A ARBITRAGEM COMO SOLUÇÃO DE CONFLITOS NOS CONTRATOS DE

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A ARBITRAGEM COMO SOLUÇÃO DE CONFLITOS NOS CONTRATOS DE"

Transcrição

1 A ARBITRAGEM COMO SOLUÇÃO DE CONFLITOS NOS CONTRATOS DE CONSTRUÇAO CIVIL (*) Marcelo Corrêa Mendonça Nos tempos presentes, em face do estágio de desenvolvimento tecnológico em que nos encontramos, as relações humanas passaram por grandes transformações em todos os segmentos. No âmbito do econômico, a celeridade é uma das variáveis mais importantes. Infelizmente, não só no Brasil, mas em importantes nações do mundo desenvolvido, o Poder Judiciário não responde à altura às necessidades da sociedade diante de algumas situações que aqui não nos compete analisar. Dentre essas situações, destacamos a morosidade na solução de conflitos. Esse vagar nas soluções das questões submetidas à apreciação da justiça, muitas vezes inviabiliza grandes negócios, aliás, essa morosidade do Judiciário é computada no chamado Custo Brasil. Diante da questão, renasce no Brasil o Instituto da Arbitragem, como caminho extrajudicial para solucionar, de forma eficiente, os conflitos relativos aos direitos patrimoniais, contribuindo para melhorar a fluidez dos negócios e para desobstruir o Poder Judiciário. A arbitragem nada mais é do que um proposta privada, extrajudicial de solução de conflitos, através de árbitros da confiança dos envolvidos, com capacitação na matéria objeto de discussão. O procedimento arbitral, dentre outras vantagens, implica rapidez, menores custos, simplicidade, igualdade entre as partes, contraditório, imparcialidade do(s) julgador(es) e decisões de alta qualidade. O Instituto da Arbitragem é amplamente praticado em diversos países. Essa via de solução de conflitos já existia legalmente no Brasil desde os tempos coloniais, posteriormente, foi inserida na Constituição de 1824 e no Código Comercial de No século XX, a questão foi definitivamente normatizada em 23 de setembro de 1996, com o advento da Lei n.º (Lei Marco Maciel), que demoliu os dois principais impedimentos à pratica do Instituto da Arbitragem, quais eram: a necessidade de homologação judicial da sentença arbitral e a falta de eficácia da Cláusula Compromissória. Em 2001 o Supremo Tribunal Federal consolidou a questão definitivamente em julgamento de Agravo Regimental confirmando a constitucionalidade da Lei. Em recente pesquisa, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas FIPE constatou que os contratos envolvendo negócios de construção civil, incluindo as transações imobiliárias, quer sejam de compra e venda ou de locação, e, até mesmo as convenções de condomínio, resultam em 48% dos conflitos, sendo que destes, 50% são objeto de acordo entre as partes conflitantes. A arbitragem já está sendo adotada no Brasil para a solução desses conflitos, muitas empresas de construção civil já estão oferecendo aos seus clientes a arbitragem como solução para eventuais impasses, incluindo em seus contratos, quando o cliente faz a opção pela arbitragem, a cláusula compromissória. A grande vantagem da solução extrajudicial é que os conflitos poderão ser julgados por árbitros especializados em questões técnicas de Engenharia. A título de exemplo podemos citar as questões que surgem nos contratos de obras industriais ou obras de

2 construção pesada, tais como as de barragens, de estradas, de pontes, de túneis, dentre outras que constantemente geram controvérsias. Nessas situações, antes da Lei de arbitragem as pessoas físicas ou jurídicas não tinham outro caminho seguro senão bater às portas do Judiciário, sujeitando-se, às vezes, a grandes prejuízos, em face da morosidade e de decisões que nem sempre solucionavam a questão de forma satisfatória, pois o Juiz é leigo e, às vezes, é induzido a erros por Peritos não especialistas na questão, apesar de legalmente habilitados. Atualmente, os problemas técnicos de construção que envolvem construtoras de obras pesadas e seus contratantes, construtoras de unidades habitacionais e comerciais e os condôminos e condomínios, as questões de divisas entre terrenos, as pendências que envolvam a atribuição de valores de bens imóveis, de fundo de comércio, de ponto comercial, de valores de locação, dentre outros, podem ser solucionados por meio de julgadores especialistas nessas áreas. As empresas e/ou pessoas físicas podem valer-se de árbitros especializados na questão controversa. Os profissionais especializados em perícias técnicas, experientes e competentes, em nosso entendimento, pela sua formação e atividade profissional, são os mais indicados a atuar como árbitros nessas questões, obviamente, que dentro da área de especialidade de cada um. Podem também, os Engenheiros especializados em perícias técnicas atuarem como Peritos indicados pelos árbitros escolhidos pelas partes. Por derradeiro, é importante ressaltar que o procedimento arbitral elimina o estigma de ter levado o cliente ou até mesmo o vizinho às barras do tribunais. A arbitragem, por suas características, é a melhor solução para preservar laços comerciais, relações pessoais e até mesmo o bom relacionamento entre vizinhos.

3 VI-2- DA APLICAÇÃO DO INSTITUTO DA ARBITRAGEM O Artigo1º da Lei 9307/96 tem a seguinte redação: ART. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. Os direitos patrimoniais disponíveis são aqueles sobre os quais o cidadão tem ampla liberdade de decisão, ou seja, pode dispor destes direitos, ao contrário dos direitos indisponíveis, como os difusos, os coletivos, os individuais homogêneos, que estão além da área de abrangência da Arbitragem. Portanto, os direitos que podem ser objeto de arbitragem são aqueles decorrentes de contratos entre as partes, que envolvam questões tais como: compra e venda, locação, parte de questões trabalhistas, problemas de trânsito, questões relativas ao direito do consumidor, pendências agrárias, dívidas, indenizações, dentre outras. Em suma, quase todos os conflitos patrimoniais ou que envolvam decisões sobre valor, originários de direitos disponíveis, podem ter solução através do Instituto da Arbitragem. Por outro lado, não podem ser objeto de arbitragem, os conflitos decorrentes de natureza familiar, relativos à capacidade ou ao estado físico do cidadão, aqueles de natureza fiscal, tributária, de interesse das Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, falência ou concordata, questões que envolvam bens que estão fora do comércio ou que exijam a participação do Ministério Público. Quando houver dúvidas quanto ao direito objeto do conflito, se é indisponível ou disponível, compete ao Poder Judiciário esclarecer a questão. Serão nulas de pleno direito as decisões no âmbito arbitral que envolvam direitos indisponíveis. O artigo 32 da Lei 9307/96 assim dispõe sobre a questão: Artigo 32 - É nula a sentença arbitral se: I - for nulo o compromisso; Il - emanou de quem não podia ser árbitro; III - não contiver os requisitos do artigo 26 desta Lei; IV - for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem;

4 V - não decidir todo o litígio submetido à arbitragem; VI - comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção passiva; VII - proferida fora do prazo, respeitado o disposto no artigo 12, inciso III, desta Lei; e VIII - forem desrespeitados os princípios de que trata o artigo 21, 2, desta Lei. VI-3- DA OPÇÃO PELA JUSTIÇA ARBITRAL As partes podem, desde que a questão a ser dirimida envolva direitos disponíveis, optar pela justiça arbitral, subscrevendo um compromisso arbitral, descartando a via judicial como solução para a questão. A opção pela arbitragem pode ser anterior ao conflito de interesses, trata-se de pacto prévio que pode ocorrer nas relações jurídicas envolvendo direitos disponíveis, mesmo naquelas que não envolvam contratos. Quando há a celebração de contratos, os contratantes podem instituir o procedimento da arbitragem para a solução de impasses que venham a surgir durante a relação contratual, inserindo no contrato a Cláusula Compromissória. CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA A Cláusula Compromissória é um termo firmado pelas partes elegendo a justiça arbitral para solucionar questões entre os signatários que venham a surgir no decorrer do desenvolvimento de relações negociais que envolvam os direitos patrimoniais disponíveis. Quando as relações negociais estão pactuadas em contrato, a cláusula compromissória é uma das cláusulas do contrato, mas, independente do mesmo, ou seja, constitui um subcontrato dentro do contrato. A nulidade do contrato não implica nulidade da cláusula compromissória, a situação contrária também é verdadeira, pois assim dispõe o artigo 8º da Lei Art. 8 A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que estiver inserta, de tal sorte que a nulidade deste não implica, necessariamente, a nulidade da cláusula compromissória. Parágrafo único Caberá ao árbitro decidir de ofício, oi por provocação das partes, as questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha as clásula compromissória. A cláusula compromissória, quando não contiver as exigências do artigo 10 da Lei 9.307, garante apenas a escolha do juízo arbitral, mas é insuficiente para dar início aos procedimentos de arbitragem. Nessas situações exige-se que seja firmado um Compromisso Arbitral. Mas, se a Cláusula Compromissória estiver redigida conforme o artigo 10, automaticamente terá a validade de Compromisso Arbitral, que é o que basta para dar início aos o procedimentos de arbitragem. Artigo 10 - Constará, obrigatoriamente, do Compromisso Arbitral: I -o nome, profissão, estado civil e domicílio das partes; II- o nome, profissão e domicílio do árbitro, ou dos árbitros, ou, se for o caso, a identificação da entidade à qual as partes delegarem a indicação de árbitros; III - a matéria que será objeto da arbitragem; e IV - o lugar em que será proferida a sentença arbitral Havendo resistência pela solução do conflito, via juízo arbitral, quando existir Cláusula Compromissória, a instituição da arbitragem poderá dar-se através do Poder Judiciário, pois assim dispõe o artigo 7ª da Lei 9307:

