compreensão. As fitas zebradas (na cor amarelo e preta) são indicadas como sinalização para segurança e também para delimitar as áreas de desforma, estoques inevitáveis, área de circulação, entrada de guinchos, estacionamento de caminhões, etc. Após liberação de alguns espaços, é interessante destinar um deles para área de lazer e descanso, onde se possa usufruir de um cafezinho, bebedouros e jardins, e descansar a vista, o corpo e melhorar o convívio entre os operários. Japonês Termos análogos em português Adaptação para canteiro de obras SEISOU Senso de conservação e limpeza Limpeza manutenção do canteiro Com a equipe já bastante envolvida no projeto, a participação de todos é bastante importante na hora de definir os pontos de limpeza e registrá-lo fotograficamente com muita riqueza de detalhes. Recomenda-se que o serviço seja dividido em dois grupos: a) grupo 1 abrange todas as áreas de produção postos de serviços e escritórios; e b) grupo 2 abrange as demais áreas que não são de produção estoques, equipamentos, áreas de vivência. Tanto uma como outra área têm condições de se manterem limpas e organizadas, dependendo tão somente da condução e manutenção do projeto, bem como da intensidade do compromisso assumido e do grau de envolvimento de todos. Padrão de limpeza: É preciso estabelecer um padrão de limpeza e, neste aspecto, a participação de todos é importante, pois cada um traz consigo uma ideia básica sobre o assunto e, a partir das Módulo 1

53 69 informações colhidas, um único padrão deve ser fixado e seguido. Para tanto, regras e procedimentos devem ser estabelecidos. Formação das equipes de trabalho: Neste momento as equipes de execução da limpeza do canteiro serão montadas ou surgirão espontaneamente ou apenas serão confirmadas. É fator preponderante que todos os seus integrantes sejam treinados com vistas à sensibilização sobre os inimigos da limpeza. Um exercício recomendável é fazer com que exponham seu referencial de limpeza doméstica e decidam juntos quem deve limpar o que outros sujam. Na verdade, não devem existir os que sujam, os que limpam, mas todos devem limpar, zelar para manter o ambiente limpo. Ter disciplina é fundamental para a manutenção da limpeza, pois somente assim se consegue evitar o acúmulo de lixo e entulho no canteiro. Para facilitar a compreensão de todos sobre a importância do projeto, se recomenda espalhar pela obra cartazes com figuras, desenhos, etc., que representem os principais inimigos da limpeza, tais como: a) projeto indefinido, incompleto e mal elaborado; b) indefinição acerca das áreas próprias para estoques e movimentação; c) sistema de movimentação vertical/horizontal incompatível com a demanda da obra; d) sistema de estocagem irracional; e) recebimento de material de má qualidade, gerando entulho no ato da descarga; f) material pulverulento espalhado pela obra associado à chuva (lama), vento (poeira); g) trabalhador indisciplinado, gerador de entulhos; h) trabalhador indisciplinado nas áreas de convivência, gerando lixo e outras sujeiras; e, i) outras sugestões apresentadas pelas equipes. Além desses, outros inimigos poderão surgir e aí, deve pedir para que um dos operários o represente através de desenho/caricatura para que os demais façam a identificação. Recomenda-se que as fotos tiradas anteriormente, retratando situações de sujeira na obra, sejam dispostas num quadro, para que ao lado de cada uma delas, o trabalhador coloque os desenhos, figuras, caricaturas, etc. e estabeleça uma correspondência entre tal situação e o elemento que os gerou. Padrão x princípios de limpeza: Estabelecido um padrão, é claro que regras e procedimentos devem ser fixados para que o mesmo possa ser seguido. As observações dos referenciais de limpeza que cada trabalhador traz consigo são muito importantes, pois conhecendo o perfil de cada um, se torna mais fácil trabalhar as mudanças de atitudes para que estes padrões sejam realmente obedecidos. O padrinho de cada endereço deve ser estimulado a se manifestar sobre como

54 70 procederá para coordenar as ações de manutenção de limpeza do endereço. Assim como todos os trabalhadores devem compreender que a atuação desse padrinho vai depender, tão somente da mudança de atitude de cada um. Um compromisso coletivo deve ser assumido por todos. Por isso, é válido ressaltar, alguns princípios da limpeza que devem ser observados contínua e permanentemente: a) criar uma equipe de serventes exclusivamente para a limpeza dos locais que outros sujaram é contribuir para aumentar o desperdício da obra, uma vez que seu custo é bastante alto para uma atividade que não agrega valor nenhum à obra, portanto improdutiva. Logo, não se deve criar uma equipe só para manter o canteiro limpo, isso vicia os oficiais a sujarem, a desperdiçarem, e lhes permite uma situação de comodidade, pois sabem que depois tem sempre alguém que fará a limpeza da sujeira que geraram; b) não se deve premiar ou pagar tarefas a uma equipe que não consegue, no final de um dia de trabalho, entregar o local limpo, arrumado e totalmente isento de entulhos; e, c) as equipes devem ser treinadas a sempre entregarem o trabalho limpo umas às outras. A cozinha é uma das áreas de vivências que deve ter padrinhos exclusivos para limpeza e higiene. Inclusive, se a comida vier pronta, os mesmo, periodicamente, devem visitar as instalações do fornecedor, pois esta é uma forma de garantir qualidade dos alimentos, evitando suspeitas e reclamações dos usuários. Quanto aos entulhos, este é um mal que por muito ainda será figura constante em canteiros de obras de todo o País. Há casos, contudo, em que não se pode evitá-lo. Assim sendo, se deve definir uma estratégia para a coleta contínua e permanente onde cada trabalhador ou equipe, de imediato, limpe a sujeita produzida no espaço em eu esteja utilizando. Para isso, é importante também se organizar um sistema nacional de coleta e transporte desse entulho para o destino final. Uma sugestão é determinar que, diariamente, 20 minutos sejam dedicados à limpeza, por todas as equipes. No final da manhã, 10 minutos antes do intervalo para o almoço e 10 minutos antes do final da jornada de trabalho, as equipes, numa espécie de mutirão, devem promover a limpeza dos seus postos de serviços. Esta prática deve se tornar habitual e rotineira, e a motivação dos trabalhadores para a mesma é uma das incumbências do padrinho, que, além disso, definirá o melhor momento para iniciá-la. Os princípios da limpeza no canteiro de obra recomendados pelo método 5L encontram-se descritos no Quadro 12 (8) a seguir. Módulo 1

55 71 Quadro 12 (8)- Princípios da limpeza, pelo método 5L, no canteiro de obras Quem suja, limpa Quem opera, cuida O padrinho educa Cada equipe, ou trabalhador, deve se responsabilizar pela limpeza do espaço que utiliza para executar seu trabalho, assim como, em manter perfeitas condições higiênicas de uso os lugares coletivos que utiliza: banheiros, refeitórios, etc. As ferramentas da limpeza: Cada trabalhador é responsável pela limpeza das ferramentas e equipamentos que usar. Fonte: Elaborado pelo autor (2014) O padrinho é escolhido pelos trabalhadores não para fazer a limpeza, mas para educar, ou seja, disciplinar a forma de como devem ser mantidos os espaços e equipamentos utilizados por todos. As ferramentas da limpeza devem ser definidas e distribuídas segundo os endereços e os serviços a eles relacionados. As lixeiras e recipientes para entulho, assim como vassouras, baldes, pás, panos, etc. e outros produtos de limpeza, devem estar disponíveis em pontos estratégicos do canteiro, inclusive como representação das mudanças decorrentes da implantação do método. Japonês Termos análogos em português Adaptação para canteiro de obras SEIKETISU Senso de limpeza pessoal e saúde Limpeza pessoal e saúde Este é considerado um dos itens que merece maior atenção. Até agora tudo o que foi tratado foi referido ao canteiro. Até mesmo as pessoas nele inclusas foram tratadas como um dos seus componentes. Contudo, não existirá canteiro racional, limpo e organizado, se as pessoas que ali trabalham assim não o forem também. Neste aspecto, o sucesso da implantação do método, dependerá basicamente de duas definições: a) é política da empresa implementá-lo, mas os trabalhadores não têm disciplina para tal; b) é política da empresa implementá-lo, mas a administração da obra piloto não se sente devidamente preparada para isso, ou dispensa a importância que o mesmo deveria ter. Especificamente, no segundo caso, a pessoa que esteja encarregada da operacionalização do programa deve levantar, listar, apresentar e discutir com a administração da obra, as demandas dos trabalhadores, com vistas à criação de infraestrutura eficiente e adoção de providências necessárias ao atendimento das mesmas. Prováveis demandas dos trabalhadores: a) bebedouros e banheiros em quantidade suficiente para atender a todos os trabalhadores; b) dois fardamentos, no mínimo; c) graxa para as botas; d) lavanderia; e) material específico para limpeza dos EPIs; f) material para a limpeza dos alojamentos e demais áreas de vivência;

