Determinação da composição de Argamassas Antigas. Patrícia Adriano, A. Santos Silva, Rosário Veiga, António Candeias & José Mirão
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1 Determinação da composição de Argamassas Antigas Patrícia Adriano, A. Santos Silva, Rosário Veiga, António Candeias & José Mirão Lisboa, e 3 Novembro 007
2 Projecto CATHEDRAL Projecto POCI/HEC/5795/004 Projecto CATHEDRAL Caracterização e Conservação de Argamassas Tradicionais e Históricas de Edifícios Religiosas Religiosos do Alentejo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) Rosário Veiga (Eng.ª Civil) António Santos Silva (Químico) Patrícia Adriano (Química, grant student) Ana Cristian (Eng.ª Civil, PhD student) Universidade de Évora (UE) António Candeias (Químico) Pedro Nogueira (Geólogo) José Mirão (Geólogo) Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR Antigo IPPAR) Margarida Botto (Historiadora de Arte) Sofia Salema (Arquitecta) Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) António João Cruz (Químico) Ana Paula Carvalho (Química) João Pires da Silva (Químico)
3 Plano da apresentação. Enquadramento do trabalho. Metodologia de caracterização 3. Monumentos estudados 4. Resultados i. Torre do Rio ii. Igreja Matriz de Mértola iii. Sé Catedral de Évora 5. Conclusões
4 Estudo de Argamassas Antigas Avaliar as propriedades macro e microestruturais Fornecer informação sobre a história dos monumentos, nomeadamente sobre as técnicas de construção utilizadas, possíveis intervenções e processos de degradação Este tipo de informação é essencial para a formulação de novas argamassas funcionais e compatíveis com as anteriores
5 Metodologia de Caracterização Observação à lupa binocular (7.5-0x) Secagem a 40ºC Preparação da amostra para a caracterização Análises químicas MEV-EDS DRX TGA DTA Fracção solúvel Resíduo insolúvel Microscopia óptica EAA... Sais solúveis, Ligante composição Composição mineralógica Composição dos agregados Análise granulométrica dos agregados Composição argamassa e morfologia Diagnóstico de degradação Composição ligante e classificação Natureza, cor e morfologia dos agregados
6 Localização dos monumentos Portugal Região Vila de Mértola
7 Monumentos estudados Vista panorâmica da vila de Mértola Mértola Igreja Matriz, Séc. XII-XIII (MT3, MT4) Torre do Rio, Séc. V-VI (MT, MT)
8 Monumentos estudados Pilar intermédio Amostras Torre do Rio Pilar externo Amostra MT Retirada do pilar externo Amostra MT Retirada do pilar intermédio
9 Monumentos estudados Igreja Matriz MT3 Planta da Igreja Matriz de Mértola Mihrab (nicho que integra os grandes santuários de oração muçulmana e que tinha por finalidade indicar aos fiéis a direcção de Meca) MT4
10 Monumentos estudados Amostras Igreja Matriz Amostra MT3 Amostra MT4
11 Localização do monumento Portugal Região Sé Catedral de Évora
12 Monumento em estudo Évora Sé Catedral de Évora (Séc. XII/ XIII) Torre do Zimbório Torre Sineira Claustro Fachada principal da Sé de Évora Torre dos Azuleijos Capela-mor
13 Planta da Sé Évora e locais de amostragem Zimbório (SEV 6 e 7) 3ª Coluna da nave lateral Sul (SEV 3) Friso da parede do pátio exterior (SEV ) Coro alto (SEV 8) ª Coluna da nave lateral Norte (SEV ) Planta da Sé de Évora Torre Sineira (SEV 4)
14 Resultados
15 Difracção de raios X Argamassas Fracção Global; Fracção Fina Torre do Rio As amostras são constituídas essencialmente por cal calcítica. Igreja Matriz de Mértola A amostra MT3 é constituída essencialmente por cal calcítica, enquanto que a amostra MT4 é constituída essencialmente por gesso. Sé de Évora As amostras SEV6 e SEV7 são constituídas essencialmente por cal calcítica enquanto que as restantes são de origem magnesiana. Os minerais identificados, nomeadamente quartzo, feldspato e mica são consistentes com as rochas granitóides da região de Évora.
16 ATG / DTA Argamassas Sé de Évora Composição do ligante Torre do Rio perdas de água de humidade Os resultados da ATG corroboram a informação DRX obtida Os termogramas são típicos argamassas de cal calcítica. de decomposição da hidromagnesite decomposição do carbonato de magnésio da dolomite decomposição da magnesite decomposição do carbonato de cálcio Os termogramas são típicos de argamassas de cal aérea de natureza dolomítica/calcítica, com excepção das amostras SEV6 e SEV7 que apresentam termogramas típicas de argamassas típicas de cal aérea calcítica.
