I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

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1 I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Utilização de novas tecnologias educativas: ambiente virtual para o estudo de histologia Renata Diniz Profa. Ms. Curso de Enfermagem UNAERP Campus Guarujá renatadiniz@uol.com.br Utilização de novas tecnologias educativas: ambiente virtual para o estudo de histologia Um dos mais difíceis aspectos da Histologia é que esta deve ser apresentada sob as perspectivas do microscópio óptico, através do qual espera-se que o estudante infira a realidade tridimensional do material. Para muitos dos estudantes, este é um trabalho árduo que requer muita dedicação. Sabe-se que o tempo em sala de aula não é suficiente para este treinamento e os mesmos encontram dificuldades de acesso ao laboratório de microscopia fora de horário, assim faz-se necessário um instrumento que seja de fácil acesso e equivalente ao estudo prático em sala de aula. Com auxílio de uma câmera acoplada em um microscópio e interligada a um computador com placa de vídeo, a imagem de diversos tecidos histológicos foi capturada. Após a obtenção de todas as imagens e elaboração de seus textos explicativos, tal conteúdo está sendo disponibilizado em ambiente virtual da UNAERP. A elaboração do atlas no ambiente Blackboard concretiza uma nova alternativa para o ensino da disciplina de Histologia, assimilando novas tecnologias educacionais. Palavras-chaves: histologia, atlas, ambiente virtual Seção: 1 Apresentação: oral 1) INTRODUÇÃO A disciplina de Histologia é um ramo da anatomia que estuda os tecidos, sendo também chamada de anatomia microscópica. Tal disciplina relaciona-se diretamente com a anatomia macroscópica e a fisiologia, sendo imprescindível para a compreensão dos processos normais do organismo humano, servindo de alicerce para as disciplinas profissionalizantes. Um dos mais difíceis aspectos da Histologia é que esta deve ser apresentada sob as perspectivas do microscópio óptico, através do qual espera-se que o estudante infira a realidade tridimensional do material. Para muitos dos estudantes, este é um trabalho árduo que requer muita dedicação. Sabe-se que o tempo em sala de aula não é suficiente para este treinamento e os mesmos encontram dificuldades de acesso ao laboratório

2 2 de microscopia, fora de horário. Na tentativa de superar este problema, estão disponíveis vários tipos de Atlas de Histologia no mercado, contendo fotos das principais lâminas de tecidos e órgãos, porém os mesmos apresentam custo elevado e existe um número reduzido nas bibliotecas das faculdades, dificultando o acesso a todos os alunos da área da Saúde. Algumas Universidades já disponibilizam fotos das imagens obtidas no microscópio, em suas páginas virtuais, contudo não existe um sistema de verificação de aprendizagem ou de estudo da disciplina através deste meio. O ambiente virtual Blackboard da UNAERP trata-se de uma nova tecnologia para o processo educativo, contribuindo para a metodologia de ensino presencial e potencializando o ensino a distância. Assim foi proposto a disponibilização das fotomicrografias das lâminas utilizadas na disciplina de Histologia, criando-se assim um atlas de histologia inserido neste ambiente virtual. 2) OBJETIVO Elaborar um Atlas Virtual de Histologia no ambiente blackboard da UNAERP que facilite o estudo da disciplina correspondente. Tal Atlas deverá ser de fácil acesso, permitindo sua utilização por alunos de diversos cursos da área da Saúde. 3) MATERIAIS E MÉTODOS Neste trabalho foram utilizados os seguintes materiais: - Computador com software de captura de imagem - Microscópio - Câmera de captura de imagem - Laminário de histologia A câmera digital foi acoplada ao microscópio, sendo a imagem transferida para o computador. Após a obtenção das imagens e elaboração de seus textos explicativos, tal conteúdo está sendo disponibilizado em ambiente blackboard da UNAERP. 4) RESULTADOS O conteúdo a seguir está sendo confeccionado para a criação do atlas no ambiente virtual: 4.1) TECIDO EPITELIAL 2

