Disciplina: Anatomia e Fisiologia dos Animais Domésticos/ Curso de Agronomia/ UFC/ 2008 Professora Ana Cláudia Campos ENDOCRINOLOGIA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Disciplina: Anatomia e Fisiologia dos Animais Domésticos/ Curso de Agronomia/ UFC/ 2008 Professora Ana Cláudia Campos ENDOCRINOLOGIA"

Transcrição

1 Disciplina: Anatomia e Fisiologia dos Animais Domésticos/ Curso de Agronomia/ UFC/ 2008 Professora Ana Cláudia Campos ENDOCRINOLOGIA As funções do organismo são reguladas por dois grandes sistemas de controle: (1) o sistema nervoso, que já foi estudado, e (2) o sistema hormonal ou endócrino. Em geral, o sistema hormonal está relacionado principalmente ao controle das diferentes funções metabólicas do organismo, como o controle da velocidade das reações químicas nas células ou o transporte de substâncias através das membranas celulares ou outros aspectos do metabolismo celular, como crescimento e secreção. Alguns efeitos hormonais ocorrem em questão de segundos, enquanto outros necessitam de vários dias para se manifestar, embora persistam por semanas, meses ou até mesmo anos. Existem muitas inter-relações entre o sistema hormonal e o sistema nervoso. Por exemplo, pelo menos duas glândulas secretam seus hormônios quase exclusivamente em resposta a estímulos neurais apropriados: a medula adrenal e a hipófise. Por sua vez, os diferentes hormônios hipofisários controlam a secreção da maioria das outras glândulas endócrinas, como veremos nos próximos adiante. NATUREZA DO HORMÔNIO O hormônio é uma substância química que é secretada para os líquidos corporais por uma célula ou por um grupo de células que exerce efeito de controle fisiológico sobre outras células do organismo. Alguns são hormônios locais, enquanto outros são hormônios gerais. Dentre os exemplos de hormônios locais destacam-se a secretina, que é liberada pela parede duodenal e transportada pelo sangue até o pâncreas, onde provoca secreção pancreática aquosa; a colecistocinina, liberada pelo intestino delgado e transportada até a vesícula biliar, onde provoca sua contração, e até o pâncreas, onde induz a secreção de enzimas; e muitos outros. Obviamente, esses hormônios exercem efeitos locais específicos, daí a sua denominação de hormônios locais. A maioria dos hormônios gerais é secretada por glândulas endócrinas específicas. Dois exemplos de hormônios gerais com os quais já estamos familiarizados são a epinefrina (adrenalina) e a norepinefrina (noradrenalina) ambas secretadas pela medula adrenal em resposta à estimulação simpática. Esses hormônios são transportados pelo sangue para todas as partes do organismo e induzem muitas reações diferentes, em particular a constrição dos vasos sanguíneos e a elevação da pressão arterial. Alguns hormônios gerais afetam todas ou quase todas as células do organismo; como exemplo, podemos citar o hormônio do crescimento do lobo anterior da hipófise, que induz o crescimento de todas ou de quase todas as partes do organismo, e o hormônio tireóideo da glândula tireóide, que aumenta a velocidade da maioria das reações químicas em quase todas as células do corpo. Todavia, outros hormônios só afetam tecidos específicos, denominados tecidosalvo por serem os únicos a possuir os receptores específicos que irão fixar os respectivos hormônios, a fim de iniciar suas ações. Assim, por exemplo, a adrenocorticotropina (ACTH) do lobo anterior da hipófise estimula especificamente o córtex adrenal, ocasionando a secreção dos hormônios córtico-adrenais, enquanto os hormônios ovarianos exercem efeitos específicos sobre os órgãos sexuais femininos, bem como sobre as características sexuais secundárias da fêmea. HIPÓFISE E O CONTROLE HIPOTALÂMICO Do ponto de vista fisiológico, a hipófise pode ser dividida em duas partes distintas: o lobo anterior da hipófise, também conhecido como adeno-hipófise, e o lobo posterior da hipófise, também denominado neuro-hipófise. Entre essas duas partes, 1

2 existe uma pequena zona relativamente avascular, denominada parte intermédia, quase ausente no homem e nos animais domésticos, mas que é muito maior e mais funcional em alguns animais inferiores (anfíbios e répteis). Embriologicamente, as duas porções da hipófise originam-se de diferentes fontes: o lobo anterior da hipófise deriva da bolsa de Rathke, uma invaginação embrionária do epitélio da faringe, enquanto o lobo inferior origina-se de uma evaginação do hipotálamo. A origem do lobo anterior da hipófise a partir do epitélio faríngeo explica a natureza epitelóide de suas células, enquanto a origem do lobo posterior a partir de tecido neural explica a presença de grande número de célula de tipo glial nessa glândula. O lobo anterior da hipófise secreta seis hormônios muito importantes, além de vários outros de menor importância, enquanto o lobo posterior libera dois hormônios importantes. Os hormônios da adeno-hipófise desempenham papéis relevantes no controle das funções metabólicas em todo organismo. (1) O hormônio do crescimento (GH) promove o crescimento do animal ao afetar a síntese de proteínas, bem como a multiplicação e a diferenciação celulares, (2) A corticotropina (ACTH) controla a secreção de alguns hormônios córticoadrenais, que, por sua vez, afetam o metabolismo da glicose, das proteínas e gorduras, (3) O hormônio tíreo-estimulante (tireotropina ou TSH) controla a velocidade de secreção de tiroxina pela glândula tireóide, e, por sua vez, a tiroxina controla a velocidade da maioria das reações químicas em todo o organismo, (4) A prolactina (PRL) promove o desenvolvimento da glândula mamaria e a produção de leite. Por fim, dois hormônios gonadotrópicos distintos: (5) o hormônio folículo-estimulante (FSH) e (6) o hormônio luteinizante (LH) que controlam o crescimento das gônadas, bem como as suas atividades reprodutivas. Os dois hormônios secretados pela neuro-hipófise desempenham outros papéis. (1) O hormônio antidiurético (também denominado vasopressina ou ADH) controla a excreção de água na urina e, dessa maneira, ajuda a controlar a concentração de água nos líquidos corporais. (2) A ocitocina (a) ajuda a liberar o leite das glândulas da mama para os mamilos durante a sucção e (b) possivelmente, participa do parto ao final da gravidez. Controle hipotalâmico da hipófise Quase todas as secreções da hipófise são controladas por sinais hormonais ou nervosos provenientes do hipotálamo. Com efeito, quando se remove a hipófise de sua posição normal sob o hipotálamo, transplantando-a para alguma outra parte do corpo, a velocidade de secreção de seus diferentes hormônios (à exceção da prolactina) cai para níveis muito baixos, atingindo zero no caso de alguns hormônios. A secreção do lobo posterior da hipófise é controlada por sinais nervosos que se originam no hipotálamo e terminam na neuro-hipófise. Em contraste, a secreção pelo lobo anterior da hipófise é controlada por hormônios denominados hormônios (ou fatores) hipotalâmicos de liberação ou inibição secretados pelo próprio hipotálamo e, posteriormente, transportados até a adeno-hipófise por meio de pequenos vasos sanguíneos, conhecidos como vasos parta hipotalâmico-hipofisários. Na adenohipófise, esses hormônios de liberação e inibição atuam sobre as células glandulares, controlando sua secreção. O hipotálamo, por sua vez, recebe sinais de quase todas as fontes possíveis do sistema nervoso. Assim, quando o indivíduo é exposto à dor, parte 2

3 do sinal doloroso é transmitido para o hipotálamo. De forma semelhante, quando uma pessoa tem algum pensamento depressivo ou excitatório forte, parte do sinal é transmitido para o hipotálamo. Os estímulos olfativos, que denotam odores agradáveis ou desagradáveis, transmitem fortes sinais para o hipotálamo, quer diretamente ou por meio dos núcleos amigdalóides. Mesmo as concentrações de nutrientes, eletrólitos, água e vários hormônios excitam ou inibem várias porções do hipotálamo. Por conseguinte, o hipotálamo é um centro coletor da informação relacionada com o bem-estar interno do organismo; por sua vez, grande parte dessa informação é utilizada no controle das secreções dos numerosos hormônios hipofisários importantes. Os hormônios (ou fatores) hipotalâmicos de liberação e de inibição de maior importância incluem: 1. O hormônio de liberação do hormônio tireo-estimulante (TRH), que ocasiona a liberação do hormônio tireo-estimulante. 2. O hormônio de liberação da corticotropina (CRH), que induz a liberação de adrenocorticotropina. 3. O hormônio de liberação do hormônio do crescimento (GHRH), que promove a liberação do hormônio do crescimento, e o hormônio de inibição do hormônio do crescimento (GHIH), que é idêntico ao hormônio somatostatina e que inibe a liberação do crescimento. 4. Hormônio de liberação das gonadotropinas (GnRH), que, causa a liberação dos dois hormônios gonadotrópicos, hormônio luteinizante e hormônio folículo-estimulante. 5. Fator de inibição da prolactina (PIF), que causa inibição da secreção de prolactina. Além desses hormônios hipotalâmicos de maior importância, existe outro que provavelmente estimula a secreção de prolactina, além de vários outros hormônios que possivelmente inibem alguns dos outros hormônios adeno-hipofisários. FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (ADENO HIPÓFISE OU LOBO ANTERIOR) Com exceção do hormônio do crescimento (GH), todos os principais hormônios da adeno-hipófise exercem seus efeitos principais ao estimular certas glândulas-alvo - a glândula tireóide, o córtex adrenal, os ovários, os testículos e as glândulas mamarias. As funções de cada um desses hormônios hipofisários estão intimamente relacionadas com as das respectivas glândulas-alvo que, à exceção do hormônio do crescimento, ao contrário dos demais hormônios, não atua por meio de uma glândulaalvo, mas exerce seus efeitos sobre todos ou quase todos os tecidos do organismo. O hormônio do crescimento (GH), também denominado hormônio somatotrópico (STH), ou somatotropina, promove o crescimento de quase todos os tecidos do organismo que têm capacidade de crescer. Atua também no sentido de aumentar o tamanho das células e o número de mitoses, com formação de número aumentado de células; além disso, está envolvido na diferenciação específica de certos tipos de células, como as células de crescimento ósseo e as células musculares no estágio inicial da maturação. EFEITOS METABÓLICOS DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Além de seu efeito geral sobre a estimulação do crescimento, o hormônio do crescimento também exerce numerosos efeitos metabólicos específicos, incluindo, em particular: (1) aumento da velocidade da síntese protéica em todas as células do organismo; 3

