Controle de Plantas Daninhas. Manejo das Plantas Daninhas Aula 13 e 14: 29 e 30/04/2014
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- Baltazar Angelim Paiva
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1 Controle de Plantas Daninhas Manejo das Plantas Daninhas Aula 13 e 14: 29 e 30/04/2014
2 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas c) Inibidores da PROTOX (ou PPO) Inibem a ação da enzima protoporfirinogênio oxidase (PPO), que catalisa a conversão de protoporfirigonênio IX em protoporfirina IX, precursor de clorofilas e citocromos. Ocorre, ainda, formação de radicais livres que destroem membranas da célula. Principais características: podem penetrar pelas raízes, pelos caules e pelas folhas das plantas jovens; pouca ou praticamente nenhuma translocação nas plantas tratadas; a atividade do herbicida acontece na presença da luz (no escuro, os herbicidas desse grupo não tem ação); as partes tratadas da planta que são expostas à luz morrem rapidamente (dentro de 1 a 2 dias). Como estes herbicidas não se movimentam dentro da planta, as necroses foliares têm o formato e a intensidade das gotículas de pulverização. É preciso que haja boa cobertura da planta, para que ela seja efetivamente controlada; os difeniléteres são fortemente adsorvidos pela matéria orgênica do solo e muito pouco lixiviados.
3 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas c) Inibidores da PROTOX (ou PPO) Principais características: a ação tóxica dos herbicidas inibidores da PPO, quando aplicados em préemergência, se manifesta nas plantas próximo da superfície do solo, durante a emergência; a incorporação ao solo diminui a ação desses herbicidas, em razão de sua maior adsorção aos colóides do solo; a persistência no solo pode variar consideravelmente entre herbicidas desse grupo, podendo variar de alguns dias a vários meses. É comum ocorrer danos em culturas sucedâneas quando não se observa o período de carência recomendado, que pode variar com a dose aplicada, o tipo de solo e as condições climáticas; são poucos os relatos na literatura sobre o aparecimento de plantas daninhas que adquiriram resistência a estes herbicidas, em decorrência do uso repetido; a toxicidade para pássaros e mamíferos é baixa, enquanto para peixes, varia de baixa a moderada.
4 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas c) Inibidores da PROTOX (ou PPO) Mecanismo de ação: A atividade desses herbicidas é expressa por necrose foliar da planta tratada em pós-emergência, após 4-6 horas de luz solar. Os primeiros sintomas são manchas verde-escuras nas folhas, dando a impressão de que estão encharcadas pelo rompimento da membrana celular e derramamento de líquido citoplasmático nos intervalos celulares. A esse sintoma segue-se a necrose. Quando são usados em pré-emergência, o tecido é danificado pelo contato com o herbicida no momento em que a plântula emerge. Similarmente à aplicação pós-emergência, o sintoma característico é a necrose do tecido (WELLER, 2003c).
5 Mecanismo de ação Cloroplasto Glutamato Protoporfirinogênio IX Protox Protoporfirina IX Fitoheme Mg-protoporfirina IX Citocromos Clorofila
6 Mecanismo de ação Cloroplasto Glutamato Protoporfirinogênio IX Protox Protoporfirina IX Herbicida Fitoheme Mg-protoporfirina IX Citocromos Clorofila Destruição de Membranas Peroxidação de Lipídios LUZ O 2 Oxigênio Reativo Protoporfirina IX Protoporfirinogênio IX Citosol
7 Grupos dos Inibidores da PROTOX Difeniléteres acifluorfen (Blazer) oxyfluorfen (Goal) fomesafen (Flex) lactofen (Cobra e Naja) Ftalimida flumioxazin (Flumizin) flumiclorac (Radiant) Oxadiazoles oxadiazon (Ronstar) Triazolinonas carfentrazone-ethyl (Aurora) sulfentrazone (Boral) Azafenidin (Milestones)
8 Características e Sintomas Pontos necróticos (2 dias) Herbicida de contato Requer LUZ para atividade Fortemente adsorvido por matéria orgânica Altamente adsorvido pelo solo Só UMA espécie de planta daninha resistente
9 Planta Daninha Print version ISSN Planta daninha vol.27 no.1 Viçosa Jan./Mar ARTIGOS Local de absorção de fomesafen como mecanismo de resistência em biótipo de Euphorbia heterophylla resistente aos inibidores da PROTOX O presente trabalho demonstra maiores diferenças de sensibilidade a fomesafen entre os biótipos de leiteira resistente a PROTOX e suscetível em aplicações em pósemergência, em relação à aplicação em pré-emergência. Esse comportamento diferencial pode estar relacionado ao mecanismo de resistência a inibidores da PROTOX no biótipo resistente. Como as doses do fomesafen necessárias para controlar o biótipo resistente são muito elevadas, estudos devem ser efetuados com outros herbicidas inibidores da PROTOX com potencial para utilização em pré-emergência, em culturas comerciais no Brasil. Para se obter boa eficiência de controle do biótipo de leiteira resistente aos herbicidas inibidores da PROTOX, em sistema de semeadura direta, os herbicidas inibidores da PROTOX devem ser aplicados em doses adequadas e posicionados na camada superficial do solo.