17 Microscopia Óptica Argamassas fragmento cerâmico Aspecto geral da amostra SEV evidenciado a presença de um fragmento cerâmico nódulo de cal Aspecto geral da argamassa evidenciando a presença de um nódulo de cal As amostras apresentavam um ligante de coloração castanha (típica de uma cal parda), agregados diversificados quanto à cor, natureza e tamanho. Observaram-se fragmentos cerâmicos e nódulos de cal
18 Microscopia Óptica Sé Évora Matriz carbonatada-siliciosa com pequenos aglomerados de calcossilicatos (0x) Calcossilicatos envolvendo as fracturas de litoclastos (x) Clasto de aglomerado de cristais de epídoto (30x) A olivina é um mineral muito alterável, não suportando transporte, é possível relacionar os agregados com a sua única fonte local os granodioritos da pedreira do Alto de S. Bento Cristal de olivina
19 MEV / EDS Argamassas Análise elementar / composição
20 MEV / EDS Argamassas Análise elementar / composição Agregados e morfologia do ligante pasta quartzo pasta brucite mica feldspato
21 MEV / EDS Argamassas Análise elementar / composição Agregados e morfologia do ligante Neoformação / produtos de degradação halite Colonização biológica gesso Partícula carbono pólen
22 Resultados - Torre do Rio Conclusões Traço reconstituído (% em massa) das argamassas da Torre do Rio Argamassa Agregado Cal (Ca(OH)) MT MT 4 Argamassas de cal aérea calcítica com agregados siliciosos de forma arredondada e fragmentos de xisto da região As amostras apresentavam fragmentos cerâmicos e nódulos de cal de forma arredondada A presença nos agregados de anfíbolas, associado à sua morfologia rolada, indicam que se tratam de areias de natureza sedimentar (provenientes do Rio Guadiana)
23 Resultados - Igreja Matriz de Mértola Conclusões Traços reconstituídos (% em massa) das várias camadas da argamassa MT3 Amostra INT MT3 IM EXT Agregado Ca(OH) As 3 camadas de argamassa apresentam o mesmo traço característico. Este aspecto confirma tratar-se de camadas de aplicação sucessivas da mesma argamassa, com a finalidade de aumentar a espessura do reboco
24 Resultados Sé de Évora Conclusões Amostras Época provável Localização Agregado Hidróxido de cálcio Hidróxido de magnésio SEV XVII Exterior - terraço 4 SEV XIV Pilar 7,5 6,5 6 8 INT SEV3 IM XIII Pilar 5 EXT SEV4 XVI Torre Sineira 9,5 9,5 XVI Coro Alto por detrás do cadeiral de madeira 8 Interior da parede de Torre do Zimbório 5,5 -,5 - INT SEV8 EXT SEV6 XIV SEV7 XIV As argamassas SEV6 e SEV7, ambas provenientes da Torre do Zimbório, são argamassas de cal calcítica, o que é consistente com a informação acerca da época provável destas duas argamassas (Séc. XIV)
25 Resultados Sé de Évora Conclusões Amostras Época provável Localização Agregado Hidróxido de cálcio Hidróxido de magnésio SEV XVII Exterior - terraço 4 SEV XIV Pilar 7,5 6, ,5 INT SEV3 IM EXT SEV4 I V.X XIII c Sé XVI Exterior Torre Sineira 9,5 XVI Coro Alto por detrás do cadeiral de madeira 8 Interior da parede da Torre do Zimbório 5,5 -,5 - INT SEV8 EXT Pilar 5 SEV6 XIV SEV7 X XIV IV As argamassas do interior da igreja apresentam o mesmo tipo de agregado e de ligante (cal dolomítica) e apresentam halite. Contradiz a informação inicial as amostras são contemporâneas das do séc. XIV
26 Resultados Sé de Évora Conclusões Agregado Hidróxido de cálcio Hidróxido de magnésio Exterior - terraço 4 Pilar 7,5 6, ,5 Amostras Época provável Localização SEV XVII SEV XIV INT SEV3 IM EXT SEV4 I V X XIII. c é S XVI Exterior Torre Sineira 9,5 XVI Coro Alto por detrás do cadeiral de madeira 8 Interior da parede da Torre do Zimbório 5,5 -,5 - INT SEV8 EXT Pilar 5 SEV6 XIV SEV7 XIV X IV As argamassas do exterior da igreja apresentam também o mesmo tipo de agregados e o mesmo tipo de ligante (cal dolomítica).
27 Resultados Sé de Évora Conclusões Agregado Hidróxido de cálcio Hidróxido de magnésio Exterior - terraço 4 Pilar 7,5 6, ,5 Amostras Época provável Localização SEV XVII SEV XIV INT SEV3 IM EXT SEV4 I V XIII.X c Sé XVI Exterior Torre Sineira 9,5 XVI Coro Alto por detrás do cadeiral de madeira 8 Interior da parde da Torre Zimbório 5,5 -,5 - INT SEV8 EXT SEV6 SEV7 Pilar 5 XIV V XI XIV A detecção da presença de halite sempre nas argamassas do interior do monumento, e apenas num caso do exterior (argamassa SEV4) parece demonstrar que a halite terá sido adicionada durante a confecção das argamassas, com a finalidade de acelerar o processo de carbonatação.
28 Conclusões Finais Este estudo permitiu: Caracterização detalhada dos agregados - composição - granulometria Os agregados utilizados são areias de cada região e podem ser relacionados com a geologia local - proveniência Mértola agregados de origem sedimentar transportados pelo Rio Guadiana Caracterização detalhada dos agregados Évora rochas granodioríticas das - Torre do Rio Cal calcítica pedreiras do Alto de S. Bento - Évora dolomítica (séc. XVI) calcítica (séc. XIV) Razão agregado/ligante
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