4 O hormônio do crescimento aumenta quase todos os processos relacionados à captação de aminoácidos e síntese de proteínas pelas células, reduzindo, ao mesmo tempo, a degradação de proteínas. (2) maior mobilização dos ácidos graxos do tecido adiposo e aumento da utilização dos ácidos graxos para produção de energia; O hormônio do crescimento possui o efeito específico de induzir a liberação de ácidos graxos do tecido adiposo, com o conseqüente aumento da concentração de ácidos graxos nos líquidos corporais. Além disso, nos tecidos de todo o organismo, ele aumenta a conversão de ácidos graxos em acetil coenzima A (acetil-coa), que é posteriormente utilizada para a produção de energia. Por conseguinte, sob a influência do hormônio do crescimento, a gordura é utilizada em lugar dos carboidratos e das proteínas para o suprimento de energia. Alguns pesquisadores consideraram ser esse efeito do hormônio do crescimento sobre a mobilização de gordura uma de suas mais importantes funções, e também consideraram o efeito poupador de proteínas como um fator fundamental para promover a deposição de proteína e o crescimento. (3) redução da velocidade de utilização da glicose em todo o organismo. Este mecanismo é desconhecido. Assim, portanto, o hormônio do crescimento aumenta as proteínas corporais, utiliza as reservas de gordura e conserva os carboidratos. ESTIMULAÇÃO DO CRESCIMENTO DA CARTILAGEM E DO OSSO Apesar de o hormônio do crescimento estimular a deposição aumentada de proteínas, e o crescimento em quase todos os tecidos do organismo, seu efeito mais evidente consiste em promover o crescimento do esqueleto. Essa ação decorre de múltiplos efeitos do hormônio do crescimento sobre o osso, incluindo (1) aumento da deposição de proteínas pelas células condrocíticas e osteogênicas que promovem o crescimento do osso, (2) aumento da velocidade de reprodução dessas células, e (3) efeito específico de converter os condrócitos em células osteogênicas, causando, assim, deposição específica de novo osso. Existem dois mecanismos principais para o crescimento ósseo. No primeiro, os ossos longos aumentam de comprimento nas cartilagens epifisárias, onde as epífises nas extremidades do osso estão separadas da diáfise. Esse crescimento ocasiona a deposição de nova cartilagem, que é, então, convertida em novo osso, com o conseqüente alongamento da diáfise empurrando as epífises para mais longe. Todavia, ao mesmo tempo, a própria cartilagem epifisária é progressivamente utilizada, de modo que, ao final do período da puberdade não mais existe cartilagem epifisária para promover maior crescimento do osso. Nesse estágio, ocorre fusão óssea entre a diáfise e a epífise de cada extremidade, impedindo, assim, qualquer crescimento posterior do osso longo. O hormônio do crescimento estimula todos esses processos de crescimento da cartilagem epifisária e dos ossos longos. Todavia, após a união das epífises com a diáfise, o hormônio do crescimento perde sua capacidade de alongar os ossos. No segundo mecanismo de crescimento ósseo, os osteoblastos no periósteo ósseo e em algumas cavidades ósseas depositam novo osso sobre a superfície do osso mais velho. Simultaneamente, os osteoclastos no osso removem o osso velho. Quando a velocidade de deposição é maior do que a de reabsorção, a espessura do osso aumenta. O hormônio do crescimento estimula acentuadamente os osteoblastos. Por conseguinte, o osso pode continuar a aumentar de espessura durante toda a vida sob a influência do hormônio do crescimento. Esse processo se aplica especialmente aos ossos 4

5 membranosos. Por exemplo, os ossos da mandíbula podem ser estimulados a crescer mesmo depois da puberdade, causando protrusão do queixo e dos dentes inferiores. De forma semelhante, os ossos do crânio continuam a aumentar de espessura, resultando também em protrusões ósseas sobre os olhos. O HORMÔNIO DO CRESCIMENTO EXERCE GRANDE PARTE DE SEUS EFEITOS TRAVÉS DE SUBSTÂNCIAS INTERMEDIÁRIAS DENOMINADAS SOMATOMEDINAS Para resumir, verificou-se que o hormônio do crescimento estimula o fígado (e, em menor grau, outros tecidos) a formar diversas proteínas pequenas, denominadas somatomedinas, que, por sua vez, possuem o efeito muito poderoso de aumentar todos os aspectos de crescimento ósseo. Foram isoladas pelo menos quatro somatomedinas diferentes, mas sem dúvida alguma, a mais importante é a somatomedina-c. Em condições normais, a concentração de somatomedina- C no plasma acompanha estreitamente a velocidade de secreção de hormônio do crescimento. Em humanos constatou-se que os pigmeus da África têm incapacidade congênita de sintetizar quantidades significativas de somatomedina-c. Por conseguinte, embora suas concentrações plasmáticas de hormônio do crescimento estejam normais ou elevadas, existem quantidades diminuídas de somatomedina-c no plasma, explicando aparentemente a pequena estatura dessas pessoas. Alguns outros anões (o nanismo de Levi-Lorain) também apresentam esse problema. ANORMALIDADES NA SECREÇÃO DE HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Nanismo. A maioria dos casos de nanismo resulta de deficiência generalizada da secreção adeno-hipofísária (pan-hipopituitarismo) durante os primeiros anos de vida. Em geral, os elementos corporais desenvolvem-se proporcionalmente entre si, mas a velocidade de desenvolvimento fica acentuadamente reduzida. Pode ocorrer no cão e no gato. Gigantismo. Em certas ocasiões, as células acidófilas da adeno-hipófise, que produzem hormônio do crescimento, tornam-se excessivamente ativas, podendo ocorrer, inclusive, o desenvolvimento de tumores acidófilos na glândula. Em conseqüência, ocorre produção de grandes quantidades de hormônio do crescimento. Todos os tecidos do corpo crescem rapidamente, inclusive os ossos, e, se o distúrbio ocorrer antes da adolescência, isto é, antes da fusão das epífises com as diáfises dos ossos longos. Em geral, o gigante apresenta hiperglicemia, e as células beta das ilhotas de Langerhans do pâncreas tendem a degenerar, em parte devido à sua hiperatividade, decorrente da hiperglicemia, e em parte, devido a um efeito direto de estimulação excessiva do hormônio do crescimento sobre as células das ilhotas. Acromegalia. Se houver desenvolvimento de tumor acidófilo após a puberdade - isto é, após a fusão das epífises com as diáfises dos ossos longos -, o indivíduo não pode mais crescer em altura; entretanto, os tecidos moles podem continuar a crescer, podendo haver aumento da espessura do osso. A acromegalia canina é um distúrbio extremamente raro e resulta da aplicação de progestágenos para supressão do estro. NEURO-HIPÓFISE OU LOBO POSTERIOR O lobo posterior da hipófise, também denominado neuro-hipófise, é formado basicamente por células de tipo glial, denominadas pituícitos. Todavia, os pituícitos não secretam hormônio; na verdade, atuam simplesmente como estrutura de sustentação para grande número de fibras nervosas terminais e terminações nervosas de feixes nervosos que se originam nos núcleos supra-ópticos e paraventriculares do hipotálamo. 5

6 Esses feixes chegam à neuro-hipófise passando pelo pedúnculo hipofisário. As terminações nervosas são saliências bulbosas contendo numerosos grânulos secretores, situadas sobre as superfícies dos capilares, nos quais secretam os dois hormônios do lobo posterior da hipófise: (1) o hormônio antidiurético (ADH), também denominado vasopressina e (2) a ocitocina. EFEITO FISIOLÓGICO DO HORMÔNIO ANTI-DIURÉTICO Na ausência de ADH, os túbulos e ductos coletores são quase totalmente impermeáveis à água, impedindo reabsorção significativa de água e, portanto, permitindo perda extrema de água na urina. Por outro lado, em presença de ADH, a permeabilidade dos ductos e túbulos coletores à água aumenta muito e possibilita a reabsorção da maior parte da água à medida que o líquido tubular passa por esses dutos, conservando, assim, a água no organismo. O mecanismo preciso pelo qual o ADH atua sobre os dutos no sentido de aumentar-lhes a permeabilidade é apenas parcialmente conhecido. O hormônio provoca alterações estruturais especiais nas membranas apicais das células epiteliais tubulares. Essas alterações resultam no estabelecimento temporário de numerosos poros novos que permitem a livre difusão de água entre os líquidos tubular e peritubular. A seguir, a água é absorvida dos túbulos e ductos coletores por osmose. EFEITO FISIOLÓGICO DA OCITOCINA Efeito sobre o útero e o nascimento: Uma substância ocitócica e a que causa contração do útero grávido. O hormônio ocitocina, como sugere o seu nome, estimula poderosamente o útero grávido, sobretudo ao final da gestação. Efeito da ocitocina sobre a ejeção do leite: A ocitocina desempenha um papel especialmente importante no processo da lactação, cujo efeito é muito mais certo do que o seu possível papel no parto. Na lactação, a ocitocina induz a passagem do leite dos alvéolos para os dutos, de modo que o recém-nascido possa alimentar-se por sucção. Esse mecanismo opera da seguinte maneira: O estímulo da sucção no mamilo produz sinais que são transmitidos ao cérebro pelos nervos sensitivos. Por fim, os sinais chegam aos neurônios de ocitocina nos núcleos paraventriculares e supraópticos do hipotálamo, ocasionando a liberação de ocitocina. A seguir, o hormônio é transportado pelo sangue até a glândula mamária, onde causa a contração das células mioepiteliais, que se situam por fora dos alvéolos e que formam uma rede, circundando-os. Em menos de 1 minuto após o início da sucção, o leite começa a fluir. Por conseguinte, esse mecanismo é conhecido como descidado leite ou ejeção do leite. HORMÔNIOS DA TIREÓIDE A glândula tireóide, que se localiza na altura dos primeiros anéis cartilaginosos em ambos os lados da traquéia e na sua parte ventral. Secreta dois hormônios importantes, a tiroxina e a triiodotironina, comumente denominados T4 e T3 respectivamente, que exercem profundos efeitos, aumentando o metabolismo do organismo. A tireóide também secreta calcitonina (CT), um importante hormônio relacionado ao metabolismo do cálcio. 6

7 A secreção da tireóide é controlada primariamente pelo hormônio tíreoestimulante (TSH), secretado pelo lobo anterior da hipófise. Cerca de 90% do hormônio secretado pela glândula tireóide consistem em tiroxina, e 10% em triiodotironina. Todavia, a maior parte da tiroxina é eventualmente convertida em triiodotironina nos tecidos, de modo que ambos os hormônios são importantes do ponto de vista funcional. As funções desses dois hormônios são qualitativamente idênticas, porém eles diferem na rapidez e intensidade de sua ação. A triiodotironina é cerca de quatro vezes mais potente que a tiroxina, mas ocorre em quantidades bem menores na circulação sanguínea e persiste por período de tempo bem menor que a tiroxina. A glândula tireóide é constituída por numerosos folículos fechados (de 150 a 300 µm de diâmetro), repletos de uma substância secretora, denominada colóide, e revestidos por células epitelióides cúbicas, que secretam seus produtos no interior dos folículos. O principal componente do colóide é uma grande glicoproteína, a tireoglobulina, que contém os hormônios tireóideos em sua molécula. Após a secreção ter alcançado o interior do folículo, ela deve ser reabsorvida, através do epitélio folicular, para o sangue poder atuar no organismo. FUNÇÕES DOS HORMÔNIOS TIREÓIDEOS NOS TECIDOS O efeito geral do hormônio tireóideo consiste em promover a transcrição nuclear de grande número de genes. Assim, em praticamente todas as células do organismo, verifica-se um aumento de grande número de enzimas, proteínas estruturais, proteínas de transporte e outras substâncias. O resultado global disso tudo é o aumento generalizado da atividade funcional por todo o organismo. Os receptores de hormônios tireóideos estão fixados aos filamentos de ADN ou em estreita proximidade a eles. Ao fixar o hormônio tireóideo, esses receptores são ativados e desencadeiam o processo da transcrição. A seguir, forma-se grande número de diferentes tipos de ARN-mensageiro, sendo o processo seguido, dentro de poucos minutos a horas, de tradução do ARN nos ribossomas citoplasmáticos, com a conseqüente formação de centenas de novos tipos de proteínas. Os hormônios tireóideos aumentam as atividades metabólicas de todos (ou de quase todos) os tecidos do organismo. O metabolismo basal pode aumentar por até 60 a 100% acima do normal, quando são secretadas grandes quantidades desses hormônios. A velocidade de utilização dos alimentos para a obtenção de energia fica acentuadamente acelerada. Apesar da velocidade de síntese protéica ficar aumentada, a velocidade de seu catabolismo também é aumentada. A velocidade de crescimento dos indivíduos jovens exibe aceleração acentuada. Os processos mentais são estimulados, e a atividade de muitas das glândulas endócrinas aumenta. Este hormônio é calorigênico. Efeito dos hormônios tireóideos sobre as mitocôndrias: Quando se administra tiroxina ou triiodotironina a um animal, observa-se aumento do tamanho e do número 7

