Estudo das Cadeias de Comercialização de Produtos Florestais Não-Madeireiros no Estado do Pará

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1 Estudo das Cadeias de Comercialização de Produtos Florestais Não-Madeireiros no Estado do Pará Relatório Técnico BELÉM PARÁ 2010

2 Estudo das Cadeias de Comercialização de Produtos Florestais Não-Madeireiros no Estado do Pará RELATÓRIO TÉCNICO BELÉM PARÁ 2010

3 Governo do Estado do Pará Ana Júlia de Vasconcelos Carepa Governadora Odair Santos Corrêa Vice-Governador Edilson Rodrigues de Sousa Secretário de Estado de Governo Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará José Raimundo Barreto Trindade Presidente Diretoria de Pesquisa e Estudos Ambientais Jonas Bastos da Veiga Diretor Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação Marli Maria de Mattos Coordenadora Estudo das Cadeias de Comercialização de Produtos Florestais Não-madeireiros no Estado do Pará Equipe Técnica Marli Maria de Mattos Francisco de Assis Costa Sílvio Brienza Júnior Jorge Alberto Gazel Yared Maricélia Gonçalves Barbosa José de Alencar Costa Ellen Claudine Cardoso Castro Daniela Monteiro da Cruz Nelma Santos Amorim dos Santos Rafael da Silva Moraes Tânia de Sousa Leite Antônio Marcos da Silva Pereira

4 Estudo das Cadeias de Comercialização de Produtos Florestais Não-Madeireiros no Estado do Pará RELATÓRIO TÉCNICO Equipe da pesquisa Marli Maria de Mattos Agrônoma, MSc - Idesp Maricélia Gonçalves Barbosa Eng. Florestal, mestranda José de Alencar Costa Desenvolvedor de Software Ellen Claudine Cardoso Castro Economista, mestranda Daniela Monteiro da Cruz Bióloga Nelma Santos Amorim dos Santos Eng. Agrônoma Rafael da Silva Moraes Técnico Agropecuária Tânia de Sousa Leite Técnica Florestal Antônio Marcos Silva Pereira Técnico Agropecuária BELÉM PARÁ 2010

5 Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará José Raimundo Barreto Trindade Presidente Diretoria de Administração, Planejamento e Finanças Fernando Jorge Azevedo Diretor Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural Cassiano Figueiredo Ribeiro Diretor Diretoria de Pesquisa e Estudos Ambientais Jonas Bastos da Veiga Diretor Diretoria de Estatística, Tecnologia e Gestão da Informação Tarcísio Alves Ribeiro Diretor Apoio Técnico Francisco Assis Costa Economista, PhD - UFPA/NAEA Sílvio Brienza Júnior Eng. Florestal, PhD - Embrapa Amazônia Oriental Apoio Financeiro Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará Jorge Alberto Gazel Yared Diretor Colaboradores Silvia Ferreira Nunes Economista, MSc - Idesp Cassiano Figueiredo Ribeiro Economista MSc - Idesp Maria Glaucia Pacheco Moreira Estatística - Idesp Lívia Maria de Araújo Cavalcanti Economista - Idesp José Ferreira da Rocha Téc. Processamento Dados - Idesp MATTOS, Marli Maria de (Coord.). Estudo das cadeias de comercialização de produtos florestais não-madeireiros no Estado do Pará: relatório técnico Belém: Idesp, p. 1.Cadeias de comercialização.2.produtos florestais não-madeireiros.3.contas sociais ascendentes.4.economia regional.i.região de Integração.II.Pará (Estado).III.Titulo. CDD:

6 APRESENTAÇÃO O Estado do Pará necessita de modelos de desenvolvimento com base em atividades econômicas produtivas que gerem renda às populações locais, que agreguem valor aos produtos, que evitem o desmatamento, que dinamizem as economias regionais e que reduzam as desigualdades entre regiões. Em atendimento às demandas da política estadual do desenvolvimento do extrativismo, capitaneada pelo Ideflor, o Idesp apresenta este relatório contendo os primeiros resultados do Estudo das Cadeias de Comercialização de Produtos Florestais Não-Madeireiros no Estado do Pará, para as regiões de integração do Tocantins e do Baixo Amazonas. Os pesquisadores realizam entrevistas com diferentes agentes mercantis, como produtores, intermediários, empresas beneficiadoras, comerciantes, associações e cooperativas registrando dados sobre a comercialização dos PFNM. A importância deste trabalho é que revela a economia dos produtos da nossa flora, alguns bem conhecidos e outros ainda invisíveis nas estatísticas oficiais. São produtos Alimentícios (açaí, cacau, cajuaçú, cupuaçu, castanha-do-brasil, buriti, bacaba, taperebá, bacuri, muruci, uxi, urucum e palmito); Derivado Animal (mel de abelha com e sem ferrão); Fármacos e Cosméticos (andiroba, assacu, carapanaúba, mururé, pata de vaca, quinarana, ipê roxo, sacaca, copaíba, cumarú, óleo de piquiá, murumuru, barbatimão, verônica, unha de gato, leite de amapá, leite de sucuúba, pau doce); Derivados da madeira (carvão, resina de breu); Artesanatos e Utensílios (brinquedos de miriti, objetos artesanais e utensílios feitos com sementes, frutos, cascas, fibras, talas, e diversos outros materiais). A metodologia adotada permite calcular o valor bruto da produção (VBP), a agregação de valor (VAB), a margem de comercialização (mark-up), a renda bruta total gerada (RBT=VBP + VAB), a estrutura de quantidade comercializada, o destino da produção, a formação do preço de cada produto ao longo da cadeia, o preço praticado e a importância dos agentes mercantis ou setores envolvidos nas escalas local, estadual e nacional. Estas informações subsidiarão as políticas voltadas ao fortalecimento das cadeias, à diminuição de desigualdades entre os agentes envolvidos, a valoração e o beneficiamento para aumentar a rentabilidade dos produtos, como por exemplo, a ação recém definida pelo Conselho Estadual de Extrativismo que é lançar o plano safra do extrativismo para o Estado do Pará. Desta forma o estudo contribuirá para uma melhor gestão da produção pelas populações locais e iniciativa pública e privada. Marli Maria de Mattos (coordenadora do estudo)

7 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Regiões de integração onde já ocorreu coleta de dados sobre as cadeias de comercialização dos produtos florestais não-madeireiros, conforme destaque em vermelho Figura 2. Municípios pertencentes à região de integração Tocantins Figura 3. Delimitação do município de Cametá (linha vermelha) e a localização de pontos georeferenciados dos agentes mercantis entrevistados em diversas regiões do município (pontos numerados) Figura 4. Pontos georeferenciados dos agentes mercantis entrevistados na área urbana de Cametá (pontos numerados) Figura 5. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do açaí identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional Figura 6. Principal fluxo de comercialização do açaí, da produção local (dez municípios da região do Tocantins), passando pelo varejo rural, pelo setor da indústria de beneficiamento em outras regiões do Pará, pelo varejo urbano nacional até chegar aos consumidores finais Figura 7. Preço médio de açaí (R$ correntes/kg de fruto in natura) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 8. Formação de preço do açaí ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 9. Valor Bruto da Produção (VBPα), em R$, gerado na comercialização do açaí, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 10. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do açaí, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 11. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg in natura, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (mark-up) da cadeia de comercialização do açaí, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 12. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do açaí considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 13. Destino do volume (%) de açaí identificado na região de Integração do Tocantins, para atender as demandas de consumo local, estadual e nacional Figura 14. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do cacau identificado em dez municípios da Região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional Figura 15. Variação de preço do cacau no mercado internacional, com base na Bolsa de Nova York,

8 Figura 16. Preço médio do cacau (R$ correntes/kg de amêndoas secas) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 17. Formação de preço do cacau ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 18. Valor Bruto da Produção (VBPα), em R$, gerado na comercialização do cacau, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 19. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do cacau, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 20. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg in natura, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do cacau, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 21. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do cacau considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 22. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do palmito identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional Figura 24. Preço médio de palmito (R$ correntes/kg in natura), praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 24. Formação de preço do palmito ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 25. Valor Bruto da Produção (VBPα) gerado na comercialização do palmito, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 26. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do palmito, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 27. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg in natura) e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do palmito, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 28. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do palmito considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 29. Estrutura (%) da quantidade em termos percentuais (%), da comercialização de Carvão identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual

9 Figura 30. Preço médio de carvão (R$ correntes/kg) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 31. Formação de preço do carvão ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 32. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do carvão, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 33. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização de carvão, em 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 34. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização de carvão, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 35. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do carvão considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 36. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do cupuaçu identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional Figura 37. Preço médio de cupuaçu (R$ correntes/kg de polpa), praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 38. Formação de preço do cupuaçu ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 39. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do cupuaçu, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 40. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do cupuaçu, em 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 41. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg polpa, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do cupuaçu, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 42. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do cupuaçu considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008)

10 Figura 43. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização da castanha do brasil identificada em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional Figura 44. Preço médio da castanha do brasil (R$ correntes/kg amêndoa seca), praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 45. Formação de preço da castanha do brasil ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 46. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização da castanha do brasil, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 47. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização da castanha do brasil, em 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 48. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg amêndoa, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização da castanha do brasil, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 49. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização da castanha do brasil considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 50. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do buriti identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual Figura 51. Preço médio de buriti (R$ correntes/kg de polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 52. Formação de preço do buriti ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 53. Valor Bruto da Produção (VBPα), em R$, gerado na comercialização do buriti, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 54. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VTB) em R$, gerado na comercialização do buriti, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 55. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg polpa, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do buriti, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 56. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do buriti considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008)

11 Figura 57. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização da bacaba identificada em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional Figura 58. Preço médio da bacaba (R$ correntes/kg de polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 59. Formação de preço da bacaba ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 60. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização da bacaba, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 61. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização da bacaba, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 62. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização da bacaba, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 63. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização da bacaba considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 64. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do mel identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual Figura 65. Preço médio do mel (R$ correntes/kg in natura) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 66. Formação de preço do mel ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 67. Valor Bruto da Produção (VBPα), em R$, gerado na comercialização do mel, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 68. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do mel, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 69. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do mel, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 70. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do mel considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008)

12 Figura 71. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do artesanato de miriti identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional Figura 72. Preço médio do artesanato de miriti (R$ correntes/braça) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 73. Formação de preço do artesanato de miriti ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 74. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do artesanato de miriti, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 75. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do artesanato de miriti, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 76. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/braça, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do artesanato de miriti, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 77. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do artesanato de miriti considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 78. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do murumuru identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional Figura 79. Preço médio do murumuru (R$ correntes/kg semente) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 80. Formação de preço do murumuru ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 81. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do murumuru, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 82. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do murumuru, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 83. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg semente, e a margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do murumuru, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008)

13 Figura 84. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do murumuru considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 85. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização de andiroba identificada em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual Figura 86. Preço médio da andiroba (R$ correntes/l óleo) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 87. Formação de preço da andiroba ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 88. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização da andiroba, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 89. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização da andiroba, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 90. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/l óleo, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização da andiroba, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 91. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização da andiroba considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 92. Formação de preço da copaíba ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 93. Preço médio da copaíba (R$ correntes/l de óleo) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 94. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização da copaíba, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 95. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização da copaíba, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 96. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/l óleo, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização da copaíba, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 97. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização da copaíba considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008)

14 Figura 98. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização dos leites (amapá, sucuúba e jatobá) identificados em dez municípios da região do Tocantins (Local), Estado do Pará Figura 99. Preço médio dos leites (amapá, sucuúba e jatobá) (R$ correntes/l de leite) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 100. Formação de preço dos leites (amapá, sucuúba e jatobá) ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 101. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização dos leites (amapá, sucuúba e jatobá), pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 102. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização dos leites (amapá, sucuúba e jatobá), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 103. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/l leite, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização dos leites (amapá, sucuúba e jatobá), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 104. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização dos leites (amapá, sucuúba e jatobá) considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 105. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do taperebá identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual Figura 106. Preço médio do taperebá (R$ correntes/kg polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 107. Formação de preço do taperebá ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 108. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do taperebá, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 109. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do taperebá, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). 161 Figura 110. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg polpa, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do taperebá, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008)

15 Figura 111. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do taperebá considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 112. Formação de preço de breu branco ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 113. Preço médio de breu branco (R$ correntes/kg resina) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 114. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização de breu branco, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 115. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização de breu branco, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 116. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg resina, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização de breu branco, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 117. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do breu branco considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 118. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do urucum identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual Figura 119. Formação de preço de urucum ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 120. Preço médio de urucum (R$ correntes/l de concentrado) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 121. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização de urucum, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 122. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização de urucum, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 123. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/l concentrado, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização de urucum, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008)

16 Figura 124. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do urucum considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 125. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização de bacuri identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual Figura 126. Preço médio de bacuri (R$ correntes/kg polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 127. Formação de preço do bacuri ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 128. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização de bacuri, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 129. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização de bacuri, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 130. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg polpa, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização de bacuri, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 131. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do bacuri considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 132. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização da semente de cupuaçu identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual Figura 133. Preço médio da semente de cupuaçu (R$ correntes/kg semente) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 134. Formação de preço da semente de cupuaçu ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 135. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização da semente de cupuaçu, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 136. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização da semente de cupuaçu, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 137. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg polpa, e a Margem de Comercialização 10

17 (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização da semente de cupuaçu, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 138. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização da semente de cupuaçu considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 139. Formação de preço do cumarú ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 140. Preço médio do cumarú (R$ correntes/kg semente) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 141. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do cumarú, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 142. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do cumarú, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 143. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg de semente, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do cumarú, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 144. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do cumarú considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 145. Formação de preço das plantas medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica) ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada Figura 146. Preço médio das plantas medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica) (R$ correntes/kg partes da planta) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará Figura 147. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização das plantas medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica), pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará Figura 148. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização das plantas medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) Figura 149. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg partes da planta, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização das plantas medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008)

18 Figura 150. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização das plantas medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica) considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) FIGURA 151. Municípios pertencentes a Região de Integração Baixo Amazonas Figura 152. Preço médio de castanha do brasil (R$ correntes/kg amêndoa seca) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará Figura 153. Variação de preço do cacau no mercado internacional, com base na Bolsa de Nova York, Figura 154. Preço médio do cacau (R$ correntes/kg amêndoas secas) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará Figura 155. Preço médio do açaí (R$ correntes/kg de frutos in natura) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará Figura 156. Preço médio do cupuaçu (R$ correntes/kg de polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará Figura 157. Preço médio de bacaba (R$ correntes/kg de polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará Figura 158. Preço médio de cajuaçu (R$ correntes/kg de fruto in natura) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará Figura 159. Preço médio de taperebá (R$ correntes/kg de polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará Figura 160. Preço médio de muruci (R$ correntes/kg de polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará Figura 161. Preço médio de uxi (R$ correntes/kg de polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará Figura 162. Preço médio de mel (R$ correntes/kg in natura) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará Figura 163. Preço médio de breu branco (R$ correntes/kg de resina) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará

19 Figura 164. Preço médio de ipê roxo (R$ correntes/kg de casca) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará Figura 165. Preço médio de andiroba (R$ correntes/litro de óleo) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará Figura 166. Preço médio de copaíba (R$ correntes/litro de óleo) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará Figura 168. Preço médio de leites de amapá e sucuúba (R$ correntes/litro de leite) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará Figura 169. Preço médio de plantas medicinais (assacu, barbatimão, carapanauba, mururé, pata de vaca, quinarana, sacaca, sucuúba, unha de gato e verônica), (R$ correntes/kg de partes da planta) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará Figura 170. Preço médio de utensílios artesanais (abano, cesta, peneira, paneiro, vassoura e tipiti), (R$ correntes/unidade) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará FIGURA 171. Municípios pertencentes a Região de Integração Rio Caeté FIGURA 172. Municípios pertencentes à Região de Integração Rio Capim FIGURA 173. Municípios pertencentes a Região de Integração Guamá FIGURA 174. Municípios pertencentes a Região de Integração Tapajós

20 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Número de municípios estudados, por região de integração TABELA 2 Produtos florestais não-madeireiros identificados na região do tocantins, com quantidade e valor pago à produção local, de acordo com a amostragem realizada em campo (Idesp) TABELA 3 - Preço médio praticado (R$/und) na comercialização de utensílios, como tipiti, paneiro e cuia, no ano de 2008, em dez municípios da região do Tocantins, estado do Pará TABELA 4 - Valor bruto da produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização de utensílios (tipiti, cuia, paneiro de decoração e paneiro embalagem), pela ótica da oferta; valor transacionado efetivo (VTE) valor adicionado bruto (VAB) e a renda bruta total (RBT) pela ótica da demanda, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, estado do Pará TABELA 5. Demanda final (local, estadual e nacional), em R$ e %, dos produtos florestais não-madeireiros identificados nos dez municípios da região de integração do Tocantins, PA, em 2008 (Idesp) TABELA 6 - Valor adicionado bruto - VAB (local, estadual e nacional), em R$, dos produtos florestais não-madeireiros identificados nos dez municípios da região de integração do Tocantins, PA, em 2008 (Idesp) TABELA 7 - Valor agregado bruto (R$) na esfera local, estadual e nacional dos produtos florestais não-madeireiros identificados na região do Tocantins, em 2008, organizados em cinco categorias (alimentícias, derivado da madeira, artesanato, derivado animal e fitoterápicos/cosméticos) TABELA 8 - Renda bruta total (R$) na esfera local, estadual e nacional dos produtos florestais não-madeireiros identificados na região do Tocantins, em 2008, organizados em três categorias relativas com escalas de valor do RBT (acima de R$600mil, entre R$100 a 599mil e abaixo de R$100 mil) TABELA 09 - Variáveis econômicas dos produtos florestais não-madeireiros identificados na região do Tocantins, compostas pelo valor bruto da produção alfa local (VBP α ), a margem de lucro (mark-up), o valor bruto da produção (VBP), o valor agregado bruto e a renda bruta total (R$) nas esferas local, estadual e nacional, em TABELA 10 - Produtos florestais não-madeireiros identificados na região do baixo amazonas, com quantidade e valor pago à produção local, de acordo com a amostragem realizada em campo (Idesp) TABELA 11. Valor agregado bruto (R$) na esfera local, estadual e nacional dos produtos florestais não-madeireiros identificados em seis municípios da região do Baixo Amazonas, em 2009, organizados em cinco categorias (alimentícias, derivado animal, fitoterápicos/cosméticos, artesanato e derivado da madeira) TABELA 12. Variáveis econômicas dos produtos florestais não-madeireiros identificados em seis municípios da região do Baixo Amazonas, compostas pelo valor pago ao produtor (amostra), valor bruto da produção alfa local (VBP α ), a diferença (%) da amostra para o 14

21 estimado, a margem de lucro (mark-up), o valor bruto da produção (VBP), o valor agregado bruto e a renda bruta total (R$) nas esferas local, estadual e nacional, em TABELA 13. Variáveis econômicas dos produtos florestais não-madeireiros identificados na região do Tocantins (2008) e do Baixo Amazonas (2009), compostas pelo valor bruto da produção alfa local (VBP α ), o valor bruto da produção (VBP), o valor agregado bruto e a renda bruta total (rbt) gerada e circulada, em R$ correntes

22 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS INTRODUÇÃO OBJETIVOS GERAL ESPECÍFICOS METODOLOGIA ATIVIDADES REALIZADAS RESULTADOS REGIÃO DE INTEGRAÇÃO TOCANTINS CARACTERIZAÇÃO ANÁLISES DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS NA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO DO TOCANTINS CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO AÇAÍ CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO CACAU CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO PALMITO CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DE CARVÃO CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO CUPUAÇU CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA CASTANHA DO BRASIL CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO BURITI CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA BACABA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO MEL CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO ARTESANATO DE MIRITI CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO MURUMURU CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA ANDIROBA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA COPAÍBA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DOS LEITES (AMAPÁ, SUCUÚBA E JATOBÁ) CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO TAPEREBÁ CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO BREU BRANCO CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DE URUCUM CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DE BACURI CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA SEMENTE DE CUPUAÇU

23 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO CUMARÚ CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS (BARBATIMÃO, PAU DOCE, UNHA DE GATO E VERÔNICA) CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DE CORATÁ CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO INAJÁ CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DE UTENSÍLIOS (paneiro, tipiti e cuia) CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DE GUARUMÃ CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DOS CIPÓS INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DE ARTESANATOS NA REGIÃO DO BAIXO TOCANTINS ANÁLISES AGRUPADAS DE TODOS OS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS NOS MUNICÍPIOS VISITADOS DA REGIÃO DO TOCANTINS PROBLEMAS E POTENCIALIDADES IDENTIFICADOS NOS MUNICÍPIOS VISITADOS DA REGIÃO DO TOCANTINS CONSIDERAÇÕES FINAIS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO TOCANTINS REGIÃO DE INTEGRAÇÃO BAIXO AMAZONAS CARACTERIZAÇÃO ANÁLISES DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS EM SEIS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO DO BAIXO AMAZONAS CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA CASTANHA DO BRASIL CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO CACAU CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO AÇAÍ CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO CUPUAÇU CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA BACABA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO CAJUAÇU CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO TAPEREBÁ CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO MURUCI CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO UXI CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO MEL CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO BREU BRANCO CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA CASCA DO IPÊ ROXO CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA ANDIROBA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA COPAÍBA CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DOS LEITES (amapá e sucuúba) CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS (assacu, barbatimão, carapanauba, mururé, pata de vaca, quinarana, sacaca, sucuúba, unha de gato e verônica) CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DE UTENSÍLIOS ARTESANAIS ANÁLISES AGRUPADAS DE TODOS OS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS NOS SEIS MUNICÍPIOS VISITADOS DA REGIÃO DO BAIXO AMAZONAS REGIÃO DE INTEGRAÇÃO RIO CAETÉ CARACTERIZAÇÃO ANÁLISES DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS EM NOVE MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO DO RIO CAETÉ

24 5.4 REGIÃO DE INTEGRAÇÃO RIO CAPIM CARACTERIZAÇÃO ANÁLISES DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS EM NOVE MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO DO RIO CAPIM REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ CARACTERIZAÇÃO ANÁLISES DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS EM DEZOITO MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO DO GUAMÁ REGIÃO DE INTEGRAÇÃO TAPAJÓS CARACTERIZAÇÃO ANÁLISES DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS EM UM MUNICÍPIO DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO DO TAPAJÓS CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

25 1 INTRODUÇÃO O crescimento das atividades produtivas, econômicas e principalmente o aumento da densidade demográfica em escala mundial, resultou em um forte avanço sobre os recursos naturais, dentre eles as florestas primárias, culminando em altos índices de desmatamento. Dentro deste contexto a Região Amazônica vem alcançando destaque, ao longo dos anos, no cenário mundial explicitando a necessidade da conservação de sua megadiversidade e, mais recentemente, pelo papel que desempenha e pelos riscos assumidos com o quadro de mudanças globais (IPCC, 2007). Diante da ênfase dada às questões ambientais na Região Amazônica, o Pará é um dos estados que margeia os dois primeiros lugares no ranking do desmatamento na região, com uma área desmatada de km², cerca de 19,72% do seu território. Quando relacionado com o desmatamento da Amazônia Legal, o estado contribui com 40,7% do total da região (INPE, 2009). Em resposta a esse cenário, o governo estadual assumiu o compromisso com um novo modelo de desenvolvimento baseado na sustentabilidade, apresentando políticas para o desenvolvimento e valorização do extrativismo, incentivo ao surgimento de novos empreendedores florestais e de produtos sustentáveis (IDEFLOR, 2008). Em meados de 2008 o IDESP inicia o estudo de comercialização de PFNM em função de uma demanda do IDEFLOR voltada para os produtos do extrativismo. O estudo tem como base a metodologia das contas ascendentes, desenvolvida pelo grupo de pesquisa do NAEA e, de uma dissertação de mestrado do NEAF executada em alguns municípios do nordeste paraense, em parceria entre a Embrapa Amazônia Oriental e o NAEA, voltada para PFNM provenientes de florestas secundárias. Em 2009 o governo federal formaliza o Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade (PNPSB), que seleciona dez produtos chave em função do papel na economia e do envolvimento de famílias em todo o Brasil, com ações integradas para a promoção e fortalecimento das cadeias, iniciado em 2007 pelos Ministérios do Meio Ambiente - MMA, do Desenvolvimento Agrário - MDA, e do Desenvolvimento Social e Combate a Fome MDS (PNPSB, 2009). Quatro destas cadeias prioritárias ocorrem no Pará (açaí, castanha-do-brasil, andiroba e copaíba). De forma concomitante, em 2008, o Ideflor 19

26 passa a ser um dos interlocutores pelo Pará junto ao PNPSB, com apoio de outros órgãos do Estado, de organizações de produtores e extrativistas, assim como da sociedade civil. Considerando a pressão sofrida e a importância das nossas florestas no cenário nacional, o Estado do Pará necessita de modelos de desenvolvimento com atividades econômicas produtivas que evitem o desmatamento. O manejo de recursos florestais, dadas às características e potencialidades da região, se coloca como um dos principais caminhos para se alcançar um desenvolvimento com bases sustentáveis. Diversos estudos realizados nos últimos 10 anos (MONTEIRO, 2003; COULY, 2004; MEDINA e FERREIRA, 2004; SHANLEY & MEDINA, 2005; CASTRO, 2006; GOMES, 2007; DÜRR & COSTA, 2008) apontam o potencial econômico dos Produtos Florestais Não- Madeireiros, além da sua grande relevância sócio-cultural. O manejo de PFNM, conduzido de maneira racional, além de tornar as florestas rentáveis, mantém sua estrutura e biodiversidade praticamente inalteradas (MACHADO, 2008). Um estudo desenvolvido por Menezes, Homma & Santana (2001), dentro de um assentamento agroextrativista no município de Nova Ipixuna-PA, identificou que a produção agrícola e extrativa é muito superior a que vem sendo estimada ou conhecida pelas estatísticas oficiais de produção. Esses produtos acabam compondo a renda familiar de forma indireta através do consumo familiar, troca e/ou até mesmo de venda esporádica. No nordeste paraense, um estudo das cadeias de comercialização de PFNM 1, desenvolvido em três municípios, detectou a circulação aproximada de 4 milhões de reais, para o ano de 2005, identificando a importância da vegetação secundária como reserva de valor e como agente dinamizador da renda rural e dos setores econômicos associados como atacadistas, varejistas e agroindústrias (GOMES, 2007). Poucos são os estudos desenvolvidos para entender a estrutura das cadeias de comercialização dos PFNM, as relações estabelecidas entre os agentes mercantis e sua respectiva participação na composição do valor dos produtos, e que apontem os principais gargalos para o desenvolvimento desta economia. Esse tipo de estudo permite entender como o produtor participa no processo mercantil, e quais possibilidades existem para que o mesmo atue mais eficientemente nas respectivas cadeias de comercialização. Este viés metodológico é utilizado para formulação de estratégias de comercialização que aumentem 1 Produtos estudados: açaí, bacuri, buriti, mel, unha-de-gato, verônica, copaíba, andiroba, sucuuba, lenha, carvão e estaca. 20

27 o resultado econômico e a eficiência reprodutiva dos estabelecimentos familiares (INHETVIN, 1998). Diante do exposto, o Estudo das Cadeias de Comercialização de Produtos Florestais Não-Madeireiros no Pará se propõe a identificar e caracterizar as cadeias de comercialização de produtos florestais não madeireiros em municípios do Estado, descrever e quantificar como se dá a participação dos diferentes setores da cadeia na economia regional e seus transbordamentos para o Estado e fora dele, além de testar uma metodologia de coleta de dados que viabilize informações mais precisas desses produtos, que apresentam papel importante para a renda de milhares de famílias, que contribuem para a manutenção da floresta em pé e que contribuem de maneira considerável para ao PIB do Estado. Este método se mostra rápido na coleta de dados em campo, mas requer uma base técnica cientifica densa para as análises das matrizes, com resultados que permitem identificar possibilidades produtivas locais e regionais, gargalos tecnológicos, necessidades de investimentos, regularização e especialização dos agentes locais/regionais, além de apontar novos produtos que não constam das estatísticas oficiais, ou que são subestimados. 2 OBJETIVOS 2.1. GERAL Identificar o papel dos Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM) na economia do Estado do Pará ESPECÍFICOS Identificar e analisar as cadeias de comercialização de produtos florestais não madeireiros em municípios do Estado do Pará, buscando fatores críticos de comercialização (manejo, transporte, beneficiamento). Quantificar a Renda Bruta (Valor Bruto da Produção - VBP) e o Valor Agregado Bruto (VAB) gerado na comercialização dos produtos identificados. Produzir documentos técnicos, socializar resultados e subsidiar políticas públicas. 21

28 3 METODOLOGIA A metodologia utilizada neste estudo foi desenvolvida pelo Grupo de Trabalho Agricultura e Desenvolvimento Sustentável, coordenado pelo professor Francisco de Assis Costa 2. Em princípio foi desenvolvida, no contexto de cooperação com o Serviço Alemão de Cooperação Técnica e Social DED, para descrever e analisar estruturas de comercialização e cadeias produtivas dos principais produtos da agricultura familiar em vários municípios. Com a contínua utilização da metodologia foi possível aprimorá-la, evoluindo as descrições e análises que geram estruturas de dados que permitem construir Contas Sociais de base agrária para uma região inteira (COSTA, 2002, 2006, 2008, 2009; COSTA; INHERTVIN, 2007; DURR; COSTA, 2008; BECKER; COSTA; COSTA, 2009). Esta metodologia permite descrever trajetórias de agregação, tanto em função de um espaço geográfico limitado (município, região, território, etc.), quanto em decorrência das estruturas da produção: formas de produção, tipos de atividades, níveis tecnológicos, sistemas de produção, entre outros. As etapas adotadas desde a identificação até as analises das cadeias de comercialização consistem em uma série de atividades descritas a seguir. Articulação prévia feita em Belém ou na chegada a cada um dos dez municípios visitados junto a informantes chaves da Emater, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Secretaria de Agricultura, Cooperativas, Associações, Feiras, Mercados locais, entre outros, sobre os produtos florestais não madeireiros existentes no município e os comerciantes e/ou produtores sugeridos para serem entrevistados. Coleta de dados junto aos agentes mercantis com aplicação de questionário (Anexo I). Nesta etapa de campo buscam-se os principais compradores de cada produto, que geralmente representam certos gargalos na cadeia, em seguida buscam-se os elos para trás e para frente na cadeia, compondo uma amostragem auto-gerada (CABRAL, 2000), até chegar à produção local de um lado e ao último que vende para o consumidor final no outro extremo da cadeia (DÜRR; COSTA, 2008). 2 Economista, Mestre em Desenvolvimento Agrícola pelo CPDA da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Doutor em Economia pela Frei Universität Berlin (Alemanha). Professor e Pesquisador do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia (NAEA) da Universidade Federal do Pará. 22

29 A padronização dos dados coletados em cada entrevista é necessária para que as unidades de quantidade (medida usada, se em kg, litro, feixe, entre outros) e de preço praticado sejam uniformizados conforme cada produto. Construção e alimentação de bancos de dados: Qualitativos (Access), Quantitativos (Banco de dados em Access para o Programa Netz), de Imagens fotográficas e das Localizações dos agentes entrevistados com pontos georeferenciados (Excel e software de geoespacialização). Análise de dados por produtos ou conjunto de produtos utilizando o Programa Netz que gera as Matrizes Insumo-Produto, que identificam as compras e vendas dos setores da produção primária e intermediaria (indústria, atacado e varejo) entre si, e as vendas para a demanda final local, estadual ou nacional. Para este estudo o sistema local equivale ao recorte dos dez municípios estudados da região de integração do Tocantins, o sistema estadual aos demais municípios do Estado do Pará e o sistema nacional ao que está fora do Estado do Pará (outros estados e países). Com base nos dados analisados da amostragem realizada (preço praticado e quantidade transacionada), determinam-se as estruturas em termos percentuais relativos da quantidade circulante ao longo de cada uma das cadeias de comercialização, por produto. Com isso é possível compreender os fluxos existentes das relações entre agentes/setores e seu papel relativo ao longo da cadeia em função dos volumes transacionados. Calcula-se a matriz contendo os preços praticados ou implícitos (em Reais por unidade do produto) e a matriz contendo a lógica estrutural da formação de preço de cada produto agregado ou não ao longo da cadeia, da produção até o consumo final. Na matriz de formação de preço para todos os produtos investigados, considera-se o valor unitário R$1,00 na produção local (ou seja, o equivalente a 100% da produção) e com base na matriz de estrutura de valor, o preço aumenta ou diminui de acordo com a lógica adotada e identificada nos processos de intermediação do produto. Para fazer a extrapolação da amostra coletada em campo para o universo, usouse a metodologia do curso de capacitação para analises das contas sociais alfa (COSTA, 2006), com indexadores que foram construídos usando-se as séries históricas municipais da Produção Agrícola Municipal (PAM), da Produção Extrativista Municipal (PEVS) e Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), com os dados do Censo de 2006 do IBGE (2009). Os Indexadores de Quantidade são os números índices do total das quantidades de cada produto v 23

30 identificado nos municípios estudados s, para o ano a, tendo 2006 como ano base. Os Indexadores de Preço são os números índices do preço médio de cada produto v identificado nos municípios estudados s, para o ano a, tendo 2006 como ano base. Os indexadores de quantidade e de preço são assim construídos: = e = Para cada um dos nove produtos identificados em campo e que possuem séries do IBGE foram calculados indexadores específicos para: Açaí, Cacau, Palmito, Carvão, Cupuaçu, Castanha do Brasil, Fibra de Buriti e Artesanato de miriti, Mel e Urucum. Para quatro alimentícios foi calculado indexador usando a categoria do IBGE Outros Alimentícios, no caso para Buriti Fruto, Bacaba, Taperebá e Bacuri. Para cinco oleaginosas foi calculado indexador usando a categoria do IBGE Outras Oleaginosas, como Murumuru, Andiroba, Copaíba, Inajá e Cumarú. E para o Breu Branco usou-se o indexador Borracha. Para quatorze produtos identificados em campo, porém que não são levantados pelo IBGE (Cipós, Leite do Amapá, Leite de Sucuuba, Leite de Jatobá, Barbatimão, Pau Doce, Unha de Gato, Verônica, Guarumã, Semente de cupuaçu, Coratá, Cuia, Tipiti e Paneiro), foi utilizado indexador geral pela evolução do conjunto de produtos identificados nos municípios estudados. A matriz permite calcular o Valor Bruto da Produção (VBP), o Valor Transacionado Bruto (VTB), o Valor Transacionado Efetivo (VTE), a margem bruta de comercialização (mark-up, que é a relação entre o VTB e o valor dos insumos), o grau de monopsônio e grau de monopólio para cada produto investigado. Ou seja, podem ser feitas as analises do papel de cada produto não-madeireiro na economia local, estadual e fora do estado. Para a classificação dos agentes das cadeias de comercialização são utilizadas categorias com denominações estabelecidas por Costa (2002) e Dürr (2004). 24

31 Produção local: produção primária do município ou da região; Varejo rural local: todos pequenos comerciantes do interior do município que compram dos produtores, comumente denominados atravessadores rurais; Indústria de beneficiamento local: unidades de beneficiamento da produção; Indústria de transformação local: unidades de transformação da produção; Atacado local: grandes compradores (atacadistas, representantes de empresas) que normalmente compram do varejo e vendem para o varejo; Varejo urbano local: todos pequenos comerciantes na cidade (varejistas, feirantes, feirantes, vendedores ambulantes); Indústria de beneficiamento estadual: unidades de beneficiamento da produção estadual; Indústria de transformação estadual: unidades de transformação da produção estadual; Atacado estadual: empresas compradoras da produção do Estado; Varejo urbano estadual: comércios no estado que vendem para consumidor estadual; Indústria de beneficiamento nacional: unidades de beneficiamento da produção nacional; Indústria de transformação nacional: unidades de transformação da produção nacional; Atacado nacional: empresas compradoras do nível nacional; Varejo urbano nacional: comércios nacionais que vendem para consumidor nacional; Tradicionalmente as Matrizes de Insumo-Produto podem ser lidas e compreendidas da seguinte maneira em uma tabela: as linhas mostram as informações dos setores que vendem e as colunas representam os setores que compram. No entanto, como forma de melhor visualizar cada matriz, a equipe do Idesp envolvida no estudo desenvolveu um modelo visual de apresentar os mesmos dados, com os fluxos de compra e venda e os setores responsáveis por cada elo da cadeia. Trata-se da disposição visual dos diversos agentes mercantis ou setores representados por pequenas caixas retangulares (Produção, Varejo, Indústria de Beneficiamento, de Transformação, Atacado, Consumidor, etc.) e 25

32 espacialmente distribuídos na economia local, estadual ou fora do estado (nacional e internacional), representados por retângulos maiores em três cores distintas. Foram adotadas setas em diferentes formatos para a representação dos canais ou fluxos de comercialização, que iniciam na produção local e finalizam nos consumidores finais. Para este estudo dos produtos não-madeireiros cada uma das categorias de agentes mercantis está descrita em função do tipo de produto estudado. No caso deste estudo em particular, a metodologia foi adequada para a contabilidade social ascendente que engloba além da produção rural extrativa, as atividades na indústria e nos serviços urbanos que atuam diretamente nos setores com foco nos produtos florestais não-madeireiros. Trata-se de um modelo de calculo de renda e do produto social do extrativismo que permite mensurar variáveis como o Valor Bruto da Produção do Extrativismo (VBP α ), o Valor Agregado Bruto do Extrativismo (VAB α ) e o Produto Regional Bruto do Extrativismo (PRB α ). De acordo com Considera et al. (1997) o Produto Regional Bruto (PRB) seria o equivalente regional ao Produto Interno Bruto (PIB) deste setor. A metodologia produz as matrizes com base nas amostras realizadas em campo associando as relações intersetoriais, que podem ser expandidas para o universo, com base em indexadores construídos e atualizados usando os dados do IBGE tanto do Censo Agropecuário 2006, quanto das séries históricas de cada produto do extrativismo identificado na Produção Extrativa Vegetal e Silvicultura (PEVS) e, de acordo com o produto, da Produção Agrícola Municipal (PAM). Tais séries históricas apontam as flutuações ao longo dos tempos do comportamento de cada produto. Portanto, as analises das cadeias podem ser feitas com agregações por delimitações geográficas (por município, por região, por estado), por produtos e por atributos dos diversos setores envolvidos nas cadeias. De acordo com Costa (2002, 2006 e 2008) o modelo das Contas Sociais Ascendentes Alfa (CS α ), que se baseia nos esquemas da Matriz Insumo-Produto de Leontief (1983), permite fazer a contabilidade social de uma economia de k produtos e m agentes ou setores em uma dada unidade geográfica ou político-administrativa. Permitindo quantificar as formações da renda bruta global (Y) de todos os produtos, ou desagregá-los por produto, porém identificando as agregações em cada elo da cadeia de comercialização, apontando a formação da oferta e a geração de renda associada a cada um dos k produtos. Para a estruturação das contas o modelo opera a partir das inter-relações entre cinco tipos de matrizes. 26

33 1) A matriz das relações intermediárias ou de demanda endógena do sistema produtivo e/ou extrativo neste caso (X ij ). 2) Um vetor-coluna de demanda final ou autônoma (DF i ). 3) Um vetor-coluna de Valor Bruto da Produção (X i ) 4) Um vetor-linha do Valor Adicionado (VA j ). 5) Um vetor-linha de Renda Bruta (Y j ), tal que i = j, representando o número de setores do sistema produtivo. No modelo de insumo-produto cada X ij é resultado do produto entre a quantidade q transacionada entre o agente ou setor i com o agente ou setor j, pelo preço p praticado na intermediação entre tais agentes, ou seja (1) Além disso, ao final cada linha i registra os valores das vendas do agente i para todos os outros agentes produtivos e para os consumidores finais (DFi = Demanda Final); cada coluna j registra as compras do setor ou agente j, sendo seu somatório o valor dos insumos por eles requeridos. Desta forma, é possível calcular os demais elementos do modelo, pois (2) Então, (3) (4) (5) 27

34 (6) Tal que X = Y, sendo X representado pelo Valor Bruto da Produção Total e Y pela Renda Bruta Total. O modelo para n agentes em uma economia pode ser igualmente aplicado para agregados desses agentes por atributos geográficos (regiões) ou estruturais (setores, arranjos). Existe também a possibilidade de desagregação tanto da Demanda Final (local, regional e nacional, por exemplo), quanto do Valor Agregado (salários, lucros e renda) (LEONTIEF, 1983; ISARD, 1960; GUILHOTO et al., 1997; CROCOMO; GUILHOTO, 1998; HADDAD, 1989). Neste estudo os setores alfa são identificados em função de cada produto identificado, tais como os produtores de açaí, ou os apicultores para o mel, ou os produtores de carvão, ou, se for conveniente, é possível agregá-los em categorias mais amplas como produtores de plantas medicinais, ou oleaginosas, etc. Computacionalmente, para cada produto são estabelecidas condições de equilíbrio, de modo que as quantidades ofertadas e demandas se igualam, em função disso deve-se checar tal fato no momento das entrevistas junto aos agentes mercantis. As contas sociais CS α constituem em algoritmo computacional para obtenção dos valores X ij do modelo de insumo-produto. No sistema de Leontief obtém-se a contabilidade social de uma determinada economia de k produtos, cujos fluxos são executados por n agentes, agrupados em m+1 posições no sistema produtivo e de distribuição, em que a m+1ésima posição é a Demanda Final, a equação (7) em que v é o produto, j o setor que o compra e i o setor que o vende. Considerando os g atributos geográficos e e atributos estruturais, essa equação (7) seria então o resultado da agregação de um número g.e de sub-matrizes, cada uma delas composta por 28

35 (8) em que r seria o atributo estrutural (produtor, empresa, cooperativa como equivalentes ao setor rural) e s o atributo geográfico. Os elementos das matrizes de totalização para os atributos geográficos seriam (9) e, para os atributos estruturais, seriam culminando com uma matriz totalizadora do conjunto, cujos elementos seriam ) (10 (11 ) Estas são as equações básicas do modelo empírico CS α. A partir delas, as grandezas descritas nas equações (9) a (11) podem ser encontradas para cada totalização parcial por atributos e para o total dos atributos. Para o levantamento dos dez municípios foram aplicados 497 questionários junto aos agentes mercantis envolvidos direta ou indiretamente com a comercialização de PFNM. Com isso, foi possível compor uma base de dados qualitativos disponíveis na plataforma do Microsoft Office no aplicativo Access 2007, e outra base de dados quantitativos no sistema Netz 3, com circuitos (referente aos produtos) e lançamentos (referente às transações comerciais realizadas pelos agentes por produtos). Ainda durante a aplicação dos questionários, foi possível georeferenciar cada agente entrevistado, utilizando o sistema de posicionamento global (GPS), compondo uma terceira base de dados com as coordenadas geográficas, que podem ser acrescidas com informações de cada ponto e, 3 Software desenvolvido por Francisco de Assis Costa NAEA/UFPA. 29

36 conseqüentemente, será possível espacializar alguns dados, resultando numa melhor visualização dos resultados na região do estudo. O estudo também possui um acervo fotográfico com imagens de produtos, transações comerciais, diversos agentes mercantis, localidades, entre outras, tiradas durante a pesquisa nos municípios. Além de uma base de dados descritivos das espécies florestais identificadas no decorrer do estudo, no aplicativo Access 2007, com 37 introduções, contemplando nome cientifico, família e nome vulgar da espécie, utilidades e partes utilizadas da planta, fonte bibliográfica, ilustração da espécie e, algumas observações como ocorrência, período de floração ou frutificação dependendo da parte utilizada. As características dos agentes mercantis encontrados em cada cadeia de comercialização são descritas. São elaborados os fluxos da comercialização para cada produto estudado e organizados para três dimensões geográficas (Local = com recorte equivalente aos dez municípios da região do Tocantins; Estadual= demais municípios e regiões do Estado do Pará e; Fora do Estado = tudo que sai do Pará e é comercializado em outros estados ou países). São quantificados o volume que cada agente ou setor movimenta na cadeia e o preço médio praticado pelos setores. Para calcular o valor bruto da produção e valor agregado bruto, o tratamento dos dados foi realizado com auxílio do sistema NETZ que gera várias matrizes de produtos baseada na matriz de Leontief, quantificando os volumes brutos dos produtos. 4 ATIVIDADES REALIZADAS Durante este período de 20 meses de atuação do projeto (Jul/08 a Fev/10), foi possível percorrer seis regiões de integração do Estado (Figura 1), comprovando as especificidades de cada região e a diversidade do nosso Estado. 30

37 Figura 1 - Regiões de integração onde já ocorreu coleta de dados sobre as cadeias de comercialização dos produtos florestais não-madeireiros, conforme destaque em vermelho. Fonte: SEIR, Adaptado por Idesp,2009 Foi possível realizar o levantamento em 48 municípios do Estado, distribuídos nas respectivas regiões percorridas, conforme tabela abaixo (Tabela 01). TABELA 1 -Número de municípios estudados, por região de Integração. Região de Integração Nº de municípios Total de municípios levantados Tocantins Guamá Rio Caeté Rio Capim 16 3 Baixo Amazonas 12 6 Tapajós 6 1 TOTAL 48 Para o levantamento dos 48 municípios foram aplicados, aproximadamente, (mil) questionários junto aos agentes mercantis envolvidos direta ou indiretamente 31

38 com a comercialização de PFNM. Com isso, foi possível compor uma base de dados qualitativos disponíveis na plataforma do Microsoft Office no aplicativo Access 2007, e outra base de dados quantitativos no sistema Netz, que atualmente está com 1387 circuitos (referentes aos produtos) e mais de 2818 lançamentos (referentes às transações comerciais realizadas pelos agentes, por produtos). Ainda durante a aplicação dos questionários, foi possível georeferenciar cada agente entrevistado, utilizando o sistema de posicionamento global (GPS), compondo uma terceira base de dados com as coordenadas geográficas, que futuramente serão acrescidas com informações de cada ponto e, conseqüentemente, será possível espacializar alguns dados, resultando numa melhor visibilidade dos resultados do estudo. O estudo também possui um acervo fotográfico com imagens de produtos, transações comerciais, diversos agentes mercantis, localidades, entre outras, registradas durante a pesquisa nos 48 municípios. Também em construção uma base de dados descritivos das espécies florestais identificadas no decorrer do estudo, no aplicativo Access 2007, com 36 entradas, contemplando nome cientifico e vulgar da espécie, locais de ocorrência, abrangência, utilidades e partes utilizadas da planta, todas com base em publicações cientificas e/ou herbários visitados da Embrapa Amazônia Oriental e do Museu Paraense Emílio Goeldi. Até a presente data foram realizadas 08 viagens para coleta de dados, totalizando 103 dias em campo. 32