5 Artigo 7º - Existindo Cláusula Compromissória e havendo resistência quanto à instituição da arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra parte para comparecer em juízo a fim de lavrar-se o compromisso, designando o juiz audiência especial para tal fim. 1º - O autor indicará, com precisão, o objeto da arbitragem, instruindo o pedido com o documento que contiver a Cláusula Compromissória. 2º - Comparecendo as partes à audiência, o juiz tentará, previamente, a conciliação acerca do litígio. Não obtendo sucesso, tentará o juiz conduzir as partes à celebração, de comum acordo, do Compromisso Arbitral. 3º - Não concordando as partes sobre os termos do compromisso, decidirá o juiz, após ouvir o réu, sobre seu conteúdo, na própria audiência ou no prazo de dez dias, respeitadas as disposições da Cláusula Compromissória e atendendo ao disposto nos artigos. 10 e 21, 2º, desta Lei. 4º - Se a Cláusula Compromissória nada dispuser sobre a nomeação de árbitros, caberá ao juiz, ouvidas as partes, estatuir a respeito, podendo nomear árbitro único para a solução do litígio. 5º - A ausência do autor, sem justo motivo, à audiência designada para a lavratura do Compromisso Arbitral, importará a extinção do processo sem julgamento de mérito. 6º - Não comparecendo o réu à audiência, caberá ao juiz, ouvido o autor, estatuir a respeito do conteúdo do compromisso, nomeando árbitro único. 7º - A sentença que julgar procedente o pedido valerá como Compromisso Arbitral. COMPROMISSO ARBITRAL Trata-se de convenção através da qual as partes submetem ao juízo arbitral a solução de conflito envolvendo os direitos disponíveis, pode ser estabelecido sob o pálio da justiça ou em caracter particular, subscrito por duas testemunhas ou ainda, por instrumento público. O compromisso arbitral obrigatoriamente deve identificar as partes, o árbitro ou árbitros e, se for o caso, a entidade na qual as partes solicitaram a indicação de árbitros. Também deve ser explicitada a matéria objeto da arbitragem e o local onde será proferida a sentença. A celebração do compromisso arbitral e os requisitos obrigatórios, que devem constar do mesmo, estão disciplinados nos artigos 9º e 10º da Lei Artigo 9º - O Compromisso Arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial. 1º - O Compromisso Arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos autos, perante o juízo ou tribunal, onde tem curso a demanda. 2º - O Compromisso Arbitral extrajudicial será celebrado por escrito particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público Artigo 10 - Constará, obrigatoriamente, do Compromisso Arbitral: I - o nome, profissão, estado civil e domicílio das partes; II - o nome, profissão e domicílio do árbitro, ou dos árbitros, ou, se for o caso, a identificação da entidade à qual as partes delegarem a indicação de árbitros; III - a matéria que será objeto da arbitragem; e

6 IV - o lugar em que será proferida a sentença arbitral. Os requisitos obrigatórios podem ser complementados, mas a sua ausência implicará nulidade do compromisso. Muita atenção deve ser dada ao objeto do conflito, sua descrição determina o campo de atuação dos árbitros, caracterizações imperfeitas do conflito podem implicar anulação da sentença arbitral. Os requisitos facultativos são disciplinados pelo artigo 11, da Lei 9.307: Artigo 11 - Poderá, ainda, o Compromisso Arbitral conter: I - local, ou locais, onde se desenvolverá a arbitragem; II - a autorização para que o árbitro ou os árbitros julguem por eqüidade, se assim for convencionado pelas partes; Ill - o prazo para apresentação da sentença arbitral; IV - a indicação da lei nacional ou das regras corporativas aplicáveis à arbitragern, quando assim convencionarem as partes; V - a declaração da responsabilidade pelo pagamento dos honorários e das despesas com a arbitragem; e Vl - a fixação dos honorários do árbitro, ou dos árbitros. Parágrafo único - Fixando as partes os honorários do árbitro, ou dos árbitros, no Compromisso Arbitral, este constituirá título executivo extrajudicial; não havendo tal estipulação, o árbitro requererá ao órgão do Poder Judiciário que seria competente para julgar, originariamente, a causa que os fixe por sentença. O Compromisso arbitral é extinto quando da sentença, ou anteriormente, por vontade expressa das partes, que devem estar acordes com o distrato, ou até mesmo após prolatada a sentença, pois trata-se de um compromisso entre as partes, que são livres para extingui-lo, desde que, de comum acordo. Nessas circunstâncias as partes devem responsabilizar-se pelas despesas e custas já incorridas no desenvolvimento dos procedimentos arbitrais. Além do exposto, o compromisso arbitral também extingue-se em face dos aspectos disciplinados pelo artigo 12 da Lei 9.307: Artigo 12 - Extingue-se o Compromisso Arbitral: I - escusando-se qualquer dos árbitros, antes de aceitar a nomeação, desde que as partes tenham declarado, expressamente, não aceitar substituto; II - falecendo ou ficando impossibilitado de dar seu voto algum dos árbitros, desde que as partes declarem, expressamente, não aceitar substituto; e Ill - tendo expirado o prazo a que se refere o artigo 11, inciso III, desde que a parte interessada tenha notificado o árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral, concedendo-lhe o prazo de dez dias para a prolação e apresentação da sentença arbitral. VI-4- DO ÁRBITRO

7 O Árbitro é aquele que, investido pelas partes ou por decisão judicial, julga, esclarece dúvidas, enfim, decide, tal como o juiz, as questões relativas aos direitos disponíveis. A decisão prolatada pelo árbitro através da sentença arbitral é definitiva, não poderá ser objeto de recurso e não se exige que a mesma seja homologada pelo Poder Judiciário. Uma vez proferida a decisão, esta não poderá em qualquer tempo ser questionada pelas partes, pois assim estabelece o artigo 18 da Lei de arbitragem: Artigo 18 - O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário. Os árbitros, quando no desempenho da função ou em razão dela, são equiparados no artigo 17, da Lei de Arbitragem, aos funcionários públicos em face da legislação penal. Artigo 17 - Os árbitros, quando no exercício de suas funções ou em razão delas, ficam equiparados aos funcionários públicos, para os efeitos da legislação penal. Os requisitos para o desempenho da função, estão disciplinados no artigo 13: Artigo 13 - Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes. 1º - As partes nomearão um ou mais árbitros, sempre em número ímpar, podendo nomear, também, os respectivos suplentes. 2º - Quando as partes nomearem árbitros em número par, estes estão autorizados, desde logo, a nomear mais um árbitro. Não havendo acordo, requererão as partes ao órgão do Poder Judiciário a que tocaria, originariamente, o julgamento da causa a nomeação do árbitro, aplicável, no que couber, o procedimento previsto no artigo 7º desta Lei. 3º - As partes poderão, de comum acordo, estabelecer o processo de escolha dos árbitros, ou adotar as regras de um órgão arbitral institucional ou entidade especializada. 4º - Sendo nomeados vários árbitros, estes, por maioria, elegerão o presidente do tribunal arbitral. Não havendo consenso, será designado presidente o mais idoso. 5º - O árbitro ou o presidente do tribunal designará, se julgar conveniente, um secretário, que Poderá ser um dos árbitros. 6º - No desempenho de sua função, o árbitro deverá proceder com imparcialidade, independência, competência, diligência e discrição. 7º - Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral determinar às partes o adiantamento de verbas para despesas e diligências que julgar necessárias. Logo, os mesmos impedimentos que alcançam o Juiz para judicar em um determinado processo, também alcançam o árbitro ou árbitros para exercer seu mister nos autos em que foi eleito pelas partes para julgar. Do artigo 13 infere-se que a única condição exigida, em lei, para que a pessoa natural possa atuar como árbitro, é ser capaz. Trata-se aqui de capacidade civil, ou seja, a pessoa deve ser capaz de se conduzir e de administrar seus próprios bens. Além dos requisitos legais, são de suma importância os princípios éticos e os conhecimentos dos árbitro, que são os pilares para o sucesso da arbitragem, contribuindo decisivamente para uma solução justa da questão dentro dos princípios processuais.

