AULA PRÁTICA 03 TECIDOS EPITELIAIS - EPITÉLIOS GLANDULARES LÂMINA Nº 46 INTESTINO GROSSO - HE

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Gustavo de Paiva Guterres
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1 AULA PRÁTICA 03 TECIDOS EPITELIAIS - EPITÉLIOS GLANDULARES As glândulas constituem o segundo tipo de tecido epitelial. Embora a secreção seja uma característica inerente ao citoplasma e, portanto toda célula seja capaz de elaborar um produto, as células glandulares apresentam esta propriedade em alto grau, sendo assim especializadas em secreção. Da mesma maneira que os epitélios de revestimento, as glândulas podem ter origem ectodérmica (glândulas sudoríparas e mamárias), endodérmica (fígado e pâncreas) ou mesodérmica (córtex da adrenal). LÂMINA Nº 46 INTESTINO GROSSO - HE Com a objetiva panorâmica (4X) localize a superfície do corte (luz) revestida por tecido epitelial. Verifique que este tecido se projeta em direção ao tecido subjacente (tecido conectivo propriamente dito) originando glândulas, que podem ser visualizadas em cortes longitudinais e transversais. Procure as glândulas que estejam cortadas longitudinalmente. Nesta lâmina, cada adenômero (túbulo) é uma glândula. Observe: (1) não existe um ducto típico, ou seja, o epitélio tem praticamente o mesmo aspecto em toda extensão da glândula e (2) vários tipos celulares estão presentes nestas glândulas (glândula multicelular) dentre os quais predominantemente as células caliciformes que também são glândulas unicelulares. Observação: Para essas glândulas, a classificação quanto ao aspecto histológico do adenômero (seroso, mucoso ou misto), não se aplica.

2 LÂMINA Nº 39 - ESÔFAGO - HE Com a objetiva panorâmica (4X) observe entre o epitélio que reveste a luz - já estudado - e a capa muscular externa (mais acidófila) a ocorrência de estruturas circulares (ácinos) ou alongadas (túbulos), pouco coradas. Focalizeas com a objetiva de 10X ou 40X. Estas estruturas são os adenômeros das glândulas mistas as unidades secretoras apresentam luz, com células cilíndricas, de citoplasma claro, núcleos achatados e periféricos e cromatina condensada. Tais unidades apresentam-se parcialmente envolvidas por coifas ( meias-luas ) de células com citoplasma acidófilo e núcleos arredondados. Com a objetiva 10X procure identificar os ductos excretores destas glândulas, os quais se abrem na luz do órgão. Cada ducto pertence a uma glândula. É muito difícil seccionar um ducto desde a sua emergência na unidade glandular até a sua desembocadura na luz do órgão. Os ductos são canais de luz ampla, com uma camada de células quando próximos às células glandulares, e, com três ou mais camadas, quando próximos ao epitélio de revestimento do esôfago. Com a objetiva 40X procure identificar os tipos celulares desta glândula. Note que na extremidade das unidades secretoras mucosas existem pequenos agrupamentos de células pequenas, com citoplasma acidófilo e núcleo menos achatado que o das células mucosas: são as células serosas. Os termos: célula de secreção serosa e célula de secreção mucosa referem-se basicamente à consistência (constituição química) do produto de secreção. A secreção mucosa é rica em polissacarídeos ou glicoproteínas que conferem uma viscosidade ao meio onde estão. A célula que produz esta secreção viscosa apresenta uma morfologia típica: é uma célula cilíndrica, de citoplasma repleto de grânulos cromófobos (não se coram com HE). A secreção viscosa tende a empurrar o núcleo para a região basal da célula, apresentando-se o mesmo, comprimido (forma achatada) e com cromatina compacta. A secreção serosa, por outro lado, é rica em proteínas, apresentando-se mais fluida. A célula serosa apresenta-se com um citoplasma rico em grânulos acidófilos (corados pela eosina), que se concentram no terço basal da célula; o