39 5 RESULTADOS 5.1. REGIÃO DE INTEGRAÇÃO TOCANTINS CARACTERIZAÇÃO A Região de Integração Tocantins abriga um total de 11 municípios (Figura 02), com uma população de aproximadamente hab. A região abriga o porto de Vila do Conde, o maior do estado. Suas principais cargas são minérios (bauxita), alumínio, óleos combustíveis e madeira (SEIR,2007). No ano de 2009, até o mês de novembro, o porto teve uma participação de 80,11% na movimentação de cargas do Estado (CDP, 2010). Em 2007 o Produto Interno Bruto PIB da Região do Tocantins somou R$ ,00mil, ocupando a terceira colocação e participando com um percentual representativo no estado no valor de 10%, que se deve ao pólo mineral e portuário do município de Barcarena. As participações dos setores econômicos corresponderam a: 8% Agropecuário, 50% Indústria e 42% Serviços. Dentro da composição do setor agropecuário a participação dos produtos de origem extrativista corresponde a 12,7 % (IDESP,2009). Figura 2 - Municípios pertencentes à região de integração Tocantins Fonte: SEIR,

40 Apesar das grandes mudanças econômicas que alguns municípios da região sofreram nos últimos anos, em Barcarena, por exemplo, foi instalado o complexo Albrás/Alunorte, na sua estrutura econômica ainda sobrevive uma cultura tradicional ribeirinha. É uma região de colonização antiga com forte identidade cultural. Existe na região extensa área de várzeas propícias à produção do açaí. Em termos de potencialidades econômicas para a região destaca-se: o extrativismo da madeira; o setor da indústria moveleira; o setor oleiro-cerâmico; o beneficiamento de fibras vegetais (côco); a fruticultura do açaí; a cultura da mandioca; e outras culturas permanentes como o dendê, a pimenta-doreino e o côco; e o artesanato (SEIR,2007). a) Características Gerais: População Absoluta (IDESP, 2009): hab. Densidade Demográfica (IDESP, 2009): 18,29 hab/km² Produto Interno Bruto - PIB 2007 (IDESP, 2009): R$ ,00mil Índice de Desenvolvimento Humano IDH (2000): 0,68 PIB 2007 Per capita (IDESP, 2009): R$ 8.245,00 Valor Adicionado Setor Agropecuário (IDESP, 2009): 8 % Valor Adicionado Setor Industrial (IDESP, 2009): 50 % Valor Adicionado Setor Serviços (IDESP, 2009): 42 % ANÁLISES DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS NA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO DO TOCANTINS Dos municípios pertencentes à região, dez foram estudados, a saber: Abaetetuba, Acará, Baião, Barcarena, Cametá, Igarapé Miri, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Moju e Oeiras do Pará. Foram aplicados 397 questionários junto aos agentes mercantis, com pontos georeferenciados (Figura 3 e 4). Houve necessidade de fechamento de algumas cadeias em municípios fora da região tocantina, como foram os casos de Castanhal e Belém, principalmente. 34

41 Figura 3 - Delimitação do município de Cametá (linha vermelha) e a localização de pontos georeferenciados dos agentes mercantis entrevistados em diversas regiões do município (pontos numerados). Figura 4 - Pontos georeferenciados dos agentes mercantis entrevistados na área urbana de Cametá (pontos numerados). Foram mais de 30 produtos encontrados na amostragem de campo, nos dez municípios, classificados em Alimentícios (açaí, cacau, cupuaçu, castanha-do-pará, buriti, 35

42 bacaba, taperebá, bacuri, urucum e palmito); Derivado Animal (mel de abelha com e sem ferrão); Fármacos e Cosméticos (andiroba, copaíba, murumuru, barbatimão, verônica, unha de gato, leite de amapá, leite de sucuúba, pau doce); Derivados da madeira (carvão, resina de breu); Artesanatos e Utensílios (principalmente brinquedos de miriti - Abaetetuba, objetos artesanais e utensílios feitos com sementes, frutos, cascas, fibras, talas, e diversos outros materiais). No caso de artesanato uma única empresa localizada em Cametá comercializa cerca de uma centena de diferentes produtos vindos da floresta, que passam por simples etapas de preparo como lavagem, limpeza e secagem, e são exportadas para a Europa. Com base na comercialização dos mais de 30 produtos identificados em nossa amostragem, as produções vendidas e os valores pagos aos produtores da região foram organizados em ordem decrescente em função do percentual de valor (Tabela 2). 36

43 TABELA 2 Produtos florestais não-madeireiros identificados na região do Tocantins, com quantidade e valor pago à produção local, de acordo com a amostragem realizada em campo (Idesp). Produto Quantidade ValorR$ %Valor Açaí (kg) , ,65 83,0767% Cacau (kg) , ,21 10,5833% Palmito (kg) , ,35 2,6203% Castanha do brasil (kg) , ,00 1,3682% Cupuacu (kg) , ,71 0,8332% Carvao (Sc) , ,99 0,6511% Buriti (kg) , ,96 0,3316% Bacaba (kg) , ,52 0,1324% Mel (litro) 3.948, ,00 0,0995% Coratá (Un) , ,00 0,0577% Tipiti (Un) 6.436, ,08 0,0391% Paneiro (Un) 9.132, ,60 0,0342% Paneiro decorativo(un) 1.500, ,60 0,0342% Bacuri (kg) 1.422, ,00 0,0273% Murumuru (kg) 9.640, ,00 0,0210% Artesanato miriti (Un) , ,50 0,0188% Andiroba (litro) 1.111, ,00 0,0152% Copaiba (litro) 253, ,00 0,0116% Inajá (kg) 5.200, ,00 0,0094% BreuBranco (kg) 1.725, ,50 0,0077% Cipós (Rolo) 2.155, ,50 0,0075% Leites* 475, ,50 0,0058% Cuia (Un) 3.168, ,04 0,0058% Tapereba (kg) 2.100, ,00 0,0045% Urucum (litro) 470,00 965,00 0,0018% Plantas Medicinais ** 200,00 600,00 0,0011% Semente de cupuaçu (kg) 300,00 360,00 0,0007% Cumarú (kg) 20,00 60,00 0,0001% Guarumã (Braça) 100,00 12,00 0,00002% Total , ,70 Fonte: IDESP, % Nota: *(amapá, sucuúba e jatobá) e **(barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica) As análises dos principais produtos estão descritas individualmente e, para alguns produtos, as análises foram agrupadas por categorias, como no caso das plantas medicinais e de leites. A seguir as principais cadeias de comercialização identificadas nos dez municípios da região do Baixo Tocantins. 37

44 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO AÇAÍ a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do açaí O açaí é o principal produto comercializado na região do Tocantins, tanto em volume quanto em moeda circulante. Sua produção provém tanto de açaizais nativos quanto de áreas de manejo ou plantados. A seguir a descrição dos agentes mercantis identificados na cadeia de comercialização do açaí (Figura 5) considerando a abrangência para o nível local (os dez municípios), estadual (fora da região do Tocantins) e nacional (outros estados do Brasil e outros países) Produção Local: produção primária da agropecuária e extrativista dos dez municípios da região do Tocantins; Varejo Rural Local: todos pequenos comerciantes do interior do município que compram o açaí in natura dos produtores, comumente denominados atravessadores; Indústria de Beneficiamento Local: empresa que realiza o processamento do açaí in natura. Existem dois tipos de estrutura de empresa beneficiadora, a composta por pequenos comerciantes que possuem máquinas despolpadeiras, chamadas de batedores de açaí no qual vendem diretamente a polpa do açaí para os consumidores locais. A segunda categoria composta por um número reduzido de agroindústrias que realizam a primeira agregação de valor do açaí in natura, ou seja, a produção de polpa de açaí pasteurizada e/ou congelada; Atacado Local: comerciantes (atacadistas ou representantes de empresas) que compram o fruto in natura em grandes quantidades do varejo rural (e/ou do produtor) e vendem para agroindústrias estaduais; Indústria de Beneficiamento Estadual: unidades de beneficiamento da produção localizadas no Pará, fora da região Tocantina, que apenas beneficia o açaí em polpa pasteurizada e/ou congelada; Indústria de Transformação Estadual: unidades de transformação da produção estadual. São processadoras e beneficiadoras de polpa de açaí e também de geléias, compotas, outros produtos e, em pequena escala, os blends (açaí misturado com outras frutas, guaraná, etc.) e para empresa de cosméticos; 38

45 Atacado Estadual: empresas (atacadistas, representantes de empresas) compradoras da produção do Estado diretamente dos produtores regionais; Varejo Urbano Estadual: são comerciantes varejistas que realizam a venda da polpa de açaí para consumidor estadual; Indústria de Beneficiamento Nacional: unidades de beneficiamento situadas fora do Estado que apenas beneficiam o açaí em polpa pasteurizada e/ou congelada; Indústria de Transformação Nacional: unidades de beneficiamento situadas fora do Estado que beneficiam o açaí em blends (lanchonetes, sorveterias, restaurantes entre outros); Atacado Nacional: empresas (atacadistas, representantes de empresas) compradoras no âmbito nacional; e Varejo Urbano Nacional: comércios varejistas situados fora do Estado que vendem para o consumidor nacional. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do açaí A cadeia de comercialização do açaí possui a mais complexa estrutura dentre todas as identificadas no estudo. Nos dez municípios foram entrevistados 285 agentes mercantis que atuam, em média, há 11 anos no ramo (variação de 1 a 40 anos). Que trabalham somente com açaí são 84% e os demais trabalham com outros produtos (artesanato, bacaba, patauá, andiroba, murumuru, cupuaçu, buriti, cacau, carvão, cipó, palmito, mel e taperebá). Na descrição da capacidade instalada dos agentes mercantis entrevistados da região identificou-se que 28% possuem local para armazenagem com capacidade média de 16m 2 (variação de 4 a 144 m 2 ); 37% possuem transporte (87 barcos com capacidade de 0,5 a 15 toneladas, 5 canoas, 1 caminhonete, 11 motos e 17 bicicletas). Em relação aos equipamentos 61% possuem (175 despolpadeiras, 71 freezers, 12 filtros, 11 geladeiras, 3 câmaras frias, 2 pasteurizadores, 2 seladores, 2 envasadoras, 1 container, 1 caldeira e 1 balança), 38% não possuem equipamentos e 3% não informaram. A mão de obra predomina a familiar em 47% dos entrevistados, com equipe até 5 pessoas; dos demais agentes mercantis 6% pagam diária para 5 pessoas em média, no valor de R$10,00 a R$30,00; 2% pagam semanalmente para 1 a 3 pessoas, valores entre R$20,00 a R$120,00; 39

46 3% pagam em média 6 pessoas por rasa colocada no barco ou caminhão o valor de R$0,30; e o restante não informou. Em relação ao período de trabalho 70% trabalham o ano todo, 12% somente na safra, e os demais não informaram. Os problemas identificados foram baixa capacidade de armazenagem e de transporte, falta capital de giro, falta de investimentos para melhorar a produção e aquisição de equipamentos e falta treinamento para os batedores de açaí sobre manipulação adequada. A Figura 5 permite visualizar as proporções da quantidade produzida do açaí que transitam entre os diferentes setores. Constituindo assim, os canais de distribuição (ou canais de comercialização) do fruto nos dez municípios estudados. A cadeia de comercialização do açaí identificada pela pesquisa é complexa e constituída por vários níveis de intermediários. Conforme Santana (2005) cada conjunto de intermediários que desempenham algum tipo de atividade relacionada ao escoamento da produção do produtor até o consumo final é um nível do canal de distribuição. O principal nível de canal de comercialização do açaí (Figuras 5 e 6) identificado com as maiores quantidades é a compra do varejo rural de 77% do total da produção local identificada, que vendem cerca de 60% para o setor da indústria de beneficiamento no mercado estadual, que são empresas localizadas nos municípios de Castanhal (5 empresas), Tomé Açu (1), Santa Bárbara (1), Marituba (1), Benevides (1) e Belém (1) no Estado do Pará, que vendem na forma de polpa congelada o equivalente a 53% da quantidade para o varejo urbano nacional, que são lojas especializadas e/ou redes de supermercados que vendem 54% da quantidade produzida na forma de polpa congelada para o consumidor nacional. As empresas demandantes de açaí produzido nos dez municípios estudados se comportam num ambiente oligopolista, ou seja, setor caracterizado com pequeno número de empresas atuando no mercado de compra de insumo (no caso o açaí in natura). Outro nível de canal importante é composto pela indústria de beneficiamento local que apresenta duas peculiaridades, i) volume destinado para o beneficiamento em pequena escala (batedores de açaí) para atender o consumidor local com 24% da produção identificada e; ii) destinado para a exportação de polpas (as agroindústrias) no âmbito da indústria de transformação estadual e nacional (fora do estado) comercializando somente 0,2% da produção identificada (Figura 5). Destaca-se a venda direta do produtor de açaí para o consumidor local comercializando 3% da produção identificada. 40

47 Na cadeia do açaí foi identificada a presença da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB 4, que atua no Programa de Aquisição de Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), sendo o intermediador responsável pelo abastecimento da merenda escolar e entidades sociais no município de Abaetetuba. Foi classificada como atacadista estadual que comercializou 52 toneladas de açaí para o consumidor estadual, representando 0,04% do volume da produção identificada. Figura 5. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do açaí identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional. 4 A CONAB é a empresa oficial do Governo Federal, encarregada de gerir as políticas agrícolas e de abastecimento, promovendo por meio seguro a comercialização eletrônica de produtos e serviços relacionados às atividades finalísticas e de produtos e insumos para terceiros e, também, presta serviço de armazenagem e de classificação de produtos agrícolas. Atua em todo o território nacional por meio de suas superintendências regionais localizadas nos estados. Disponível em: < Acesso em: 15 dez

48 Figura 6. Principal fluxo de comercialização do açaí, da produção local (dez municípios da região do Tocantins), passando pelo varejo rural, pelo setor da indústria de beneficiamento em outras regiões do Pará, pelo varejo urbano nacional até chegar aos consumidores finais. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do açaí (2008) Os preços médios do açaí praticados entre os diferentes agentes da cadeia de comercialização são determinados pela oferta e qualidade do fruto transacionado, conforme matriz (Figura 7) que contém os preços do kg do açaí fruto praticado pelos setores que vendem (nas linhas) para os setores que compram (nas colunas). A variação do preço implícito do açaí fruto praticado pela produção local varia de R$0,48/Kg na venda para o atacadista local até R$1,49 para os beneficiadores locais. Enquanto que os preços de venda praticados pelo varejo rural são diversos, destacando: R$1,40/kg para as indústrias de beneficiamento local, R$0,63/kg para as indústrias de beneficiamento estadual e R$1,21/kg para os atacadistas estaduais e nacionais que são estabelecidos por meio de contratos. Os batedores de açaí locais (ou seja, indústria de beneficiamento de pequena escala), em sua maioria, praticam preços de venda para o consumidor final local conforme o rendimento do fruto e a época do ano (safra e entressafra do açaí), em média a R$2,36/kg (Figura 6). Por outro lado, os preços praticados pelas agroindústrias locais (indústrias de 42

49 beneficiamento de maior escala) são determinados pelos contratos de venda. Assim, os preços implícitos de venda são diversos em diferentes âmbitos como R$1,00/kg para a indústria de beneficiamento e de transformação estadual; R$3,73/kg para o atacado estadual e, para a indústria de transformação e varejo urbano nacional foram R$2,63/kg e R$2,58/kg, respectivamente. Pode parecer estranho o preço de R$1,00/kg praticado na venda da indústria de transformação estadual para o consumidor nacional. No entanto, a explicação é que esta indústria de transformação estadual ainda não foi entrevistada, portanto o preço de venda real praticado não foi identificado (Figura 6). Desta forma, a metodologia adota o valor de repasse, ou seja, o mesmo preço praticado na compra. Neste caso, trata-se de uma empresa de cosmético instalada no Pará, fora da região do Tocantins. O preço médio adotado pela venda da produção direta a R$0,71/kg para a indústria de beneficiamento nacional pode ser explicado pela transação de empresas de beneficiamento do Maranhão, estado vizinho, que compram diretamente o fruto da produção local tocantina e vendem ao consumidor nacional (maranhense, no caso) ao preço médio de R$1,44/kg (Figura 7). Outra transação importante é a vinda de atravessadores do estado do Amapá (atacadista nacional) que compram ao preço médio de R$1,21/kg de atravessadores locais (varejo rural local), quantidades significativas de açaí fruto (1.343 ton/ano), levadas por grandes embarcações, que utilizam processo rústico de armazenagem e refrigeração (cobrem as rasas com lonas e colocam gelo na superfície). Estes atravessadores vendem, em média, a R$1,45/Kg para batedores do Amapá (indústria de beneficiamento nacional) que abastecem o consumo do Amapá ao preço médio de R$1,44/kg (preço de repasse). 43

50 Figura 7. Preço médio de açaí (R$ correntes/kg de fruto in natura) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do açaí A partir dos preços implícitos coletados em campo, mais a estrutura de quantidade comercializada do produto, é possível visualizar a estrutura da cadeia contendo a formação do preço do açaí, identificando quais setores que incrementam ou reduzem o preço equivalente desde a primeira transação até o consumidor final. Considera-se R$1,00 o preço equivalente praticado para a venda da produção local (ou valor equivalente a 100%) e, em cada transação, os preços são formados em função da lógica transacionada na cadeia de comercialização do açaí, para mais ou para menos. No principal nível de canal de comercialização do açaí (Figura 8) identificado pela compra do varejo rural local na ordem de 0,78 vezes do total do valor médio praticado na produção local (valor de referencia 1,00), que vende a 0,83 vezes para o setor da indústria de beneficiamento estadual, que por sua vez revende a 6,63 vezes mais para o varejo urbano nacional, e este alcança preço 8,93 vezes maior que o praticado na produção local para o consumidor nacional. O nível de canal composto pela indústria de beneficiamento local que compra direto da produção local a 1,98 vezes maior e do varejo rural a 1,85 vezes; vende a preço 1,33 vezes para o setor da indústria de transformação estadual, a 3,42 vezes para a indústria de transformação nacional, a 4,94 vezes para o atacado estadual e, para o 44

51 consumidor local pratica o preço de 3,13 vezes mais que o preço praticado na produção local. Quando a produção local vende direto para o consumidor local pratica o valor equivalente a 1,64 vezes maior. O preço praticado pelo setor do varejo rural local com a indústria de beneficiamento local é equivalente a 1,85 vezes maior que o preço médio recebido pelos produtores, com o atacado local é 0,69 vezes menor, com as agroindústrias estaduais é 0,83 vezes menor, com os atacadistas estaduais e nacionais é 1,6 vezes maior para cada um dos setores (Figura 8). Neste setor do varejo rural encontram-se os agentes comercializando o fruto somente na forma in natura. Observa-se por outro lado o comportamento da formação de preço do açaí já beneficiado em forma de polpa. O preço praticado pela agroindústria local (ou seja, indústria de beneficiamento local) com as indústrias de transformação nacional é equivalente a 3,42 vezes o preço médio recebido pelos produtores, com a indústria de transformação estadual equivale a 1,33 vezes e com o atacado estadual atinge preços 4,94 vezes maior (Figura 8). Tanto o varejo urbano estadual quanto o nacional praticam preços de venda quase 9 vezes maior que o praticado na primeira etapa da cadeia. Figura 8. Formação de preço do açaí ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. 45

52 e) Valor Bruto da Produção, pela ótica da oferta, na comercialização do açaí Somando todos os valores recebidos pela venda do açaí por todos os produtores da região do Tocantins, ou seja, o valor bruto de produção local (VBP α ) foi de R$152,7 milhões, do varejo rural local de R$118,5 milhões, da indústria de beneficiamento local de R$116,3 milhões e do atacado local de R$7,6 milhões, gerando R$395 milhões nas vendas do açaí na região do Tocantins que representa 22% do total gerado, sob a ótica da oferta (Figura 9). Em relação aos R$671 milhões gerados na venda do açaí no Estado do Pará (37% do total gerado) os setores que se destacaram foram o da agroindústria (indústria de beneficiamento estadual) cujo valor transacionado bruto foi na ordem de R$609,7 milhões e o do setor do varejo urbano estadual de R$39,3 milhões. No mercado nacional foram gerados R$756,3 milhões na venda do açaí fora do estado, representando 41% do total gerado, sendo que o varejo urbano nacional foi o principal setor responsável pelas vendas com R$739,1 milhões. Portanto, a economia do açaí gerada a partir da região do Tocantins foi responsável por cerca de R$1,8 bilhões, com um produto regional atingindo diversos setores que dinamizam a economia regional, estadual e nacional. Figura 9. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do açaí, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. 46

53 f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do açaí e a margem de comercialização de cada setor (Markup) Ao longo da cadeia de comercialização do açaí da produção local do Tocantins até a demanda final, o valor de R$989,1 milhões foram adicionados (VAB) ao produto açaí (Figura 10), correspondendo à margem de agregação ao produto na comercialização ou mark-up total de 548%. O mark-up total (no caso, de 548%) é calculado a partir do VAB total (R$989,1 milhões), menos o VBP da produção local (R$152,7 milhões), dividido pelo VBP da produção local. Essa margem mostra, em termos relativos, o valor adicionado na cadeia toda a partir da produção primária (Setor α). Do total do valor adicionado dos dez municípios, o setor com maior participação foi a indústria de beneficiamento estadual com R$514 milhões, agroindústrias localizadas em municípios fora da região do Tocantins, que agregam ao produto uma margem de comercialização (mark-up do setor) de 537% (Figura 11), que está relacionado, principalmente, ao grande poder de compra deste setor que, adquire o açaí in natura do sistema local e, vende para fora do estado um produto beneficiado (pasteurizado e congelado), a preços mais atrativos em relação ao mercado estadual. Ou seja, o mark-up do setor é o Valor Transacionado Efetivo (VTE), que equivale ao Valor Adicionado (R$ correntes/kg in natura) do setor, dividido pelo Valor Bruto da Produção (VBP), pela ótica da demanda, representado em termos percentuais (%), que inclui todos os custos da comercialização e do beneficiamento do produto analisado, que não são captados pela pesquisa. Em relação ao sistema local destacam-se as indústrias de beneficiamento (formadas em sua maioria pelos batedores de açaí) e o varejo rural (os atravessadores) com valor adicionado de R$44,4 milhões (mark-up de 62%) e R$27,3 milhões (mark-up de 30%), respectivamente (Figuras 10 e 11). O setor da produção local transaciona o valor efetivo referente somente ao montante das vendas de R$152,7 milhões do açaí in natura. Na esfera nacional o setor do varejo urbano foi o que mais agregou valor no montante de R$219,9 milhões, porém com mark-up de apenas 42%. Portanto, do total do valor adicionado ou do 47

54 valor transacionado efetivo o sistema estadual participa com mais da metade (54%), ficando tanto o sistema local quanto o nacional com 23% de participação, respectivamente. Figura 10. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do açaí, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). Figura 11. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg in natura, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (mark-up) da cadeia de comercialização do açaí, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). 48

55 g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do açaí A Renda Bruta Total (RBT) gerada na comercialização forma-se a partir da soma da compra dos insumos (pela ótica da demanda) com o Valor Transacionado Efetivo (VTE), que equivale ao Valor Adicionado (R$ correntes/kg in natura). Assim, a pesquisa de campo identificou que a renda bruta total gerada para a comercialização do açaí nos dez municípios estudados foi de R$1,8 bilhões. O mercado nacional foi responsável por 41% dessa renda bruta total, seguido pelo estadual com 37% e o local com 22% (Figura 12). Na região do Tocantins o setor do varejo rural gerou a maior renda bruta na ordem de R$118,5 milhões, pois comprou de insumos cerca de R$91,2 milhões e agregou valor na ordem de R$27,3 milhões (Figura 12). A indústria de beneficiamento local foi responsável pela renda bruta total de R$116,3 milhões, pois comprou de insumo o açaí fruto in natura por R$71,9 milhões e adicionou o montante de R$44,4 milhões. O setor do atacado local gerou renda bruta equivalente a R$7,6 milhões, sendo R$3,6 milhões em insumos e R$4 milhões no valor adicionado. Na esfera estadual o setor das agroindústrias (indústrias de beneficiamento) atingiu uma renda bruta total no valor de R$609,7 milhões, dos quais R$95,7 milhões equivalem à compra dos insumos (açaí in natura) e R$514 milhões ao valor adicionado na comercialização do açaí em forma de polpa. O setor do varejo urbano estadual gerou renda bruta equivalente a R$39,3 milhões, sendo R$29,3 milhões na compra de insumos (açaí in natura) e R$10 milhões adicionados ao produto (Figura 12). Este valor de R$9,8 milhões adicionados refere-se ao valor de repasse, pois a presente pesquisa não entrevistou o setor de transformação estadual. O setor que mais comprou insumos da região do Tocantins foi o varejo urbano nacional no valor de R$519,2 milhões e adicionou mais R$219,9 milhões, compondo uma renda bruta total deste setor equivalente a R$739 milhões, mostrando que o açaí já ganhou importância nesse mercado. 49

56 Figura 12. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do açaí considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). h) Destino da produção de açaí identificado nos dez municípios estudados da região de Integração do Tocantins Do volume total de açaí identificado na região de Integração do Tocantins, 28% ficam na própria região em função do hábito alimentar da população local (Figura 13), que predomina a ribeirinha (Abaetetuba 6,8%, Mojú 4,4%, Cametá 5,6%, Barcarena 3,1%, Oeiras do Pará 2,6%, Mocajuba 2,5%, Igarapé Miri 1,7% e Limoeiro do Ajuru 1%). Destina 10% para o consumidor de outros municípios do Pará como Ananindeua (0,2%), Belém (7,9%), Benevides, Castanhal (0,9%), Marituba (0,9%), Santa Bárbara (0,02%) e Tomé-Açu. Exporta 62% para o mercado nacional e internacional, porém o método consegue identificar apenas alguns estados brasileiros (Amapá 2,4%, Maranhão 0,9%, São Paulo 0,1% e Goiás 0,02%) e 2 países (Japão com 3,6% e Estados Unidos com 0,1%). 50

57 Figura 13. Destino do volume (%) de açaí identificado na região de Integração do Tocantins, para atender as demandas de consumo local, estadual e nacional. i) Informações complementares sobre a comercialização de açaí Um fato interessante identificado foi a padronização da Feira do Açaí de Cametá (funcionamento das 7:00h às 11:00h), que difere dos demais municípios, pois possui supervisores que fiscalizam a disposição do produto para evitar a contaminação, os feirantes devem obedecer o padrão com disposição dos paneiros sobre bancadas de madeira, uso de sacos plásticos novos para entrega ao consumidor, além da padronização dos recipientes de venda para o varejo, fornecidos pela prefeitura. Usam o espaço formado por 35 tabuleiros, com 70 trabalhadores cadastrados, com capacidade de cada tabuleiro comportar 24 rasas de 14 kg. Eles reclamam da ausência de uma beneficiadora de açaí que poderia gerar emprego e renda no município. O Centro Miriti Pousada Escola, de Cametá, é formado por 950 mulheres organizadas em uma cooperativa, que funciona desde 2004, composta por 41 grupos no campo e 9 grupos na cidade. Comercializam açaí beneficiado para as empresas Amazonfruit Frutas da Amazônia Ltda. (Marca: Amazonfrut) e Bolthouse do Brasil Ind. e Com. de Frutas, Sucos e Polpas Ltda. (Marca: Bolthouse do Brasil). Utilizam liquidificadores para processar as polpas de cupuaçu, taperebá e graviola. Trabalham com o cultivo de plantas medicinais, 51

58 assistidas por um pesquisador da Embrapa. Tudo que é produzido pela cooperativa também é comercializado em uma loja chamada Puçanga. O açaí faz parte da dieta alimentar da maioria das famílias de Baião, principalmente as ribeirinhas, que também vêem no produto, uma fonte de renda. O fruto que abastece a cidade é oriundo de comunidades e municípios vizinhos como Cametá. Geralmente o açaí é comercializado no porto da cidade, em pequenas embarcações. O açaí que chega em Baião é todo encomendado por batedores locais. Durante a comercialização acontece um rodízio de agentes mercantis (atravessadores/produtores), quando ocorre o revezamento, cada agente leva seu produto apenas duas vezes por semana e em dias alternados. O consumo de açaí no município de Mocajuba é elevado, pois faz parte da dieta alimentar dos moradores. Existem 68 projetos de plantio de açaí de terra firme no município. A maioria dos batedores de açaí dispõe de uma infra-estrutura mínima, alguns locais onde é processado não possuem piso adequado, nem água filtrada. Em outros estabelecimentos o fruto fica próximo de animais correndo risco de contaminação e comprometendo a qualidade do produto final. Alguns batedores já solicitaram financiamento especifico para melhorar a estrutura de seus estabelecimentos, porém continuam sem resposta. O açaí que é vendido no município de Oeiras do Pará vem dos ribeirinhos e abastece o mercado local, mas, às vezes, vai para alguns municípios próximos, como Curralinho. O açaí faz parte da alimentação diária das famílias, por isso existem muitos batedores espalhados pela cidade. No período da entressafra o açaí vem de outros municípios para abastecer a população de Oeiras do Pará, com preço alto, o que reduz o consumo e os batedores acabam vendendo mais o vinho fino. Faltam orientações, por parte dos órgãos de assistência, para aumentar a produção de açaí na entressafra com o manejo dos açaizais. O açaí é incluído na merenda escolar numa iniciativa da prefeitura e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB. A produção de açaí de Limoeiro do Ajuru é significativa, chegando a abastecer outros municípios, principalmente na entressafra. De acordo com relato de alguns produtores e de uma técnica, a Emater atua no manejo de açaí para que o município produza bastante açaí na entressafra. A Emater e outros órgãos sempre ministram cursos de 52

59 manejo de açaí para as comunidades. Os produtores de açaí entregam sua produção para a cooperativa Cooper açaí que, por sua vez, manda in natura para Macapá, Belém e outros municípios do estado. Os batedores de açaí de Barcarena passaram por qualificações para padronizar seus pontos de venda e dar qualidade ao produto além de uma melhor higienização durante o processamento do produto. Em Igarapé Miri encontramos um grande volume de açaí comercializado no período da safra e em menor quantidade na entressafra. A comercialização é quase toda feita para fora do município. O açaí chega diariamente nos portos, em grande quantidade, e é vendido para várias fábricas como a Castanhal Comércio de Polpas Ltda (Marca: Santa Helena), em Castanhal, a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé- Açu (Marca: CAMTA), em Tomé-Açu, e outros municípios. No município existem três fábricas de açaí, sendo que só duas estão funcionando. A produção de açaí está aumentando a cada ano devido o manejo feito nos açaizais dos produtores. Enquanto em outros municípios a safra do açaí esta terminando, em Igarapé Miri a produção é grande por causa do manejo feito. Em visita à fábrica de açaí da Cooperativa Agroindustrial dos Moradores e Produtores Rurais de Igarapé -Miri (Coopfrut), em 2008, o entrevistado informou que não estava funcionando. Quando a fábrica funcionou, beneficiava 20% da produção local e exportava. De acordo com um membro da Coopfrut, a cooperativa foi criada em 2000, com apoio de organizações não governamentais, do Programa Pobreza e Meio Ambientes (Poema) e de outros órgãos, servindo por vários anos como termômetro de preço da comercialização local de açaí. Já tiveram 280 cooperados e, na data da entrevista, tinham somente 150 atualizados. A capacidade da fábrica era de 120 latas por hora e contava com túneis de resfriamento com capacidade de 12 toneladas e armazenamento de 200 ton. Pararam de funcionar, em 2007, devido problemas administrativos e de gestão. Em 2007 venderam 60 t (R$1,40 a R$2,00/Kg) para o Rio de Janeiro; 99 t (R$1,40 a R$2,00/Kg) para São Paulo; 10 t (R$5,70 a 6,00/Kg) para o Havaí; 80 t para a J. C. Ind. e Com. Exp. de Açaí Ltda. (Marca: Açaí Mania / Açaí Amazon). Na época tinham novos acordos com Fortaleza e a Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos S/A (Marca: DaFruta e a Maguary), de Recife. Além do açaí possuem projetos de oleaginosas com andiroba, copaíba e buriti para merenda escolar. Em 2008 estavam com nova gestão, e tinham um projeto para beneficiar latas por dia, mas para atingir essa produção precisariam de parcerias. Outras duas fábricas de 53

60 açaí em Igarapé Miri não deram entrevistas, pois alegaram não ter um responsável para falar dos trabalhos. Durante a safra de açaí em Igarapé Miri são carregados, em média, 20 caminhões por dia no porto, com uma capacidade de aproximadamente a rasas cada caminhão; somados também a muitos carros pequenos que comportam entre 50 e 80 latas. Na safra de açaí a maior produção vai para Belém e Castanhal, e uma pequena quantia sai para o município de Tailândia. Na entressafra o açaí vai direto para Belém. São cinco os maiores atravessadores de açaí em Igarapé Miri. Segundo um entrevistado os maiores compradores são a CAMTA, J.C. Ind. e Com. Exp. de Açaí Ltda; Sabor do Açaí Ind. e Comércio (Marca: Maria Luiza); Castanhal Comércio de Polpas Ltda e a Dibony Ind. Com. e Exp. de Bebidas Ltda (Marca: Dibony). De acordo com o técnico da EMATER a produção estimada em Igarapé Miri para 2008 é cerca de toneladas de açaí. O manejo do açaí BRS-Pará foi grande no município. As empresas de açaí que vem buscar o produto em Igarapé Miri são a Castanhal Comércio de Polpas Ltda (Castanhal-PA), a CAMTA (Tomé Açu-PA), a Bolthouse do Brasil Ind. e Com. de Frutas, Sucos e Polpas Ltda do distrito de Icoaraci (município de Belém-PA), a Dibony (Marituba-PA) e a Amazonfrutas Polpas de Frutas da Amazônia Ltda (Marca: Rajá Frutas / Pai d'égua / Sabor do Pará / Nativo / Mix / Amazon Mania) localizadas em Santa Bárbara-PA. A Cooperativa de Desenvolvimento do Município de Igarapé Miri (CODEMI), possui mais de duas centenas de cooperados, formados em 13 núcleos (Joarimbu, São Lourenço, Boa Esperança, Alto KG, Anapu, Miritipucu Seco, Salento, Alto Miritipucu, São Jorge, Ampresa, Mamagualzinho, Nova Aliança e a cidade), cada qual representado por coordenadores. A CODEMI somente comercializa açaí e vende para a maioria das empresas do Sindicato das Indústrias de Frutas e Derivados do Estado do Pará (Sindfruta). A cooperativa tem parceria com a UFPA Centro Tecnológico de Empreendimento Popular e Solidário. Uma fábrica de polpa de açaí foi desativada em Igarapé Miri por causa da qualidade da água. O açaí de Moju é quase todo consumido no próprio município e uma parte é levado para Tailândia e Belém. A entrevista com o técnico da EMATER apontou que o Projeto de Açaizal Nativo representa 70% da fonte de renda da população ribeirinha, que 54

61 gera emprego ao longo de toda sua cadeia produtiva. Comparou que um açaizal manejado produz duas vezes mais que o não manejado. Se a média do não manejado por hectare é de 200 rasas/safra, a do manejado atinge até 500 rasas no mesmo período. No projeto de Industrialização artesanal do açaí o vinho é de alto valor energético e aproveitado no preparo de mingaus, sorvetes, bolos, brigadeiros, cocadas, doces e licores. Toda produção do açaí manejado da várzea é comercializado parte no Porto do Pelé, localizado na área comercial de Moju, parte vai para Igarapé Miri (Coopfrut) e Acará. Os produtores ribeirinhos chegam com o açaí e vendem no porto para os batedores e alguns atravessadores que vendem principalmente para Belém. O principal problema é o transporte para a comercialização. Na entressafra o açaí vem de áreas manejadas de Igarapé Miri. O açaí é o PFNM mais produzido na região, faz parte da alimentação diária das famílias de Moju que sofrem com a falta do produto na entressafra, porque o preço aumenta. 55

62 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO CACAU a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do cacau Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização do cacau (Figura 14), segundo maior produto não-madeireiro identificado na região do Tocantins, apresentam as seguintes denominações considerando a abrangência para o nível local (os dez municípios), estadual (fora da região do Tocantins) e nacional (fora do estado do Pará e do Brasil). Produção Local: produção primária (ascendente) da agropecuária e extrativista dos dez municípios pesquisados que comercializam o cacau seco ou molhado; Varejo Rural Local: pequenos atravessadores ou representantes de atacadistas estaduais que compram cacau seco ou molhado dos produtores locais e realizam o beneficiamento primário da amêndoa (fermentação e a secagem natural do fruto); Atacado Local: comerciantes (atacadistas ou representantes de empresas de transformação nacional ou multinacional) que transacionam grandes quantidades de cacau seco e também, na maioria das vezes, realizam o beneficiamento primário da amêndoa (fermentação e a secagem natural do fruto) com o objetivo de armazenar o produto com qualidade; Atacado Estadual: atacadistas que transacionam volumosas quantidades de cacau seco por meio de contratos com as maiores processadoras de cacau do Brasil, ou seja, do setor da indústria de transformação (multi) nacional; Indústria de Transformação Nacional: são grandes empresas nacionais e multinacionais que se dedicam na moagem da amêndoa extraindo a manteiga de cacau, líquor 5, torta e o pó de cacau, para depois serem vendidos para as indústrias chocolateiras, que os transformam junto com outros ingredientes (principalmente açúcar e leite em pó) em chocolate; Varejo Urbano Nacional: instância de comércio de varejo situada fora do Estado que vende para o consumidor nacional. 5 O líquor de cacau é uma pasta grossa e viscosa, marrom-escura, quando se prensa obtém a manteiga e o pó de cacau (A NOTICIA, 2008). As porcentagens do chocolate dizem respeito à quantidade de líquor. 56

63 b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do cacau Nos dez municípios foram entrevistados 27 agentes mercantis que atuam, em média, há 20 anos no ramo (variação de 5 a 66 anos), sendo que 26% deles atuam somente com cacau, 52% com cacau e açaí fruto e os demais trabalham com outros produtos (castanha, palmito, buriti, uxi, cupuaçu, andiroba, copaíba, artesanato e mel). Na descrição da capacidade instalada dos agentes mercantis entrevistados da região identificou-se que 44% possuem local para armazenagem com capacidade média de 78m 2 (variação de 9 a 300 m 2 ); 52% possuem transporte (57% barco com capacidade de 1 a 3 toneladas, 14% canoa, 14% caminhão, 7% bicicleta e 7% trator); e uma balança. A mão de obra predomina a familiar em 70% dos entrevistados, com equipe até 5 pessoas; 3% deles possuem de 6 a 10 pessoas e 27% não informaram. Dos agentes entrevistados oito pagam diária no valor de R$15,00 a R$20,00; sete referem-se à renda familiar e somente um paga salário. Em relação ao período de trabalho 63% atuam somente na safra, 18% trabalham o ano todo e os demais não informaram. Os problemas identificados foram baixa capacidade de armazenagem e de transporte, perda de peso do produto, ataque de broca se o produto não estiver seco, falta capital de giro, falta de investimentos para melhorar a produção e aquisição de equipamentos, falta de energia para armazenagem e assistência técnica para o manejo. A cadeia de comercialização do cacau consiste em canais simples apresentando gargalo no nó do atacado estadual (Figura 14). Existem apenas três tipos de intermediários que participam do escoamento da produção desde o produtor até o consumo final, são eles: o varejo rural, o atacado local e o atacado estadual. Os atacadistas locais compram 32% dos produtores e 57% do varejo rural e vendem 39% das amêndoas secas para os atacadistas estaduais e 51% diretamente para a indústria de transformação no âmbito nacional. O varejo rural (atravessadores) compra 67% do total da produção identificada, sendo 57% vendidos para os atacadistas locais e 10% para os atacadistas estaduais (Figura 14). O setor atacadista estadual é caracterizado por grandes atravessadores localizados na cidade de Santa Izabel e região metropolitana de Belém, que constituem o elo principal entre os intermediários locais e as indústrias de transformação nacionais, por meio de acordos ou contratos de suprimento da matéria prima cacau, sendo caracterizado 57

64 por mercado dito oligopolista, aquele que determina os preços. Com isso, eles interagem com os setores locais para reunir quantidades suficientes para atender as maiores indústrias moageiras 6. Desta forma, a estrutura da cadeia de comercialização do cacau do Estado do Pará não apresenta agroindústria para verticalizar a amêndoa dos dez municípios estudados, toda safra atende o mercado nacional, mais precisamente da Bahia e de São Paulo. Figura 14. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do cacau identificado em dez municípios da Região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do cacau (2008) Como o cacau é uma commodity tais preços são determinados pelo movimento das duas principais bolsas internacionais (Nova York e Londres), apresentando assim um alto índice de instabilidade, como pode ser observado na flutuação do preço, ao longo de 2008, no mercado internacional (Figura 15). Neste contexto, os preços médios praticados pelos principais intermediários que são os atacadistas locais e os estaduais são vantajosos nos acordos de compra e venda do cacau. 6 As principais empresas moageiras que compram o cacau dos dez municípios são a Cargill, ADM Cocoa (Archer Daniels Midland Company (Joanes), Barry Callebut, Nestlé e a Indústria e Comércio de cacau Ltda. (Indeca). 58

65 Figura 15. Variação de preço do cacau no mercado internacional, com base na Bolsa de Nova York, Fonte: Bolsa de New York, Os preços médios de compra de insumo (cacau) praticados pelos atacadistas locais com os produtores e com os atravessadores (varejistas rurais) são R$3,80/kg e R$5,53/kg respectivamente (Figura 16). Por outro lado, os preços de venda praticados pelos atacadistas locais são: R$4,05/kg com os atacadistas estaduais e com as indústrias de transformação nacional a R$6,39/kg. Em relação aos atacadistas estaduais praticam tipos de preço de compra de insumo conforme os custos de transporte do produto, pois a maior dificuldade é o escoamento da produção do campo até o armazém estadual. O preço de compra praticado por esse agente com os produtores locais é em média R$3,64/kg, com os varejistas rurais é R$4,12/kg, com os atacadistas locais é R$4,05/kg e com outros agentes do mesmo setor chega a R$4,98/kg. Em relação ao preço de venda praticado por eles para as indústrias de transformação nacional é R$5,50/kg. 59

66 Figura 16. Preço médio do cacau (R$ correntes/kg de amêndoas secas) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. O processo de beneficiamento primário do cacau visa obter um produto final constituído de amêndoas fermentadas e secas com o mínimo possível de umidade. Assim, o preço de compra do cacau molhado (sem o beneficiamento primário) varia entre R$0,70/kg a R$1,00/kg e o preço de compra do cacau seco é R$4,00/kg. O rendimento de 100 kg do cacau molhado é de 40 kg de cacau seco (dados obtidos em campo). d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do cacau Com base nos resultados obtidos na seção anterior pode-se então discutir a formação dos preços do cacau na cadeia de comercialização da região estudada, que possuem pouca variação ao longo do principal canal de comercialização (Figura 17). Os atacadistas locais compram ao preço de 0,83 vezes do que o preço pago ao produtor, revendem a 0,89 vezes para o atacado estadual, que revende com valor 1,21 vezes maior para a indústria de transformação nacional, que vende ao varejo urbano nacional a 2,3 vezes mais, ficando ao consumidor final um preço 3,4 vezes maior que o praticado pelo produtor local de cacau da região tocantina. Cabe observar que existem grandes distorções no sistema de comercialização de cacau na região, a participação do produtor é relativamente baixa devido ao envolvimento 60

67 significativo dos intermediários locais e estaduais neste processo, o que ocasiona o lucro baixo para os produtores. Figura 17. Formação de preço do cacau ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização do cacau O Valor Bruto da Produção (VBP α ) dos produtores identificados nos dez municípios atingiu um patamar de R$8,4 milhões, enquanto que o VBP de todos os setores chega a R$76,7 milhões (Figura 18). Os setores que mais ofertam no âmbito local são o atacado com R$8,8 milhões e o varejo rural (atravessadores) com R$6,6 milhões. No âmbito estadual somente o atacadista com R$5,4 milhões. No nacional o VBP dos dois setores foram estimados, pois não foram entrevistados. No entanto, a presença da indústria de transformação (indústrias moageiras) apresentou um VBP estimado na ordem de R$19,3 milhões e o varejo urbano em R$28,2 milhões. 61

68 Figura 18. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do cacau, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do cacau e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Na cadeia de comercialização do cacau foi agregado ao produto um valor de R$28,2 milhões, subtraindo o VAB total (R$21 milhões) do VBP da produção local (R$8,4 milhões) e dividindo o resultado pelo VBP da produção local, obtêm-se uma margem de agregação ou mark-up total de 237%. Do montante o sistema local foi responsável por R$9,2 milhões no qual o produtor consegue agregar valor (R$8,4 milhões) com a comercialização da amêndoa seca valorizando o produto em relação ao preço de venda (Figura 19). Isto é, o produtor realiza na maioria das vezes o processo de beneficiamento composto por etapas básicas como: colheita, quebra do fruto, fermentação e a secagem da amêndoa do cacau. Ainda localmente destacam-se o atacadista e o varejista rural que agregam somente R$774,9 mil e R$490,2 mil respectivamente. 62

69 Figura 19. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do cacau, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). No âmbito estadual o setor do atacado agrega R$1,3 milhões com mark-up de 32% (Figuras 19 e 20). A justificativa é a pequena margem de comercialização dos agentes estaduais devido a dependência do mercado internacional e a venda do produto com baixa agregação de valor, ou seja, o cacau é vendido em forma de amêndoas secas. Por outro lado, a indústria de transformação nacional agrega cerca de R$8,4 milhões o que justifica o markup de 77%. Figura 20. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg in natura, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do cacau, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). 63