56 72 g) quantidade suficiente de papel higiênico, possibilitando sempre a reposição periódica; h) sabonetes para banho; i) utensílios de copa individuais (prato, talher, copo). Estas são apenas as mais incidentes dentre tantas outras que somente surgem quando do levantamento das reais necessidades dos trabalhadores, em conjunto. As condições e os prazos para o atendimento dessas demandas devem ser bem claros e definidos. Detalhamento das ações: a) enquanto nas situações anteriores a ação de fotografar sempre foi incentivada, nesta, ao contrário, deve ser evitada, para não gerar no trabalhador o constrangimento de se sentir observado pelos colegas; b) um padrão de higiene pessoal (aparência, asseio, etc.) e segurança do trabalhador (limpeza, conservação e utilização correta dos equipamentos de proteção individuais) deve ser estabelecido pela administração da obra, antes do envolvimento dos mesmos nesta fase, mostrando, assim, que não só no canteiro é relevante, mas, sobretudo, as pessoas que ali trabalham; c) os profissionais específicos da empresa/canteiro: engenheiro/técnico, psicólogo, assistentes sociais; médicos do trabalho e técnico de segurança do trabalho devem ser acionados por meio de cursos, palestras, oficinas, etc., sensibilizarem o trabalhador sobre a importância da limpeza pessoal para a própria saúde, tratando principalmente os seguintes aspectos: i) aparência pessoal e qualidade profissional; ii) cuidados com a higiene pessoal X saúde; iii) higiene com os alimentos X saúde; iv) conservação dos EPIs X conservação da saúde e da vida; v) cuidados especiais com a saúde X alcoolismo, tabagismo, AIDS, DST, etc. d) os trabalhadores devem ser orientados a criar os dez mandamentos do bom profissional, tendo em vista os cuidados com a saúde pessoal e a manutenção dos EPIs. Isto deve ser distribuídos pelo canteiro na forma de cartazes; e) uma sugestão para que os dez mandamentos sejam seguidos é a definição de como o trabalhador deve se apresentar para o trabalho e a adoção de uma prática rotineira e constante onde, diariamente, os dez minutos que antecedem o final da jornada de trabalho sejam dedicados à limpeza dos EPIs; e, f) porém, tudo o que foi observado acima somente surtirá o efeito esperado se o trabalhador estiver bastante motivado, ao ponto de levar para casa o que apreende na obra sobre hábitos de higiene. Recomenda-se organizar um evento envolvendo o trabalhador e sua família, onde sejam discutidos temas que abordem principalmente a relação entre hábitos de higiene X saúde pessoal. Japonês Termos análogos em português Adaptação para canteiro de obras SHITSUKE Senso de autodisciplina e verificação Lista de verificação e reconhecimento O sucesso das fases anteriores é quem vai garantir a realização desta, e, para isto, é preciso um compromisso muito forte assumido por todos envolvidos quanto à disciplina, o que é muito difícil, pois se trata de uma mudança (radical, na maioria das vezes) de hábito e a Módulo 1

57 73 probabilidade de tudo voltar a ser como antes é muito grande. Acreditar, insistir, persistir, não desistir é fundamental. Por isso metas definidas devem ser estabelecidas e controladas ao longo do processo, com vistas à avaliação do desempenho das equipes no cumprimento das mesmas, que poderá ser bom ou ruim, dependendo de como se sintam motivados. Para motivar os trabalhadores a consolidarem ou superarem os resultados obtidos, se faz necessário um reconhecimento simbólico e afetivo. Para tanto, se sugerem as seguintes ações: a) criar uma lista de controle e avaliação: Todo processo deve ser controlado e avaliado, por isso se torna imperativa a criação de uma lista de verificação de todos os itens. Esta lista pode ser aplicada em cada bairro com a orientação do padrinho. Uma lista de verificação anexa, servirá como modelo. A pontuação na avaliação dos itens deve ser feita segundo o Quadro 13 (8) abaixo: Quadro 13 (8)- Critérios de avaliação do método 5L, no canteiro de obras Pontos Conceito Situação 05 Muito ruim Não implementado. 15 Razoável Implementado, mas ainda no início, devendo evoluir bastante. 20 Bom Implementado, mas ainda deve sofrer algumas melhorias. 25 Muito bom Implementado totalmente. Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Nesta quinta fase do método 5L, avaliam-se as quatro anteriores. Cada uma das quatro fases antecedentes equivale a 25 pontos, perfazendo, portanto, um total de 100 pontos. O cálculo da nota de cada fase obtém-se a partir da soma dos pontos de cada item avaliado, dividido pela quantidade dos itens avaliados. Recomenda-se avaliar por bairro e somente quando a nota média de todos os bairros for maior do que 50 pontos é que deve mudar para a fase seguinte. b) fotografar após implementado o método: É necessário se lembrar que no início do processo foram feitas várias fotos para registrar o estado da arte do canteiro naquele momento. Agora, é preciso fotografá-lo novamente, e do mesmo ângulo, para que se possa efetivamente fazer uma comparação por meio destas fotos expostas num quadro exclusivo para tal fim. c) criar um quadro de avaliação para cada bairro: Em local estratégico em cada bairro deve ser instalado um quadro que apresente sua avaliação para a apreciação de todos, conforme Quadros 14 (8) e 15 (8) ilustrados a seguir. Quadro 14 (8)- Avaliação do método 5L no canteiro de obras por bairro

58 74 Quadro de Avaliação de Bairro Bairro: Aflitos Padrinho: Severino Martins Data: Fases Avaliadas Notas Liberação de áreas 15 Localização e arrumação 15 Limpeza e manutenção do canteiro 20 Limpeza pessoal e saúde 20 Total 70 Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Quadro 15 (8)- Evolução de notas mensais do método 5L no canteiro de obras por bairro (Aflitos) Pontos jan fev mar abr mai jun Notas Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Criar um quadro síntese da situação geral: Recomenda-se extrair da lista de verificação por bairro as notas relativas a cada um, para uma rápida avaliação e identificação sobre os que se destacam e os que apresentam algum tipo de problema. É importante salientar que a avaliação deve ser feita por bairro e não por padrinho, pois não é ele o responsável pela arrumação e limpeza de sua área. Sua função é apenas educar. O Quadro 16 (8) a seguir apresenta a síntese da situação geral por bairro. Módulo 1

59 75 Quadro 16 (8)- Avaliação geral do método 5L por bairro no canteiro de obras Pontos jan fev mar abr mai jun 21 a a a 80 Derby Curado Benfica Aflitos Apipucos Derby Curado Apipucos Benfica Aflitos Derby Curado Benfica Aflitos Apipucos Derby Curado Apipucos Benfica Curado Derby Apipuco s Benfica Derby Apipucos Curado Benfica Média Final Derby Curado Benfica Apipucos Pontos 21 a a a a 100 Aflitos Aflitos Aflitos Aflitos 81 a 100 Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Reconhecer os bairros que se destacaram: Numa reunião onde, inclusive, a direção da empresa se faça presente, o desempenho da equipe do(s) bairro(s) deve ser reconhecido, ressaltando-se a colaboração de cada trabalhador envolvido. A premiação não deve ser em dinheiro, para não mercantilizar algo que é uma obrigação fazer. Recomenda-se presentear a equipe com kits de materiais de limpeza (para levar para casa), materiais de higiene pessoal, etc. Metodologia para a implantação do método 5L no canteiro de obras: Para garantir o sucesso da implantação do método 5L no canteiro de obras, uma sequência de procedimentos deve ser seguida, tais como: a) implantar o escritório 5L no canteiro de obras: Consiste na criação de um espaço (físico ou de tempo) adequado onde se compatibilize o método às particularidades da obra; consiste ainda na indicação de um coordenador e de vários facilitadores de 5L na obra; na elaboração de um cronograma de atividades; na definição das atribuições por pessoa/equipes, sobretudo do coordenador e dos facilitadores. b) sensibilizar as pessoas: Consiste em desenvolver ações que permitam as pessoas envolvidas na obra a se importarem mais com os problemas surgidos e vivenciados diariamente no canteiro, como por exemplo: maneira incorreta de executar tarefas; atividades que levam ao desperdício de tempo e de materiais; ações irresponsáveis e situações de riscos que comprometem a segurança e saúde do trabalhador; fatores que contribuem para a improdutividade, etc. c) promover o método 5L: Consiste em fazer com que as pessoas envolvidas no canteiro de obras compreendam o nível de importância que a empresa dispensa ao método 5L, como programa de melhoria da