8 das mitocôndrias na maioria das células do organismo. Além disso, a área total da superfície da membrana das mitocôndrias aumenta em proporção quase direta com o aumento do metabolismo do animal. Por conseguinte, parece ser quase óbvio deduzir que uma das principais funções da tiroxina pode consistir simplesmente em aumento do número e da atividade das mitocôndrias, que aumentam, por sua vez, a velocidade de formação de trifosfato de adenosina (ATP) para energizar a função celular. Infelizmente, o aumento do número e da atividade das mitocôndrias poderia ser tanto o resultado da atividade aumentada das células, quanto a causa desse aumento. Efeito sobre o metabolismo dos carboidratos: O hormônio tireóideo estimula quase todos os aspectos do metabolismo dos carboidratos, incluindo a rápida captação de glicose pelas células, aumento da glicólise e da gliconeogênese, maior velocidade de absorção pelo tubo gastrintestinal e, inclusive, aumento da secreção de insulina, com os conseqüentes efeitos secundários sobre o metabolismo dos carboidratos. Todos esses efeitos resultam provavelmente do aumento global das enzimas ocasionado pelo hormônio tireóideo. Efeito sobre o metabolismo das gorduras: Praticamente todos os aspectos do metabolismo das gorduras também são intensificados sob influência do hormônio tireóideo. Todavia, como as gorduras constituem a principal fonte de suprimento de energia a longo prazo, as reservas de gordura do organismo sofrem maior grau de depleção do que a maioria dos outros elementos; teciduais. Os lipídios, em particular, são mobilizados do tecido adiposo, aumentando a concentração de ácidos graxos livres no plasma; o hormônio tireóideo também acelera acentuadamente a oxidação de ácidos graxos livres pelas células. Efeito sobre o metabolismo basal: como o hormônio tireóideo aumenta o metabolismo em quase todas as células do organismo, a presença de quantidades excessivas do hormônio pode, em certas ocasiões, aumentar o metabolismo basal por até 60 a 100% acima do normal. Por outro lado, quando não há produção de hormônio tireóideo, o metabolismo basal sofre queda para quase a metade de seu valor normal, isto é, atinge -30 a -50. DOENÇAS DA TIREÓIDE Hipertireoidismo: Os sintomas do hipertireoidismo são óbvios, se considerarmos a exposição anterior sobre a fisiologia dos hormônios tireóideos intolerância ao calor, sudorese aumentada, perda de peso de leve a extrema (atingindo, por vezes, até 37 kg), graus variáveis de diarréia, fraqueza muscular, nervosismo ou outros distúrbios psíquicos, fadiga extrema, porém com incapacidade de dormir, e tremor das mãos. Hipotireoidismo: Incluem fadiga e extrema sonolência, com sono de 14 a 16 horas por dia, atividade muscular extremamente lenta, freqüência cardíaca diminuída, redução do débito cardíaco e do volume sanguíneo, algumas vezes aumento do peso corporal, constipação, lentidão mental, deficiência de muitas funções tróficas, evidenciada pela redução do crescimento dos pêlos e pela pele escamosa, desenvolvimento de voz rouca e áspera e, nos casos graves, aspecto edematoso de todo o corpo, denominado mixedema. Em animais domésticos costuma-se observar anestro. 8

9 HORMÔNIOS DAS GLÂNDULAS ADRENAIS As glândulas adrenais situam-se nos pólos craniais de ambos os rins e cada glândula é constituída por duas partes distintas, a medula adrenal e o córtex adrenal. A medula adrenal, que se localiza na parte central e corresponde a 20% da glândula, está funcionalmente relacionada ao sistema nervoso simpático; secreta os hormônios epinefrina e norepinefrina,em resposta à estimulação simpática. Por sua vez, esses hormônios produzem quase os mesmos efeitos que a estimulação direta dos nervos simpáticos em todas as partes do organismo. O córtex adrenal secreta um grupo totalmente diferente de hormônios, denominados corticosteróides. Todos esses hormônios são sintetizados a partir do esteróide colesterol, e todos possuem fórmulas químicas semelhantes. Todavia, diferenças muito pequenas em suas estruturas moleculares conferem-lhes várias funções bem diferentes, porém muito importantes. Os corticosteróides - mineralocorticóides, glicocorticóides e androgênios. Os dois tipos principais de hormônios córtico-adrenais, os mineralocorticóides e os glicocorticóides, são secretados pelo córtex adrenal. Além desses hormônios, ocorre secreção de pequenas quantidades de hormônios sexuais, em particular hormônios androgênicos, que exercem aproximadamente os mesmos efeitos no organismo que o hormônio sexual masculino, testosterona. Em condições normais, esses hormônios androgênicos são de pouca importância; contudo, em certas anormalidades do córtex adrenal, podem ser secretados em quantidades extremas, podendo resultar em efeitos masculinizantes. Os mineralocorticóides receberam este nome pelo fato de afetarem especialmente os eletrólitos dos líquidos extracelulares - em particular o sódio e o potássio. Os glicocorticóides são assim denominados pelo importante efeito que exercem de aumentar o nível de glicemia. Todavia, os glicocorticóides possuem efeitos adicionais sobre o metabolismo das proteínas e das gorduras, que são provavelmente tão importantes, senão mais, quanto os seus efeitos sobre o metabolismo dos carboidratos. Foram isolados mais de 30 esteróides diferentes do córtex adrenal; entretanto, apenas dois são de grande importância para a função endócrina normal: a aldosterona, que é o principal mineralocorticóide, e o cortisol, que é o principal glicocorticóide. 9

10 A aldosterona é secretada pela zona glomerular, a camada mais externa e muito delgada de células na superfície da glândula. O cortisol e vários outros glicocorticóides são secretados pela zona fasciculada, que é a camada intermediária, e pela zona reticular, que é a camada mais profunda, sendo a secreção desses hormônios provavelmente maior na zona fasciculada que na reticular. Os androgênios adrenais também são secretados por ambas as camadas. FUNÇÕES DOS MINERALOCORTICÓIDES - ALDOSTERONA Em geral, a perda total da secreção córtico-adrenal provoca morte do indivíduo dentro de 3 dias a 2 semanas, a não ser que ele receba terapia extensa com sal ou com mineralocorticóides. Na ausência de mineralocorticóides, a concentração de íons potássio do líquido extracelular aumenta acentuadamente, enquanto as concentrações de sódio e de cloreto diminuem, verificando-se também redução acentuada do volume do líquido extracelular total e do volume sanguíneo. Em pouco tempo, o indivíduo passa a apresentar débito cardíaco diminuído, que progride para um estado semelhante ao choque, seguido de morte. Toda essa seqüência pode ser evitada pela administração de aldosterona ou de algum outro mineralocorlicóide. Por conseguinte, os mineralocorticóides são considerados como a porção "protetora da vida" dos hormônios córtico-adrenais; os glicocorticóides são igualmente necessários, permitindo ao indivíduo resistir aos efeitos destrutivos dos "estresses" físicos e mentais intermitentes da vida. Sem dúvida, a função mais importante da aldosterona consiste em promover o transporte de sódio (reabsorção) e de potássio (secreção) através de algumas regiões das paredes dos túbulos renais e, em menor grau, o transporte de íons hidrogênio. Por conseguinte, a aldosterona é responsável pela conservação do sódio no líquido extracelular, enquanto maior quantidade de potássio é excretada na urina. Efeito sobre o volume de líquido extracelular e a pressão arterial: Apesar da aldosterona exercer poderoso efeito ao reduzir a excreção de íons sódio pelos rins, a concentração de sódio no líquido extracelular aumenta muito pouco. A razão disso é que, quando o sódio é reabsorvido pelos túbulos, ocorre absorção osmótica simultânea de quantidades quase equivalentes de água. Por conseguinte, o volume de líquido extracelular aumenta quase exatamente tanto quanto o sódio retido, porém sem muita alteração da concentração do sódio. O aumento persistente do volume de líquido extracelular resulta eventualmente em elevação da pressão arterial. A seguir, a elevação da pressão arterial determina 10

11 aumento acentuado da excreção renal de água e de sal, fenômeno conhecido como diurese de pressão. A aldosterona exerce sobre as glândulas sudoríparas e as glândulas salivares quase o mesmo efeito que exerce sobre os túbulos renais. Essas duas glândulas formam uma secreção primária que contém grandes quantidades de cloreto de sódio; todavia, grande parte do cloreto de sódio, ao passar pelos dutos excretares, é reabsorvida, enquanto são secretados os íons. potássio e bicarbonato. A aldosterona aumenta acentuadamente a reabsorção de cloreto de sódio e a secreção de potássio pelos ductos. O efeito sobre as glândulas sudoríparas c importante para conservar o sal corporal em ambientes quentes, enquanto o efeito sobre as glândulas salivares é importante para conservar o sal quando ocorre perda de quantidades excessivas de saliva. A aldosterona também aumenta muito a absorção intestinal de sódio, sobretudo no cólon, evitando, obviamente, a perda de sódio nas fezes. Por outro lado, a ausência de aldosterona, a absorção de sódio do intestino pode ser muito deficiente, resultando em deficiência de absorção de ânions e de água. O cloreto de sódio e a água não absorvidos resultam em diarréia, com maior perda de sal do organismo. FUNÇÕES DOS GLICOCORTICÓIDES - CORTISOL Embora os mineralocorticóides possam salvar a vida do animal agudamente adrenalectomizado, ele ainda está longe de se encontrar em condições normais. Com efeito, seus sistemas metabólicos relacionados à utilização de proteínas, carboidratos e gorduras estão consideravelmente perturbados. Além disso, o animal é incapaz de resistir a diferentes tipos de estresse físico ou até mesmo mental, e qualquer enfermidade de pouca importância, como infecções das vias respiratórias, pode resultar em morte. Por conseguinte, os glicocorticóides possuem funções tão importantes quanto as dos mineralocorticóides para a manutenção da vida do animal. Efeitos do cortisol sobre o metabolismo dos carboidratos: Estimulação da gliconeogênese: Sem dúvida alguma, o efeito metabólico mais bem conhecido do cortisol e de outros glicocorticóides sobre o metabolismo consiste na sua capacidade de estimular a gliconeogênese (formação de carboidratos a partir de proteínas e algumas outras substâncias) pelo fígado, aumentando quase sempre a velocidade da gliconeogênese por até 6 a 10 vezes. Este efeito deve-se a duas razões: Em primeiro lugar, todas as enzimas necessárias para converter os aminoácidos em glicose estão aumentadas nas células hepáticas. Em segundo lugar, o cortisol causa a mobilização de aminoácidos dos tecidos extra-hepáticos, em particular do músculo. Em conseqüência, existe maior quantidade disponível de aminoácidos no plasma, que entram no processo de gliconeogênese do fígado, promovendo, assim, a formação de glicose. Um dos efeitos da gliconeogênese aumentada é o aumento pronunciado do armazenamento de glicogênio nas células hepáticas. Utilização diminuída de glicose pelas células: O cortisol também provoca redução moderada da velocidade de utilização da glicose pelas células do organismo. Tanto a velocidade aumentada de gliconeogênese quanto a redução moderada da utilização da glicose pelas células provocam elevação do nível de glicemia. Efeitos do cortisol sobre o metabolismo das proteinas: Um dos principais efeitos do cortisol sobre os sistemas metabólicos do organismo consiste em reduzir as reservas protéicas de praticamente todas as células corporais, à exceção das células hepáticas. Essa redução decorre da menor síntese de 11