70 g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do cacau Do somatório dos setores que compram e que também adicionam valor ao produto foram movimentados no total R$76,7 milhões que equivalem à renda bruta gerada na comercialização do cacau, sendo o mercado (inter-)nacional responsável por 62%, o local por 31% e o estadual por 7% (Figura 21). O setor que mais comprou cacau da região do Tocantins e adicionou valor ao produto foi o varejo urbano nacional com a renda bruta total do setor no montante de R$28,2 milhões, sendo que R$19,3 milhões referem-se ao valor pago pela compra dos insumos (cacau) e R$8,8 milhões foram adicionados ao produto. Vale lembrar que estes valores são estimados para o varejo urbano nacional, pois a pesquisa concentra esforços nas analises regionais. Outro setor importante foi a indústria de transformação nacional com renda bruta total de R$19,3 milhões, sendo R$10,9 milhões para a compra de insumos (pois os valores foram obtidos pela presente pesquisa junto ao setor) e R$8,4 milhões o valor adicionado (estimado) ao produto. Na região do Tocantins o atacado local gerou a renda bruta total do setor de R$8,8 milhões, pois comprou em insumos R$8,1 milhões e agregou muito pouco valor ao produto na ordem de R$775 mil (Figura 21). Assim como o setor do varejo rural local que gerou renda bruta no valor de R$6,5 milhões, com compra de cacau na ordem de R$6,1 milhões e adicionou apenas R$490 mil. A renda bruta do setor da produção local equivale ao valor adicionado que foi de R$8,4 milhões, valor este considerado alto pois, na maioria das vezes, vende o produto já beneficiado (amêndoas secas) para atender o mercado estadual e nacional. Na esfera estadual o atacado comprou cacau no valor de R$4,1 milhões, adicionou apenas R$1,3 milhões e alcançou uma renda bruta total no valor de R$5,4 milhões. Este setor na realidade agrega pouco valor ao produto, porém compensa pelo grande volume transacionado por meio de contratos com as indústrias moageiras. 64

71 Figura 21. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do cacau considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). O que se percebe na cadeia do cacau, dos dez municípios, é que no âmbito estadual e local a comercialização tem baixa geração de renda, devido à concentração do mercado atacadista (oligopolizado), que controla a demanda por insumos do mercado local e, por conseqüência, o preço de compra, que é determinado pelo mercado internacional, unido à falta da verticalização da cadeia do cacau no estado. h) Informações complementares sobre a comercialização de cacau De acordo com o técnico da CEPLAC, em Cametá existem seis mil hectares de cacau nativo espalhados pelas ilhas de várzea, com destaque para as Ilhas Mendaruçú, Mutuacá e Tamanduazinho. O município já foi o maior produtor do estado. A produção de cacau recebe destaque no município de Baião, principalmente devido ao declínio das plantações de pimenta. O processo de substituição da pimenta por plantios de cacau ocorreu de forma progressiva e com grande aceitação no mercado local. O fruto vem sendo cultivado principalmente por comunidades ribeirinhas e comercializado na sede de Baião e em Cametá. Atualmente os plantios de cacau em Mocajuba vêm se destacando como um mercado em ascensão, substituindo gradativamente os plantios de pimenta, que sofreram problemas patológicos, falta de assistência técnica e queda na economia desse produto. 65

72 A Secretaria Municipal de Agricultura de Mocajuba possui projetos de manejo do cacau, que elevaram a produção em 2008, assim como projetos de diversificação de cultura, com objetivo de substituir a pimenta pelo cacau de forma gradativa. Existem cerca de 90 produtores cadastrados. Mocajuba possui relativa produção de cacau que é, geralmente, escoada diretamente para outros estados da federação como São Paulo e Bahia. Segundo informação de agentes mercantis locais, esse comércio geralmente é firmado por meio de contrato entre a empresa de exportação e o agente mercantil local, com um alto grau de confiança, pois a empresa chega a fazer adiantamentos ao agente mercantil local para adquirir o produto, denominado pagamento em folha, que consiste em tipo de negociação onde o agente mercantil compra o produto que ainda está sendo cultivado. Segundo o secretario municipal de agricultura o cacau é considerado a segunda cultura mais plantada no município, ficando apenas atrás da pimenta. O Banco do Brasil e o Banco da Amazônia financiaram 87 projetos entre os anos de 2005 a A cacauicultura poderia ser mais explorada dentro do município de Mocajuba, mas a reduzida assistência técnica inibe a atividade, pois a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira - Ceplac, atualmente dispõe de apenas uma técnica para atender toda a demanda do município. A Emater de Oeiras do Pará está incentivando os produtores a plantarem cacau visando melhorar a renda das famílias. A maioria do cacau de Limoeiro do Ajuru é nativo das ilhas. Atualmente os produtores estão plantando cacau para repor os pés que morreram. A produção de cacau (sementes secas e molhadas) é vendida para atravessadores que comercializam em Cametá e outros municípios. Na ilha de Saracá foram entrevistados diversos produtores e atravessadores de açaí e cacau. Em Moju existem 10 projetos de cacau como unidades demonstrativas de sistemas agroflorestais, de preparo da área e produção de mudas 66

73 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO PALMITO O palmito é o gomo terminal do caule das palmeiras, longo, de consistência tenra e cor esbranquiçada, comestível em várias espécies, especialmente a juçara e o açaí (HOUAISS, 2001). Na região de estudo o palmito é extraído do açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.). a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do palmito Nos dez municípios foram entrevistados 19 agentes mercantis que atuam, em média, há 16 anos no ramo do palmito (variação de tempo 1 a 36 anos), sendo que 58% deles atuam somente com palmito e os demais trabalham com outros produtos como açaí fruto, cacau, buriti, taperebá e andiroba. Na descrição da capacidade instalada dos agentes mercantis entrevistados da região identificou-se que 47% possuem local para armazenagem do produto com capacidade média de 64m 2, excluindo duas empresas que possuem armazéns bem maiores com 1.800m 2 e m 2 ; 68% possuem meio de transporte (93% barco com capacidade entre 2 a 15 toneladas e 7% caminhão) e; 63% possuem maquinário (esteira, estufa, caldeira, codificador, recravadeira, rotulador, datador, motosserra). A mão de obra com equipe até 5 pessoas ocorre em 53% dos agentes entrevistados, 16% com 6 a 10 pessoas, 21% com mais de 10 pessoas e os demais não informaram. Em relação ao período de trabalho 68% atuam o ano todo, 16% somente na safra e os demais não informaram. Os problemas identificados foram baixa capacidade de armazenagem na safra; necessidade de ampliar capacidade de transporte, falta fiscalização nas fabriquetas ilegais; treinamento, qualificação e capacitação para o manejo dos açaizais. Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização do palmito na região do Tocantins (Figura 22) apresentam as seguintes características: Produção local: são extratores de palmito em áreas de açaizais nativos ou manejados; 67

74 Varejo rural local: são pequenos comerciantes que compram o palmito, conhecido regionalmente como cabeça, da produção local e são denominados como atravessadores; Indústria de beneficiamento local: são empresas que realizam o processamento industrial do palmito na forma em conserva. Neste setor existem dois tipos de estruturas de empresas processadoras na região, as denominadas fabriquetas operadas por moradores locais e situadas às margens dos rios dos dez municípios estudados, que operam como produtoras exclusivas terceirizadas para empresas que fornecem o capital de giro, os produtos químicos para conservação (ácido cítrico) e os potes (vidros e latas) para embalagem. O outro tipo são as agroindústrias, normalmente Filiais situadas nas áreas urbanas da região do Tocantins que também operam com o capital de giro de empresas exportadoras e distribuidoras, que são as Matrizes (que possuem diversas marcas) localizadas no Estado do Pará ou fora dele; Indústria de Beneficiamento Estadual: são agroindústrias que realizam o processamento industrial do palmito na forma em conserva. Comercializam com diversas marcas tanto no mercado externo como no mercado interno onde contam com uma rede de representantes em vários pontos do país; Varejo Urbano Estadual: podem ser atravessadores de palmito in natura (cabeças) que vendem para indústrias de beneficiamento estadual ou comerciantes (supermercados) que vendem o palmito em conserva diretamente para consumidores estaduais; Atacado Nacional: são comerciantes que transacionam volumosas quantidades de palmito em conserva; Varejo Urbano Nacional: instância de comércio de varejo situada fora do Estado que transaciona o palmito em conserva para o consumidor nacional. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do palmito A cadeia de comercialização do palmito identificada na presente pesquisa é constituída por vários níveis de canais de distribuição. Do total da produção da região identificada 84% são vendidos diretamente para o setor de indústria de beneficiamento 68

75 local que por sua vez vende em torno de 56% para o setor do varejo urbano nacional, 34% para o setor atacadista nacional (Empresas Matriz) e 9% para o setor de beneficiamento estadual, que constituem no repasse da produção das empresas filias para suas matrizes localizadas fora da região (Figura 22). Do total da produção local 15% do palmito in natura é adquirido como insumo pelos atravessadores locais (varejo rural) que revendem quase tudo para as fabriquetas (Indústria de Beneficiamento local). Nas fabriquetas, após o processamento do palmito, as latas e vidros são embalados em caixas e enviados de barco a uma empresa de distribuição em Belém. A rotulagem acontece na fabrica matriz, com vários rótulos representando diversas marcas. Percebe-se claramente que o palmito da região do Tocantins vai quase todo para o mercado nacional. As populações ribeirinhas não têm hábito e nem tradição de comer palmito. Muito pouco fica na esfera estadual (0,2%). Figura 22. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do palmito identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do palmito (2008) A produção local vende a R$1,49/kg para a indústria de beneficiamento local, a R$2,63 para a indústria de beneficiamento estadual, a R$2,70 para varejo rural e a R$2,99 para o varejo urbano estadual (Figura 23). O setor da indústria de beneficiamento local do 69

76 palmito compra ao preço de R$1,49 da produção, a R$3,11 do varejo rural e a R$6,05 de outras indústrias de beneficiamento do setor local e, por sua vez vende a R$6,70 para indústria beneficiamento estadual, a R$3,90 para o atacado nacional e a R$7,58 para o varejo urbano nacional. Estas indústrias de beneficiamento estadual vendem a R$7,56 para o varejo urbano estadual e a R$16,54 para o varejo urbano nacional. A transação comercial que obtém maior diferença entre o preço de compra com o preço de venda foi o do atacado nacional que compra palmito já envasado da indústria de beneficiamento do Tocantins ao preço de R$3,90 e vende a R$25,08 para o varejo urbano nacional. Figura 24. Preço médio de palmito (R$ correntes/kg in natura), praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do palmito No principal canal de comercialização do palmito o setor da indústria de beneficiamento local compra da produção local o palmito in natura ao preço médio equivalente a 0,88, ou seja, 12% abaixo do valor pago ao produtor, e vende para o atacado nacional ao preço 2,3 vezes maior e ao varejo urbano nacional a 4,5 vezes maior em relação ao preço da produção local (Figura 24). O atacado nacional por sua vez vende para o varejo urbano nacional a 14,8 vezes maior. 70

77 Figura 24. Formação de preço do palmito ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização do palmito O Valor Bruto da Produção (VBP α ) dos extratores de palmito (produção local) identificado nos dez municípios atingiu um patamar de R$221,4 mil, da indústria de beneficiamento local foi de R$805,8 mil e do varejo rural local de R$62,6 mil, enquanto que o VBP de todos os setores que ofertam na cadeia do palmito foi de R$5 milhões (Figura 25). Em relação aos R$235,1 mil gerados na venda do palmito no Estado do Pará (5% do total gerado) os setores que se destacaram foram a indústria de beneficiamento estadual cujo valor foi na ordem de R$235,1 mil e o setor do varejo urbano estadual com apenas R$9,1 mil. No mercado nacional foram gerados R$3,7 milhões na venda do palmito fora do estado, representando 74% do total gerado, sendo que o varejo urbano nacional foi o principal setor responsável pelas vendas com R$2,6 milhões e o atacado nacional com R$1,1 milhões, sendo estes valores estimados, pois a pesquisa não entrevistou tais setores. 71

78 Figura 25. Valor Bruto da Produção (VBP α ) gerado na comercialização do palmito, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do Palmito e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Ao longo da cadeia de comercialização do palmito foi agregado valor total de R$2,6 milhões (Figura 26), que significa uma margem de agregação ou mark-up total de 1.093%, subtraindo o VAB total (R$16,8 milhões) do VBP da produção local (R$221,4 mil) e dividindo o resultado pelo VBP da produção local. Do total do Valor Adicionado Bruto o sistema local foi responsável por R$810,9 mil, sendo o setor com maior participação a indústria de beneficiamento local com R$581,5 mil, a produção local com um valor de R$221,4 mil, pois o extrator realiza o primeiro processamento do palmito, com o corte e retirada das bainhas, e o setor varejista rural com apenas R$8 mil (Figura 26). O setor da indústria de beneficiamento estadual teve maior participação no âmbito estadual com R$142,3 mil somente, pois a agregação deste setor é realizada pelas filiais localizadas nos dez municípios. O setor que mais demandou palmito da região do Tocantins e adicionou valor ao produto foi o atacado nacional com R$940 mil e o varejo urbano nacional com R$743 mil, ressaltando que estes valores são estimados por fontes secundárias e também por entrevistas realizadas pela equipe no âmbito estadual. 72

79 O setor com a maior margem de agregação na comercialização foi a indústria de beneficiamento local com 259% (Figura 27), justificado pelo poder de mercado que este setor detém na compra de insumo (palmito in natura). Em segundo a indústria de beneficiamento estadual com 170%, devido à compra de produtos acabados de suas filiais ou de fabriquetas e também pelo preço baixo de compra de insumos dos atravessadores. Figura 26. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do palmito, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). Figura 27. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg in natura) e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do palmito, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). 73

80 g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do palmito A comercialização do palmito gerou uma Renda Bruta Total de R$5,1 milhões, dos quais 21% desse valor foram movimentados nos dez municípios estudados, apenas 5% na esfera estadual e 74% no âmbito nacional (Figura 28). Na região pesquisada o setor da indústria de beneficiamento local gerou a maior renda bruta na ordem de R$805,8 mil, pois comprou de insumos cerca de R$224,4 mil e agregou valor na ordem de R$581,5 mil. O varejo rural local foi responsável pela renda bruta total de R$62,6 mil, pois comprou de insumo o palmito in natura por R$54,6 mil e adicionou o montante de R$8 mil. Na esfera estadual o setor da indústria de beneficiamento atingiu uma renda bruta total no valor de R$225,9 mil, dos quais R$83,6 mil equivalem à compra dos insumos (palmito in natura) e R$142,3 mil ao valor adicionado na comercialização do palmito envasado Os setores que mais ofertam no âmbito local são o atacado com R$8,8 milhões e o varejo rural (atravessadores) com R$6,6 milhões (Figura 28). No âmbito estadual somente o atacadista com R$5,4 milhões. No nacional o VBP dos dois setores foram estimados, pois não foram entrevistados. No entanto, a presença da indústria de transformação (indústrias moageiras) apresentou um VBP estimado na ordem de R$19,3 milhões e o varejo urbano em R$28,2 milhões. A renda nacionalmente gerada foi estimada. Figura 28. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do palmito considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). 74

81 h) Informações complementares sobre a comercialização de palmito Diversas fábricas de palmito de açaí em Cametá já foram fechadas por causa de exploração sem plano de manejo. Em Abaetetuba na entressafra do açaí fruto é feito o manejo dos açaizais, com a retirada dos estipes mais velhos e o aproveitamento para a extração do palmito (parte terminal). O município de Oeiras do Pará possui uma fábrica de palmito, que há pouco tempo foi regularizada e manda a produção para Belém. Existe uma fabriqueta de palmito irregular que esta concorrendo com a empresa citada. Há em Limoeiro do Ajuru uma fábrica de beneficiamento de palmito 7 que funciona há 15 anos. A fábrica de palmito gera trabalho e renda aos moradores, contudo não há uma fiscalização dos órgãos competentes no que diz respeito à origem e a qualidade do produto. Essa fábrica compra palmito dos produtores locais. A fábrica beneficia o palmito, embala e manda para Belém no barco que faz transporte de passageiros. Em Belém os potes e latas são rotulados e vendidos para vários estados. O palmito surgiu na década de 70 em Igarapé Miri, quando o potencial era a cana-de-açucar 8 e o arroz. Na entressafra do açaí em Igarapé Miri a coleta dos frutos é feita de maneira racional unida ao manejo para extração do palmito. Existe uma fábrica de palmito de grande porte, na Vila Maiauatá, com mercado certo, que gera emprego a algumas pessoas e compra palmito das fabriquetas localizadas dentro das ilhas, gerando renda às famílias. De acordo com o gerente de produção de uma fábrica de palmito de Igarapé Miri, eles se preocupam com as fabriquetas ilegais que prejudicam o mercado do palmito, pois não há órgão fiscalizando a extração de palmito ilegal. No caso da fábrica a fiscalização ocorre anualmente ou é feita de surpresa. Algumas famílias que trabalham na produção manual do palmito desejam entrar na legalidade, mas dizem que é muita burocracia, que não tem financiamento e nem assistência. O palmito anteriormente era extraído de forma predatória, no entanto, nos últimos anos, os produtores têm procurado trabalhar de forma manejada, retirando o palmito de plantas oriundas do desbaste praticado 7 Indústria e Comércio de Conservas J.P.S. Gonçalves, cujo proprietário mora em Belém, que possui a empresa chamada Maiauatá. 8 Existiam cerca de 10 alambiques na Vila Correia. 75

82 para o aumento do fruto de açaí (manejo dos açaizais). Segundo produtores da região, o controle de qualidade e a fiscalização nas fabriquetas são os gargalos na produção de palmito CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DE CARVÃO a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização de Carvão Nos dez municípios foram entrevistados 36 agentes mercantis que atuam, em média, há 8 anos no ramo (variação de tempo de atividade no ramo de 1 a 22 anos), sendo que 83% deles atuam somente com carvão, 11% com açaí fruto e 6% com outros produtos (artesanato e breu branco). Na descrição da capacidade instalada dos agentes mercantis entrevistados da região identificou-se que apenas 36% possuem local para armazenagem com capacidade média de 39m 2 (variação de 4 a 250 m 2 ); 16% possuem transporte (3 canoas, 2 barcos, 1 bicicleta e 1 trator). A mão de obra predomina a familiar em 42% dos entrevistados com 1 a 5 pessoas, 11% deles pagam diária ou salário também com 1 a 5 pessoas e 47% não informaram. Os problemas identificados foram baixa capacidade de armazenagem, falta capital de giro, falta de investimentos para melhorar a produção, aquisição de equipamentos e de transporte e dificuldade de legalizar a origem da madeira. Os agentes mercantis do carvão (Figura 29) identificados na região apresentam as seguintes características: Produção Local: grandes e pequenos produtores de carvão vegetal espalhados nos dez municípios; Varejo Rural Local: comerciantes (ou atravessadores) ou representantes de empresas que comercializam o carvão; Varejo Urbano Local: setor de comércio varejista (feirantes e supermercados) situado no âmbito estadual que comercializa o carvão para consumo local; Atacado Estadual: são comerciantes que comercializam diretamente o carvão com o setor siderúrgico estadual; 76

83 Consumidor Final Estadual: são empresas produtoras de ferro gusa que necessitam comprar uma grande quantidade de carvão vegetal utilizado como insumo energético e como componente do processo de produção do ferro gusa. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) de Carvão Os canais de comercialização do carvão identificados nos dez municípios se caracterizam por canais simples, que apresentam apenas três setores intermediários que são o varejo rural, o varejo urbano local e o atacado estadual que comercializam diretamente com os consumidores locais e estaduais, neste caso as guseiras (Figura 29). Os varejistas rurais compram 37% da produção identificada nos dez municípios, sendo 7% vendidos para os consumidores locais e 30% para os atacadistas estaduais. O varejo urbano local compra da produção identificada 19% diretamente dos produtores e vende somente para os consumidores locais. No sistema estadual o atacadista compra 31% diretamente do produtor e 30% dos varejistas rurais, e vende o total de 61% diretamente para o consumidor estadual, que neste caso são as guseiras localizadas no município de Marabá. Figura 29. Estrutura (%) da quantidade em termos percentuais (%), da comercialização de Carvão identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual. 77

84 c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia de Carvão (2008) O preço médio de venda praticado pelos produtores de carvão dos municípios estudados varia conforme a finalidade da utilização do carvão, ou seja, se for utilizado como bem de consumo (ou bem final) ou como insumo (bem intermediário). Assim, o preço adotado pelo carvoeiro quando vende diretamente para o consumidor local é R$9,04/kg, com o varejo urbano local R$6,22/kg, com o varejista rural R$2,51/kg e com os atacadistas estaduais R$ 1,83/kg (Figura 30). Figura 30. Preço médio de carvão (R$ correntes/kg) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização de Carvão A formação do preço do carvão do produtor local até os consumidores locais e estaduais passando pelos intermediários apresenta grandes variações, entre 0,48 vezes abaixo do valor médio até 2,35 vezes acima (Figura 31). O preço de venda praticado pelo varejista rural para o consumidor local é equivalente a 2,59 vezes o preço médio recebido pelos produtores, e deste para o atacadista estadual e 0,68 vezes a menos. O atacadista 78

85 estadual vende direto para os consumidos estaduais (guseiras) ao preço 1,17 vezes maior do que o preço médio recebido pelos produtores. Figura 31. Formação de preço do carvão ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. e) Valor Bruto da Produção, pela ótica da oferta, na comercialização de Carvão Somando todos os valores recebidos pela venda do carvão pelos carvoeiros da região do Tocantins, ou seja, o Valor Bruto de Produção local (VBP α ) foi de R$859,6 mil e do varejo rural local (os atravessadores de carvão) de R$330,2 mil, gerando no total R$1,5 milhões nas vendas do carvão na região do Tocantins que representa 71% do total gerado, sob a ótica da oferta (Figura 32). No Estado do Pará foi gerado pela oferta do carvão R$617,2 mil, correspondente a 29% do total gerado, devido a concentração de um único setor intermediando o carvão, o atacadista estadual com contrato com as guseiras. 79

86 Figura 32. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do carvão, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização de Carvão e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Ao longo da cadeia de comercialização do carvão da produção local do Tocantins até a demanda final estadual, o valor de R$1,3 milhões foi adicionado (VAB) ao produto (Figura 33), subtraindo o VAB total (R$1,3 milhões) do VBP da produção local (R$859,7 mil) e dividindo o resultado pelo VBP da produção local obtemos o mark-up total de 60%. Do total do valor adicionado dos dez municípios, o setor com maior participação no âmbito local foi o produtor local, com o maior valor agregado da cadeia na ordem de R$859,7 mil (Figura 33). Esse valor é resultado da utilização de matéria prima barata (muitas vezes a lenha é retirada diretamente da floresta local, ou das áreas de roçado) para a produção do carvão. O varejo urbano contribui com R$64,9 mil, pois consegue adicionar valor somente com o fracionamento da saca de carvão de 15Kg em sete unidades de sacolas. Em relação ao sistema estadual somente o atacadista participa da agregação do VAB total com R$315,1 mil, pois possuem contratos de fornecimento de insumos para diversas indústrias guseiras, obtendo o mark-up maior da cadeia com 104% (Figura 34). 80

87 Figura 33. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização de carvão, em 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. Figura 34. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização de carvão, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização de Carvão A Renda Bruta Total (RBT) identificada na comercialização do carvão vegetal foi de R$2,1 milhões. O mercado estadual foi responsável por 29% dessa renda bruta total e o local com 71% (Figura 35). Na região estudada o setor carvoeiro gerou a maior renda bruta 81

88 na ordem de R$1,5 milhões, os atravessadores (varejo rural local) foram responsáveis pela renda de R$330,1 mil, pois compraram os seus insumos por R$206,6 mil e adicionaram R$123,5 mil, e os varejistas urbanos geraram R$324,5 mil, sendo R$259,6 mil na compra de carvão em saca de 15 Kg e R$65 mil foram adicionados quando comercializam fracionados em sacolas de mais ou menos 1,5 Kg de carvão. O setor responsável pela compra de carvão da região do Tocantins foi o atacadista estadual no valor de R$302,1 mil que adicionou R$315,1 mil, gerando para o sistema estadual uma Renda Bruta total equivalente a R$617,1 mil. Figura 35. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do carvão considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). h) Informações complementares sobre a comercialização de carvão O carvão comercializado em Cametá é oriundo das ilhas, extraído da mata, das roças, e outros locais, e é levado até a feira pelos próprios ribeirinhos. Geralmente acontece a troca de serviço, pois o dono da área quer seu roçado limpo para o plantio e os carvoeiros entram com a limpeza do terreno para a produção do carvão. O carvão usado no município de Abaetetuba é oriundo das derrubadas feitas em áreas para o plantio de culturas anuais. 82

89 A produção de carvão no município de Baião é pequena, basicamente para subsistência e pouca comercialização, somente para atender demanda interna. Geralmente o carvão é oriundo de refugos de roças. O município de Moju é um grande produtor e exportador de carvão. A equipe visitou produtores de carvão no assentamento Calmaria II, localizado entre os municípios de Moju, Tailândia e Acará, formado por diversas comunidades (Vila Israel II, Monte Sinai, Continente, Moraes, Limoeiro, Vicinal 8, Água Preta e Filadélfia), com 17 a 20 anos de criação, mas ainda não possuem título. Produzem grandes volumes de carvão, cuja madeira é oriunda da mata. Existem cinco atravessadores de carvão no Assentamento. Diariamente saem pelo menos 15 caminhões de carvão direto para o pólo siderúrgico de Marabá. Alguns moradores já se preocupam com a falta da matéria-prima ( a madeira ta ficando cada vez mais longe ) e demonstram interesse em plantios florestais com fins energéticos. Existem cerca de 350 famílias morando no Assentamento e a maioria possui 1 a 2 fornos produzindo carvão 2 vezes por mês. Esse problema deve ser atacado com rapidez, pois as reservas de florestas estão se esgotando naquela região. O primeiro contato com os atravessadores de carvão para as siderúrgicas foi há 5 anos atrás. Em agosto de 2008 o preço de 60 m 3 do carvão, em Moju, estava entre 4 a 5 mil reais a carrada ou caminhão gaiola e, em novembro 2008, baixou para 1,6 a 2 mil reais. Esta redução do preço foi devido à crise dos EUA, que reduziu as importações de ferro. Os principais compradores de carvão são as guseiras de Marabá. Na época desta entrevista (Nov/2008) existiam em Calmaria aproximadamente 400 fornos, com 15 caminhões pegando carvão diariamente. Um forno produz em média 12 a 14 m 3. Para produção de carvão são necessários 6 dias, sendo 3 dias para carbonizar e mais 3 para esfriar. Pessoas do município vizinho de Tailândia vieram ensinar a fazer carvão, usando tijolo e o barro para construir os fornos que vem de Igarapé Miri e São Miguel do Guamá. O milheiro de tijolo custa R$ 260,00 e um forno na época custava, em média, um mil reais.o custo da mão-de-obra para construção do forno varia de 200 a 300 reais, que mede entre 3,80 e 5 metros de diâmetro. A maioria dos atuais caminhoneiros de carvão que circulam por Moju já foram boiadeiros, mudaram de ramo devido ao alto lucro. O caminhoneiro paga R$210,00 para carregar o caminhão durante 3 horas. 83

90 Na Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Moju existem projetos de liberação de carvoejamento para áreas de plantio, e 300 famílias estão licenciadas com 3 a 4 fornos CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO CUPUAÇU a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do cupuaçu Nos dez municípios foram entrevistados 19 agentes mercantis que atuam, em média, há 12 anos no ramo (variação de tempo de atividade no ramo de 2 a 30 anos), sendo que 37% deles atuam somente com cupuaçu e 63% com outros produtos como açaí fruto, bacaba, bacuri, taperebá, mel, cacau e muruci. Nenhum possui local para armazenagem, 21% possuem transporte (4 bicicletas e 1 moto); e 37% possuem alguns equipamentos (6 freezers, 2 despolpadeiras de açaí e 2 seladores). A mão de obra predomina a familiar em 90% dos entrevistados, com equipe média de 3 pessoas; 5% deles paga diária no valor de R$20,00 e 5% paga salário. Em relação ao período de trabalho 42% trabalham o ano todo, 26% somente na safra, e os demais não informaram. Os problemas identificados foram baixa capacidade de armazenagem, falta de investimentos para aquisição de equipamentos para despolpar, queda de energia para conservar produto, falta capital de giro e assistência técnica para o manejo. Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização do cupuaçu (Figura 36) se comportam de forma semelhante nos municípios estudados, considerando a abrangência para nível local (os dez municípios), estadual e nacional (ou fora do Estado). Produção Local: composta por agentes responsáveis pela oferta do produto in natura, que são provenientes de cultivos ou de ocorrência natural. Em alguns casos os produtores realizam beneficiamento primário (despolpamento dos frutos feito com tesoura) para obtenção de melhor preço de venda; 84

91 Varejo Rural Local: também conhecido como Atravessadores, que são pequenos comerciantes que compram o cupuaçu in natura ou polpa dos produtores. A maioria deles faz o despolpamento e vende para diferentes agentes; Indústria de Beneficiamento Local: comerciantes que fazem o beneficiamento primário, com mão-de-obra familiar. Utilizam embalagens plásticas mais resistentes, pequenas seladoras e freezer para congelamento e armazenamento na entressafra; Indústria de Transformação Local: agroindústrias que realizam a primeira agregação de valor ao cupuaçu in natura e, a partir deste ponto, é transformado em outros produtos finais como xaropes, geléias, doces entre outros; Varejo Urbano Local: são pequenos comerciantes que transacionam o fruto in natura ou na forma de polpa e vendem para o consumidor final local; Indústria de Beneficiamento Estadual: agroindústrias localizadas no âmbito estadual que realizam a primeira agregação de valor ao cupuaçu in natura, ou seja, fazem a produção de polpa e vendem diretamente para o consumidor final estadual; Indústria de Transformação Estadual: unidades de transformação da produção composta por lanchonetes e restaurantes que adquirem polpa de cupuaçu e as transformam em diferentes produtos finais como sucos, vitaminas, sorvetes entre outros; Atacado Estadual: existem dois tipos de agentes neste setor, o composto por atravessadores que comercializam polpa do fruto para o consumo estadual e o agente constituído pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), que atua no Programa de Aquisição de Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), que compra a polpa e xarope que são repassados para merenda escolar e instituições ligadas ao programa; Varejo Urbano Estadual: setor de comércio varejista (feirantes e supermercados) situado no âmbito estadual que comercializa o cupuaçu de várias formas (in natura, em polpa ou em outros produtos finais). b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do cupuaçu Nos dez municípios foram entrevistados 19 agentes mercantis que atuam, em média, há 16 anos no ramo (variação de tempo de atividade no ramo de 2 a 30 anos), sendo 85

92 que 37% deles atuam somente com cupuaçu e os demais trabalham com outros produtos. Na descrição da capacidade instalada dos agentes mercantis entrevistados da região identificou-se que nenhum possui local para armazenagem do produto; 21% possuem transporte (bicicleta e motocicleta); 37% possuem maquinário (9 freezers e 2 seladoras). A mão de obra familiar predomina em 79% dos entrevistados, com equipe até 5 pessoas; 5% deles possuem de 6 a 10 pessoas e 16% não informaram. Em relação ao período de trabalho 26% somente na safra, 42% trabalham o ano todo e os demais não informaram. Os problemas identificados foram baixa capacidade de resfriamento e armazenagem das polpas. Alguns alugam freezers para estocagem. Os canais de comercialização do cupuaçu, identificados nos dez municípios, se caracterizam por canais complexos, pois abrangem vários níveis de agentes intermediários entre a produção local até o consumidor final (Figura 36). O principal nível de canal de comercialização do cupuaçu identificado com maiores quantidades é composto pelo setor da indústria de transformação local que comercializa 43% da quantidade do fruto, compram exclusivamente de produtores os frutos in natura, vendem em torno de 5% para o varejo urbano nacional e 38% para o atacado estadual, que por sua vez vende para o consumidor local (Figura 36). Interessante identificar que mais da metade (69%) do cupuaçu do Tocantins abastece o mercado estadual, 25% vai para o local e apenas 5% para o nacional. Durante a safra do cupuaçu, ocorre a comercialização direta da polpa entre o produtor local e o setor do varejo urbano (feirantes) local e estadual (2% cada). Além disso, o produtor comercializa diretamente para o consumidor local e estadual, na maioria das vezes, o fruto in natura. Os atacadistas estaduais possuem dois canais distintos de comercialização do cupuaçu: i) na forma de polpa e xarope vendido pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) diretamente para o consumidor local e, ii) na forma somente de polpa para o varejo urbano estadual. O setor da indústria de beneficiamento local compra 14% da produção do fruto in natura e vende a polpa de forma artesanal para o varejo urbano estadual (13,6%) e para o consumidor local (0,3%) (Figura 36). Os varejistas rurais, ou seja, os atravessadores adquirem 27% da produção identificada e vendem 20% para o varejo urbano local, 1% para o consumidor local e 5,8% para diversos agentes no âmbito estadual. Pois, uma característica comum entre os atravessadores rurais envolvidos na cadeia de comercialização do cupuaçu local é a realização do beneficiamento primário do fruto na 86

93 forma de polpa. O sistema de comercialização consiste na compra do fruto in natura de produtores dispersos e a comercialização da polpa do fruto, podendo destacar também que existe a compra na forma de polpa preparada pelos próprios produtores locais visando melhores preços de venda. Portanto, o beneficiamento manual do cupuaçu nos dez municípios consiste na quebra dos frutos, separação da polpa das amêndoas com tesoura, selagem da embalagem e o congelamento da polpa. O setor da indústria de transformação estadual (lanchonetes, restaurantes, sorveterias entre outros localizados na região metropolitana de Belém) tem preferência por polpas obtidas através do beneficiamento primário. Figura 36. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do cupuaçu identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do cupuaçu (2008) O preço médio de compra de insumo (cupuaçu) praticado pelas indústrias de beneficiamento locais com os produtores foi de R$2,11/kg (Figura 37). Por outro lado os preços de venda praticados pelas indústrias de beneficiamento locais são: R$3,65/kg com os varejistas urbanos estaduais e R$5,00/kg para o consumidor local. O varejo rural compra da produção a R$2,91/kg e vende para setores estaduais a preços que variam de R$3,29 a 87

94 R$5,00/kg, enquanto que no âmbito local vende a R$4,95 e R$8,00/kg. A venda do produto final do cupuaçu da Indústria de Transformação Local para os atacadistas estaduais é em média R$6,27/kg, para o consumidor final estadual chega a R$15,52/kg e com o varejo nacional R$4,00/kg. Os varejistas estaduais praticam vários tipos de preço de compra de insumo conforme os custos de transporte do produto, pois a maior dificuldade é o transporte da polpa. O preço de compra praticado por esse agente com os produtores locais é em média R$2,58/kg, com os varejistas rurais é R$3,29/kg, com as indústrias de beneficiamento locais é R$3,65/kg e com o atacado estadual chega a R$4,50/kg. Os preços médios de venda de insumo praticados pelos produtores locais de cupuaçu oscilam entre R$1,51/Kg e R$5,32/kg em função da forma de comercializar o fruto (isto é, cupuaçu in natura ou polpa), pelo processo rústico de beneficiamento, pela falta de capacidade de armazenagem (maioria limitando o beneficiamento e a venda somente na safra) e pela falta de infra-estrutura adequada para o escoamento da produção. Figura 37. Preço médio de cupuaçu (R$ correntes/kg de polpa), praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do cupuaçu A formação do preço do cupuaçu do produtor local até os consumidores passando pelos setores intermediários não apresenta grandes variações. O preço de venda 88

95 praticado pelo varejista rural para o varejo urbano local é equivalente a 1,48 vezes o preço médio recebido pelos produtores, e deste para o consumidor local a 2,4 vezes, que é o maior preço praticado na cadeia do cupuaçu (Figura 38). A indústria de transformação local vende direto para o atacado urbano estadual a 1,88 vezes, porque se trata da CONAB com volume maior do produto. A produção local consegue vender diretamente ao consumidor local ao preço 1,6 vezes maior enquanto que para o consumidor estadual é de 1,5 vezes. O comportamento dos setores em relação à formação de preço no âmbito estadual torna evidente a preferência do consumidor pela polpa do fruto (com baixa agregação de valor). Assim, os preços médios de venda praticados pelos setores da indústria de beneficiamento e de transformação estadual para com os consumidores estaduais são 1,2 vezes e 1,5 vezes do preço médio recebido pelos produtores, respectivamente. Figura 38. Formação de preço do cupuaçu ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. e) Valor Bruto da Produção, pela ótica da oferta, na comercialização do cupuaçu O Valor Bruto da Produção (VBP α ) do setor produtivo de cupuaçu da região estudada alcançou R$1,2 milhões, da indústria de transformação local foi de R$979,2 mil, do varejo urbano local R$519,2 mil, do varejista rural R$492,3 mil e da indústria de beneficiamento local R$191,9 mil, gerando no âmbito local um total de R$3,4 milhões nas vendas do cupuaçu, que representam 69% do total do Valor Bruto gerado na cadeia de 89

96 comercialização (Figura 39). Na esfera Estadual R$1,4 milhões foram gerados pela oferta do cupuaçu representando 29% do montante dos setores que mais ofertaram como o atacadista com R$961,9 mil e o varejista urbano com R$397,5 mil. Figura 39. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do cupuaçu, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do cupuaçu e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) O Valor Adicionado Bruto (VAB) total foi de R$2,1 milhões ao longo da cadeia do fruto, correspondendo à margem de agregação ao cupuaçu ou mark-up total de 73%. Do total do valor adicionado na cadeia, a partir da produção primária, o sistema local teve maior participação com 94%, o sistema estadual com 5% e o nacional somente 1% (Figura 39). Portanto o sistema local agrega R$2 milhões destacando-se o papel dos produtores com maior participação, pois conseguem agregar valor equivalente a R$1,2 milhões, realizando o beneficiamento primário com o despolpamento dos frutos feito com tesoura, para obtenção de melhor preço de venda. Outro setor que apresenta também participação considerável na agregação de valor é a indústria de transformação local com os produtos finais polpa, xaropes, geléias e doces de cupuaçu que adiciona um valor de R$979,2 mil, o que justifica o mark-up de 61% (Figuras 40 e 41). A participação do sistema estadual na agregação de valor 90

97 foi de somente R$109,9 mil, com destaque para o varejo urbano que adiciona R$101,5 mil, e apresenta o mark-up considerável de 34%. Figura 40. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do cupuaçu, em 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. Figura 41. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg polpa, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do cupuaçu, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). Finalmente, os resultados apresentados na Figura 41 mostram que as maiores margens de comercialização estão no sistema local. A indústria de beneficiamento local adiciona somente R$81,5 mil (Figuras 40 e 41), mas em compensação obtém o mark-up de 91

98 74%, justificado pelo preço baixo de compra de insumo e também pelas condições favoráveis para o escoamento do produto polpa para o mercado estadual. Os atravessadores (varejo rural) também apresentam mark-up alto de 68%, porém adicionam pouco no montante de R$198,4 mil, pois compram, na maioria das vezes, por preço baixo o cupuaçu já beneficiado (polpa) dos produtores locais. g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do cupuaçu O resultado da alta margem de comercialização no sistema local justifica o montante de Renda Bruta total gerada nos dez municípios na ordem de R$3,4 milhões, representado por 69% do total gerado pela cadeia (Figura 42). O setor da produção local gerou a maior renda (R$1,2 milhões) comparada aos demais setores, pois realizam o beneficiamento primário do fruto, que torna a comercialização rentável. A indústria de transformação gerou R$979,2 mil de renda localmente, pois comprou R$609,4 mil de insumo e agregou R$369,8 mil ao produto, sendo esta uma cooperativa de mini e pequenos produtores. Observa-se que no âmbito estadual o setor que mais gerou renda (R$961,9 mil) foi o atacadista sendo o maior demandante de polpa de cupuaçu do sistema local, evidenciando o consumo alto no mercado estadual. Apesar de pouco o cupuaçu está entrando no mercado nacional via varejo urbano. 92

99 Figura 42. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do cupuaçu considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). h) Informações complementares sobre a comercialização de cupuaçu Em Acará, quando não conseguem vender deixam o fruto se estragar pela dificuldade em escoar a produção, em função da estrada que liga Oeiras à Cametá estar praticamente intrafegável. Em Limoeiro do Ajuru a Natura prometeu comprar dos produtores sementes de cupuaçu seca e a demanda é para comprar 4.000kg por ano. Diversos agricultores de Igarapé Miri vendem polpa de cupuaçu nas comunidades próximas das estradas mais movimentadas. 93

100 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA CASTANHA DO BRASIL a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização da castanha do Brasil Nos dez municípios foram entrevistados sete agentes mercantis que atuam, em média, há 25 anos no ramo (variação de tempo de atividade no ramo de 20 a 30 anos), sendo que 14% trabalham somente com a castanha, 71% deles atuam com castanha e cacau e 14% com castanha e mel. Na descrição da capacidade instalada dos agentes mercantis entrevistados da região identificou-se que 71% possuem local para armazenagem com capacidade média de 68m 2 (variação de 7 a 160 m 2 ); 43% possuem transporte (3 caminhões, 1 trator e 1 bicicleta). A mão de obra predomina a remunerada por diária em 57% dos entrevistados, com equipe de 1 a 2 pessoas; 28% deles pagam salário no período de safra (2 e 3 pessoas). Os problemas identificados foram baixa capacidade de armazenagem, falta de investimentos para melhorar a produção, falta capital de giro, produção de mudas selecionadas e assistência técnica. Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização da castanha do brasil (Figura 43) na região do Tocantins apresentam as seguintes características: Produção Local: extratores que efetuam a coleta e a quebra dos ouriços liberando as sementes para serem comercializadas; Varejo Rural Local: são agentes (ou representantes) localizados no interior dos dez municípios que possuem contratos com empresas de beneficiamento estadual que compram a castanha-do-pará em forma de sementes diretamente dos castanheiros; Indústria de Beneficiamento Local: empresa que realiza o processamento industrial da castanha. Os procedimentos e equipamentos utilizados são segredos de cada indústria. As principais etapas são: armazenagem adequada, limpeza, secagem, separação (ou seja, a classificação da semente), cozimento, descascamento para obter a amêndoa, acondicionamento em embalagens aluminizadas e fechados à vácuo, organizadas em caixas de papelão, para então serem embarcadas para atender o mercado; Indústria de Transformação Local: unidade de transformação da produção local. A empresa compra a amêndoa já beneficiada da indústria de beneficiamento local e 94

101 transforma em biscoitos e mistura para mingau. Conta com mão de obra especializada e máquinas e equipamentos que permitem uma produção de 3 toneladas/dia; Atacado Local: este setor apresenta dois tipos diferentes de agentes, i) os comerciantes (atacadistas, representantes de empresas) localizados nas sedes dos dez municípios, que adquirem grandes quantidades de castanha do varejo rural (e/ou do produtor) por meio de acordos com as indústrias de beneficiamento estadual e, ii) prefeituras dos dez municípios que adquirem os produtos finais de castanha (Biscoito ou Farinha) para a merenda escolar; Varejo Urbano Local: são os feirantes e comerciantes varejistas que comercializam a castanha na forma de semente para o consumidor final local; Indústria de Beneficiamento Estadual: unidades de beneficiamento situadas no âmbito estadual que realizam o processamento industrial da castanha. A presente pesquisa não conseguiu informações sobre os procedimentos e equipamentos utilizados no beneficiamento considerados segredos de empresa. Esse fato é justificado pelo setor ser oligopolizado;.varejo Urbano Nacional: comércios varejistas situados fora do Estado. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) da castanha do Brasil A cadeia de comercialização da castanha é típica de uma economia de oligopólio, pois é comandada por um número muito reduzido e tradicional de empresas que controlam o mercado. O principal canal de comercialização da castanha é formado pelo setor da indústria de beneficiamento local que compra 63,5% da produção local (Figura 43), vende 62,5% para a indústria de beneficiamento estadual (localizada na região metropolitana de Belém), que por sua vez compra mais 16% do varejo rural e 19% do atacado local e, em seguida, vende quase toda a produção de castanha do Tocantins (98%) para o varejo urbano nacional até chegar ao consumidor nacional. Fica para o consumidor local apenas 2% de toda a produção dos dez municípios. 95

102 Figura 43. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização da castanha do brasil identificada em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia da castanha do brasil (2008) Os preços praticados na cadeia da castanha também apontam o poder das empresas de beneficiamento em definir o preço do produto in natura, que chega a ser vendido pelo produtor local a R$0,91/kg para o atacado local, a R$1,10/kg tanto para o varejo rural quanto para a indústria de beneficiamento local (Figura 44). O setor da indústria de beneficiamento estadual compra do varejo rural a R$1,30/kg, do atacado local a R$1,32/kg e da indústria de beneficiamento local a R$4,25 e, após fazer todas as etapas do beneficiamento na fábrica, vende ao preço de R$17,00/kg da amêndoa seca para o varejo urbano nacional. Convém lembrar que todos os preços aqui descritos, para todos os setores, foram convertidos para a unidade de R$ correntes por kg de amêndoas secas da castanha do brasil. 96

103 Figura 44. Preço médio da castanha do brasil (R$ correntes/kg amêndoa seca), praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização da castanha do Brasil Na estrutura de formação de preço na cadeia de comercialização da castanha acontecem os maiores saltos proporcionais, pois considerando o principal canal de comercialização, o setor da indústria de beneficiamento local compra a 1,02 vezes do que o preço médio praticado à produção local e vende ao preço quase 3,94 vezes maior para a indústria de beneficiamento estadual, que vende ao preço médio de 15,75 vezes maior para o varejo urbano nacional (Figura 45). 97

104 Figura 45. Formação de preço da castanha do brasil ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização da castanha do Brasil Somando todos os valores recebidos pela venda da castanha por todos os castanheiros dos dez municípios estudados, ou seja, o Valor Bruto de Produção (VBP α ) dos produtores locais foi de somente R$729,9 mil, totalizando no final da cadeia (soma de todos os setores que ofertam na cadeia de comercialização da castanha) em R$29,2 milhões (Figura 46). Do total do Valor Bruto da Produção R$3,2 milhões pertence à região estudada, R$11,3 milhões ao âmbito estadual e R$14,7 milhões ao nacional. Portanto, os setores que mais ofertam nos dez municípios são a indústria de beneficiamento (R$1,9 milhões), o atacado (R$332,3 mil), a indústria de transformação (R$162,4 mil) e o varejo rural (R$143,9 mil). O sistema estadual participa com 39% do Valor Bruto da Produção total, sendo o único setor que oferta é a indústria de beneficiamento no montante de R$11,3 milhões. Figura 46. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização da castanha do brasil, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. 98

