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1 1 1. INTRODUÇÃO Ao se falar de degradação ambiental logo enfocamos uma termologia negativa no que se refere ao meio ambiente e sua conservação. Seguindo os conceitos modernos dos estudos ambientais, a definição se refere a uma mudança artificial ou perturbação de causa humana é geralmente uma redução percebida das condições naturais ou do estado de um ambiente. O agente causador de degradação ambiental é sempre o ser humano. Processos naturais não degradam ambientes, apenas causam mudanças (JHONSON et al., 1997). Seja em qualquer tipo de ambiente, a degradação é um estado de alteração do mesmo e, de como foi construído, degrada-se como qualquer ambiente natural ou artificial. De acordo com o grau em que o ambiente é agredido podemos identificar a possibilidade de uma reversão ou não ao problema de recuperação local. Espontânea ou em prazos bastante longos, essa recuperação depende do nível de degradação. Caso o sistema natural se recupere de uma atividade degradadora, seja de ação imposta pelo o homem ou por processos naturais teremos o conceito de resiliência. Segundo Holling (1973), ao conceito de resiliência deu um parecer distinto, sendo a capacidade de um sistema de absorver mudanças (...) e ainda persistir e se estende a esse conceito a capacidade de um sistema retornar a um estado de equilíbrio depois de uma perturbação temporária. Associada a algum tipo de dano a natureza, podemos relacionar outro conceito que direto ou indiretamente envolve transformações tanto no ambiente como nos habitats das populações locais, no caso, impacto ambiental. De acordo com o Novo Dicionário da Língua Portuguesa (Ferreira, 1999), impacto (do latim impactu) significa choque ou colisão. Já terminologia do direito ambiental a palavra aparece também como choque ou colisão de substâncias (sólidas, líquidas e gasosas), de radiações ou de formas diversas de energia, decorrentes da realização de obras ou atividades com danosa alteração do ambiente natural, artificial, cultural ou social. Desse pressuposto, impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou

2 2 indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. Notamos diariamente em noticiários áudios-televisivos relatos de acidentes ambientais como, por exemplo, o lançamento de produto químico em rio e lagos causando morte de peixes e vegetações nas encostas. Nesse contexto trata-se de um impacto ambiental derivado de um incidente que, no caso, seria o vazamento do produto químico. Segundo Sánchez, (2006), mesmo incluída num exemplo de conceito a impacto ambiental, não preenche todo o conceito. Na literatura técnica, há várias definições de impacto ambiental, quase todas elas largamente concordantes quanto a seus elementos básicos, embora formuladas de diferentes maneiras. Alguns exemplos são: qualquer alteração no meio ambiente em um ou mais de seus componentes provocada - provocada por uma ação humana (MOREIRA, 1992); o efeito sobre o ecossistema de uma ação induzida pelo homem. (WESTMAN, 1985); a mudança em um parâmetro ambiental, num determinado período e numa determinada área, que resulta de uma dada atividade, comparada com a situação que ocorreria se essa atividade não tivesse sido iniciada (WATHERN, 1988). Outro conceito de impacto ambiental citado por Sánchez (2006) é dado pela norma NBR ISO : 2004 (versão atualizada da primeira norma ISO , de 1996): qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organização. Ainda dentro do contexto, Carvalho et. al. (2002) diz que os empreendimentos envolvendo a construção de reservatórios de usinas hidrelétricas são exemplos claros de impacto ambiental e situações onde evidenciamos modificações ecológicas e representam uma das mais antigas intervenções humanas nos sistemas naturais, sendo uma importante atividade no Brasil nas últimas décadas. Do ponto de vista biológico, os reservatórios constituem uma rede interativa dinâmica e complexa entre os organismos (espécies, populações e comunidade) e o seu ambiente físico-químico, resultante de permanentes processos de respostas às funções de forças climatológicas e aos efeitos produzidos pela manipulação do sistema na

3 3 barragem. Juntamente com os reservatórios, os ambientes represados apresentam heterogeneidade de situações, que aliadas à natureza recente e instável de suas comunidades tornam as atividades de manejo nesses ambientes complexas. Meffe & Carroll (1997) discutem que a inserção de um barramento em um rio, com a mudança da estrutura do rio acarreta uma série de transformações nos principais mecanismos condicionantes da qualidade da água, e a submersão de extensas áreas reduz consideravelmente a disponibilidade espacial dos diversos habitats característicos de uma região. As populações das várias espécies que compõem um ecossistema coexistem em equilíbrio, funcionando as interações entre os diversos organismos como reguladores de suas respectivas populações. Qualquer alteração na cadeia biológica seja de natureza qualitativa ou quantitativa, acarreta conseqüências para o sistema, e estas alterações podem ser desde sutis e efêmeras a devastadoras e irreversíveis. Outra vertente deste contexto de impacto são os fatores de influência direta como a exploração indiscriminada de madeira, à qual há muito era atribuída ao desequilíbrio ecológico, assume agora segundo lugar, ficando atrás da cultura itinerante (promovida por lavradores sem-terra das florestas estimados em 150 milhões no mundo todo) e da transformação da mata em glebas agrícolas, plantações e pastos, o qual estado tem deixado a desejar nesta questão, devido ao caráter predatório, e do modelo econômico existente no país (ALONSO & COSTA, 2002). Nesse contexto, as modificações ambientais causada pela ação antrópica, através do avanço da fronteira agrícola, das transformações profundas no cultivo de terra, o êxodo rural resultando na urbanização desorganizada, associados os empreendimentos de alto impacto ambiental são fatores que influenciam diretamente na transformação dos habitats e ecossistemas locais. Assim, tem-se que as usinas hidrelétricas, apesar de gerar componentes do crescimento econômico, causam um grande impacto nas populações animais, vegetais e humanas da área de sua inserção e entorno. Os custos ambientais de grandes projetos estão cada vez mais sendo calculados em forma de avaliação do impacto ambiental levando em conta os efeitos,