60 76 qualidade. Esta ação pode ser executada em dois momentos: i) com a apresentação forma do programa; e ii) envolvendo toda a empresa para a criação de concursos de emblemas, frases, lazer, etc. d) registrar as situações anteriores: Exatamente no início da implantação do programa todos os ambientes do canteiro devem ser fotografados/filmados na situação em que se encontram. O objetivo desta ação é fazer comparações futuras para avaliar o nível de evolução que o programa vai alcançando, gradativamente e, ao mesmo tempo, motivar as equipes sobre a validade do mesmo. e) educar e treinar: Para educar e treinar o pessoal do canteiro, será necessário elaborar um plano de ação e executá-lo segundo algumas etapas, a saber: a) para a elaboração do plano de treinamento e educação, é necessário um levantamento minucioso das necessidades dos trabalhadores e da própria obra; priorizar os pontos críticos onde, certamente, se bem trabalhado, o programa 5L gerará maiores resultados, tudo isso com base no prazo da obra. Observa-se que, segundo as necessidades da obra e dos trabalhadores, e do pessoal em geral, serão definidos os tipos de cursos/treinamentos e os materiais didáticos a eles associados, assim como a metodologia a ser empregada, a carga horária a ser utilizada e a definição do horário e local. b) para implementação do plano de treinamentos e educação, é importante inserir no material didático um conteúdo que contemple o histórico da empresa (fundação, ramo de atividades, filosofia utilizada, objetivos e metas); o assunto sobre desperdício (desde o âmbito nacional ate o relativo à obra) também deve ser bastante explorado, na verdade deve estar no conteúdo de todos os tópicos abordados; conceito de qualidade total (5L); produção e produtividade (conceito, utilização e a relação custo/beneficio), tudo isto num nível de compreensão ao alcance de todos. Como é sabido, a rotatividade de pessoas num canteiro de obra ainda é muito grande e isso constitui um dos fatores que certamente dificultará a implementação do método 5L. Para tanto, uma das alternativas de solução para diminuir tais dificuldades consiste em preparar uma estrutura paralela para receber os novatos e deixá-los no mesmo nível dos que estão envolvidos há mais tempo no programa de qualidade da empresa. A perfeita implementação do método 5L dependerá de vários treinamentos adequados envolvendo todos os níveis operacionais da obra. O Quadro 17 (8) ilustrado a seguir sugere uma programação para um desses treinamentos, com uma carga horária total de 40hs, onde os cincos primeiros itens devem ser ministrados logo nas duas primeiras semanas da admissão do trabalhador na empresa e, os demais em até 90 dias. Módulo 1

61 77 Quadro 17 (8)- Plano de ambientação dos trabalhadores para o método 5L no canteiro de obras Item Conteúdo C/H Função Servente Oficial Encarregado Técnico 01 A empresa histórico, estrutura, missão Plano de ação Segurança, higiene e saúde do trabalhador Programa de qualidade x Método 5L Funções por nível operacional X Papel 04 individual 06 Prática avaliatória para o trabalho X 08 análise das falhas 07 Educação para o trabalho X Regras e 04 procedimentos 08 Fundamentos e Princípios do GQT 08 CHT 40 Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Na sequência, será trabalhada a sensibilização para a implantação do método 5L no canteiro de obras, por meio de curso ministrado em 7 módulos, durante, no máximo, cinco semanas, conforme orienta o Quadro 18 (8). Recomenda-se que o momento o oportuno para o início do treinamento seja antecedido por um evento de promoção do método, envolvendo todos os níveis operacionais e técnicos da obra. Quadro 18 (8)- Programação de curso para sensibilização quanto à aplicação do método 5L no canteiro de obras Módulos Programa Semanas 01 Introdução do 5L do filme: Brasil o país do desperdício. 1ª 02 Mensagens acerca de sobrevivência e produtividade. 2ª 03 Apresentação do senso de utilização X Liberação de áreas. 3ª 04 Apresentação do senso de ordenação X Localização e arrumação. 4ª 05 Apresentação do senso de limpeza X Limpeza e manutenção do canteiro. Exibição do filme: Tá limpo. 5ª 06 Apresentação do senso de saúde X Limpeza pessoal e saúde Apresentação do senso de autodisciplina e verificação X Lista de 6ª verificação e autodisciplina. 07 Avaliação e entrega dos certificados. 7ª Fonte: Elaborado pelo autor (2014) c) a reciclagem é um elemento que deve estar bastante presente nestes treinamentos. Praticamente, ao fim de cada fase se deve organizá-la para garantir que a mudança de um novo conceito de canteiro ocorra como foi determinado pela empresa. Recomendase iniciar um programa de reciclagem imediatamente após o treinamento inicial de ambientação/sensibilização para o método. Algumas atividades referente a treinamentos/cursos: Recomendam-se treinamentos em sala de aula, para técnicos e lideres de equipe (chefes de setor, mestres e encarregados), como orienta o Quadro 19 (8) a seguir.

62 78 Módulo 1

63 79 Quadro 19 (8)- Treinamentos em sala de aula, para técnicos e lideres de equipe Local: Período: Conteúdos importantes: Escritório do GQT da obra Diariamente, por 24hs (consecutivas ou alternadas) Conceito de Qualidade Total 5l; Técnicas de Resolução de Problemas; Ferramentas da Qualidade Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Como exercício prático desse treinamento, deve-se realizar o evento Bom dia 5L, por toda a semana, em dias alternados, onde pela manhã, antes do início da jornada de trabalho da obra, os treinandos, distribuídos nos diversos postos de serviços, farão a leitura de textos de mensagens positivas, com o aval do chefe da obra; ou ainda realizarão um debate de um tema pré-estabelecido, portanto programado, onde após a explanação do tema pelo palestrante a palavra seja franqueada aos ouvintes para que participem do debate com comentários pertinentes ao tema. Esta ação tem por fim elevar a autoestima e o moral dos grupos de trabalho, desenvolvendo, assim, um ambiente de trabalho mais fraterno e harmonioso, além de melhorar a comunicação entre pessoas que fazem o canteiro da obra, que certamente passarão a opinar mais e, portanto, a contribuir mais para melhorias do ambiente e da execução dos serviços. Após a conclusão do treinamento, dentro de um prazo pré-estabelecido, os treinandos apresentarão, individualmente, ao chefe da obra uma atividade que revele se o mesmo está preparado como agente multiplicador, para dar o mesmo treinamento a sua equipe. Nesta etapa, o objetivo é avaliar o aprendizado e definir a necessidade de reforço a reciclagem. Recomenda-se que o trabalho apresentado pelos treinandos seja o plano de ação do curso que desenvolverão com suas equipes, em sala de aula ou no próprio posto de serviço. Implantando o 5S: Esta fase tem início desde o momento que a empresa expressa seu desejo em mudar os canteiros de suas obras para melhor. Consiste, em primeiro lugar, na criação de vários procedimentos para: a) planejamento de eventos estruturação, forma de divulgação, programação, etc.; b) adaptação do 5S para 5L traduzir a teoria da qualidade total com base nos 5S aplicada largamente na indústria de produção, para adaptá-lo às necessidades da peculiar indústria da construção civil; c) implementação das ações pertinentes ao método 5L (sobretudo os três primeiros L) determinação, identificação, priorização e planejamento da ordem em que os diversos setores da obra serão tratados e conduzidos. Essa implementação abrange três aspectos:

64 80 i) levantamentos dos problemas de cada área ou setor objetiva o reconhecimento da situação no estado em que se encontra e seus problemas relativos, com vistas a identificar os procedimentos adequados para melhorar a utilização dos espaços; ii) a localização de equipamentos e ferramentas de trabalho, bem como tornar eficiente o método de limpeza e organização com isto assegura o controle e a manutenção do 5L, visto que a partir destes dados se tem como estabelecer condições favoráveis para uma prática mais consciente dos conceitos 5L; e, iii) efetivar a gerência visualmente do processo em execução e implementar condições necessárias que possibilitem atitudes proativas em todos os níveis operacionais. d) acompanhamento, avaliação e controle do método por meio de auditorias, encontros, relatórios técnicos periódicos (de progresso e evolução dos resultados). Dentro dessas premissas e buscando atuar em conjunto com todo o pessoal envolvido no processo, é possível assegurar para cada área, ou setor, ou posto de serviço, condições favoráveis, tais como: a) um layout adequado que concorra para a economia de espaço, tempo e esforço; b) formas eficientes e eficazes de eliminação de sujeira e entulhos; c) materiais relacionados ao nível da operação, nas quantidades e tempo necessários; d) um planejamento dos materiais de uso constante e rotineiro, de forma que sejam estocados mais próximos dos postos de serviços; e) a substituição de movimentos do tipo arrastar/agarrar por rolar/soltar; f) um sistema de estocagem e armazenamento racional (a coisa certa no lugar certo), identificação de prateleiras, arquivos, etc.; e, g) um quadro de ferramentas e equipamentos definitivos. De natureza simples, estas ações, quando praticadas em parcerias, refletem um magnífico resultado, porque as pessoas envolvidas se sentem responsáveis pelos resultados alcançados e, assim sendo, se forem bons, elas próprias procurarão mantê-los; do contrário trabalharão, por iniciativa própria, para torná-los melhor. As ações que se relacionam com o gerenciamento visual devem ser pensadas e desenvolvidas num nível mais elaborado, sem a participação da grande maioria, visto que exigem maior conhecimento técnico. Sua utilidade diz respeito a: a) garantia da segurança dos trabalhadores, dentro dos padrões técnicos e normativos (NR-18), na execução de suas tarefas, na sua permanência em áreas de vivência e nos cuidados básicos com a sua saúde de um modo geral, etc.; e b) garantia da realização correta de tarefas, tais como: execução de traços de concreto, de argamassa, identificação/localização de materiais, ferramentas, equipamentos, organização de almoxarifado, informação sobre estoque, etc. São exemplos de ações de gerenciamento visual: cartazes alertando a transportar corretamente determinados materiais; cartazes alertando como evitar erros operacionais, de execução de tarefas; cartazes informativos, avisos, etc. Todo e qualquer processo só e completa após a fase de acompanhamento e controle. Módulo 1

65 81 Extremamente necessária, a referida fase garante, ao mesmo, a oportunidade de atualização permanente, validade e credibilidade para aplicações futuras e em outros momentos correlatos. Para sua operacionalização, recorre a alguns instrumentos, a saber: a) auditorias: Periodicamente, visitas devem ser feitas à obra por parte do coordenador geral/equipe do Programa de Qualidade da Empresa e dos dirigentes da mesma, com vistas a confirmar o compromisso assumido de implantar e manter o método 5L. A equipe de auditores deve ser composta por pessoal devidamente qualificado para esse fim e as visitas que necessitem efetuar à obra devem ser avisada com antecedência de, pelo menos, dez dias, assim como devem informar previamente os itens que serão verificados e quais critérios de avaliação serão utilizados. Vale ressaltar que a auditoria tem caráter educativo (não punitivo) e serve como elemento estimulador à competição entre as equipes de trabalho, onde a melhor terá destaque por parte da empresa. b) encontros: São eventos muito utilizados, visando à exposição de trabalhos, estudos e experiências relevantes ao desenvolvimento de determinadas áreas, processos, métodos, etc. No caso dos canteiros, devem ser realizados, pelo menos a cada três meses, com vistas à apresentação de relatos de melhoria da obra, como resultado da implantação 5L. Dependendo como forem organizados, durante esses encontros haverá apresentação de trabalhos por parte de cada equipe da obra, sobre como estão desenvolvendo determinadas atividades, consoante às diretrizes do 5L. Assim sendo, segundo os padrões para a realização desse evento, deve haver regulamento, uma data inicial e final para apresentação dos trabalhos, uma forma definida de apresentação, uma comissão avaliadora e de bonificação, que, inclusive, decidirá também os critérios de avaliação. Recomenda-se que a equipe vencedora apresente às demais em data propícia, e se a empresa está adotando procedimento igual noutras obra, deve então montar um encontro entre equipes vencedoras das diversas obras, das obras no diversos estados, e assim por diante. Até ficar com um só vencedor, por exemplo, e tudo de acordo com as exigências do regulamento e as determinações da empresa. c) relatórios técnicos periódicos (progresso e evolução dos resultados): Recomenda-se que os relatórios técnicos sejam elaborados, pelo menos, a cada dois meses, pelo escritório 5L da obra. Seu conteúdo deve contemplar os detalhes sobre o andamento do método e os resultados gradativos que estão sendo alcançados, bem como as possíveis mudanças que já estejam sendo efetuadas. Devem ser apresentados ao chefe da obra, que o conduzirá à coordenação geral de qualidade total da empresa.

66 82 Mantendo o 5L: Para manter o método 5L em franco andamento, faz necessária uma verdadeira parceria entre todos que fazem a obra, em torno de um só objetivo: a melhoria da qualidade ali praticada. Por melhores que sejam os resultados obtidos, uma série de ações deve ser desenvolvida no sentido de não permitir que tudo volte a ser como antes. E, apesar do aparente sucesso, esta é uma possibilidade que não pode ser descartada, principalmente por causa da grande rotatividade e da qualificação da mão de obra que habitam os canteiros. Portanto, para manter um programa como este, além de boa vontade, é preciso contar também com: a) liderança de qualidade todo chefe deve ser consciente do poder que tem e usá-lo com parcimônia e racionalidade. A começar pelo chefe da obra, que, detendo a liderança efetiva do processo, deve atuar, sobretudo, como facilitador do mesmo; b) padronização do 5L com qualidade passa necessariamente por estudar as diversas situações da obra, os problemas de cada área/setor/posto de serviço, aplicação das soluções apresentadas, previstas, calculadas; os resultados alcançados, determinação de referenciais de qualidade dentro da própria obra; comparações com outros referenciais no âmbito nacional, se possível; por fim, levantamento, determinação e definição dos procedimentos a serem fixados na obra/empresa, se aplicando, inclusive, aos aspectos comportamentais e as mudanças de atitudes. Tudo isso com a finalidade de mostrar, principalmente ao trabalhador, que padronizando as ações, tudo que lhe diz respeito, pelo menos no ambiente de trabalho, torna-se mais simples, mais fácil de fazer, portanto demandando menos tempo e menos esforço, podendo até se estender à sua vida particular; c) auditorias de qualidade devem ser realizadas, sempre com a mesma empresa presente, e numa frequência adequada, que não deixe as equipes estressadas, mas motivadas e sempre ativas e, que tenham, sobretudo, um caráter educativo e não punitivo, onde auditores competentes sejam capazes de disseminar no ambiente o espírito de colaboração e aconselhamento e estimule a participação de todos, mostrando que os resultados da auditoria servirão sobremaneira para retroalimentação do processo; d) reciclagens serão sempre necessárias, pois uma atualização contínua e permanente é fundamental, para conscientizar sobre a importância do 5L e dos benefícios que gera para todos. Pelo menos, de quatro em quatro meses recomenda-se realizar uma rodada de reciclagem, utilizando para tal vários recursos, tais como: gincanas, bingo, torneios, competições, etc Considerações Finais Com vistas à consolidação do método 5L, é importante que medidas preventivas e corretivas estejam sempre sendo praticadas, visando à correção das falhas durante o processo e não no final do mesmo, visto que seria desgastante demais para todos e o método acabaria caindo no descrédito. Módulo 1

67 83 A constância dos treinamentos e a renovação de seus temas são de fundamental importância para mudar definitivamente o conceito sobre o canteiro de obra. Já não cabe mais pensar no canteiro como sendo de lugar sujo, desordenado, com entulhos, sobras e até mesmo materiais espalhados por toda parte, sem nenhuma organização, cheio de profissionais desqualificados, ou seja, com um evidente alto índice de desperdício de mão de obra, de materiais e de serviços. Resumindo, concorre para manter e até aumentar o déficit habitacional do país. Felizmente, esse quadro está mudando, e o maior desafio das empresas que adotam o método 5L nos seus canteiros não está em implantá-lo, mas, sobretudo, em mantê-lo e, pra tanto, muitas ações, além de tantas já citadas, precisam ser focadas. Por exemplo: a) projetos: coordenação, modularização, compatibilização; b) materiais: qualidade na aquisição e no recebimento procedimento padrão com base em normas técnicas. c) padronização: procedimentos, materiais, atitudes, etc.; d) tecnologia de construção: capacitações, qualificações, treinamentos, cursos; e) organização e limpeza: treinamento constante é preciso. Afinal, tudo acabado, a obra terminou, a entrega foi um sucesso, é hora de descansar. Tudo bem, mas não se deve acomoda, porque amanha tudo vai começar outra vez, partindo do zero, e com muitas inovações. Outras obras se iniciarão, com todas as suas particularidades e peculiaridades, dessa vez tem, que ser bem melhor Gestão do Entulho em Canteiros de Obras A composição do entulho, encontrada na construção convencional, tem fator intimamente relacionado com a ocorrência de desperdícios. A Tabela 9 (8) a seguir expõe a ocorrência de desperdícios em alguns países. Tabela 9 (8)- Ocorrência de desperdícios na construção convencional de alguns países Materiais (% em massa) Pinto Brasil (SP) Norie Brasil (RG) Skoyles Reino Unido Hong Kong Usual em orçamentos Aço 26,19 19,07 3,6 20 Cimento 33,11 84,13 12,00 15 Concreto 1,34 13,18 6,00 11,00 5 Areia 39,02 45,76 12,00 15 Argamassa 91,25 86,68 12,00 15,00 15 Tijolos e blocos 26,94 12,73 13,00 11,00 10 Fonte: Pinto (1989 apud ZORDAN, 1997) Vale ressaltar que este desperdício implica na geração de entulho somado às perdas físicas incorporadas, ou seja, aquelas perdas que ficam na obra. Pinto (1989 apud ZORDAN, 1997) observa que o entulho produzido corresponde aproximadamente em apenas 50% da massa do material desperdiçado. Souza et al. (1999) analisam o ciclo de vida de um empreendimento, correlacionandoo com as perdas. O surgimento da parcela entulho ocorre nas fases de execução e utilização