12 proteínas e do aumento de seu catabolismo nas células. Na presença de grandes excessos de cortisol, os músculos podem ficar tão fracos a ponto de o indivíduo ser incapaz de se levantar da posição agachada, pois o cortisol deprime o transporte de aminoácidos para as células musculares. Além disso, as funções de imunidade do tecido linfóide podem estar diminuídas, chegando a corresponder a apenas pequena fração do normal. Simultaneamente com a redução das proteínas corporais, as proteínas hepáticas aumentam. Acredita-se que essa diferença resulte de um possível efeito do cortisol sobre o aumento do transporte de aminoácidos para o interior das células hepáticas (mas não para a maioria das outras células) e sobre o aumento das enzimas hepáticas necessárias para a síntese de proteínas. Por conseguinte, o cortisol mobiliza os aminoácidos dos tecidos não-hepáticos, dessa maneira, diminui as reservas teciduais de proteína. Efeitos do cortisol sobre o metabolismo das gorduras: Da mesma maneira que o cortisol promove a mobilização de aminoácidos dos músculos, o hormônio também favorece a mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo. Esse efeito eleva a concentração de ácidos graxos livres no plasma, o que também aumenta sua utilização para o fornecimento de energia. O cortisol também aumenta moderadamente a oxidação de ácidos graxos nas células; esse efeito talvez resulte, secundariamente, da menor disponibilidade de produtos glicolíticos para o metabolismo. A maior mobilização das gorduras pelo cortisol, associada β-oxidação aumentada de ácidos graxos nas células, ajuda a desviar os sistemas metabólicos das células em épocas de inanição ou na presença de estresse, de modo que a utilização de glicose para energia é substituída pela utilização de ácidos graxos. INSULINA E GLUCAGON O pâncreas, além de suas funções digestivas, secreta dois hormônios importantes, a insulina e o glucagon. As ilhotas contêm quatro tipos principais de células as células alfa, bela, delta e F - que podem ser distinguidas umas das outras por suas características morfológicas e tintoriais. As células beta situam-se principalmente no meio de cada ilhota e secretam insulina. As células alfa secretam glucagon. As células delta secretam somatostatina. As células PP, encontradas em pequeno número nas ilhotas, que secreta um hormônio de função incerta, denominado polipeptídio pancreático. EFEITOS METABÓLICOS DA INSULINA A insulina afeta quase tanto o metabolismo dos lipídios e das proteínas quanto o dos carboidratos. Por sua vez, a insulina desempenha um importante papel no armazenamento das substâncias energéticas cm excesso. No caso dos carboidratos em quantidades excessivas, ela determina o seu armazenamento sob forma de glicogênio, principalmente no fígado e nos músculos. Induz o armazenamento de gordura no tecido adiposo. Além disso, todos os carboidratos em excesso que não podem ser armazenados sob forma de glicogênio são convertidos, sob o estímulo da insulina, em gorduras, e, também, armazenados no tecido adiposo. No caso das proteínas, a insulina exerce um efeito direto ao promover a captação de aminoácidos pelas células e sua conversão em 12

13 proteína. Além disso, o hormônio inibe a degradação das proteínas que já se encontram presentes nas células. Efeito da Insulina sobre o metabolismo dos carboidratos: Imediatamente após uma refeição rica em carboidratos, a glicose que é absorvida pelo sangue provoca a rápida secreção de insulina. Por sua vez, a insulina causa a rápida captação, armazenamento e utilização da glicose por quase todos os tecidos do organismo, porém especialmente pelos músculos, pelo tecido adiposo e pelo fígado. Efeito no músculo Durante a maior parte do dia, o tecido muscular não depende de glicose para a sua energia, mas dos ácidos graxos. A principal razão disso é que a membrana do músculo em repouso é apenas ligeiramente permeável à glicose, exceto quando a fibra muscular é estimulada pela insulina. Entre as refeições, a quantidade de insulina secretada é pequena demais para promover a entrada de quantidades significativas de glicose nas células musculares. Todavia, em duas condições, os músculos utilizam grandes quantidades de glicose. Uma delas é durante os períodos de exercício moderado a intenso. Essa utilização de glicose não exige grandes quantidades de insulina, visto que as fibras musculares em atividade, por razões desconhecidas, tornam-se altamente permeáveis à glicose, até mesmo na ausência de insulina, devido ao próprio processo da contração. A segunda condição em que o músculo utiliza grandes quantidades de glicose é observada durante o período de algumas horas após as refeições. Nesse momento, o nível da glicemia apresentasse elevado; além disso, o pâncreas secreta grandes quantidades de insulina, essa insulina adicional é que provoca o rápido transporte da glicose para o interior das células musculares. Essa situação faz com que, nesse período de tempo, a célula muscular passe a utilizar preferencialmente os carboidratos em relação aos ácidos graxos, visto que o fluxo de ácidos graxos a partir do tecido adiposo é fortemente inibido pela insulina. Efeito no fígado Quando a quantidade de glicose que penetra nas células hepáticas é maior que a que pode ser armazenada sob forma de glicogênio, a insulina promove a conversão de todo esse excesso de glicose em ácidos graxos. Posteriormente, esses ácidos graxos são armazenados na forma de triglicerídios em lipoproteínas de densidade muito baixa e transportados até o tecido adiposo e depositados na forma de gordura. O cérebro difere acentuadamente da maioria dos outros tecidos do organismo, porquanto a insulina exerce pouco ou nenhum efeito sobre a captação ou a utilização da glicose. Com efeito, as células do cérebro são permeáveis à glicose sem intervenção da insulina. As células do cérebro também diferem acentuadamente da maioria das outras células do organismo, visto que normalmente só utilizam a glicose para a obtenção de energia. Por conseguinte, é essencial que o nível da glicemia seja sempre mantido acima de um valor crítico, sendo essa uma das funções mais importantes do sistema de controle da glicemia. Efeito da Insulina sobre o metabolismo das gorduras: A insulina também possui dois outros efeitos essenciais que são necessários para o armazenamento de gordura nas células adiposas: 13

14 1. A insulina inibe a ação da lipase sensível a hormônio.trata-se da enzima responsável pela hidrólise dos triglicerídios já armazenados nas células adiposas. Por conseguinte, a liberação dos ácidos graxos na circulação sanguínea é inibida. 2. A insulina promove o transporte de glicose através da membrana celular para as células adiposas exatamente da mesma maneira como favorece o transporte de glicose para as células musculares. Parte dessa glicose é então utilizada para a síntese de pequenas quantidades de ácidos graxos; Por conseguinte, quando não há disponibilidade de insulina, até mesmo o armazenamento de grandes quantidades de ácidos graxos transportados do fígado sob a forma de lipoproteínas fica quase totalmente bloqueado. Efeito da Insulina sobre o metabolismo das proteinas: Durante as primeiras horas que se seguem a uma refeição, quando existem quantidades excessivas de nutrientes no sangue circulante, não apenas os carboidratos e as gorduras, como também as proteínas, são armazenados nos tecidos; para que ocorra esse armazenamento, é necessária a presença de insulina. CONTROLE DA SECREÇÃO DE INSULINA Antigamente, acreditava-se que a secreção de insulina era quase totalmente controlada pela concentração de glicose no sangue. Todavia, com a aquisição cada vez maior de conhecimentos a respeito das funções metabólicas da insulina no metabolismo das proteínas e gorduras, percebeu-se que os aminoácidos presentes no sangue circulante e outros fatores também desempenham papéis importantes no controle da secreção de insulina. Se o nível da glicemia aumentar de repente e atingir um valor de duas a três vezes a concentração normal, mantendo-se nesse nível elevado, a secreção de insulina aumenta acentuadamente. Outros fatores que estimulam a secreção de insulina, tais como, os aminoácidos. Além da estimulação da secreção de insulina por quantidades excessivas de glicose, muitos dos aminoácidos exibem efeito semelhante. Os mais potentes deles são a arginina e a lisina. A insulina é importante para a utilização adequada dos aminoácidos em excesso, da mesma forma que ela é importante para a utilização dos carboidratos. GLUCAGON E SUAS FUNÇÕES O glucagon, um hormônio secretado pelas células alfa das ilhotas de Langerhans quando o nível de glicemia diminui, possui múltiplas funções diametralmente opostas às da insulina. A mais importante dessas funções consiste em elevar o nível da glicemia, ou seja, o efeito exatamente oposto ao da insulina. Por essa razão, o glucagon também é denominado hormônio hiperglicêmico. EFEITOS SOBRE O METABOLISMO DA GLICOSE Os dois principais efeitos do glucagon sobre o metabolismo da glicose são: (1) degradação do glicogênio hepático (glicogenólise) e (2) aumento da gliconeogênese no fígado. Ambos os efeitos aumentam sobremaneira a disponibilidade de glicose para outros órgãos do corpo. Glicogenólise e aumento do nível de glicemia causados pelo glucagon: O efeito mais notável do glucagon reside na sua capacidade de provocar glicogenólise hepática, o que, por sua vez, aumenta o nível de glicemia em poucos minutos. Gliconeogênese causada pelo glucagon: Mesmo após o esgotamento de todo o glicogênio hepático sob a influência do glucagon, a infusão contínua desse hormônio 14

