Quando ocorre a extinção da pessoal natural?
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- Anna Andrade Batista
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2 Quando ocorre a extinção da pessoal natural?
3 CC/02, art. 6 º: : A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
4 E a morte, quando ocorre?
5 Lei nº 9.434/97, art. 3º: A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.
6 E o que é a morte encefálica?
7 A definição é do Conselho Federal de Medicina Resolução 1.480/97 do CFM
8 O que ocorre com a morte?
9 Cessação da personalidade jurídica
10 E o que mais?
11 Herança CC/02, Art Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
12 Poder familiar CC/02, Art Extingue-se o poder familiar: I - pela morte dos pais ou do filho;
13 Contrato personalíssimo CC/02, art. 607: O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior.
14 Obrigação de alimentos CC/02, art Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
15 Extinção do usufruto CC/02, art : O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis: I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;
16 Extinção do casamento CC/02, art : A sociedade conjugal termina: I - pela morte de um dos cônjuges;
17 Vontade do falecido pode prevalecer para depois de sua morte?
18 Testamento CC/02, art : Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte. 1 o A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento. 2 o São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha limitado.
19 Codicilo CC/02, art : Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular seu, datado e assinado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouca monta a certas e determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim como legar móveis, roupas ou jóias, de pouco valor, de seu uso pessoal.
20 Posso estabelecer o que fazer com meu corpo para depois da morte?
21 CC/02, art. 14: É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
22 Termo de consentimento de doação do corpo Termo de doação de órgãos e restos mortais
23 Todos somos doadores de órgãos?
24 Lei nº 9.434/97, art. 4 o : A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte.
25 Há exceção?
26 Lei nº 8.501, de 30 de novembro de 1992, fixa: Art. 2 O cadáver não reclamado junto às autoridades públicas, no prazo de trinta dias, poderá ser destinado às escolas de medicina, para fins de ensino e de pesquisa de caráter científico.
27 MORTE REAL Quando se fala em morte real, esta reclama o que?
28 MORTE REAL Lei nº 6.015/73: Art Nenhum sepultamento será feito sem certidão, do oficial de registro do lugar do falecimento, extraída após a lavratura do assento de óbito, em vista do atestado de médico, se houver no lugar, ou em caso contrário, de duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado ou verificado a morte. 1º Antes de proceder ao assento de óbito de criança de menos de 1 (um) ano, o oficial verificará se houve registro de nascimento, que, em caso de falta, será previamente feito. 2º A cremação de cadáver somente será feita daquele que houver manifestado a vontade de ser incinerado ou no interesse da saúde pública e se o atestado de óbito houver sido firmado por 2 (dois) médicos ou por 1 (um) médico legista e, no caso de morte violenta, depois de autorizada pela autoridade judiciária.
29 MORTE REAL Art. 79. São obrigados a fazer declaração de óbitos: 1 ) o chefe de família, a respeito de sua mulher, filhos, hóspedes, agregados e fâmulos; 2º) a viúva, a respeito de seu marido, e de cada uma das pessoas indicadas no número antecedente; 3 ) o filho, a respeito do pai ou da mãe; o irmão, a respeito dos irmãos e demais pessoas de casa, indicadas no nº 1; o parente mais próximo maior e presente; 4º) o administrador, diretor ou gerente de qualquer estabelecimento público ou particular, a respeito dos que nele faleceram, salvo se estiver presente algum parente em grau acima indicado; 5º) na falta de pessoa competente, nos termos dos números anteriores, a que tiver assistido aos últimos momentos do finado, o médico, o sacerdote ou vizinho que do falecimento tiver notícia; 6 ) a autoridade policial, a respeito de pessoas encontradas mortas. Parágrafo único. A declaração poderá ser feita por meio de preposto, autorizando-o o declarante em escrito, de que constem os elementos necessários ao assento de óbito.
30 Morte real sem cadáver ou morte presumida É possível declarar a morte de alguém sem o cadáver?
31 Art. 7 o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
32 A morte presumida depende de decisão judicial?
33 Lei nº 8.213/91, art. 74: A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data: I - do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior; III - da decisão judicial, no caso de morte presumida.