68 84 de um empreendimento, nunca na fase de concepção, sempre somada com a perda por material incorporado, presente em todas as fases. De fato, sabe que os materiais presentes no entulho estão relacionados com o desperdício, e que são passiveis de reaproveitamento em técnicas de reciclagem, por exemplo. Em relação às perdas, ate agora a análise foi centralizada em perdas físicas. Souza observa que o desperdício físico pode não ter o mesmo significado quando analisado em termos financeiros, introduzindo o conceito de perda financeira. Diminuir o desperdício implica consequentemente em reduzir a quantidade de entulho gerada. Esta meta se torna uma necessidade no mercado da construção civil atualmente, onde nota-se um aumento de competição entre empresas e maiores exigências dos consumidores de obras de edifícios (SOUZA, 1999). Desta forma, as mudanças na organização e produção dos canteiros acontecem devido aos altos índices de desperdícios expostos no item acima e também devido à escassez de áreas urbanas para a deposição desses resíduos, o que, neste caso, eleva seu custo (ZORDAN, 1997). John (1999) acrescenta que a construção civil é o setor da economia que mais consome matérias-primas naturais. Muitos materiais naturais não existem mais em abundância ou seu processo de obtenção apresenta dificuldades e custos crescentes. Ainda, os produtos de construção civil são grandes consumidores de energia. Considerando estes fatores ambientais acima expostos, a construção civil no futuro terá em sua realidade algumas características abaixo expostas: a) custos mais elevados de sua matéria-prima devido a escassez e a necessidade de conservação energética, necessitando reduzir seus custos, minimizando o desperdício, e, se possível, reciclando-o; b) necessidade de reduzir seus volumes de entulho, devido ao aumento de preços do transportes para enterros ou centrais de moagem de entulho cada vez mais distantes, talvez reciclando os seus volumes para evitar um custo excessivo de transporte; c) necessidade de investir em proteção ao meio ambiente, como vem preconizando a norma ISSO (Gerenciamento Ambiental), tanto para a sobrevivência e marketing de sua empresa no ambiente da qualidade com seus serviços, como por exigência do mercado consumidor em relação aos seus produtos. Scardoelli (1995) observa que a busca de certificação de qualidade é importante para o setor da construção e para a empresa, pois gera benefícios na obtenção de novos contratos; e, d) necessidade de se adequar a um modelo de desenvolvimento sustentável, onde a empresa terá que satisfazer as necessidades do mercado sem comprometer a necessidades futuras. Apesar de o entulho na obra não ser um material necessário à produção, ele está diretamente envolvido com ela, sendo gastos tempos em seu transporte e necessitando de equipamentos e mecanismos para sua retirada ou reciclagem. Seu arranjo físico, bem como os métodos utilizados para sua retirada ou reciclagem, deve ser eficiente, evitando Módulo 1

69 85 transportes excessivos e não atrapalhando as demais atividades do canteiro. Scardoelli (1995) observa que a preocupação com o controle de perdas evidencia-se nas iniciativas abaixo expostas: a) presença de container para coleta de desperdício em todo o canteiro; b) distribuição de pequenas caixas de desperdício nos nadares; c) tubo coletor de polietileno para descida do entulho; d) quadro para anotação da quantidade e tipo de entulho gerado na obra; e) colocação de equipamentos de limpeza de forma visível; f) limpeza permanente pelo próprio operário; g) premiação de equipes pela qualidade da limpeza; h) separação do lixo por tipo e natureza do material. Logo, o entulho é um material presente no canteiro e seu controle e adequação ao canteiro é evidenciada quando existe controle de perdas. Desta forma, o controle de perdas leva à harmonização do arranjo do entulho no canteiro. Em estudos realizados em dez canteiros de obras na cidade do Recife, como também em São Paulo, dois foram visitados, e somente um praticava reciclagem do entulho. A Tabela 10 (8) a seguir mostra um resumo dos custos estimados por m² de construção encontrados para o caso da reciclagem e remoção e do caso de somente remoção. Tipo de obra Tabela 10 (8)- Resumo dos custos por m² de construção Custo mão de obra (m²) Custo caçambas (m²) Tempo gasto com deslocamento vertical Ganho em argamassa produzida (m²) Remove o entulho R$ 2,30 R$ 1,62 Recicla R$ 3,11 R$ 0,81 R$ 0,35 R$ 0,83 Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Considerando-se a possibilidade de a mão de obra utilizada para produzir a argamassa reciclada seja a mesma da argamassa convencional, os custos seriam os mesmos. Com a redução dos custos das caçambas e da argamassa produzida, o equipamento poderia custar até R$ 1,62/m² de construção para igualar o mesmo custo da remoção. Sendo R$ 15,00 o custo do equipamento, o uso de reciclagem em canteiros seria viável em edificações com mais de 9300 m² de construção. Não se deve se esquecer, ainda, dos elementos de apoio à reciclagem, tais como rampas de acesso ao equipamento. Devem-se agregar esses custos no estudo de viabilidade, não acrescido nesta análise. As comparações entre os sistemas de gestão do entulho fornecem subsídios para que se opta por um determinado sistema. Neste ponto de vista, o Quadro 20 (8) abaixo expõe análises de diversos sistemas levantados anteriormente.

70 86 Quadro 20 (8)- Tipos de gestão de entulho em canteiros de obras Tipos de sistemas Retirada de entulho com jericas e guincho de cabo Retirada de entulho com carrinho de entulho e guincho de cabo Retirada do entulho por duto coletor de polietileno com deposição posterior na caçamba Retirada do entulho por duto coletor de polietileno com deposição direta em caçamba Retirada do entulho por duto coletor de madeira com deposição posterior em caçamba Retirada do entulho por duto coletor de madeira com deposição direta em caçamba Tempo gasto com deslocamento horizontal no andar Alto (baixa produtividade porque tem que carregar o estoque de entulho na jerica) Médio (não tem estoque, mas tem deslocamento no nadar) Baixo (não tem estoque e o deslocamento é feito pelo oficial) Baixo Tempo gasto com deslocamento vertical Alto Alto Baixo (usa força da gravidade. Máxima capacidade de deslocamento) Baixo Tempo gasto com deslocamento horizontal no térreo Alto (baixa produtividade, devido esperas do guincho) Alto (baixa produtividade, devido esperas do guincho) Médio (não tem esperas de equipamentos) Baixo (não tem deslocamento) Baixo Baixo Médio Baixo Baixo Baixo Fonte: Elaborado pelo autor (2014) 8.10 Locação de Obras de Edifícios Considerando-se que o movimento de terra necessário para implantação do edifício tenha sido realizado e que o projeto do edifício forneça elementos suficientes, pode-se dar início à construção. O primeiro passo é passar o edifício que "está no papel" para o terreno. A esta atividade dá-se o nome de Locação do Edifício, isto é, transfere-se para o terreno o que foi projetado em escala reduzida. Existem diferentes métodos de locação, que usualmente variam em função do tipo de edifício. Fica claro que deva ser diferente locar um "shopping center" horizontal de 300x150m² de área, um edifício de múltiplos pavimentos de 20x25m² de área ou uma habitação térrea de 10x15m2 de área. As características do processo de locação em si e seus diferentes métodos serão abordados em sequência O Início do Processo de Locação A locação tem como parâmetro o projeto de localização ou de implantação do edifício. No projeto de implantação, o edifício sempre está referenciado a partir de um ponto conhecido e previamente definido. A partir deste ponto, passa-se a posicionar (locar) no solo a projeção do edifício desenhado no papel. É comum ter-se como referência os seguintes pontos: a) o alinhamento da rua; b) um poste no alinhamento do passeio; c) um ponto deixado pelo topógrafo quando da realização do controle do movimento de terra; ou Módulo 1