8 A livre escolha dos árbitros é uma das grandes vantagens do Instituto da Arbitragem sobre a Justiça pública. As partes podem escolher pessoas retas e com notório saber sobre a questão a ser decidida, ao passo que na justiça têm que se submeter à decisão do Juiz para o qual foi distribuído o processo. As pessoas naturais capazes estarão impedidas de atuar como árbitros se tiverem como partes ou com o litígio, objeto da arbitragem, qualquer uma das relações que caracterizam as situações de impedimento ou suspeição de Juízes, ou seja, trata-se das mesmas situações que também caracterizam o impedimento ou a suspeição dos Peritos Judiciais, previstas nos artigos 134 e 135 do Código de Processo Civil, analisadas no item 7, do Capítulo I, deste livro. Esta situação está disciplinada pelo artigo 14 da Lei 9.307: Artigo 14 - Estão impedidos de funcionar como árbitros as pessoas que tenham, com as partes ou com o litígio que lhes for submetido, algumas das relações que caracterizam os casos de impedimento ou suspeição de juízes, aplicando-se-lhes, no que couber, os mesmos deveres e responsabilidades, conforme previsto no Código de Processo Civil. 1º - As pessoas indicadas para funcionar como árbitro têm o dever de revelar, antes da aceitação da função, qualquer fato que denote dúvida justificada quanto à sua imparcialidade e independência. 2º - O árbitro somente poderá ser recusado por motivo ocorrido após sua nomeação. Poderá, entretanto, ser recusado por motivo anterior a sua nomeação, quando: a) não for nomeado, diretamente, pela parte; ou b)o motivo para a recusa do árbitro for conhecido posteriormente à sua nomeação. A parte interessada em argüir a recusa do arbitro apresentará, nos termos do artigo 20, as razões diretamente ao árbitro ou ao Presidente do Tribunal Arbitral, juntamente com as provas necessárias. Acolhida a arguição de recusa do árbitro, julgado suspeito ou impedido, assumirá o substituto nomeado no compromisso arbitral. Caso não tenha sido indicado substituto, serão aplicadas as regras do órgão arbitral institucional ou entidade especializada, invocado no compromisso arbitral. Não sendo mencionado no compromisso, órgão arbitral ou entidade especializada, não havendo acordo entre os litigantes, a parte interessada deverá recorrer ao Poder Judiciário nos termos do artigo 7º da Lei 9.307, à exceção daquelas situações em que o compromisso arbitral não permite a substituição do árbitro. Os procedimentos retro narrados estão disciplinados nos artigos 15 e 16 da Lei Artigo 15 - A parte interessada que argüir a recusa do árbitro apresentará, nos termos do artigo 20, a respectiva exceção, diretamente ao árbitro ou ao presidente do tribunal arbitral, deduzindo suas razões e apresentando as provas pertinentes. Parágrafo único - Acolhida a exceção, será afastado o árbitro suspeito ou impedido, que será substituído, na forma do artigo 16 desta Lei. Artigo 16 - Se o árbitro escusar-se antes da aceitação da nomeação, ou, após a aceitação, vier a falecer, tornar-se impossibilitado para o exercício da função, ou for recusado, assumirá seu lugar o substituto indicado no compromisso, se houver. 1º - Não havendo substituto indicado para o árbitro, aplicar-se-ão as regras do órgão arbitral institucional ou entidade especializada, se as partes as tiverem invocado na convenção de arbitragem. 2º - Nada dispondo a convenção de arbitragem e não chegando as partes a um acordo sobre a nomeação do árbitro a ser substituído, procederá a parte interessada da forma prevista no artigo 7º desta Lei, a menos que as partes tenham declarado, expressamente, na convenção de arbitragem, não aceitar substituto.

9 VI-5- DA SENTENÇA ARBITRAL A sentença é a decisão definitiva dos árbitros sobre a questão submetida ao juízo arbitral. Trata-se, na realidade, de uma sentença tal como aquela prolatada no âmbito do Poder Judiciário. Portanto, há que se observar procedimentos sem os quais não será considerada válida. A sentença arbitral, que está disciplinada nos artigos 23 a 33 da Lei de Arbitragem, encerra o Compromisso Arbitral e a atividade dos árbitros. A seguir passamos a discorrer sobre os procedimentos a serem observados na sentença, mencionando os respectivos artigos da Lei. No Compromisso Arbitral as partes podem especificar o prazo para a decisão sobre o litígio, mas, em caso de não o especificar, os árbitros terão 06 (seis) meses a partir da instituição da arbitragem ou de quando foi substituído o árbitro. Mas, nas situações onde há acordo entre as partes e os árbitros, o prazo fixado pode ser prorrogado. O caso fortuito e a força maior, devidamente comprovados, poderão ser aceitos como justificativa para o atraso da apresentação da sentença. Artigo 23 - A sentença arbitral será proferida no prazo estipulado pelas partes. Nada tendo sido convencionado, o prazo para a apresentação da sentença é de seis meses, contado da instituição da arbitragem ou da substituição do árbitro. Parágrafo único - As partes e os árbitros, de comum acordo, poderão prorrogar o prazo estipulado. A sentença deverá ser escrita. Nos casos em que atuarem vários árbitros, a decisão será a da maioria. Não havendo consenso, o voto do Presidente do Tribunal Arbitral decidirá a questão, os votos divergentes poderão ser declarados em separado. Artigo 24 - A decisão do árbitro ou dos árbitros será expressa em documento escrito. 1º - Quando forem vários os árbitros, a decisão será tomada por maioria. Se não houver acordo majoritário, prevalecerá o voto do presidente do tribunal arbitral. 2º - O árbitro que divergir da maioria poderá, querendo, declarar seu voto em separado. O procedimento arbitral deverá ser suspenso nas situações em que a matéria objeto de arbitragem envolver questões controversas, referentes à direito indisponível. Nessa situação, o árbitro deve remeter as partes ao Poder Judiciário, que é competente para julgar a questão. Decidida a situação controversa, junta-se aos autos prova de trânsito em julgado e a arbitragem prossegue. Artigo 25 - Sobrevindo no curso da arbitragem controvérsia acerca de direitos indisponíveis e verificando-se que de sua existência, ou não, dependerá o julgamento, o árbitro ou o tribunal arbitral remeterá as partes à autoridade competente do Poder Judiciário, suspendendo o procedimento arbitral. Parágrafo único - Resolvida a questão prejudicial e juntada aos autos a sentença ou acórdão transitados em julgado, terá normal seguimento a arbitragem. Os requisitos obrigatórios da sentença arbitral estão disciplinados no artigo 26 e são os seguintes: Artigo 26 - São requisitos obrigatórios da sentença arbitral: I - o relatório, que conterá os nomes das partes e um resumo do litígio; Il - os fundamentos da decisão, onde serão analisadas as questões de fato e de direito, mencionando-se, expressamente, se os árbitros julgaram por eqüidade;

10 Ill - o dispositivo, em que os árbitros resolverão as questões que lhes forem submetidas e estabelecerão o prazo para o cumprimento da decisão, se for o caso; e IV - a data e o lugar em que foi proferida. Parágrafo único - A sentença arbitral será assinada pelo árbitro ou por todos os árbitros. Caberá ao presidente do tribunal arbitral, na hipótese de um ou alguns dos árbitros não poder ou não querer assinar a sentença, certificar tal fato. A responsabilidade sobre custas e despesas com os procedimentos de arbitragem, bem como a verba decorrente da litigância de má fé serão definidos na sentença arbitral. Se no transcorrer da arbitragem ocorrer acordo entre as partes, o árbitro ou o Tribunal Arbitral poderá, por solicitação das partes, declarar o fato em sentença arbitral, que deve seguir os preceitos do artigo 26. Prolatada a sentença, o árbitro ou o presidente do tribunal arbitral deverá enviar cópia da decisão às partes por qualquer meio, exigindo-se a comprovação de recebimento, ou entregue diretamente às partes mediante recibo. Artigo 27 - A sentença arbitral decidirá sobre a responsabilidade das partes acerca das custas e despesas com a arbitragem, bem como sobre verba decorrente de litigância de má-fé, se for o caso, respeitadas as disposições da convenção de arbitragem, se houver. Artigo 28 - Se, no decurso da arbitragem, as partes chegarem a acordo quanto ao litígio, o árbitro ou o tribunal arbitral poderá, a pedido das partes, declarar tal fato mediante sentença arbitral, que conterá os requisitos do artigo 26 desta Lei. Artigo 29 - Proferida a sentença arbitral, dá-se por finda a arbitragern, devendo o árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral, enviar cópia da decisão às partes, por via postal ou por outro meio qualquer de comunicação, mediante comprovação de recebimento, ou, ainda entregando-a diretamente às partes, mediante recibo. Tendo ciência da sentença, as partes podem, em cinco dias, requerer correções de erros materiais, esclarecimentos sobre pontos obscuros ou eventuais omissões ou contradições da sentença arbitral. A parte contrária deve ser comunicada sobre o requerimento. O árbitro ou o tribunal arbitral tem 10 (dez) dias de prazo para se pronunciar sobre o requerimento da parte e, se for o caso, aditar a sentença arbitral nos termos do artigo 29. Artigo 30 - No prazo de cinco dias, a contar do recebimento da notificação ou da ciência pessoal da sentença arbitral, a parte interessada, mediante comunicação à outra parte, poderá solicitar ao árbitro ou ao tribunal arbitral que: I - corrija qualquer erro material da sentença arbitral; Il - esclareça alguma obscuridade, dúvida ou contradição da sentença arbitral, ou se pronuncie sobre ponto omitido a respeito do qual devia manifestar-se a decisão. Parágrafo único - O árbitro ou o tribunal arbitral decidirá, no prazo de dez dias, aditando a sentença arbitral e notificando as partes na forma do artigo 29. O aspecto mais importante da lei, em nosso entendimento, consta do artigo 31, tornando idênticos os efeitos da sentença arbitral ao da sentença proferida no âmbito do Poder Judiciário para as partes e seus sucessores, transformando-se em título executivo, sendo desnecessária a sua homologação junto à justiça, excetuando-se a sentença arbitral prolatada fora do território nacional. Nessas situações, a lei determina a homologação junto ao Supremo Tribunal Federal. Os procedimentos para a homologação estão disciplinados nos artigos. 36 e 37 e nos artigos 38 e 39 estão previstas as hipóteses nas quais poderá ser