10 RESUMO Três experimentos foram realizados para verificar se o local de aplicação de fomesafen, folhas ou solo, afeta a eficácia desse herbicida em biótipos de E. heterophylla resistente e suscetível a ele; e determinar quais estruturas da planta são mais importantes no processo de absorção desse herbicida. Nos dois primeiros experimentos, testaram-se curvas de dose-resposta de fomesafen em biótipos com e sem resistência a inibidores da PROTOX, em pré-emergência (primeiro experimento) e em pós-emergência (segundo experimento). No terceiro experimento, diferentes locais de deposição de fomesafen foram avaliados, por meio do método de vaso duplo, para verificar quais as estruturas das plantas de E. heterophylla mais importantes na absorção do herbicida. Os resultados, em geral, indicam menor eficiência de controle quando o fomesafen é aplicado na parte aérea das plantas de E. heterophylla resistentes a esse herbicida, em comparação às suscetíveis, e que as diferenças entre os biótipos foram menores na aplicação em pré-emergência. Detectou-se maior eficiência do herbicida fomesafen aplicado ao solo quando este foi colocado junto à parte aérea emergente das plantas suscetíveis e resistentes do que junto ao sistema de raízes destas. Esses resultados apóiam a hipótese de que diferenças foliares entre plantas resistentes e suscetíveis podem dificultar a absorção de fomesafen nos biótipos resistentes aos inibidores da PROTOX. Palavras-chave: resistência de plantas daninhas, amendoim-bravo, fomesafen.
11 Leiteiro Leiteiro ou Amendoim Bravo (Euphorbia heterophylla) germina desde 20 cm de profundidade mantendo a viabilidade germinativa por vários anos, mesmo quando enterradas. Estágio de controle com 2 a 4 folíolos (Foto 4).
12 Evolução dos casos comprovados de resistência de plantas daninhas a herbicidas no Brasil Ano Espécie Mecanismo de ação ou grupo químico 1992 Euphoria heterophylla (leiteiro) Inibidores da ALS 1993 Bidens pilosa (picão-preto) Inibidores da ALS 1996 Bidens subalternans (picão-preto) Inibidores da ALS 1997 Brachiaria plantaginea (capim-marmelada) Inibidores da ACCase 1999 Echinochloa crusgalli (capim-arroz) Auxinas sintéricas 1999 Echinochloa crus-pavonis (capim-arroz) Auxinas sintéricas 1999 Sagittaria montevidensis (sagitária) Inibidores da ALS 2000 Cyperus difformis (junquinho, tiririca-do-brejo) Inibidores da ALS 2001 Fimbristylis miliacea (cominho) Inibidores da ALS 2001 Raphanus sativus (nabo) Inibidores da ALS 2002 Digitaria ciliaris (capim-colchão) Inibidores da ACCase
13 Ano Espécie Mecanismo de ação ou grupo químico 2003 Eleusine indica (capim-pé-de-galinha) Inibidores da ACCase 2003 Lolium multiflorum (azevém) Derivados da glicina 2004 Parthenium hysterophorus (losna-branca) Inibidores da ALS 2004 Euphoria heterophylla (leiteiro) Inibidores da ALS (resistência múltipla) Inibidores da PROTOX 2005 Conyza bonariensis (buva) Derivados da glicina 2005 Conyza canadensis (buva) Derivados da glicina 2006 Oryza sativa (arroz-vermelho) Inibidores da ALS 2006 Euphoria heterophylla (leiteiro) Inibidores da ALS (resistência múltipla) Derivados da glicina 2006 Bidens subalternans (picão-preto) Inibidores da ALS (resistência múltipla) Inibidores do FS II 2008 Digitaria insularis (capim-amargoso) Derivados da glicina 2009 Echinochloa crusgalli (capim-arroz) Inibidores da ALS (resistência múltipla) Auxinas sintéricas
14 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas c) Inibidores da PROTOX (ou PPO) Caracterização de alguns herbicidas inibidores de Protox: Fomesafen (Flex) Possui alta persistência no solo na dose recomendada, variando de 2 a 6 meses (RODRIGUES; ALMEIDA, 2005). Recomenda-se observar um intervalo mínimo de 150 dias entre a aplicação do fomesafen e a semeadura do milho e, ou sorgo. É registrado no Brasil para culturas da soja e do feijão. Recomendado para uso em pós-emergência de plantas daninhas, no estádio de 2 a 4 folhas. Deve ser aplicado com as plantas daninhas em vigor vegetativo, evitando períodos de estiagem, horas de muito calor e umidade relativa do ar inferior a 60%. Deve-se adicionar a calda o adjuvante recomendado pelo fabricante. Requer uma hora sem ocorrência de chuva após a aplicação, para assegurar a absorção pelas plantas. É comum a mistura com fluzifop-p-butyl (Fusilade, formando o Fusiflex), para o controle em plantas daninhas dicotiledôneas e gramíneas, para aumentar o espectro de controle.