3 núcleo é arredondado, com a cromatina menos compacta e o citoplasma ao seu redor é basófilo (corado pela hematoxilina) por conter ergastoplasma. LÂMINA Nº 53 - PÂNCREAS - HE Com a objetiva panorâmica, veja que o órgão apresenta-se dividido em porções de dimensões e formas irregulares chamadas de lóbulos. A lobulação é uma condição típica das glândulas exócrinas compostas. A separação entre um lóbulo e outro é efetuada por septos (trabéculas) de tecido conectivo propriamente dito. Devido à retração durante o processamento histológico (artefato de técnica), estes septos parecem estar muito separados dos lóbulos e podem se apresentar pouco preservados; porém, um exame mais cuidadoso revelará a presença de células e fibras do tecido conectivo. Nos septos ou na superfície glandular (cápsula), podem ser identificados pequenos espaços vazios, de forma globosa que são as células adiposas unicelulares, cujo conteúdo lipídico foi extraído também durante o processo de preparação histológica. O tecido conectivo presente nos espaços entre os lóbulos e no revestimento do órgão (cápsula) forma o estroma do órgão. A porção glandular constitui o parênquima. Com a objetiva de 40X focalize um ponto qualquer do parênquima pancreático e verifique a presença de ácinos serosos que exibem forma irregular devido à compressão recíproca. As células constituintes desses ácinos são células serosas típicas: núcleo situado no 1/3 basal da célula, de forma arredondada, cromatina frouxa e nucléolo evidente. O citoplasma perinuclear e basal está fortemente corado pela hematoxilina sendo esta região basófila designada pela histologia clássica de ergastoplasma. O citoplasma apical de cada célula é acidófilo e está repleto de grânulos de secreção. Como qualquer glândula exócrina, o pâncreas apresenta ductos excretores ramificados, os quais podem ser de localização intra e extralobulares. Os ductos são pouco freqüentes no pâncreas, ao contrário do que se verifica, por exemplo, no fígado ou nas glândulas salivares.

4 Além desta porção exócrina (ácinos e ductos) o parênquima pancreático contém também uma porção endócrina constituída pelas ilhotas pancreáticas (ilhotas de Langerhans). Assim sendo, o pâncreas é uma glândula anfícrina com funções endócrinas e exócrinas realizadas por tipos celulares diferentes. Estas são pequenas massas dispersas (daí o nome de ilhotas) na porção exócrina (entre os adenômeros acinosos e serosos e os ductos). São melhores identificadas em aumento de 10X, pois suas células não apresentam ergastoplasma. Com a objetiva de 40X focalize uma destas ilhotas e procure identificar a estruturação característica da maioria das células endócrinas: células dispostas em cordões (glândula endócrina cordonal). Isto pode ser inferido pela disposição em fila indiana dos núcleos. São aqui descritos três dos tipos celulares existentes nas ilhotas: Células ou basófilas, as mais numerosas produtoras de insulina, um hormônio hipoglicemiante, cuja deficiência causa o Diabetes mellitus; as células ou acidófilas produtoras de glucagon, hormônio hiperglicemiante e as células produtoras de somatostatina, fator de inibição da liberação do hormônio do crescimento. Nesta lâmina corada pelo H.E. não é possível diferenciar tais tipos celulares. LÂMINA Nº 67- TIREÓIDE - HE As unidades funcionais (parênquima) da glândula tireóide são os folículos tireoideanos. Esses folículos têm forma esférica ou irregular e são delimitados por um epitélio simples cilíndrico a cúbico já estudado dependendo do estado funcional da tireóide. A luz do folículo está repleta de uma glicoproteína denominada tireoglobulina ou colóide tireoideano combinado com iodo e formando um complexo hormonal sob forma inativa. Em glândulas que estão em secreção ativa, os folículos tendem a ser pequenos e com pouco colóide armazenado na luz dos mesmos e as células tendem a serem cilíndricas (ou cúbico alto), refletindo a ativa síntese e secreção hormonal. Inversamente, as glândulas que estão com menor atividade secretam menos e, portanto têm grande quantidade de colóide armazenado na luz dos folículos (folículos maiores) e o epitélio é simples

5 cúbico. Esta grande quantidade de colóide provoca a distensão das paredes do folículo causando também o achatamento das células foliculares. A tireóide é o exemplo típico de glândula endócrina vesicular. Identifique um folículo tireoideano e reveja o tipo de epitélio que o reveste nesta lâmina.

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