11 negada a homologação. Os procedimentos de homologação não entram no mérito da questão, têm por objetivo apenas e somente a legalização da arbitragem e adequá-lo às normas nacionais. Artigo 31 - A sentença arbitral produz entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui título executivo. Artigo 36 - Aplica-se à homologação para reconhecimento ou execução de sentença arbitral estrangeira, no que couber, o disposto nos artigos 483 e 484 do Código de Processo Civil. Artigo 37 - A homologação de sentença arbitral estrangeira será requerida pela parte interessada, devendo a petição inicial conter as indicações da lei processual, conforme o artigo 282 do Código de Processo Civil, e ser instruída, necessariamente, com: I- o original da sentença arbitral ou uma cópia devidamente certificada, autenticada pelo consulado brasileiro e acompanhada de tradução oficial; II- o original da convenção de arbitragem ou cópia devidamente certificada, acompanhada de tradução oficial. A decisão dos árbitros ou de Tribunal Arbitral não poderá em tempo algum ser objeto de novas discussões pelas mesmas partes envolvidas ou seus sucessores. À exceção das questões relativas a erro material, obscuridades e contradições da sentença, disciplinadas no artigo 30, que permite, somente nestas situações, requerimento de aditamento. A Lei 9307 prevê hipóteses nulidades que estão dispostas no artigo 32. Estas nulidades poderão ser arguídas em Ação Judicial, em face do artigo 33, proposta no prazo de até 90 (noventa) dias após o recebimento da notificação da sentença arbitral ou de seu aditamento. Quando julgado procedente o pedido, o árbitro ou tribunal arbitral deverá proferir nova sentença. O Juiz Ordinário decretará a nulidade da sentença, considerando o disposto no artigo 32 da Lei de Arbitragem, determinando a correção de eventuais vícios, entretanto, não poderá julgar o mérito da questão. Artigo 32 - É nula a sentença arbitral se: I - for nulo o compromisso; Il - emanou de quem não podia ser árbitro; III - não contiver os requisitos do artigo 26 desta Lei; IV - for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem; V - não decidir todo o litígio submetido à arbitragem; VI - comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção passiva; VII - proferida fora do prazo, respeitado o disposto no artigo 12, inciso III, desta Lei; e VIII - forem desrespeitados os princípios de que trata o artigo 21, 2, desta Lei. Artigo 33 - A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder judiciário competente a decretação da nulidade da sentença arbitral, nos casos previstos nesta Lei. 1º - A demanda para a decretação de nulidade da sentença arbitral seguirá o procedimento comum, previsto no Código de Processo Civil, e deverá ser proposta no prazo de até noventa dias após o recebimento da notificação da sentença arbitral ou de seu aditamento.

12 2º - A sentença que julgar procedente o pedido:i - decretará a nulidade da sentença arbitral, nos casos do artigo 32, incisos I, II, Vl, VII e VIII;II - determinará que o árbitro ou o tribunal arbitral profira novo laudo, nas demais hipóteses. 3º - A decretação da nulidade da sentença arbitral também poderá ser argüida mediante ação de embargos do devedor, conforme o artigo 741 e seguintes do Código de Processo Civil, se houver execução judicial. VI-6- DO ENGENHEIRO ESPECIALIZADO EM PERÍCIAS TÉCNICAS E A ARBITRAGEM Em recente pesquisa, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas FIPE constatou que os contratos envolvendo negócios de construção civil, incluindo as transações imobiliárias, quer sejam de compra e venda ou de locação, e, até mesmo as convenções de condomínio, resultam em 48% dos conflitos, sendo que destes, 50% são objeto de acordo entre as partes conflitantes. A arbitragem já está sendo adotada no Brasil para a solução desses conflitos, muitas empresas de construção civil já estão oferecendo aos seus clientes a arbitragem como solução para eventuais impasses, incluindo em seus contratos, quando o cliente faz a opção pela arbitragem, a cláusula compromissória. A grande vantagem da solução extrajudicial é que os conflitos poderão ser julgados por árbitros especializados em questões técnicas de Engenharia. A título de exemplo podemos citar as questões que surgem nos contratos de obras industriais ou obras de construção pesada, tais como as de barragens, de estradas, de pontes, de túneis, dentre outras que constantemente geram controvérsias. Nessas situações, antes da Lei de arbitragem as pessoas físicas ou jurídicas não tinham outro caminho seguro senão bater às portas do Judiciário, sujeitando-se, às vezes, a grandes prejuízos, em face da morosidade e de decisões que nem sempre solucionavam a questão de forma satisfatória, pois o Juiz é leigo e, às vezes, é induzido a erros por Peritos não especialistas na questão, apesar de legalmente habilitados. Atualmente, os problemas técnicos de construção que envolvem construtoras de obras pesadas e seus contratantes, construtoras de unidades habitacionais e comerciais e os condôminos e condomínios, as questões de divisas entre terrenos, as pendências que envolvam a atribuição de valores de bens imóveis, de fundo de comércio, de ponto comercial, de valores de locação, dentre outros, podem ser solucionados por meio de julgadores especialistas nessas áreas. As empresas e/ou pessoas físicas podem valer-se de árbitros especializados na questão controversa. Os profissionais especializados em perícias técnicas, experientes e competentes, em nosso entendimento, pela sua formação e atividade profissional, são os mais indicados a atuar como árbitros nessas questões, obviamente, que dentro da área de especialidade de cada um. Podem também, os Engenheiros especializados em perícias técnicas atuarem como Peritos indicados pelos árbitros escolhidos pelas partes. Por derradeiro, é importante ressaltar que o procedimento arbitral elimina o estigma de ter levado o cliente ou até mesmo o vizinho às barras do tribunais. A arbitragem, por suas características, é a melhor solução para preservar laços comerciais, relações pessoais e até mesmo o bom relacionamento entre vizinhos.

13 Nos tempos presentes, em face do estágio de desenvolvimento tecnológico em que nos encontramos, as relações humanas passaram por grandes transformações em todos os segmentos. No âmbito do econômico, a celeridade é uma das variáveis mais importantes. Infelizmente, não só no Brasil, mas em importantes nações do mundo desenvolvido, o Poder Judiciário não responde à altura às necessidades da sociedade diante de algumas situações que aqui não nos compete analisar. Dentre essas situações, destacamos a morosidade na solução de conflitos. Esse vagar nas soluções das questões submetidas à apreciação da justiça, muitas vezes inviabiliza grandes negócios, aliás, essa morosidade do Judiciário é computada no chamado Custo Brasil. Diante da questão, renasce no Brasil o Instituto da Arbitragem, como caminho extrajudicial para solucionar, de forma eficiente, os conflitos relativos aos direitos patrimoniais, contribuindo para melhorar a fluidez dos negócios e para desobstruir o Poder Judiciário. A arbitragem nada mais é do que um proposta privada, extrajudicial de solução de conflitos, através de árbitros da confiança dos envolvidos, com capacitação na matéria objeto de discussão. O procedimento arbitral, dentre outras vantagens, implica rapidez, menores custos, simplicidade, igualdade entre as partes, contraditório, imparcialidade do(s) julgador(es) e decisões de alta qualidade. O Instituto da Arbitragem é amplamente praticado em diversos países. Essa via de solução de conflitos já existia legalmente no Brasil desde os tempos coloniais, posteriormente, foi inserida na Constituição de 1824 e no Código Comercial de No século XX, a questão foi definitivamente normatizada em 23 de setembro de 1996, com o advento da Lei n.º (Lei Marco Maciel), que demoliu os dois principais impedimentos à pratica do Instituto da Arbitragem, quais eram: a necessidade de homologação judicial da sentença arbitral e a falta de eficácia da Cláusula Compromissória. Em 2001 o Supremo Tribunal Federal consolidou a questão definitivamente em julgamento de Agravo Regimental confirmando a constitucionalidade da Lei. Em recente pesquisa, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas FIPE constatou que os contratos envolvendo negócios de construção civil, incluindo as transações imobiliárias, quer sejam de compra e venda ou de locação, e, até mesmo as convenções de condomínio, resultam em 48% dos conflitos, sendo que destes, 50% são objeto de acordo entre as partes conflitantes. A arbitragem já está sendo adotada no Brasil para a solução desses conflitos, muitas empresas de construção civil já estão oferecendo aos seus clientes a arbitragem como solução para eventuais impasses, incluindo em seus contratos, quando o cliente faz a opção pela arbitragem, a cláusula compromissória. A grande vantagem da solução extrajudicial é que os conflitos poderão ser julgados por árbitros especializados em questões técnicas de Engenharia. A título de exemplo podemos citar as questões que surgem nos contratos de obras industriais ou obras de construção pesada, tais como as de barragens, de estradas, de pontes, de túneis, dentre outras que constantemente geram controvérsias. Nessas situações, antes da Lei de arbitragem as pessoas físicas ou jurídicas não tinham outro caminho seguro senão bater às portas do Judiciário, sujeitando-se, às vezes, a grandes prejuízos, em face da morosidade e de decisões que nem sempre solucionavam a questão de forma satisfatória, pois o Juiz é

14 leigo e, às vezes, é induzido a erros por Peritos não especialistas na questão, apesar de legalmente habilitados. Atualmente, os problemas técnicos de construção que envolvem construtoras de obras pesadas e seus contratantes, construtoras de unidades habitacionais e comerciais e os condôminos e condomínios, as questões de divisas entre terrenos, as pendências que envolvam a atribuição de valores de bens imóveis, de fundo de comércio, de ponto comercial, de valores de locação, dentre outros, podem ser solucionados por meio de julgadores especialistas nessas áreas. As empresas e/ou pessoas físicas podem valer-se de árbitros especializados na questão controversa. Os profissionais especializados em perícias técnicas, experientes e competentes, em nosso entendimento, pela sua formação e atividade profissional, são os mais indicados a atuar como árbitros nessas questões, obviamente, que dentro da área de especialidade de cada um. Podem também, os Engenheiros especializados em perícias técnicas atuarem como Peritos indicados pelos árbitros escolhidos pelas partes. Por derradeiro, é importante ressaltar que o procedimento arbitral elimina o estigma de ter levado o cliente ou até mesmo o vizinho às barras do tribunais. A arbitragem, por suas características, é a melhor solução para preservar laços comerciais, relações pessoais e até mesmo o bom relacionamento entre vizinhos.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

DIREITO PROCESSUAL CIVIL DIREITO PROCESSUAL CIVIL Demais Legislações Extravagantes Parte 2 Profª. Tatiana Constancio Art. 7º Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à instituição da arbitragem, poderá a

Leia mais

LEI N.º 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996.