105 f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização da castanha do brasil e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Ao longo da cadeia até a demanda final o valor de R$14,9 milhões (VAB) foi adicionado ao produto, correspondendo à margem ou mark-up total de 1.942%. A castanha foi, dentre os produtos florestais não madeireiros pesquisados, a que gerou a maior agregação de valor ao longo da cadeia de comercialização. A indústria de beneficiamento local teve maior participação no valor agregado local (R$1,4 milhões) com mark-up de 295% (Figuras 47 e 48) e o setor de indústria de transformação participou com somente R$92,9 mil, mas obteve uma margem significativa de 134%. No âmbito estadual somente o setor indústria de beneficiamento agrega R$9,1 milhões o que justifica o mark-up de 434%. Este setor é composto por empresas beneficiadoras de castanha localizadas na região metropolitana de Belém, sendo todas pertencentes à mesma família tradicional do setor no Estado do Pará. Figura 47. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização da castanha do brasil, em 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. 99

106 Figura 48. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg amêndoa, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização da castanha do brasil, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização da castanha do Brasil A pesquisa de campo identificou que a Renda Bruta total para a comercialização da castanha do brasil nos dez municípios estudados foi de R$29,2 milhões. O sistema nacional foi responsável por 50% dessa renda bruta, seguido pelo sistema estadual com 39% e o sistema local com somente 11% (Figura 49). A maior demanda por castanha local é exercida pelas empresas (indústria de beneficiamento estadual) com exercício de poder de oligopsônio (pequeno número de empresas compradoras de um dado produto) nas aquisições de castanha. Com a habilidade de pagar, por um insumo, preços menores do que o preço que seria pago num mercado competitivo, mantendo lucros econômicos no longo prazo justifica-se então R$2,1 milhões em compra de insumos e R$9,1 milhões ao valor adicionado. Na região dos dez municípios estudados uma renda bruta total de R$3,2 milhões foi gerada. A indústria de beneficiamento local gerou uma renda bruta no valor de R$1,87 milhões, sendo que R$472 mil na compra de insumos (em forma de sementes) e R$1,4 milhões adicionados ao produto. A indústria de transformação local foi responsável pela renda bruta de R$162,5 mil, pois comprou de insumo a amêndoa de castanha já beneficiada da indústria de beneficiamento local por R$69,5 mil e adicionou o montante de R$93 mil. 100

107 Figura 49. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização da castanha do brasil considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). h) Informações complementares sobre a comercialização de castanha do Brasil Cametá possui uma área extensa com castanheiras, que está em plena produção, localizada na área periurbana. Uma empresa de processamento de castanha 9 iniciou no ramo há 16 anos usando castanha em misturas para merenda escolar, passou por várias dificuldades, ficou parada por seis anos, e mais recente voltou à atividade. A mão-de-obra é formada por uma cooperativa de quebradores de castanha que ganham pela produção, que trabalham no período de abril a agosto. O processamento da castanha envolve secagem, quebra, seleção das amêndoas (quebradas e inteiras), secagem, e fechamento a vácuo (uso de N 2 para aumentar a durabilidade). Os tipos de classificação das amêndoas são: miudinha, miúda, pequena, média (mais vendida), extra média, grande (mais valorizada), ferida e a quebrada. A empresa utiliza a casca da castanha como lenha. Existe destino para o rejeito, com o reaproveitamento do excedente. O resto é triturado e doado para a comunidade utilizar como adubo. A empresa realiza tratamento da fumaça (sem fuligem). A capacidade de processamento da empresa é de 25 mil hectolitros. O volume de um hectolitro equivale a 51 kg, e a cada 2 a 2,5 hectolitros tem-se a produção de 20 kg de castanhas sadias. A 9 Renmero Indústria e Comércio. 101

108 castanha vai para o mercado externo e volta já beneficiada para o mercado doméstico. A empresa conta com uma técnica de manipulação de alimentos. No estado do Pará existem poucas famílias que comercializam a castanha, como os Mutran, os Abraão (Oriximiná) e os Florezano (Óbidos). A castanha possui um significado especial para os moradores de Baião, pois no passado existiam muitas castanheiras na região, e por muitos anos foi a principal renda de várias famílias. Seu fruto foi muito explorado e ainda hoje existem pessoas que vivem da compra e venda de castanha. 102

109 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO BURITI a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do buriti Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização do buriti (Figura 50) na região do Tocantins apresentam as seguintes características: Produção local: são pequenos agricultores que comercializam o fruto in natura somente na safra. O buriti na região tocantina é considerado um produto substituto ao açaí na época da escassez (entressafra); Indústria de beneficiamento local: são pequenos comerciantes que utilizam máquinas despolpadeiras do açaí para obter a polpa ou vinho de buriti, que é vendido diretamente para os consumidores locais; e Varejo urbano estadual: são feirantes que comercializam o fruto in natura para o consumidor estadual. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do buriti Nos dez municípios foram entrevistados oito agentes mercantis que atuam, em média, há 19 anos no ramo (desvio padrão 9,2 anos), sendo que 25% deles atuam somente com buriti e os demais trabalham com outros produtos, principalmente com açaí. Na descrição da capacidade instalada dos agentes mercantis entrevistados da região identificou-se que 37% possuem pequeno local de 10 m 2 (desvio padrão 3m 2 ) para armazenagem do produto; somente 25% possuem transporte (barco com capacidade 2ton e bicicleta); 50% possuem maquinário que são as mesmas despolpadeiras de açaí. A mão de obra predomina a familiar em 87% dos entrevistados, com equipe até 5 pessoas, e os valores informados sobre a remuneração foram de R$10,00/diária (na safra) e de R$7,00/rasa. Em relação ao período de trabalho 50% atuam o ano todo, 25% somente na safra e os demais não informaram. Os problemas identificados foram baixa capacidade de armazenagem e de transporte do produto e o consumo baixo de vinho de buriti por não ser hábito na região. 103

110 Os canais de comercialização do buriti identificados nos dez municípios se caracterizam por canais simples, quase lineares, pois apresentam apenas dois setores intermediários que são a indústria de beneficiamento local e o varejo urbano estadual que comercializam diretamente com os consumidores (Figura 50). O setor da indústria de beneficiamento local que comercializa 44% da quantidade identificada do fruto, que compra diretamente dos produtores e vendem exclusivamente para os consumidores locais na forma de polpa ou vinho de buriti. É importante destacar a cultura e o hábito regional de consumir o mingau de buriti. O consumo de buriti in natura e do vinho é relativamente significativo durante a entressafra do açaí, pois os consumidores consideram o buriti como um fruto substituto ao açaí. Em âmbito estadual o varejo urbano (feirantes) comercializa em torno de 55% da quantidade identificada do buriti que é comprado exclusivamente dos produtores e vendem diretamente para os consumidores estaduais. Figura 50. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do buriti identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do buriti (2008) Os feirantes estaduais (varejistas urbanos estaduais) e os batedores (indústrias de beneficiamento local) são os principais intermediários da cadeia do buriti na região. Na 104

111 Figura 51 destacam-se os preços médios de venda de insumo (buriti) praticados pelos produtores com outros agentes no montante de R$1,47/kg para as indústrias de beneficiamento locais, R$0,70/kg para os consumidores locais e de R$0,68/kg para os varejistas estaduais. Estes varejistas estaduais não foram entrevistados, por isso o preço de venda para o consumo final estadual equivale ao valor de repasse, isto é, também a R$0,68/kg. O fruto é comercializado somente na safra em sacolas de 5kg e quando beneficiados rendem em média 5 a 7 litros de polpa. As indústrias de beneficiamento locais (batedores) vendem em média a R$2,24/kg para os consumidores locais em forma de polpa ou vinho. Figura 51. Preço médio de buriti (R$ correntes/kg de polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do buriti O preço de venda praticado pelo varejista urbano estadual com os consumidores equivale a 0,6 vezes que o preço médio recebido pelos produtores, pois comercializam o fruto in natura (Figura 52). Em relação ao preço de venda praticado pela indústria de beneficiamento local com os consumidores equivale a 2,19 vezes o preço médio recebido pelos produtores. Fica evidente a baixa agregação de valor do fruto buriti ao longo de sua cadeia nos dez municípios e também no estado. 105

112 Figura 52. Formação de preço do buriti ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. e) Valor Bruto da Produção, pela ótica da oferta, na comercialização do buriti O Valor Bruto do setor da Produção (VBP α ) de buriti identificado na pesquisa é de R$256,1 mil, totalizando em R$597,7 mil, isto é, soma das vendas realizadas por todos os setores que constituem a cadeia (Figura 53). Do total do Valor Bruto da Produção do buriti R$247,2 mil pertencem ao setor da indústria de beneficiamento local e R$94,4 mil ao setor varejista urbano estadual. 106

113 Figura 53. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do buriti, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do buriti e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) O Valor Agregado (ou Adicionado) Bruto do buriti totalizou R$ 341,8 mil, correspondendo à margem total de somente 33% (MIP buriti). A indústria de beneficiamento local foi responsável pela maior agregação com R$85,5 mil, com margem bruta de 53% (Figuras 54 e 55). Apesar do varejo urbano estadual possuir um valor bruto da produção de R$94,4 mil, apresenta uma margem de comercialização muito pequena 0,21% pois comercializa o produto totalmente in natura. Figura 54. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VTB) em R$, gerado na comercialização do buriti, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). 107

114 Figura 55. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg polpa, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do buriti, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do buriti Os dados levantados mostram que o buriti gerou Renda Bruta Total de R$ 597,7 mil, em que 84% desse valor foram movimentados nos dez municípios. Desse montante o produtor gerou R$256,1 mil somente pela comercialização do buriti in natura durante a safra e a indústria de beneficiamento local gerou R$247,2 mil, sendo R$161,7 mil pela compra do fruto in natura e R$85,5 mil de adição de valor, mostrando baixa agregação de valor para o consumo final (Figura 56). No âmbito estadual o varejo urbano gerou uma renda bruta de R$94,4 mil, sendo R$94,2 mil em insumo e somente R$198,10 em agregação de valor. 108

115 Figura 56. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do buriti considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). h) Informações complementares sobre a comercialização de buriti A palmeira de buriti tem um grande destaque na região, pois o município de Limoeiro do Ajuru esta rodeado de ilhas que propiciam seu aparecimento. A Emater local fez a mobilização com produtores de algumas comunidades que se comprometeram em extrair (beneficiar) o óleo de buriti e entregar para um intermediário, que fornece para uma Indústria de Comércio de Óleos e Alimentos (INCOSUL), parceira da Natura, que vai capacitar os produtores para retirar o óleo e comprar a produção para levar para São Paulo e Bahia. A empresa levou sementes de cupuaçu para fazer análise e, segundo o secretário de agricultura, foi aprovado. Quando retornarem vão contratar cinco pessoas para secar as sementes. A empresa já mandou maquinários para retirada do óleo, que estão na Emater para serem entregues aos produtores. A partir de janeiro inicia a safra do buriti e os produtores começam a fazer o trabalho de retirada do óleo. A previsão é que seja entregue mil litros de óleo na safra (de 2009) CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA BACABA a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização da bacaba 109

116 Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização da bacaba (Figura 57) na região do Tocantins apresentam as seguintes características: Produção Local: produção primária da agropecuária e extrativista dos dez municípios; Varejo Rural Local: pequenos comerciantes que compram a bacaba in natura dos produtores e são denominados de atravessadores; Indústria de Beneficiamento Local: empresa que realiza o processamento industrial da bacaba in natura, ou seja, são pequenos comerciantes que utilizam máquinas despolpadeiras do açaí para obter a polpa da bacaba, que é vendida diretamente para os consumidores locais; Atacado Local: comerciantes (atacadistas, representantes de empresas) que adquirem a bacaba in natura em grandes quantidades dos produtores; Indústria de Beneficiamento Estadual: unidades de beneficiamento situadas no âmbito estadual que apenas beneficiam a bacaba in natura para polpa voltada para o consumo final; Indústria de Transformação Estadual: unidade industrial de cosmético, situada no município de Benevides (PA), considerada um pólo de pesquisa e desenvolvimento que abriga uma fábrica de massa de sabonetes e também uma planta para extração de óleos vegetais; Varejo Urbano Estadual: são comerciantes que realizam a compra direta dos produtores da região do Tocantins e vendem a bacaba in natura para os batedores de bacaba (Ind. Beneficiamento). Dos nove agentes entrevistados na região, oito deles comercializam também o açaí fruto e um somente a bacaba, que é uma Comunidade Quilombola de Baião, que possui um projeto de manejo. Outros agentes trabalham também com patauá, cupuaçu, cipó, coratá do inajá 10 e ouriço da castanha. O tempo de atuação no ramo da bacaba varia entre 6 a 10 anos; com infra-estrutura para armazenagem com capacidade de um pequeno espaço de 9 m 2, outro com 30 m 2 e o maior com 700 m 2 (que também possui barco com capacidade de 15 ton); 55% possuem maquinários (despolpadeiras de açaí, câmara fria, envasadora, 10 Coratá é a bainha da folha que sustenta o cacho da palmeira inajá, que é comercializada como artesanato e possui forma de uma barcaça. 110

117 pasteurizador e caldeira). A mão de obra envolvida predomina a familiar, sendo que 6 agentes possuem de 1 a 5 pessoas, 2 agentes com 10 a 15 pessoas e uma comunidade com 67 famílias envolvidas. As principais necessidades identificadas foram a de ampliar a estrutura física e também de maquinários. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) da bacaba Conforme demonstra a Figura 57, os canais de comercialização da bacaba identificados nos dez municípios se caracterizam por diversos níveis de canais de distribuição abrangendo vários setores intermediários entre o produtor e o consumidor final. O varejo urbano estadual comercializa 40,5% da quantidade identificada do fruto in natura, que é comprado diretamente dos produtores e vendido exclusivamente para a indústria de beneficiamento estadual (batedores de bacaba), que vendem para os consumidores estaduais em forma de polpa. No âmbito local a indústria de beneficiamento comercializa 26% da produção identificada. São batedores de açaí que também beneficiam e comercializam a bacaba de maneira semelhante ao açaí. Existe na cadeia da bacaba (6,5%) a venda direta do fruto in natura para o consumidor local, devido ao costume da população ter suas próprias máquinas de despolpar tanto a bacaba como o açaí. Os atravessadores locais (varejo rural) de bacaba comercializam 25% da produção identificada e vendem diretamente para o consumidor local. A presença do setor de transformação estadual enfatiza o interesse de empresas nacionais de cosméticos pela bacaba, que comercializam 2% da produção identificada, que compram diretamente do atacado local. 111

118 Figura 57. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização da bacaba identificada em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia da bacaba (2008) Os preços médios da bacaba praticados entre os diferentes agentes da cadeia de comercialização são determinados pela safra do fruto transacionado. Os preços médios de venda de insumo (bacaba) praticados pelos produtores com outros agentes são R$0,70/kg com o varejo rural, R$1,21/kg com as indústrias de beneficiamento locais, R$0,78/kg com o atacadista local, R$0,54/kg com os consumidores locais e com os varejistas estaduais (Figura 58). O preço médio adotado pela venda da indústria de beneficiamento para o consumidor é de R$1,47/kg conforme o rendimento do fruto. 112

119 Figura 58. Preço médio da bacaba (R$ correntes/kg de polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização da bacaba A indústria de beneficiamento local compra bacaba in natura ao preço de 1,59 vezes maior que o praticado pela produção local e vende a 1,93 vezes para o consumidor local (Figura 59). O varejo urbano estadual paga 0,71 vezes menor à produção local, vende a 1,17 vezes maior para a indústria de beneficiamento estadual, que por sua vez vende a 1,93 vezes para o consumidor estadual. O atacado urbano local compra a 1,02 da produção local e vende a 2,63 vezes mais para a indústria de transformação estadual. 113

120 Figura 59. Formação de preço da bacaba ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização da bacaba Na cadeia de comercialização da bacaba a produção local gerou um Valor Bruto da Produção (VBP α ) de R$329 mil (Figura 60). O VBP do âmbito local (59%) é maior do que estadual (41%), em função do alto consumo do fruto localmente. Os setores que mais vendem são a indústria de beneficiamento estadual (R$80,4 mil), a indústria de beneficiamento local (R$52,4 mil), o varejo urbano estadual (R$48,6 mil) e o varejo rural (R$33,2 mil). Figura 60. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização da bacaba, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização da bacaba e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) 114

121 O Valor Agregado Bruto (VAB) total da bacaba ao longo da cadeia foi de R$176,6 mil para os dez municípios, correspondendo à margem ou mark-up de 172% (Anexo X- MIP Bacaba). Do total do valor adicionado na cadeia a partir da produção primária o sistema local teve maior participação com 71% e o sistema estadual com somente 29%. Os setores da indústria de beneficiamento (R$31,8 mil) e do varejo urbano estadual (R$19,1 mil) tiveram maior participação nesse valor agregado cada qual com markup de 65% (Figuras 61 e 62). Por outro lado, o setor do atacado local participou com somente R$3,5 mil, mas obteve a maior margem de comercialização na cadeia, ou seja, mark-up de 156%. O resultado dessa margem está relacionado, principalmente, pelo preço alto de venda com a indústria de transformação. Figura 61. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização da bacaba, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). 115

122 Figura 62. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização da bacaba, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização da bacaba A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa foi de R$329 mil sendo que do total 59% foram movimentados nos dez municípios e 41% no estado (Figura 63). O sistema local gerou o equivalente a R$194,2 mil, sendo que a indústria de beneficiamento foi responsável por R$52,4 mil, pois comprou de insumo cerca de R$43,1 mil e agregou apenas R$9,4 mil. O varejo rural foi responsável pela renda bruta de R$33,2 mil, pois comprou de insumo R$23,2 mil e adicionou o montante de R$10 mil. Por outro lado, no sistema estadual o setor de beneficiamento atingiu uma renda bruta total de R$80,4 mil, dos quais R$48,6 mil equivalem à compra de insumos (bacaba in natura) e R$31,8 mil ao valor adicionado. 116

123 Figura 63. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização da bacaba considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). h) Informações complementares sobre a comercialização de bacaba A produção de bacaba no município de Baião se concentra basicamente na Comunidade de Baixinha, área remanescente de quilombo. Detentora de uma área com ocorrência de bacaba com grande produtividade. O Projeto Bacaba desenvolvido na Comunidade tem como objetivo a industrialização da bacaba nativa. A organização não governamental IDEIAS firmou convênio com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Universidade do Estado do Pará (UEPA), para desenvolver pesquisas e receber orientações sobre o potencial da polpa, do óleo, do caroço, além de desenvolver outros subprodutos da bacaba. Atualmente já desenvolveram o licor, a geléia, a polpa e uma bebida. A produção da comunidade é comercializada diretamente para barqueiros (atravessadores) que passam para comprar o produto. Além da comercialização do fruto da bacaba, outras partes do vegetal (canoinha, vassoura, açareua de bacaba, palha de bacaba, cacho verde, entre outros) estão sendo comercializados para fins artesanais. A produção de bacaba de Oeiras do Pará é enviada para Belém e, segundo morador da reserva Arioca Pruanã, em 2009 deve ter tido uma grande produção do fruto. A população de Oeiras não tem o hábito de consumir bacaba. 117

124 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO MEL a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do mel O mel da região do Tocantins provém, em sua maioria, do manejo das abelhas européias ou africanas e muito pouco das abelhas nativas (sem ferrão). Os agentes mercantis identificados na cadeia de comercialização do mel (Figura 64) foram: Produção Local: produção primária de mel com base no manejo das abelhas (apicultura) que utilizam a flora local como pasto, para a produção do mel da região do Tocantins. A produção pode vir de indivíduos ou associações de apicultores que realizam o beneficiamento do mel e fornecem o produto envasado ao mercado (em galões ou em garrafas menores); Varejo Rural Local: todos pequenos comerciantes do interior do município, comumente denominados atravessadores, que compram o mel dos produtores já envasados ou não. Têm varejistas que também são apicultores; Atacado Local: cooperativa de apicultores que realiza o beneficiamento e vende diretamente para o consumidor local; Varejo Urbano Local: comerciantes (alguns feirantes) que compram o mel da produção local e vendem para os consumidores locais e estaduais. Dos 18 agentes entrevistados 61% são apicultores, sendo que 50% atuam somente no comercio de mel, os demais diversificam com um ou outro produto como: andiroba, leites de sucuuba 11 e amapá, seiva de jatobá, barbatimão, copaíba, cupuaçu, castanha, artesanato e açaí. Dos 66% que informaram o tempo de atuação no comercio de mel, cinco são novatos (1 a 7 anos) e os 7 outros com maior tempo no ramo (15 a 25 anos). Em relação à capacidade instalada 38% deles possuem local para armazenagem com 20 m 2 (média) e 44% possuem meio de transporte (bicicleta, moto, carro alugado por diária e barco). A mão de obra predomina a familiar com trabalho feito por 2 pessoas (50%), 1 pessoa (22%), 3 pessoas (11%) e somente uma associação de apicultores com 20 associados. Algumas necessidades explicitadas pelos agentes como assistência técnica, capital de giro, 118

125 investimentos em equipamentos e maquinários (centrifuga e decantador) e, problemas com rotulagem do produto, escoamento da produção e espaço físico. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do mel É interessante notar que o produtor de mel (apicultor) vende 46% da sua produção local direto para o consumidor local e 1% para o estadual (Figura 64). A produção local também vende 53% para setores intermediários da cadeia na esfera local, como o varejo urbano local que compra 24%, o varejo rural com 17% e o atacado local com 12%. Figura 64. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do mel identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do mel (2008) O varejo rural compra da produção local ao preço médio de R$12,32/kg de mel e vende para o consumidor local a R$15,54/kg (Figura 65). O atacado local compra a R$12,98/kg e vende ao consumidor local a R$15,00/kg. O varejo urbano local compra a R$11,93/kg do produtor e vende ao consumidor local a R$15,77/kg e ao estadual a R$15,00/kg. 11 O potencial médio de uma árvore de sucuúba é de 6 litros de leite (Gonçalves, 2002). 119

126 Figura 65. Preço médio do mel (R$ correntes/kg in natura) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do mel Dos setores envolvidos na cadeia do mel não existem grandes variações na formação do preço do produto. O varejo rural, por exemplo, vende ao consumidor local ao preço de 1,15 vezes maior que o preço pago ao produtor, a produção local vende direto para o consumidor estadual a 1,33 vezes mais, enquanto o varejo urbano local vende a 1,17 para o consumidor local e a 1,11 para o estadual (Figura 66). 120

127 Figura 66. Formação de preço do mel ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização do mel Somando todos os valores recebidos pela venda do mel por todos os apicultores dos dez municípios, o Valor Bruto de Produção local (VBP α ) foi de R$133,2 mil, do varejo rural local foi de R$26 mil, do atacado local de R$18,3 mil e do varejo urbano local de R$36,3 mil, gerando R$213,7 mil pela oferta do mel na região do Tocantins (Figura 67). Figura 67. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do mel, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do mel e a margem de comercialização de cada setor (Markup) Ao longo da cadeia de comercialização do mel da produção local do Tocantins até a demanda final local, o valor de R$149,1 mil foi adicionado (VAB) ao produto mel (Figura 68). O valor adicionado da cadeia do mel só acontece no sistema local, o produtor adiciona o maior valor na cadeia, equivalente a R$133,2 mil, realizando o beneficiamento primário para obtenção de melhor preço de venda. Outros setores apresentam também participação na agregação de valor como o varejista urbano que adiciona um montante de R$8,1 mil, o que justifica o mark-up de 29% (Figura 69), pois estes feirantes compram o mel 121

128 em grandes quantidades e para a venda fracionam em frascos menores, o varejo rural com R$5,4 mil que obtém uma margem de 26% e o setor atacadista local com R$2,5 mil que apresentam um mark-up de 16%. Figura 68. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do mel, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). Figura 69. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do mel, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do mel 122

129 A Renda Bruta total gerada pela comercialização do mel produzido e identificado nos dez municípios foi movimentada somente na região estudada, atingindo um valor de R$214 mil (Figura 70). O setor da produção local gerou a maior renda na ordem de R$133,2 mil comparada aos demais setores, pois realizam o beneficiamento do mel, que torna rentável a atividade da apicultura para a região. O setor do varejo urbano local (feirantes) gerou uma renda de R$36,2 mil, pois comprou R$28,2 mil de insumo e agregou R$8,1 mil ao produto, pois somente fraciona o mel em embalagens menores. O setor de varejo rural gerou R$26 mil, sendo R$20,6 mil em insumos e R$5,4 mil no valor adicionado. O setor do atacado local gerou renda bruta equivalente a R$18,3 mil, sendo R$15,9 mil em insumos e R$2,5 mil no valor adicionado, sendo esta uma cooperativa de apicultores que vendem diretamente para o consumidor local. Figura 70. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do mel considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). h) Informações complementares sobre a comercialização de mel A Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC) funciona com apoio do Governo do Estado do Pará, Prefeitura de Belém e República Francesa e tem atuação em Limoeiro do Ajuru, Oeiras do Pará, Cametá e Belém, no apoio aos Projetos de Mel na região, além de ministrar cursos sobre utilização de plantas medicinais e saúde da mulher. 123

130 A produção de mel em Baião é recente e realizada por um grupo de apicultores em fase de organização, porém não tinham assistência técnica especializada para alavancar a produção e nem financiamento. O mel é um produto com grande potencial no município devido à cobertura vegetal rica em diversidade e bem preservada da região. Algumas comunidades de Oeiras do Pará possuem produção de mel, mas não possuem financiamento e nem incentivos para melhorar a produção. Na comunidade chamada Paruru de Joana Ceres, que fica numa ilha do Município de Limoeiro do Ajuru, existe um grupo formado por 20 apicultores que produzem mel há mais de quatro anos. Segundo integrante do grupo, já chegaram a produzir mais de 700 litros de mel. Atualmente estão produzindo pouco por não terem mercado para escoar a produção. Em estoque estavam com 200 litros de mel. Existe outra comunidade em terra firme chamada BR 422, que fica no Km 5, que possui uma associação de mel, atualmente com vinte produtores. O mel é vendido para Cametá porque o preço e a venda são melhores do que em Limoeiro. Alguns avanços ocorrem em Abaetetuba na exploração sustentável de produtos de base extrativa, como a apicultura que começa a ganhar importância pelos agricultores, mas a atividade vem encontrando problemas com a falta de organização e gestão das associações, além de não possuírem equipamentos adequados, tanto para a colheita quanto para o processamento do mel, comprometendo diretamente a qualidade do produto. Há apicultores que mantém seus apiários muito próximos às residências, proporcionando perigo para os moradores das proximidades, e com caixas maiores que o tamanho padrão. Alguns apicultores de Igarapé Miri recebem apoio da EMATER, que informou que foram vendidos 500 Kg de mel, no valor de R$7,00/Kg, pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), coordenado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). O mel é apenas para consumo interno do município de Moju. De acordo com Venturieri et al (2009) entre os insetos que visitam as flores do açaizeiro na região nordeste da Amazônia foram identificadas as abelhas com ferrão africanizadas (Apis mellifera) e as abelhas nativas da região (Meliponíneos) sem ferrão, que são agentes importantes no processo de polinização dos açaizeiros (Euterpe oleracea Mart. Arecaceae), inclusive para o aumento da produção de frutos. A conclusão do estudo é que o açaizeiro é uma importante espécie apícola na Amazônia por ofertar pólen e néctar durante a floração, em período de menor oferta de recursos florais. 124

131 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO ARTESANATO DE MIRITI a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia da comercialização do artesanato de miriti Os agentes envolvidos na cadeia da comercialização do artesanato de miriti (Figura 71) na região do Tocantins apresentam as seguintes características: Produção Local: são extratores da estirpe da palmeira do buritizeiro conhecido como isopor natural da Amazônia que serve de matéria prima para o artesanato de miriti; Indústria de Transformação Local: são pequenos núcleos familiares de artesãos que confeccionam brinquedos e artesanatos de miriti. No município de Abaetetuba essa atividade é tradicional, e a presente pesquisa identificou uma grande amostra de artesãos e duas associações; Varejo Urbano Estadual: são lojas de artesanatos localizadas na região metropolitana de Belém, que comercializam diretamente para o consumidor final e principalmente para turistas; Varejo Urbano Nacional: são associações de artesanato, central de artes e museus localizados em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do artesanato de miriti A cadeia de comercialização do artesanato consiste em canais simples, mas sendo constituído por diversos níveis de canais de distribuição abrangendo três setores intermediários. A indústria de transformação local compra toda a produção de miriti diretamente do extrator, e vende 7,5% da produção identificada para o consumidor local, 53% para o varejo urbano estadual, 18% diretamente para os consumidores estaduais (Figura 71). Neste caso, são as empresas, instituições públicas e principalmente consumidores e turistas que adquirem o produto em época festiva, neste caso o Círio e 125

132 Natal. O setor da indústria de transformação local Também vende para o varejo urbano nacional (12%) e diretamente para o consumidor nacional (9%). Figura 71. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do artesanato de miriti identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional. É importante destacar que durante as festividades do Círio de Nazaré (2ª quinzena de outubro) acontece a Feira do Miriti e também são organizados alguns pontos de venda em praças públicas. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do artesanato de miriti (2008) Os produtores vendem a braça de miriti (mede 2,5 a 3 metros, em média) para a indústria de transformação por R$0,38/braça (Figura 72), ou seja, para os artesões e suas associações transformarem as braças de miriti em peças artesanais com uma infinidade de formas, cores e tamanhos, sendo os brinquedos de miriti os mais conhecidos em miniaturas na forma de barcos, pássaros, roda gigante, casas, animais, objetos domésticos, entre outros que representam o cotidiano do ribeirinho e também do homem da cidade grande. Os preços de venda praticados pela indústria de transformação local são: R$15,10/braça para os consumidores estaduais, R$7,76/braça para os varejistas estaduais, R$6,69/braça para os consumidores nacionais, R$5,41/braça para os varejistas nacionais e R$2,80/braça para 126

133 os consumidores locais. A variação dos preços médios praticados é justificada pelo tipo de artefato comercializado. Figura 72. Preço médio do artesanato de miriti (R$ correntes/braça) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do artesanato de miriti No principal elo de comercialização a indústria de transformação local vende o artesanato de miriti para o varejo urbano estadual ao preço de 20,36 vezes maior que o preço médio da braça recebido pelos produtores (Figura 73), de 39,6 vezes para o consumidor estadual, de 14,19 vezes para o varejo urbano nacional, de 17,55 vezes para o consumidor nacional e de 7,34 vezes para o consumidor local. 127

134 Figura 73. Formação de preço do artesanato de miriti ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização do artesanato de miriti Somando todos os valores recebidos pela comercialização da braça de mitiri pelos produtores da região do Tocantins, isto é, o Valor Bruto da Produção (VBP α ) foi de R$10,8 mil, da indústria de transformação de R$237,2 mil, do varejo urbano estadual de R$124,4 mil e do varejo urbano nacional de R$26,04 mil, gerando no total R$398,5 mil nas vendas do artesanato de miriti (Figura 74). 128

135 Figura 74. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do artesanato de miriti, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do artesanato de miriti e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Ao longo da cadeia de comercialização do artesanato de miriti da produção local até a demanda final, o valor de R$ 251,4 mil foram adicionados ao produto, atigindo um mark-up de 2.222%. Do total do valor adicionado, o setor com maior participação foi a indústria de transformação local com R$226,4 mil, que agregam ao produto uma margem de comercialização (mark-up do setor) de 2.091% (Figuras 75 e 76). Em relação ao sistema estadual o varejo urbano agregou o valor de R$6,7 mil, apresentando a menor margem e comercialização da cadeia, 6% apenas. Por outro lado, o varejo urbano nacional agrega o valor de R$7,5 mil e atinge um mark-up de 40%. Figura 75. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do artesanato de miriti, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). 129

136 Figura 76. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/braça, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do artesanato de miriti, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do artesanato de miriti A Renda Bruta total gerada na comercialização do artesanato foi de R$398,5 mil. A região estudada foi responsável por 62% dessa renda bruta total, seguido pelo estadual com 31% e o nacional com apenas 7% (Figura 77). No sistema local, o setor da indústria de transformação (artesãos) gerou a maior renda na ordem de R$237,2 mil, pois comprou de insumos cerca de R$10,8 mil e agregou valor de R$226,4 mil. O setor do varejo urbano estadual gerou uma renda bruta de R$124,4 mil, sendo R$ 117,7mil em insumos e somente R$ 6,7 mil de agregação de valor. E no sistema nacional o varejo urbano atingiu uma renda de R$ 26mil dos quais R$ 18,6 mil equivalem à compra de insumos e R$7,5 ao valor adicionado. 130

137 Figura 77. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do artesanato de miriti considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). h) Informações complementares sobre a comercialização de artesanato de miriti Abaetetuba é tradicionalmente conhecida pelos famosos brinquedos de miriti que fazem parte das festividades no período do Círio. A Associação Arte em Miriti de Abaetetuba (Miritong), uma organização não governamental, conquistou sua valorização com a venda dos brinquedos durante as festividades do Círio de Nazaré, que tem seu trabalho reconhecido internacionalmente. Até 1999 todos faziam os brinquedos tradicionais, com pinturas somente em riscos e pingos. Com ação do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Abaetetuba surgiu a idéia de trabalhar o ano todo. No evento denominado Miriti-Design, realizado em 1999, novos conceitos de design foram incorporados ao artesanato do miriti, fato considerado pela associação como um divisor de águas. Desenvolveram o corte mais preciso do miriti utilizando cabo de freio de bicicleta ou corte de arame. O trabalho foi reconhecido pela Funtelpa, presidente Ney Messias na época, que deu todo o suporte para a fundação da ONG. Ao todo são 200 artesões, que sustentam suas famílias com o que produzem de artesanato. Atualmente contam com três tipos de artesanato: os tradicionais (barcos, canoas, pila-pila, cobras, pássaros, bonecos, outros); os utilitários (diversas embalagens) e os decorativos (luminárias, quadros, arranjos, outros). Também trabalham na fabricação de brinquedos pedagógicos, mas que na época da 131

138 entrevista estava parado. Disseram que tinham novos pedidos e, em 2009, começariam novamente a produzir. A empresa Natura procurou a organização para fazer embalagens, mas este tipo de artesanato não tem condições de padronização no nível que a empresa exige. Os principais consumidores do artesanato de miriti são o Mangal das Garças (loja própria); o Museu do Folclore Edison Carneiro Artesão do Rio de Janeiro; o Bicho Preguiça - Arte sol, São Paulo; Domdaqui Bahia; Amazon Filmes Belém; Eko empresa de comunicação Laise Santos jornalista e a Assembléia Paraense. De acordo com o técnico (Vieira, informação pessoal), em 2008, o Centro Internacional de Pesquisa Florestal (CIFOR) iniciou o Projeto ecologia, manejo, economia e mercado de miriti em florestas de uso múltiplo no estuário do baixo Tocantins, em parceria com Embrapa, SEBRAE, UFRA, Museu Paraense Emilio Goeldi, Associação dos Artesãos de Brinquedos e Artesanatos de Miriti de Abaetetuba (ASAMAB), a Miritong, a Associação do Tauera de Beja e o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Abaetetuba, com objetivo de identificar as formas de extração do miriti, as partes usadas da planta, entender a atividade artesanal dos brinquedos de miriti, assim como identificar técnicas para o manejo sustentável desta palmeira, tão importante para a região, pois já estão enfrentando problemas para acessar a matéria-prima. Segundo declarações da equipe técnica do projeto, as fibras do miritizeiro constituem o principal recurso utilizado, como os brinquedos de miriti feitos do da parte interna do pecíolo da folha (bucha), as cestarias da parte externa do pecíolo (talas) e das palhas das folhas mais novas desfiadas. Além disso, do fruto extraem o vinho de miriti (termo regional usado para suco). A Associação dos Artesãos de Brinquedos e Artesanatos de Miriti de Abaetetuba (ASAMAB) teve apoio da Albrás. São 113 pessoas que vivem do artesanato. Os que possuem atelier próprio trabalham o ano todo. Em 2008 levaram, aproximadamente, a mil peças de miriti para Círio de Belém. Apesar dos artesões não terem uma sede própria para realizar suas reuniões e organizar melhor a produção e comercialização, a atividade destaca-se com grande potencial para o desenvolvimento local. Grande parte dos produtos artesanais é feito nas ilhas próximas à sede de Abaetetuba CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO MURUMURU 132

139 a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do murumuru Na cadeia de comercialização do murumuru (Figura 78) foram identificados os seguintes agentes mercantis: Produção Local: composta por agentes responsáveis pela coleta das sementes nas áreas de ocorrência natural em Cametá e Limoeiro do Ajuru; Varejo Rural Local: também conhecido como Atravessador ou pequeno comerciante que compra a semente do murumuru de vários produtores e revende para a indústria de cosmético estadual; Atacado Local: trata-se de uma cooperativa agrícola que compra da produção local e vende para o demandante, no caso a indústria de cosmético estadual; Indústria de Transformação Estadual: trata-se de uma filial de uma grande empresa de cosmético nacional, localizada no âmbito estadual (região metropolitana de Belém), que compra as sementes de atravessadores (varejo rural e atacado local), processam para obtenção da manteiga de murumuru (possivelmente realizada em São Paulo). Foram três agentes mercantis entrevistados que comercializam murumuru, sendo que um deles informou possuir espaço para armazenagem de 6m 2 e outro que comercializa também açaí e óleo de andiroba. As principais demandas identificadas na comercialização do murumuru foram a necessidade de entender com mais detalhes a cadeia produtiva completa desta espécie e identificar novos nichos de mercado. A manteiga de murumuru possui características que promovem a nutrição, emoliência e hidratação para a pele e cabelos (IDEALFARMA, 2009). b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do murumuru Na cadeia de comercialização do murumuru fica explícito que toda a produção da região do Tocantins (100%) abastece uma indústria de transformação estadual (filial de 133

140 uma grande empresa de cosmético), localizada no Estado do Pará, vindo 73% do atacado local e 27% do varejo rural local, que negociam a compra das sementes com os produtores de Cametá e Limoeiro do Ajuru (Figura 78). Tal indústria de transformação estadual envia para o mercado nacional, no entanto esta empresa ainda não foi entrevistada pela equipe. Figura 78. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do murumuru identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual e Nacional. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do murumuru (2008) O varejo rural paga ao produtor local R$0,30/kg da semente de murumuru e revende a R$1,50/kg para a indústria de transformação estadual e, o atacado local compra a R$1,50/kg da produção local e revende para a mesma indústria de transformação estadual ao preço de R$2,32/kg da semente (Figura 79). 134

141 Figura 79. Preço médio do murumuru (R$ correntes/kg semente) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do murumuru Na formação do preço da semente de murumuru o varejo rural compra a 0,25 vezes abaixo em relação ao preço de referencia para a produção local, e vende a 1,28 vezes acima para a indústria de transformação estadual (Figura 80). No caso do atacado local compra a 1,28 vezes acima do preço de referencia e revende para a indústria de transformação estadual ao preço de 1,98 vezes maior. 135

142 Figura 80. Formação de preço do murumuru ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização do murumuru Na cadeia de comercialização do murumuru a produção local gerou um Valor Bruto da Produção (VBP α ) de R$94,2 mil (Figura 81). O VBP do âmbito local (56%) equivale à oferta de R$27 mil pelo atacado e a R$6,6 mil ao varejo rural. Em termo estadual observa-se que o setor de transformação responde pelo total do VBP gerado pela oferta de murumuru com R$41,8mil. 136

143 Figura 81. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do murumuru, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do murumuru e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Ao longo da cadeia de comercialização do murumuru da produção local do Tocantins até a demanda final estadual, o valor de R$41,7 mil foi adicionado (VAB) ao produto (Figura 82), subtraindo o VAB total (R$41,7 mil) do VBP da produção local (R$18,8 mil) e dividindo o resultado pelo VBP da produção local obtemos o mark-up total de 122%. Observando que, em termos relativos, o valor adicionado ao longo da cadeia a partir da produção primária (Setor α) é significativo. Do total do Valor Adicionado Bruto o sistema local foi responsável por R$33,6 mil, sendo o setor com maior participação o da produção local, pois apresenta um valor significativo de R$18,8 mil o maior da cadeia (Figura 82), justificado pelo beneficiamento primário de custo baixo da oleaginosa; em segundo foi o varejista rural com R$5,3 mil, com isso gerando o maior mark-up de 408% o maior da cadeia como um todo (Figura 82), pois se trata de agentes de empresas de transformação estadual e, o atacadista urbano com R$9,5 mil apresentando um mark-up de 55%. O sistema estadual participa com 19% do VAB total, com a indústria de transformação no montante de R$8,1 mil, que é o único setor que demanda o murumuru da região estudada. 137

144 Figura 82. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do murumuru, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). Figura 83. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg semente, e a margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do murumuru, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do murumuru A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa foi de R$94,2 mil sendo que do total 56% foram movimentados nos dez municípios e 44% no estado (Figura 84). O setor da produção local gerou R$18,8 mil, esse resultado demonstra que a comercialização do 138

145 murumuru é rentável para os extratores dessa oleaginosa. O sistema local gerou o equivalente a R$52,4 mil, sendo que o atacado foi responsável por R$27 mil, pois comprou de insumo cerca de R$17,5 mil e agregou apenas R$9,5 mil. O varejo rural foi responsável pela renda bruta de R$6,6 mil, pois comprou de insumo R$1,3 mil e adicionou o montante de R$5,3 mil. Por outro lado, no sistema estadual o setor de indústria de transformação atingiu uma renda bruta total de R$41,7 mil, dos quais R$33,6 mil equivalem à compra de insumos e R$8,1 mil ao valor adicionado. Figura 84. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do murumuru considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). 139

146 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA ANDIROBA a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização da andiroba Os agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do óleo de andiroba (Figura 85) atuam no nível local e estadual, conforme descrição a seguir: Produção Local: composta por produtores locais que coletam as sementes da andiroba e realizam o beneficiamento primário, geralmente feito pelas mulheres, com a fervura e a extração do óleo; Varejo Rural Local: também conhecido como Atravessadores, que são pequenos comerciantes que compram o óleo de andiroba dos produtores locais; Atacado Local: comerciantes que compram o óleo em maior quantidade do produtor local e vendem para o varejo urbano estadual; Varejo Urbano Local: são pequenos comerciantes que adquirem o óleo de andiroba da produção local e vendem para o mercado local; Varejo Urbano Estadual: setor de comércio varejista (feirantes e supermercados) situado no âmbito estadual que compra do atacado local e vende o óleo de andiroba para o consumidor estadual. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) da andiroba Dos 9 agentes entrevistados que trabalham com óleo de andiroba estão no ramo há 21 anos em média (13 a 48 anos de atuação); todos também comercializam outros produtos, tais como: mel, açaí, murumuru, semente de cumaru, cacau, palmito, artesanato plantas medicinais (leite de Amapá, de sucuuba, seiva de jatobá, barbatimão, unha de gato, verônica, óleo de copaíba). A capacidade instalada com armazéns possui em média 32m 2 (variação de 12 a 60 m 2 ), com transporte feito por bicicleta ou moto. A mão de obra predomina a familiar com 1 a 3 pessoas atuando o ano todo. As necessidades identificadas são por equipamentos apropriados para a prensa, financiamentos para a produção e apoio do poder público para com as farmácias de remédios naturais. 140

147 O varejo urbano comprou 65% do óleo de andiroba da produção local, vendeu somente para o consumidor local. O varejo rural local é responsável pelo repasse de 24% para o consumidor local (Figura 85). Tem produtor local que consegue vender 7% do total diretamente para o consumidor estadual e os que vendem 4% para varejistas de fora da região. Figura 85. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização de andiroba identificada em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia da andiroba (2008) A produção local vendeu óleo de andiroba para o varejo rural ao preço de R$6,50/litro, para o varejo urbano a R$6,77/l, para o atacado local a R$8,00/l e, diretamente para o consumidor estadual a R$15,00/l (Figura 86). O varejo urbano local vende diretamente para o consumidor local ao preço de R$11,50/l. O atacadista local vende para o varejo urbano estadual a R$16,00/l, que por sua vez revende ao consumidor estadual ao preço de R$20,00/l. 141

148 Figura 86. Preço médio da andiroba (R$ correntes/l óleo) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização da andiroba O varejo urbano comprou óleo de andiroba 0,92 vezes menor que o preço de referencia para a produção local e vendeu a 1,57 vezes maior para o consumidor local (Figura 87). O varejo rural local comprou óleo de andiroba a 0,89 vezes menor que o preço de referencia para a produção local e vendeu a 1,23 vezes maior para o consumidor local. A produção local que conseguiu vender diretamente para o consumidor estadual conseguiu praticar um preço 2,04 vezes maior. O atacado local compra da produção a 1,09 vezes maior, vende a 2,18 vezes para o varejo urbano estadual que vende a 2,72 vezes ao consumidor estadual. 142

149 Figura 87. Formação de preço da andiroba ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização da andiroba Na cadeia de comercialização do óleo da andiroba a produção local gerou um Valor Bruto da Produção (VBP α ) de R$13,6 mil (Figura 88), totalizando no final da cadeia em R$33,8 mil. Do montante, R$13,8 mil pertencem ao setor varejista urbano local, R$4,1 mil ao varejo rural, R$1,1 mil ao setor atacadista local e com apenas R$1,3 mil do varejista urbano estadual. 143

150 Figura 88. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização da andiroba, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização da andiroba e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Na cadeia de comercialização da andiroba foi agregado ao produto um valor de R$21,3 mil (Figura 89). Do montante o sistema local foi responsável por R$21 mil no qual o produtor consegue agregar valor (R$13,6 mil) com a comercialização do óleo sem nenhum tratamento, varejista rural que agrega somente R$1,1 mil com um margem de comercialização de 38% (Figura 89) considerando essa atividade rentável mesmo com pouca agregação de valor, e o varejista urbano com R$5,7 mil apresentando o segundo maior mark-up da cadeia (70%). O atacado local agregou R$0,5 mil e obteve o maior mark-up de 100%. No âmbito estadual o setor do varejo urbano agrega apenas R$266,6 mil, mas apresenta mark-up de 25%. A justificativa é o preço de venda alto através do fracionamento do produto em vidros menores. Figura 89. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização da andiroba, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). 144