15 ainda causa hiperglicemia contínua. Esse estado resulta do efeito do glucagon sobre o aumento da velocidade da gliconeogênese nas células hepáticas. Esse efeito é obtido pela ativação de múltiplas enzimas necessárias para a gliconeogênese, em particular a ativação do sistema enzimático para a conversão do piruvato em fosfoenolpiruvato, uma etapa que limita a velocidade da gliconeogênese. Além disso, o glucagon aumenta a extração de aminoácidos do sangue pelas células hepáticas, com a conseqüente disponibilidade de maiores quantidades para conversão em glicose. Efeito inibidor da glicemia: O nível de glicemia é, sem dúvida alguma, o fator mais potente no controle da secreção de glucagon. Todavia, é preciso especificar que o efeito da glicemia sobre a secreção de glucagon é exatamente oposto ao efeito da glicose sobre a secreção de insulina. A elevação da glicemia para níveis hiperglicêmicos diminui o glucagon plasmático. Por conseguinte, na presença de hipoglicemia, o glucagon é secretado em grandes quantidades; a seguir, aumenta acentuadamente o débito de glicose do fígado e, assim, desempenha a função muito importante de corrigir a hipoglicemia. Efeito estimulante dos aminoácidos: A presença de altas concentrações de aminoácidos, como as que ocorrem no sangue após uma refeição protéica (especialmente os aminoácidos alanina e arginina), estimula a secreção de glucagon. Trata-se do mesmo efeito que os aminoácidos exercem sobre o estímulo da secreção de insulina. Por conseguinte, neste caso, as respostas do glucagon e da insulina não são opostas. A importância da estimulação da secreção de glucagon pelos aminoácidos reside no fato de que o hormônio promove, então, a rápida conversão dos aminoácidos em glicose, com a conseqüente disponibilidade de maiores quantidades de glicose para os tecidos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS GUYTON, A. C. Tratado de Fisiologia Médica, 9ª edição, Editora Guanabara-koogan. Rio de Janeiro. CUNNINGHAN. Tratado de Fisiologia Veterinária,

Glândulas exócrinas e endócrinas

Glândulas exócrinas e endócrinas Sistema Endócrino Glândulas exócrinas e endócrinas Tipos de Glândulas Glândulas exócrinas: liberam sua secreção fora do corpo ou dentro de uma cavidade.ex: Glândulas salivares, sudoríparas, sebáceas,...

Leia mais

Glândulas endócrinas:

Glândulas endócrinas: SISTEMA ENDÓCRINO Glândulas endócrinas: Funções: Secreções de substâncias (hormônios) que atuam sobre célula alvo Regulação do organismo (homeostase) Hormônios: Substâncias químicas que são produzidas

Leia mais

4/19/2007 Fisiologia Animal - Arlindo Moura 1

4/19/2007 Fisiologia Animal - Arlindo Moura 1 4/19/2007 Fisiologia Animal - Arlindo Moura 1 HIPOTALAMO Neuronios do hipotalamo sintetizam TRH (hormonio tireotrofico) Sistema portahipotalamico hipofisario TRH estimula a sintese e secreacao de TSH (hormonio

Leia mais

Sistema Endócrino. Prof. Mateus Grangeiro

Sistema Endócrino. Prof. Mateus Grangeiro Sistema Endócrino Prof. Mateus Grangeiro HORMÔNIOS Moléculas mediadoras, liberadas pelas glândulas endócrinas, capazes de conduzir determinada informação entre uma ou mais células. Natureza química variada

Leia mais

Disciplina: Bioquímica Curso: Análises Clínicas 3º. Módulo Docente: Profa. Dra. Marilanda Ferreira Bellini

Disciplina: Bioquímica Curso: Análises Clínicas 3º. Módulo Docente: Profa. Dra. Marilanda Ferreira Bellini Disciplina: Bioquímica Curso: Análises Clínicas 3º. Módulo Docente: Profa. Dra. Marilanda Ferreira Bellini Do grego: Hormon = estimular Hormônios são substâncias químicas produzidas por um grupo de células

Leia mais

Regulação hormonal 15/11/2018. Regulação hormonal. Glândula pineal

Regulação hormonal 15/11/2018. Regulação hormonal. Glândula pineal Regulação hormonal Regulação hormonal Sistema endócrino Manutenção da homeostasia Hormônios Substâncias (proteicas ou lipídicas) transportadas pelos sangue até as células ou tecido- alvo; Especificidade;

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO Órgãos endócrinos e suas secreções, alvos e efeitos principais

SISTEMA ENDÓCRINO Órgãos endócrinos e suas secreções, alvos e efeitos principais LOCALIZAÇÃO SISTEMA ENDÓCRINO Órgãos endócrinos e suas secreções, alvos e efeitos principais TIPO QUÍMICO HORMÔNIO ALVO EFEITOS PRINCIPAIS Glândula pineal Glândula Amina Melatonina Desconhecido Controla

Leia mais

AULA 02 - Eixo Hipotálamo-Hipofisário DOTS - JOGO DOS PONTOS

AULA 02 - Eixo Hipotálamo-Hipofisário DOTS - JOGO DOS PONTOS AULA 02 - Eixo Hipotálamo-Hipofisário DOTS - JOGO DOS PONTOS 1. A neuro-hipófise armazena e libera dois hormônios. Quais são estes? a) Hormônio antidiurético (ADH) e folículo estimulante (FSH) b) Prolactina

Leia mais

GLÂNDULAS DEFINIÇÃO TIPOS DE SECREÇÕES. São um conjunto de células especializadas que têm como finalidade produzir secreções.

GLÂNDULAS DEFINIÇÃO TIPOS DE SECREÇÕES. São um conjunto de células especializadas que têm como finalidade produzir secreções. DEFINIÇÃO São um conjunto de células especializadas que têm como finalidade produzir secreções. TIPOS DE SECREÇÕES Hormônios substâncias químicas que vão atuar em locais distantes da sua fabricação, tendo

Leia mais

Glândulas endócrinas:

Glândulas endócrinas: Sistema Endócrino Glândulas endócrinas: Funções: Secreções de substâncias (hormônios) que atuam sobre célula alvo Hormônios: Substâncias informacionais distribuídas pelo sangue. Eles modificam o funcionamento

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO. Prof.ª Leticia Pedroso

SISTEMA ENDÓCRINO. Prof.ª Leticia Pedroso SISTEMA ENDÓCRINO Prof.ª Leticia Pedroso Sistema Endócrino Existem no nosso organismo várias glândulas endócrinas (produzir e secretar hormônios para dentro do sangue). Hormônios: substâncias químicas

Leia mais

Fisiologia do Sistema Endócrino

Fisiologia do Sistema Endócrino Fisiologia do Sistema Endócrino Hormônios hipofisários anteriores Hormônios hipotalâmicos: Hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) Hormônio liberador de tireotrofina (TRH) Hormônio liberador de corticotrofina

Leia mais

Então, os hormônios são os responsáveis pela manutenção do equilíbrio e perfeito funcionamento do organismo. Qualquer variação de dosagem hormonal no

Então, os hormônios são os responsáveis pela manutenção do equilíbrio e perfeito funcionamento do organismo. Qualquer variação de dosagem hormonal no SISTEMA ENDÓCRINO Sistema Endócrino O homem apresenta em seu organismo várias glândulas endócrinas (glândulas que secretam hormônios para dentro do sangue). Hormônios são substâncias químicas que equilibram

Leia mais

BIOLOGIA. Identidade dos Seres Vivos. Sistema Endócrino Humano Parte 1. Prof.ª Daniele Duó

BIOLOGIA. Identidade dos Seres Vivos. Sistema Endócrino Humano Parte 1. Prof.ª Daniele Duó BIOLOGIA Identidade dos Seres Vivos Parte 1 https://www.qconcursos.com Prof.ª Daniele Duó Constituído por um grupo de órgãos, algumas vezes referidos como glândulas endócrinas ou de secreção interna. Estas

Leia mais

O sistema endócrino também é conhecido como sistema hormonal.

O sistema endócrino também é conhecido como sistema hormonal. Sistema endócrino O sistema endócrino também é conhecido como sistema hormonal. O que são hormônios? Hormônios são moléculas químicas que atuam como mensageiros bioquímicos, controlando as atividades de

Leia mais

Atua como um sistema de controle e regulação (juntamente com o sistema nervoso)

Atua como um sistema de controle e regulação (juntamente com o sistema nervoso) Fisiologia do Sistema Endócrino Sistema hormonal Atua como um sistema de controle e regulação (juntamente com o sistema nervoso) Os dois sistemas de controle agem de maneira integrada, garantindo a homeostasia

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO órgãos hormônios

SISTEMA ENDÓCRINO órgãos hormônios SISTEMA ENDÓCRINO Conjunto de órgãos que apresentam como atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são lançados na corrente sanguínea e irão atuar em outra parte do organismo,

Leia mais

Aula: Sistemas Reguladores II. Sistema Endócrino

Aula: Sistemas Reguladores II. Sistema Endócrino Aula: Sistemas Reguladores II Sistema Endócrino PROFESSOR: Brenda Braga DATA:29/05/2014 Sistema Endócrino Formado pelo conjunto de Glândulas Endócrinas Responsáveis pela secreção de hormônios. Apenas algumas

Leia mais

Hipófise SISTEMA ENDÓCRINO. Glândulas endócrinas. Hipófise (pituitária) Tireóide Paratireóide Adrenal Pâncreas (glândula mista) Pineal Raduan

Hipófise SISTEMA ENDÓCRINO. Glândulas endócrinas. Hipófise (pituitária) Tireóide Paratireóide Adrenal Pâncreas (glândula mista) Pineal Raduan SISTEMA ENDÓCRINO Glândulas endócrinas Hipófise (pituitária) Tireóide Paratireóide Adrenal Pâncreas (glândula mista) Pineal Hipófise Neurohipófise (pituitária posterior) pars nervosa + infundíbulo ligação

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO. Hipotálamo Paratireóide

SISTEMA ENDÓCRINO. Hipotálamo Paratireóide INTRODUÇÃO O sistema endócrino é composto por um grupo de tecidos especializados chamados glândulas cuja função é produzir e liberar na corrente sanguínea substâncias chamadas s. Os hormônios são transportados

Leia mais

PANCREAS A eliminação do suco pancreático é regulada, principalmente, pelo sistema nervoso. Quando uma pessoa alimenta-se, vários fatores geram

PANCREAS A eliminação do suco pancreático é regulada, principalmente, pelo sistema nervoso. Quando uma pessoa alimenta-se, vários fatores geram PANCREAS O pâncreas, uma importante glândula do corpo humano, é responsável pela produção de hormônios e enzimas digestivas. Por apresentar essa dupla função, essa estrutura pode ser considerada um órgão

Leia mais

Sistema endócrino. Epitélio glandular. Funcionalmente:

Sistema endócrino. Epitélio glandular. Funcionalmente: Sistema endócrino Epitélio glandular Endócrina: secreção de hormônios diretamente no sangue Exócrina: secreção de seus produtos em ductos Funcionalmente: Merócrinas Apócrinas Holócrinas Unicelulares (Células

Leia mais

Fisiologia do Sistema Endócrino. Pâncreas Endócrino. Anatomia Microscópica. Anatomia Microscópica

Fisiologia do Sistema Endócrino. Pâncreas Endócrino. Anatomia Microscópica. Anatomia Microscópica Fisiologia do Sistema Endócrino Pâncreas Endócrino Prof. Dr. Leonardo Rigoldi Bonjardim Profa. Adjunto do Depto. De Fisiologia-CCBS-UFS Material disponível em: http://www.fisiologiaufs.xpg.com.br 2006