4 4 presentes e futuros, que esses projetos possam ter no ambiente (SILVA JR. et al., 2005b). Em um empreendimento (UHE) um dos aspectos mais preocupantes dentro do conceito de impacto ambiental é, com certeza, a fauna silvestre terrestre. Desde o início das atividades de engenharia, com o desmatamento para a inserção do canteiro de obras, até a finalização do projeto, inúmeras ações de proteção e monitoramento faunístico são exigidas pelos órgãos ambientais. A fase final, com o enchimento do reservatório é a mais impactante dentro de uma visão a curto prazo. Mesmo com o desmatamento obrigatório de parte ou de toda a bacia de inundação, os animais que conseguem escapar do efeito imediato do enchimento tentam se adequar no entorno ou nas áreas vegetadas remanescentes. Essa movimentação da fauna, que são potenciais reservatórios naturais de diversas zoonoses, pode se combinar com a presença humana, em um ciclo epidemiológico preocupante, incluindo bacterioses, viroses, parasitoses e acidentes com animais peçonhentos (SILVA JR. et al., 2005b). A seleção indireta de espécies animais, através da interferência humana nos ecossistemas naturais prejudica uma grande variedade, enquanto uma minoria com maior capacidade de adaptação é afetada diretamente, acarretando o empobrecimento da biodiversidade e a proliferação das espécies generalistas (BELLUOMINI, 1984; MELGAREJO, 2003). Assim podemos considerar essas modificações como um fator de risco no tocante a animais peçonhentos que sem habitat natural podem avançar para os grandes centros no entorno de um impacto e provocar acidentes característicos dos gêneros. Dentro do conceito de animais peçonhentos incluem-se, classicamente, os artrópodes terrestres (aracnídeos, lacraias e insetos) e as serpentes, sendo esses últimos atores os mais preocupantes na perspectiva epidemiológica dos acidentes com humanos (FUNASA, 2001). O aumento da freqüência de serpentes venenosas nas áreas agrícolas é favorecido pela disponibilidade de alimentos propícios e roedores que, sabiamente, são considerados pragas, especialmente em áreas de cultura de grãos e regiões agrícolas, de modo geral. Dessa forma existe uma inversão de áreas preferenciais de forrageamento de espécies de algumas serpentes

5 5 venenosas que apresentam uma ampla plasticidade adaptativa a áreas antropizadas (SILVA et al., 1997). Acidentes com animais peçonhentos devem ser avaliadas durante os processos de criação de reservatórios artificiais, não por se afirmar que exista um perigo real e iminente, mas como um controle estratégico de um tipo de problema de saúde pública altamente suscetível a variações climáticas e ambientais. A Usina Hidrelétrica Corumbá IV (UHE Corumbá IV) está localizada no rio Corumbá com suas instalações no município de Luziânia, Goiás. Durante o processo de instalação desse empreendimento, entre 2002 e 2006, houve mudanças no quadro sócio-econômico de algumas das cidades envolventes bem como profundas mudanças ambientais causadas pelo impacto direto sobre habitats terrestres e aquáticos. O presente trabalho aborda o levantamento dos acidentes com animais peçonhentos ocorrentes na área de estudo em um espaço temporal pré, durante e após a implantação do empreendimento em contraste com possíveis transformações sócio-ambientais.

6 6 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL Avaliar a incidência de acidentes com animais peçonhentos nos municípios afetados pelo reservatório da Usina Hidrelétrica Corumbá IV, Goiás OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1) Avaliar a incidência de acidentes com animais peçonhentos antes, durante e após a instalação da UHE Corumbá IV. 2) Avaliar condicionantes ambientais e sazonais dos acidentes com animais peçonhentos antes, durante e após a instalação da UHE Corumbá IV. 3) Avaliar a casuística dos acidentes com animais peçonhentos e a diversidade encontrada nos levantamentos faunísticos ambientais da UHE Corumbá IV.

7 7 3. REFERENCIAL TEÓRICO Ao abordar um tema tão específico e importante como os acidentes com animais peçonhentos, faz-se necessário uma padronização de conceitos importantes para o melhor entendimento do trabalho. Pela necessidade de se utilizar casos oficialmente notificados, o trabalho se restringiu a invertebrados e vertebrados terrestres Veneno e Peçonha A conceituação de venenos e peçonhas considera as propriedades farmacológicas das toxinas integrantes e o tipo de órgão ou tecidos associados. Assim, venenos são produtos metabólicos produzidos ou estocados em órgãos que, em condições naturais, afetam o organismo quando ingeridos e podem também atuar, de modo artificial, por via parenteral. As peçonhas são produzidas por glândulas especializadas associadas a dutos excretores e possuindo ou não, estruturas inoculadoras, geralmente atuam por via parenteral e podem ser destruídas quando ingeridas (RUSSELL, 1967, 1971, 1979; FREYVOGEL & PERRET, 1973) Animais Venenosos e Peçonhentos Em toda a escala zoológica podemos encontrar animais venenosos e peçonhentos. Apesar de tudo, essa conceituação enfrenta alguns problemas quando comparamos, por exemplo, esponjas marinhas (causadoras de dermatites de contato) e moluscos do gênero Conus (com aparato de inoculação de veneno neurotóxico extremamente letal). Semelhantemente, o Phylum Cnidaria inclui as classes Scyphozoa (águas-vivas), Hydrozoa (caravelas), Anthozoa (corais e anêmonas) e Cubomedusae (medusas-cubo) que se comportam, simultaneamente, como peçonhentos (portadores de organelas inoculadoras nematocistos) e venenosos (possuidores de toxinas em vários tecidos) (FREITAS & MALPEZZI, 1997). Esse quadro foi o reflexo da preocupação dos órgãos de saúde pública com os animais peçonhentos clássicos, que incluíam somente as serpentes, escorpiões e aranhas. Com o passar do tempo, principalmente após a metade da década de 1980, muitos estudos foram sendo empreendidos, incluindo outros animais terrestres e aquáticos, ampliando muito o conhecimento da

8 8 toxinologia animal brasileira. O resultado é a realidade presente na ao falada biodiversidade animal, negligenciada por inúmeras razões, mas não pertinentes de uma abordagem explicativa nesse momento. Assim, o quadro geral de animais peçonhentos e venenosos mudou drasticamente. A Tabela 1 apresenta, sucintamente, a diversidade desses animais no quadro zoológico mundial e sua presença no Brasil. Tabela 1. Distribuição de animais peçonhentos e venenosos por categoria zoológica e sua presença no Brasil. Taxon Nome Vulgar V P Brasil I. Invertebrados 1. Aquáticos Phylum Porifera esponjas X X Phylum Cnidaria corais e águas-vivas X X X Phylum Annelida vermes anelídeos X X Phylum Mollusca moluscos X X Phylum Echinodermata ouriços e estrelas-do-mar X X Phylum Crustacea crustáceos X X 2. Terrestres Phylum Arthropoda Classe Arachnida aranhas e escorpiões X X Classe Chilopoda lacraias X X Classe Insecta insetos X X II. Vertebrados 1. Peixes Classe Chondrichthyes Subclasse Holocephali quimeras X Subclasse Elasmobranchii Ordem Squaliformes tubarões X X Ordem Rajiformes raias X X Classe Actinopterygii Ordem Batrachoidiformes peixes-sapo X X Ordem Perciformes várias espécies X X X Ordem Siluriformes bagres X X Ordem Scorpaeniformes peixes-escorpiões X X 2. Anfíbios (Classe Amphibia) Ordem Anura sapos, rãs e pererecas X X Ordem Caudata salamandras X X 3. Répteis (Classe Reptilia) Ordem Sauria lagartos X Ordem Serpentes serpentes X X 4. Aves (Classe Aves) Ordem Passeriformes Família Pachycephalidae pitohui-de-penacho X 5. Mamíferos (Classe Mammalia) Ordem Monotremata Família Ornithorhynchidae ornitorrinco X Ordem Soricomorpha Família Solenodontidae almiqui X Família Soricidae mussaranhos X Ordem Primates Família Lorisidae loris X Legenda: V = venenoso; P = peçonhento; Brasil = presente no Brasil. Fonte: Haddad Jr. (2000), Cardoso et al. (2003), Silva Jr. (com. pessoal).