151 Figura 90. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/l óleo, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização da andiroba, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização da andiroba A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa foi de R$33,8 mil sendo que do total 96% foram movimentados nos dez municípios e apenas 4% no estado (Figura 91). O sistema local gerou o equivalente a R$32,5 mil, o setor da produção local gerou a maior renda equivalente a R$13,6 mil, comparada aos demais setores, pois realizam o beneficiamento primário do fruto, que torna a comercialização rentável. O varejo urbano foi responsável por R$13,8 mil, pois comprou de insumo R$8,1 mil e agregou R$5,7 mil. O varejo rural foi responsável pela renda bruta de R$4 mil, pois comprou de insumo R$2,9 mil e adicionou apenas R$1,1 mil. O atacado local obteve renda bruta de R$1 mil, com valores de compra de insumo e adicionado em iguais proporções R$0,5 mil cada. Por outro lado, no sistema estadual o setor de varejo urbano atingiu uma renda bruta total de R$1,4 mil, dos quais R$1,1 mil equivalem à compra de insumos e R$266 mil ao valor adicionado. 145

152 Figura 91. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização da andiroba considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). h) Informações complementares sobre a comercialização de andiroba Em Abaetetuba a extração da andiroba ainda é feita de forma tradicional, algumas famílias que utilizam essa prática costumam comercializar o produto, outras usam somente para o consumo nas comunidades. No município de Mocajuba está instalada, há mais de 3 anos, a filial de uma grande Empresa 12 que trabalha com sementes oleaginosas junto às comunidades ribeirinhas da região e faz o beneficiamento primário da andiroba. Atualmente, a empresa alocada no município trabalha exclusivamente com a semente de andiroba e possui embarcação própria para a coleta das sementes junto às comunidades ribeirinhas. A Empresa beneficia óleo de andiroba geralmente vindo da região das ilhas, onde as sementes são coletadas por ribeirinhos, mas quem determina os preços do produto é a empresa. A filial compra a semente molhada ou suja por R$ 0,25/kg, entrega as embalagens e realiza o transporte para que a produção chegue até Mocajuba. A empresa compra aproximadamente 200 toneladas de semente de andiroba durante a safra, que vai de janeiro até meados de junho, dependendo do período chuvoso. Esta filial funciona apenas como um apoio logístico de estoque, devido às dificuldades de abastecimento de energia elétrica e de mão de obra 12 Engefar, com nome fantasia de Naturais da Amazônia. 146

153 qualificada na região do Tocantins. A empresa então priorizou se estabelecer em Ananindeua-PA. A matriz possui uma estrutura de aproximadamente 12 prensas Piratininga com uma capacidade de produção de 2,5 toneladas de óleo por hora. Segundo informações da empresa, a maioria da população conhece a andiroba e sabe do seu uso medicinal, a semente é bem conhecida na região, porém pouco valorizada. Hoje uma árvore de andiroba custa para o ribeirinho R$20,00, quando comercializada para madeireiros, e uma árvore produz, em média, 100 kg de semente, por safra. Na safra de 2008, 200 toneladas de semente foram produzidas somente em Mocajuba, mas a empresa também compra sementes em municípios da região como Cametá e Barcarena, e também em outras regiões como a do Salgado (Vigia, Santo Antônio do Tauá e Mosqueiro) e região do Marajó. Toda a negociação é realizada diretamente com os produtores, a empresa não negocia com atravessadores. O pagamento é feito à vista, e após a compra a empresa lava, pesa, seleciona e ensaca a semente. Sua armazenagem é feita submersa em água, evitando o apodrecimento e ataque de bichos. A empresa estabelece a programação da passagem do barco nas comunidades para recolher as sementes na safra. Em 2007 compraram cerca de 60 toneladas de óleo já beneficiado pelas comunidades, que possuem tradição na retirada do óleo artesanal e, com isso, atenderam a uma demanda da empresa que precisava de óleo artesanal, sem importar com a qualidade. A Empresa compra mais a semente do que o óleo artesanal na região. Dependendo do volume a extração do óleo é feito na filial da empresa em Mocajuba, com uso de prensa e, o processo de refino é realizado na matriz em Ananindeua. Na cadeia de comercialização da andiroba não foram incluídos os dados da empresa de Mocajuba, pois falta realizar a entrevista em sua matriz em Ananindeua. A EMATER informou que em Igarapé Miri existe bastante andiroba nas áreas ribeirinhas, mas que não são aproveitadas, o que foi constatado em campo como grande potencial. De acordo com entrevistados é por falta de incentivos e escoamento da produção. Existe apenas um comprador que determina um preço muito baixo do óleo (R$2,00/litro) CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA COPAÍBA 147

154 a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização da copaíba Os agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do óleo de copaíba atuam somente no nível local, conforme Figura 92 e descrição a seguir: Produção Local: composta por produtores locais que fazem a extração do óleo das copaibeiras, utilizando normalmente broca para o processo de perfuração, em seguida envasamento em garrafas de vidro; Varejo Urbano Local: são comerciantes que compram o óleo de copaíba dos produtores locais e revendem para o consumo final. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) da copaíba e formação dos preços pelos setores envolvidos Os 4 agentes entrevistados que trabalham com óleo de copaíba estão no ramo há 16 anos em média (7 a 20 anos de atuação); todos também comercializam outros produtos, tais como: mel, semente de cumaru, cacau, artesanato, plantas medicinais (leite de amapá, de sucuuba, seiva de jatobá, barbatimão, unha de gato, verônica, óleo de andiroba). A capacidade instalada de armazenamento atinge tamanho médio de 30m 2 (variação de 12 a 60 m 2 ), com transporte feito por bicicleta ou moto. A mão de obra predomina a familiar com duas pessoas atuando o ano todo. As necessidades identificadas são a ampliação do espaço para o comércio, financiamentos para a produção e apoio do poder público para com as farmácias de remédios naturais. Toda a produção de óleo de copaíba (100%) passa pelo varejo urbano local e depois para o consumidor local. Quanto à formação de preço o varejo urbano local vende para o consumidor local ao preço 1,27 vezes maior que o pago à produção local (Figura 91). 148

155 Figura 92. Formação de preço da copaíba ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia da copaíba (2008) O varejo urbano local compra o óleo de copaíba da produção local pelo preço médio de R$24,70/litro e vende para o consumidor local ao preço de R$31,48/litro (Figura 93). Figura 93. Preço médio da copaíba (R$ correntes/l de óleo) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. 149

156 d) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização da copaíba O Valor Bruto da Produção (VBP α ) da copaíba identificado na pesquisa é de R$10,4 mil, totalizando em R$23,7 as vendas totais realizadas incluindo o setor do varejo urbano responsável por R$13,3 mil (Figura 94). Figura 94. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização da copaíba, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. e) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização da copaíba e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Ao longo da cadeia de comercialização da copaíba foi agregado valor total de R$13,3 mil para a região estudada e o setor responsável foi o extrator de óleo com R$10,4 mil, pois se trata de um produto totalmente extrativo com custo baixo de coleta e o varejista local com R$2,9 mil apresentando um mark-up de 27%, pois embala em vidros para então ser comercializado (Figuras 95 e 96). 150

157 Figura 95. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização da copaíba, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). Figura 96. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/l óleo, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização da copaíba, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). f) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização da copaíba A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa foi de R$23,7 mil sendo toda gerada e movimentada na região do Tocantins (Figura 97). O setor da produção local gerou uma renda equivalente a R$10,4 mil e o restante foi no setor do varejo urbano (R$13,3 mil), 151

158 que compra de insumo cerca de R$10,4 mil e agrega apenas R$2,9 mil. Neste setor do varejo o óleo é fracionado para fins de consumo local. Figura 97. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização da copaíba considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DOS LEITES (AMAPÁ, SUCUÚBA E JATOBÁ) a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização dos leites (amapá, sucuúba e jatobá) Dos dois agentes entrevistados que trabalham com os leites de amapá, sucuúba e jatobá estão no ramo há 17 e 20 anos; também comercializam outros produtos medicinais, tais como: mel, óleo de andiroba, copaíba, semente de cumaru, unha de gato e verônica. A capacidade instalada para armazenamento é de 16 e 24 m 2, com transporte feito por bicicleta. A mão de obra familiar com 1 a 3 pessoas. Os agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização dos leites (Figura 98) atuam somente no nível local, conforme descrição a seguir: Produção Local: composta por extrativistas locais que fazem a extração dos leites artesanalmente; Varejo Urbano Local: são comerciantes que compram os leites dos extrativistas locais e revendem para o consumidor final local. 152

159 b) Estrutura da quantidade comercializada (%) e formação de preço dos leites (amapá, sucuúba e jatobá) O varejo urbano local comercializa 78% da produção identificada, e vende diretamente para os consumidores locais (Figura 98). Existe também o canal direto entre os extratores e os consumidores locais responsável pelo repasse de 22% da produção. Figura 98. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização dos leites (amapá, sucuúba e jatobá) identificados em dez municípios da região do Tocantins (Local), Estado do Pará. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia dos leites (amapá, sucuúba e jatobá) (2008) O varejo urbano local compra os leites da produção local pelo preço médio de R$13,80/litro e vende para o consumidor local ao preço de R$35,05/litro (Figura 99). O consumidor local que compra direto do produtor paga R$44,00/litro. 153

160 Figura 99. Preço médio dos leites (amapá, sucuúba e jatobá) (R$ correntes/l de leite) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização dos leites (amapá, sucuúba e jatobá) Quanto à formação de preço dos leites de amapá, sucuúba e jatobá, o varejo urbano local compra do consumidor local ao preço 0,69 vezes menor do que o preço de referencia pago à produção local e vende para o consumidor local a 1,75 vezes maior (Figura 100). O setor da produção local vende ao consumidor local a 2,19 vezes maior. Figura 100. Formação de preço dos leites (amapá, sucuúba e jatobá) ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base 154

161 adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização dos leites (amapá, sucuúba e jatobá) O Valor Bruto da Produção (VBP α ) dos extratores de leite da região estudada alcançou R$4,5 mil contando com a participação do varejo urbano local também como ofertante de R$4,9 mil (Figura 101). Figura 101. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização dos leites (amapá, sucuúba e jatobá), pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização dos leites (Amapá, Sucuúba e Jatobá) e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) O Valor Agregado (ou Adicionado) Bruto dos leites totalizou apenas R$7 mil (Figura 102). Apesar do varejo urbano local possuir um valor bruto de R$2,5 mil, apresenta uma margem de comercialização alta de 106% pois comercializa o produto com agregação de valor (Figura 103). 155

162 Figura 102. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização dos leites (amapá, sucuúba e jatobá), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). Figura 103. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/l leite, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização dos leites (amapá, sucuúba e jatobá), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização dos leites (amapá, sucuúba e jatobá) Os dados levantados mostram que os leites geraram uma renda equivalente a R$9,4 mil, movimentada somente na região tocantina (Figura 104). Desse montante o 156

163 produtor gerou R$4,5 mil e o varejo urbano gerou R$4,88 mil, sendo R$2,38 mil pela compra de insumo e R$2,5mil de adição de valor, mostrando baixa geração de renda nessa comercialização. Figura 104. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização dos leites (amapá, sucuúba e jatobá) considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO TAPEREBÁ a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do Taperebá Os dois agentes entrevistados que trabalham com fruto de taperebá estão no ramo há 12 anos; comercializam também cupuaçu, açaí fruto e palmito. O transporte é feito por moto e barco de 5 toneladas. Um freezer para conservação. A mão de obra é a familiar com 3 a 4 pessoas atuando o ano todo. Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização do taperebá (Figura 105), na região do Tocantins e na escala estadual, apresentam as seguintes características: Produção Local: produção extrativista dos municípios estudados que comercializam o taperebá in natura; 157

164 Varejo Urbano Local: são feirantes que realizam a venda do taperebá in natura para o consumidor local; Varejo Urbano Estadual: são feirantes que compram diretamente da produção local e vendem o taperebá in natura para o consumidor estadual. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do Taperebá O varejo urbano local comercializa 86% da quantidade identificada do fruto, que é comprado diretamente dos produtores e vendido exclusivamente para os consumidores locais (Figura 105). No âmbito estadual o varejo urbano é responsável por 14% da produção identificada. São os feirantes que vendem o fruto in natura diretamente para o consumidor estadual. Figura 105. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do taperebá identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do Taperebá (2008) O preço médio de venda do fruto de taperebá in natura praticado pelos produtores com o varejo urbano local é de R$1,20/kg, com o varejo urbano estadual é de R$0,80/kg (Figura 106). O preço médio adotado pela venda do varejo urbano local para o 158

165 consumidor local é de R$3,00/kg do fruto, e o preço de venda do varejo urbano estadual é de R$1,00/kg para o consumidor estadual. Figura 106. Preço médio do taperebá (R$ correntes/kg polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do Taperebá O varejo urbano local compra o taperebá in natura ao preço de 1,05 vezes maior que o praticado pela produção local e vende a 2,63 vezes para o consumidor local (Figura 107). O varejo urbano estadual paga 0,7 vezes menos que o preço de referencia da produção local e vende a 0,88 vezes para o consumidor estadual. 159

166 Figura 107. Formação de preço do taperebá ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização do Taperebá Na cadeia de comercialização do taperebá a produção local gerou um Valor Bruto da Produção (VBP α ) de R$3,4 mil (Figura 108), pela sua oferta. Sendo que nesta cadeia os setores ofertantes são o varejo urbano local com R$7,7 mil e o varejo urbano estadual com R$430,4. Figura 108. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do taperebá, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. 160

167 f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do Taperebá e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) O Valor Agregado (ou Adicionado) Bruto do taperebá totalizou R$8,1 mil, atingindo o mark-up total de 138%. Observando portanto que, em termos relativos, o valor adicionado ao longo da cadeia do fruto a partir da produção primária (Setor α) é significativo. O varejo urbano local foi responsável pela maior agregação com R$4,6 mil (Figura 109), com margem bruta de 150% (Figura 110) e o varejo urbano estadual apesar de agregar pouco (R$86,09) apresenta uma margem de apenas 25%. Figura 109. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do taperebá, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). 161

168 Figura 110. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg polpa, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do taperebá, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do Taperebá A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa foi de R$ 11,7 mil sendo que do total 96% foram movimentados nos dez municípios e 4% no estado (Figura 111). O sistema local gerou o equivalente a R$ 11,2 mil, sendo que o varejo urbano foi responsável por R$7,7 mil, pois comprou o fruto in natura por R$3,1 mil e agregou R$4,6 mil ao fruto já embalado para o consumo final local. No sistema estadual o varejo urbano atingiu uma renda bruta total de R$430,40, dos quais R$344,4 equivalem à compra do fruto in natura e R$86,1 ao valor adicionado. Figura 111. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do taperebá considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO BREU BRANCO 162

169 a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização de Breu Branco Foram dois agentes mercantis entrevistados que trabalham com breu branco e também com artesanatos e carvão, com mão de obra familiar. Um deles trabalha a 22 anos no ramo e possui armazém com 250 m 2. As descrições dos agentes mercantis identificados, apenas na esfera local, foram: Produção Local: produção extrativista dos dez municípios que comercializam a resina do breu branco; Varejo Urbano Local: são feirantes que realizam a venda da resina pronta para calafetar barcos e espantar insetos para o consumidor local. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) de Breu Branco e Formação dos preços pelos setores envolvidos O varejo urbano local comercializa 100% da quantidade identificada da resina de breu branco, que é comprada diretamente dos produtores e vendida exclusivamente para os consumidores locais. O varejo urbano local vende a resina de breu branco para o consumidor local a 1,44 vezes maior que o preço de referencia praticado pela produção local (Figura 112). 163

170 Figura 112. Formação de preço de breu branco ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia de breu branco (2008) O preço médio de venda de breu branco praticado pelos produtores com o varejo urbano local é de R$2,38/kg da resina, e o preço de venda desses para com os consumidores locais atinge o valor de R$3,44/kg (Figura 113). Figura 113. Preço médio de breu branco (R$ correntes/kg resina) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização de breu branco Na cadeia de comercialização da resina do breu branco a produção local gerou um Valor Bruto da Produção (VBP α ) de R$5,1 mil, totalizando ao final da cadeia R$12,5 mil (Figura 114). O único ofertante da cadeia é o varejo urbano local com R$7,4 mil. 164

171 Figura 114. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização de breu branco, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. e) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização de breu branco e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) O Valor Agregado (ou Adicionado) Bruto do breu branco totalizou R$7,4 mil (Figura 115). O varejo urbano local agregou no produto apenas R$2,3 mil, atingindo uma margem bruta de 44% (Figura 116). 165

172 Figura 115. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização de breu branco, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). Figura 116. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg resina, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização de breu branco, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). f) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização de breu branco A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa na comercialização do breu branco foi de R$12,5 mil (Figura 117). O varejo urbano local foi responsável pela renda bruta de R$7,4 mil, pois comprou de insumo R$5,14 mil e adicionou o montante de R$2,3 mil e o produtor local gerou o equivalente R$5,1 mil. 166

173 Figura 117. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do breu branco considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DE URUCUM a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização de Urucum Os agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do urucum (Figura 118) atuam somente no nível local, conforme descrição a seguir: Produção Local: composta por produtores locais que fazem a colheita e primeiro processamento do urucum, com secagem e moagem com pilão, e fazem um concentrado com o urucum em água, embalados em garrafas de vidro; Varejo Rural Local: são atravessadores que compram o urucum dos produtores locais e revendem para o Varejo Urbano Estadual; Varejo Urbano Local: são comerciantes que compram o urucum dos produtores locais e revendem para o consumo final; Varejo Urbano Estadual: são comerciantes que compram o urucum do varejo rural e revendem para o consumidor estadual. 167

174 b) Estrutura da quantidade comercializada (%) de urucum e Formação dos preços pelos setores envolvidos Da produção identificada na região do Tocantins 89% permanece para abastecer o comércio local e 11% sai para atender o comércio estadual (Figura 118). Figura 118. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização do urucum identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual. O varejo urbano local compra o concentrado de urucum a 0,97 vezes do preço de referência pago à produção e revende ao consumidor local por 1,95 vezes mais (Figura 119). O varejo rural compra a 1,22 vezes da produção local, revende a 1,36 vezes para o varejo urbano estadual, que revende a 2,92 vezes mais para o consumidor estadual. 168

175 Figura 119. Formação de preço de urucum ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia de urucum (2008) O varejo urbano local compra o concentrado de urucum a R$2,00/l da produção local e revende ao consumidor local por R$4,00/l (Figura 120). O varejo rural compra por R$2,50/l da produção local, revende a R$2,80/l para o varejo urbano estadual, que por sua vez revende a R$6,00/l para o consumidor estadual. Figura 120. Preço médio de urucum (R$ correntes/l de concentrado) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. 169

176 d) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização de urucum O Valor Bruto da Produção (VBP α ) de urucum identificado na pesquisa é de R$914, totalizando em R$2,92 mil, isto é, soma das vendas realizadas por todos os setores que constituem a cadeia. Do total do VBP do urucum são ofertados R$1,6 mil pelo setor do varejo urbano local, R$132,00 pelo setor varejista rural e, na esfera estadual, o setor do varejo urbano por R$284 (Figura 121). Figura 121. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização de urucum, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. e) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização de urucum e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Do total do valor adicionado bruto (VAB) dos dez municípios, o setor com maior participação no âmbito local foi o produtor local, com o maior valor agregado da cadeia na ordem de R$914, pois este executa as primeiras transformações do urucum. Na esfera local o varejo urbano contribui com R$796 (mark-up de 100%) e o varejo rural com R$14,00. No âmbito estadual o varejo urbano contribui com R$152, mark-up de 114% (Figuras 122 e 123). 170

177 Figura 122. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização de urucum, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). Figura 123. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/l concentrado, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização de urucum, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). f) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização de urucum A Renda Bruta Total (RBT) gerada na comercialização do urucum nos dez municípios estudados foi de R$2,9 mil. Na região estudada o setor do varejo urbano atingiu uma renda bruta total no valor de R$1,6 mil, pois comprou de insumos cerca de R$795,8 e 171

178 adicionou o mesmo valor. O setor de produção foi responsável pela renda bruta de R$914,21 (Figura 124). Figura 124. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do urucum considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DE BACURI a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização de Bacuri Nos dez municípios foram entrevistados dois agentes mercantis que atuam, em média, há 9 anos com fruto e polpa de bacuri, incluindo outros produtos como cupuaçu e muruci. Não possuem local para armazenagem; o transporte é feito com bicicleta, e freezer alugado e a mão de obra é familiar. As necessidades identificadas foram a aquisição de despolpadeira para reduzir o trabalho manual e conseguir uma barraca na feira para comercialização do produto. Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização do bacuri na região do Tocantins apresentam as seguintes características: Produção Local: produção primária e extrativista dos dez municípios; 172

179 Varejo Rural Local: pequenos comerciantes que compram o bacuri in natura dos produtores e são denominados de atravessadores; Varejo Urbano Local: são feirantes que realizam a venda do bacuri in natura para os consumidores locais; Varejo Urbano Estadual: são feirantes que realizam a venda do bacuri in natura para os consumidores estaduais. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) de Bacuri Os canais de comercialização do bacuri, identificados nos dez municípios, se caracterizam por canais simples, pois abrangem somente três agentes intermediários que participam da comercialização do fruto. O principal nível de canal de comercialização do bacuri é a venda direta do produtor para o consumidor local comercializando 88,5% da produção identificada (Figura 125). Outro canal importante é composto pelo varejo rural que compra 10,5% do produtor e vende diretamente para o varejo urbano estadual. Figura 125. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização de bacuri identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia de Bacuri (2008) 173

180 O preço médio praticado pelo produtor com o varejo rural é R$5,00/kg da polpa do fruto de bacuri, com o varejo urbano local é R$3,00/kg e com os consumidores locais atinge R$11,00/kg (Figura 126). Em relação ao preço de venda praticado pelo varejo rural com os varejistas urbanos estaduais equivale a R$7,00/kg. Figura 126. Preço médio de bacuri (R$ correntes/kg polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização de Bacuri O preço praticado pela compra do setor varejista rural é de 0,49 vezes abaixo (ou 49%) do preço praticado pela produção local, e este varejista rural vende para o varejo urbano estadual no valor 0,68 vezes menor que o pago ao produtor. No caso do varejo urbano local (feirantes) a compra da produção se dá a 0,29 vezes abaixo do preço pago ao produtor e revende para o consumidor local no valor 0,61 vezes. Somente quando o produtor da região vende diretamente ao consumidor da região tocantina este pratica preço 1,07 vezes maior, ou 7% a mais (Figura 127). 174

181 Figura 127. Formação de preço do bacuri ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização de Bacuri O Valor Bruto da Produção (VBP α ) dos produtores identificados nos dez municípios atingiu R$120,1 mil, enquanto que o VBP de todos os setores chega a R$139 mil (Figura 128). Os setores que mais ofertam são o varejo rural com R$8,6 mil e o varejo urbano estadual com R$9,7 mil. Figura 128. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização de bacuri, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. 175

182 f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização de Bacuri e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Na cadeia de comercialização do bacuri foi agregado ao fruto um valor de R$124 mil, subtraindo o VAB total (R$ 124 mil) do VBP da produção local (R$ 120,1 mil) e dividindo o resultado pelo VBP da produção local, obtemos uma margem de agregação de apenas 3%. Do VAB total o sistema local foi responsável por R$123 mil no qual o produtor consegue agregar R$120,1 mil e o varejo rural com R$2,5 mil apresentando o mark-up de 40%. Por outro lado o varejista urbano local agrega um valor de R$300,00 atingindo a maior margem de comercialização da cadeia de 108% (Figuras 129 e 130). Figura 129. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização de bacuri, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). 176

183 Figura 130. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg polpa, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização de bacuri, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização de Bacuri A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa na comercialização do bacuri foi de R$139,1 mil, sendo que do total 93% foram movimentados nos dez municípios e 7% nas demais regiões do estado (Figura 131). O sistema local gerou o equivalente a R$129 mil, o varejo rural foi responsável pela renda bruta de R$8,6 mil, pois comprou de insumo R$6,15 mil e adicionou o montante de R$2,5 mil e o produtor local gerou R$120,1 mil. O varejo urbano estadual atingiu uma renda bruta total de R$9,7 mil, dos quais R$8,6 mil equivalem à compra de insumos e R$1,1 mil ao valor adicionado. Figura 131. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do bacuri considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA SEMENTE DE CUPUAÇU 177

184 a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização da semente de cupuaçu Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização da semente de cupuaçu (Figura 132) na região do Tocantins apresentam as seguintes características: Produção Local: produtores que realizam beneficiamento primário do cupuaçu (despolpamento do fruto feito com tesoura) e comercializam a semente de cupuaçu; Varejo Rural: atravessadores que compram a semente de cupuaçu; Indústria de Beneficiamento Local: comerciantes que fazem o beneficiamento primário da semente de cupuaçu (realizam a limpeza e a secagem); Indústria de Transformação Estadual: unidade industrial localizada no município de Tomé Açú que extrai a manteiga de cupuaçu das sementes. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) da semente de cupuaçu O varejo rural comercializa 100% da quantidade identificada da semente de cupuaçu, que é comprada diretamente dos produtores e vendida exclusivamente para a indústria de beneficiamento local, e esta vende diretamente para a indústria de transformação estadual (Figura 132). Figura 132. Estrutura da quantidade, em termos percentuais (%), da comercialização da semente de cupuaçu identificado em dez municípios da região do Tocantins (Local), que vai para o mercado Estadual. 178

185 c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia da semente de cupuaçu (2008) O preço médio de compra de insumo (semente de cupuaçu) praticado pelo setor da indústria de beneficiamento estadual com os varejistas rurais foi de R$1,50/kg. Por outro lado o preço de venda praticado pelo setor da indústria de beneficiamento estadual com a indústria de transformação estadual foi de R$13,00/kg (Figura 133). Figura 133. Preço médio da semente de cupuaçu (R$ correntes/kg semente) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização da semente de cupuaçu O preço de venda praticado pelo varejista rural para a indústria de beneficiamento estadual é equivalente a 1,25 vezes o preço médio recebido pelos produtores, e deste para a indústria de transformação estadual é 10,83 vezes maior (Figura 134). 179

186 Figura 134. Formação de preço da semente de cupuaçu ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização da semente de cupuaçu O Valor Bruto da Produção (VBP α ) dos produtores que comercializam a semente de cupuaçu identificado pela pesquisa atingiu somente R$454,3, do varejo rural local foi de R$567,8 e a indústria de beneficiamento estadual R$4,9 mil, enquanto que o VBP de todos os setores que ofertam na cadeia foi de R$10,9 mil (Figura 135). Figura 135. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização da semente de cupuaçu, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. 180

187 f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização da semente de cupuaçu e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Ao longo da cadeia de comercialização da semente de cupuaçu foi agregado valor total de R$5 mil (Figura 136), que significa uma margem de agregação ou mark-up total de 983%. Do total do Valor Adicionado Bruto o sistema local foi responsável por apenas 12%, enquanto que o sistema estadual com 88% (Figura 136). A indústria de beneficiamento estadual foi responsável por R$4,4 mil com margem de agregação de 767% (Figura 137) e a de transformação estadual não teve seu valor de agregação estimado, pois a presente pesquisa não obteve dados suficientes para tal cálculo. Figura 136. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização da semente de cupuaçu, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). 181

188 Figura 137. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg polpa, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização da semente de cupuaçu, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização da semente de cupuaçu A comercialização da semente de cupuaçu identificada pela pesquisa na comercialização foi de R$10,9 mil, sendo que o varejo rural foi responsável pela renda bruta de R$567,8, pois comprou de insumo R$454,3 e adicionou R$113,5 (Figura 138) e o produtor local gerou R$454,3. A indústria de beneficiamento estadual atingiu uma renda bruta total de R$5 mil, dos quais R$567,8 equivalem à compra de insumos e R$4,3mil ao valor adicionado. Figura 138. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização da semente de cupuaçu considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO CUMARÚ 182

189 a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do cumaru Os agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização da semente de cumarú (Figura 139) atuam somente no nível local, conforme descrição a seguir: Produção Local: composta por extrativistas locais que fazem a coleta das sementes de cumarú em suas áreas; Varejo Urbano Local: são comerciantes que compram as sementes de cumarú dos extrativistas locais e revendem para o consumidor final local. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) e formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do cumaru A cadeia de comercialização de semente de cumarú é bem simples e linear, fica restrita à própria região e é composta pelo setor do varejo urbano local, que compra (100%) das sementes coletadas diretamente da produção local e vende para o consumidor local. Na formação de preço da semente do cumarú o varejo urbano local vende ao consumidor local ao preço de 6,67 vezes maior que o preço pago de referencia ao produtor (Figura 139). Figura 139. Formação de preço do cumarú ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. 183

190 c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do cumaru O varejo urbano compra a semente de cumarú a R$3,00/kg do produtor local e vende ao consumidor local a R$20,00/kg (Figura 140). Figura 140. Preço médio do cumarú (R$ correntes/kg semente) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização do Cumarú O Valor Bruto da Produção (VBP α ) dos coletores de semente de cumarú da região alcançou apenas R$100,00, enquanto que o varejo urbano local ofertou o equivalente a R$666,7 totalizando no final da cadeia em R$766,7 pelas vendas da semente (Figura 141). 184

191 Figura 141. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização do cumarú, pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. e) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do Cumarú e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) O Valor Agregado (ou Adicionado) Bruto das sementes de cumarú totalizou apenas R$666,7. Apesar do varejo urbano local atingir um valor bruto de R$666,7 (Figura 142), apresenta uma margem de comercialização altíssima de 567% pois comercializa o produto com agregação de valor para fins fitoterápicos (Figura 143). 185

192 Figura 142. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização do cumarú, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). Figura 143. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg de semente, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização do cumarú, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). f) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do cumarú Os dados levantados mostram que a comercialização das sementes de cumarú gerou Renda Bruta Total de R$766,7, o produtor gerou R$100 somente pela comercialização 186

193 in natura dessas sementes e o varejo urbano (feirantes) gerou R$666,7, sendo R$100,00 pela compra das sementes e R$566,7 de adição de valor (Figura 144). Figura 144. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização do cumarú considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008) CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS (BARBATIMÃO, PAU DOCE, UNHA DE GATO E VERÔNICA) a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização das Plantas Medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica) Nos dez municípios foram entrevistados dois agentes mercantis que atuam na comercialização de verônica, pau doce, unha de gato e barbatimão, e outras plantas medicinais como óleos de copaíba e andiroba, leites de amapá, sucuuba, seiva de jatobá e semente de cumaru. Atuam a 7 e 20 anos no ramo, com local para armazenagem com capacidade de 12 e 24m 2 ; não possuem meio de transporte e a mão de obra é familiar, com 2 e 3 pessoas que trabalham diariamente. Os agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização das plantas medicinais atuam somente no nível local, conforme descrição a seguir: 187

194 Produção Local: são os coletores de plantas medicinais; Varejo Urbano Local: são comerciantes ou feirantes que compram plantas medicinais dos produtores locais e revendem para o consumidor final. b) Estrutura da quantidade comercializada (100%) e Formação do preço pelos setores envolvidos na comercialização das Plantas Medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica) Toda a produção identificada das plantas medicinais dos dez municípios estudados (100%) é comercializada somente pelo varejo urbano local, sendo vendido somente para o consumidor local. Quanto à formação de preço o varejo urbano local vende as plantas medicinais para o consumidor local ao preço 1,33 vezes maior que o pago à produção local (Figura 145). Figura 145. Formação de preço das plantas medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica) ao longo da cadeia de comercialização, considerando o valor de R$1,00 como preço base adotado no setor da produção local, que pode variar acima ou abaixo, dependendo da transação realizada. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia das Plantas Medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica) (2008) 188

195 O varejo urbano local compra as plantas medicinais da produção local pelo preço médio de R$12,00/kg das partes da planta e vende para o consumidor local ao preço de R$16,00/kg (Figura 146). Figura 146. Preço médio das plantas medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica) (R$ correntes/kg partes da planta) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. d) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização das Plantas Medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica) Somando todos os valores recebidos pela venda de plantas medicinais por todos os agentes envolvidos em sua extração, ou seja, o Valor Bruto de Produção (VBP α ) dos produtores locais foi de somente R$2.910,00, totalizando no final da cadeia em R$6,8 mil (Figura 147). Portanto, o varejo urbano com R$3,88 mil é o único setor ofertante nos dez municípios estudados. 189

196 Figura 147. Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização das plantas medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica), pela ótica da oferta, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. e) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização das Plantas Medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica) e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) O Valor Agregado Bruto (VAB) total das plantas medicinais ao longo da cadeia foi de apenas R$3,9mil para os dez municípios e o setor responsável foi o varejista urbano local adicionou R$970 (Figura 148) com uma margem de comercialização de 33% apenas (Figura 149). Figura 148. Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) em R$, gerado na comercialização das plantas medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). 190

197 Figura 149. Valor Bruto da Produção (VBP), Valor Transacionado Efetivo (VTE) que equivale ao Valor Adicionado Bruto (VAB), em R$ correntes/kg partes da planta, e a Margem de Comercialização (%) de cada setor (Mark-up) da cadeia de comercialização das plantas medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). f) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização das Plantas Medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica) Os dados levantados mostram que a comercialização das plantas medicinais gerou Renda Bruta Total de R$6,8 mil (Figura 150), o produtor gerou R$2,9 mil somente pela comercialização in natura dessas plantas e o varejo urbano (feirantes) gerou R$3,8 mil, sendo R$2,9 mil pela compra das plantas medicinais e R$970,3 de adição de valor ao produto, mostrando baixa agregação de valor para o consumo final. Figura 150. Valor da Renda Bruta Total (RBT), em R$, na comercialização das plantas medicinais (barbatimão, pau doce, unha de gato e verônica) considerando sua composição pela ótica da demanda (VBP + VAB), em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará (2008). 191

198 g) Informações complementares sobre a comercialização de plantas medicinais Em Cametá o Centro Popular de Orientação à Saúde (CPOS) possui uma farmácia caseira que produz e manipula diversos remédios, banhos, xaropes e cremes que atende às famílias da região. O uso de plantas medicinais no tratamento de doenças faz parte do cotidiano de famílias do município de Baião, geralmente pertencentes à área rural, com transações na forma de doação ou troca dos produtos entre famílias. Já na zona urbana, existe uma pequena comercialização de algumas plantas, porém o município apresenta grande potencial em decorrência da região possuir áreas pouco exploradas e com ocorrência de espécies nativas CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DE CORATÁ a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização de Coratá Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização do coratá envolvem a região do Tocantins e a esfera nacional, que apresentam as seguintes características: Produção Local: produção extrativista dos dez municípios; Varejo rural: comerciantes (ou atravessadores) que compram o coratá in natura dos extrativistas e vendem para os atacadistas locais; Atacado local: comerciante situado no âmbito local que apenas realiza o beneficiamento primário do coratá in natura para exportação; Varejo Urbano Nacional: comerciante varejista situado fora do Estado que comercializa com o mercado internacional. Neste caso, a pesquisa identificou que a produção do Tocantins vai diretamente para a Europa, mais precisamente para a Alemanha. 192

199 b) Estrutura da quantidade comercializada (%) de Coratá A cadeia de comercialização do coratá identificada incide em canais simples. Portanto o principal nível consiste na compra direta do atacadista local com os produtores locais, comercializando 97% da produção identificada. O varejista rural compra somente 3% dos produtores e vendem diretamente para o atacadista local. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia de Coratá (2008) O preço médio praticado pelo produtor com o varejo rural é R$0,50/unidade do coratá in natura, com o atacadista local é também R$0,50/und. Em relação ao preço de venda praticado pelo atacadista local com os varejistas urbanos nacionais equivale a R$2,00/und. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do Coratá O preço praticado pela compra do setor varejista rural é de 0,49 vezes abaixo (ou 49%) do preço praticado pela produção local, e este varejista rural vende para o atacadista local no valor 0,7 vezes que o pago ao produtor. No caso do varejo urbano nacional (comerciantes de artefatos de decoração) a compra da produção se dá a 3 vezes acima do preço pago ao produtor e revende para o consumidor local no valor 4 vezes acima. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização de Coratá O Valor Bruto da Produção (VBP α ), ou seja, todo o valor recebido pela venda do coratá pelos extrativistas da região do Tocantins foi de R$44,4 mil, do varejo rural local foi de R$2,4 mil, do atacado local foi de R$117,7 mil e do varejo urbano nacional de R$222,2 mil, gerando R$446,8 mil pela oferta do coratá na região do Tocantins. 193

200 f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do Coratá e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Ao longo da cadeia de comercialização do coratá da produção local até a demanda final que neste caso é o mercado Europeu, o valor de R$222,2 mil foram adicionados ao produto, atingindo um mark-up total de 400%. Do total do valor adicionado, o setor com maior participação foi o atacado local com R$132,3 mil, que agregam ao produto uma margem de comercialização (mark-up do setor) de 291%. Em relação ao sistema nacional, o varejo urbano agregou o valor de R$44,4 mil, apresentando a menor margem e comercialização da cadeia, 25% apenas. Por outro lado, o varejo rural agrega o valor de R$1 mil e atinge um mark-up de 70%. g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização de Coratá A Renda Bruta total gerada pela comercialização do coratá identificado nos dez municípios foi movimentada somente na região estudada e no sistema nacional, atingindo um valor de R$224,6 mil e R$222,2 mil, respectivamente. O setor do atacado local gerou a maior renda, na ordem de R$117,7 mil comparada aos demais setores, pois realizam o beneficiamento primário do coratá e o varejista rural com R$2,4 mil CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO INAJÁ a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do inajá Os agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do inajá atuam somente no nível local, conforme descrição a seguir: Produção Local: composta por extratores locais que coletam os frutos; 194

201 Varejo Rural Local: conhecido como atravessadores e também representante de empresas nacionais, que são pequenos comerciantes que compram o fruto dos produtores locais; Varejo Urbano Local: são pequenos comerciantes que adquirem o fruto da produção local e vendem para o consumidor local que utilizam para artesanato; Varejo Urbano Nacional: setor de comércio varejista (comerciantes) que utilizam o inajá para artesanato ou retiram o óleo para outros fins. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do inajá O varejo urbano local comercializa 62% da quantidade identificada do inajá, que é comprada diretamente dos produtores e vendida exclusivamente para o consumidor local. Por outro lado, o varejo rural compra 38% e vende para o varejo urbano nacional. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do inajá (2008) Os preços médios de venda do fruto de inajá praticados pelos extratores com outros agentes são R$0,95/kg com o varejo urbano local e R$1,00/kg com os varejistas rurais. O preço médio adotado pela venda do varejo urbano local para o consumidor local é de R$2,25/kg do inajá, e o preço de venda do varejo rural para o varejo urbano nacional é de R$2,00/kg. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do inajá O preço de venda praticado pelo varejista rural para o varejo urbano nacional é equivalente a 1,00 vez o preço médio recebido pelos produtores, e o preço praticado pelo varejista urbano local é 0,98 vezes menor. 195

202 e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização do inajá O Valor Bruto da Produção (VBP α ) dos produtores de inajá da região estudada alcançou R$8,4 mil, do varejo rural foi de R$6,6 mil, do varejo urbano local R$12 mil e o varejista urbano nacional R$7,5 mil, gerando no final da cadeia um total de R$34,6 mil nas vendas do fruto de inajá. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do inajá e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) O Valor Agregado Bruto (VAB) total do inajá ao longo da cadeia de comercialização foi de R$19,5 mil para os dez municípios. Do total do valor adicionado na cadeia o varejo urbano local teve maior participação com R$6,9 mil atingindo uma margem de comercialização de 137% e em segundo lugar o varejo rural com R$3,3 mil apresentando uma margem de 100%. g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do inajá A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa foi de R$33,7 mil sendo que do total 80% foram movimentados nos dez municípios e 20% no âmbito nacional. O sistema local gerou o equivalente a R$27 mil, sendo que o varejo urbano foi responsável por R$12 mil, pois comprou de insumo cerca de R$5 mil e agregou R$7 mil. O varejo rural foi responsável pela renda bruta de R$6,6 mil, pois comprou de insumo R$3,3 mil e adicionou o mesmo montante. 196

203 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DE UTENSÍLIOS (PANEIRO, TIPITI E CUIA) Os agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização de alguns utensílios como paneiro, tipiti e cuia atuam no nível local e nacional, conforme descrição a seguir: Produção Local (artesão/ã produtor/a): na categoria dos trançados dois utensílios foram analisados o paneiro e o tipiti. Os produtores utilizam fibras vegetais, especificamente, a tala do guarumã e os cipós para tecer tais objetos. No caso da confecção das cuias, os ribeirinhos ou moradores da região estudada, em geral, apanham a fruta da cuieira e realizam o processo rústico (limpam, fervem e tingem a cuia com o jenipapo ou cumatê), até obter a cuia, usada regionalmente como vasilha para tomar tacacá; Varejo Rural Local: são intermediários ou atravessadores que compram de produtores e vendem para os feirantes ou comerciantes urbanos; Varejo Urbano Local: são comerciantes ou feirantes que adquirem os utensílios e vendem para o consumidor local; Varejo Urbano Nacional: lojas de artesanato que realizam a venda dos utensílios como objetos de decoração para os consumidores nacionais. A cadeia de comercialização destes utensílios é composta por poucos intermediários, com a maior parte da produção local passando pelo varejo urbano local e vendido exclusivamente para os consumidores locais. Existe também a comercialização de tais produtos para o mercado nacional, como objetos de decoração, que seguem para o varejo urbano nacional (comerciantes de artigos de decoração) que comercializam em torno de 16% da quantidade identificada que é comprada exclusivamente dos varejistas rurais e vendem diretamente para os consumidores nacionais. Os preços médios dos utensílios praticados entre os diferentes agentes da cadeia de comercialização são determinados pela oferta, qualidade e utilidade do produto transacionado, como o tipiti que é vendido da produção local para os varejistas rurais ao preço de R$3,27/und, que revende para os consumidores locais ao preço de R$4,27/und (Tabela 3). Os paneiros comuns usados como embalagem de frutos também são comprados pelos varejistas rurais ao preço de R$0,83/und e vendidos para os consumidores locais ao 197

204 preço de R$1,16/und. Os varejistas urbanos compram as cuias a R$0,98/und da produção local e vendem ao consumidor local por R$1,68/und. Somente os paneiros mais elaborados que servem para decoração são comprados a R$8,00 pelos varejistas rurais, que vendem para o mercado nacional ao preço de R$9,00/und. TABELA 3 - Preço médio praticado (R$/und) na comercialização de utensílios, como tipiti, paneiro e cuia, no ano de 2008, em dez municípios da Região do Tocantins, Estado do Pará. Utensílios Produção para Varejo Local Varejo para Consumidor Local Varejo para Consumidor Nacional Tipiti 3,27 4,27 - Cuia 0,98 1,68 - Paneiro p/ embalagem 0,83 1,16 - Paneiro p/ decoração 8-9 Fonte: Idesp/2009 As análises econômicas das três cadeias de utensílios comercializados apontam a grandeza relativa que todos têm para o mercado local e apenas um que também alcança o nacional (Tabela 6). O Valor Bruto da Produção local (VBP α ) dos tipitis identificado na região foi de R$30,1 mil, com valor agregado bruto (VAB) de R$39,4 mil e renda bruta total (RBT) de R$69,6 mil. Para a economia da cuia o VBP α identificado somente da produção local de R$4,5 mil, incluindo o varejo urbano local o VBP total de R$12,1 mil, o valor adicionado (VAB) na cadeia foi de R$7,6 mil e a renda total (RBT) alcançou R$12,1 mil. Para o paneiro o VBP foi de R$9,1 mil, o VAB de R$12,6 mil e a RBT de R$21,7 mil. Diferente dos demais utensílios, para os paneiros de decoração o VBP α somente da produção local foi de R$17,2 mil e o VBP total da cadeia foi de R$36,5 mil (Tabela 4), o VAB α foi de R$19,3 mil da produção, R$2,1 mil adicionados pelo varejo nacional totalizando R$21,5 mil e a RBT α total foi de R$58 mil, com R$36,5 mil no varejo local e R$21,5 mil no varejo nacional. 198

205 Tabela 4 - Valor Bruto da Produção (VBP α ), em R$, gerado na comercialização de utensílios (tipiti, cuia, paneiro de decoração e paneiro embalagem), pela ótica da oferta; Valor Transacionado Efetivo (VTE) Valor Adicionado Bruto (VAB) e a Renda Bruta Total (RBT) pela ótica da demanda, em 2008, em dez municípios da região de integração do Tocantins, Estado do Pará. VBP α da Produção (R$) Tipiti 30,1 mil Cuia 4,5 mil Paneiro decoração 17,2 mil Paneiro embalagem 9,1 mil Fonte: Idesp/2009 Indicadores Econômicos Local (R$) Estadual (R$) Nacional (R$) Total (R$) VBP α 30,1 mil ,1 mil VAB α 39,4 mil ,4 mil RBT α 69,6 mil ,6 mil VBP α 12,1 mil ,1 mil VAB α 7,6 mil - - 7,6 mil RBT α 12,1 mil ,1 mil VBP α 17,2 mil - 19,3 mil 36,5 mil VAB α 19,3 mil - 2,1 mil 21,5 mil RBT α 36,5 mil - 21,5 mil 58,0 mil VBP α 9,1 mil - - 9,1 mil VAB α 12,6 mil ,6 mil RBT α 21,7 mil ,7 mil CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DE GUARUMÃ a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização de Guarumã Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização do guarumã, na região do Tocantins, apresentam as seguintes características: Produção Local: extratores da fibra de guarumã; Varejo Rural: são atravessadores da fibra que não realizam beneficiamento da fibra; Varejo Urbano Estadual: são feirantes que comercializam a fibra de guarumã para os artesãos. 199

