Ententendo as enchentes e deslizamentos de terra no Rio de Janeiro em 2011
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- Lara Palmeira Fraga
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1 Notícia Comentada 01 Geografia Por Franzé Oliveira (Coordenação de Geografia) Ao analisarmos as causas da maior tragédia natural do Rio de Janeiro, temos que tomar muito cuidado e termos um olhar crítico do emprego da palavra natural. A quem interessa culpar as centenas de mortes e milhares de desabrigados apenas as fortes chuvas ocorridas nas cidades serranas fluminense? Podemos listar como causas principais da tragédia no Rio de Janeiro de 2011: Ocupação desordenada das encostas serranas, devido à especulação imobiliária local de baixa (barracos) e alta renda (pousadas de luxo e mansões); Desmatamentos indiscriminados das encostas e nas margens dos rios (mata ciliar); Assoreamento dos rios (acúmulo de sedimentos e lixo nos rios, devido ao desmatamento da mata ciliar); Descaso dos institutos de pesquisas meteorológicas; Despreparo e descaso dos gestores municipais, estaduais e federais; Acúmulo de lixo nas ruas e nos bueiros; Impermeabilização do solo urbano; Excesso de chuvas. A seguir temos um texto explicativo das enchentes e deslizamento nas cidades serranas do Rio de Janeiro em Uma tragédia anunciada. Neste texto desenvolveremos as seguintes habilidades do ENEM: H6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos. H26 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem. H27 Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos. H28 Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio ambientais em diferentes contextos histórico geográficos. H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas. Ententendo as enchentes e deslizamentos de terra no Rio de Janeiro em 2011 Enchentes e deslizamentos de terra atingiram o estado do Rio de Janeiro, em janeiro de As cidades mais afetadas foram Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto, na Região Serrana do estado. Os serviços governamentais contabilizaram 905 mortes e 281 desaparecidas, sendo 156 em Teresópolis, 53 em Nova Friburgo, 45 em Petrópolis e duas em Sumidouro. Outras 25 mortes não estão relacionadas por município. A tragédia foi considerada como o maior desastre climático da história do país,
2 superando os 463 mortos do temporal que atingiu a cidade paulista de Caraguatatuba, em Segundo as últimas informações da Secretaria de Estado da Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, 426 pessoas morreram em Nova Friburgo, 382 em Teresópolis, 71 em Petrópolis, 21 em Sumidouro, quatro em São José do Vale do Rio Preto e uma em Bom Jardim. No dia 14 de janeiro, a notícia de queda de caixa de água causa pânico entre moradores de Nova Friburgo, assustando não só os moradores da cidade, mas de toda a Região Serrana do Rio. Com medo, boa parte da população chegou a pensar que uma represa de Nova Friburgo havia se rompido. A região voltou a receber precipitação nos dias posteriores. Até mesmo a cidade do Rio de Janeiro entrou em estado de atenção no dia 15 de janeiro, devido às fortes chuvas nas zonas norte e oeste, segundo o Centro de Operações Rio. Nos dias 16 e 17 de janeiro, foi repassado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) um alerta de mais chuvas para toda a região, decorrente de condições favoráveis à precipitação. Causas do fenômeno meteorológico Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o sistema meteorológico que causou as chuvas foi a Zona de Convergência de Umidade, que parte com vapor de água da Amazônia e segue afunilando até a Região Sudeste. Histórico Em 2010 ocorreram 473 mortes por deslizamentos ou inundações no Brasil, sendo 316 no Rio de Janeiro. Em abril de 2010 morreram 47 pessoas e mais de três mil ficaram desabrigadas na tragédia do Morro do Bumba (em Niterói RJ). Segundo moradores, até janeiro de 2011, as medidas preventivas como contenção das encostas não foram realizadas e após o acidente nunca mais a Defesa Civil retornou ao local. De acordo com o presidente da Associação de Vítimas do Bumba, apenas 93 famílias ganharam casas do programa Minha Casa, Minha Vida enquanto que 800 ainda esperam para receber o aluguel social. Tragédia anunciada Após o Tsunami asiático ocorrido em 2004, a ONU criou o Plano de Ação de Hyogo, com o qual os países ficam obrigados a enviar um relatório completo da capacidade interna de prevenção a desastres a cada dois anos. No relatório brasileiro, enviado em novembro de 2010, Ivone Maria