9 9 É observável também que a presença de toxinas nos diversos grupos animais descaracteriza qualquer relacionamento filogenético das hierarquias superiores. Além da grande presença entre peixes e invertebrados, venenos são encontrados em anfíbios, lagartos (1 gênero), serpentes, aves (1 gênero) e mamíferos (4 gêneros). Apesar desse quadro, no Brasil, são considerados de interesse epidemiológico os acidentes com serpentes (ofidismo), aracnídeos (aracnidismo) e, ultimamente, insetos Ofiologia e Ofidismo Existe também uma grande confusão na terminologia derivada das serpentes. Dentro da classe Reptilia (répteis), as serpentes estão agrupadas em uma ordem que pode ser denominada de Ophidia (do grego ophidion) ou Serpentes (do latim serpente). Dependendo do uso de um ou outro nome na Zoologia temos os termos ofídios e serpentes. Muito comum é o uso do termo ofidismo para designar o estudo das serpentes e seus venenos. O termo ophidion é o diminutivo de ophis (=cobra) o que, naturalmente, levaria o termo ofiologia a designar a parte da Zoologia que trata dos ofídios como a biologia, anatomia, biomecânica, evolução, comportamento, fisiologia e ecologia. Coube ao ofidismo tratar do estudo do veneno e da ação do veneno das serpentes (SILVA JR., 1997) Ofiologia As serpentes são encontradas em quase todo o mundo, mas habitam principalmente regiões temperadas e tropicais, em especial pela sua dependência do calor externo para efetuar sua termorregulação por mecanismos comportamentais. Como os demais répteis, são animais ectotérmicos, à diferença de aves e mamíferos (endotérmicos). As grandes famílias de serpentes ocuparam praticamente todos os ambientes disponíveis, desde os terrestres, subterrâneos e arbóreos até as águas continentais e oceânicas, diversificando-se notavelmente para se adaptar a exigências tão díspares. Apesar de terem sofrido uma radiação adaptativa surpreendente, conservaram um padrão morfológico bastante homogêneo, mesmo que as menores espécies (Leptotyphlopidae) possam ter apenas 10cm de

10 10 comprimento, e as maiores (Boidae) cheguem, eventualmente a atingir um tamanho próximo aos 10m (MELGAREJO, 2003). As serpentes estão incluídas na classe Reptilia por possuírem um coração de três cavidades, respiração pulmonar e temperatura corporal variável (ectotérmicos), e na ordem Squamata (juntamente com lagartos e anfisbenídeos), porque possuem o corpo totalmente recoberto com escamas epidérmicas. Estão atualmente divididas nas infraordens Scolecophidia e Alethinophidia, com 20 famílias, 361 gêneros e mais de espécies. Das 20 famílias, 9 ocorrem no Brasil, sendo 2 representadas por serpentes venenosas (=peçonhentas) (Elapidae e Viperidae) e 1 de interesse médico (Colubridae), por possuir certa casuística nas acidentes com humanos (SILVA JR., 1997, 2007; FRANCO, 2003). A infraordem Scolecophidia (do grego scolex = verme; ophis = serpentes) é composta por serpentes uniformemente cilíndricas e delgadas, com cabeças e caudas curtas e espinho apical na cauda. São formas fossoriais, alimentando-se de térmitas, minhocas e larvas de insetos. A infraordem Alethinophidia (do grego alethinos = real; ophis = serpentes) compreende um grupo muito mais diverso e complexo, incluindo todas as outras famílias de serpentes, que são separadas em grupos hierárquicos superiores baseado em características morfológicas (osteologia e anatomia). Somente as superfamílias Colubroidea, Viperoidea e Elapoidea possuem espécies verdadeiramente peçonhentas ou de interesse médico (SILVA JR., 1997, 2007). As famílias presentes em Microstomata e Macrostomata não são venenosas e acidentes com mordeduras de espécies desses grupos são considerados problemas mecânicos com reações locais (quando presentes) relacionados com processos inflamatórios e infecções bacterianas oportunísticas Evolução do Aparelho Venenífero O aparelho de veneno das serpentes consiste de glândulas exócrinas modificadas que produzem substâncias tóxicas, o veneno, e dentes maxilares modificados, por onde o veneno é injetado nas presas ou em organismos inimigos. Tradicionalmente são caracterizados quatro estágios evolutivos do

11 11 aparelho venenífero das serpentes, que representam a complexidade das adaptações morfológicas envolvendo essas glândulas especializadas e dentição (PUORTO, 1982; SILVA JR., 1997a, 2007; MELGAREJO, 2003) (Figura 1): Figura 1. Tipo de dentição em serpentes e suas prováveis relações evolutivas. a) dentição áglifa; b) dentição opistóglifa; c) dentição proteróglifa; d) dentição solenóglifa. Fonte: Melgarejo (2003). a) Dentição áglifa trata-se de serpentes colubrídeas com dentição homodonte (dentes de igual formato), sem presas especializadas. Glândulas supralabiais produzem secreções destinadas à lubrificação da presa. Incluem a grande maioria dos aletinofídeos. b) Dentição opistóglifa trata-se de serpentes colubrídeas que apresentam dentes semi-canaliculados alongados posteriores, associados a uma glândula especializada conhecida como glândula de Duvernoy. Essas glândulas são constituídas por células serosas e seromucosas que produzem substâncias efetivamente tóxicas, daí a sua importância médica. Algumas serpentes possuem uma dentição opistoglifodonte sem glândula de Duvernoy associada, utilizando-se da dentição para perfurar os pulmões de suas presas (ex: Waglerophis merremi). Incluem parte dos aletinofídeos (família Colubridae).