71 87 d) uma lateral do terreno. Para ilustrar estes referenciais, supõe-se a necessidade de implantação de uma casa térrea de área 10x15m², em um terreno de 20x40m² de área. Neste caso, no projeto de implantação deverá existir um referencial fixo a partir do qual seja possível definir o perímetro da casa e os seus recuos com relação aos limites do terreno. Este referencial poderá ser o próprio alinhamento do terreno, caso ele esteja corretamente definido, ou mesmo o alinhamento do passeio, como exemplifica a Figura 11 (8) a seguir. Figura 11 (8) - Ilustração do projeto de implantação de uma unidade habitacional Por onde iniciar a locação: Fonte: Elaborado pelo autor (2014) Nos casos em que o movimento de terra tenha sido feito, deve-se iniciar a locação pelos elementos da fundação, tais como as estacas, os tubulões, as sapatas isoladas ou corridas, entre outros. Caso contrário, a locação deverá ser iniciada pelo próprio movimento de terra. Uma vez locadas e executadas as fundações, pode ser necessária a locação das estruturas intermediárias, tais como blocos e baldrames. Os elementos são comumente demarcados pelo eixo, definindo-se posteriormente as faces, nos casos em que seja necessário, como ocorre, por exemplo, com as sapatas corridas, baldrames e alvenarias. Os cuidados com a locação dos elementos de fundação de maneira precisa e correta são fundamentais para a qualidade final do edifício, pois a execução de todo o restante do mesmo estará dependendo deste posicionamento, já que ele é a referência para a execução da estrutura, que passa a ser referência para as alvenarias e estas, por sua vez, são referências para os revestimentos. Portanto, o tempo empreendido para a correta locação dos eixos iniciais do edifício favorece uma economia geral de tempo e custo da obra. A demarcação dos pontos que irão definir o edifício no terreno é feita a partir do referencial previamente definido, considerando-se três coordenadas, sendo duas planimétricas e uma altimétrica, as quais possibilitam definir o centro ou eixo central do elemento que se vai demarcar (fundação, parede, etc.). A medição das distâncias é feita com uma trena, que pode ser de aço (comum ou tipo invar) ou de plástico armada com fibra de vidro. Existem também as trenas de pano que, no entanto, devem ser evitadas, pois se deformam sensivelmente, causando diferenças significativas nas medidas.

72 88 A coordenada altimétrica é dada pela transferência de nível de um ponto origem (referência) para o outro que se deseja demarcar. Esta operação pode ser realizada com auxílio de um aparelho de nível, com um nível de mangueira associado ao fio de prumo, régua de referência (guia de madeira ou metálica) e trena. Pode-se utilizar um teodolito para definir precisamente dois alinhamentos mestres, ortogonais entre si, sendo as demais medidas feitas com a trena. Como materializar a demarcação: A demarcação poderá ser realizada totalmente com o auxílio de aparelhos topográficos (teodolito e nível), com o auxílio de nível de mangueira, régua, fio de prumo e trena, ou ainda, um misto entre os dois, como citado anteriormente. A definição por uma ou outra técnica dependerá do porte do edifício e das condições topográficas do terreno. O processo topográfico é utilizado principalmente em obras de grande extensão ou em obras executadas com estrutura pré-fabricada (de concreto ou aço), pois, neste caso, qualquer erro pode comprometer seriamente o processo construtivo. Nos casos de edifícios de pequena extensão, construídos pelo processo tradicional, é comum o emprego dos procedimentos "manuais". Em quaisquer dos casos, porém, a materialização da demarcação exigirá um elemento auxiliar que poderá ser constituído por simples piquetes, por cavaletes ou pela tabeira (que também pode ser denominada tapume, tábua corrida ou gabarito). Estas formas de demarcação estão ilustradas na Figura 12 (8) ilustrada a seguir. Figura 12 (8)- Ilustração dos elementos auxiliadores para a locação de edifícios: (a) tabeira e (b) cavalete Fonte: (a) Lichtenstein & Glezer (s.d.); (b) IPT (1987) Módulo 1

73 89 A tabeira ou gabarito é montada com auxílio de pontaletes de madeira de 7,5x7,5cm ou 7,5x10,0cm, espaçados de 1,50 a 1,80m, nos quais são fixadas tábuas de 15 ou 20cm de largura, que servirão de suporte para as linhas que definirão os elementos demarcados, que podem ser de arame recozido nº 18 ou fio de náilon. A tabeira, devidamente nivelada, é colocada ao redor de todo o edifício a ser locado, aproximadamente 1,20m do local da construção e com altura superior ao nível do baldrame, variando de 0,4m a 1,5m acima do nível do solo. Há também quem defenda seu posicionamento de modo que fique com altura superior aos operários, para facilitar o tráfego tanto de pessoas como de equipamentos pela local da obra. A tabeira pode ser utilizada mesmo em terrenos acidentados e com grande desnível. Nestes casos é construída em patamares, como ilustra a Figura 13 (8) ilustrada a seguir. Figura 13 (8)- Ilustração da tabeira executada em diferentes níveis, acompanhando a topografia do terreno Fonte: Fabiani (1981) As linhas das coordenadas planimétricas cruzam-se definindo o ponto da locação, o qual é transferido para o solo com o auxílio do fio de prumo, cravando-se um piquete neste ponto. Para a medição das coordenadas, deve-se tomar sempre a mesma origem, trabalhando-se com cotas acumuladas para evitar a propagação de possíveis erros. Definido o alinhamento do eixo dos elementos determina-se a face, na própria tabeira, colocando-se pregos nas laterais, como ilustra a Figura 14 (8) a seguir.

74 90 Figura 14 (8)- Demarcação do eixo e das faces de um elemento a ser locado Fonte: IPT (1987) O ponto que define o eixo central dos elementos deve ser destacado por meio de pintura, para que não se confunda com os laterais. Observe-se que se a locação ocorrer pela face, sempre existirá o risco de haver confusão na obra, pois não se pode saber qual face foi locada inicialmente, de onde se iniciaram as medidas, se a espessura do revestimento foi ou não considerada. Assim, após ter sido demarcado o ponto central, deve-se locar os pontos laterais utilizando-se preferencialmente pregos menores. De modo geral é preferível que se tenha a tabeira como apoio à demarcação do que o cavalete, pois este pode se deslocar com maior facilidade, devido a batidas de equipamentos ou mesmo esbarrões, levando à ocorrência de erros na demarcação. No entanto, existem situações em que não é possível o emprego da tabeira, como é o caso da locação de edifícios cuja projeção horizontal seja muito extensa, como por exemplo o prédio da Engenharia Civil da Escola Politécnica, ou mesmo do Palácio de Convenções do Anhembi, entre outros. Nestes casos, o uso de equipamentos topográficos auxiliados por cavaletes é a solução que torna viável a demarcação. Seja qual for o método de locação empregado, é de extrema importância que ao final de cada etapa de locação sejam devidamente conferidos os eixos demarcados, procurando evitar erros nesta fase. A conferência pode ser feita com o auxílio dos equipamentos de topografia ou mesmo de maneira simples, mediante verificação do esquadro das linhas que originaram cada ponto da locação. Para isto, pode-se utilizar o princípio do triângulo retângulo (3, 4, 5), como ilustra a Figura 15 (8) a seguir. Módulo 1

75 91 Figura 15 (8) - Ilustração do método do triângulo retângulo para a conferência do esquadro entre linhas ortogonais de uma demarcação 8.11 Serviços de Movimento de Terra Fonte: IPT (1987) Os serviços ligados ao movimento de terra podem ser entendidos como um "conjunto de operações de escavação, carga, transporte, descarga, compactação e acabamentos executados a fim de passar-se de um terreno no estado natural para uma nova conformação topográfica desejada" (CARDÃO, 1969). Muitas vezes, este serviço está associado ao de contenção da escavação, uma vez que, ao se realizar uma escavação, o solo remanescente precisará ser contido, a fim de que não se comprometam as regiões vizinhas A Importância do Movimento de Terra nas Obras de Edifícios A importância desta atividade no contexto da execução de edifícios convencionais decorre principalmente do volume de recursos humanos, tecnológicos e econômicos envolvidos. A título de ilustração, tomem-se as seguintes situações: a) necessidade de terraplenagem em um terreno de dimensões 20x50m, com apenas 1% de declividade; b) o mesmo terreno descrito em "a", com a necessidade de escavação de dois subsolos, com 800m² de área cada um. Na primeira situação, apesar de aparentemente tratar-se de pouco trabalho, serão movimentados 250m 3 de solo compactado, os quais, considerando-se um fator de empolamento de 1,59 (argila compactada para solta), serão transformados em aproximadamente 400m³, o que exigirá cerca de 70 caminhões (com capacidade de 6,0m 3 ) para a sua completa remoção, ou seja, pelo menos dois dias de trabalho contínuo. No segundo caso, a situação é mais crítica, pois, considerando-se um pé-direito de 3,0m para cada subsolo, deverá ser feita uma escavação de aproximadamente 4800m³, os quais, considerando-se as mesmas características do solo anterior, resultarão num movimento de terra da ordem de 7600m 3 de solo, o que exigirá a retirada de 1300 caminhões (de 6,0m³) a ser realizada em pelo menos 25 dias úteis de trabalho, ou seja, desconsiderando-se os dias de chuva e aqueles necessários aos serviços de execução das contenções e drenagem. A respeito do empolamento do solo escavado, observem-se as recomendações

