COMPORTAMENTO E PERCEPÇÃO DE PROPRIETÁRIOS DE ANIMAIS DE COMPANHIA EM RELAÇÃO AO DESTINO DAS FEZES DE SEUS ANIMAIS EM CONCÓRDIA - SC

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1 COMPORTAMENTO E PERCEPÇÃO DE PROPRIETÁRIOS DE ANIMAIS DE COMPANHIA EM RELAÇÃO AO DESTINO DAS FEZES DE SEUS ANIMAIS EM CONCÓRDIA - SC BERNARDI, Natacha Jaqueline 1 ; GIACOMIN, Patricia 2 ; CHAPPUIS, Raquel 2 ; PAPEN, Felipe Geraldo 3 ; OLIVEIRA, Hewerton Enes 3 ; MILLEZI, Alessandra Farias Millezi 4 1 Bolsista PIBIC EM, Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, Instituto Federal Catarinense, Campus Concórdia/SC; 2 Graduandas curso de Medicina Veterinária, Instituto Federal Catarinense, Campus Concórdia/SC; 3 Docente do Instituto Federal Catarinense, Campus Concórdia/SC; 4 Orientadora, Docente do Instituto Federal Catarinense, Campus Concórdia/SC Introdução Para os humanos a relação com seus animais de estimação é de companheirismo e cumplicidade. No entanto, maior parte dessa convivência está no meio urbano, é só andar na rua ou visitar casas e apartamentos para confirmar esta estatística. Porém, nessa ligação humano e animal alguns cuidados são esquecidos e isso pode acarretar consequências, como a dissipação de doenças através das fezes dos pets. Essa realidade da adoção de muitos animais como reais membros da família, fez com que muitos de seus hábitos e necessidades ficassem restritos ao meio urbano, sendo reduzidos pela dificuldade criada pelo pouco espaço e pelas condições artificiais destes locais. A questão sanitária e ambiental também fica comprometida, já que muitas doenças podem ser disseminadas, e há pouca definição real de qual deve ser o destino das fezes destes animais. O risco de contaminação humana por parasitos provenientes de animais domésticos, principalmente cães e gatos, está diretamente relacionado com os hábitos culturais da população o qual não está limitado somente ao âmbito doméstico, pois, frequentemente, esses animais são levados por seus proprietários para passear nas áreas públicas. Dessa forma, aumenta a possibilidade de os animais de estimação adquirirem doenças parasitárias fora do âmbito doméstico, e consequentemente a transmissão de uma infecção aos humanos. Em nosso país, o número de indivíduos com algum tipo de enteroparasitose é sabidamente elevado, principalmente na população pediátrica (0-5 anos) e crianças em idade escolar. A imaturidade imunitária deste segmento etário, sua dependência de cuidados alheios, entre outros fatores, torna-o mais suscetível a agravos de qualquer espécie (PUFFER e SERRANO, 1973). Dentro deste contexto, as infecções por parasitos intestinais são de grande importância não só pela morbidade resultante, mas também pela freqüência com que produzem déficits, que podem comprometer o desenvolvimento físico e cognitivo das crianças

2 (FERREIRA et al, 1997; MACHADO et al, 1999; DIAS e COPELMAN, 2000; SILVA e SANTOS, 2001). Desta forma, as doenças parasitárias são causas e conseqüências do subdesenvolvimento e estão normalmente ligadas à alienação do povo (ROBBINS et al, 1996). Esta pesquisa teve como objetivo obter informações dos proprietários de animais de companhia a respeito do conhecimento que os mesmos têm sobre o assunto e o comportamento dos mesmos em relação ao destino correto das fezes desses animais no município de Concórdia- SC. Materiais e Métodos As atividades do presente estudo foram realizadas no município de Concordia, no perímetro urbano. Realizou-se pesquisa qualitativa através de entrevistas. Foram entrevistadas aleatoriamente 200 pessoas maiores de 18 anos, proprietárias de animais de estimação. As perguntas caracterizaram-se por questões objetivas a fim de tabular os resultados em gráficos contendo a questão, sendo as respostas expressas em porcentagem. Para a análise dos resultados obtidos foram confeccionados gráficos utilizando o programa Excel Resultados e Discussão Em relação ao conhecimento e comportamento dos proprietários de animais de companhia, os resultados são demostrados a seguir de acordo com os gráficos. A figura 1 demostra que a maioria dos entrevistados possui como animal de estimação o cão. Figura 1 Que animal de estimação você possui em sua residência? De acordo com as respostas dos proprietários, a maioria desses animais tem a carteira de vacinação em dia, totalizando 62% (figura 2) e também se preocupam com a vermifugação do animal, pois 82,5% afirmaram que o seu animal é vermifugado.

