Construção das abóbadas Salvadori, Mario. Why Buildings Stand Up. WW Norton & Company, New York, 1990.
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- Ângelo Alves Wagner
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1 Arquitetura Gótica
2 A Construção Gótica Cada construção era supervisionada por um mestre construtor e por volta de 30 artesãos especialistas. Esses especialistas e alguns de seus mais habilidosos trabalhadores moviam-se de função em função aplicando lições aprendidas e passadas de um a um. O mestre construtor atuava como um projetista, um artista e ainda como um artesão. Com o auxílio de réguas, compassos, esquadros e outras poucas ferramentas geométricas, ele fazia as plantas da catedral. Construção das abóbadas Salvadori, Mario. Why Buildings Stand Up. WW Norton & Company, New York, 1990.
3 Devido ao custo, os andaimes eram mínimos, assim os trabalhadores confiavam sua alma a Deus e andavam sobre flexíveis plataformas. Um perigoso momento para os trabalhadores ocorria quando as paredes atingiam suas alturas finais e os troncos de madeira para o telhado deviam ser elevados a essas alturas.
4 Com o telhado pronto, podia-se iniciar a construção das abóbadas. Uma a uma, as pedras talhadas das nervuras eram colocadas sobre os cimbres de madeira e firmadas pelos pedreiros. Entre os cimbres eram instaladas tábuas de madeira, as quais funcionavam como base para o assentamento das pedras durante a secagem da argamassa. Após a secagem da argamassa, aplicava-se sobre as pedras uma camada de dez centímetros de concreto (buscando evitar fissuras entre as pedras). Estando o concreto seco, as tábuas eram retiradas, seguidas pelos cimbres, finalizando-se a abóbada (vide sistema estrutural).
5 Também no "canteiro" da catedral estavam presentes os artesãos especialistas em fazer e juntar pedaços de coloridos e brilhantes vidros para completar os buracos deixados entre as pedras e formar enormes e belos vitrais. Várias cores eram obtidas unindo óxidos de metais e vidro fundido. O vidro era soprado e trabalhado em forma de cilindro e, após resfriado, cortado, com a ajuda de um instrumento a base de ferro quente, em pequenos pedaços, geralmente menores que a própria palma da mão.
6 A abóbada Dentre os elementos da arquitetura gótica este seria o mais importante. Os arquitetos góticos introduziram duas inovações fundamentais na construção de abóbadas: O arco de ogiva e os Arcos formeiros.
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8 Arco de Ogiva Na arquitetura, o estilo gótico é caracterizado pelo arco de ogiva. Este estilo surgiu na França nos fins do século XII e expandiu-se pela Europa Ocidental, mantendo-se até a Renascença, ou seja, até o século XIV, na Itália, e até o século XVI ao norte dos Alpes. Moore definiu a arquitetura gótica como um "sistema de abóbadas, cuja estabilidade era assegurada por um equilíbrio perfeito de forças".
9 Durante o período românico, o arco de ogiva aparece principalmente nos lugares onde existe forte influência sarracena. Os arquitetos da catedral românica de Monreale, utilizaram-o freqüentemente. Por outro lado, num edifício tão gótico quanto a catedral de Chartres, as janelas da clarabóia da nave são de volta inteira, salvo nas suas subdivisões, assim como os arcos diagonais da Notre-Dame de Paris.
10 A abadia de Saint-Denis iniciada em 1132 é a primeira realização da arquitetura gótica.
11 Suporte O desejo de se construir catedrais cada vez mais altas, leva a um grande aprimoramento técnico. Exemplo disso são os fortíssimos pilares de Chartres, nos elegantes fustes de Amiens, testemunho de uma experiência mais avançada em termos de arquitetura. A habilidade técnica em constante progresso dos construtores dos séculos XIV e XV, permitiu recorrer novamente ao pilar composto, cujos elementos serão tão finos e tão delicados, que parece desafiar as leis da gravidade.
12 O pilar composto românico, por mais lógico que seja, é relativamente espesso; define o espaço da nave central e a separa das laterais. As diferentes partes da igreja são desde então concebidas como unidades separadas. O gótico parece primeiramente retroceder. O pilar composto é substituído por uma coluna lisa e redonda cuja massa, menos volumosa, facilita a passagem entre a nave central e as laterais, criando um espaço único. Para que se torne possível utilizar colunas lisas, os suportes aparentes dos arcos da abóbada devem terminar ao nível dos capitéis, o que embora seja arquitetonicamente possível, é pouco estético. Com efeito, as verticais rígidas dos colunelos parecem interromper-se muito bruscamente.