76 92 descritas na Tabela 11 (8) a seguir. Tabela 11 (8)- Recomendações para o empolamento do solo escavado Tipo do Solo Estado do Solo Fator de Empolamento Areia Natural 1,00 1,11 0,95 Solta 0,90 1,00 0,86 Compacta 1,05 1,17 1,00 Argila Natural 1,00 1,43 0,90 Solta 0,70 1,00 0,63 Compacta 1,11 1,59 1,00 Estado do Solo Natural Solta Compacta Fonte: Fabiani (1981) Em sendo uma das primeiras etapas que comumente ocorre na obra, como ilustra o fluxograma da Figura 16 (8), acaba fazendo parte do caminho crítico, devendo ser uma atividade adequadamente projetada para que não origine atrasos no cronograma final. Figura 16 (8)- Fluxograma das atividades de serviços preliminares de obra de edifícios Alvará de demolição Demolição Sondagem Movimento da terra Implantação do canteiro Obra Fonte: IPT (1987) Observa-se que a etapa de movimento de terra pode se estender desde a retirada de entulho de demolição, envolvendo ainda o desmatamento e o destocamento, até a limpeza do terreno, retirando-se a camada superficial, dando condições para o prosseguimento das atividades de movimento de terra propriamente ditas. Apesar do fluxograma proposto pela figura acima, o momento da obra em que ocorre o movimento de terra pode ser variável. Depende, muitas vezes, das características de execução das fundações e do próprio cronograma de desenvolvimento do empreendimento. Pode ser necessário executar as fundações antes de se escavar o terreno (principalmente quando se trabalha com grandes equipamentos, para facilitar sua entrada e retirada). Ao contrário, quando se trata de fundações feitas manualmente, como sapatas ou tubulões a céu aberto, por exemplo, é conveniente que se faça o movimento de terra antes, para facilitar a execução destes tipos de fundação. O momento mais conveniente para a realização do movimento de terra deve ser cuidadosamente estudado em função das demais atividades de início da obra e do cronograma de execução dos serviços como um todo. Módulo 1

77 93 Uma vez definido quando realizar o movimento de terra, é preciso definir como executá-lo, e para isto devem-se considerar alguns fatores que interferem no projeto do movimento de terra, tais como: a) alvará de demolição; b) demolição; c) sondagem; d) movimento de terra; e, e) implantação do canteiro obra. f) Fatores que Influenciam o Projeto do Movimento de Terra Apresentam-se a seguir os fatores que influenciam o projeto de movimento de terra. Sondagem do terreno: A sondagem proporciona valiosos subsídios sobre a natureza do terreno que irá receber a edificação, como: características do solo, espessuras das camadas, posição do nível da água, além de prover informações sobre o tipo de equipamento a ser utilizado para a escavação e retirada do solo, bem como ajuda a definir qual o tipo de fundação que melhor se adaptará ao terreno de acordo com as características da estrutura. Além disso, por meio dos dados da sondagem é possível identificar, quando necessário, o tipo de contenção mais adequada, que poderá ser desde um simples talude até mesmo a execução de uma parede diafragma. O tipo de sondagem a ser utilizada é escolhido em função do vulto e das características da edificação que será implantada no terreno e das características deste. As sondagens comumente utilizadas na construção de edifícios são as Sondagens de Reconhecimento, que podem ser feitas utilizando-se o Método de Percussão com Circulação de Água ou "Standard Penetration Test", sendo este o mais amplamente usado pois é um método rápido, econômico e aplicável à maioria dos solos (exceto pedregulho). O número de sondagens a ser realizadas num terreno, sua localização em planta, bem como a profundidade a ser explorada para o caso de Sondagem de Reconhecimento está definido na NB-12/79 (NBR 8036). "Na hipótese de ocorrência, nas fundações, de cargas muito divergentes ou de grandes cargas concentradas, será obrigatória a execução de um maior número de sondagens nas áreas mais carregadas, bem como a retirada de amostras significativas para ensaio de laboratório" (GUEDES, 1994). Os resultados dos serviços de sondagem são acompanhados de relatórios com as seguintes informações (CAPOTO, 1988): a) planta de situação dos furos; b) perfil de cada sondagem com as cotas de onde foram retiradas as amostras; c) classificação das diversas camadas e os ensaios que as permitiram classificar; d) níveis do terreno e dos diversos lençóis de água, indicando as respectivas pressões; e) resistência à penetração do barrilete amostrador. As Figuras 17 e 18 (8) a seguir ilustram, respectivamente, a identificação dos pontos

78 94 onde deverão ser feitas as sondagens no terreno e o perfil de cada sondagem com as cotas de onde foram retiradas as amostradas. Figura 17 (8)- Planta de identificação dos pontos onde deverão ser feitas as sondagens no terreno Fonte: Capoto (1988) Figura 18 (8)- Perfil geotécnico com base nas sondagens Cota de fundo da escavação: Fonte: Rosa; Danziger; Carvalho (2012) É um parâmetro de projeto, pois define em que momento deve-se parar a escavação do terreno. Para isto, é preciso conhecer: a cota do pavimento mais baixo; o tipo de fundação a ser utilizado; e ainda, as características das estruturas de transmissão de cargas do edifício para as fundações, tais como os blocos e as vigas baldrames. Módulo 1

79 95 Concepção da sequência executiva do edifício: Recomenda-se a concepção da sequencia executiva do edifício para que se possam definir as frentes de trabalho para a realização das escavações e para a execução das contenções. Níveis da vizinhança: Esta informação, aliada à sondagem do terreno, permite identificar o nível de interferência do movimento de terra com as construções vizinhas e ainda as possíveis contenções a serem utilizadas. Projeto do canteiro: Devem-se compatibilizar as necessidades do canteiro (posição de rampas de acesso, instalação de alojamentos, sanitários, etc.) com as necessidades da escavação (posição de taludes, rampas, entrada de equipamentos, entre outros.) Tipos de Movimento de Terra Ao ser necessário um movimento de terra, é possível que se tenha uma das seguintes situações: a) corte; b) aterro ou c) corte + aterro. A situação "a" geralmente é a mais desejável, uma vez que minimiza os possíveis problemas de recalque que o edifício possa vir a sofrer. Nos casos em que seja necessária a execução de aterros, deve-se tomar cuidado com a compactação do terreno. Quando o nível de exigência da compactação é baixo, isto é, não é fundamental para o desempenho estrutural do edifício, é possível utilizarem-se pequenos equipamentos, tais como os "sapos mecânicos", os soquetes manuais, ou ainda, os próprios equipamentos de escavação (devido, sobretudo, ao seu peso). Quando o nível de exigência é maior, devem-se procurar equipamentos específicos de compactação, tais como os rolos compactadores lisos e pé-de-carneiro Equipamentos Usualmente Empregados na Escavação Podem-se empregar equipamentos manuais ou mecânicos. Os manuais, constituídos, sobretudo, pelas pás, enxadas e picaretas, são empregados quando se tem pequeno volume de solo a ser movimentado (até 100m 3 ). Para volumes superiores, recomenda-se a utilização de equipamentos mecânicos que permitem maior produtividade, dentre os quais se destacam, para uso em escavações de edifícios: a) pá-carregadeira (sobre pneus, sobre esteiras); b) escavadeiras; c) escavo-carregadeira;