12 12 c) Dentição proteróglifa nesse tipo de dentição o osso maxilar perdeu todos os integrantes posteriores, com uma presa especializada canaliculada anterior e imóvel. Está restrito aos Elapoidea que, no Brasil e em Goiás, estão representados na família Elapidae e subfamília Elapinae. Em contraste com as serpentes colubrídeas opistóglifas, os dentes modificados das serpentes proteróglifas têm um diâmetro maior e, muitas vezes, apresentam o canal central completamente fechado. As glândulas de veneno são semelhantes às das glândulas de Duvernoy, mas, além da glândula serosa, existe uma glândula mucosa acessória. Entre os representantes desse grupo estão as serpentes corais-verdadeiras (gêneros Micruroides, Leptomicrurus e Micrurus). d) Dentição solenóglifa trata-se das serpentes da família Viperidae, que possuem um aparelho de veneno altamente desenvolvido, com uma glândula de veneno mista e grande lúmen, abrindo-se em dentes modificados longos, completamente canaliculados, fixos aos ossos maxilares móveis. Os dentes, quando em repouso, permanecem paralelos ao crânio, mas gira 90º no momento do ataque, para injetar o veneno. Estão incluídos nesse grupo as jararacas (grupo botropóide), as cascavéis (gênero Crotalus) e as surucucus (gênero Lachesis) Família Colubridae A família Colubridae, com seus 226 gêneros, compreende 2/3 das serpentes do globo, sendo a mais cosmopolita de todas, com inúmeros problemas taxonômicos demonstrado na instabilidade do uso nomenclatural de subfamílias. Tem uma distribuição global, com maior diversidade na linha tropical. Sua importância na epidemiologia dos acidentes humanos está nas espécies que possuem secreções orais tóxicas derivadas da glândula de Duvernoy. As espécies se caracterizam por possuírem olhos geralmente grandes, com pupilas arredondadas (diurnas) ou elípticas (noturnas); a cabeça pode ser arredondada ou alongada, com placas cefálicas grandes e uma enorme variação de padrões de cores. Estão representadas com espécies de dentição áglifa e opistóglifa, com maior preocupação com as espécies que possuem esse último tipo de dentição (Figura 1). No Brasil estão representadas cerca de 270 espécies, com aproximadamente 62 espécies no Estado de Goiás (SILVA JR., 2006; SBH, 2007).

13 Família Viperidae Formado por 250 espécies distribuídas pelo mundo, representam o mais importante grupo de serpentes para a saúde pública, pois são responsáveis pelo maio número de acidentes ofídicos registrados no Brasil. Possuem dentição solenóglifa (Figura 1), são ágeis e possuem hábitos noturnos. Das quatro subfamílias reconhecidas somente a Crotalinae se representa no Novo Mundo. A maioria das espécies possui uma grande massa corporal, caudas curtas e cabeças triangulares. A subfamília Crotalinae se diferencia das demais pela presença de uma estrutura termorreceptora conhecida como fosseta loreal (PUORTO, 1982; SILVA JR., 1997a, 2007; MELGAREJO, 2003) Grupo Botropóide Até o final da década de 1980 as serpentes conhecidas como jararacas compreendiam um complexo taxonômico dentro do gênero Bothrops, daí o termo acidente botrópico. Em uma grande revisão derivada originalmente dos trabalhos de Burger (1971) e Hoge & Romano-Hoge (1981), esse gênero foi desmembrado em Atropoides Werman, 1992, Bothriechis Peters, 1859, Bothriopsis Peters, 1861, Bothrocophias Gutberlet & Campbell, 2001, Bothrops Wagler, 1824, Cerrophidion Campbell & Lamar, 1992, Ophryacus Cope, 1887 e Porthidium Cope, 1871, com um total de 66 espécies reconhecidas (fide CAMPBELL & LAMAR, 2004). Ocorrentes no Brasil estão somente os gêneros Bothriopsis, Bothrocophias e Bothrops e representam o maior grupo de crotalíneos da América do Sul, com ampla distribuição, desde o México até a Argentina. As serpentes pertencentes a esse grupo de gêneros são de médio a grande porte, a maioria de hábito terrestre (2 espécies arborícolas) e possuem um comportamento bastante agressivo e elevado grau de adaptabilidade aos mais diversos ambientes, justificando a sua importância como agentes etiológicos em envenenamentos humanos na América Latina. São mais comuns em ambientes com umidade relativa alta. O gênero Bothrops se apresenta como o de maior importância para a casuística médica (SILVA JR., 1997a, 2007) (Figura 2).

14 14 Figura 2. Serpentes botropóides mais importantes do Brasil: A) Bothriopsis bilineata. B) Bothrops alternatus. C) Bothrops atrox. D) Bothrops erythromelas. E) Bothrops jararaca. F) Bothrops jararacussu. G) Bothrops moojeni. H) Bothrops neuwiedi. Fotos: Arquivo NATURAE (c, d, g, h), M. A. Buononato (b, e, f), G. Puorto (a). A Tabela 2 apresenta as espécies de jararacas presentes no Brasil e no Estado de Goiás com sua designação vulgar. Originária da listagem original compilada por Campbell & Lamar (2004), foram excluídas as espécies de provável ocorrência.

15 15 Tabela 2. Serpentes botropóides presentes no Brasil e no Estado de Goiás. Taxon Nome Vulgar Goiás Bothriopsis bilineata jararaca-verde Bothriopsis taeniata jararaca-amarela Bothrocophias hyoprora jararaca-nariguda Bothrops alternatus urutu, urutu-cruzeiro X Bothrops alcatraz jararaca-de-alcatraz Bothrops atrox jararaca-do-norte Bothrops brazili jararaca-vermelha Bothrops cotiara jararaca-preta Bothrops diporus jararaca-pintada Bothrops erythromelas jararaca-da-seca Bothrops fonsecai jararaca Bothrops insularis jararaca-ilhoa Bothrops itapetiningae jararaquinha X Bothrops jararaca jararaca Bothrops jararacussu jararacussu Bothrops leucurus jararaca-cabeça-de-capanga Bothrops lutzi jararaca-pintada X Bothrops marajoensis jararaca-de-marajó Bothrops mattogrossensis jararaca-pintada Bothrops moojeni caissaca X Bothrops muriciensis jararaca Bothrops neuwiedi jararaca-pintada X Bothrops pauloensis jararaca-pintada Bothrops pirajai jararacussu-tapete Bothrops pubescens jararaca-pintada Fonte: Campbell & Lamar (2004) Gênero Crotalus Trata-se das cascavéis. Desde o trabalho monográfico de Klauber (1956) até a compilação mais recente de Campbell & Lamar (2004) esse grupo passou por várias revisões, estando restrito aos gêneros Crotalus e Sistrurus. O gênero Crotalus possui 30 espécies, distribuídas desde os Estados Unidos até a Argentina. Entretanto, a sua maior diversidade encontra-se no México e Estados Unidos. São animais robustos, fortes, de porte médio, solenóglifas (Figura 1) e com o típico guizo (ou chocalho; ausente no gênero Sistrurus) na ponta da cauda. Adaptadas a ambientes mais secos (PUORTO, 1982; SILVA JR., 1997a; MELGAREJO, 2003; CAMPBELL & LAMAR, 2004) (Figura 3).