206 b) Estrutura da quantidade comercializada (%), formação de preço e preço médio praticado de Guarumã O principal nível e único canal de comercialização do guarumã é a venda direta do produtor (100%) para o varejo rural que comercializa diretamente com o varejista urbano estadual que para o consumidor estadual. O preço médio praticado pelo produtor com o varejo rural é R$0,12/rolo, e este revende para o varejo urbano estadual por R$0,40/rolo. Em relação ao preço de venda praticado pelo varejo urbano estadual com os consumidores estaduais chega à média de R$0,90/rolo. Ou seja, na formação de preços do guarumã o varejo rural vende ao varejo urbano estadual em média 2,33 vezes maior que o preço pago ao produtor, e este comerciante estadual vende direto para o consumidor estadual a 6,50 vezes mais. c) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização de Guarumã Na cadeia de comercialização do guarumã a produção local gerou um valor bruto da produção (VBP α ) de R$17,20. O VBP do âmbito estadual (63%) é significativamente maior do que local (37%), em função do alto consumo desse produto para artefatos (ou artesanatos) mais elaborados. Os setores que mais vendem são o varejo rural (R$57,34) e o varejo urbano estadual (R$129,01). d) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização de guarumã e a margem de comercialização de cada setor (Mark-Up) Ao longo da cadeia de comercialização do guarumã da produção local do Tocantins até a demanda final estadual, o valor de R$129,01 foi adicionado (VAB) ao produto, subtraindo o VAB total (R$129,01) do VBP da produção local (R$17,20) e dividindo o resultado pelo VBP da produção local obtemos o mark-up total de 650%. Portanto, observa-se que em 200

207 termos relativos que o valor adicionado ao longo da cadeia a partir da produção primária (Setor α) é significativo. Do total do Valor Adicionado Bruto o sistema local foi responsável por R$57,34, sendo o setor com maior participação o varejista rural com R$40,14 com isso gerando um mark-up de 233%, o maior da cadeia como um todo. É importante ressaltar o papel do produtor local, que apresenta um valor de R$17,20, pois o extrator realiza o primeiro processamento dessa fibra sendo totalmente manual. Por outro lado, em termo estadual o setor do varejo urbano que apresenta a maior participação na cadeia toda com R$71,67, justificando o mark-up de 125%. e) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização de Guarumã A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa na comercialização do guarumã foi de R$203,55, sendo que do total 37% foram movimentados nos dez municípios e 63% no estado. O sistema local gerou o equivalente a R$74,54, o varejo rural foi responsável pela renda bruta de R$54,34, pois comprou de insumo R$17,20 e adicionou o montante de R$40,14 e, o produtor local gerou R$17,20. O varejo urbano estadual atingiu uma renda bruta total de R$129,01, dos quais R$57,34 equivalem à compra de insumos e R$71,67 ao valor adicionado CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DOS CIPÓS a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização dos cipós Os agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização dos cipós atuam somente no nível local, conforme descrição a seguir: Produção Local: são os coletores de cipós; Varejo Urbano Local: são comerciantes ou feirantes que compram dos coletores locais e revendem para o consumidor local. 201

208 b) Estrutura da quantidade comercializada (%), preço médio praticado e formação de preço nas transações entre os agentes mercantis dos cipós O único canal de comercialização de cipós identificado foi a compra do varejo urbano local de 100% de toda produção local, que vende diretamente para o consumidor local. O preço médio praticado de venda de cipós pelos coletores com o varejo urbano local foi de R$1,88/rolo. O preço de venda praticado pelos feirantes locais (varejista urbano) com o consumidor local é R$2,87/rolo, indicando que os cipós são comercializados com baixa agregação de valor, pois são utilizados como matéria prima na fabricação de artefatos como matapi, paneiros entre outros. Na formação dos preços envolvidos na comercialização dos cipós o varejo urbano local comprou a 1 vez o preço de referência da produção local e vendeu a 1,87 vezes maior para o consumidor local. c) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização dos cipós Somando todos os valores recebidos pela venda de cipós por todos os agentes envolvidos em sua extração, ou seja, o Valor Bruto de Produção (VBP α ) dos produtores locais foi de R$5,8 mil, totalizando no final da cadeia em R$14,7 mil. Portanto, o único setor que ofertou nos dez municípios foi o varejo urbano com R$8,9 mil. d) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização dos cipós e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) O Valor Agregado Bruto (VAB) total dos cipós ao longo da cadeia de comercialização foi de R$8,8 mil para os dez municípios. Do total do valor adicionado na cadeia a partir da produção primária o produtor teve maior participação com R$5,8 mil, pois se trata de um produto totalmente extrativo com baixo custo de coleta. O setor varejista urbano local participa com R$3,1 mil na agregação apresentando uma margem de 53%. 202

209 e) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização dos cipós A Renda Bruta Total gerada pela comercialização de cipós da região estudada gerou para o âmbito local R$14,7 mil sendo que do total, R$5,8 mil foi gerada pelo setor da produção local, R$8,8 mil pelo varejo urbano local, pois comprou de insumo cerca de R$5,8 mil e agregou apenas R$3,1 mil INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DE ARTESANATOS NA REGIÃO DO BAIXO TOCANTINS Em Cametá foi identificada quase uma centena de diferentes formas de matéria prima colhidas na floresta 13 que passam por processos bem simples de preparo para a comercialização, alguns somente com lavagem e secagem. São cipós, partes de plantas, folhas, sementes, frutos como o inajá, buriti, murumuru entre outros que são retirados da floresta, alguns ainda verdes, cuja quantidade a ser extraída está em função da demanda do comprador. Esses produtos naturais que possuem aspecto ou forma que podem ser usados como enfeites ou utensílios artesanais são comercializados para mercados externos. 13 Abacaxizinho, Bola de natal, Cabaças (gd, md, pq, gg), Cabaça peito de moça, Cacho bacaba, Cacho flor de madeira (sororoca), Cacho de palma real, Cacho coco babaçú (inteiro ou cortado), Cacho da Amazônia (jupati), Calice (gd e pq), Canoa de babaçu, Canoa brasília, Canoa açaí/canoa fina, Canoa de bacaba, Canoinha, Capim chuveirinho, Cipó escada, Cipó trançado, Cipó grosso, Caracol branco, Caracol verde, Caroço de miriti, Caroço de uxi, Caroço murumuru, Caroço de jatobá, Caroço tucumã (jabarana), Caracolzinho, Casca de feijão, Cavalo de açaí, Cavalo bacaba, Cavalo de bacaba lavado, Cabo p/ flores trabalhadas, Castanha do pará, Chifre de boi (gd, md, pq Maranhã/Cametá), Chapeuzinho, Cipó rosca de 2 a 3 cm, Conchas, Cutite, Crespinho, Copo pachiuba, Envira, miriti, Espeto bambú (50cm ou 70cm), Escamadinho, Espanador (1 ou 2), Espinho liso, Fava enrolada, Fava leitosa, Fava bié, Fava marrom, Flor abacaxizinho/flor inajá, Flor da madeira/limpa, Flor de madeira, Flor do coco babaçu, Flor do campo, Folha da Amazônia, Folha cortada, Folha holandesa (açaí, miriti, bacaba, inajá e caranã), Folha cortada, Folha verdosa, Folha de ubim, Fruto amarelo (taperebá), Fruto aracanga, Fruto caranã, Fruto carrapeta Belém, Fruto carrapeta cametá, Fruto inajá, Frutos jutaí, Fruto pintado, Fruto rajado, Fruto tanã, Galeras (pq e lavadas), Girassol espinho (gd, pq, peludo preto ou verde), Ingá cipó, Jacitara (gd, grossa ou pq, fina), Laranja selvagem (seca, viva), Maçã vermelha, Madeira ornamental (ou 55), Mini ostra, Moeda, Ninja, Ninho, Olho de boi (rajado ou preto), Orelha branca, Orelha de burro (ou pq), Ouriços (castanha inteiro, lavados, etc), Ovo de pombo (1, pq ou 2), Palma real (gd, md, pq, pp), Panari /nozes chinezas (gd, pq, lavado), Pé de coqueiro, Pendão chinês, Peneira (nº1 cametá, nº2 bambu), Pétala flor de madeira, Pachiuba metro, Pinheiro africano/açairinha (pq, nº1, nº2), Prego serú, Ramo açaí (maços), Ramo bacaba (fardo 20 kg), Ramo de bacaba lavado, Ráfia e Rosa de tefé aberta. 203

210 Os artesanatos identificados em Baião foram os utensílios domésticos e de trabalho como o tipiti, a peneira, os paneiros, os abanos, entre outros, todos confeccionados em fibra, geralmente do guarumã, comercializados localmente. Uma potencialidade de Barcarena é a grande produção de artesanatos em fibras e cipós da comunidade Tinga Açu que são comercializados em Belém e em outros estados. Os artesões fabricam variedades de cestarias. O transporte do artesanato se dá via fluvial em embarcações que saem da comunidade toda sexta-feira e vendem na feira do Ver-o-peso. Os artesões trabalham principalmente por encomenda e vendem mais na época de junho, durante as festas juninas. O artesanato de Moju com produtos da floresta (sementes, fibras, cascas, troncos, folhas e outros) são comercializados nas casas dos artesãos e não tem mercado certo. Solicitam apoio para expansão da produção e para a comercialização. Uma família moradora na margem da PA 150 (entre Moju e Tailândia) produz artesanatos em madeira, cipós, fibras, sementes, cuja matéria prima é retirada de uma área de floresta da família. O artesanato é variado e bem trabalhado. Já fizeram exposições com mais de 200 peças diferentes em Moju. Em dezembro de 2008 previam fazer outra exposição nas festividades do município ANÁLISES AGRUPADAS DE TODOS OS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS NOS MUNICÍPIOS VISITADOS DA REGIÃO DO TOCANTINS Ao analisar do ponto de vista da demanda final pelos produtos florestais nãomadeireiros produzidos na região do Tocantins, que somados equivalem a R$1,04 bilhões, o sistema nacional é o grande responsável (80%) por comprar R$832 milhões, o mercado estadual demanda 8% no valor equivalente a R$78,49 milhões e o mercado local demanda R$129,38 milhões (Tabela 5). Ao fazermos uma classificação por percentagem relativa das demandas pelas três escalas regionais, os produtos mais demandados pelo mercado nacional são o açaí, cacau, castanha, palmito, coratá, murumuru, paneiro e semente de cupuaçu para óleo (Tabela 5). Os produtos que possuem os percentuais relativos mais demandados pelo 204

211 mercado estadual são o cupuaçu, artesanato de miriti e o guarumã. Já para atender o próprio mercado local dos dez municípios da região do Tocantins são diversos produtos como carvão, buriti, bacaba, mel, bacuri, tipiti, andiroba, inajá, copaíba, cipós, taperebá, cuia, breu branco, leites, plantas medicinais, cumaru e urucum (Tabela 5). No entanto, se esta analise se faz do ponto de vista de quem adiciona mais valor ao produto (VAB), conforme Tabela 6, o sistema estadual agrega R$547 milhões (52,78%), o nacional adiciona R$245 milhões (23,61%) e o local um montante similar de R$246 milhões (23,62%). No entanto, se a análise é feita pela capacidade de agregar valor aos produtos florestais não-madeireiros, ou seja, com base no valor agregado bruto (VAB), que aponta onde a economia está mais atuante e imprime ações de beneficiamento e transformação dos produtos do extrativismo, nos diversos setores ao longo das cadeias de comercialização, conforme demonstrado na Tabela 7, a categoria das plantas alimentícias/frutíferas foi a campeã com 99,75% do VAB total (R$1,037 bilhões), com o açaí e a castanha que agregam mais valor no nível estadual com as agroindústrias do açaí e as empresas de beneficiamento da castanha instaladas no Pará. Já o cacau e o palmito são produtos alimentícios que têm no mercado nacional os maiores agregadores de valor a tais produtos. Os demais produtos alimentícios (cupuaçu, buriti, bacaba, bacuri, taperebá e urucum) têm no mercado local seu maior poder de agregar valor. 205

212 TABELA 5. Demanda final (local, estadual e nacional), em R$ e %, dos produtos florestais não-madeireiros identificados nos dez municípios da região de integração do Tocantins, PA, em 2008 (Idesp). Produto Florestal Demanda Final (Valores) Porcentagem (%) Não-madeireiro Local Estadual Nacional Total Local Estadual Nacional Carvão , ,59 0, , Buriti , ,74 0, , Bacaba , , , , Mel , ,12 0, , Bacuri , ,35 0, , Tipiti ,72 0,00 0, , Andiroba , ,33 0, , Inajá semente ,00 0, , , Copaíba ,00 0,00 0, , Cipó rolo 6.730,33 0, , , Taperebá 7.747,96 430,44 0, , Cuia 7.637,74 0,00 0, , Breu branco resina 7.421,88 0,00 0, , Leites 6.987,31 0,00 0, , Plantas Medicinais 3.881,37 0,00 0, , Cumaru 3.638,79 0,00 0, , Urucum 1.591,58 284,21 0, , subtotal , , , ,85 Cupuaçu , , , , Artesanato Miriti 5.998, , , , Guarumã 0,00 129,01 0,00 129, subtotal , , , ,31 Açaí , , , , Cacau 0,00 0, , , Castanha do brasil ,72 0, , , Palmito 0, , , , Coratá (Inajá) 0,00 0, , , Murumuru 0,00 0, , , Paneiro ,29 0, , , Semente Cupuaçu 0,00 0, , , subtotal , , , , Total geral , , , , Fonte: Idesp/

213 TABELA 6 - Valor Adicionado Bruto - VAB (local, estadual e nacional), em R$, dos produtos florestais nãomadeireiros identificados nos dez municípios da região de integração do Tocantins, PA, em 2008 (Idesp). PFNM Valor Adicionado Bruto - VAB (R$) Porcentagem (%) Local Estadual Nacional Total Local Estadual Nacional Mel ,11 0,00 0, , Copaiba ,00 0,00 0, , Leites 6.987,31 0,00 0, , Cumaru 3.638,79 0,00 0, , Plantas Medicinais 3.881,37 0,00 0, , Inajá ,67 0,00 0, , Cipós 8.880,59 0,00 0, , Cuia 7.637,74 0,00 0, , Tipiti ,72 0,00 0, , Breu Branco 7.421,88 0,00 0, , Buriti ,58 198,08 0, , Bacuri , ,65 0, , Taperebá 8.092,31 86,09 0, , Andiroba ,00 266,67 0, , Artesanato Miriti , , , , Cupuaçu , , , , Paneiro ,67 0, , , Urucum 1.724,21 151,58 0, , Murumuru , ,33 0, , Coratá ,19 0, , , Carvão , ,86 0, , Bacaba , ,19 0, , subtotal , , , , Semente Cupuaçu 567, ,30 0, , Castanha do brasil , , , , Guarumã 57,34 71,67 0,00 129, Açaí , , , , subtotal , , , , Palmito , , , , Cacau , , , , subtotal , , , , Total geral , , , ,38 23,62 52,78 23,61 Fonte: Idesp/2009. Para o único derivado da madeira estudado na região, o carvão é produzido na própria região e a agregação de valor é de 77% realizada na região do Tocantins (Tabela 7). O mesmo acontece para o único derivado animal estudado, o mel que tem sua economia somente na escala local com agregação de valor equivalente a R$149 mil. Na categoria dos artesanatos (fibras e utensílios) o valor agregado total equivale a R$585mil, sendo que a economia local é a que mais agrega valor aos diversos produtos identificados (89%). Os fitoterápicos e cosméticos ainda não possuem estratégias locais para agregação de valor em escala comercial, pois necessitam de ciência, tecnologia e investimentos, por isso a agregação de valor é pequena e refere-se basicamente à coleta da parte da planta, algum processo rústico de extração e embalagem simples dos produtos que atingiram o montante de R$121,7 mil de valor agregado. 207

214 Fitoterápicos e Cosméticos (0,01%) Derivado Animal (0,01%) Artesanato (0,06%) Derivado Madeira (0,13% Alimentícias / Frutíferas (99,78%) TABELA 7 - Valor Agregado Bruto (R$) na esfera local, estadual e nacional dos produtos florestais nãomadeireiros identificados na região do Tocantins, em 2008, organizados em cinco categorias (alimentícias, derivado da madeira, artesanato, derivado animal e fitoterápicos/cosméticos). Categorias Produto Florestal Nãomadeireiro VAB (Valores) Porcentagem (% ) Local Estadual Nacional Total Local Estadual Nacional Açaí Cacau Castanha do brasil Palmito Cupuaçu Buriti Bacaba Bacuri Taperebá Urucum Total Frutíferas Carvão Total Derivado Madeira Artesanato Miriti Coratá Cipós Guarumã Cuia Tipiti Paneiro Paneiro decorativo Total Artesanatos Mel Total Derivado Animal Murumuru Andiroba Copaiba Semente Cupuaçu Leites Cumaru Plantas Medicinais Inajá Breu Branco Total Fitoterápicos e Cosméticos TOTAL GERAL Fonte: Idesp/ ,62 52,77 23,61 Como alguns produtos estudados estão num patamar econômico bem mais alto em relação aos demais, fica difícil comparar quando alguns poucos estão em escalas de bilhões e outros em dezenas de milhares. Desta forma, uma estratégia adotada para analisálos foi dividir em três categorias em função da Renda Bruta Total circulada na comercialização dos produtos: i) que atingiram valores acima de R$600 mil do RBT, ii) para 208

215 os intermediários com RBT entre R$100 e 599 mil e iii) os abaixo de R$100 mil (Tabela 8). Os produtos campeões em RBT foram, em ordem decrescente, o açaí (R$1,8 bilhões), o cacau (R$77 milhões), a castanha do brasil (R$29 milhões), o palmito (R$5 milhões), o cupuaçu (R$4,9 milhões) e o carvão (R$2,1 milhões) (Tabela 8). Na segunda categoria foram enquadrados produtos diversificados que possuem papel importante na economia regional como os frutos de buriti, bainhas do inajá chamado de coratá, brinquedos de miriti, um fruto de uma palmeira que pode complementar a dieta paraense na entressafra do açaí como a bacaba, o mel como produto do manejo das abelhas que, além de fazer bem à saúde humana, também faz bem ao ambiente, pois as abelhas servem como polinizadoras para algumas plantas da região (Venturieri, 2009) e por ultimo o bacuri, considerado fruto potencial de mercado (Medina; Ferreira, 2004), que tem ocorrência natural em toda região do nordeste paraense, mas que precisa ser manejado para aumentar sua produção (Ferreira, 2009). Na terceira categoria (abaixo de R$100 mil) com exceções para o guarumã e a semente de cupuaçu que possuem mais da metade de sua RBT voltada para o mercado estadual, o murumuru que tem papel nos mercados local e estadual, todos os demais são produtos que circulam exclusivamente no mercado local dos 10 municípios, com RBT ainda baixa. 209

216 RBT abaixo de R$ 100 mil RBT de R$ 100 mil a R$ 599 mil RBT acima de R$ 600 mil TABELA 8 - Renda Bruta Total (R$) na esfera local, estadual e nacional dos produtos florestais não-madeireiros identificados na região do Tocantins, em 2008, organizados em três categorias relativas com escalas de valor do RBT (acima de R$600mil, entre R$100 a 599mil e abaixo de R$100 mil). Categ o-rias Total Parcial Total Parcial Produto Florestal Nãomadeireiro Local Estadual Nacional Total Local Estadual Nacional Relativa a RBT Açaí ,92 Cacau ,95 Castanha do brasil ,51 Palmito ,26 Cupuaçu ,26 Carvão , ,00 Buriti ,13 Coratá ,03 Artesanato Miriti ,75 Bacaba ,49 Mel ,06 Bacuri , ,00 Murumuru ,56 Tipiti ,66 Paneiro decorativo ,90 Inajá ,29 Andiroba ,11 Copaiba ,67 Paneiro ,21 Cipós ,52 Breu Branco ,01 Cuia ,90 Taperebá ,78 Semente Cupuaçu ,60 Leites ,24 Plantas Medicinais ,63 Urucum ,70 Cumaru ,18 Guarumã ,05 Total Parcial ,00 Total Geral Fonte: Idesp/2009 Renda Bruta Total (RBT) (Valores R$) Porcentagem (%) Portanto, se considerarmos a Contabilidade Social Ascendente Alfa, que inicia no setor da produção extrativista local dos dez municípios estudados (Setor α), que recebeu pela venda de todos os produtos florestais não-madeireiros identificados o montante de R$165 milhões (VBP α ), e com as transações comerciais realizadas pelos setores que vendem tais produtos até o consumidor final foi agregado valor a estes produtos no montante de R$1,04 bilhões (VAB) somando-se ainda o valor bruto da produção (VBP) equivalente à compra de insumos no montante de R$904 milhões, chega-se a um valor total de R$1,94 bilhões referente à renda (RBT) bruta gerada e circulada na economia destes produtos com seus efeitos para frente e para trás na cadeia de comercialização (Tabela 9). 210

217 Em relação ao Valor Bruto da Produção (VBP) da compra de insumos nos setores mercantis, referido na Tabela 9, tais insumos, dependendo da posição e função do agente comercial, podem variar desde a matéria prima original, o fruto in natura do açaí, por exemplo, até o penúltimo agente da cadeia que pode adquirir como insumo a polpa congelada e transformá-la em sorvete, antes do último elo da cadeia, que é consumidor final. 211

218 Tabela 09 - Variáveis econômicas dos produtos florestais não-madeireiros identificados na região do Tocantins, compostas pelo Valor Bruto da Produção Alfa Local (VBP α ), a margem de lucro (mark-up), o Valor Bruto da Produção (VBP), o Valor Agregado Bruto e a Renda Bruta Total (R$) nas esferas local, estadual e nacional, em Produto Florestal Não-madeireiro VBP α da Produção Mark-up (margem de lucro) VBP (Compra de insumo) (2) Total VAB (3) RBT Total gerada e circulada (5) Local (1) Local Estadual Nacional Nacional Nacional Total Local Estadual Total Local (4) Estadual (Estimado) (Estimado) (Estimado) Total Açaí % Cacau % Cupuaçu % Carvão % Castanha do brasil % Buriti % Palmito % Mel % Bacuri % Bacaba % Coratá % Tipiti % Murumuru % Paneiro decorativo % Andiroba % Artesanato Miriti % Copaiba % Paneiro % Inajá % Cipós % Breu Branco % Leites % Cuia % Taperebá % Plantas Medicinais % Urucum % Semente Cupuaçu % Cumaru % Guarumã % TOTAL (1) Valor Bruto da Produção total (R$) recebido pelos produtores/extrativistas da região do Tocantins (2) Valor Bruto da Produção (VBP) referente ao total da compra de insumos nos setores mercantis. (3) Equivale ao valor que foi adicionado (ou agregado) ao produto (VAB) ao longo da cadeia de comercialização (4) Equivale a geração e circulação de renda na região do Tocantins (RBT Local) (5) Valor da Renda Bruta Total (RBT) gerada e circulada, em R$, equivale a soma do valor bruto da produção (VBP) rerefente à compra de insumos mais ao valor adicionado (VAB), ou seja RBT = VBP + VAB 212

219 PROBLEMAS E POTENCIALIDADES IDENTIFICADOS NOS MUNICÍPIOS VISITADOS DA REGIÃO DO TOCANTINS PROBLEMAS EM CAMETÁ Infraestrutura precária dos portos de embarque e desembarque de passageiros e mercadorias no mesmo local. Transporte coletivo deficitário. Precária rede de abastecimento elétrico, principalmente nas ilhas, que dificulta o processamento e armazenamento de produtos como polpas de frutas e outros PFNM. Além do trajeto pelo Rio Tocantins, o acesso à Cametá pode ser feito por estrada toda asfaltada. Porém, passageiros e mercadorias têm que passar por duas travessias de balsa (2 rios estreitos), que dificulta nos casos de emergência. Falta de acesso à água encanada e tratada, sistema de esgoto sanitário, dejetos lançados ao rio. POTENCIALIDADES EM CAMETÁ Unidade de Compostagem e Reciclagem de Lixo com o apoio da Albras/Alunorte e da Prefeitura de Cametá, que trabalha a educação ambiental nas escolas e nas ilhas. A recém criada Secretaria Municipal de Meio Ambiente SEMMA possui um projeto de coleta de lixo, com classificação por origem (Residenciais, Comerciais, Industriais, Públicos, Agrícolas, Hospitalares e Entulhos). Na região das ilhas de Cametá um barco chamado Papa lixo passa três vezes na semana recolhendo o lixo produzido nas comunidades. Casa Familiar Rural que trabalha com formação de multiplicadores e utiliza a pedagogia da alternância. Centro Miriti Pousada Escola com trabalho produtivo pedagógico com 950 mulheres voltado para produção e comercialização de plantas medicinais e polpas de frutas. Universidade Estadual do Pará UEPA com trabalhos de conclusão de curso sobre temas amazônicos voltados para alguns produtos florestais não madeireiros. 213

220 Centro Integrado de Educação Profissional do Baixo Tocantins Escola Tecnológica que em 2008 implantou cursos técnicos de Agricultura e Aqüicultura e, em 2009, cursos Técnicos em Meio Ambiente, Agronegócio, Agropecuária, Administração e Informática. Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC) com apoio do Governo do Estado do Pará, Prefeitura de Belém e República Francesa atua em Limoeiro do Ajuru, Oeiras do Pará, Cametá e Belém, no apoio aos Projetos de Mel na região do Tocantins, e cursos sobre utilização de plantas medicinais e saúde da mulher. A Associação da Mulher - entidade com 15 mil sócios, sendo 60% mulheres. Os associados recebem informações sobre plantas medicinais e seu cultivo, saúde da mulher, confecção de artesanatos (matapi, paneiros, tupés, tipitis entre outros) e merenda alternativa regionalizada. Enorme quantidade de matéria prima para confecção de artesanatos comercializados (quase 100 tipos diferentes). O Instituto de Desenvolvimento, Educação Ambiental e Solidariedade (IDEAS) desenvolve o Projeto Açaí com cursos sobre gestão e comercialização junto aos ribeirinhos de várias comunidades. Apóiam associações como o Centro Comunitário de Jaituba e Jabutiapecu (CEJOJAR), a Associação de Preservação do Rio Jorocazinho (ACOPREMAJ), a Associação das Criadoras de Pequenos Animais (ASCRIAS), a Associação de Preservação de Marituba (ASPRIM), a Associação do Mupi, que trabalha com a comercialização de açaí, palmito, buriti, camarão, madeira, óleos, mel e plantas medicinais e, a Cooperativa Agrícola Resistência de Cametá, que possui cerca de 310 sócios que são, em sua maioria, produtores de açaí, que trabalham também com o murumuru, patauá, mel, inajá e andiroba e, alguns desses produtos, estão sendo comercializados para a Natura. PROBLEMAS EM ABAETETUBA A região das ilhas, apesar de próxima à sede do município, não possui água encanada e energia elétrica. Nas feiras de Abaetetuba são comercializados, sem fiscalização, carnes de animais silvestres como capivara, jacaré e animais vivos para o consumo. 214

221 POTENCIALIDADES EM ABAETETUBA A Associação Arte em Miriti de Abaetetuba (Miritong) conquistou sua valorização com a produção e comercialização dos brinquedos. Movimento de Ribeirinhos e Ribeirinhas das Ilhas e Várzeas de Abaetetuba (MORIVA), instituição que tem como objetivo organizar os ribeirinhos e ribeirinhas para planejar e executar atividades que venham a melhorar a região. São 20 ilhas, todas com associações filiadas ao Moriva. O movimento trabalha em parceria com o Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Abaetetuba (STTR de Abaetetuba), a EMATER, a SAGRI, a CPT, as Secretarias Municipais, entre outros e que têm grande preocupação com o meio ambiente, tanto da realidade das ilhas como da cidade. Os ribeirinhos estavam na época se mobilizando em prol de um projeto de Assentamento Agroextrativista, com cerca de 2400 produtores. A Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) tem atuação no município de Abaetetuba e em outros na região do Baixo Tocantins. Projeto de pesquisa sobre ecologia, manejo, economia e mercado de miriti no estuário do baixo Tocantins executado pelo Centro Internacional de Pesquisa Florestal (CIFOR) em parceria com vários órgãos de pesquisa e associações de produtores para entender a atividade artesanal dos brinquedos de miriti e identificar técnicas para o manejo sustentável desta palmeira. PROBLEMAS EM BAIÃO O ultimo trajeto de acesso ao município de Baião é feito por uma estrada sem pavimentação asfáltica, o que dificulta a chegada e saída de produtos, principalmente no período chuvoso. Estrutura portuária com dois portos pequenos, que recebem embarcações de médio calado pelo rio Tocantins. 215

222 A implantação da Usina Hidrelétrica de Tucuruí ocasionou a diminuição do pescado e a população passou a importar peixe de outros municípios, pagando mais caro por um produto que existia com fartura no município. O comércio de Baião é pequeno, escasso em variedades e quantidades de produtos. A maioria dos produtos consumidos vem de fora do município. Importa açaí de municípios vizinhos. Ausência de créditos para projetos voltados a produção dos PFNM (açaí, mel, bacaba, etc.). Falta de assistência técnica especializada e comprometida com o desenvolvimento sustentável da região. POTENCIALIDADES EM BAIÃO A comunidade de Baixinha é detentora de uma área com ocorrência de bacaba de grande produtividade, com potencial de diversificação e agregação de valor com diversos produtos (vinho, geléias, licores, partes da planta como artesanato, etc.). Associação de Produtores de Mel (meliponicultura manejo das abelhas nativas sem ferrão) cujo produto apresenta grande potencial devido à cobertura vegetal rica em diversidade e bem preservada da região. Plantios de seringueiras em algumas regiões do município, que estão atualmente abandonados, sem utilização por falta de estruturação da cadeia produtiva. Uma organização não governamental, o Instituto de Desenvolvimento e Educação Ambiental e Solidariedade IDEAS, que atua em vários municípios da região, com projetos socioambientais, alguns relacionados aos PFNM, como o Projeto Bacaba desenvolvido na Comunidade de Baixinha, com objetivo da industrialização. O IDEIAS firmou convênio com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Universidade do Estado do Pará (UEPA), para desenvolver pesquisas e receber orientações sobre o potencial da polpa, do óleo, do caroço, além de desenvolver outros subprodutos da bacaba. Atualmente já desenvolveram o licor, a geléia, a polpa e uma bebida. 216

223 A Comunidade de Baixinha também possui uma fábrica de artesanatos com estrutura adequada para a produção de pulseiras, brincos e colares (funciona no posto de saúde da comunidade). A Casa Familiar Rural de Baião trabalha com vários projetos, com destaque para o Produto da Mata Não Madeireiro, com objetivo de conscientizar o público juvenil sobre a preservação do meio ambiente e a utilização racional dos recursos florestais nãomadeireiros. Porém, a dificuldade financeira é um dos fatores limitantes na promoção dessa iniciativa. PROBLEMAS EM MOCAJUBA A população também sofre com os impactos da implantação da Usina de Tucuruí. Problemas em relação ao saneamento básico, principalmente ao tratamento de água e esgoto. Na orla da cidade o esgoto das casas converge direto para o Rio Tocantins. Poluição por lixo deixado pelos banhistas e pela lavagem dos carros na beira da praia. A violência na cidade é preocupante e tem aumentado nos últimos anos. Comércio local é pequeno, com pouca variedade e quantidade de produtos. Alguns batedores de açaí não possuem instalações adequadas (piso, equipamento, qualidade da água, frutos nas proximidades de animais, riscos de contaminação). Apenas um técnico da Ceplac para atender toda a demanda do município. Ausência de crédito para projetos voltados a produção de açaí, mel, bacaba, entre outros. Falta de assistência técnica especializada e comprometida com o desenvolvimento sustentável da região. Devido às dificuldades de abastecimento de energia elétrica e de mão-de-obra qualificada na região de Mocajuba, uma empresa que processa óleos priorizou estabelecer sua filial em Ananindeua. 217

224 POTENCIALIDADES EM MOCAJUBA O acesso à cidade é asfaltado, sendo a principal via de escoamento da produção e de integração às outras regiões. Possui Casa Familiar Rural, escola de formação técnica, baseada na pedagogia da alternância que qualifica jovens camponeses e filhos de agricultores. Os plantios de cacau vêm se destacando como um mercado em ascensão, substituindo gradativamente os plantios de pimenta na região. Existem 68 projetos de plantio de açaí de terra firme em Mocajuba. Grande produção de semente de andiroba para prensagem e refino. Filial de empresa instalada no município para fazer prensagem primária de óleo de andiroba. Os produtos não madeireiros com potencialidades no município são o açaí, o cupuaçu, o taperebá e outras frutas; assim como o mel, o cacau em grande quantidade, os óleos de andiroba, copaíba e castanha-do-brasil, algumas plantas medicinais e essências. O açaí está incluído na merenda escolar numa iniciativa da prefeitura e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento CONAB. PROBLEMAS EM OEIRAS DO PARÁ Falta divulgação dos artesanatos, incentivos, cursos de capacitação e investimentos para os moradores da reserva. Devido a exploração irregular de madeira o IBAMA começou a fiscalizar, com isso a atividade madeireira foi reduzida e em conseqüência a economia também sofreu queda. Estrada que liga Oeiras do Pará à Cametá estava, na época, praticamente intrafegável, dificultando escoamento da produção. Necessidade de financiamentos e incentivos para melhorar a produção de mel no município. 218

225 manejo dos açaizais. Falta assistência técnica para aumentar a produção de açaí na entressafra com o POTENCIALIDADES EM OEIRAS DO PARÁ Reserva Extrativista Arioca Pruanã, criada em 2005, com área de ha, possui cerca de famílias em 32 comunidades, com diversidade de espécies como barbatimão, amapá, sucuuba, verônica, jatobá, ipê roxo, uxi amarelo, andiroba, patauá, murumuru e outros, que são ainda pouco explorados e comercializados. Na busca de melhoria de renda os coordenadores da Resex firmaram parceria com uma empresa de cosméticos chamada Beraca que, na época da entrevista, ainda não havia efetivado a compra dos produtos. A Associação de Moradores da Reserva Extrativista Arioca Pruanã (AMOREAP) que controla a extração e a retirada dos produtos oriundos da reserva, informa que existem muitas espécies, sementes, cipós, frutos e outros produtos que servem para fazer artesanato. A comunidade Ribeira, situada na Resex, produz artesanatos na forma de bonecas, tipitis e outros artefatos que são retirados de miriti, tala de guarumã, galhos de árvores, sementes, etc. Na economia do município, após a pesca vem o açaí que é produzido nas áreas dos ribeirinhos. A Emater de Oeiras do Pará está incentivando os produtores a plantarem cacau visando melhorar a renda das famílias. Projeto para instalação da estrutura física da Casa Familiar Rural de Oeiras, para formação de pessoas com base na realidade dos camponeses voltadas para a melhoria da produção agrícola e da exploração sustentável de produtos de base extrativa, por iniciativa do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Oeiras, em parceria com a Casa Familiar Rural de Cametá. PROBLEMAS EM LIMOEIRO DO AJURU 219

226 A feira do produtor rural funciona apenas uma vez por mês e as comunidades se juntam para vender produtos como mel, andiroba e outros. Dificuldades de escoamento da produção de mel. POTENCIALIDADES EM LIMOEIRO DO AJURU A economia de Limoeiro do Ajuru vem praticamente do açaí, da pesca e do cacau, além de diversos produtos oriundos do extrativismo como miriti, andiroba, murumuru, breu branco, mel, castanha e outros. Pelo menos duas associações de apicultores foram identificadas no município. Estratégia entre empresa compradora, Emater local e produtores para a futura extração de óleo de buriti e da semente de cupuaçu. Existem duas reservas para reprodução de peixes, com apoio da Secretaria de Pesca e Aqüicultura do Estado (SEPAq) junto à Colônia dos Pescadores. A secretaria fornece apoio para compra de equipamentos como matapi e outros. A Colônia tem sócios que são beneficiados com recursos do governo federal para a época de defeso, no qual cada família recebe quatro salários mínimos por ano. Na abertura da pesca de 2008 chegaram a pegar 90 toneladas de mapará (peixe típico e famoso na região). O Rio Tocantins possui diversos tipos de peixes como tainha, pescada e outros, mas o mapará é o mais abundante. Existe também bastante camarão nos rios. O camarão fresco vai para Belém e o salgado vai para Moju e Tome-Açú. Existe uma Reserva de Preservação Permanente (RPP) para a piscicultura, onde os pescadores só podem pescar de anzol. PROBLEMAS EM BARCARENA 220

227 A apicultura vem encontrando problemas com a falta de organização e gestão das associações, além de não possuírem equipamentos adequados, tanto para a colheita quanto para o processamento do mel, comprometendo diretamente a qualidade do produto. Alguns apicultores mantêm seus apiários muito próximos às residências, proporcionando perigo para os moradores das proximidades. Também estão com caixas maiores que o tamanho padrão. POTENCIALIDADES EM BARCARENA Grande produção de artesanatos em fibras e cipós (cestarias) produzidos na comunidade Tinga Açu que são comercializados em Belém e em outros estados. A apicultura começa a ganhar importância pelos agricultores em Barcarena. Cooperativa de Extração e Desenvolvimento Agrícola de Barcarena CEDAB, em parceria com a Alunorte, desde 2007, projeto para produção de 110 mil mudas de açaí (BRS- Pará) e 15 mil mudas de Cupuaçu. A idéia é diversificar com outras mudas de essências florestais (andiroba, acapu, copaíba). A Secretaria Municipal de Agricultura (SEMAGRI) vem desenvolvendo projetos de qualificação com Cursos de Manejo (dia de campo), doação de ferramentas e mudas e apoio ao projeto de produção de mudas na Escola Agrícola (localizada na PA 151) que é composta atualmente por somente 60 alunos. O escoamento dos produtos de Barcarena é realizado em três rotas: para o CEASA, para o mercado do Ver-o-peso ou para a feira da sede local. A Emater trabalha com projetos de manejo de açaí e incentivo ao plantio de cupuaçu, cacau, graviola e pimenta. Os batedores de açaí passaram por qualificações para padronizar os pontos de venda, melhorar a higiene durante todo processo e adquirir qualidade ao produto. PROBLEMAS EM IGARAPÉ MIRI Uma fábrica de polpa de açaí foi desativada por causa da qualidade da água. 221

228 As fabriquetas ilegais prejudicam o mercado do palmito, pois a extração ilegal não é fiscalizada. As famílias que trabalham na produção manual do palmito desejam entrar na legalidade, mas dizem que é muita burocracia, que não tem financiamento e nem assistência. Igarapé Miri tem um índice de violência alto e preocupante, pois os ribeirinhos sofrem com os assaltos nos rios, com roubos de embarcações e do dinheiro da venda dos produtos. A equipe do Idesp teve dificuldades em obter informações junto aos agentes mercantis em Igarapé Miri, pois passavam a impressão de que estavam sendo fiscalizados, agindo com agressividade na maioria das vezes. Quando se dispunham a falar, informavam o mínimo, mas defendiam que o município possui o melhor açaí do estado. As dificuldades de acesso às informações se devem a uma pesquisa sobre o açaí, realizada no ano anterior (2007), que logo depois a mídia publicou a ocorrência de casos de doença de Chagas oriundas do açaí, causando sérios problemas no município. A equipe foi intimidada por pessoas portando armas brancas. Contudo, foi entrevistado um comerciante, dentre 15 outros do mesmo ramo. Existem quatro portos no município, o de Santo Antônio (Estrada Nova), do Meruú, da balsa e o da Vila Maiauatá. Os caroços do açaí são lançados diretamente nos rios, sem preocupação com transtornos ambientais, assoreamento e putrefação da matéria orgânica. O município de Igarapé Miri precisa ter um espaço maior e mais adequado para dispor sua produção. Alguns agentes mercantis fizeram criticas ao local onde são comercializados os seus produtos, principalmente o açaí, pois o trapiche é pequeno, o produto fica exposto ao chão, o local não dispõe de cobertura e nem de segurança. Diversos batedores de açaí do município usam água de péssima qualidade, com coloração amarelada. Alguns jogam os caroços na rua, outros não possuem piso adequado e, diversos deles reivindicam linhas de crédito para solucionar problemas de infra-estrutura e capacitação. POTENCIALIDADES EM IGARAPÉ MIRI 222

229 Além dos campeões açaí e palmito, outros produtos não-madeireiros comercializados em Igarapé Miri são o cupuaçu, cacau, óleos e mel. No município são três fábricas de açaí instaladas, sendo que duas estavam funcionando na época. A produção de açaí está aumentando a cada ano devido o manejo que está sendo feito nos açaizais. Enquanto a safra do açaí esta terminando em outros municípios, em Igarapé Miri a produção é grande por causa do manejo feito. Na entressafra do açaí a coleta dos frutos é feita de maneira racional unida ao manejo para extração do palmito. A Cooperativa de Desenvolvimento do Município de Igarapé Miri (CODEMI) possui mais de 200 cooperados, formados em 13 núcleos, que somente comercializa açaí para a maioria das empresas do Sindfruta. A cooperativa tem parceria com a UFPA Centro Tecnológico de Empreendimento Popular e Solidário. Foram comercializados 500 Kg de mel, no valor de R$7,00/Kg, pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), coordenado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). PROBLEMAS EM MOJU São poucos os produtos oriundos do extrativismo que são comercializados no município de Moju, como o açaí, carvão, mel e artesanato regional (folhas, fibras, frutos, cipós). O principal problema é o escoamento e transporte para a comercialização do açaí da região de Moju. Diversas famílias pararam de produzir devido ao auxilio mensal ofertado pela Vale, em locais por onde passa o mineroduto. POTENCIALIDADES EM MOJU 223

230 A secretaria municipal de meio ambiente de Moju atua com projetos de capacitação em empreendedorismo no setor de artesanatos na região das ilhas fortalecendo a atividade para gerar renda e trabalho. Possui diversos projetos: sustentabilidade da pesca, criação de peixes regionais, novas culturas, plantas exóticas, aqüicultura (quelônios), artesanato, panelas de barro, móveis, cestarias, reciclagem de tecido e bijuterias. A Lei Ambiental do Município de Mojú (Lei nº737) foi criada em agosto de A SEMMA possui a biblioteca Sala Verde com apoio do Fundo Nacional de Meio Ambiente (MMA). A Secretaria tem como base o Programa Nosso Ambiente com o licenciamento ambiental, recursos hídricos e deveres do produtor rural. Em 2006/2007 começou o interesse da Natura pelo buriti, andiroba e copaíba na região. A coordenadora da Secretaria Municipal de Promoção e Assistência Social (SEMPAS) nos apresentou os projetos em parceria com o SEBRAE de processamento de frutas (cupuaçu, bacuri, açaí e castanha) para fabricação de biscoitos, licores, geléias e compotas; de reaproveitamento de sobras de madeira, vassoura do açaí, entre outros, além de capacitação para produção de sabonetes com andiroba e outros frutos. De acordo com representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Moju o município possui mais de 100 comunidades e 30 associações. Nas áreas de terra firme tem cultivo de cacau (10 mil pés), abacaxi e culturas agrícolas. A empresa Natura compra semente seca de cupuaçu e cacau e fez contato para comercialização do murumuru. Os produtores comentam sobre a necessidade de incentivar uma agroindústria para agregação de valor do patauá, andiroba e murumuru, semente de cupuaçu e do cacau. A UFPA possui um projeto de incubadora tecnológica em Moju, Abaetetuba e Igarapé Miri, que auxilia os produtores atingidos com a quebra da AMAFRUTAS, para que passem a utilizar novamente as frutas plantadas por eles para desenvolver outros produtos como polpa, licor, geléia, etc. Moju possui a Universidade Estadual do Pará (UEPA), a Universidade aberta com ensino técnico à distancia, com médio integrado PROEJA, o NEPAM com cursos técnicos, a 224

231 Casa Rural de Mojú, o Programa da erradicação do trabalho infantil nas carvoarias do Ministério do Trabalho e uma organização que trabalha com o problema do escalpelamento. Na comunidade quilombola Jambu-açú funciona a Escola Familiar Rural Padre Sergio Tonetto, que assiste a 15 comunidades quilombolas e tem dois anos de existência. Conta com ajuda da empresa Vale, da prefeitura e outros. Atualmente a escola está com algumas dificuldades para se manter. A parceria com a Vale se deve ao fato de passar um mineroduto nas terras das comunidades. Com isso, foram investidos recursos para construção de um posto de saúde. Durante dois anos 38 famílias receberam dois salários mínimos mensais, até fevereiro de Nesta comunidade possuem andiroba e castanhado-brasil. A empresa Vale vai investir em mudas de castanha, piquiá, uxí, bacuri, buriti e copaíba. As principais atividades da comunidade são a pimenta e a mandioca. Política de conscientização com a preservação da mata, destino do lixo, coleta seletiva, compostagem, fortalecimento da agricultura familiar. A empresa de reciclagem de lixo fica na estrada do Sarapuí. Projeto do carro da cozinha do SESI (parceiros, Sebrae, C.F.R e a CVRD): receitas acessíveis para a alimentação das famílias. Projeto da UFRA sobre a potencialidade da região. Plano do Desenvolvimento do Território Quilombola do Jambuaçú. A outra parceria é com a Mar Borges (indústria de Palmas), mas existem conflitos devido terem invadido parte do território, conforme o coordenador. O projeto de Gestão Ambiental da Emater contribui na divulgação ou implantação de sistemas de esgotamentos sanitários individuais para famílias rurais residentes em áreas de várzea CONSIDERAÇÕES FINAIS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO TOCANTINS Os produtos florestais não-madeireiros identificados nos dez municípios do estudo realmente interferem de forma positiva e significativa na dinâmica econômica da região do Tocantins, com seu encadeamento para frente nas escalas estadual e nacional, comprovando que o método das Contas Sociais Ascendentes Alfa consegue identificar, 225

232 quantificar e explicitar o papel de cada produto na economia extrativa da região, alguns visíveis pelas estatísticas oficiais (açaí, cacau, palmito, carvão, cupuaçu, castanha, fibra de buriti, mel e urucum), outros que pertencem à categoria outros (outras alimentícias e outras oleaginosas), alguns na categoria geral e produtos que ainda são invisíveis. O produto campeão, em todos os quesitos do estudo, foi o açaí com recordes em todos os valores econômicos, na ordem de R$152 milhões de valor bruto pago somente ao setor produtivo regional (VBP α ). Em seguida, quando outros setores da cadeia compram de insumos o valor bruto atinge R$834 milhões (VBP total), principalmente pelo setor varejista rural. Na sequencia, outros setores agregam mais R$1 bilhão (R$989 milhões), sendo 77% provenientes das escalas estadual e local referente ao valor adicionado bruto (VAB). Estes setores que mais agregam e os que possuem maior peso são as grandes agroindústrias de beneficiamento da polpa (10 identificadas), instaladas em municípios pólo do Estado (Castanhal, Tomé Açu, Santa Bárbara, Marituba, Benevides e Belém) e, na escala local, o setor também de beneficiamento, porém com centenas de pequenos estabelecimentos batedores de açaí, que atendem à demanda da população tocantina. E para completar a cadeia, somando-se o VBP e o VAB do açaí do Tocantins chega-se à cifra de R$1,8 bilhões de renda total gerada (RBT) e circulada em toda a cadeia de comercialização do açaí. Esta produção de açaí do Tocantins provém tanto de açaizais nativos, quanto de áreas de manejo ou plantados. Alguns problemas identificados foram a baixa capacidade de armazenagem e de transporte dos agentes envolvidos, falta capital de giro, falta de investimentos para melhorar a produção e aquisição de equipamentos e falta treinamento para os coletores e batedores de açaí sobre manipulação adequada do produto. O segundo maior produto de destaque foi o cacau, cujo setor produtivo local (VBP α ) recebeu R$8,3 milhões, comprou de insumos (VBP) R$48 milhões (62% na esfera nacional), agregou valor (VAB) na ordem de R$28 milhões, também na esfera nacional com as indústrias de transformação e o varejo nacional (61%) e, ao final, gerou uma renda bruta total (RBT) que circulou em toda a cadeia o montante de R$76,7 milhões (apenas 31% circulada na região do Tocantins junto aos comerciantes do varejo e atacado). A castanha do brasil, quinto produto ranqueado, teve o setor local produtivo (VBP α ) recebendo o montante de R$730 mil, sendo que foi comprado de insumos (VBP) R$14 milhões (50% no varejo nacional e 39% na industria de beneficiamento estadual) concentrado numa economia típica de monopsônio, com valor agregado de R$14,9 milhões 226