3 3 O tecido epitelial caracteriza-se por apresentar células justapostas com pouca matriz extracelular entre elas. De acordo com sua estrutura e função podem classificar-se em epitélio de revestimento e epitélio glandular ) EPITÉLIO DE REVESTIMENTO O epitélio de revestimento recobre superfícies internas e externas do corpo, como cavidade oral, estômago e pele. Sua classificação é baseada no formato da célula e número de camadas. Em relação ao número de camadas, pode ser simples, quando apresenta uma única camada celular, ou estratificado, quando apresenta mais de uma camada celular, estando as mesmas sobrepostas. O epitélio simples pode ser pavimentoso (Figura 1), cúbico (Figura 2), colunar (Figura 3) e pseudo estratificado (Figura 4). O epitélio estratificado é classificado de acordo com o formato de suas células da camada mais superficial; por exemplo, quando as mesmas são pavimentosas, chamamos de epitélio estratificado pavimentoso (Figura 5), este tipo pode apresentar queratina em quantidades variáveis, conforme a intensidade do atrito da região (Figura 6). Há também o epitélio estratificado com células arredondadas na superfície, apresentando mudanças de formato conforme o seu grau de distensão, este é chamado de epitélio de transição (Figura 7) ) EPITÉLIO GLANDULAR O epitélio glandular é constituído por células que possuem a capacidade de produzir e secretar substâncias. Pode ser classificada em exócrina (elimina secreção através de ducto) e endócrinas (elimina secreção na corrente sangüínea). A classificação das glândulas exócrinas depende de seu formato, produto de secreção e número de células. A única glândula unicelular de nosso corpo trata-se da célula caliciforme (Figura 8), a mesma tem formato de cálice e produz muco que não é corado com tinturas convencionais de microscopia. As glândulas multicelulares apresentam secreção serosa ou mucosa, no primeiro caso o conteúdo fluido no citoplasma cora-se pela coloração de hematoxilina e eosina (HE), já no segundo caso, o interior da célula aparece claro devido ao seu conteúdo mucoso não corar-se. Algumas glândulas mistas apresentam os dois tipos de células e a porção serosa forma a chamada semilua ao redor das células mucosas (Figura 9). Já as glândulas endócrinas podem estar organizadas em cordões entremeados aos vasos sangüíneos ou, ainda, formando vesículas preenchidas pelo material secretado, sendo chamadas de cordonais e foliculares, respectivamente (Figura 10 e Figura 11). 3

4 4 Figura 1: Fotomicrografia (maior aumento) do rim mostrando o epitélio simples pavimentoso. Coloração: HE A seta mostra o revestimento do folheto parietal da cápsula de Bowman, observar uma única camada de células achatadas, o citoplasma das mesmas é escasso e o núcleo acompanha o formato da célula. Figura 2: Fotomicrografia (maior aumento) da glândula sublingual mostrando epitélio simples cúbico do ducto excretor. Coloração: HE Observar o epitélio de revestimento (seta) simples formando um ducto. As células deste epitélio possuem medida aproximadamente igual, entre largura e altura, lembrando um cubo, o núcleo apresenta-se redondo e central. 4

5 5 TF Figura 3: Fotomicrografia (maior aumento) da vesícula biliar mostrando o epitélio simples colunar e tecido conjuntivo frouxo. Coloração: HE Observar o epitélio de revestimento com uma única camada de células colunares justapostas idênticas, com o núcleo oval e basal (seta). Abaixo do epitélio de revestimento nota-se a presença de tecido conjuntivo frouxo (TF), com uma grande quantidade de células. TF Figura 4: Fotomicrografia (maior aumento) da traquéia mostrando o epitélio pseudo estratificado ciliado. Coloração: HE Uma única camada de células com formatos diferentes e núcleos em diversas alturas, dando a impressão de ser estratificado. Observar os cílios na superfície (seta escura) e o tecido conjuntivo frouxo abaixo do epitélio (TF) 5