16 16 Figura 3. Serpente cascavel (Crotalus durissus collilineatus). Foto: Arquivo NATURAE. No Brasil somente a espécie Crotalus durissus se faz representar. No total são reconhecidas 11 subespécies atualmente reconhecidas com 6 presentes no Brasil: a) C. d. cascavella restrita à Caatinga e zonas de contato com outros ecossistemas; b) C. d. collilineatus restrita ao Cerrado do Centro- Oeste e zonas de contato com outros ecossistemas; c) C. d. marajoensis restrita à Ilha de Marajó; d) C. d. ruruima áreas abertas do norte e noroeste da Amazônia; e) C. d. terrificus parte central da América do Sul até a Argentina; f) C. d. trigonicus região das Guianas e áreas adjacentes (CAMPBELL & LAMAR, 2004) Gênero Lachesis É um gênero anteriormente monotípico e atualmente desmembrado e 4 espécies: Lachesis acrochorda (García,1896), L. melanocephala Solórzano & Cerdas, 1986, L. muta (Linnaeus, 1766) e L. stenophrys Cope, Dessas, somente L. muta se representa no Brasil, com 2 subespécies: a) L. m. muta restrita à região Amazônica; b) L. m. rhombeata restrita aos fragmentos da Mata Atlântica brasileira, com relatos nas áreas úmidas da Caatinga. São serpentes de grande porte (mais de 2 metros nos adultos), terrestre, noturnas, secretivas, e curiosamente de índole pacífica. São conhecidas como surucucu, surucucu-pico-de-jaca ou surucucu-de-fogo. Vivem em ambientes úmidos, fechados e altos. Além do porte, as características mais marcantes são as escamas dorsais grandes e protuberantes (pico-de-jaca) e cauda com escamas

17 17 eriçadas (SILVA JR., 1997a; POURTO, 1982; MELGAREJO, 2003; CAMPBELL & LAMAR, 2004) (Figura 4). Figura 4. Serpente surucucu (Lachesis muta muta). Foto: G. Puorto Família Elapidae Os Elapoidea se dividem em duas famílias distintas: Elapidae e Lampropheiidae. A família Elapidae se divide nas subfamílias Elapinae (terrestres) e Hydrophiinae (marinhas). São serpentes com dentição proteróglifa (Figura 1) e escudos cefálicos semelhantes aos dos colubrídeos, de hábitos terrestres, semi-fossoriais e aquáticos. Os Elapinae agrupam todas as formas não australianas e, no Novo Mundo, estão representados pelos gêneros Micruroides Schmidt, 1928 (sul dos EUA e México), Leptomicrurus Schmidt, 1937 (América do Sul) e Micrurus Wagler, 1824 (América do Norte, Central e do Sul) (SILVA JR., 1997, 2007) Gênero Leptomicrurus São serpentes roliças, com cabeça quase indistinguível do corpo. Como diferenciação marcante das corais-verdadeiras, as Leptomicrurus possuem características únicas de escamas cefálicas e coloração dorsal completamente negra, com manchas circulares, amarelas ou vermelhas no ventre (Figura 5a). O gênero contém quatro espécies L. collaris (Schlegel, 1837), L. narduccii (Jan, 1863), Leptomicrurus renjifoi Lamar, 2003 e L. scutiventris (Cope, 1870),

18 18 todas restritas à região Amazônica (SILVA JR., 1997a,b, 2007; CAMPBELL & LAMAR, 2004; DI-BERNARDO et al., 2007) Gênero Micrurus O gênero Micrurus é o mais diverso da subfamília Elapinae, com 72 espécies e uma grande representação de subespécies. Distribuem-se desde os Estados Unidos até a Argentina, atingindo sua maior diversidade nas regiões tropicais da América Central e do Sul. A coloração básica consiste de anéis corporais pretos, brancos (ou amarelos) e vermelhos, com exceções em que podem ocorrer duas cores. A maior diversidade está presente no grupo monadal (um anel preto entre dois anéis brancos), com 44 espécies, seguido do grupo triadal (três anéis pretos entre dois anéis brancos e dois anéis vermelhos) (Figura 5b e 5c). As demais espécies se incluem na categoria bicolor e triadal da América Central (CAMPBELL & LAMAR, 2004; DI-BERNARDO et al., 2007). Figura 5. Serpentes corais-verdadeiras: A) Leptomicrurus; B. Micrurus corallinus (coral-verdadeira monadal); C. Micrurus brasiliensis (coral-verdadeira triadal). Fotos: Arquivo NATURAE.

19 19 A Tabela 3 apresenta as 25 espécies de corais-verdadeiras presentes no Brasil e as 4 do Estado de Goiás, originárias da listagem original compilada por Campbell & Lamar (2004). Foram excluídas as espécies de provável ocorrência. Tabela 3. Serpentes corais-verdadeiras presentes no Brasil e no Estado de Goiás. Taxon Goiás Leptomicrurus collaris Leptomicrurus narduccii Leptomicrurus scutiventris Micrurus albicinctus Micrurus altirostris Micrurus annellatus Micrurus averyi Micrurus brasiliensis X Micrurus corallinus Micrurus decoratus Micrurus filiformis Micrurus frontalis X Micrurus hemprichii Micrurus ibiboboca Micrurus langsdorffi Micrurus lemniscatus X Micrurus ornatissimus Micrurus paraensis Micrurus psyches Micrurus putumayensis Micrurus pyrrhocryptus Micrurus silviae Micrurus spixii Micrurus surinamensis X Micrurus tricolor Fonte: Campbell & Lamar (2004), Di-Bernardo et al. (2007), Silva Jr. et al. (2007) Ofidismo Os acidentes ofídicos representam sério problema de saúde pública nos países tropicais pela freqüência com que ocorrem e pela morbi-mortalidade que ocasionam. Dados oficiais do Ministério da Saúde demonstram que, em um período de 4 anos (1990 a 1993) ocorreram acidentes ofídicos no Brasil, com uma média de casos por ano para o país. A média de incidência foi de 13,5 acidentes/ habitantes, com a região Centro-Oeste contribuindo com o maior índice do país (33 acidentes/ habitantes).