Leia mais

APOSTILA DE EXERCÍCIO FÍSICO E SISTEMA ENDÓCRINO

APOSTILA DE EXERCÍCIO FÍSICO E SISTEMA ENDÓCRINO Pós-Graduação em Fisiologia do Exercício APOSTILA DE EXERCÍCIO FÍSICO E SISTEMA ENDÓCRINO Prof. Ms. Juliano Casonatto Tupã SP 2011 Introdução Visão geral do sistema endócrino: Juntamente com o sistema

Leia mais

Sistema Endócrino. O que é um SISTEMA? SISTEMA 5/6/2010. Prof. Mst. Sandro de Souza CÉLULAS TECIDOS ÓRGÃOS. Disciplina: FISIOLOGIA HUMANA

Sistema Endócrino. O que é um SISTEMA? SISTEMA 5/6/2010. Prof. Mst. Sandro de Souza CÉLULAS TECIDOS ÓRGÃOS. Disciplina: FISIOLOGIA HUMANA Disciplina: FISIOLOGIA HUMANA Sistema Endócrino Prof. Mst. Sandro de Souza O que é um SISTEMA? CÉLULAS TECIDOS ÓRGÃOS SISTEMA É um grupo de Órgãos 1 Sistema Endócrino É composto de um grupo diverso de

Leia mais

RESUMO: SISTEMA ENDÓCRINO

RESUMO: SISTEMA ENDÓCRINO RESUMO: SISTEMA ENDÓCRINO Boa parte do funcionamento de nosso corpo depende da comunicação entre as células por meio mensageiros químicos (hormônios) que viajam pelo sangue: Os hormônios (do grego Hormon

Leia mais

Fisiologia Animal sistema endócrino

Fisiologia Animal sistema endócrino Fisiologia Animal sistema endócrino Biologia Frente 2 Aulas 55 a 60 Diler Inspire-se Quem define a hora do nascimento? Inspire-se O que faz a mãe produzir leite e amamentar? Inspire-se Como nos tornamos

Leia mais

1 Introdução à Endocrinologia. Os Hormônios Hipofisários.

1 Introdução à Endocrinologia. Os Hormônios Hipofisários. IX Endocrinologia e Reprodução 1 Introdução à Endocrinologia. Os Hormônios Hipofisários. As funções corporais são reguladas por dois sistemas principais: o sistema nervoso e o sistema hormonal ou endócrino.

Leia mais

BIOLOGIA. Identidade dos Seres Vivos. Sistema Endócrino Humano Parte 2. Prof.ª Daniele Duó

BIOLOGIA. Identidade dos Seres Vivos. Sistema Endócrino Humano Parte 2. Prof.ª Daniele Duó BIOLOGIA Identidade dos Seres Vivos Parte 2 https://www.qconcursos.com Prof.ª Daniele Duó Principais órgãos que constituem o sistema endócrino são: o o o o o o o Hipófise; Hipotálamo; Tireóide; Paratireóide;

Leia mais

METABOLISMO ENERGÉTICO integração e regulação alimentado jejum catabólitos urinários. Bioquímica. Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes

METABOLISMO ENERGÉTICO integração e regulação alimentado jejum catabólitos urinários. Bioquímica. Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes METABOLISMO ENERGÉTICO integração e regulação alimentado jejum catabólitos urinários Bioquímica Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes REFERÊNCIA: Bioquímica Ilustrada - Champe ESTÁGIOS DO CATABOLISMO

Leia mais

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM. Fisiologia Endócrina. O Pâncreas. Prof. Wagner de Fátima Pereira

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM. Fisiologia Endócrina. O Pâncreas. Prof. Wagner de Fátima Pereira Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM Fisiologia Endócrina O Pâncreas Prof. Wagner de Fátima Pereira Departamento de Ciências Básicas Faculdade de Ciências Biológica e da Saúde

Leia mais

SISTEMA HIPOTÁLAMO- HIPOFISÁRIO

SISTEMA HIPOTÁLAMO- HIPOFISÁRIO SISTEMA HIPOTÁLAMO- HIPOFISÁRIO Localização Importância -controle de secreção de vários hormônios -controle de vários processos fisiológicos: reprodução desenvolvimento e crescimento metabolismo energético

Leia mais

REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO PROTEÍCO

REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO PROTEÍCO REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO PROTEÍCO Giovanni Resende de Oliveira giovanni@epamig.br Fonte: ROCHA,C e OLIVEIRA, R.S INTRODUÇÃO Crescimento do Animal Crescimento dos Tecidos Grau de hiperplasia e

Leia mais

Fisiologia do Sistema Endócrino. Glândula Suprarenal. Glândulas Adrenais. SISTEMA ENDÓCRINO Adrenais. Adrenal

Fisiologia do Sistema Endócrino. Glândula Suprarenal. Glândulas Adrenais. SISTEMA ENDÓCRINO Adrenais. Adrenal Fisiologia do Sistema Endócrino Glândula Suprarenal Prof. Dr. Leonardo Rigoldi Bonjardim Profa. Adjunto do Depto. De Fisiologia-CCBS-UFS Material disponível em: 1 http://www.fisiologiaufs.xpg.com.br 2006

Leia mais

Controle Hormonal do Metabolismo

Controle Hormonal do Metabolismo Homeostase Metabólica Controle Hormonal do Metabolismo Disponibilidade De substrato energético Necessidade dos tecidos Alexandre Havt Nível sanguíneo de nutrientes Nível hormonal Impulso nervoso Integração

Leia mais

Prof. Dra. Bruna Oneda

Prof. Dra. Bruna Oneda Hipertrofia Muscular Prof. Dra. Bruna Oneda Hipertrofia muscular A hipertrofia de fibras musculares individuais, com o treinamento de força, é resultante de um aumento da síntese de proteínas musculares,

Leia mais

Sistema endócrino. Apostila 3 Página 22

Sistema endócrino. Apostila 3 Página 22 Sistema endócrino Apostila 3 Página 22 Sistema mensageiro Hormônios: informacionais, produzidas pelas glândulas endócrinas e distribuídas pelo sangue. Órgão-alvo: reage ao estímulo do hormônio. Sistema

Leia mais

hormônios do sistema genital masculino gônadas masculinas

hormônios do sistema genital masculino gônadas masculinas Gônadas masculinas Os hormônios do sistema genital masculino são produzidos nas gônadas masculinas, muito conhecidas como testículos. São os hormônios que determinam as características sexuais secundárias,

Leia mais

Regulação Hormonal. Sistema endócrino é o conjunto formado por glândulas endócrinas e exócrinas

Regulação Hormonal. Sistema endócrino é o conjunto formado por glândulas endócrinas e exócrinas Regulação Hormonal Sistema endócrino é o conjunto formado por glândulas endócrinas e exócrinas que apresentam como actividade característica a produção de secreções denominadas hormonas, que são lançados

Leia mais

Sistema Endócrino. Composto pelas glândulas HIPÓFISE, TIREÓIDE, PARATIREÓIDE, ADRENAL e PÂNCREAS

Sistema Endócrino. Composto pelas glândulas HIPÓFISE, TIREÓIDE, PARATIREÓIDE, ADRENAL e PÂNCREAS Sistema Endócrino Composto pelas glândulas HIPÓFISE, TIREÓIDE, PARATIREÓIDE, ADRENAL e PÂNCREAS A glândula hipófise tem duas origens embrinárias distintas Adeno-hipófise se origina do ectoderma do teto

Leia mais

HORMÔNIOS DISCIPLINA: BIOQUÍMICA PROFESSOR: Dra. Selene Babboni

HORMÔNIOS DISCIPLINA: BIOQUÍMICA PROFESSOR: Dra. Selene Babboni HORMÔNIOS DISCIPLINA: BIOQUÍMICA PROFESSOR: Dra. Selene Babboni A COORDENAÇÃO DO METABOLISMO NOS MAMÍFEROS É REALIZADA PELO SISTEMA NEUROENDÓCRINO SISTEMA: LIGADO AOS PROCESSOS METABÓLICOS DE NUTRIÇÃO,

Leia mais

REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO DO GLICOGÊNIO E DE LIPÍDIOS

REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO DO GLICOGÊNIO E DE LIPÍDIOS REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO DO GLICOGÊNIO E DE LIPÍDIOS Tiroxina Epinefrina (adrenalina) Glucagon Insulina Hormônios esteroides: Cortisol (Suprarenal) Progesterona Testosterona Estradiol Aldosterona

Leia mais

Epinefrina, glucagon e insulina. Hormônios com papéis fundamentais na regulação do metabolismo

Epinefrina, glucagon e insulina. Hormônios com papéis fundamentais na regulação do metabolismo Epinefrina, glucagon e insulina Hormônios com papéis fundamentais na regulação do metabolismo Epinefrina ou adrenalina Estímulos para a secreção de epinefrina: Perigos reais ou imaginários Exercício físico

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO Existem três tipos de glândulas no organismo: Glândulas exócrinas, glândulas endócrinas e glândulas mistas.

SISTEMA ENDÓCRINO Existem três tipos de glândulas no organismo: Glândulas exócrinas, glândulas endócrinas e glândulas mistas. SISTEMA ENDÓCRINO Existem três tipos de glândulas no organismo: Glândulas exócrinas, glândulas endócrinas e glândulas mistas. *Glândulas exócrinas: liberam sua secreção fora do corpo ou dentro de uma cavidade.

Leia mais

Gestação - Alterações Hormonais e Metabólicas Durante o Exercício

Gestação - Alterações Hormonais e Metabólicas Durante o Exercício Gestação - Alterações Hormonais e Metabólicas Durante o Exercício Alterações Metabólicas Durante o Exercício na Gestação Durante a gestação as alterações são direcionadas para a manutenção da gestação

Leia mais

30/05/2017. Metabolismo: soma de todas as transformações químicas que ocorrem em uma célula ou organismo por meio de reações catalisadas por enzimas

30/05/2017. Metabolismo: soma de todas as transformações químicas que ocorrem em uma célula ou organismo por meio de reações catalisadas por enzimas Metabolismo: soma de todas as transformações químicas que ocorrem em uma célula ou organismo por meio de reações catalisadas por enzimas Metabolismo energético: vias metabólicas de fornecimento de energia

Leia mais

TIREÓIDE E HORMÔNIOS TIREOIDEANOS (T3 e T4)

TIREÓIDE E HORMÔNIOS TIREOIDEANOS (T3 e T4) Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade física adaptada e saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira TIREÓIDE E HORMÔNIOS TIREOIDEANOS (T3 e T4) A tireóide localiza-se na região do pescoço, anteriormente

Leia mais

Bases Moleculares da Obesidade e Diabetes. Hormônios e Diabetes

Bases Moleculares da Obesidade e Diabetes. Hormônios e Diabetes Bases Moleculares da Obesidade e Diabetes Hormônios e Diabetes Prof. Carlos Castilho de Barros http://wp.ufpel.edu.br/obesidadediabetes/ SISTEMA ENDÓCRINO CONSISTE EM 1) Glândulas e células específicas,

Leia mais

ENDOCRINOLOGIA DA REPRODUÇÃO. Elisângela Mirapalheta Madeira Medica Veterinária, MC

ENDOCRINOLOGIA DA REPRODUÇÃO. Elisângela Mirapalheta Madeira Medica Veterinária, MC ENDOCRINOLOGIA DA REPRODUÇÃO Elisângela Mirapalheta Madeira Medica Veterinária, MC Introdução Glândulas Endócrinas Hipotálamo Hipófise Gônadas Glândula pineal Glândulas Endócrinas Hipotálamo Glândulas