LEI N.º 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996. LEI N.º 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996. Dispõe sobre a arbitragem. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art.

Leia mais

6º - Não comparecendo o réu à audiência, caberá ao juiz, ouvido o autor, estatuir a respeito do conteúdo do compromisso, nomeando árbitro único.

6º - Não comparecendo o réu à audiência, caberá ao juiz, ouvido o autor, estatuir a respeito do conteúdo do compromisso, nomeando árbitro único. LEI Nº 9307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996 Dispõe sobre a arbitragem O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Capítulo I DISPOSIÇÕES GERAIS Art 1º

Leia mais

CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DO CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL CMA-CRA/RS. LEI N.º de 23 de setembro de 1996

CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DO CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL CMA-CRA/RS. LEI N.º de 23 de setembro de 1996 1 CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DO CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL CMA-CRA/RS LEI N.º 9.307 de 23 de setembro de 1996 Dispõe sobre a Arbitragem O Presidente da República, Faço

Leia mais

Lei n o 9.307, de 23 de setembro de 1996 Dispõe sobre a arbitragem. Capítulo I

Lei n o 9.307, de 23 de setembro de 1996 Dispõe sobre a arbitragem. Capítulo I c Publicada no DOU de 24-9-1996. c Arts. 851 a 853 do CC. c Arts. 86 e 301, 4 o, do CPC. Capítulo I Lei n o 9.307, de 23 de setembro de 1996 Dispõe sobre a arbitragem. Disposições Gerais Art. 1 o As pessoas

Leia mais

Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.

Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. LEI Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996 Dispõe sobre a arbitragem. Com alterações advindas da Lei 13.129/2015 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte:

Leia mais

LEGISLAÇÃO DA ARBITRAGEM

LEGISLAÇÃO DA ARBITRAGEM LEGISLAÇÃO DA ARBITRAGEM 1 LEI DA ARBITRAGEM O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I Disposições Gerais Art. 1º As pessoas capazes

Leia mais

Visão geral da arbitragem no Brasil. Giovanni Ettore Nanni

Visão geral da arbitragem no Brasil. Giovanni Ettore Nanni Visão geral da arbitragem no Brasil Giovanni Ettore Nanni gnanni@tozzinifreire.com.br Visão Geral da Arbitragem no Brasil Arbitrabilidade Arbitragem Doméstica e Internacional Cláusula Compromissória Compromisso

Leia mais

MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM

MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce - FADIVALE MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM Profª. Teodolina B. S. C. Vitório 2018 1 Entre em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a

Leia mais

Arbitragem. Métodos alternativos de Resolução de Conflitos. Prof. Leandro Gobbo 1

Arbitragem. Métodos alternativos de Resolução de Conflitos. Prof. Leandro Gobbo 1 Arbitragem Métodos alternativos de Resolução de Conflitos Prof. Leandro Gobbo 1 Arbitragem conceito Técnica para solução de controvérsias por meio da intervenção de uma ou mais pessoas que recebem seus

Leia mais

LEI Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE (consolidada) Dispõe sobre a arbitragem

LEI Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE (consolidada) Dispõe sobre a arbitragem LEI DE ARBITRAGEM (9.307/96) CONSOLIDADA COM A REFORMA INTRODUZIDA PELA LEI 13.129 DE 26 DE MAIO DE 2015 (com vigência a partir de 26 de julho de 2015.) E alteração da Lei da S/A LEI Nº 9.307, DE 23 DE

Leia mais

TRIBUNAL ARBITRAL CÂMARA DO MERCOSUL REGULAMENTO

TRIBUNAL ARBITRAL CÂMARA DO MERCOSUL REGULAMENTO TRIBUNAL ARBITRAL CÂMARA DO MERCOSUL REGULAMENTO O QUE É TRIBUNAL ARBITRAL DE ARBITRAGEM? É um instituto privado criado para resolver litígios através das técnicas de mediação e conciliação através da

Leia mais

REGULAMENTO DO PROCESSO DE ARBITRAGEM

REGULAMENTO DO PROCESSO DE ARBITRAGEM REGULAMENTO DO PROCESSO DE ARBITRAGEM CAPÍTULO I DO INÍCIO DO PROCESSO Art. 1º As partes poderão submeter à arbitragem da Câmara de Mediação e Arbitragem Especializada CAMES os conflitos sobre direitos

Leia mais

Eng o /Adv Francisco Maia Neto Adv Mauro Cunha Azevedo Neto

Eng o /Adv Francisco Maia Neto Adv Mauro Cunha Azevedo Neto Promoção Realização 21 a 25 de setembro de 2009 Hotel Maksoud Plaza São Paulo Capacitação em arbitragem para peritos Eng o /Adv Francisco Maia Neto Adv Mauro Cunha Azevedo Neto O instituto da Arbitragem

Leia mais

Reunião Técnica ANEFAC. Execução e Anulação de Sentença Arbitral. Palestrante: Elis Wendpap

Reunião Técnica ANEFAC. Execução e Anulação de Sentença Arbitral. Palestrante: Elis Wendpap Reunião Técnica ANEFAC Execução e Anulação de Sentença Arbitral Palestrante: Elis Wendpap elis.wendpap@veirano.com.br Arbitragem Marco legal no Brasil: Lei n. 9.307/1996 Supremo Tribunal Federal, 2001:

Leia mais

Dentre as vantagens da arbitragem sobre o processo judicial, destacam-se as seguintes:

Dentre as vantagens da arbitragem sobre o processo judicial, destacam-se as seguintes: 1 ARBITRAGEM CAPÍTULO I COMENTÁRIOS GERAIS O que é arbitragem Arbitragem é meio privado de solução de conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis, mediante o qual as partes selecionam um ou

Leia mais

ARBITRAGEM. TIRE SUAS DÚVIDAS

ARBITRAGEM. TIRE SUAS DÚVIDAS ARBITRAGEM. TIRE SUAS DÚVIDAS 1. O que é arbitragem? A arbitragem é uma forma de solução de conflitos, prevista em lei, que pode ser utilizada quando estamos diante de um impasse decorrente de um contrato.

Leia mais

LEI Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE

LEI Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1. ESCORÇO HISTÓRICO DA ARBITRAGEM NO BRASIL... 19 2. MEIOS ADEQUADOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS... 23 3. CONCEITO DE ARBITRAGEM... 28 4. VANTAGENS DA ARBITRAGEM... 30 5. CONSTITUCIONALIDADE

Leia mais

Métodos Extrajudiciais de Soluções de Conflitos Arbitragem

Métodos Extrajudiciais de Soluções de Conflitos Arbitragem Métodos Extrajudiciais de Soluções de Conflitos Arbitragem 107.024.676 de processos X 2 pessoas 214.049.352 de partes (pessoas) mais partes em processos que pessoas no Brasil 206.008.776 população brasileira

Leia mais

Dispõe sobre a Arbitragem O Presidente da República, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: DISPOSIÇÕES GERAIS

Dispõe sobre a Arbitragem O Presidente da República, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: DISPOSIÇÕES GERAIS LEI 13.129/15 de 26/05/2015 em vigor a partir de 26/07/2015 1 Dispõe sobre a arbitragem O VICE PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso Nacional

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

DIREITO PROCESSUAL CIVIL DIREITO PROCESSUAL CIVIL Demais Legislações Extravagantes Parte 5 Profª. Tatiana Constancio - Reconhecimento e Execução de Sentenças Arbitrais Estrangeiras Art. 34. A sentença arbitral estrangeira será

Leia mais

A mediação e a conciliação também compõem estes métodos; contudo, eles diferem entre si.

A mediação e a conciliação também compõem estes métodos; contudo, eles diferem entre si. A arbitragem consiste em um meio privado de solução de conflitos que se utiliza de um terceiro imparcial e neutro, geralmente especialista na matéria discutida, que profere sentença arbitral Ressalte-se

Leia mais

1.3 - Qualquer alteração ao presente Regulamento que tenha sido acordada pelas partes, só terá aplicação ao caso específico.