20 20 Seguido pela região Norte (24 acidentes/ habitantes), Sul (16 acidentes/ habitantes), Sudeste (13 acidentes/ habitantes), deixando para o Nordeste o título de menor índice (7 acidentes/ habitantes), provavelmente devido à sub-notificação, tendo em vista as dificuldades de acesso aos serviços de saúde dessa região. Dentre os casos em que o gênero da serpente foi informado, Bothrops (grupo botropóide) foi responsável por 90,5% dos casos, Crotalus por 7,7%, Lachesis por 1,4% e Micrurus por 0,4%. A letalidade geral foi de 0,45%, sendo maior nos acidentes crotálicos (1,87%) (Figura 6) (FUNASA, 2001). Figura 6. Representatividade dos acidentes com serpentes peçonhentas no período entre 1990 e 1993 no Brasil. Fonte: FUNASA (2001). A ocorrência dos acidentes ofídicos está, em geral, relacionada a fatores climáticos, sendo aumentado no período de chuvas com o conseqüente aumento da atividade humana nos trabalhos no campo. A faixa etária mais acometida varia de 15 a 49 anos (52,3% dos casos), sendo o sexo masculino o mais prevalente (acima de 70%). Quanto ao local da picada, o pé e a perna são os mais atingidos (70,8%), seguido de mão e antebraço (13,4%) (FUNASA, 2001). Apesar do sucesso inicial na luta contra o ofidismo, as décadas de 1970 e 1980 no Brasil foram marcadas pela desorganização das estruturas gerenciais de saúde e insuficiência na produção dos soros. O encerramento das atividades do laboratório privado Syntex do Brasil (na metade da década de 1980) naquela ocasião responsável pela maioria dos soros antiofídicos

21 21 utilizados no país, desencadeou uma crise no abastecimento dos imunobiológicos, somente solucionada com a decisão do Ministério da Saúde de implantar um programa emergencial visando alcançar a auto-suficiência do país e estabelecer mecanismos para a vigilância de acidentes ofídicos no território nacional. Investindo na modernização das plantas de produção dos laboratórios públicos Instituto Butantan, Fundação Ezequiel Dias e Instituto Vital Brazil passou a adquirir, em caráter exclusivo, os seus quantitativos, destinando cotas mensais de cada tipo de soro a cada uma das Unidades Federadas, por meio das Secretarias Estaduais de Saúde. Os acidentes ofídicos passaram a ser de notificação obrigatória no país, o que permitiu um melhor dimensionamento do ofidismo no país, revelando aspectos característicos deste tipo de agravo que possibilitaram o planejamento de ações de controle. O trabalho desenvolvido trouxe em pouco tempo resultados palpáveis, demonstrado pelo incremento na produção e a descentralização dos pontos de atendimento, o que levou à sensível diminuição nas taxas de letalidade. As bases para consolidação desse processo, que incluem a educação da população e a capacitação de profissionais de saúde, estão hoje inseridas no Sistema Único de Saúde, cuja política é coordenada pela Secretaria de Vigilância em Saúde (CARDOSO & WEN, 2003). Assim, o ofidismo e os acidentes com artrópodes peçonhentos passaram a ter uma atenção maior desde que, pelos dados apresentados, evidencia-se uma prevalência na força de trabalho masculino ativa, traduzindo-se em um sério problema de saúde pública e do trabalho (SILVA JR., 1997) Acidente Botrópico As serpentes do grupo botropóide (jararacas) são responsáveis pelo maior número de acidentes ofídicos no país sendo encontradas em todo território nacional (=acidentes botrópicos). Os dados oficiais indicam uma prevalência de até 90% dos casos de acidentes com humanos com cerca de casos anualmente e com letalidade em torno de 0,3% nos casos tratados. A maioria dos casos ocorre em zonas rurais o que implica que os agravos de acidentes deste gênero ocorrem por condições precárias de assistência médica e serviço de saúde ineficiente (FRANÇA & MÁLAQUE, 2003).

22 22 As atividades fisiopatológicas do veneno botrópico podem ser definidas como proteolítica, mais bem definida como inflamatória aguda, coagulante e hemorrágica. As marcas da presa normalmente são localizadas na vítima, sangramento é local porem nem sempre indica comprometimento sistêmico. Os primeiros sintomas detectados pelo paciente ao ser picado por uma serpente do grupo botropóide são dores e edema endurado no local variando sua intensidade, mas de caráter progressivo. Equimoses e sangramentos no ponto da picada são freqüentes. Infartamento ganglionar e bolhas podem aparecer na evolução, acompanhados ou não de necrose. Os acidentes botrópicos são classificados com base nas manifestações clínicas e com isso ajuda na orientação do tratamento e diagnóstico da intensidade ou gravidade do caso. Os casos podem ser leves, moderados ou graves (todas acompanhadas de um quadro agravante de dor local e regional) caracterizando uma progressividade de manifestações hemorrágicas discretas (leve), edema evidente e alterações hemorrágicas (moderado) até hipotensão arterial, isquemia local, choque, oligoanúria e hemorragias intensas (grave). A demora no tratamento ou na assistência médica pode trazer complicações que dependendo dos casos compromete o local do acidente ou até mesmo a vítima. As principais complicações são: a) abscesso; b) necrose; c) choque; e d) insuficiência renal aguda (IRA). O tratamento consiste na administração do soro específico (antibotrópico, anti-botrópico-crotálico ou anti-botrópico-laquético) Dependendo da região geográfica do Brasil existe uma prevalência de certas espécies, que são mais comuns ou que apresentam maior adaptabilidade (FRANÇA & WEN, 1982a; FUNASA, 2001; FRANÇA & MÁLAQUE, 2003) Acidente Crotálico É responsável por cerca de 7,7% dos acidentes ofídicos registrados no Brasil, podendo representar até 30% dos acidentes em algumas regiões. Apresenta o maior coeficiente de letalidade devido à freqüência com que evolui para insuficiência renal aguda (IRA) (FUNASA, 2001). As atividades fisiopatológicas do veneno crotálico podem ser definidas como neurotóxica, miotóxica e coagulante. Não há dor local, ou esta pode ser de pequena intensidade, com parestesia local ou regional, que pode persistir por tempo variável, podendo ser acompanhada de edema discreto ou eritema