Leia mais

8. Quando ocorre a produção de calcitonina e paratormônio no organismo? Qual (is) glândula(s) o(s) produz(em)?

8. Quando ocorre a produção de calcitonina e paratormônio no organismo? Qual (is) glândula(s) o(s) produz(em)? CIÊNCIAS FÍSICAS E BIOLÓGICAS FUNDAMENTAL NII Listas 13 Sistema Endócrino 8º anos 3º período - 2012 1. Observe a imagem: a) Nomeie as glândulas indicadas pelas setas b) Relacione os seus hormônios 2. Diferencie

Leia mais

Sistema Endócrino. Móds 33 e 34. Prof. Rafa

Sistema Endócrino. Móds 33 e 34. Prof. Rafa Sistema Endócrino Móds 33 e 34 Prof. Rafa Hipófise Hipófise Anterior ou Adenoipófise Hipófise Posterior ou Neuroipófise Hormônios da Adenoipófise: GH (Crescimento) ou (STH) Somatotrófico: formação óssea

Leia mais

DISCIPLINA: Ciências da natureza SÉRIE: 2º. ALUNO(a):

DISCIPLINA: Ciências da natureza SÉRIE: 2º. ALUNO(a): GOIÂNIA, / / 2017 No Anhanguera você é + PROFESSOR: Mário Neto DISCIPLINA: Ciências da natureza SÉRIE: 2º ALUNO(a): Enem Antes de iniciar a lista de exercícios leia atentamente as seguintes orientações:

Leia mais

SISTEMA ENDÓCRINO QUE BOM QUE VOCÊ VEIO HOJE!!!

SISTEMA ENDÓCRINO QUE BOM QUE VOCÊ VEIO HOJE!!! SISTEMA ENDÓCRINO QUE BOM QUE VOCÊ VEIO HOJE!!! O QUE É Sistema envolvido na coordenação e regulação das funções corporais. Suas mensagens têm natureza química os hormônios: substâncias produzidas pelas

Leia mais

Excreção. Manutenção do equilíbrio de sal, água e remoção de excretas nitrogenadas.

Excreção. Manutenção do equilíbrio de sal, água e remoção de excretas nitrogenadas. Fisiologia Animal Excreção Manutenção do equilíbrio de sal, água e remoção de excretas nitrogenadas. Sistema urinario Reabsorção de açucar, Glicose, sais, água. Regula volume sangue ADH: produzido pela

Leia mais

Sistema Endócrino Disciplina Citologia e Histologia II. Docente: Sheila C. Ribeiro Outubro/2016

Sistema Endócrino Disciplina Citologia e Histologia II. Docente: Sheila C. Ribeiro Outubro/2016 Sistema Endócrino Disciplina Citologia e Histologia II Docente: Sheila C. Ribeiro Outubro/2016 Hormônios Sinalizadores Químicos Células Endócrinas Glândulas Endócrinas Glândulas Endócrinas Capilares Sanguíneos

Leia mais

Metabolismo e produção de calor

Metabolismo e produção de calor Fisiologia 5 Metabolismo e produção de calor Iniciando a conversa Apenas comer não é suficiente: o alimento precisa ser transformado (metabolizado) para ser aproveitado por nosso organismo. Açúcares (carboidratos),

Leia mais

O sistema endócrino. Atividade 67 Os mensageiros químicos: hormônios. Exercícios de Aplicação. Exercícios Propostos. Capítulo

O sistema endócrino. Atividade 67 Os mensageiros químicos: hormônios. Exercícios de Aplicação. Exercícios Propostos. Capítulo Capítulo 23 O sistema endócrino CIÊNCIAS NATURAIS GRUPO 9 CONFLITOS E CONTRADIÇÕES Atividade 67 Os mensageiros químicos: hormônios 01) O sistema endócrino, por meio dos hormônios, participa do controle

Leia mais

GUIA DE ESTUDOS INSULINA E GLUCAGON

GUIA DE ESTUDOS INSULINA E GLUCAGON GUIA DE ESTUDOS INSULINA E GLUCAGON 1) O pâncreas é uma glândula mista, ou seja, possui função endócrina e exócrina. Na porção endócrina, o pâncreas produz dois hormônios: a insulina e o Esses hormônios

Leia mais

Aulas Multimídias Santa Cecília Profª Edna Cordeiro Disciplina: Biologia Série: 1º ano EM

Aulas Multimídias Santa Cecília Profª Edna Cordeiro Disciplina: Biologia Série: 1º ano EM Aulas Multimídias Santa Cecília Profª Edna Cordeiro Disciplina: Biologia Série: 1º ano EM Colégio Santa Cecília Disciplina: Biologia Série: 1º Ano-Ensino Médio Profª.: Edna Cordeiro MAIO/2019 Definição:

Leia mais

Estratégias de regulação do metabolismo. Epinefrina, glucagon e insulina

Estratégias de regulação do metabolismo. Epinefrina, glucagon e insulina Estratégias de regulação do metabolismo Epinefrina, glucagon e insulina Estratégias de regulação do metabolismo Com a participação de enzimas Aula sobre enzimas... Com a participação de hormônios como

Leia mais

LISTA DE EXERCÍCIOS 3º ANO

LISTA DE EXERCÍCIOS 3º ANO . Em situação de desnutrição proteica severa, a pressão osmótica do plasma sanguíneo fica abaixo do normal e, consequentemente, ocorrera acúmulo de líquido intersticial nos tecidos periféricos do organismo

Leia mais

HIPÓFISE. - Neurohipófise (hipófise posterior)

HIPÓFISE. - Neurohipófise (hipófise posterior) 1. SISTEMA ENDÓCRINO Grande parte das funções e atividades do organismo é coordenada pelos sistemas nervoso e endócrino (hormonal). O sistema endócrino é composto por diversas glândulas (hipófise, tireoide,

Leia mais

Sistema Endócrino. Móds 56 ao 58 Biologia B Prof. Rafa

Sistema Endócrino. Móds 56 ao 58 Biologia B Prof. Rafa Sistema Endócrino Móds 56 ao 58 Biologia B Prof. Rafa Epitélio Glandular: produção e eliminação de secreções Tipos: Exócrinas: canal de saída lacrimais, mamárias, sudoríparas Endócrinas: sem canal de saída

Leia mais

EIXO HIPOTÁLAMO HIPÓFISE GLÂNDULAS PERIFÉRICAS. Fisiologia Endócrina e Metabólica PG em Zootecnia (Produção Animal) / FCAV / UNESP / Jaboticabal

EIXO HIPOTÁLAMO HIPÓFISE GLÂNDULAS PERIFÉRICAS. Fisiologia Endócrina e Metabólica PG em Zootecnia (Produção Animal) / FCAV / UNESP / Jaboticabal EIXO HIPOTÁLAMO HIPÓFISE GLÂNDULAS PERIFÉRICAS Fisiologia Endócrina e Metabólica PG em Zootecnia (Produção Animal) / FCAV / UNESP / Jaboticabal Histórico Sec. XI Galeno - primeiras evidências da associação

Leia mais

Hormônios do pâncreas. Insulina. Glucagon. Somatostatina. Peptídeos pancreáticos

Hormônios do pâncreas. Insulina. Glucagon. Somatostatina. Peptídeos pancreáticos Endocrinologia do Pâncreas! O pâncreas como um órgão endócrino Importante papel na absorção, distribuição e armazenamento de vários substratos energéticos Hormônios do pâncreas Insulina Glucagon Somatostatina

Leia mais

Sistema Endócrino. Importância da endocrinologia... Introdução 17/6/2009 ROTEIRO DA AULA. Glândulas Endócrinas

Sistema Endócrino. Importância da endocrinologia... Introdução 17/6/2009 ROTEIRO DA AULA. Glândulas Endócrinas UNESP -FCAV -JABOTICABAL AGRONOMIA FISIOLOGIA DOS ANIMAIS DOMÉTICOS II Sistema Endócrino ROTEIRO DA AULA Introdução a endocrinologia Hormônios -definições, mecanismos de sinalização, química e mecanismo

Leia mais

ENDOCRINOLOGIA REPRODUTIVA. M.S. Cássio Cassal Brauner FAEM-UFPel

ENDOCRINOLOGIA REPRODUTIVA. M.S. Cássio Cassal Brauner FAEM-UFPel ENDOCRINOLOGIA REPRODUTIVA M.S. Cássio Cassal Brauner Prof. DZ-FAEM FAEM-UFPel ENDOCRINOLOGIA REPRODUTIVA Endocrinologia é parte das ciências médicas que trata da secreção das glândulas internas (hormônios)

Leia mais

Integração. Sistema Nervoso. Glândula Endócrina. Hormônio. Órgão ou Tecido alvo

Integração. Sistema Nervoso. Glândula Endócrina. Hormônio. Órgão ou Tecido alvo Integração Sistema Nervoso Sinal Nervosa Sinal Química Glândula Endócrina Hormônio Órgão ou Tecido alvo Nível Corporal Regulação e integração de: -Balanço de íons e líquidos -Balanço de energia (metabolismo)

Leia mais

O pâncreas é constituído por dois tipos principais de tecidos: (1) os ácinos, que secretam sucos digestivos no duodeno, e (2) as ilhotas de

O pâncreas é constituído por dois tipos principais de tecidos: (1) os ácinos, que secretam sucos digestivos no duodeno, e (2) as ilhotas de 1 2 3 O pâncreas é constituído por dois tipos principais de tecidos: (1) os ácinos, que secretam sucos digestivos no duodeno, e (2) as ilhotas de Langerhans, que secretam insulina, glucagon e somatostatina

Leia mais

Sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas que apresentam como atividade característica a produção e secreções de hormônios.

Sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas que apresentam como atividade característica a produção e secreções de hormônios. alexandre.personal@hotmail.com www.professoralexandrerocha.com.br Sistema endócrino é formado pelo conjunto de glândulas que apresentam como atividade característica a produção e secreções de hormônios.