233 (61% na industria de beneficiamento em Belém), e a renda total gerada (RBT) de R$29,2 milhões (50% circulou na esfera nacional e 39% na estadual). Ou seja, somente R$3,2 milhões circularam na região do Tocantins, dos quais R$1,9 milhões no setor de beneficiamento localizado na região do Tocantins. A margem de lucro da cadeia da castanha foi uma das mais altas, com 1.942% de mark-up. O ideal seria que todos os agentes das cadeias conhecessem estes valores econômicos, principalmente os envolvidos no setor da produção local extrativa, para que tenham melhor noção sobre a dimensão dos valores que esses produtos atingem. Alguns produtos não-madeireiros da região estão inseridos no mercado nacional e/ou internacional, como o cacau, a castanha e o palmito, porém com destino exclusivo, o que torna a economia local dependente do que acontece nestes mercados, principalmente a definição dos preços. No entanto, se quisermos alavancar uma economia regional equilibrada, com base numa produção sustentável, não se pode ter no mercado internacional ou em determinados nichos nosso único foco. Diversos produtos têm escala somente local, alguns em quantidades e valores ainda incipientes (semente de cumaru, urucum, algumas plantas medicinais, leites, tala de guarumã, paneiro, cipós, breu branco, entre outros). No entanto, demonstram a riqueza da diversidade regional, o potencial de gerar renda às famílias e de conquistar novos mercados. A agregação de valor aos produtos identificados ocorre em maior percentual na escala estadual (52,78%) das cadeias do açaí, castanha, semente de cupuaçu e guarumã. No caso do cacau e palmito ocorre na escala nacional (23,61%) e, para os 22 outros produtos a agregação se dá somente na região do Tocantins. Ou seja, somando o VAB Local com o VAB Estadual temos 76% da agregação de valor total acontecendo dentro do Estado do Pará, condição essencial para se ter maior autonomia, de induzir políticas para a verticalização das cadeias, com apoios de crédito para o setor de beneficiamento e transformação, porém em diversas escalas que permitam beneficiar desde grupos locais, como cooperativas e associações, assim como empresas de maior porte. Do total da produção identificada na região, em 10 produtos encontramos a relação de venda direta dos produtores para o consumidor final local (L) ou estadual (E), ou seja, sem o atravessador, como os casos do açaí (3,1% L), ou seja, 3,1% de toda a produção de açaí da região foi vendida diretamente para o consumidor local, cupuaçu (2% L e 6% E), 227

234 carvão (13% L), castanha (0,7% L), buriti (1% L), mel (46% L e 1% E), bacuri (88% L), bacaba (6,5% L), andiroba (7% E) e os leites (22% L). Na busca de melhorias nas cadeias de comercialização destes PFNM, existem alguns gargalos identificados nos municípios estudados em relação à infraestrutura instalada que devem receber atenção especial para alavancagem de alguns produtos. Em relação à infra-estrutura regional dos portos, quase todos devem ser mais bem equipados para o embarque e desembarque de mercadorias, com adequação sanitária, fiscalização e o ideal é ter espaço separado para os passageiros. Para interligação da estrada que acessa a região do Tocantins há necessidade urgente da construção de duas pontes (com larguras que não ultrapassam 300m) para otimizar o enorme fluxo de transporte de cargas da região (açaí principalmente) e, especialmente para atender à população que sofre em casos emergenciais nas travessias das balsas. A população ribeirinha que vive nas ilhas sofre com a falta de abastecimento de água e, principalmente, com a falta de energia elétrica, pois apesar de estarem muito perto de uma enorme fonte de geração de energia (UHE de Tucuruí) não conseguem processar, beneficiar e armazenar seus produtos. Em relação à segurança, os produtores e comerciantes reclamam dos assaltos que acontecem nas cidades e também ao longo dos rios, tanto nas moradias como nas embarcações, aumentando a sensação de insegurança da população e com aparato policial instalado insuficiente. Alguns mercados e feiras dos municípios devem receber melhorias do poder publico local e estadual, pois são pontos importantíssimos na estratégia de comercialização dos produtos regionais. Espaços amplos, com piso e barracas de alvenaria, sistema de ventilação, controle de qualidade dos produtos e condições de higiene adequadas ao volume de carga circulante. O açaí, por exemplo, campeão na região por geração de renda e ser alimento básico na dieta regional, deveria ser tratado com mais cuidados. O papel da iniciativa privada é crucial, pois muitas instalações comerciais são negligenciadas ou por falta de condições, ou interesse ou por desconhecimento. No setor de beneficiamento do açaí, os batedores devem receber treinamento e investimentos de envergadura para adequação dos espaços higienizados, com água potável, e equipamentos para refrigeração, de tal forma que estas ações melhorem na prestação de serviços ao consumidor regional. 228

235 Um problema recorrente identificado em quase todos os setores de quase todas as cadeias é a necessidade de investimentos em qualificação da mão de obra. Além de investimentos em tecnologia deste enorme elenco de potencialidades ofertadas na região na forma de remédios, alimentos, utilidades, artesanatos e inúmeras matérias-primas. Estimular a identificação das boas práticas de manejo para algumas dezenas, ou centenas de produtos da região, com apoio de instituições de ensino e pesquisa. Portanto, o papel de milhares de famílias da região do Tocantins envolvidas em diversas formas de negociação: como a venda antecipada ( na folha, caso do cacau), com contratos informais ( de boca ) ou formais, com troca de mercadoria, com dinheiro na mão, alguns atuando numa economia invisível para as estatísticas oficiais, com formatos diferenciados de organização, da negociação corpo a corpo até as mais organizadas em associações ou cooperativas, que atuam em mais de um setor das cadeias de comercialização, demonstram, com mais clareza, como interferem e contribuem no encadeamento para frente da economia do setor extrativista. 229

236 5.2 REGIÃO DE INTEGRAÇÃO BAIXO AMAZONAS CARACTERIZAÇÃO A Região de Integração Baixo Amazonas abriga um total de 12 municípios (Figura 151), com uma população de aproximadamente hab (IDESP, 2009). FIGURA Municípios pertencentes a Região de Integração Baixo Amazonas Fonte: SEIR, A região é cortada pelo rio Amazonas na confluência com o rio Tapajós. É portanto uma região voltada preponderantemente para o rio. Nesta região encontra-se um dos municípios mais tradicionais do interior do estado do Pará, o município de Santarém. É uma região caracterizada pelo ritmo da navegação nos rios, voltada principalmente para a zona ribeirinha. No entanto, nos últimos anos a região tem sofrido uma crescente dinamização, que teve início a partir da exploração da bauxita no vale do Rio Trombetas, no município de Oriximiná. Outro fator de mudança foi a construção do Porto de Santarém que abriu portas para o escoamento de vários produtos da região. Nos últimos anos uma empresa multinacional que atua no setor de agronegócios, a Cargill, se instalou em Santarém e implantou um porto voltado para o escoamento da produção dos grãos do 230

237 Centro-Oeste brasileiro e do eixo da BR-163 ou Santarém-Cuiabá (PA), para onde a produção de soja vem se deslocando. O asfaltamento desta rodovia, que está previsto no PAC, deve ser um novo fator indutor de um maior dinamismo econômico na região (SEIR,2008). Em 2007 o Produto Interno Bruto PIB da Região do Baixo Amazonas somou R$ ,00mil, ocupando a quarta colocação e participando com um percentual representativo no estado no valor de 7%. As participações dos setores econômicos corresponderam a: 13% Agropecuário, 25% Indústria e 61% Serviços. Dentro da composição do setor agropecuário a participação dos produtos de origem extrativista corresponde a 5,7% (IDESP,2009). O turismo vem se destacando como atividade econômica e tem como atrações as praias, cachoeiras, lagos, excursões ecológicas e as numerosas festas folclóricas. Outras atividades importantes para a economia da região são: a extração de madeira, borracha e castanha-do-brasil; as culturas de juta, mandioca e arroz; a criação de bovinos, suínos e aves de granja; a pesca e a indústria de fibras. Em termos de potencialidades econômicas para a região podem ser destacadas a continuidade dessas atividades econômicas e o avanço da fruticultura e da cultura de grãos como soja, arroz, feijão e milho (SEIR,2007). a) Características Gerais População Absoluta (IDESP, 2009): hab. Densidade Demográfica (IDESP, 2007): 2,02 hab/km² Produto Interno Bruto - PIB 2007 (IDESP, 2009): R$ ,00 mil Índice de Desenvolvimento Humano IDH (2000) : 0,68 PIB 2007 Per capita (IDESP, 2009): R$ 5.593,00 Valor Adicionado Setor Agropecuário (IDESP, 2009): 13 % Valor Adicionado Setor Industrial (IDESP, 2009): 25 % Valor Adicionado Setor Serviços (IDESP, 2009): 61 % 231

238 5.2.2 ANÁLISES DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS EM SEIS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO DO BAIXO AMAZONAS De um total de 12 municípios pertencentes à região, foram estudados 6 municípios, a saber: Alenquer, Curuá, Juriti, Óbidos, Oriximiná e Santarém. Foram aplicados 39 questionários juntos a agentes mercantis dos municípios estudados, com pontos georeferenciados (ainda em análise). Desse total de questionários aplicados e inseridos no programa Netz, foi possível gerar 42 circuitos. Também identificamos 35 produtos, classificados em Alimentícios (açaí, cacau, cajuaçú, castanha do brasil, cupuaçu, bacaba, taperebá, muruci e uxi); Derivado Animal (mel de abelha com e sem ferrão); Fármacos e Cosméticos (óleo de andiroba, óleo de copaíba, óleo de cumaru, óleo de piquiá, leite do amapá, leite sucuúba, semente cumaru, assacu, barbatimão, carapanaúba, mururé, pata de vaca, quinarana, sacaca, súcuba, unha de gato, ipê roxo e verônica), Artesanatos e Utensílios (cesta timbuí, abano, peneira, paneiro, tipiti e vassoura regional) e Derivados da madeira (resina de breu branco). Há necessidade de fechamento de algumas cadeias em outros municípios de dentro e fora da região do Baixo Amazonas. Com base na comercialização dos 35 produtos identificados em nossa amostragem de campo, as produções vendidas e os valores pagos aos produtores da região foram organizados em ordem decrescente em função do percentual de valor (Tabela 10). 232

239 TABELA 10 - Produtos florestais não-madeireiros identificados na região do Baixo Amazonas, com quantidade e valor pago à produção local, de acordo com a amostragem realizada em campo (Idesp). Produto Unidade Quantidade Valor R$ % Valor R$ castanha kg , ,00 90,718% açaí kg , ,96 2,814% cacau kg , ,88 1,725% semente de cumarú kg , ,00 1,588% cupuaçu kg , ,84 1,332% mel kg 8.467, ,83 0,995% copaíba litro 2.165, ,50 0,280% andiroba litro 815, ,00 0,126% Leites*** litro 1.140, ,00 0,105% murici kg 3.118, ,71 0,090% bacaba kg 6.552, ,88 0,084% taperebá kg 2.480, ,00 0,054% Plantas medicinais* kg 685, ,00 0,043% Utensílios artesanais** Unid 552, ,77 0,026% Breu branco kg 150,00 650,00 0,007% cajuaçú kg 20,00 400,00 0,004% óleo de piquiá litro 30,00 350,00 0,004% Uxi kg 20,00 300,00 0,003% Ipê roxo kg 10,00 50,00 0,001% Total , ,37 100% Fonte: Idesp/2009 *Tipiti, Vassoura Regional, Paneiro, Peneira, Abano, Cesta Timbuí **Assacu, Barbatimão, Carapanauba, Mururé, Pata de Vaca, Quinarana, Sacaca, Sucuba, Unha de Gato, Verônica *** amapá e sucuúba As análises econômicas preliminares para cada produto identificado estão descritas a seguir. Para todos os produtos foram descritos os agentes mercantis envolvidos e apresentados os preços médios praticados pelos agentes mercantis das cadeias, ilustrados em figuras que contém os setores que vendem e os setores que compram.. Para alguns produtos, as análises foram agrupadas por categorias, como no caso das plantas medicinais, leites e de utensílios artesanais. As análises econômicas contendo os cálculos de valor bruto da produção (VBP), valor agregado bruto (VAB) e renda bruta total (RBT) gerada e circulada para cada produto identificado, estão analisadas e apresentadas no ítem deste relatório, porém ainda estão na forma de figuras que ilustram tais dados de forma mais didática. 233

240 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA CASTANHA DO BRASIL a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização da castanha do brasil Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização da castanha do brasil na região do Baixo Amazonas apresentam as seguintes características: Produção Local: são extratores que efetuam a coleta e a quebra dos ouriços liberando as sementes para serem comercializadas; Varejo Rural Local: são atravessadores (ou representantes) que possuem contratos com empresas de beneficiamento local e estadual, que compram a castanha, somente na safra, diretamente dos castanheiros; Indústria de Beneficiamento Local: são empresas que realizam o processamento industrial da castanha. Os procedimentos e equipamentos utilizados são segredos de cada indústria. As principais etapas são: armazenagem adequada, limpeza, secagem, separação (ou seja, a classificação da semente), cozimento, descascamento para obter a amêndoa, acondicionamento em embalagens aluminizadas e fechadas a vácuo, organizadas em caixas de papelão, para então serem embarcadas para atender o mercado nacional e internacional; Indústria de Transformação Local: são empresas que compram as amêndoas diretamente do produtor local e as transformam em doces; Atacado Local: este setor é representado pelos atacadistas, representantes de empresas e associações de coletores de castanhas, localizados nas sedes dos seis municípios, que adquirem grandes quantidades de castanha do varejo rural (e/ou do produtor); Varejo Urbano Local: são os feirantes e comerciantes varejistas que comercializam a castanha na forma de semente para o consumidor final local; Indústria de Beneficiamento Estadual: unidades de beneficiamento situadas no âmbito estadual que realizam o processamento industrial da castanha. A presente pesquisa não conseguiu informações sobre os procedimentos e equipamentos utilizados no beneficiamento, considerados segredos de empresa. Esse fato é justificado pelo setor ser oligopolizado; 234

241 Varejo Urbano Estadual: são comerciantes varejistas que comercializam a castanha beneficiada para o consumidor final estadual;.varejo Urbano Nacional: comércios varejistas situados fora do Estado. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) da castanha do Brasil Os canais de comercialização da castanha do brasil na região do Baixo Amazonas, identificados nos seis municípios, se caracterizam por canais complexos, pois abrangem vários níveis de agentes intermediários entre a produção local até o consumidor final. O principal canal de comercialização da castanha é formado pelo setor da indústria de beneficiamento local que compra 80,6% da produção local, vende 0,01% para o varejista urbano estadual e 95,3% para o varejo urbano nacional. Outro canal importante é constituído pelo atacadista local, que por sua vez compra diretamente 15,2% dos produtores e, em seguida, vende quase toda (14,7%) para a indústria de beneficiamento local e 0,53% para a indústria de beneficiamento estadual. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia da castanha do brasil (2009) Os preços de venda praticados pelos extratores de castanha com outros agentes mercantis variam conforme o volume comercializado, com os valores: R$ 0,80/kg com o varejo rural, R$1,18/kg com a indústria de beneficiamento local, R$9,47/kg com a indústria de transformação local e R$0,86/kg com o atacadista local (Figura 152). 235

242 Figura 152. Preço médio de castanha do brasil (R$ correntes/kg amêndoa seca) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. O setor da indústria de beneficiamento local compra do varejo rural a R$0,70/kg, do atacado local a R$0,97/kg e direto da produção a R$1,18/kg e, após fazer todas as etapas do beneficiamento na fábrica, vende ao preço de R$14,50/kg da amêndoa seca para o varejo urbano estadual e R$11,16/kg para o varejo urbano nacional. Convém lembrar que todos os preços aqui descritos, para todos os setores, foram convertidos para a unidade de R$ correntes por kg de amêndoas secas da castanha do brasil. O preço praticado de venda da castanha pelos varejistas rurais para a indústria de beneficiamento local é R$0,70/kg, para o varejo urbano local a R$0,90/kg, para a indústria de beneficiamento estadual a R$1,20/kg e diretamente para os consumidores locais a R$1,18/kg. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização da castanha do Brasil Na estrutura de formação de preço na cadeia de comercialização da castanha, o setor da indústria de beneficiamento local compra a 1,06 vezes maior do que o preço médio praticado à produção local e vende ao preço quase 11,91 vezes maior para o varejo urbano estadual, que vende ao preço médio de 14,68 vezes maior para o consumidor estadual. 236

243 A indústria de transformação local compra a castanha ao preço de 7,43 vezes maior que o praticado pela produção local e vende a 30,08 vezes a mais para o consumidor local. O atacado urbano local compra a 0,77 vezes da produção local e vende a 0,07 vezes mais para a indústria de beneficiamento estadual. O varejo rural paga 0,62 vezes menos à produção local, vende a 0,07 vezes para a indústria de beneficiamento estadual, que por sua vez vende a 11,38 vezes para o varejo urbano nacional. O varejo urbano local compra a 0,80 vezes à produção local, vende a 7,02 vezes mais para o consumidor local. f) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização da castanha do Brasil Somando todos os valores recebidos pela venda da castanha por todos os castanheiros dos sete municípios estudados, ou seja, o Valor Bruto de Produção (VBP α ) dos produtores locais foi de R$3,1 milhões, totalizando no final da cadeia (soma de todos os setores que ofertam na cadeia de comercialização da castanha) em R$112,1 milhões. Do total do Valor Bruto da Produção R$33,6 milhões pertencem à região estudada, R$1,7 milhões ao âmbito estadual e R$76,7 milhões ao nacional. Portanto, os setores que mais ofertaram nos seis municípios são a indústria de beneficiamento (R$29,8 milhões), o atacado (R$418,4 mil), o varejo rural (R$137,8 mil), a indústria de transformação (R$46,6 mil) e o varejo urbano (R$25,1 mil). O sistema estadual participa com somente 2% do Valor Bruto da Produção total, sendo o setor da indústria de beneficiamento que oferta o montante de R$1,7 milhões e o varejo atinge somente R$5,1 mil pelas vendas. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização da castanha do brasil e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Ao longo da cadeia até a demanda final o valor de R$76,8 milhões (VAB) foi adicionado ao produto, correspondendo à margem ou mark-up total de 2.336%. A indústria de beneficiamento local teve maior participação no valor agregado local (R$26,7 milhões) com mark-up de 869% e o setor de indústria de transformação participou com somente R$36,8 mil, mas obteve uma margem significativa de 375%. 237

244 No âmbito estadual o setor indústria de beneficiamento agrega R$1,6 milhões o que justifica o mark-up de 1.058%. Este setor é composto por empresas beneficiadoras de castanha localizadas na região metropolitana de Belém, sendo todas pertencentes à mesma família tradicional do setor no Estado do Pará. g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização da castanha do brasil A pesquisa de campo identificou que a Renda Bruta total para a comercialização da castanha do brasil nos seis municípios estudados foi de R$112 milhões. Na região estudada uma renda bruta total de R$33,6 milhões foi gerada. A indústria de beneficiamento local gerou uma renda bruta no valor de R$29,8 milhões, sendo que R$3 milhões na compra de insumos (em forma de sementes) e R$26,7 milhões adicionados ao produto. A indústria de transformação local foi responsável pela renda bruta de R$46,6 mil, pois comprou de insumo as amêndoas de castanha já beneficiadas da indústria de beneficiamento local por R$9,8 mil e adicionou o montante de R$36,8 mil. h) Informações complementares sobre a comercialização de castanha do brasil No estado do Pará existem poucas famílias que comercializam a castanha, como os Mutran, os Abraão (Oriximiná) e os Florezano (Óbidos). 238

245 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO CACAU a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do cacau Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização do cacau do Baixo Amazonas apresentam as seguintes denominações, considerando a abrangência para o nível local (os seis municípios), estadual (fora da região do Baixo Amazonas) e nacional (fora do estado do Pará e do Brasil). Produção Local: produção primária (ascendente) da agropecuária (plantios) e extrativista (plantas nativas) dos seis municípios pesquisados que comercializam o cacau seco ou molhado; Varejo Rural Local: atravessadores que compram cacau seco ou molhado dos produtores locais e realizam o beneficiamento primário da amêndoa (fermentação e a secagem natural do fruto); Atacado Local: atacadistas ou representantes de empresas de transformação nacional ou multinacional que transacionam diretamente grandes quantidades de cacau seco para o âmbito nacional; Atacado Estadual: atacadistas que transacionam volumosas quantidades de cacau seco por meio de contratos com as maiores processadoras de cacau do Brasil, ou seja, do setor da indústria de transformação (multi) nacional; Indústria de Transformação Nacional: são grandes empresas nacionais e multinacionais que se dedicam à moagem da amêndoa, extração da manteiga de cacau, líquor 14, torta e o pó de cacau, para depois serem vendidos para as indústrias chocolateiras, que os transformam em chocolate junto com outros ingredientes, principalmente açúcar e leite em pó; Varejo Urbano Nacional: instância de comércio de varejo situada fora do Estado que vende para o consumidor nacional. 14 O líquor de cacau é uma pasta grossa e viscosa, marrom-escura, quando se prensa obtém a manteiga e o pó de cacau (A NOTICIA, 2008). As porcentagens do chocolate dizem respeito à quantidade de líquor. 239

246 b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do cacau A cadeia de comercialização do cacau é caracterizada por canais simples, apresentando apenas três tipos de intermediários que participam do escoamento da produção identificada do Baixo Amazonas, isto é, do setor da produção até o consumidor final, são eles: o varejo rural, o atacado local e o atacado estadual. Os atacadistas locais compram exclusivamente dos produtores 80% da produção identificada e vendem diretamente para a indústria de transformação nacional. Outro intermediário importante na cadeia, o varejista rural (atravessadores), compra 20% do total da produção identificada, sendo toda comercializada com os atacadistas da região do Xingu (Municípios de Medicilândia e Altamira). c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do cacau (2009) O cacau é uma commodity cujos preços são determinados pelo movimento das duas principais bolsas internacionais (Nova York e Londres), apresentando assim um alto índice de instabilidade, como pode ser observado na flutuação do preço, ao longo de 2008, no mercado internacional (Figura 153). Figura 153. Variação de preço do cacau no mercado internacional, com base na Bolsa de Nova York, Fonte: Bolsa de New York,

247 Os preços médios de venda de insumo (cacau) praticados pelos produtores locais com o varejo rural e com o atacado local são os mesmos, em média R$4,60/kg do fruto. Por outro lado, o preço de venda praticado pelo atacado local com a indústria de transformação nacional atinge em média R$5,50/kg. Em relação ao preço de venda praticado pelo varejo rural com os atacadistas estaduais (Região do Xingu) chega somente a R$4,80/kg, e revende para o âmbito nacional a R$5,20/kg. Figura 154. Preço médio do cacau (R$ correntes/kg amêndoas secas) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. c) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do cacau Os atacadistas locais revendem o cacau a 0,09 vezes para o próprio setor, que revende com valor 0,20 vezes maior para a indústria de transformação nacional, que vende ao varejo urbano nacional a 1,28 vezes mais, ficando ao consumidor final um preço 2,34 vezes maior que o praticado pelo produtor local de cacau da região do Baixo Amazonas. Por outro lado, o varejo rural vende para o atacado estadual ao preço 0,13 vezes maior, que revende à indústria de transformação nacional a 1,28 vezes maior em relação ao preço da produção local. 241

248 d) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização do cacau Somando todos os valores recebidos pela venda do cacau por todos os produtores da região do Baixo Amazonas, ou seja, o Valor Bruto de Produção local (VBP α ) foi de R$426,5 mil, do varejo rural local de R$89 mil, do atacado local de R$778,8 mil e, gerando R$1,3 milhões nas vendas do cacau na região estudada que representa 34% do total gerado, sob a ótica da oferta. Em relação aos R$96,4 mil gerados na venda do cacau no Estado do Pará (3% do total gerado) o único setor que oferta é o atacadista (atravessadores e representantes das indústrias moageiras nacionais). No mercado nacional foram gerados R$2,4 milhões na venda do cacau fora do estado, representando 63% do total gerado, sendo que o varejo urbano nacional foi responsável pelas vendas com R$1,4 milhões e a indústria de transformação com R$970,7 mil. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do cacau e a margem de comercialização de cada setor (Markup) Ao longo da cadeia de comercialização do cacau da produção local até a demanda final, o valor de R$1,4 milhões foram adicionados (VAB) ao fruto, correspondendo à margem de agregação ao produto na comercialização ou mark-up total de 234%. Este mark-up total foi calculado a partir do VAB total (R$1,4 milhões), menos o VBP da produção local (R$ 426,5 mil), dividido pelo VBP da produção local. Essa margem mostra, em termos relativos, o valor adicionado na cadeia toda a partir da produção primária (Setor α). Do total do valor adicionado dos seis municípios, o setor com maior participação foi o atacado com R$66,7 mil (mark-up de 4%) e o varejo rural com R$3,7 mil (mark-up de 9%). Portanto, do total do valor adicionado o sistema estadual participa com somente 1%, ficando o âmbito nacional responsável pela maior parte da agregação 65%. 242

249 g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do cacau Do somatório dos setores que compram e que também adicionam valor ao produto foram movimentados no total R$3,8 milhões que equivalem à renda bruta gerada na comercialização do cacau, sendo o mercado (inter-) nacional responsável por 63%, o local por 34% e o estadual por 3%. Na região estudada o atacado local gerou a renda bruta total do setor de R$778,8 mil, pois comprou em insumos R$712 mil e agregou pouco valor ao produto na ordem de R$66,7 mil. Assim como o setor do varejo rural gerou renda bruta no valor de R$88 mil, com compra de cacau na ordem de R$85 mil e adicionou apenas R$3,7 mil. Na esfera estadual o atacado comprou cacau no valor de R$89 mil, adicionou apenas R$7,4 mil e alcançou uma renda bruta total no valor de R$96,4 mil. Este setor na realidade agrega pouco valor ao produto, porém compensa pelo grande volume transacionado por meio de contratos com as indústrias moageiras nacionais. Destaca-se que a indústria de transformação nacional foi a maior demandante de cacau da região do Baixo Amazonas, atingindo uma renda bruta total de R$970 mil, sendo R$504 mil para a compra de insumos (pois os valores foram obtidos pela presente pesquisa junto ao setor) e R$466 mil o valor adicionado (estimado) ao produto CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO AÇAÍ a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do açaí A descrição dos agentes mercantis identificados na cadeia de comercialização do açaí, considerando somente o nível local (os seis municípios pesquisados). Produção Local: produção primária dos cultivos e do extrativismo dos açaizais nos seis municípios da região do Baixo Amazonas; 243

250 Indústria de Beneficiamento Local: pequenos comerciantes que realizam o processamento do açaí in natura utilizando máquinas despolpadeiras, chamados de batedores de açaí, que vendem diretamente a polpa do açaí para os consumidores locais. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do açaí A cadeia de comercialização do açaí identificada pela pesquisa é simples. O único canal de comercialização do açaí é constituído pela compra direta da indústria de beneficiamento local com os produtores, no qual processam o açaí na forma de polpa ou vinho e vendem somente para o consumo local. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do açaí (2009) Os batedores locais de açaí (indústria de beneficiamento) compram o açaí por R$1,17/kg dos produtores e vendem em média a R$2,31/kg para os consumidores locais (Figura 155). Figura 155. Preço médio do açaí (R$ correntes/kg de frutos in natura) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do açaí 244

251 O preço praticado pelo setor da indústria de beneficiamento local é equivalente a 0,97 vezes maior que o preço médio recebido pelos produtores. e) Valor Bruto da Produção, pela ótica da oferta, na comercialização do açaí Na cadeia de comercialização do açaí a produção local gerou um Valor Bruto da Produção (VBP α ) de R$1,4 mil. Sendo que nesta cadeia o único setor ofertante é a indústria de beneficiamento com R$2,8 mil. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do açaí e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Ao longo da cadeia de comercialização do açaí da produção local do Baixo Amazonas até a consumo final, o valor de R$2,8 mil foram adicionados (VAB) ao produto açaí, correspondendo à margem de agregação ao produto na comercialização ou mark-up total de 97%. g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do açaí A Renda Bruta Total (RBT) gerada na comercialização do açaí nos seis municípios estudados foi de R$4,3 mil. A indústria de beneficiamento local foi responsável pela renda bruta total de R$2,8 mil, pois comprou de insumo o açaí fruto in natura por R$1,4 mil e adicionou também R$1,4 mil CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO CUPUAÇU a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do cupuaçu 245

252 Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização do cupuaçu na região do Baixo Amazonas apresentam as seguintes características: Produção Local: composta por agentes responsáveis pela oferta do produto in natura, que são provenientes de cultivos ou de ocorrência natural. Em alguns casos os produtores realizam beneficiamento primário (despolpamento dos frutos feito com tesoura) para obtenção de melhor preço de venda; Varejo Rural Local: são atravessadores que compram o cupuaçu in natura ou polpa dos produtores. A maioria deles faz o despolpamento e vende para diferentes agentes; Indústria de Transformação Local: são pequenas empresas que realizam transformação do cupuaçu in natura em outros produtos finais como sorvetes, sucos, doces entre outros; Varejo Urbano Local: são pequenos comerciantes varejistas (supermercado ou feirantes) que transacionam o fruto in natura ou na forma de polpa e vendem para o consumidor final local. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do cupuaçu Os canais de comercialização do cupuaçu, identificados nos seis municípios, se caracterizam por canais simples, pois abrangem somente três níveis de agentes intermediários entre a produção local até o consumidor final local. O principal nível de canal de comercialização do cupuaçu identificado com maiores quantidades é composto pelo setor varejista urbano local que comercializa 94,6% da quantidade do fruto identificado, que compra exclusivamente de produtores os frutos in natura ou na forma de polpa e vende exclusivamente para o consumidor local. Além disso, o produtor comercializa 5,23% da produção identificada diretamente para a indústria de transformação local, na maioria das vezes, o fruto in natura. O setor do varejo rural compra somente 0,2% da produção do fruto in natura e vende a polpa de forma artesanal para o consumidor local. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do cupuaçu (2009) 246

253 O preço médio de compra de insumo (cupuaçu) praticado pelas indústrias de transformação locais com os produtores foi de R$5,89/kg (Figura 156). Por outro lado, o preço de venda praticado por este setor com o consumidor local atinge em média R$37,01/kg. O varejo rural compra da produção a R$4,00/kg e vende ao consumidor local a R$6,00/kg. A venda do cupuaçu pelo setor do varejo urbano local com os consumidores locais também chega a R$6,00/kg Figura 156. Preço médio do cupuaçu (R$ correntes/kg de polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do cupuaçu A formação do preço do cupuaçu do produtor local até os consumidores locais passando pelos setores intermediários locais apresenta grandes variações. O preço de venda praticado pelos varejistas rurais e varejistas urbanos locais com os consumidores da região estudada atinge o equivalente a 1,84 vezes do preço médio recebido pelos produtores. A indústria de transformação local vende direto para o consumidor local ao preço 11,33 vezes maior, porque se trata de produtos com alto valor agregado. e) Valor Bruto da Produção, pela ótica da oferta, na comercialização do cupuaçu 247

254 O Valor Bruto da Produção (VBP α ) do setor produtivo de cupuaçu da região estudada alcançou R$28,3 mil, da indústria de transformação local foi de R$16,6 mil, do varejo urbano local R$48,8 mil e do varejista rural R$94,9, gerando no âmbito local um total de R$93,6 mil nas vendas do cupuaçu. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do cupuaçu e a margem de comercialização de cada setor (Markup) O Valor Adicionado Bruto (VAB) total foi de R$65,6 mil ao longo da cadeia do fruto, correspondendo à margem de agregação ao cupuaçu ou mark-up total de 133%. O setor que apresenta participação considerável na agregação de valor é o varejo urbano local que adiciona R$23,4 mil, e apresenta o mark-up de 92%. A participação da indústria de transformação local foi de somente R$13,9 mil, com destaque no mark-up considerável de 528% devido o preço de compra de insumo ser muito baixo. Finalmente, os produtores locais adicionam o montante de R$28,1 mil, pois realizam o beneficiamento primário do cupuaçu em polpa. g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do cupuaçu O resultado da alta margem de comercialização no sistema local justifica o montante de Renda Bruta total gerada nos seis municípios na ordem de R$93,6 mil. O varejo urbano local gerou R$48,8 mil de renda, pois comprou R$25,4 mil de insumo e agregou R$24,3 mil ao produto. Enquanto que a indústria de transformação local gerou uma renda na ordem de R$16,6 mil, sendo R$2,6 mil em insumos e R$13,9 mil no valor adicionado CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA BACABA 248

255 a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização da bacaba Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização da bacaba na região do Baixo Amazonas apresentam as seguintes características: Produção Local: produção primária da agropecuária e extrativista dos seis municípios; Indústria de Beneficiamento Local: empresa que realiza o processamento industrial da bacaba in natura, ou seja, são pequenos comerciantes que utilizam máquinas despolpadeiras do açaí para obter a polpa da bacaba, que é vendida diretamente para os consumidores locais. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) da bacaba O canal de comercialização da bacaba identificado nos seis municípios se caracteriza por canal simples de distribuição. A indústria de beneficiamento local compra 100% da produção identificada e vende diretamente para o consumo local. São batedores de açaí que também beneficiam e comercializam a bacaba de maneira semelhante ao açaí. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia da bacaba (2009) O preço médio de venda de insumo (bacaba) praticado pelo setor da produção local com as indústrias de beneficiamento locais atinge R$1,19/kg (Figura 157). O preço médio adotado pela venda da indústria de beneficiamento para o consumidor local é de R$2,29/kg conforme o rendimento do fruto. 249

256 Figura 157. Preço médio de bacaba (R$ correntes/kg de polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização da bacaba A indústria de beneficiamento local vende a 1,92 vezes maior para o consumidor local, em relação ao preço pago ao produtor. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização da bacaba Na cadeia de comercialização da bacaba a produção local gerou um Valor Bruto da Produção (VBP α ) de R$7 mil e a indústria de beneficiamento local gerou VBP de R$13,5 mil. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização da bacaba e a margem de comercialização de cada setor (Markup) O Valor Agregado Bruto (VAB) total da bacaba ao longo da cadeia foi de R$13,5 mil para os seis municípios, correspondendo à margem ou mark-up de 92%. A indústria de 250

257 beneficiamento local participou com R$6,5 mil e obteve uma margem de comercialização na cadeia, ou seja, mark-up de 92%. g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização da bacaba A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa foi de R$20,5 mil sendo que do total o setor da produção local gerou o equivalente a R$7 mil, sendo que a indústria de beneficiamento local foi responsável por R$13,5 mil, pois comprou de insumo cerca de R$7 mil e agregou o montante de R$6,5 mil CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO CAJUAÇU a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do cajuaçú Os agentes mercantis identificados, apenas na esfera local, foram: Produção Local: produção extrativista dos seis municípios que comercializam o fruto na safra; Varejo Urbano Local: são feirantes que realizam a venda do fruto in natura para o consumidor local. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do cajuaçu e Formação dos preços pelos setores envolvidos O varejo urbano local comercializa 100% da quantidade identificada do fruto, que é comprada diretamente dos produtores e vendida exclusivamente para os consumidores locais. O varejo urbano local vende o cajuaçu para o consumidor local a 0,88 vezes maior que o preço de referência praticado pela produção local. 251

258 c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do cajuaçu (2009) O preço médio de venda do cajuaçu praticado pelos produtores com o varejo urbano local é de R$20,00/kg do fruto, e o preço de venda desses para com os consumidores locais atingem o valor de R$37,50/kg (Figura 158). Figura 158. Preço médio de cajuaçu (R$ correntes/kg de fruto in natura) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. d) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização do cajuaçu Na cadeia de comercialização do cajuaçu a produção local gerou um Valor Bruto da Produção (VBP α ) de R$360,49, totalizando ao final da cadeia R$1 mil. O único ofertante da cadeia é o varejo urbano local com R$675,93. e) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do cajuaçu e a margem de comercialização de cada setor (Markup) 252

259 O Valor Agregado (ou Adicionado) Bruto do cajuaçu totalizou R$675,93. O varejo urbano local agregou no produto apenas R$315,43 mil, atingindo uma margem bruta de 88%, justificado pela comercialização in natura do fruto. f) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do cajuaçu A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa na comercialização do cajuaçu foi de somente R$1 mil. O varejo urbano local foi responsável pela renda bruta de R$675,93, pois comprou de insumo R$360,49 e adicionou R$315,43 e o produtor local gerou o equivalente R$360, CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO TAPEREBÁ a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do Taperebá Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização do taperebá, na região do Baixo Amazonas, atuam somente na escala local e apresentam as seguintes características: Produção Local: produção extrativista dos municípios estudados que comercializam o taperebá in natura; Varejo Rural Local: são atravessadores que compram o taperebá in natura na safra. A maioria deles realiza beneficiamento primário (despolpamento dos frutos manualmente) para obtenção de melhor preço de venda; Indústria de Transformação Local: são pequenas empresas que realizam transformação do taperebá in natura ou da polpa em outros produtos finais como sorvetes, sucos, doces entre outros; Varejo Urbano Local: são feirantes que realizam a venda do taperebá in natura para o consumo local. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do Taperebá 253

260 O varejo urbano local comercializa 60,5% da quantidade identificada do fruto, que é comprado diretamente dos produtores e vendido exclusivamente para os consumidores locais. A indústria de transformação local (sorveterias, restaurantes e mini agroindústrias) é responsável pela comercialização de 6% da produção identificada. Destacase também o volume comercializado pelos varejistas rurais com os consumidores locais, na ordem de 33,4% da produção identificada. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do Taperebá (2009) O preço médio de venda do fruto de taperebá in natura praticado pelos produtores com o varejo rural é de R$1,95/kg, com a indústria de transformação é de R$4,00/kg e com o varejo urbano local atinge R$1,90/kg (Figura 159). O preço médio adotado pelo varejo urbano local e varejo rural com os consumidores locais atinge R$6,00/kg e R$3,90/kg do fruto in natura respectivamente. Enquanto, que o preço de venda da indústria de transformação local para o consumidor local atinge em média R$8,00/kg. Figura 159. Preço médio de taperebá (R$ correntes/kg de polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. 254

261 d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do Taperebá O varejo urbano local vende a 2,93 vezes do preço médio recebido pelos produtores para o consumidor local. O varejo rural vende a 0,91 vezes que o preço de referencia da produção local e a indústria de transformação vende a 2,91 vezes também para o consumo local. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização do Taperebá Na cadeia de comercialização do taperebá a produção local gerou um Valor Bruto da Produção (VBP α ) de R$4,5 mil, pela sua oferta. Sendo que nesta cadeia os setores ofertantes são o varejo urbano local com R$8,1 mil, o varejo rural com R$2,9 mil e a indústria de transformação local com R$1 mil somente. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do Taperebá e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) O Valor Agregado Bruto do taperebá totalizou R$12,1 mil, atingindo o mark-up total de 165%. O varejo urbano local foi responsável pela maior agregação com R$5,5 mil, com margem bruta de 216%, o varejo rural agregou pouco (R$1 mil) e apresenta uma margem de apenas 100% e a indústria de transformação agregou somente R$540,7. g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do Taperebá A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa foi de R$16,7 mil sendo que do total o varejo urbano foi responsável por R$8,1 mil, pois comprou o fruto in natura por R$2,5 mil e agregou R$5,5 mil ao fruto já embalado para o consumo final local. O varejo rural atingiu uma renda bruta total de R$2,9 mil, dos quais R$1,5 equivalem à compra do fruto in natura e também ao valor adicionado. 255

262 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO MURUCI a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do Muruci Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização do muruci na região do Baixo Amazonas apresentam as seguintes características: Produção Local: produção primária e extrativista dos seis municípios; Varejo Rural: pequenos comerciantes que compram o muruci in natura dos produtores e são denominados de atravessadores; Indústria de Transformação Local: são pequenas empresas que realizam transformação do murici in natura ou da polpa em outros produtos finais como sorvetes, sucos, doces entre outros; Varejo Urbano Local: são feirantes que realizam a venda do murici in natura para o consumo local. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do Muruci Os canais de comercialização do muruci, identificados nos seis municípios, se caracterizam por canais simples, pois abrangem somente três agentes intermediários que participam da comercialização do fruto. O principal nível de canal de comercialização do muruci é a venda direta do varejo urbano para o consumidor local comercializando 64% da produção identificada. Outros canais importantes são compostos pela indústria de transformação que compra 21% do produtor e vende diretamente para o consumo local, e o setor do varejo rural que comercializa o montante de 15% da produção identificada do fruto. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do Muruci (2009) O preço médio praticado pelo produtor com o varejo rural é R$2,57/kg do fruto de muruci, com o varejo urbano local é de R$2,25/kg e com a indústria de transformação 256

263 local atinge R$4,19/kg (Figura X). Em relação aos preços de venda praticados pelos setores intermediários com os consumidores locais são: do varejo rural em média a R$4,21/kg, do varejo urbano local a R$8,00/kg e da indústria de transformação equivale a R$29,82/kg. Figura 160. Preço médio de muruci (R$ correntes/kg de polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do Muruci O preço praticado pela venda do setor varejista rural com o consumidor local é de 0,6 vezes do preço praticado pela produção local, e o varejista urbano vende para o consumidor local ao preço de 1,96 vezes maior que o pago ao produtor. No caso da indústria de transformação local revende para o consumidor local ao valor de 1,03 vezes maior do que pago ao produtor. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização do Muruci O Valor Bruto da Produção (VBP α ) dos produtores identificados nos seis municípios atingiu R$7,6 mil, enquanto que o VBP de todos os setores chega a R$41,3 mil. 257

264 Os setores que mais ofertam são a indústria de transformação com R$17,5 mil, o varejo urbano local com R$14,4 mil e o varejo rural com R$1,7 mil. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do Muruci e a margem de comercialização de cada setor (Markup) Na cadeia de comercialização do muruci foi agregado ao fruto um valor de R$33,7 mil, subtraindo o VAB total (R$ 33,7 mil) do VBP da produção local (R$ 7,6 mil) e dividindo o resultado pelo VBP da produção local, obtemos uma margem de agregação de 343%. Do VAB total a indústria de transformação local foi responsável por R$123 mil no qual o produtor consegue agregar R$120,1 mil e o varejo rural com R$15 mil apresentando o mark-up de 12%. Por outro lado, o varejista rural agrega um valor de R$10,3 mil atingindo a maior margem de comercialização da cadeia de 256%. g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do Muruci A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa na comercialização do muruci foi de R$ 41,3 mil. O setor da produção local gerou o equivalente a R$7,6 mil, o varejo urbano foi responsável pela renda bruta de R$14,4 mil, pois comprou de insumo R$4 mil e adicionou o montante de R$10 mil e a indústria de transformação atingiu uma renda bruta total de R$17,5 mil, dos quais R$2,4 mil equivalem à compra de insumos e R$15 mil ao valor adicionado CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO UXI a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do uxi 258

265 Os agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do uxi atuam somente no nível local, conforme descrição a seguir: Produção Local: composta por extrativistas locais que fazem a coleta do fruto em suas áreas de ocorrência; Varejo Urbano Local: são comerciantes que compram o fruto in natura dos extrativistas locais e revendem para o consumidor final local. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) e formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do uxi A cadeia de comercialização do uxi é bem simples e linear, fica restrita à própria região e é composta pelo setor do varejo urbano local, que compra 100% dos frutos coletados diretamente da produção local e vende para o consumidor local. Na formação de preço do uxi o varejo urbano local vende ao consumidor local ao preço de 1,50 vezes maior que o preço pago de referencia ao produtor. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do uxi O varejo urbano compra do uxi a R$15,00/kg do produtor local e vende ao consumidor local a R$37,50/kg (Figura 161). 259

266 Figura Preço médio de uxi (R$ correntes/kg de polpa) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. d) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização do Uxi O Valor Bruto da Produção (VBP α ) dos produtores da região alcançou apenas R$270,37, enquanto que o varejo urbano local ofertou o equivalente a R$675,93 totalizando no final da cadeia em R$946,3 pelas vendas do fruto. e) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do Uxi e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) O Valor Agregado (ou Adicionado) Bruto do fruto totalizou apenas R$675,93 no final da cadeia de comercialização. O varejo urbano local adicionou ao fruto um valor de R$405,56. g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do uxi Os dados levantados mostram que a comercialização do uxi gerou Renda Bruta Total de R$946,30, o produtor gerou R$270,37 somente pela comercialização in natura desse fruto e o varejo urbano (feirantes) gerou R$675,93, sendo R$270,37 pela compra do fruto e R$405,56 de adição de valor CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO MEL a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do mel Os agentes mercantis identificados na cadeia de comercialização do mel foram: Produção Local: produção primária de mel com base no manejo das abelhas (apicultura) que utilizam a flora local como pasto, para a produção do mel da região do Baixo 260