23 23 no ponto da picada. Em geral mal-estar, prostração, sudorese, náuseas, vômitos, sonolência ou inquietação e secura da boca podem aparecer precocemente. Algumas manifestações da ação neurotóxica do veneno surgem nas primeiras horas após a picada, e caracterizam a fácies miastênica com ptose palpebral uni ou bilateral, flacidez da musculatura da face, alteração do diâmetro pupilar e oftalmoplegia, podendo existir dificuldade de acomodação (visão turva) e/ou visão dupla (diplopia). Como manifestações menos freqüentes, pode-se encontrar paralisia velopalatina, com dificuldade à deglutição, diminuição do reflexo do vômito, alterações do paladar e olfato. A ação miotóxica provoca dores musculares generalizadas (mialgias) que podem aparecer precocemente. Na urina pode aparecer um tom avermelhado e podendo ficar até marrom (mioglobinúria) constitui a manifestação clínica mais evidente da necrose da musculatura esquelética (rabdomiólise). A atividade coagulante do veneno pode acarretar o aumento do tempo de coagulação ou incoagulabilidade sangüínea, evidenciado com sangramentos no local da picada ou em lesões orais (gengivorragias) (AZEVEDO-MARQUES et al., 1982, 2003). Com base nas manifestações clínicas, o envenenamento crotálico pode ser classificado em: a) leve presença de sinais e sintomas neurotóxicos discretos, de aparecimento tardio, sem mialgia ou alteração da cor da urina ou mialgia discreta; b) moderado - presença de sinais e sintomas neurotóxicos discretos, de instalação precoce, mialgia discreta e a urina podem apresentar coloração alterada; e c) grave - sinais e sintomas neurotóxicos são evidentes e intensos (fácies miastênica, fraqueza muscular), a mialgia é intensa e generalizada, a urina é escura, podendo haver oligúria ou anúria. A principal complicação do acidente crotálico, em nosso meio, é a insuficiência renal aguda (IRA), com necrose tubular geralmente de instalação nas primeiras 48 horas. O tratamento consiste na administração do soro específico (anti-crotálico ou anti-botrópico-crotálico) (FUNASA, 2001; AZEVEDO-MARQUES et al., 1982, 2003) Acidente Laquético Por se tratar de serpentes com hábitos noturnos, secretivas, com distribuição em áreas florestadas tropicais e com baixa densidade populacional, os

24 24 acidentes humanos com esse grupo de serpentes são raros, geralmente não ultrapassando 1,4% dos casos. Associa-se a isso, o fato do quadro clínico ser muito semelhante ao do envenenamento botrópico junto com um sistema ineficiente de notificação (FRANÇA & WEN, 1982b; FUNASA, 2001; MÁLAQUE & FRANÇA, 2003). As atividades fisiopatológicas do veneno laquético podem ser definidas como coagulante, hemorrágica e inflamatória aguda. As manifestações do envenenamento são semelhantes às descritas no acidente botrópico, predominando a dor e edema, que podem progredir para todo o membro. Podem surgir vesículas e bolhas de conteúdo seroso ou sero-hemorrágico nas primeiras horas após o acidente. As manifestações hemorrágicas, na maioria dos casos, limitam-se ao local da picada. São relatados hipotensão arterial, torturas, escurecimento da visão, bradicardia, cólicas abdominais e diarréia (síndrome vagal). Os acidentes laquéticos são classificados como moderados e graves, com a gravidade avaliada segundo os sinais locais e pela intensidade das manifestações sistêmicas à exemplo dos acidentes botrópicos. O tratamento consiste na administração do soro específico (soro anti-laquético, ou anti-botrópico-laquético) (FRANÇA & WEN, 1982b; FUNASA, 2001; MÁLAQUE & FRANÇA, 2003) Acidente No Brasil, as serpentes corais-verdadeiras, apesar de sua grande diversidade taxonômica, não possuem uma casuística alta de acidentes (em torno de 0,4%), especialmente por possuírem hábitos semi-fossoriais e não terem uma índole agressiva (SILVA JR., 1997, SILVA JR. & BUCARETCHI, 2003). As atividades fisiopatológicas do veneno elapídico podem ser definidas como neurotóxicas, apesar dos dados experimentais demonstrarem um grande conjunto de atividades farmacológicas que incluem efeitos miotóxicos, hemorrágicos e cardiovasculares. Classicamente, os venenos das serpentes corais possuem neurotoxinas pré-sinápticas e/ou pós-sinápticas, contribuindo para o bloqueio da junção neuromuscular. As manifestações clínicas costumam ser discretas e o envenenamento real é evidenciado, à exemplo do envenenamento crotálico, pela fácies miastênica com ptose palpebral, flacidez da musculatura da face, e oftalmoplegia, podendo existir visão turva e/ou

25 25 diplopia. Em uma evolução negativa, o veneno passa a ter uma ação sistêmica, com dispnéia restritiva e obstrutiva, por paralisia da musculatura torácica intercostal e acúmulo de secreções, culminando com paralisia diafragmática e óbito. Todos os casos são considerados graves. O tratamento consiste na administração do soro específico (soro anti-elapídico) (WEN & FRANÇA, 1982; SILVA JR., 1997; FUNASA, 2001; SILVA JR. & BUCARETCHI, 2003) Acidentes com s A grande maioria dos acidentes por colubrídeos (serpentes não venenosas) é destituída de importância por causarem apenas ferimentos superficiais da pele, com um quadro sintomatológico que envolve dor local, edema e eritema, podendo acarretar, tardiamente, infecções secundárias. Em um estudo de 20 anos (entre 1976 e 1996) o Hospital Vital Brazil (HVB) do Instituto Butantan (IB) registrou acidentes por animais não peçonhentos, dos quais foram serpentes não peçonhentas. Dentre essas, as espécies mais significativas incluíram Helicops modestus (cobra-d água áglifa), Philodryas patagoniensis (cobra-cipó opistóglifa), Oxyrhopus guibei (cobra coral-falsa opistóglifa), Liophis miliaris (cobra-d água áglifa), Waglerophis merremii (boipeva áglifa), Thamnodynastes strigatus (cobra-espada opistóglifa), Philodryas olfersii (cobra-cipó opistóglifa), Sibynomorphus mikanii (dormideira áglifa), Erythrolamprus aesculapii (cobra coral-falsa opistóglifa) e Clelia occipitolutea (mussurana opistóglifa) (PUORTO & FRANÇA, 2003). Os colubrídeos opistóglifos são os que merecem maior destaque devido à real possibilidade de inoculação de veneno proveniente das glândulas de Duvernoy. Existe uma casuística relatada para Philodryas olfersii (cobra-cipó) e Clelia plumbea (mussurana) - as picadas podem ocasionar edema local importante, equimose, sangramento, eritema e dor, sem alterações na coagulação sanguínea. O tratamento nesses casos é sintomático Artrópodes Peçonhentos Dentro dos peçonhentos, no Phylum Arthropoda, está incluída a classe Arachnida com duas ordens importantes: Araneae (do latim aranea = aranhas) e Scorpiones (do latim scorpionis = escorpiões) dando origem aos termos aracnidismo, araneísmo e escorpionismo. Além desse grupo, de importância