Valente, da Secretaria Nacional da Defesa Civil, aponta despreparo dos órgãos de Defesa Civil. O governo admite, ainda, que não avaliou nenhuma escola ou hospital para elaborar o documento. Portanto, a falta de planejamento é apontada como principal fator para pôr em risco a população. No documento da ONU fica claro que o Brasil estaria economizando recursos financeiros se a prioridade fosse a prevenção. Nesse mesmo documento, o governo projetou um "aumento da ocorrência de desastres". Entre 2007 e 2009 o Ministério do Meio Ambiente e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente elaboraram relatórios visando identificar os impactos ambientais da implantação, pela Petrobras, do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro no município de Itaboraí. Os documentos na época já apontavam como prioritárias a remoção de imóveis de áreas de preservação permanente em Teresópolis. Ainda segundo os relatórios, o problema é agravado pela "ausência de controle e rigor dos órgãos ambientais e falta de infraestrutura para treinar
3 os fiscais ambientais". Apesar dos diagnósticos serem antigos, apenas no final de 2010 o prefeito de Teresópolis, Jorge Mário Sedlacek (PT), apresentou um Plano Local de Desenvolvimento Sustentável. De acordo com o prefeito 200 famílias foram removidas desde o início do seu governo. Em Friburgo o relatório da Agenda 21 também apontava irregularidades como "loteamentos clandestinos ou aprovados sem o devido estudo". No entanto, o prefeito Demerval Barboza Moreira Neto (PMDB) afirmou que não havia como evitar a tragédia. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) previu o temporal que atingiu a região Serrana do Rio e emitiu um aviso meteorológico especial às 16h23min de terça feira, dia 11 de janeiro, para as Defesas Civis estaduais e municipais. As prefeituras de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis receberam os alertas, mas declararam que não houve tempo pra tomar as medidas necessárias para se evitar a tragédia. A Defesa Civil estadual do RJ ignorou os avisos de alerta emitidos pelo Inmet e também pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) e seguiu as recomendações do Serviço de Meteorologia do Estado do Rio (Simerj), que não previa nenhum temporal. Consequências Os danos e prejuízos são lastimáveis. Contudo, apesar da perda de vidas e do caos gerados diante de tanta tragédia, como era de se esperar, o impacto foi muito negativo na economia regional, afetando o cenário estadual e atravessando as fronteiras da unidade federativa, influenciando a economia de outros estados do sudeste brasileiro. Registrou se decadência em todos os setores da economia. Impactos foram registrados, por exemplo, na indústria, agricultura, pecuária, comércio, turismo e prestadores de serviços. Turismo A economia local foi fortemente abalada com os prejuízos para o turismo na região. A área central de Nova Friburgo foi totalmente devastada, tendo o seu principal atrativo, o teleférico, afetado. A igreja de Santo Antônio (tombada como patrimônio histórico) também foi seriamente atingida por causa da queda de barreiras. Locais como a Queijaria escola não foram tão afetados, mas o Jardim do Nêgo teve parte de suas obras soterradas. Nas duas cidades o que mais preocupa é a questão da rede hoteleira. O carnaval está se aproximando e as reservas em alguns hotéis e pousadas foram canceladas. Há o risco de muitas demissões por causa da baixa temporada (já que é verão) e por causa da perda de maquinários e até mesmo do corpo dos hotéis, como é o caso do hotel do teleférico de Friburgo, que tem que ser abandonado, pois há o sério risco de queda de toda a sua estrutura. O comércio voltou a funcionar normalmente, mas temendo, também, uma queda no faturamento. Leptospirose Como já previam os especialistas, Nova Friburgo anunciou no dia 28 de janeiro, que dez casos de leptospirose foram confirmados no município após as chuvas. Em Teresópolis, foi notificado um caso da doença. Cerca de 150 pessoas aguardam os resultados dos exames na região. Um surto da doença não é descartado e algumas medidas estão sendo providenciadas pelas autoridades junto com as equipes de saúde.
4 Disponível em: 011#cite_note 0 Acesso em: 21/03/2011 Disponível em: Acesso em: 24/01/2011 Links interessantes: html +rio+de+janeiro/n html mostra causa da tragedia no rio.html sobre o mundo/catastrofe no rio de janeiro/ de janeiro/fotos/veja as imagens do 4 dia apos a tragedia naregiao serrana html
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