1.3 - Qualquer alteração ao presente Regulamento que tenha sido acordada pelas partes, só terá aplicação ao caso específico. REGULAMENTO DE ARBITRAGEM EXPEDITA 1. Da sujeição ao presente Regulamento 1.1 - As partes que avençarem submeter qualquer pendência surgida à Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem CIESP/FIESP, doravante

Leia mais

MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM

MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce - FADIVALE MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM Profª. Teodolina B. S. C. Vitório 2018 1 Entre em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a

Leia mais

Protocolo para Arbitragem Trabalhista - válido a partir de 11/06/2018

Protocolo para Arbitragem Trabalhista - válido a partir de 11/06/2018 Protocolo para Arbitragem Trabalhista - válido a partir de 11/06/2018 O Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (doravante CBMA ), entidade sem fins lucrativos, vinculada à Associação Comercial do Rio

Leia mais

Direito Processual Civil CERT Regular 4ª fase

Direito Processual Civil CERT Regular 4ª fase CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Direito Processual Civil CERT Regular 4ª fase Autotutela, Autocomposição, Mediação e arbitragem Período 2012-2016 1) FEMPERJ Técnico de Notificações - TCE RJ (2012) A solução

Leia mais

REGULAMENTO DA CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM EMPRESARIAL DO RIO DE JANEIRO. I. Da Câmara, dos Árbitros e dos Mediadores

REGULAMENTO DA CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM EMPRESARIAL DO RIO DE JANEIRO. I. Da Câmara, dos Árbitros e dos Mediadores REGULAMENTO REGULAMENTO DA CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM EMPRESARIAL DO RIO DE JANEIRO I. Da Câmara, dos Árbitros e dos Mediadores Art. 1º. A CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM EMPRESARIAL DO RIO DE JANEIRO,

Leia mais

PERGUNTAS FREQUENTES

PERGUNTAS FREQUENTES PERGUNTAS FREQUENTES 1. O que é arbitragem? A arbitragem é uma forma de solução de conflitos, prevista em lei, no qual as partes buscam voluntariamente uma solução rápida e definitiva do conflito por um

Leia mais

A Justiça Atrasada não é Justiça

A Justiça Atrasada não é Justiça Agosto/2015 A Justiça Atrasada não é Justiça Tire suas dúvidas Quem pode utilizar a arbitragem? Por que instituir a arbitragem em seu negócio? Tribunal Arbitral e Mediação de São Paulo Presidente Dr. Marcelo

Leia mais

Arbitragem. Arbitragem aplicada no Direito Imobiliário. Dra Carleane L. Souza

Arbitragem. Arbitragem aplicada no Direito Imobiliário. Dra Carleane L. Souza Arbitragem Arbitragem aplicada no Direito Imobiliário Dra Carleane L. Souza Arbitragem Introdução a Arbitragem MEIOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS MEDIAÇÃO CONCILIAÇÃO AUTOCOMPOSITIVOS NEGOCIAÇÃO ARBITRAGEM

Leia mais

ATO REGULAMENTAR Nº 002/2017

ATO REGULAMENTAR Nº 002/2017 ATO REGULAMENTAR Nº 002/2017 Pelo presente ato regulamentar, o qual a teor deste assunto é convalidado tanto pelo Presidente da Câmara Arbitral do Distrito Federal, torna-se público que: observando o art.

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

DIREITO PROCESSUAL CIVIL DIREITO PROCESSUAL CIVIL Demais Legislações Extravagantes Profª. Tatiana Constancio -Previsão Constitucional: PREÂMBULO Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

DIREITO PROCESSUAL CIVIL DIREITO PROCESSUAL CIVIL Parte 6 Prof(a). Bethania Senra Procedimento arbitral: Lei 9.307/96, art. 19. Considera-se instituída a arbitragem quando aceita a nomeação pelo árbitro, se for único, ou por todos,

Leia mais

ARBITRAGEM.

ARBITRAGEM. ARBITRAGEM www.trilhante.com.br ÍNDICE 1. CONCEITOS RELEVANTES...5 Conceito de arbitragem... 5 Métodos Alternativos de Solução de Conflitos...7 Autonomia da vontade das partes...7 Convenção de arbitragem...

Leia mais

Solução de Controvérsias na Área de Propriedade Intelectual Tatiana Campello Lopes Todos os Direitos Reservados.

Solução de Controvérsias na Área de Propriedade Intelectual Tatiana Campello Lopes Todos os Direitos Reservados. Solução de Controvérsias na Área de Propriedade Intelectual Todos os Direitos Reservados. QUANDO AS CONTROVÉRSIAS OCORREM? Numa visão bem abrangente: Quando as expectativas da contratação não prosperaram

Leia mais

ARBITRAGEM Lei 9.307/96 SOLUÇÃO MODERNA DE CONFLITOS

ARBITRAGEM Lei 9.307/96 SOLUÇÃO MODERNA DE CONFLITOS 1 ARBITRAGEM Lei 9.307/96 SOLUÇÃO MODERNA DE CONFLITOS 2 O QUE SE BUSCA COM ESTA APRESENTAÇÃO: a) Desmistificar o instituto da arbitragem; b) Desenvolver um espírito crítico dos contadores em relação ao

Leia mais

CONHECENDO A CMA DO CREA-RS

CONHECENDO A CMA DO CREA-RS CONHECENDO A CMA DO CREA-RS EDIÇÃO 2008 CONHECENDO A CAMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DO CREA RS EDIÇÃO 2008 1 Í N D I C E 1. LEGISLAÇÃO 1.1. Lei n 9307, de 23 de Setembro de 1996...5 2. DECISÕES PLENÁRIAS

Leia mais

Lei de Mediação Nº , de 26 de junho de 2015.

Lei de Mediação Nº , de 26 de junho de 2015. Lei de Arbitragem Com as alterações da Lei Nº 13.129, de 26 de maio de 2015. Lei de Mediação Nº 13.140, de 26 de junho de 2015. Belo Horizonte São Paulo Rio de Janeiro CAMARB 1 Lei de Arbitragem Lei nº

Leia mais

Art. 2º - A arbitragem instituir-se-á exclusivamente por meio de órgão arbitral institucional.

Art. 2º - A arbitragem instituir-se-á exclusivamente por meio de órgão arbitral institucional. ATOS DO PODER EXECUTIVO DECRETO Nº 46.245 DE 19 DE FEVEREIRO DE 2018 REGULAMENTA A ADOÇÃO DA ARBITRAGEM PARA DIRIMIR OS CONFLITOS QUE ENVOLVAM O ESTADO DO RIO DE JANEIRO OU SUAS ENTIDADES. O GOVERNADOR

Leia mais

SUMÁRIO AGRADECIMENTOS APRESENTAÇÃO... 13

SUMÁRIO AGRADECIMENTOS APRESENTAÇÃO... 13 SUMÁRIO AGRADECIMENTOS... 11 APRESENTAÇÃO... 13 1. INTRODUÇÃO... 25 1.1. Introdução às alternativas adequadas de resolução de disputas... 27 1.2. Breve histórico... 33 1.3. Bibliografia recomendada...

Leia mais

ESCOLHA E IMPUGNAÇÃO DO ÁRBITRO

ESCOLHA E IMPUGNAÇÃO DO ÁRBITRO ESCOLHA E IMPUGNAÇÃO DO ÁRBITRO Os árbitros devem contar com a confiança das partes e atuar durante todo o procedimento, de forma imparcial, independente, com competência, diligência e discrição, garantindo

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br BuscaLegis.ccj.ufsc.Br Efeitos da Sentença Arbitral André Salles 1. Natureza jurídica do juízo arbitral É antiga a polêmica em torno da natureza jurídica do instituto da arbitragem, dividindo-se a doutrina,

Leia mais

PROCESSO DO TRABALHO PROF. JOSÉ GERVÁSIO ABRÃO MEIRELES

PROCESSO DO TRABALHO PROF. JOSÉ GERVÁSIO ABRÃO MEIRELES PROCESSO DO TRABALHO PROF. JOSÉ GERVÁSIO ABRÃO MEIRELES 1 1- COMPETÊNCIA 2 CF Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes

Leia mais

Curso de Arbitragem 1 FRANCISCO JOSÉ CAHALI

Curso de Arbitragem 1 FRANCISCO JOSÉ CAHALI Curso de Arbitragem 1 Curso de Arbitragem 10 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO... 11 1. INTRODUÇÃO... 23 1.1 Introdução às alternativas adequadas de resolução de disputas... 25 1.2 Breve histórico... 30 1.3 Bibliografia

Leia mais

REGULAMENTO ARBITRAGEM

REGULAMENTO ARBITRAGEM REGULAMENTO ARBITRAGEM [EXTRATO DO REGULAMENTO DA CMA/CREA-MG] Capítulo Terceiro Seção I Normas Gerais de Mediação e Arbitragem Artigo 16º. Qualquer questão que envolva direitos patrimoniais disponíveis

Leia mais

ANEXO I TABELA DE CUSTAS E HONORÁRIOS DOS ÁRBITROS

ANEXO I TABELA DE CUSTAS E HONORÁRIOS DOS ÁRBITROS ANEXO I TABELA DE CUSTAS E HONORÁRIOS DOS ÁRBITROS Consoante dispõe o Regulamento de Arbitragem, doravante denominado simplesmente Regulamento, os custos dos procedimentos arbitrais comportam 1 : 1. TAXA

Leia mais

DECISÃO. Juiz(a) de Direito: Dr(a). Fernando França Viana. Vistos.