13 Contraforte As paredes góticas ao contrário das românicas são finas ou inexistentes, sendo o contraforte tipicamente gótico composto de duas partes. A primeira, o contraforte propriamente dito, inspira-se no contraforte românico e está colocado em ângulo reto em relação a igreja, contra a parede lateral, e, eleva-se muito altamente, num enorme grau de perfeição. O peso deste elemento neutraliza a pressão das abóbadas. O segundo elemento, ou arcobotante, é especificamente gótico. O arcobotante tem uma caixilharia diagonal de pedra; está escorado de um lado pelo contraforte, colocado a certa distância da parede, e por outro lado pela clarabóia da nave.
14 O arcobotante dirige a pressão da abóbada para o exterior por cima da cobertura da nave central. Como é cimbrado por baixo, exerce um pouco de pressão sobre o vão; sozinho não poderia resistir à pressão lateral das abóbadas, mas associado aos contrafortes, tem uma força enorme. Foi graças a esse elemento que o gótico ousou construir naves tão altas e tão claras. Assim, a catedral gótica eleva-se para o céu como uma oração e, tal como a filosofia medieval, exprime o intangível e transcende o homem, na sua procura do além.
15 sua nave, cuja largura é de 14,6 m, sido completada em trifório iluminado
16 Ficha Técnica Nome Catedral de Amiens Sistema Estrutural Abóbadas ogivais, arcobotantes, pilares e contrafortes. Função Localização Época da construção Projeto Execução Catedral Amiens, França Séculos XIII ao XV Robert de Luzarlhes e outros mestres construtores desconhecidos Robert de Luzarlhes e outros mestres construtores desconhecidos Site: Amiens Cathedral Legenda: 1. Capela radial 2. Deambulatório 3. Altar 4. Coro 5. Corredores laterais do Coro 6. Cruzeiro 7. Transepto 8. Contraforte 9. Nave 10. Nave lateral 11. Fachada, portal Dimensões Abóbadas com 42,3 m de altura, nave central com 14,6 m de largura, comprimento externo de 145 m e interno de 133,5 m. Material Alvenaria de pedra com argamassa
17 Saint-Denis Ficha Técnica Nome Sistema Estrutural Função Localização Época da construção Concepção Projeto Execução Dimensões Material Abadia de Saint-Denis Abóbadas ogivais, arcobotantes, pilares e contrafortes Catedral Saint Denis, França Século XII Abade Suger Desconhecidos autores, talvez o Abade Suger sendo um deles Desconhecidos autores, talvez o Abade Suger sendo um deles Abóbadas com 29 m de altura, nave central com 12,5 m de largura e comprimento de 108 m. alvenaria de pedra com argamassa
18 Em sua fachada verificam-se três características das igrejas da época: acima dos portais encontra-se o friso vazado, feito com uma arcada ogival; logo acima do friso está um conjunto de estátuas que representam monarcas franceses, característica única do gótico francês; e a enorme rosácea envidraçada que fica entre as duas torres. A ornamentação de sua fachada com elementos iconográficos é tão vasta que já foi chamada de a Bíblia de Amiens.
19 Ficha Técnica Nome Sistema Estrutural Função Localização Época da construção Projeto Execução Dimensões Catedral de Notre Dame Abóbadas ogivais, arcobotantes, pilares e contrafortes Catedral Paris, França Séculos XII e XIII Jean de Chelles e outros mestres desconhecidos Jean de Chelles e outros mestres desconhecidos Abóbadas com 34 m de altura, nave central com 12 m de largura e comprimento externo de 130 m. Material Alvenaria de pedra com argamassa
20 Catedral de Beauvais Ficha Técnica Nome Sistema Estrutural Função Localização Época da construção Catedral de Beauvais Abóbadas ogivais, arcobotantes, pilares e contrafortes Catedral Beauvais, França Séculos XIII ao XVII Projeto Execução Dimensões Jean Vast e outros mestres construtores desconhecidos Jean Vast e outros mestres construtores desconhecidos 8.22 m entre pilares longitudinais e abóbadas com 48 m de altura Material Alvenaria de pedra com argamassa
21 A Alemanha oferece maior resistência à entrada da influência francesa, porém em 1248 tem início a construção da catedral de Colônia que é puramente gótica, a partir de então o estilo se firma em toda Alemanha e influenciará a Áustria e a Hungria. Na Itália a influência gótica é menor, porém são consideradas obras-primas os castelos de Ferrara e Bari ou o Palazzo Vecchio, em Florença. Em Veneza o gótico se mistura com o estilo bizantino, gerando um estilo curioso como se pode verificar no famoso Cà-d oro, construído entre 1421 e 1437.
22 Referências
23 Instituto Federal de São Paulo Componente curricular: ICCC Prof: Verônica Modulo: 1 Nomes: Anderson, Jean, Rafaela Bortoli Presidente Epitácio/SP 2012
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