267 Amazonas. A produção pode vir de indivíduos ou associações de apicultores que realizam o beneficiamento do mel; Indústria de Transformação Local: pequena empresa que produz comprimidos de mel com copaíba ou andiroba para fins medicinais; Atacado Local: cooperativa e associações de apicultores que realiza o beneficiamento e vende diretamente para o consumidor local; Varejo Urbano Local: comerciantes (alguns feirantes) que compram o mel da produção local e vendem para os consumidores locais e estaduais. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) do mel É interessante notar que o produtor de mel (apicultor) vende 3% da sua produção local direto para o consumidor local. A produção local também vende 44% para o varejo rural, 38% para o atacado local, 13% para o varejo urbano local e 1,5% para a indústria de transformação. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do mel (2009) Os preços de venda praticados pelos apicultores (Figura 162) variam conforme o volume comercializado, no caso com o varejo rural atinge R$5,00/kg, com a indústria de transformação local a R$19,59/kg, com o atacadista local a R$15,15/kg, com o varejista urbano local a R$13,87/kg e com os consumidores locais atinge em média R$29,72/kg. O varejo rural vende ao preço médio R$5,00/kg para o varejo urbano local. A indústria de transformação local vende ao consumidor local a R$140,55/kg devido à alta agregação de valor. O varejo urbano local vende ao consumidor local a R$14,96/kg enquanto que o atacadista local vende a R$15,15/kg do mel para o consumidor local. 261

268 Figura Preço médio de mel (R$ correntes/kg in natura) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. d) Formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do mel O varejo rural vende ao consumidor local ao preço de 0,46 vezes menor que o preço pago ao produtor, a indústria de transformação local vende direto para o consumidor estadual a 11,81 vezes mais, enquanto o varejo urbano local vende a 0,36 vezes para o consumidor local. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização do mel Somando todos os valores recebidos pela venda do mel por todos os apicultores dos seis municípios, o Valor Bruto de Produção local (VBP α ) foi de R$63,2 mil, do varejo rural local foi de R$12,7 mil, do atacado local de R$33,5 mil, varejo urbano local de R$48,4 mil e da indústria de transformação de R$12,1mil, gerando R$171 mil pela oferta do mel na região do Baixo Amazonas. 262

269 f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do mel e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Ao longo da cadeia de comercialização do mel da produção local até a demanda final local, o valor de R$99,9 mil foi adicionado (VAB) ao produto mel. O valor adicionado da cadeia do mel só acontece no sistema local, o produtor adiciona o maior valor na cadeia, equivalente a R$63,2 mil, realizando o beneficiamento primário para obtenção de melhor preço de venda. Outros setores apresentam também participação na agregação de valor como o varejista urbano que adiciona um montante de R$26,2 mil, o que justifica o mark-up de 113%, pois estes feirantes compram o mel em grandes quantidades e fracionam para a venda em frascos menores. Assim como a indústria de transformação com R$10,4 mil que apresentam o maior mark-up da cadeia de comercialização na ordem de 618%. g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do mel A Renda Bruta total gerada pela comercialização do mel produzido e identificado nos seis municípios foi movimentada somente na região estudada, atingindo um valor de R$171 mil. O setor da produção local gerou a maior renda na ordem de R$63,2 mil comparada aos demais setores, pois realizam o beneficiamento do mel, que torna rentável a atividade da apicultura para a região. O setor do varejo urbano local (feirantes) gerou uma renda de R$48,4 mil, pois comprou R$23 mil de insumo e agregou R$26 mil ao produto, pois somente fraciona o mel em embalagens menores. A indústria de transformação gerou R$12 mil, sendo R$1,6 mil em insumos e R$10,5 mil no valor adicionado. 263

270 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DO BREU BRANCO a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização de Breu Branco Os agentes mercantis identificados, apenas na esfera local, foram: Produção Local: produção extrativista dos seis municípios que comercializam a resina do breu branco; Varejo Urbano Local: são feirantes que realizam a venda da resina pronta para calafetar barcos e espantar insetos para o consumidor local. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) de Breu Branco e Formação dos preços pelos setores envolvidos O varejo urbano local comercializa 100% da quantidade identificada da resina de breu branco, que é comprada diretamente dos produtores e vendida exclusivamente para os consumidores locais. O varejo urbano local vende a resina de breu branco para o consumidor local a 1,81 vezes maior que o preço de referencia praticado pela produção local. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia de breu branco (2009) O preço médio de venda de breu branco praticado pelos produtores com o varejo urbano local é de R$4,33/kg da resina, e o preço de venda desses para com os consumidores locais atinge o valor de R$12,19/kg (Figura 163). 264

271 Figura Preço médio de breu branco (R$ correntes/kg de resina) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. d) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização de breu branco Na cadeia de comercialização da resina do breu branco a produção local gerou um Valor Bruto da Produção (VBP α ) de R$975, totalizando ao final da cadeia R$3,7 mil. O único ofertante da cadeia é o varejo urbano local com R$2,7 mil. e) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização de breu branco e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) O Valor Agregado (ou Adicionado) Bruto do breu branco totalizou R$2,7 mil. O varejo urbano local agregou no produto apenas R$1,7 mil, atingindo uma margem bruta de 181%. f) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização de breu branco A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa na comercialização do breu branco foi de R$3,7 mil. O varejo urbano local foi responsável pela renda bruta de R$2,7 265

272 mil, pois comprou de insumo R$975 e adicionou o montante de R$1,7 mil e o produtor local gerou o equivalente a R$ CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA CASCA DO IPÊ ROXO a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização da casca do Ipê Roxo Os agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização das cascas do ipê roxo atuam somente no nível local, conforme descrição a seguir: Produção Local: composta por extrativistas locais que fazem a coleta das cascas de ipê roxo em suas áreas de ocorrência; Varejo Urbano Local: são comerciantes que compram as cascas do ipê roxo dos extrativistas locais e revendem para o consumidor final local. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) e formação dos preços pelos setores envolvidos na comercialização do Ipê roxo A cadeia de comercialização do ipê é bem simples e linear, fica restrita à própria região e é composta pelo setor do varejo urbano local, que compra 100% das cascas extraídas diretamente da produção local e vende para o consumidor local. Na formação de preço da casca do ipê o varejo urbano local vende ao consumidor local ao preço de 1,86 vezes maior que o preço pago de referencia ao produtor. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia do ipê roxo O varejo urbano compra a casca do ipê roxo a R$5,00/kg do produtor local e vende ao consumidor local a R$14,29/kg (Figura 164). 266

273 Figura Preço médio de ipê roxo (R$ correntes/kg de casca) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. d) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização do Ipê roxo O Valor Bruto da Produção (VBP α ) dos coletores da casca do ipê da região alcançou apenas R$65,00, enquanto que o varejo urbano local ofertou o equivalente a R$185,4 totalizando no final da cadeia em R$250,4 pelas vendas das cascas de ipê. e) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização do Ipê roxo e a margem de comercialização de cada setor (Markup) O Valor Agregado (ou Adicionado) Bruto do ipê totalizou apenas R$185 e o único setor intermediário ofertante atingiu um valor bruto de R$120,6, que apresenta uma margem de comercialização alta de 186% pois comercializa o produto com agregação de valor para fins fitoterápicos. g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização do Ipê Roxo Os dados levantados mostram que a comercialização das cascas do ipê roxo gerou Renda Bruta Total de R$250,4, o produtor gerou R$65 somente pela comercialização 267

274 do material natural e o varejo urbano (feirantes) gerou R$185,5, sendo R$65 pela compra das cascas do ipê e R$120,6 de adição de valor, possivelmente devido ao fracionamento das embalagens CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA ANDIROBA a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização da andiroba Os agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização do óleo de andiroba atuam somente no nível local, conforme descrição a seguir: Produção Local: composta por produtores locais que coletam as sementes da andiroba e realizam o beneficiamento primário, geralmente feito pelas mulheres, com a fervura e a extração do óleo; Varejo Urbano Local: são pequenos comerciantes que adquirem o óleo de andiroba da produção local e vendem para o consumidor local. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) da andiroba O varejo urbano comprou 100% do óleo de andiroba da produção local e vendeu somente para o consumidor local. Em relação à formação de preço o varejo urbano comprou a 0,65 vezes ao preço de referencia da produção local. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia da andiroba (2009) A produção local vendeu óleo de andiroba para o varejo urbano ao preço de R$14,39/litro, que por sua vez revende ao consumidor estadual ao preço de R$23,68/litro. 268

275 Figura Preço médio de andiroba (R$ correntes/litro de óleo) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização da andiroba Na cadeia de comercialização do óleo da andiroba a produção local gerou um Valor Bruto da Produção (VBP α ) de R$19 mil e o setor varejista urbano local gerou R$31,4 mil totalizando no final da cadeia em R$50,4 mil. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização da andiroba e a margem de comercialização de cada setor (Markup) Na cadeia de comercialização da andiroba foi agregado ao produto um valor de R$31,3 mil. Deste montante, o varejo urbano foi responsável por R$12 mil e o produtor consegue agregar o valor de R$19 mil no beneficiamento primário do óleo. g) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização da andiroba A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa foi de R$31,3 mil, com o varejo urbano responsável por R$31,3 mil, pois comprou de insumo R$19 mil e agregou R$12 mil e o setor da produção gerou renda bruta de R$19 mil. 269

276 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DA COPAÍBA a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização da copaíba Os agentes mercantis envolvidos na comercialização do óleo de copaíba atuam somente no nível local, conforme descrição a seguir: Produção Local: composta por produtores locais que fazem a extração do óleo das copaibeiras, utilizando normalmente broca para o processo de perfuração, em seguida envasamento em garrafas de vidro; Varejo Urbano Local: são comerciantes que compram o óleo de copaíba dos produtores locais e revendem para o consumo final. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) da copaíba e formação dos preços pelos setores envolvidos O principal nível de canal de comercialização da andiroba identificado com maiores quantidades é composto pelo varejista urbano local que comercializa 77% da quantidade do óleo identificado e o restante da produção é comercializada pelos atacadistas locais. Em relação à formação de preço o varejo urbano local vende para o consumidor local a 1,53 vezes acima do preço médio recebido pelos produtores. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia da copaíba (2009) O varejo urbano local compra o óleo de copaíba da produção local pelo preço médio de R$13,01/litro e do atacadista ao preço de R$9,00/litro e revende para o consumidor local ao preço de R$30,52/litro (Figura 166). 270

277 Figura Preço médio de copaíba (R$ correntes/litro de óleo) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. d) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização da copaíba O Valor Bruto da Produção (VBP α ) da copaíba identificado na pesquisa é de R$24,7 mil, totalizando em R$91,5 as vendas totais realizadas incluindo o setor do varejo urbano responsável por R$62,4 mil. e) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização da copaíba e a margem de comercialização de cada setor (Markup) Ao longo da cadeia de comercialização da copaíba foi agregado valor total de R$62,5 mil para a região estudada e o varejista local agregou R$37,7 mil apresentando um mark-up de 153%, pois embala em vidros para então ser comercializado. f) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização da copaíba A Renda Bruta Total identificada pela pesquisa foi de R$91,5 mil sendo toda gerada e movimentada na região estudada. O setor da produção local gerou uma renda 271

278 equivalente a R$24,7 mil e o restante foi no setor do varejo urbano (R$62,5 mil), que compra de insumo cerca de R$24,7 mil e agrega R$37,7 mil CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DOS LEITES (AMAPÁ E SUCUÚBA) a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização dos leites (amapá e sucuúba) Os agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização dos leites de amapá e sucuúba atuam somente no nível local, conforme descrição a seguir: Produção Local: composta por extrativistas locais que fazem a extração dos leites artesanalmente; Varejo Urbano Local: são comerciantes que compram os leites dos extrativistas locais e revendem para o consumidor final local. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) e formação de preço dos leites (amapá e sucuúba) O varejo urbano local comercializa 100% da produção identificada e vende diretamente para os consumidores locais. Quanto à formação de preço dos leites de amapá e sucuúba, o varejo urbano local revende para o consumidor local a 0,83 vezes do que o preço de referencia pago à produção local. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia dos leites (amapá e sucuúba), em 2009 O varejo urbano local compra os leites da produção local pelo preço médio de R$8,02/litro e vende para o consumidor local ao preço de R$14,68/litro (Figura 168). 272

279 Figura Preço médio de leites de amapá e sucuúba (R$ correntes/litro de leite) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. d) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização dos leites (amapá e sucuúba) O Valor Bruto da Produção (VBP α ) dos extratores de leite da região estudada alcançou R$9,8 mil contando com a participação do varejo urbano local também como ofertante de R$17,3 mil. e) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização dos leites (amapá e sucuúba) e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) O Valor Agregado (ou Adicionado) Bruto dos leites totalizou apenas R$17,2 mil e o varejo urbano local adicionou o montante de R$7,5 mil. f) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização dos leites (amapá e sucuúba) Os dados levantados mostram que os leites geraram uma renda equivalente a R$27 mil, o setor da produção gerou R$9,7 mil e o varejo urbano gerou R$17,3 mil, sendo R$9,7 mil pela compra de insumo e R$7,5mil de adição de valor, mostrando baixa geração de renda nessa comercialização. 273

280 CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS (ASSACU, BARBATIMÃO, CARAPANAUBA, MURURÉ, PATA DE VACA, QUINARANA, SACACA, SUCUÚBA, UNHA DE GATO E VERÔNICA) a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização das Plantas Medicinais (assacu, barbatimão, carapanauba, mururé, pata de vaca, quinarana, sacaca, sucuúba, unha de gato e verônica) Os agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização das plantas medicinais atuam somente no nível local, conforme descrição a seguir: Produção Local: são os coletores de plantas medicinais; Varejo Urbano Local: são comerciantes ou feirantes que compram as plantas medicinais dos produtores locais e revendem para o consumidor final. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) e Formação do preço pelos setores envolvidos na comercialização das Plantas Medicinais (assacu, barbatimão, carapanauba, mururé, pata de vaca, quinarana, sacaca, sucuúba, unha de gato e verônica) Toda a produção identificada das plantas medicinais dos seis municípios estudados (100%) é comercializada pelo varejo urbano local, sendo vendido diretamente para o consumidor local. Quanto à formação de preço o varejo urbano local vende as plantas medicinais para o consumidor local ao preço 3,78 vezes maior que o pago à produção local. c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia das Plantas Medicinais (assacu, barbatimão, carapanauba, mururé, pata de vaca, quinarana, sacaca, sucuúba, unha de gato e verônica) (2009) O varejo urbano local compra as plantas medicinais da produção local pelo preço médio de R$5,92/kg das partes das plantas e vende para o consumidor local ao preço de R$28,27/kg (Figura 169). 274

281 Figura Preço médio de plantas medicinais (assacu, barbatimão, carapanauba, mururé, pata de vaca, quinarana, sacaca, sucuúba, unha de gato e verônica), (R$ correntes/kg de partes da planta) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. d) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização das Plantas Medicinais (assacu, barbatimão, carapanauba, mururé, pata de vaca, quinarana, sacaca, sucuúba, unha de gato e verônica) Somando todos os valores recebidos pela venda de plantas medicinais por todos os agentes envolvidos em sua extração, ou seja, o Valor Bruto de Produção (VBP α ) dos produtores locais foi de somente R$6 mil, totalizando no final da cadeia em R$35 mil. Portanto, o varejo urbano com R$28 mil é o único setor intermediário ofertante nos seis municípios estudados. e) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização das Plantas Medicinais (assacu, barbatimão, carapanauba, mururé, pata de vaca, quinarana, sacaca, sucuúba, unha de gato e verônica) e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) O Valor Agregado Bruto (VAB) total das plantas medicinais ao longo da cadeia foi de R$28 mil para os seis municípios e o setor responsável foi o varejista urbano local que adicionou R$23 mil, com uma margem de comercialização alta de 378%. 275

282 f) Renda Bruta Total gerada pela ótica da demanda na comercialização das Plantas Medicinais (assacu, barbatimão, carapanauba, mururé, pata de vaca, quinarana, sacaca, sucuúba, unha de gato e verônica) Os dados levantados mostram que a comercialização das plantas medicinais gerou Renda Bruta Total de R$35 mil, o produtor gerou R$6 mil somente pela comercialização das partes dessas plantas e o varejo urbano (feirantes) gerou R$28 mil, sendo R$6 mil pela compra das plantas medicinais e R$23 mil de adição de valor ao produto, mostrando baixa agregação de valor para o consumo final CADEIA DE COMERCIALIZAÇÃO DE UTENSÍLIOS ARTESANAIS a) Caracterização dos agentes mercantis envolvidos na cadeia de comercialização de Utensílios artesanais Os agentes envolvidos na cadeia de comercialização de utensílios envolvem a região do Baixo Amazonas, que apresentam as seguintes características: Produção Local: na categoria dos trançados diversos utensílios foram analisados como o abano, a cesta, a peneira, o paneiro, a vassoura e o tipiti. Os produtores utilizam fibras vegetais, especificamente, a tala do guarumã e os cipós para tecer tais objetos; Varejo Urbano Local: são comerciantes ou feirantes que adquirem os utensílios e vendem para o consumidor local. b) Estrutura da quantidade comercializada (%) de Utensílios artesanais e formação dos preços pelos setores envolvidos O varejo urbano local comercializa 100% da quantidade de utensílios identificada pela pesquisa, que são comprados diretamente dos produtores e vendidos exclusivamente para o consumidor local. O preço de venda praticado pelo varejo urbano local é equivalente a 0,32 vezes que o preço médio recebido pelos produtores. 276

283 c) Preço médio praticado nas transações entre diversos agentes mercantis da cadeia de Utensílios artesanais (2009) O preço médio praticado pelo produtor com o varejo urbano local é R$4,40/unidade do utensílio, e o revende para o consumidor local a R$5,81/unidade. Figura Preço médio de utensílios artesanais (abano, cesta, peneira, paneiro, vassoura e tipiti), (R$ correntes/unidade) praticado nas transações entre diversos setores da cadeia de comercialização, no ano de 2009, em seis municípios da Região do Baixo Amazonas, Estado do Pará. e) Valor Bruto da produção, pela ótica da oferta, na comercialização de Utensílios artesanais O Valor Bruto da Produção (VBP α ), ou seja, todo o valor recebido pela venda dos utensílios pelos produtores foi de R$3,1 mil e do varejo urbano local de R$4,1 mil, gerando no final da cadeia R$7,3 mil pela oferta dos utensílios. f) Valor Transacionado Efetivo (VTE) que se aproxima do Valor Adicionado Bruto (VAB) gerado na comercialização de Utensílios artesanais e a margem de comercialização de cada setor (Mark-up) Ao longo da cadeia de comercialização dos utensílios da produção local até a demanda final, o valor de R$4,1 mil foram adicionados ao produto, atingindo um mark-up total de somente 32%. O varejo urbano local participa na agregação com somente R$1 mil. 277

284 ANÁLISES AGRUPADAS DE TODOS OS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS NOS SEIS MUNICÍPIOS VISITADOS DA REGIÃO DO BAIXO AMAZONAS Ao longo das cadeias de comercialização dos 33 produtos identificados (alguns analisados de forma agregada, como plantas medicinais, leites e artesanatos) a agregação de valor aos produtos não-madeireiros deve ser levado em consideração, pois demonstra o grau de investimento dado aos diversos setores. A analise se faz do ponto de vista de quem adiciona mais valor ao produto (VAB), conforme Tabela 11, o sistema nacional agregou R$46 milhões (57%), somente na cadeia de dois produtos que são a castanha e o cacau, o sistema local adicionou um montante considerável equivalente à R$33,8 milhões que correspondem a 41% do VAB, e no sistema estadual (fora dos municípios do Baixo Amazonas) agregou cerca de R$1,6 milhão (2%), referente também às cadeias de castanha e cacau. Esta análise sobre a capacidade de agregar valor aos produtos florestais nãomadeireiros, o valor agregado bruto (VAB), aponta onde a economia está mais atuante e imprime ações de beneficiamento e transformação dos produtos do extrativismo, nos diversos setores ao longo das cadeias de comercialização, conforme demonstrado na Tabela 11, a categoria das plantas alimentícias/frutíferas foi a campeã com 99,69% do VAB total (R$81,2 milhões), com a castanha e o cacau que agregam mais valor no nível nacional com as empresas de beneficiamento da castanha instaladas no Pará, que formam um monopsônio. A cadeia do açaí, ranqueado como o 2º. produto a agregar valor, na escala de R$2,84milhões em função do setor de beneficiamento que são os batedores locais de açaí, que compram da produção local, processam o fruto in natura para a forma de polpa ou vinho, para atender exclusivamente o consumidor local. Os demais produtos alimentícios como cupuaçu, muruci, bacaba, taperebá, cajuaçú e uxi também circulam e possuem agregação de valor somente na escala local, responsáveis por um total de R$126 mil de VAB (Tabela 11). Responsáveis pela agregação de R$141 mil os produtos fitoterápicos e cosméticos são responsáveis por 0,17% do montante adicionado, sendo os óleos de copaíba e andiroba os mais importantes, seguidos de uma série de plantas medicinais e os leites de amapá e sucuuba. A agregação de valor é pequena e refere-se basicamente à coleta de partes da planta, algum processo rústico de extração e embalagem simples dos produtos. 278

285 Este é um dos setores mais complexos e difíceis de quantificar com exatidão, pela grande informalidade presente, pela falta de investimentos no setor fármaco e cosméticos, com alguns mercados em plena expansão pela iniciativa privada. Na região do Baixo Amazonas foi identificada também a comercialização de semente de cumaru, no entanto, ainda não foi realizada a aplicação do questionário nas empresas demandantes que estão localizadas fora da região estudada, impossibilitando assim o fechamento da cadeia e os cálculos referentes aos preços de venda do produto, deixando para a próxima oportunidade fazer a checagem em campo e fechar a cadeia deste importante produto cumaru. TABELA 11. Valor Agregado Bruto (R$) na esfera local, estadual e nacional dos produtos florestais nãomadeireiros identificados em seis municípios da região do Baixo Amazonas, em 2009, organizados em cinco categorias (alimentícias, derivado animal, fitoterápicos/cosméticos, artesanato e derivado da madeira). Fonte: Idesp/

286 Para o único derivado animal estudado na região, o mel que tem sua economia somente na escala local teve agregação de valor equivalente a R$100 mil (Tabela 11). O derivado da madeira estudado, a resina de breu é produzida na própria região e a agregação de valor foi na ordem de R$2,7 mil. O mesmo acontece com os utensílios artesanais (tipiti, vassoura regional, paneiro, peneira, abano e cesta timbuí) cujo valor agregado total identificado foi de R$4,1 mil. Outra forma de análise agregada dos produtos identificados na região do Baixo Amazonas é considerarmos a Contabilidade Social Ascendente Alfa, que inicia no setor da produção extrativista local dos seis municípios estudados (Setor α), que recebeu pela venda de todos os produtos florestais não-madeireiros identificados o montante de R$5,19 milhões (VBP α ), e com as transações comerciais realizadas pelos setores que vendem tais produtos até o consumidor final foi agregado valor a estes produtos no montante de R$81,44 milhões (VAB) somando-se ainda o valor bruto da produção (VBP) equivalente à compra de insumos no montante de R$39,31 milhões, chega-se a um valor total de R$120,76 milhões referente à renda (RBT) bruta gerada e circulada na economia destes produtos com seus efeitos para frente e para trás na cadeia de comercialização (Tabela 12). Em relação ao Valor Bruto da Produção (VBP) da compra de insumos nos setores mercantis, referido na Tabela 12, para cada uma das cadeias, por exemplo, a campeã que é a castanha do brasil, cujo setor extrativo da região do Baixo Amazonas recebeu o montante de R$3,15 milhões (VBP α ), comprou de insumos R$3,55 milhões (local), R$154 mil (estadual) e R$31,61 milhões (nacional estimado) totalizando R$35,32 milhões na compra de insumos (castanha ouriço, castanha com casca, amêndoa seca, classificada e embalada a vácuo). A agregação de valor da castanha se deu na ordem de R$30,08 milhões na esfera local, R$1,61 milhão na estadual e R$45,11 milhões na nacional, totalizando R$76,79 milhões de VAB (Tabela Y). Ao somar o VBP da compra de insumos com o VAB obtêm a renda bruta gerada e circulada no valor de R$33,63 milhões (RBT) na esfera local, R$1,76 milhão na estadual, R$76,72 milhões na nacional e um total de RBT R$112,12 milhões gerados e circulados na economia da castanha. Esta mesma analise pode ser feita para cada um dos produtos identificados na região do Baixo Amazonas. Uma questão interessante encontrada na região de estudo (municípios de Alenquer, Curuá, Juriti, Óbidos, Oriximiná e Santarém), na coleta de dados junto aos agentes mercantis são contabilizados os valores recebidos pelo setor da produção local, em termos 280

287 de quantidade (volume comercializado de cada produto) e preço praticado (de cada produto), identificando portanto o valor pago ao setor da produção extrativa com base na amostragem feita em campo (Tabela 12). A metodologia das contas ascendentes permite que se calcule os valores atualizados da amostra para o universo da região, usando o mesmo recorte geográfico (seis municípios) do IBGE, com base em indexadores (de preço e quantidade) no Censo de 2006 (IBGE, 2009) e na flutuação dos produtos usando a pesquisa agrícola municipal (PAM 2006 a 2009) e a pesquisa extrativa vegetal e silvicultura (PEVS 2006 a 2009). Desta forma, poderia se esperar que a amostragem feita em campo (39 questionários) desse menor que a expansão com base no IBGE, o que não aconteceu para 9 cadeias de comercialização identificadas, como a castanha por exemplo (Tabela 12), o Valor pago ao produtor com base na amostragem foi de R$8,46 milhões e quando expandida para o universo estimado foi de R$3,15 milhões, ou seja, a amostra foi de 169% a mais do que o valor estimado com base no IBGE. Ou seja, nas cadeias do mel, copaíba, cupuaçu, muruci, bacaba, taperebá, cajuaçu e uxi os valores pagos aos produtores referentes à amostragem foi maior que o valor bruto da produção local estimada com base nos dados do IBGE, mesmo sabendo que são metodologias completamente diferentes de coleta de dados. 281

288 TABELA 12. Variáveis econômicas dos produtos florestais não-madeireiros identificados em seis municípios da região do Baixo Amazonas, compostas pelo Valor Pago ao produtor (amostra), Valor Bruto da Produção Alfa Local (VBP α ), a diferença (%) da amostra para o estimado, a margem de lucro (mark-up), o Valor Bruto da Produção (VBP), o Valor Agregado Bruto e a Renda Bruta Total (R$) nas esferas local, estadual e nacional, em Fonte: Idesp,

289 5.3 REGIÃO DE INTEGRAÇÃO RIO CAETÉ CARACTERIZAÇÃO A Região de Integração Caetés abriga um total de 15 municípios (Figura 171), com uma população de aproximadamente hab (IDESP, 2009). FIGURA Municípios pertencentes a Região de Integração Rio Caeté Fonte: SEIR, A região é formada por municípios que fazem parte de duas microrregiões do IBGE: Bragantina e Salgado. Seu histórico de ocupação é semelhante ao da Região de Integração do Guamá, tendo a construção da Estrada de Ferro Belém-Bragança como fator intensificador do processo de ocupação e colonização desse espaço regional. Assim como a Região de Integração do Guamá, a Região do Rio Caeté já foi uma das mais dinâmicas do estado, mas hoje também passa por uma fase de estagnação (SEIR, 2007). Em 2007 o Produto Interno Bruto PIB da Região de integração do Guamá somou R$ ,00mil, ocupando a décima colocação e participando com um percentual representativo no estado no valor de 3%. As participações dos setores econômicos 283

290 corresponderam a: 14% Agropecuário, 12% Indústria e 72% Serviços. Dentro da composição do setor agropecuário a participação dos produtos de origem extrativista corresponde à 0,8% (IDESP, 2009). Atualmente, suas principais atividades econômicas são a agricultura, a pecuária e a pesca; no entanto essas atividades são realizadas baseadas em pouca tecnologia e agregação de valor. A região também apresenta potencialidades para o turismo de praias, com o aproveitamento do litoral atlântico e o turismo de aventura; a pesca empresarial e artesanal; a produção agrícola e pecuária realizada com base em cooperativas, principalmente dos seguintes produtos: mandioca, feijão caupi e fibras vegetais (malva). Destaca-se potencialmente ainda a aqüicultura e a indústria extrativa mineral com a extração do calcário (SEIR, 2007). a) Características Gerais População Absoluta (IDESP, 2009): hab. Densidade Demográfica (IDESP, 2009): 26,16 hab/km² Produto Interno Bruto de PIB (IDESP, 2009): R$ ,00 mil Índice de Desenvolvimento Humano de IDH: 0,64 PIB 2007 Per capita (IDESP, 2009): R$ 3.082,00 Valor Adicionado Setor Agropecuário (IDESP, 2009): 15 % Valor Adicionado Setor Industrial (IDESP, 2009): 12 % Valor Adicionado Setor Serviços (IDESP, 2009): 72 % ANÁLISES DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS EM NOVE MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO DO RIO CAETÉ De um total de 15 municípios pertencentes à região, foram estudados 10 municípios, a saber: Bonito, Capanema, Nova Timboteua, Peixe Boi, Primavera, Quatipuru, Salinópolis, Santa Luzia do Pará, Santarém Novo e São João de Pirabas. Os questionários aplicados junto aos agentes mercantis da Região do Rio Caeté inseridos no Programa NETZ, geraram 78 circuitos. Foram 24 produtos encontrados na 284

291 amostragem de campo, nos 10 municípios, classificados em Alimentícios (açaí, cupuaçu, castanha do brasil, muruci, taperebá e bacuri); Derivado Animal (mel de abelha com e sem ferrão); Fármacos e Cosméticos (andiroba, copaíba, barbatimão, ipê roxo, unha de gato, verônica, jatobá, leite de amapá, sucuúba, semente de cumaru, paxiúba e murumuru); Derivados da madeira (carvão e látex); Artesanatos e Utensílios (cesta de palha, paneiro e olho de boto). Todos os dados já estão inseridos na base do Programa Netz, aguardando o início das tabulações, correções e conseqüentes análises econômicas 285

292 5.4 REGIÃO DE INTEGRAÇÃO RIO CAPIM CARACTERIZAÇÃO A Região de Integração Rio Capim abriga um total de 16 municípios (Figura 172), com uma população de aproximadamente hab (IDESP, 2009). FIGURA Municípios pertencentes à Região de Integração Rio Capim Fonte: SEIR, 2007 Como região próxima à região de integração do Guamá sua ocupação também se iniciou através dos rios, no entanto, teve maior dinamização com a abertura das estradas, especialmente da BR-010 (Belém-Brasília), implantada no final da década de 50 e inicio da década de 60 e da BR-222 (Marabá a Fortaleza). É considerada uma das mais dinâmicas, principalmente se considerarmos o município de Paragominas cuja origem está ligada à construção da Rodovia Belém-Brasília (SEIR, 2007). Em 2007 o Produto Interno Bruto PIB da Região do Rio Capim somou R$ ,00mil, ocupando a sétima colocação e participando com um percentual representativo no estado no valor de 5%. As participações dos setores econômicos corresponderam a: 21% Agropecuário, 19% Indústria e 60% Serviços. Dentro da composição 286

293 do setor agropecuário a participação dos produtos de origem extrativista corresponde a 8,2% (IDESP,2009). Pode-se dizer que a estrutura econômica da região está sofrendo uma transição da pecuária extensiva e extração madeireira para o agronegócio, o reflorestamento e a mineração. Em termos de potencialidade econômica destaca-se: o reflorestamento; a cultura de grãos (soja e milho); a cultura do dendê; a indústria moveleira; a cultura da pimenta do reino com base em cooperativas; a mineração (caulim e bauxita); a fruticultura; a piscicultura; e a pecuária de mais alta base tecnológica (SEIR, 2007). a) Características Gerais População Absoluta (IDESP, 2009): hab. Densidade Demográfica (IDESP, 2007): 8,58 hab/km² Produto Interno Bruto PIB (IDESP, 2009): R$ ,00 mil Índice de Desenvolvimento Humano de IDH: 0,66 PIB 2007 Per capita (IDESP, 2009): R$ 4.386,00 Valor Adicionado Setor Agropecuário (IDESP, 2009): 21 % Valor Adicionado Setor Industrial (IDESP, 2009): 19 % Valor Adicionado Setor Serviços (IDESP, 2009): 60 % ANÁLISES DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS EM NOVE MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO DO RIO CAPIM De um total de 16 municípios pertencentes à região, foram estudados 3 municípios, a saber: Bujarú, Concórdia do Pará e Tomé-Açu. Os questionários aplicados junto aos agentes mercantis da Região do Rio Capim inseridos no Programa NETZ, geraram 167 circuitos. Foram 21 produtos encontrados na amostragem de campo, nos 3 municípios, classificados em Alimentícios (açaí, cacau, cupuaçu,castanha do brasil, caju do mato, bacaba, muruci, piquiá, pupunha, taperebá, bacuri, palmito e tucumã); Derivado Animal (mel de abelha com e sem ferrão); Fármacos e 287

294 Cosméticos (andiroba); Derivados da madeira (carvão); Artesanatos e Utensílios (paneiro, tipiti, peneira, caçuá e esteira). Todos os dados já estão inseridos na base do Programa Netz, aguardando o início das tabulações, correções e conseqüentes análises econômicas. 288

295 5.5 REGIÃO DE INTEGRAÇÃO GUAMÁ CARACTERIZAÇÃO A Região de Integração Guamá abriga um total de 18 municípios (Figura 173), com uma população de aproximadamente hab (IDESP, 2009). FIGURA Municípios pertencentes a Região de Integração Guamá Fonte: SEIR, 2007 É uma região de ocupação antiga, marcada pela presença de cidades e municípios que surgiram ainda no período colonial e municípios que surgiram em períodos relativamente mais recentes. Apresenta uma densa rede rodoviária que se integra à BR-316, é eixo de ligação de Belém com outros estados do Nordeste. No inicio do século XX essa região foi uma das mais dinâmicas do estado, no entanto, com o fim da economia da borracha sofreu um longo período de estagnação econômica. A construção da Rodovia BR- 316 (Pará-Maranhão) e da BR 010 (Belém-Brasília), que se interligam a altura da cidade de Santa Maria do Pará, deram um novo dinamismo a essa região, vários municípios se desenvolveram tanto em termos populacionais, como econômicos, como é o caso dos municípios de Castanhal, Santa Isabel e Capanema. 289

296 Em 2007 o Produto Interno Bruto PIB da Região do Guamá somou R$ ,00 milhões, ocupando a oitava colocação e participando com um percentual representativo no estado no valor de 4%. As participações dos setores econômicos corresponderam a: 14% Agropecuário, 16% Indústria e 70% Serviços. Dentro da composição do setor agropecuário a participação dos produtos de origem extrativista corresponde a 0,8% (IDESP, 2009). A Região tem como principais potencialidades os seguintes setores: a pesca artesanal; a fruticultura do abacaxi, banana, cupuaçu, laranja, mamão e maracujá; as culturas da mandioca, fibras e feijão caupi; o turismo; a produção de leite e derivados; o chamado cultivo florestal; o setor oleiro e a indústria de cerâmica. (SEIR, 2007). a) Características Gerais População Absoluta (IDESP, 2009): hab. Densidade Demográfica (IDESP, 2009): 46,07 hab/km² Produto Interno Bruto PIB (IDESP, 2009): R$ ,00 mil Índice de Desenvolvimento Humano de IDH: 0,69 PIB 2007 Per capita (IDESP, 2009): R$ 3.913,00 Valor Adicionado Setor Agropecuário (IDESP, 2009): 14 % Valor Adicionado Setor Industrial (IDESP, 2009): 16 % Valor Adicionado Setor Serviços (IDESP, 2009): 70 % ANÁLISES DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS EM DEZOITO MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO DO GUAMÁ Todos os 18 municípios pertencentes à região foram estudados, a saber: Castanhal, Colares, Curuçá, Igarapé-Açu, Inhangapi, Magalhães Barata, Maracanã, Marapanim, Santa Isabel do Pará, Santa Maria do Pará, Santo Antônio do Tauá, São Caetano de Odivelas, São Domingos do Capim, São Francisco do Pará, São João da Ponta, São Miguel do Guamá, Terra Alta e Vigia. 290

297 Os questionários aplicados junto aos agentes mercantis da Região do Guamá inseridos no Programa NETZ, geraram 564 circuitos. Foram 29 produtos encontrados na amostragem de campo, nos 18 municípios, classificados em Alimentícios (açaí, cacau, cupuaçu, castanha do brasil, biribá, bacaba, cajarana, inajá, muruci, marimari, piquiá, pupunha, tucumã, taperebá, bacuri, urucum, palmito e mucajá); Derivado Animal (mel de abelha com e sem ferrão); Fármacos e Cosméticos (andiroba, copaíba, capitiú, estorac, murumuru e priprioca); Derivados da madeira (carvão e látex); Artesanatos e Utensílios (paneiro e tipiti). Todos os dados já estão inseridos na base do Programa Netz, aguardando o início das tabulações, correções e conseqüentes análises econômicas. 291

298 5.6 REGIÃO DE INTEGRAÇÃO TAPAJÓS CARACTERIZAÇÃO A Região de Integração Tapajós abriga um total de 6 municípios (Figura 174), com uma população de aproximadamente hab (IDESP, 2009). FIGURA Municípios pertencentes a Região de Integração Tapajós Fonte: SEIR, 2007 É considerada uma região de ocupação recente, porém alguns municípios possuem uma origem bastante antiga. O ritmo de desenvolvimento desta região é lento e ainda hoje é possível observar áreas extensas de cobertura florestal. Com características hidrográficas é uma região com enorme potencial para o transporte hidroviário. Devido ao longo período de isolamento e abandono é uma das regiões mais pobres do estado. A região tem o mais baixo PIB absoluto do estado. O Desenvolvimento da região está fortemente vinculado ao asfaltamento da BR-163 (Cuiabá Santarém), eixo rodoviário que foi implantado na década de 70, mas até hoje não foi concluído. 292

299 Em 2007 o Produto Interno Bruto PIB da Região do Tapajós somou R$ ,00mil, ocupando a última colocação (12º posição) e participando com um percentual de 2% no PIB do Estado. As participações dos setores econômicos corresponderam a: 17% Agropecuário, 19% Indústria e 64% Serviços. Dentro da composição do setor agropecuário a participação dos produtos de origem extrativista corresponde a 2,4% (IDESP, 2009). Embora considerada abandonada, a região possui grandes potencialidades econômicas entre as quais podemos destacar: a indústria extrativa mineral (ouro, calcário); o extrativismo vegetal (produtos madeireiros e não madeireiros); a fruticultura (banana); a pesca artesanal; a cultura de grãos (arroz, feijão, milho, soja); as culturas permanentes (café, cacau, pimenta-do-reino); a produção de jóias através do aproveitamento das gemas minerais e do artesanato mineral; e o turismo (SEIR, 2007). a) Características Gerais: População Absoluta (IDESP, 2009): hab. Densidade Demográfica (IDESP, 2007): 1,29 hab/km² Produto Interno Bruto PIB (IDESP, 2009): R$ ,00 mil Índice de Desenvolvimento Humano de IDH: 0,68 PIB 2007 Per capita (IDESP, 2009): R$ 3.923,00 Valor Adicionado Setor Agropecuário (IDESP, 2009): 17 % Valor Adicionado Setor Industrial (IDESP, 2009): 19 % Valor Adicionado Setor Serviços (IDESP, 2009): 64 % ANÁLISES DAS CADEIAS DE COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS FLORESTAIS NÃO-MADEIREIROS IDENTIFICADOS EM UM MUNICÍPIO DA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO DO TAPAJÓS De um total de 6 municípios pertencentes a região, foi estudado apenas o município de Aveiro, ficando os demais para uma próxima viagem. No entanto, para nossa surpresa na sede municipal, não foi encontrada nenhuma comercialização de produtos florestais não-madeireiros. 293

300 O Município de Aveiro está localizado às margens do Rio Tapajós na mesorregião sudoeste do Pará, situado na região que pertence à Floresta Nacional do Tapajós (Flona Tapajós). O município tem uma população de cerca de 20 mil habitantes sendo que a maior parte está na zona rural. Segundo informações de moradores e de comerciantes esse é um dos fatores que dificultam o desenvolvimento local, pois o município não oferece variedade de trabalho e serviços para as pessoas que moram na zona urbana, e a maioria da população da zona rural que trabalha na agricultura de subsistência ainda não produz o suficiente para o sustento da população, principalmente devido às restrições aos plantios em obediência à legislação da FLONA. Os produtos circulantes são da pesca, a banana e um pouco de açaí que fica mais para o consumo local, mas existem produtos potenciais como a andiroba, a copaíba, o cacau e muitos outros porém apresentam dificuldades em função das referidas restrições. A secretaria de agricultura fez um convênio recente de assistência técnica com a CEPLAC para distribuição de sementes e outros insumos para o incentivo do plantio do cacau, no total de 35 projetos. Faltam incentivos para que os produtores conheçam melhor sobre os produtos, seus benefícios, modos de beneficiamento e agregação de valor. Outra fonte de renda importante para os moradores é o auxílio doado pelo programa de governo que é a Bolsa Família. O município de Aveiro possui ainda características que podem contribuir para seu atraso como o fato de existirem dois distritos urbanos cuja responsabilidade administrativa é do município de Aveiro, mas pelo fato de estarem localizados mais perto de Itaituba se desenvolveram um pouco mais. O primeiro é o distrito de Fordlândia, nome em homenagem ao empresário norte americano Henry Ford, que adquiriu uma gleba e lá instalou uma indústria chamada Companhia Ford Industrial do Brasil, onde foi instalado o mega projeto de plantio de seringueiras, com objetivo de fornecer matéria prima para a indústria de pneus nos Estados Unidos, com todo apoio dos governos brasileiro e do estado do Pará na isenção de impostos. No entanto, com a criação de outras tecnologias para a fabricação de pneus em 1945 e, depois do falecimento do empresário, seu neto Henry Ford II assumiu a empresa e deu encerramento ao projeto, mesmo porque o seringal havia sofrido um ataque de pragas que não sabiam lidar. Assim, o projeto acabou levando um prejuízo financeiro imenso, pois teve que deixar para trás toda a infra estrutura de uma cidade construída com o objetivo de contribuir para o crescimento da empresa e que ofereceu inclusive melhores condições de moradia, saúde e educação, 294

301 com casas, hospitais e escolas que ficaram para os trabalhadores locais, que inclusive possuem, atualmente, poder aquisitivo melhor do que os trabalhadores da sede do município, pelo fato de terem sido indenizados pelo governo federal no fim do projeto e de ainda receberem uma aposentadoria diferenciada. O outro distrito urbano é conhecido como Brasília Legal, que fica bem mais perto do município de Itaituba, que não teve projeto conhecido, mas muitos moradores se deslocaram da região para trabalhar nos garimpos da Região do Tapajós. Portanto, essas questões geográficas, históricas e ambientais atualmente vêm contribuindo para a estagnação do município de Aveiro. 295

302 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A comercialização identificada e quantificada nas regiões de integração do Tocantins e do Baixo Amazonas gera efetivamente para milhares de famílias envolvidas no manejo, cultivo, coleta, extração, colheita e algum prévio beneficiamento destas 3 a 4 dezenas de produtos florestais não-madeireiros o equivalente a cerca de R$170 milhões de reais referentes ao valor bruto pago à produção local (VBP α ), dos 10 municípios do Tocantins e 6 do Baixo Amazonas. São milhares de famílias que compõem o setor produtivo alfa, responsável por manter a floresta em pé, por plantar alguns destes produtos, por manejar de forma empírica ou apreendida por séculos, por abastecer os diversos setores intermediários das cadeias até chegar às demandas finais dos consumidores locais, regionais e (inter-)nacionais. Os setores intermediários envolvidos na compra e venda do produtos nãomadeireiros como o comércio varejista e atacadista, assim como os setores industriais de beneficiamento e transformação são responsáveis ao longo das cadeias por R$943 milhões de valor bruto da produção (VBP) pago pela compra de insumos (são os produtos nãomadeireiros nas diversas formas, desde in natura, passando por diversas fases de transformação) e, por R$1,12 bilhão na agregação de valor aos produtos (VAB), gerando, portanto R$2,06 bilhões de renda bruta total (RBT) circulante nas economias locais, regionais e nacionais, sempre na busca para atender a demanda dos consumidores finais destes produtos (Tabela 13). Os consumidores finais desta biodiversidade riquíssima encontrada na região são formados pelo paraense ribeirinho que não vive sem seu açaí diário, pelo belemense que faz uso das diversas frutas, ervas e óleos medicinais encontrados no Ver-o-Peso e em inúmeras feiras; pelo carioca que toma o açaí com granola na academia por ser produto que retarda o envelhecimento; pelo paulista que come sua salada ou pastel de palmito vindo das matas do Pará, pois o da mata Atlântica já foi quase todo exaurido; pela mulher que pode estar em qualquer país do mundo que, ao usar um perfume, ou um hidratante, ou um batom pode estar consumindo algum produto da flora regional paraense sem ao menos saber; da mesma forma que uma criança, em qualquer lugar do mundo, pode tomar um sorvete ou comer uma barra de chocolate feito com o cacau paraense, que passa apenas pelo beneficiamento 296

303 primário no estado do Pará, por um processo de refino na Bahia e, em seguida, é transformado em produto final quer seja numa fábrica em São Paulo ou na Suiça. Os produtos que mais geram e circulam renda no Estado do Pará são aqueles que possuem em sua cadeia diversas estratégias de agregação de valor realizadas nas esferas locais e regionais, como o exemplo do açaí. Para tal, há necessidade de políticas publicas que venham contribuir para a dinamização destas cadeias, com investimentos consideráveis em assessoria técnica (ATES), em capacitação em todos os setores, no fomento à produção, no investimento responsável nos setores de beneficiamento e transformação, principalmente em agroindústrias geridas por associações ou cooperativas. 297

304 TABELA 13. Variáveis econômicas dos produtos florestais não-madeireiros identificados na região do Tocantins (2008) e do Baixo Amazonas (2009), compostas pelo Valor Bruto da Produção Alfa Local (VBP α ), o Valor Bruto da Produção (VBP), o Valor Agregado Bruto e a Renda Bruta Total (RBT) gerada e circulada, em R$ correntes. Diversas políticas públicas e programas já instalados que melhoram as condições locais devem ser mais divulgados e incentivados como o Programa de Aquisição de Alimentos da agricultura familiar (com mel e açaí já inseridos na merenda escolar de alguns municípios), o Luz para Todos que leva energia às áreas rurais, os sistemas de crédito e fomento ao setor produtivo, a assessoria técnica da Emater e de empresas terceirizadas, investimentos no aparato de segurança pública nas áreas urbanas, rurais e nas estradas e nos rios. Uma força motriz para alavancar o desenvolvimento regional e reduzir as desigualdades é ter uma massa crítica de cidadãos que tenham acesso à rede de ensino 298

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