DECISÃO. Juiz(a) de Direito: Dr(a). Fernando França Viana. Vistos. DECISÃO Processo Digital nº: 1005577-98.2016.8.26.0286 Classe - Assunto Compromisso Arbitral - Ato / Negócio Jurídico Requerente: Águas de Itu Exploração de Serviços de Água e Esgoto S/A Requerido: Município

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

DIREITO PROCESSUAL CIVIL DIREITO PROCESSUAL CIVIL Demais Legislações Extravagantes Parte 2 Profª. Tatiana Constancio Do Procedimento de Mediação Art. 14. No início da primeira reunião de mediação, e sempre que julgar necessário,

Leia mais

REGULAMENTO DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

REGULAMENTO DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO REGULAMENTO DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO CAPÍTULO I - INÍCIO DO PROCESSO Art. 1 - Qualquer pessoa jurídica ou física capaz pode requerer a Mediação para solução de uma controvérsia na Câmara de Mediação e

Leia mais

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL Secção de São Paulo

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL Secção de São Paulo REGULAMENTO DO TRIBUNAL DE MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM DA COMISSÃO DAS SOCIEDADES DE ADVOGADOS OAB/SP Considerando que de acordo com o disposto no art. 121, alíneas "b" e "c" do Regimento Interno

Leia mais

PAINEL 5. Nome de Domínio Solução de Conflitos pelo Sistema Administrativo de Conflitos de Internet (SACI), Mediação ou Arbitragem

PAINEL 5. Nome de Domínio Solução de Conflitos pelo Sistema Administrativo de Conflitos de Internet (SACI), Mediação ou Arbitragem PAINEL 5 Nome de Domínio Solução de Conflitos pelo Sistema Administrativo de Conflitos de Internet (SACI), Mediação ou Arbitragem Marcelo Dias Gonçalves Vilela O sucesso do SACI-Adm e do CASD-ND são inspiradores

Leia mais

REGULAMENTO DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

REGULAMENTO DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO REGULAMENTO DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO CAPÍTULO I INÍCIO DO PROCESSO Art. 1º Qualquer pessoa jurídica ou física capaz pode requerer a conciliação ou mediação para solução de uma controvérsia na Câmara de

Leia mais

CAMARB APRESENTAÇÃO... 8 ARBITRAGEM CLÁUSULA MODELO... 11

CAMARB APRESENTAÇÃO... 8 ARBITRAGEM CLÁUSULA MODELO... 11 1 Sumário CAMARB... 7 1. APRESENTAÇÃO... 8 ARBITRAGEM... 10 1. CLÁUSULA MODELO... 11 Cláusula modelo... 11 2. REGULAMENTO DE ARBITRAGEM... 11 I. INTRODUÇÃO... 11 1.1.... 11 1.2.... 12 1.3.... 12 1.4....

Leia mais

REGIME JURÍDICO DA ARBITRAGEM SOCIETÁRIA. Artigo 1.º. (Objeto)

REGIME JURÍDICO DA ARBITRAGEM SOCIETÁRIA. Artigo 1.º. (Objeto) REGIME JURÍDICO DA ARBITRAGEM SOCIETÁRIA Artigo 1.º (Objeto) 1 O presente diploma estabelece o regime aplicável à resolução de litígios em matéria societária com recurso à arbitragem. 2 Podem ser submetidos

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Condições da ação.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Condições da ação. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres (Aula 27/03/2018). Condições da ação. Atualmente com o novo CPC são consideradas condições da ação legitimidade de parte

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI N o 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999. Mensagem de Veto Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade

Leia mais

Aula 92. Contestação (Parte V): Art Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: VIII - conexão.

Aula 92. Contestação (Parte V): Art Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: VIII - conexão. Turma e Ano: Direito Processual Civil - NCPC (2016) Matéria / Aula: Contestação. Defesas processuais Artigo 337, VII a X / 92 Professor: Edward Carlyle Monitora: Laryssa Marques Aula 92 Contestação (Parte

Leia mais

SUMÁRIO ABREVIATURAS...

SUMÁRIO ABREVIATURAS... SUMÁRIO ABREVIATURAS... I. ASPECTOS GERAIS DA ARBITRAGEM... 1 1. Conceito de arbitragem jurisdição... 1 2. Arbitragem, mediação e conciliação... 9 3. Normas de direito material aplicáveis à solução do

Leia mais

FORMAS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS

FORMAS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS FORMAS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS AUTO DEFESA: Nesta espécie a solução do conflito se faz diretamente pelos envolvidos, com a imposição do interesso de um sobre o do outro. O significado da

Leia mais

Arbitragem. MBA em Administração, Gestão e Marketing do Negócio Jurídico. Dra Carleane L. Souza

Arbitragem. MBA em Administração, Gestão e Marketing do Negócio Jurídico. Dra Carleane L. Souza Arbitragem MBA em Administração, Gestão e Marketing do Negócio Jurídico. Dra Carleane L. Souza Arbitragem Introdução a Arbitragem MEIOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS MEDIAÇÃO CONCILIAÇÃO AUTOCOMPOSITIVOS NEGOCIAÇÃO

Leia mais

REGULAMENTO DE ARBITRAGEM 1. DA SUJEIÇÃO AO PRESENTE REGULAMENTO

REGULAMENTO DE ARBITRAGEM 1. DA SUJEIÇÃO AO PRESENTE REGULAMENTO REGULAMENTO DE ARBITRAGEM 1. DA SUJEIÇÃO AO PRESENTE REGULAMENTO 1.1. As partes que avençarem, mediante convenção de arbitragem, submeter qualquer controvérsia à Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem

Leia mais

CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DO IBDE

CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DO IBDE CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DO IBDE IBDE INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS DO DIREITO DA ENERGIA Sociedade civil sem fins lucrativos Constituído em 26 de junho de 2003, na Cidade de São Paulo, por profissionais

Leia mais

Dos Processos de Competência Originária dos Tribunais

Dos Processos de Competência Originária dos Tribunais Direito Processual Civil Dos Processos de Competência Originária dos Tribunais Do Incidente de Assunção de Competência A assunção de competência tem como função prevenir ou compor a divergência entre câmaras,

Leia mais

NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E A CLT (DA CONTESTAÇÃO)

NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E A CLT (DA CONTESTAÇÃO) NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E A CLT (DA CONTESTAÇÃO) I DA CONTESTAÇÃO OS DISPOSITIVOS CLASSICOS DA CLT: O artigo 769 da CLT (SUBSIDIÁRIA), será aplicada no processo de fase conhecimento observando todas

Leia mais

Aula 17. Competência Internacional Parte II

Aula 17. Competência Internacional Parte II Turma e Ano: Direito Processual Civil - NCPC (2016) Matéria / Aula: Competência Internacional (Parte II) / 17 Professor: Edward Carlyle Monitora: Laryssa Marques Aula 17 Competência Internacional Parte

Leia mais

Tribunal Arbitral de Justiça

Tribunal Arbitral de Justiça ARBITRAGEM NA ESFERA TRABALHISTA O TAJ, é uma instituição privada e a Arbitragem se configura como método extrajudicial de solução adequada de conflitos, com amparo na Lei nº 9.307/96. É uma Jurisdição

Leia mais

Definitiva (decide o conflito, apreciando o mérito)

Definitiva (decide o conflito, apreciando o mérito) Definitiva (decide o conflito, apreciando o mérito) Condenatória; Constitutiva; Declaratória. Terminativa (finda o procedimento, mas a controvérsia persiste p.ex.: reconhece a nulidade da convenção arbitral)

Leia mais

REGULAMENTO E NORMAS DE FUNCIONAMENTO LEI 9.307/96

REGULAMENTO E NORMAS DE FUNCIONAMENTO LEI 9.307/96 REGULAMENTO E NORMAS DE FUNCIONAMENTO LEI 9.307/96 Meios Alternativos para Soluções de Conflitos MASC Mediação, Conciliação e Negociação Revisão nº 01 ATUANDO EM CONFORMIDADE COM INSTITUIÇÃO DE MEDIAÇÃO

Leia mais

Meios de solução de controvérsias nas relações de consumo de seguros GUSTAVO DA ROCHA SCHMIDT

Meios de solução de controvérsias nas relações de consumo de seguros GUSTAVO DA ROCHA SCHMIDT Meios de solução de controvérsias nas relações de consumo de seguros GUSTAVO DA ROCHA SCHMIDT Em razão do volume exorbitante de demandas, o Judiciário brasileiro torna-se, naturalmente, incapaz de pacificar

Leia mais

Em relação à previsão de eventual ato regulamentar futuro, a alusão a um termo aditivo preserva o ato jurídico perfeito.

Em relação à previsão de eventual ato regulamentar futuro, a alusão a um termo aditivo preserva o ato jurídico perfeito. 17.5. Serão definitivamente resolvidos por arbitragem, observadas as disposições da presente seção e da Lei nº. 9.307, de 23 de setembro de 1996, todas as controvérsias havidas entre as partes relativas

Leia mais

Regulamento e Normas de Funcionamento da Mediação e Arbitragem no TNA TRIBUNAL NACIONAL DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM CNPJ/MF no

Regulamento e Normas de Funcionamento da Mediação e Arbitragem no TNA TRIBUNAL NACIONAL DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM CNPJ/MF no Regulamento e Normas de Funcionamento da Mediação e Arbitragem no TNA TRIBUNAL NACIONAL DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM CNPJ/MF no.06.152.354/0001-38 Registrado no 4º. Registro de Títulos e Documentos sob no.