Leia mais

PROGRAMA DE DISCIPLINA. Disciplina: FISIOLOGIA GERAL Código da Disciplina: NDC 200. Período de oferta da disciplina:

PROGRAMA DE DISCIPLINA. Disciplina: FISIOLOGIA GERAL Código da Disciplina: NDC 200. Período de oferta da disciplina: PROGRAMA DE DISCIPLINA Disciplina: FISIOLOGIA GERAL Código da Disciplina: NDC 200 Curso: Período de oferta da disciplina: Faculdade responsável: Núcleo de Disciplinas Comuns (NDC) Programa em vigência

Leia mais

BIOSSÍNTESE DOS HORMÔNIOS (Protéicos) Estoque citoplasmático - secreção

BIOSSÍNTESE DOS HORMÔNIOS (Protéicos) Estoque citoplasmático - secreção BIOSSÍNTESE DOS HORMÔNIOS (Protéicos) Estoque citoplasmático - secreção Exemplo HORMÔNIOS ESTEROIDES Sexuais e do tecido interrenal Outros tecidos Os esteroides estão envolvidos na regulação de vários

Leia mais

Disciplina de Fisiologia Veterinária. GH e PROLACTINA. Prof. Fabio Otero Ascoli

Disciplina de Fisiologia Veterinária. GH e PROLACTINA. Prof. Fabio Otero Ascoli Disciplina de Fisiologia Veterinária GH e PROLACTINA Prof. Fabio Otero Ascoli GH Sinônimos: Hormônio do crescimento ou somatotrópico ou somatotropina Histologia: Em torno de 30 a 40% das células da hipófise

Leia mais

Sistema endócrino + Sistema nervoso. integração e controle das funções do organismo

Sistema endócrino + Sistema nervoso. integração e controle das funções do organismo Sistema endócrino Sistema endócrino + Sistema nervoso integração e controle das funções do organismo Sistema endócrino Conjunto de glândulas endócrinas que secretam hormônio Relembrando Glândulas que liberam

Leia mais

Glândulas endócrinas:

Glândulas endócrinas: SISTEMA ENDOCRINO Glândulas endócrinas: Funções: Secreções de substâncias (hormônios) que atuam sobre célula alvo Regulação do organismo (homeostase) Hormônios: Substâncias químicas que são produzidas

Leia mais

café da manhã almoço lanche da tarde jantar sono noturno fase catabólica fase anabólica

café da manhã almoço lanche da tarde jantar sono noturno fase catabólica fase anabólica O papel dos hormônios no controle do metabolismo intermediário As fases do Metabolismo energético: Fase anabólica e catabólica café da manhã almoço lanche da tarde jantar sono noturno fase catabólica fase

Leia mais

Fisiologia do Sistema Endócrino. Introdução e Conceitos Gerais. Profa. Dra. Rosângela F. Garcia

Fisiologia do Sistema Endócrino. Introdução e Conceitos Gerais. Profa. Dra. Rosângela F. Garcia Fisiologia do Sistema Endócrino Introdução e Conceitos Gerais Profa. Dra. Rosângela F. Garcia SISTEMA ENDÓCRINO 1- INTRODUÇÃO SISTEMA DE CONTROLE HOMEOSTASE MENSAGEIROS HORMÔNIOS *não formam um sistema

Leia mais

O humano e o ambiente

O humano e o ambiente Aula 01 O humano e o ambiente O ser humano é formado por um conjunto de células. Um conjunto de células forma os tecidos. Um conjunto de tecidos forma os órgãos. Um conjunto de órgão forma os sistemas.

Leia mais

AULA DE VÉSPERA VESTIBULAR 2019 BIOLOGIA

AULA DE VÉSPERA VESTIBULAR 2019 BIOLOGIA AULA DE VÉSPERA VESTIBULAR 2019 BIOLOGIA Prof. Mateus Grangeiro RAIO X: BIOLOGIA (2009 2018) (20%) FISIOLOGIA HUMANA Sistema Endócrino: 2010 2011 2012 2016 2018. (16%) GENÉTICA Engenharia Genética: 2010

Leia mais

Pâncreas Endócrino Controle da glicemia

Pâncreas Endócrino Controle da glicemia Pâncreas Endócrino Controle da glicemia Curso de Odontologia da UEM Prof. Kellen Brunaldi Silverthorn (Cap. 22) Guyton (Cap. 78) O SNC é responsável por cerca de 50% da glicose diariamente consumida para

Leia mais

ZOOLOGIA E HISTOLOGIA ANIMAL

ZOOLOGIA E HISTOLOGIA ANIMAL ZOOLOGIA E HISTOLOGIA ANIMAL Sistema Endócrino Prof. Fernando Stuchi Introdução Os mensageiros químicos do corpo (hormônios) são produzidos pelas glândulas endócrinas ou glândulas de secreção interna,

Leia mais

GUIA DE ESTUDOS INSULINA E GLUCAGON

GUIA DE ESTUDOS INSULINA E GLUCAGON GUIA DE ESTUDOS INSULINA E GLUCAGON 1) O pâncreas é uma glândula mista, ou seja, possui função endócrina e exócrina. Na porção endócrina, o pâncreas produz dois hormônios: a insulina e o Esses hormônios

Leia mais

PERÍODO ABSORTIVO E PÓS-ABSORTIVO

PERÍODO ABSORTIVO E PÓS-ABSORTIVO PERÍODO ABSORTIVO E PÓS-ABSORTIVO HORMONAS QUE REGULAM O METABOLISMO PRINCIPAIS FONTES DE ENERGIA CELULAR VIAS METABÓLICAS DO PERIODO ABSORTIVO ALTERAÇÕES METABÓLICAS DO PERIODO PÓS-ABSORTIVO PRODUÇÃO

Leia mais

UNIVERSIDADE DE RIO VERDE FACULDADE DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE DISCIPLINA

UNIVERSIDADE DE RIO VERDE FACULDADE DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE DISCIPLINA UNIVERSIDADE DE RIO VERDE FACULDADE DE ODONTOLOGIA PROGRAMA DE DISCIPLINA Disciplina: FISIOLOGIA GERAL Código da Disciplina: NDC108 Curso: Odontologia Período de oferta da disciplina: 2 o P. Faculdade

Leia mais

FISIOTERAPIA PREVENTIVA

FISIOTERAPIA PREVENTIVA FISIOTERAPIA PREVENTIVA DIABETES MELLITUS APOSTILA 5 DEFINIÇÃO É um distúrbio crônico, caracterizado pelo comprometimento do metabolismo da glicose e de outras substâncias produtoras de energia, bem como

Leia mais

Comunicação e sinalização celular

Comunicação e sinalização celular Comunicação e sinalização celular ------------------------------------------------------------------------------------- Do simples para o complexo, moléculas organizadas formam as células, que unidas formam

Leia mais

BIOQUÍMICA II SISTEMAS TAMPÃO NOS ORGANISMOS ANIMAIS 3/1/2012

BIOQUÍMICA II SISTEMAS TAMPÃO NOS ORGANISMOS ANIMAIS 3/1/2012 BIOQUÍMICA II Professora: Ms. Renata Fontes Medicina Veterinária 3º Período O conteúdo de Bioquímica II utiliza os conhecimentos adquiridos referentes ao estudo do metabolismo celular e fenômenos físicos

Leia mais

Fisiologia Humana Sistema Endócrino. 3 ano - Biologia I 1 período / 2016 Equipe Biologia

Fisiologia Humana Sistema Endócrino. 3 ano - Biologia I 1 período / 2016 Equipe Biologia Fisiologia Humana Sistema Endócrino 3 ano - Biologia I 1 período / 2016 Equipe Biologia Glândula!Agrupamento de células ou órgãos especializados na produção e na eliminação (secreção) de substâncias, a

Leia mais

SUMÁRIO Aula 9: Eixo hipotálamo-hipófise

SUMÁRIO Aula 9: Eixo hipotálamo-hipófise SUMÁRIO Aula 9: Eixo hipotálamo-hipófise 9.1 Introdução: o hipotálamo e a glândula hipófise 9.2 Hipófise posterior (neuro-hipófise) 9.3 Hipófise anterior (adeno-hipófise) 9.1 Introdução: o hipotálamo e

Leia mais

METABOLISMO DE CARBOIDRATOS METABOLISMO DOS LIPÍDIOS METABOLISMO DE PROTEÍNAS

METABOLISMO DE CARBOIDRATOS METABOLISMO DOS LIPÍDIOS METABOLISMO DE PROTEÍNAS METABOLISMO DE CARBOIDRATOS METABOLISMO DOS LIPÍDIOS METABOLISMO DE PROTEÍNAS METABOLISMO DE CARBOIDRATOS GLICÓLISE Transporte da Glicose para dentro das Células: Glicose não difunde diretamente para

Leia mais

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO FUNÇÕES BÁSICAS DAS SINAPSES E DAS SUBSTÂNCIAS TRANSMISSORAS

ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO FUNÇÕES BÁSICAS DAS SINAPSES E DAS SUBSTÂNCIAS TRANSMISSORAS ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO FUNÇÕES BÁSICAS DAS SINAPSES E DAS SUBSTÂNCIAS TRANSMISSORAS AULA 4 DISCIPLINA: FISIOLOGIA I PROFESSOR RESPONSÁVEL: FLÁVIA SANTOS Divisão sensorial do sistema nervoso Receptores

Leia mais

SISTEMA DIGESTIVO HUMANO (Parte 4)

SISTEMA DIGESTIVO HUMANO (Parte 4) SISTEMA DIGESTIVO HUMANO (Parte 4) INTESTINO DELGADO O intestino delgado de um adulto é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4 cm de diâmetro, e é dividido em três regiões: duodeno (região

Leia mais

Doença de Addison DOENÇA DE ADDISON

Doença de Addison DOENÇA DE ADDISON Enfermagem em Clínica Médica Doença de Addison Enfermeiro: Elton Chaves email: eltonchaves76@hotmail.com DOENÇA DE ADDISON A insuficiência adrenal (IA) primária, também denominada doença de Addison, geralmente

Leia mais

Bio. Professores: Nelson Paes Rubens Oda Monitores: Mat.

Bio. Professores: Nelson Paes Rubens Oda Monitores: Mat. Bio. Semana 19 Professores: Nelson Paes Rubens Oda Monitores: Coordenação endócrina: hipófise, pineal, tireoide e paratireoides. 21 jun RESUMO Os animais apresentam dois mecanismos de coordenação corporal:

Leia mais

Adrenais OS HORMÔNIOS ADRENOCORTICAIS - SUPRA-RENAL. Msc. Ana Maria da Silva Curado Lins

Adrenais OS HORMÔNIOS ADRENOCORTICAIS - SUPRA-RENAL. Msc. Ana Maria da Silva Curado Lins Adrenais Msc. Ana Maria da Silva Curado Lins OS HORMÔNIOS ADRENOCORTICAIS - SUPRA-RENAL - São duas as glândulas supra-renais. - Situam-se no pólo superior de cada rim aproximadamente 4g cada. - Córtex:

Leia mais

ENDOCRINOLOGIA REPRODUTIVA. M. V. Doutorando Lucas Balinhas Farias

ENDOCRINOLOGIA REPRODUTIVA. M. V. Doutorando Lucas Balinhas Farias ENDOCRINOLOGIA REPRODUTIVA M. V. Doutorando Lucas Balinhas Farias Anatomia do sistema reprodutivo feminino Genitália externa, vagina, cérvix, útero, ovidutos e ovários Maturidade Sexual É representada

Leia mais

BIOLOGIA - 2 o ANO MÓDULO 11 SISTEMA ENDÓCRINO

BIOLOGIA - 2 o ANO MÓDULO 11 SISTEMA ENDÓCRINO BIOLOGIA - 2 o ANO MÓDULO 11 SISTEMA ENDÓCRINO Como pode cair no enem Os mecanismos de autorregulação que levam à homeostase, para garantir um equilíbrio dinâmico, implicam retroalimentação (feedback),

Leia mais

RESPOSTA ORGÂNICA AO TRAUMA

RESPOSTA ORGÂNICA AO TRAUMA RESPOSTA ORGÂNICA AO TRAUMA Resposta Orgânica ao Trauma Mecanismos homeostáticos destinados a manter a integridade cardiovascular, nutricional e hidro-eletrolítica do organismo. Resposta Orgânica ao Trauma

Leia mais