15 Fitotoxicidade do herbicida carfentrazone-ethyl (Aurora) em plantas da milho
16 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas c) Inibidores da PROTOX (ou PPO) Caracterização de alguns herbicidas inibidores de Protox: Lactofen (Cobra, Naja) É fortemente adsorvido pelos colóides orgânicos e minerais, apresentando baixa lixiviação no perfil do solo (RODRIGUES; ALMEIDA, 2005). O lactofen tem meia vida de 3 dias no solo, sendo completamente dissipado em menos de 30 dias, não afetando as culturas de sucessão. É registrado no Brasil para culturas da soja, arroz e amendoim. Recomendado para uso em pós-emergência de plantas daninhas, no estádio de 2 a 4 folhas. O produto provoca intoxicação na cultura da soja, com clorose e necrose foliar, e redução do crescimento, mas a cultura se recupera. É comum ser utilizado em mistura de tanque com outros herbicidas, visando aumentar o espectro de controle de ervas e inibir o aparecimento de biótipos resistentes a herbicidas.
17 O efeito direto é sobre a divisão celular, tendo como consequencia o aparecimento de células multinucleadas (aberrações). Esses herbicidas inibem o crescimento da radícula e a formação das raízes secundárias. São eficientes apenas quando usados em pré-emergência, porque a sua ação principal se manifesta pelo impedimento da formação do sistema radicular das plantas. Eles provocam a ruptura da sequência mitótica (prófase>metáfase>anáfase>telófase) já iniciada (WELLER; SHANER, 2003) Mecanismo de Ação dos Herbicidas d) Inibidores do Arranjo dos Microtúbulos Esses herbicidas pertencem ao grupo das dinitroanilinas (trifluralin, pendimenthalin e oryzalin). Interferem na sequência mitótica, que corresponde à migração dos cromossomas da parte equatorial para os polos das células. O fuso cromático é formado por proteínas microtubulares, denominadas tubulinas. Essas proteínas são contráteis, semelhantemente à actimiosina encontrada nos músculos dos animais e responsáveis pela movimentação dos cromossomas para os polos da célula. As dinitroanilinas inibem a polimerização dessas proteínas e, consequentemente, a formação do fuso cromático e a movimentação dos cromossomas na fase da mitose.
18 6.5.3 Mecanismo de Ação dos Herbicidas d) Inibidores do Arranjo dos Microtúbulos Principais características: paralisam o crescimento das raízes; possuem pouca ou nenhuma atividade foliar; apresentam moderada a baixa movimentação no solo; repetidas aplicações não resultam em maior degradação microbiológica; todos os herbicidas desse grupo apresentam de moderada a baixa toxicidade para mamíferos; Apresentam ótimo efeito no controle de gramíneas.
19 Mecanismo de ação Tubulinas: proteínas α e β tubulinas (dímeros) Herbicida União do Herbicida a β tubulina Impedimento na formação dos dímeros Inibição na formação nas fibras de microtúbulos Não ocorre movimentação no cromossomo Interrupção da divisão celular na Prófase
20
21 Entre as fibras protéicas componentes desse citoesqueleto podem ser citados os microfilamentos de actina, os microtúbulos e os filamentos intermediários.
22 Grupos dos Inibidores do arranjo dos microtúbulos Dinitroanilinas trifluralin (Treflan, Premerlin) pendimentahalin (Herbadox) oryzalin (Surflan) Pyridinas dithiopyr (Dimension) thiazopyr (Visor) Ácidos Benzóicos DCPA (Dacthal)
23 Características e Sintomas Inibição do crescimento das raízes secundárias Atrofia da parte aérea Não tem ação direta sobre parte aérea (Pré-emergente obrigatório) Volatilização 10 espécies de plantas daninhas resistentes
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