34 Quem pode requerer?
35 Lei nº 8.213/91: Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; II - os pais; III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;
36 Procedimento Lei nº 6.015/73, art. 88: Poderão os Juízes togados admitir justificação para o assento de óbito de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não for possível encontrar-se o cadáver para exame. Parágrafo único. Será também admitida a justificação no caso de desaparecimento em campanha, provados a impossibilidade de ter sido feito o registro nos termos do artigo 85 e os fatos que convençam da ocorrência do óbito. CPC/73, arts. 861 a 866
37 O que precisa ser provado?
38 Prova de que a parte estava no local Inexistência de notícias após o ocorrido
39 Desaparecidos políticos Lei nº 9.140/95: Art. 1 o São reconhecidos como mortas, para todos os efeitos legais, as pessoas que tenham participado, ou tenham sido acusadas de participação, em atividades políticas, no período de 2 de setembro de 1961 a 5 de outubro de 1988, e que, por este motivo, tenham sido detidas por agentes públicos, achando-se, deste então, desaparecidas, sem que delas haja notícias.
40 O que é a morte civil?
41 Caso dos religiosos reclusos Condenados a penas perpétuas
42 Há um direito à morte digna?
43 Resolução 1.805/06 do CFM: suspensão do prolongamento da vida dos terminais
44 Morte digna Francis Bacon em 1623 A origem etmológica vem do grego eu (bem, bom, belo) e thanatos (morte), sendo traduzida como a boa morte
45 Morte digna Eutanásia ativa: consiste no ato deliberado de provocar a morte sem sofrimento do paciente, com fins misericordiosos.
46 Morte digna Eutanásia passiva (Ortotanásia): consiste na suspensão do tratamento ou dos procedimentos que estão prolongando a vida de um doente terminal, com o objetivo de lhe abreviar a morte, sem sofrimento. Eutanásia de duplo efeito: ocorre quando a morte é acelerada como conseqüência indireta das ações médicas que são executadas visando o alívio do sofrimento de um paciente terminal.
47 Morte digna Morte ou suicídio assistido: consiste na facilitação ao suicídio do paciente, onde o agente, normalmente parente próximo, põem ao alcance do enfermo terminal alguma droga fatal ou outro meio congênere.
48 Morte digna Continuar vivendo em estado vegetativo sem dignidade ou dispor de sua própria vida para ter um fim digno e sem tanto sofrimento?
49 Morte digna Muitos países chegaram a uma conclusão e em certos casos aprovam a prática da Eutanásia. Para o Direito brasileiro, a Eutanásia sempre foi considerada como homicídio, conduta ilícita e punível.
50 MORTE DIGNA Panorama Internacional Complexa e conflitante Absoluta reprovação; Reconhecimento de atenuante e causas de diminuição de pena; Exclusão da punidade ou da ilicitude.
51 Australia Holanda Aplicações: Doentes adultos; Enfermidades incuráveis; Morte digna Solicitação da própria morte, voluntariamente; Do médico: informação da doença, inexistência opção médica alternativa, opinião de outro médico. Bélgica Causou conflito com Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
52 Portugal: Prevê atenuante. Morte digna Itália: Previsão de tipo penal específico. Alemanha e Suiça: Norma legal considerando o consentimento da vítima no crime de homicídio. Espanha: Previsão do crime de participação em suícidio, prevista redução de pena se a vitima pedir. Polônia: Possível excluir a culpa do agente. EUA: Vem reconhecendo em alguns casos.
53 Morte digna Brasil não explícita Satisfazendo suas características básicas, pode configurar o homicídio privilegiado ( CP, art. 121, 1, relevante a valor moral) ou atenuante genérica para situações que se enquadrem no art. 122 CP (auxílio ao suicídio) ( art. 65, III, a, relevante valor moral).
54 Mar Adentro:
55 São Paulo Brasil: Carlos Alberto de Castro Cotti, de São Paulo, relatou ter realizado várias eutanásias, inclusive involuntárias, emseus pacientes, desde Relato - sem data especificada: Uma paciente, com idade entre 65 e 68 anos, foi operada quatro vezes em dois anos. Na primeira vez foi feita uma jejunostomia. No início ela tinha 70 kg, após a quarta cirurgia, quando teve uma perfuração intestinal devida a carcinoma, teve uma peritonite, já estava com apenas 25 kg. Nesta ocasião o cirurgião da paciente solicitou ao médico que relatou o fato, que fizesse uma injeção de "M1" (solução a base de fenergan, morfina e outras substâncias) na paciente. Isto foi feito na própria residência da paciente, após ter sido comunicado aos filhos. "Eu fui buscar a medicação e nós dois colocamos no soro. Ficamos aguardando, conversando, por que nós resolvemos que deveríamos estender o mais que pudéssemos o sono, porque a paciente estava muito consciente. E foi feito." Uma das repórteres perguntou se a paciente sabia e havia concordado com o procedimento. A resposta foi a seguinte: "Ela sabia que não podia mais ser operada, mas não sabia que ia receber o "M1". Quem decidiu isso foi a família.