26 26 médica, ainda se incluem a classe Chilopoda (lacraias) e a classe Insecta (lepidópteros, coleópteros, abelhas, formigas, vespas e marimbondos) Aranhas e Araneísmo Existem atualmente mais de espécies de aranhas descritas, com uma distribuição global, exceto as latitudes extremas. São animais carnívoros, se alimentado desde invertebrados a pequenos vertebrados, e todos são peçonhentos (produzem veneno e possuem aparelho inoculador). Além dos inimigos naturais, têm no homem um grande agravante devido às atividades de modificações nos ecossistemas naturais causando, conseqüentemente, acidentes. Outra característica importante na casuística de acidentes é a capacidade de domiciliação da maioria das espécies de interesse médico, fazendo com que grande parte dos acidentes ocorra dentro de moradias (FUNASA, 2001). A ordem Araneae se divide em três subordens: a) Mesothelae; b) Mygalomorphae; e c) Araneomorphae. Somente as duas últimas se representam no Brasil. As Mygalomorphae incluem as aranhas caranguejeiras, que possuem as quelíceras (aparelho inoculador de veneno) que se movimentam paralelamente ao eixo longitudinal do corpo e o corpo recoberto por pelos longos. Nesse grupo se encontram as maiores aranhas conhecidas. Apesar disso, não existem registros de acidentes humanos graves. As Araneomorphae são conhecidas como aranhas verdadeiras, com as quelíceras se movimentando transversalmente ao eixo longitudinal do corpo e o corpo recoberto por pelos curtos. A Organização Mundial de Saúde considera apenas quatro gêneros de aranhas com espécies que podem causar envenenamentos humanos graves: Latrodectus, Loxosceles e Phoneutria (Araneomorphae) e Atrax (Mygalomorphae), sendo os três primeiros gêneros de ocorrência no Brasil (BONALDO, 1997; FUNASA, 2001; LUCAS, 2003). As notificações de acidentes araneídicos no período de 1990 a 1993 somaram casos, com uma freqüência (casos notificados) maior nas regiões Sul e Sudeste do Brasil resultando em 1,5 casos por habitantes e 18 óbitos. O gênero Loxosceles, contribuiu com casos (36,7%), seguido de Phoneutria com casos (27.0%) e Latrodectus, com

27 27 71 casos (0,4%). Casos identificados como outras espécies chegaram a (6,0%) e não informado casos (29,9%) (Figura 7) (FUNASA, 2001). Figura 7. Representatividade dos acidentes com aranhas no período entre 1990 e 1993 no Brasil. Fonte: FUNASA (2001) Gênero Phoneutria (família Ctenidae) São aranhas de médio porte (até 18 cm de comprimento) comumente conhecidas como aranhas-armadeiras devido à postura agressiva de levantar as quatro patas anteriores e saltar em direção à vítima. Não tecem teia e vivem sob troncos ou entulho, em bananeiras (conhecidas nos EUA como bananaspider ), bromélias e ambientes domiciliares escuros e úmidos. As principais espécies incluem Phoneutria nigriventer Keyserling, 1891 (Região Sudeste e Centro-Oeste), P. boliviensis Cambridge, 1897 (Noroeste do Brasil), P. reidyi Cambridge, 1897 (Região Amazônica), P. bahiensis Simó & Brescovit, 2001 (Bahia) e P. fera Perty, 1833 (Região Amazônica) (LUCAS, 2003). O veneno de Phoneutria é neurotóxico, provocando a despolarização das fibras musculares e terminações nervosas sensitivas, motoras e do sistema nervoso autônomo. Com base nas manifestações clínicas, o envenenamento pode ser classificado em: a) leve presença de dor, taquicardia e agitação (90% dos casos); b) moderado manifestações sistêmicas como taquicardia, hipertensão arterial, sudorese discreta, agitação psicomotora, visão turva e vômitos ocasionais (cerca de 9% dos casos); e c) grave associação das manifestações moderadas com: sialorréia, vômitos freqüentes, diarréia, priapismo, hipertonia muscular, tremores, hipotensão arterial, choque e/ou

28 28 edema pulmonar. O tratamento, em sua maioria, é sintomático (com analgésicos e bloqueio anestésico) ou, nos casos graves, na administração do soro específico (anti-aracnídico) (BUCARETCHI, 1997; FUNASA, 2001; ANTUNES & MÁLAQUE, 2003) Gênero Loxosceles (família Sicariidae) São aranhas pequenas (até 4 cm de comprimento) conhecidas como aranhasmarrons, com grande capacidade de domiciliação. Vivem em teias irregulares em uma grande diversidade de ambientes (geralmente escuros e úmidos) e de índole não agressiva. São indicadas sete espécies de interesse médico, das quais Loxosceles amazonica Gertsch, 1967 (Regiões Norte e Nordeste), L. gaucho Gertsch, 1967 (São Paulo e Minas Gerais), L. intermedia Mello-Leitão, 1934 (Região Sul) e L. laeta Nicolet, 1849 (focos isolados no Brasil) são as mais importantes (LUCAS, 2003). O veneno de Loxosceles tem atividade dermatonecrótica e hemolítica. O quadro clínico cutâneo é mais comum, com eritema, edema e necrose de difícil cicatrização. No quadro cutâneo-visceral soma-se ao quadro local, febre, cefaléia, náuseas, vômitos, hemoglobinúria e icterícia, podendo evoluir para oligúria e anúria (insuficiência renal aguda). Com base nas manifestações clínicas, o envenenamento pode ser classificado em: a) leve ausência de dor e leso cutânea sugestiva; b) moderado manifestações locais, com lesão característica; e c) grave lesão característica e sintomas sistêmicos. O tratamento, em sua maioria, é sintomático e de suporte ou, nos casos moderados e graves, na administração do soro específico (anti-aracnídico ou anti-loxoscélico) (TORRES et al., 1997; FUNASA, 2001; BARBARO & CARDOSO, 2003) Gênero Latrodectus (família Theridiidae) Conhecidas como aranhas viúvas-negras, tratam-se de espécies de pequeno porte (fêmeas com até 2 cm de comprimento), de coloração negra e marcações vermelhas no abdome (maioria das espécies) ou tons de castanho. As fêmeas tecem teias irregulares e preferem abrigos escuros ou vegetação rasteira, sendo de índole pacífica. Como de interesse médico são conhecidas as

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