Leia mais

A aquisição de bens com o resultado de infrações penais.

A aquisição de bens com o resultado de infrações penais. Para se pensar em termos de responsabilidades A aquisição de bens com o resultado de infrações penais. Balanços auditados 1 Lei 12.683/2012 Crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores;

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

DIREITO PROCESSUAL CIVIL DIREITO PROCESSUAL CIVIL SUJEITOS DA RELAÇÃO PROCESSUAL Dos Auxiliares da Justiça Parte 5 Prof(a). Bethania Senra - Câmaras de medição e conciliação da Administração Pública: CPC, art. 174. A União, os

Leia mais

CÓDIGO DE ÉTICA PARA ARBITROS. ARBICAMP Câmara de Mediação e Arbitragem.

CÓDIGO DE ÉTICA PARA ARBITROS. ARBICAMP Câmara de Mediação e Arbitragem. CÓDIGO DE ÉTICA PARA ARBITROS ARBICAMP Câmara de Mediação e Arbitragem. Junho 2017 Este Código de Ética se aplica à conduta de todos os árbitros nomeados pelo Tribunal Arbitral de Campinas- ARBICAMP Câmara

Leia mais

REGULAMENTO E NORMAS DE FUNCIONAMENTO. Meios Alternativos para Soluções de Conflitos MASC

REGULAMENTO E NORMAS DE FUNCIONAMENTO. Meios Alternativos para Soluções de Conflitos MASC REGULAMENTO E NORMAS DE FUNCIONAMENTO LEI 9.307/96 Meios Alternativos para Soluções de Conflitos MASC PROCEDIMENTO ARBITRAL NA ÁREA TRABALHISTA Revisão nº 01 A ARBICAMP - CÂMARA DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM,

Leia mais

CENTRO DE ARBITRAGEM DE CONFLITOS DE CONSUMO DE LISBOA

CENTRO DE ARBITRAGEM DE CONFLITOS DE CONSUMO DE LISBOA REGULAMENTO DO TRIBUNAL ARBITRAL DO CENTRO DE ARBITRAGEM DE CONFLITOS DE CONSUMO DE LISBOA No quadro da Lei nº 31/86, de 29 de Agosto * e do Decreto-Lei nº425/86, de 27 de Dezembro, a Câmara Municipal

Leia mais

LEI Nº 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999

LEI Nº 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999 LEI Nº 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade

Leia mais

11/12/2018. Professor Hugo Penna Conceito. Condições ou pressupostos processuais?

11/12/2018. Professor Hugo Penna Conceito. Condições ou pressupostos processuais? Professor Hugo Penna hugopenna@ch.adv.br Conceito Condições ou pressupostos processuais? 1 Art. 17. CPC/2015 Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. Conceito Classificação: Ativa

Leia mais

REGULAMENTO DA CÂMARA DE MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM DA COMISSÃO DAS SOCIEDADES DE ADVOGADOS OAB/SP

REGULAMENTO DA CÂMARA DE MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM DA COMISSÃO DAS SOCIEDADES DE ADVOGADOS OAB/SP REGULAMENTO DA CÂMARA DE MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM DA COMISSÃO DAS SOCIEDADES DE ADVOGADOS OAB/SP Considerando que de acordo com o disposto no art. 121, alíneas "b" e "c" do Regimento Interno

Leia mais

Minuta de Ata de Missão que Esta Sociedade Segue nos Processos Arbitrais

Minuta de Ata de Missão que Esta Sociedade Segue nos Processos Arbitrais Minuta de Ata de Missão que Esta Sociedade Segue nos Processos Arbitrais.... (nome da instituição de arbitragem e nº. do processo). Demandante (nome) vs.. Demandada (nome) ATA DE MISSÃO e ANEXOS O TRIBUNAL

Leia mais

A nossa missão é aprovar você! EXERCÍCIOS - ATOS DE OFICIO - Prof. Zanone Manuel Junior

A nossa missão é aprovar você! EXERCÍCIOS - ATOS DE OFICIO - Prof. Zanone Manuel Junior EXERCÍCIOS - ATOS DE OFICIO - Prof. Zanone Manuel Junior 01. São requisitos essenciais da sentença: a) O relatório; o dispositivo legal em que o juiz resolverá a lide; a parte condenatória; b) O relatório;

Leia mais

REGIMENTO GERAL DE PROCEDIMENTOS DA CAMASSP. Índice

REGIMENTO GERAL DE PROCEDIMENTOS DA CAMASSP. Índice REGIMENTO GERAL DE PROCEDIMENTOS DA CAMASSP Índice I- Preâmbulo...2 II- Das Disposições Iniciais...2 III- Dos Procedimentos de Conciliação e Mediação...3 IV- Do Procedimento de Arbitragem...5 V- Das Custas

Leia mais

CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM REGULAMENTO

CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM REGULAMENTO CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM Regulamento de Conciliação Seção I Definições: REGULAMENTO Para os efeitos do presente Regulamento, os vocábulos que a seguir se descrevem serão utilizados na seguinte extensão:

Leia mais

OBJETIVO DA CÂMARA DE ARBITRAGEM DO MERCADO

OBJETIVO DA CÂMARA DE ARBITRAGEM DO MERCADO OBJETIVO DA CÂMARA DE ARBITRAGEM DO MERCADO A Câmara de Arbitragem do Mercado foi instalada pela BOVESPA no dia 27 de julho de 2001, visando a oferecer um foro adequado para a solução de conflitos relacionados

Leia mais

MEDIAÇÃO NOS TABELIONATOS E REGISTROS. Angelo volpi neto

MEDIAÇÃO NOS TABELIONATOS E REGISTROS. Angelo volpi neto MEDIAÇÃO NOS TABELIONATOS E REGISTROS Angelo volpi neto angelo@volpi.not.br www.volpi.not.br A MEDIAÇÃO NOTARIAL 1994 Fundação do IMAB- Instituto de Mediação e Arbitragem do Brasil. 1995 XI Congresso Notarial

Leia mais

CENTRO DE ARBITRAGEM, CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO REGULAMENTO DE ARBITRAGEM. Artigo 1º (Objecto) Artigo 2º (Convenção arbitral)

CENTRO DE ARBITRAGEM, CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO REGULAMENTO DE ARBITRAGEM. Artigo 1º (Objecto) Artigo 2º (Convenção arbitral) CENTRO DE ARBITRAGEM, CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO REGULAMENTO DE ARBITRAGEM Artigo 1º (Objecto) 1. Qualquer litígio em matéria comercial, que por lei especial não esteja submetido exclusivamente a tribunal

Leia mais

REGULAMENTO INTERNO DOS PROCEDIMENTOS DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO TÍTULO I DA MEDIAÇÃO CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

REGULAMENTO INTERNO DOS PROCEDIMENTOS DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO TÍTULO I DA MEDIAÇÃO CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS REGULAMENTO INTERNO DOS PROCEDIMENTOS DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO TÍTULO I DA MEDIAÇÃO CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Artigo 1º. A mediação constitui meio não-adversarial e voluntário de resolução de

Leia mais

REGULAMENTO DE PROCEDIMENTO ARBITRAL DA PRIMEIRA CÂMARA DE RESOLUÇÃO EXTRAJUDICIAL DE CONFLITOS TRABALHISTAS DO RIO DE JANEIRO - LTDA

REGULAMENTO DE PROCEDIMENTO ARBITRAL DA PRIMEIRA CÂMARA DE RESOLUÇÃO EXTRAJUDICIAL DE CONFLITOS TRABALHISTAS DO RIO DE JANEIRO - LTDA REGULAMENTO DE PROCEDIMENTO ARBITRAL DA PRIMEIRA CÂMARA DE RESOLUÇÃO EXTRAJUDICIAL DE CONFLITOS TRABALHISTAS DO RIO DE JANEIRO - LTDA Cláusula 1ª. Do objeto A Primeira Câmara de Resolução Extrajudicial

Leia mais

Direito Processual Civil

Direito Processual Civil Direito Processual Civil Dos Impedimentos e da Suspeição Professor Giuliano Tamagno www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Processual Civil SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO Se reconhecer o impedimento ou a suspeição

Leia mais

Lei n , de 23 de setembro de 1996 (DOU ) - Dispõe sobre a arbitragem

Lei n , de 23 de setembro de 1996 (DOU ) - Dispõe sobre a arbitragem Arbitragem: Decisão do Supremo Tribunal Federal; Lei n. 9.307, de 23 de setembro de 1996 (DOU 24.9.96) - Dispõe sobre a arbitragem; dispositivos do Código de Processo Civil alterado e considerações doutrinárias

Leia mais

Juizados Especiais. Aula 5 ( ) Vinicius Pedrosa Santos (magistrado e professor)

Juizados Especiais. Aula 5 ( ) Vinicius Pedrosa Santos (magistrado e professor) Juizados Especiais Aula 5 (19.03.13) Vinicius Pedrosa Santos (magistrado e professor) e-mail: vinipedrosa@uol.com.br Ementa da aula Citação (cont.) Audiência de conciliação e a arbitragem Conciliadores

Leia mais