56 Rio de janeiro Brasil: Hospital Salgado Filho, no Rio de Janeiro, pelo auxiliar de enfermagem Edson Isidoro Guimarâes, em Ele afirmava que fazia isto por compaixão, para aliviar o sofrimento dos pacientes, que podiam ser jovens ou velhos. O método utilizado consistia na injeção de cloreto de potássio ou no desligamento do equipamento que fornecia oxigênio aos pacientes. Foram apuradas 153 ocorrências deste tipo em seus plantões, com as mortes ocorrendo entre as duas e as quatro horas da manhã. Destas, quatro foram comprovadas e assumidas pelo auxiliar de enfermagem, que foi julgado e condenado a 76 anos de prisão, em 19/02/2000. A sua pena já foi reduzida duas vezes, primeiro para 69 anos e depois para 31 anos e oito meses. Havia o envolvimento de empresas funerárias que pagaram entre 40 e 60 dólares norte-americanos por paciente encaminhado.
57 Comoriência Do que trata a comoriência?
58 CC/02, art. 8 o : Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
59 Qual a consequência do reconhecimento da comoriência?
60 Na sucessão há implicação, pois: impede a transmissão de qualquer direito entre as pessoas comorientes; impede o recebimento da indenização securitária;
61 Há alguma implicação na morte simultânea de pessoas que não possuem vínculo?
62 Há necessidade de provar ou não a comoriência?
63 Pode-se dizer da ocorrência de comoriência de pessoas em diferentes locais?
64 AUSÊNCIA COMO MORTE PRESUMIDA CC/02, art. 22: Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
65 Há necessidade de declaração judicial?
66 Procedimento está descrito nos arts a do Código de Processo Civil.
67 Morte Presumida Curatela dos bens do ausente (CC/02, arts. 22 a 25) Sucessão provisória (CC/02, arts. 26 a 36) Sucessão definitiva (CC/02, arts. 37 a 39)
68 1ª FASE Curatela dos bens do ausente A quem compete o pedido de abertura?
69 1ª FASE Curatela dos bens do ausente CPC/73, art. 988: Tem, contudo, legitimidade concorrente: I - o cônjuge supérstite; II - o herdeiro; III - o legatário; IV - o testamenteiro; V - o cessionário do herdeiro ou do legatário; VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança; VII - o síndico da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge supérstite; VIII - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes; IX - a Fazenda Pública, quando tiver interesse.
70 1ª FASE Curatela dos bens do ausente Qual deve ser o prazo de desaparecimento?
71 1ª FASE Curatela dos bens do ausente Não há!
72 1ª FASE Curatela dos bens do ausente Procedimento Arrecadação dos bens do ausente (CPC/73, art ) Publicação de editais por um, a cada dois meses (CPC/73, art ) Nomeação de curador (CC/02, art. 25) Companheira pode ser nomeada?
73 1ª FASE Curatela dos bens do ausente Enunciado nº 97 CJF: No que tange à tutela especial à família, devem ser estendidas as regras do Código Civil que se referem apenas ao cônjuge à situação jurídica que envolve o companheirismo, como, por exemplo, na hipótese de nomeação de curador dos bens do ausente (art. 25 do Código Civil).
74 2ª Fase Sucessão Provisória CC/02, art. 26: Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
75 2ª Fase Sucessão Provisória Legitimados, no art. 27 do CC/02: Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: I - o cônjuge não separado judicialmente; II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
76 2ª Fase Sucessão Provisória CC/02, art. 28: A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
77 3ª Fase Sucessão Definitiva CC/02, art. 37: Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. CC/02, art. 38: Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
78 TEMPO
79 Reaparecimento O que ocorre quando do reaparecimento do ausente?
80 1ª Fase: Nada ocorre 2ª Fase: Receberá os bens no estado em que deixou 3ª Fase: Receberá os bens no estado em que se encontram Depois: não terá mais direito sobre os bens
81 O que ocorre com o casamento do desaparecido? E se reaparece, como fica o casamento? E se o cônjuge já se casou com outra pessoa?
82 CC/02, art : A sociedade conjugal termina: I - pela morte de um dos cônjuges;
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