3 Figura 2 A carteira de vacinação do seu animal está em dia? Figura 3 Seu animal é vermifugado? Apesar de verificar-se que os donos de animais de companhia ou estimação se preocupam com a saúde do animal e de grande parte dos entrevistados afirmar possuir conhecimento de que a proximidade com animais de estimação resulta em maior exposição humana a determinadas parasitoses se tais não possuírem um cuidado adequado (figura 4), quando abordados sobre o destino das fezes dos animais, verificou-se que não há um consenso da forma como proceder a isso. 17,5% dos entrevistados responderam que enterram as fezes no quintal, 12,5% colocam na privada sanitária, 26,5% deixam no campo e 43,5% colocam no lixo orgânico. Não há uma legislação que determine qual o descarte que deve-se proceder em relação às fezes de animais de companhia, entretanto, levando em consideração a opção que apresenta menores riscos de contaminação ao meio ambiente e consequentemente às pessoas, colocar na privada evidencia-se um destino mais adequado.

4 Figura 4 Você possui conhecimento de que a proximidade com animais de estimação resulta em maior exposição humana a determinadas parasitoses se tais não possuírem um cuidado adequado? Figura 5 - Qual o destino que você dá aos dejetos de seus animais? Em relação às percepções dos proprietários de animais de companhia, alta porcentagem, mais de 93% dos entrevistados respondeu que ouviu alguma informação no município de Concórdia, a respeito de qual é o destino correto das fezes de seus animais de companhia. Isso está relacionada ao que já foi mencionado, a inexistência de uma legislação específica, porém esse fato não impede que campanhas sejam realizadas a fim de informar melhor as pessoas sobre o assunto em questão.

5 Figura 6 Você já ouviu alguma informação no município de Concórdia, a respeito de qual é o destino correto das fezes de seus animais de companhia? Conclusões Considerando as respostas obtidas nesse trabalho, verificou-se que os entrevistados se preocupam com aspectos importantes, como a vacinação do animal, por outro lado, nem todos dão o destino mais correto às fezes dos animais, colocando-as no lixo orgânico ou deixando-as no ambiente. Campanhas explicativas sobre as parasitoses que podem ser veiculadas por fezes de animais de estimação consistem em uma proposta de alternativa para a passagem de informações importantes aos cidadãos. Referências DIAS, R.M.G; COPELMAN, H. Enteroparasitoses em indivíduos de classes sociais A e B da cidade de Foz do Iguaçu PR. IV Semana do Aparelho Digestivo: Foz do Iguaçu, PR, 08 a 12 de outubro de FERREIRA, C.B; MARÇAL JUNIOR, O. Enteroparasitoses em escolares do distrito de Martinésia, Uberlândia MG: Estudo Piloto. Rev. Soc. Bras. Med. Tropical. v. 30, n. 5, p MACHADO, R.C et al. Giardíase e helmintíase em crianças de creches e escolas de 1º e 2º graus (pública e privada) da cidade de Mirassol SP. Rev. Soc. Bras. Med. Tropical. v. 32, n. 6, P PUFFER R.R; SERRANO, C.V. Caracteristicas de la mortalidad en la niñez. Informe de la investigación interamericana de mortalidad en la niñez. Washington (DC): OPAS; ROBBINS, S.L; COTRAN, R.S; VINAY, K; SCHOEN, F.J. Patologia Estrutural e Funcional. 5ª edição. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, SILVA, C.G; SANTOS, H.A. Ocorrência de parasitoses intestinais da área de abrangência do Centro de Saúde Cícero Idelfonso da Regional Oeste da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Minas Gerais. Rev. Biol. Cien. da Terra, v. 1, n.1, Agradecimento: CNPQ e Instituto Federal Catarinense