80 96 d) retroescavadeira; e) clam-shell; f) bob-cat (pá-carregadeira de pequeno porte). Para a retirada do solo do local da obra, são utilizadas as unidades de transporte, comumente os caminhões basculantes, cuja capacidade da caçamba é bastante variável, sendo as mais comuns as de 5,0 a 7,0m Sistemas de Contratação dos Serviços A contratação dos serviços de movimento de terra pode se dar por: empreitada global; aluguel de equipamentos; ou empreitada por viagem. Empreitada global: Na empreitada global, contrata-se uma empresa especializada neste tipo de serviço, a qual é remunerada pelo todo, isto é, pelo conjunto total dos serviços (escavação e retirada do material). Para este tipo de contratação, é necessário que se faça uma avaliação do volume de solo a ser escavado. E para isto, é necessário que se tenham os dados da topografia do terreno; a cota do fundo da escavação; e que se conheça o tipo de solo, para que se saiba o fator de empolamento, conforme ilustrado na Tabela 12 (8) a seguir. Tabela 12 (8)- Exemplos da influência do fator de empolamento Tipo de Solo Estado do Solo Fator de Empolamento Areia Natural 1,00 1,11 0,95 Solta 0,90 1,00 0,86 Compacta 1,05 1,17 1,00 Argila Natural 1,00 1,43 0,90 Solta 0,70 1,00 0,63 Compacta 1,11 1,59 1,00 Estado Do Solo Natural Solta Compacta Fonte: Fabiani (1981) Seja qual for o tipo de solo, é necessário que se tenha cuidado com a retirada do material, pois o empreiteiro, de modo geral, busca retirar maior volume possível por caminhão, o que pode gerar sujeira na vizinhança e, em consequência, ter a obra multada. Cabe observar que neste tipo de contratação paga-se o risco do empreiteiro, isto é, no preço contratado está embutido um risco devido aos dias parados em função de possíveis chuvas, maior volume de solo pela imprecisão do fator de empolamento, entre outros. Aluguel de equipamentos: Neste tipo de contratação, paga-se a máquina de escavação por hora e os caminhões para a retirada do solo, por viagem. Nesta contratação, existe a dificuldade de controle da duração dos serviços. De modo geral, o serviço ocorre de maneira lenta, uma vez que ganhando por hora os operadores não têm pressa. Além disto, é necessário que o volume dos caminhões seja controlado, pois é comum haver o interesse de se levar menos material do Módulo 1

81 97 que a capacidade do caminhão, para que se façam mais viagens. Empreitada por viagem: Neste caso, a remuneração pelo serviço é feita por caminhão retirado (volume retirado), estando o aluguel da máquina incluso no preço da viagem. Também neste tipo de contrato deve-se tomar cuidado com os caminhões mal cheios, havendo a necessidade de se registrar o número de viagens. Observa-se que em quaisquer dos tipos de contratação o empreiteiro é responsável por providenciar um "bota-fora" para a remoção do solo Dimensionamento dos Serviços O dimensionamento do número de máquinas a ser empregadas para a execução dos serviços é função do espaço disponível no terreno. Por exemplo, em terrenos com até 1500m 2, não há espaço para mais de uma máquina de escavação. O dimensionamento da frota de caminhões, por sua vez, depende: a) do número de máquinas trabalhando, preferencialmente sem folga; b) da produtividade da máquina; c) do tempo de ciclo do caminhão, que é função do local do "bota-fora", do horário de realização do serviço (principalmente em cidades de grande movimento) e do tráfego existente. O número ideal de caminhões deve ser tal que a máquina de escavação não permaneça parada e, também, de modo que não haja caminhões esperando na fila Controle do Serviço Devem ser controladas as seguintes atividades: a) cota do fundo da escavação, que pode ser feita por meio de teodolito ou mangueira, com o auxílio de estacas ou piquetes; e b) inclinação dos taludes, feita por meio de gabaritos Contenções da Vizinhança Há a necessidade de contenções sempre que a escavação implicar em risco de perda de estabilidade do terreno. Os principais tipos de contenções utilizadas em edifícios são: a) taludes; b) perfis metálicos + pranchões de madeira; c) misto (taludes associados a perfis metálicos + pranchões); e d) paredes diafragma Drenagem e Esgotamento de Lençol Há a necessidade de drenagem sempre que o lençol freático estiver localizado em cota tal que interfira com as atividades de escavação e contenções. Neste caso, deve-se utilizar

82 98 uma técnica de drenagem ou esgotamento adequada à intensidade e tipo de interferência. Os sistemas mais usuais de esgotamento da água presente no terreno são feitos a partir de bombeamento direto e ponteiras filtrantes Fundações A fundação é o alicerce, o que segura a obra no lugar. Ela pode ser feita de diversos tipos de materiais e, dependendo do tipo de terreno encontrado no local das obras, adotamse tipos diferentes de fundação Fundações Rasas Em teoria, sapatas, blocos e radiers são os elementos de fundação mais simples de projetar e executar, mas não é bem assim. Apoiados a pequenas profundidades em relação ao nível do solo, certos tipos de fundação requerem pouca escavação e consumo moderado de concreto para execução das peças. Apesar disso a suposta simplicidade dos blocos e sapatas, é preciso cuidado ao projetar e executar esses elementos que são à base da estrutura. Como usam camadas superficiais do subsolo para transferir as cargas da construção, as fundações rasas estão mais suscetíveis a mudanças na composição do solo do que as profundas. Além disso, as sondagens não varrem todo o terreno, podendo ocorrer alterações superficiais não detectadas. "Não se pode menosprezar o risco", afirma o projetista de fundações Daniel Rozenbaum, da Fundacta. "Só dá para saber exatamente o que estará abaixo de uma sapata na hora de executá-la." É importante lembrar que, se o solo não for adequado, não adianta mudar as características da peça - por exemplo, aumentar a resistência do concreto. "O que condiciona o desempenho da fundação é a resistência do solo, que é, no final das contas, o elo fraco do sistema", diz Waldemar Hachich, professor da Poli-USP e presidente de ABMS (Associação Brasileira de Mecânica de Solos). Por isso, no caso de sapatas, a liberação da concretagem de cada elemento deve ser feita pelo projetista/consultor das fundações. Caiu por terra o conceito de que todas as sapatas devem receber a mesma pressão, muito comum no meio técnico algumas décadas atrás. "O que deve ser uniforme é o desempenho da edificação, não as cargas sobre cada sapata", comenta Hachich, em entrevista à Revista Téchne (3/22/12). Ainda na fase de projeto, o contato entre projetista de fundações e estruturas deve ser constante. Afinal, não dá para dissociar os funcionamentos da infra e da superestrutura. Outro motivo é a possibilidade de nem todas as sapatas terem a mesma profundidade. Se uma peça estiver mais profunda que as demais, o pilar deverá ser mais esbelto. A possível mudança na flambagem do pilar deve ser considerada no projeto estrutural. Os cuidados não devem se limitar ao projeto, mas também à execução. Alguns são de ordem estritamente prática ou econômica, como o formato retangular e piramidal para a sapata em pontos que não apresentem nenhuma limitação de espaço. O principal motivo é a redução no consumo de concreto, pois, ao contrário de uma sapata com altura regular, não haveria subaproveitamento do material. Além disso, sapatas em outros formatos, como arredondado ou escalonado, costumam exigir mais trabalhos com fôrmas. Um cuidado importante é o de garantir que a umidade do solo não atacará a armadura da sapata. Para isso, é feito um lastro de 5cm de concreto magro sob a sapata. Outro cuidado é manter o fundo da vala limpo, sem Módulo 1

83 99 lama ou materiais soltos. "Como a sapata espraia as tensões de toda a estrutura para o solo, um concreto com problemas pode prejudicar o desempenho de todo o sistema", explica Rozenbaum. Dependendo das dimensões da sapata e da especificação do concreto, pode ser necessário colocar gelo na mistura, evitando elevação de temperatura em excesso durante a hidratação e a consequente fissuração da peça. Alicerces: Os alicerces são muito utilizados em edificações de pequenas cargas, como sobrados. São constituídos de concreto não-armado ou alvenaria e trabalham principalmente à compressão (ao contrário das sapatas, que resistem à tração). Na execução, deve-se fazer uma cinta de amarração, conforme ilustra a Figura 19 (8), para absorver esforços acidentais e distribuir as cargas, que normalmente são impermeabilizadas com camada de argamassa com hidrofugante e pintura com emulsão asfáltica para evitar a ascensão capilar de umidade. Figura 19 (8)- Cinta de amarração do alicerce Sapatas alavancadas: Fonte: Elaborada pelo autor (2014) Caso o projeto preveja uma sapata em divisa de terreno ou com algum obstáculo, a peça não consegue ter o centro de gravidade e o centro de cargas coincidentes. Para compensar a excentricidade das cargas, é necessário transferir parte dos esforços para uma sapata próxima por meio de uma viga alavancada. Radier: Trata-se de uma laje que recebe cargas de todos os pilares. Por consumir um volume de concreto relativamente alto, é mais viável em obras com grande concentração de cargas. Deve resistir aos esforços diferenciados de cada pilar, além de suportar eventuais pressões do lençol freático. O consumo de concreto pode ser diminuído com o emprego de protensão. Sapatas corridas: Recebem as cargas direto das paredes. A transferência de carga é feita linearmente.

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