6 6 Figura 5: Fotomicrografia (médio aumento) do esôfago mostrando o epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. Coloração: HE Várias camadas de células, sendo as células mais superficiais pavimentosas (seta). Observar abaixo do epitélio de revestimento o tecido conjuntivo frouxo com grande quantidade de células. EP Figura 6: Fotomicrogafia (médio aumento) de pele fina (pouco queratinizada), mostrando o epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Coloração: HE. Observar em EP, várias camadas de células sobrepostas, com a camada superficial de células pavimentosas apresentando pequena quantidade de queratina (seta). 6

7 7 TF Figura 7: Fotomicrografia (médio aumento) da bexiga urinária, mostrando o epitélio de transição. Coloração: HE. Observar várias camadas de células superpostas, sendo a camada mais superficial (seta) composta de células arredondadas (globosas). Subjacente ao epitélio vê-se tecido conjuntivo frouxo (TF) Figura 8: Fotomicrografia (médio aumento) do intestino grosso mostrando células caliciformes no epitélio de revestimento. Coloração: HE. As setas mostram células caliciformes, glândula exócrina unicelular, as mesmas são pouco coradas em HE por conter mucina em seu interior. A mucina tem papel protetor na mucosa intestinal. As células estão inseridas no epitélio simples colunar do intestino grosso. 7

8 8 Figura 9: Fotomicrografia (maior aumento) de glândula exócrina mista. Coloração: HE As células mucosas mostram-se pouco coradas, com núcleo basal e achatado, enquanto as células serosas, mais coradas e com núcleo redondo, aparecem como semiluas (seta) Figura 10: Fotomicrografia (médio aumento) da glândula adenohipófise mostrando a disposição de glândula endócrina cordonal. Coloração: HE Notar os grupos celulares mantendo disposição em forma de cordões, característico desse tipo de glândula. 8

9 9 Figura 11: Fotomicrografia (médio aumento) da tireóide mostrando a disposição de glândula endócrina folicular. A seta mostra um fóliculo revestido de células cúbicas e no seu interior a secreção da glândula. 4.2) TECIDO MUSCULAR Há três tipos de tecido muscular, sendo dois do tipo estriado (estriações transversais devido a disposição das miofibrilas) e um liso. São eles: músculo estriado esquelético, cardíaco e liso. O músculo estriado esquelético é constituído de fibras (células) longas e multinucleadas, estando os mesmos na periferia (Figura 12 e 13). Já o músculo cardíaco (Figura 14) contêm células ramificadas, um ou dois núcleos centrais e presença de disco intercalar (complexos juncionais entre as células). O músculo liso (Figura 15 e 16) possui este nome por não possuir estriações transversais como os anteriores, sendo composto de células fusiformes com um núcleo central que acompanha o formato da célula. 9

10 10 Figura 12: Fotomicrografia (menor aumento) do músculo estriado esquelético. Coloração: HE Observar o aspecto do corte longitudinal (seta branca) e transversal (seta preta) do músculo estriado esquelético. Figura 13: Fotomicrografia (maior aumento) do músculo estriado esquelético. Coloração: HE Notar o corte longitudinal da fibra muscular mostrando presença de estriações e vários núcleos periféricos Figura 14: Fotomicrografia (médio aumento) do músculo estriado cardíaco. Coloração: HE Observar os núcleos centrais, presença de estriações (seta escura) e de discos intercalares (setas claras) neste corte longitudinal 10

11 11 A B Figura 15: Fotomicrografia (menor aumento) do músculo liso. Coloração: HE Em A observa-se o sentido longitudinal das células e em B, transversal. Figura 16: Fotomicrografia (maior aumento) do músculo liso. Coloração: HE Observar no corte longitudinal as células fusiformes musculares com núcleo único central. Ausência de estriações. 5. CONCLUSÃO Devido à importância da Histologia para os diversos cursos da área de Saúde e necessidade do estudo microscópico de tecidos e órgãos para sua total compreensão, fez-se necessário um instrumento de fácil acesso e equivalente ao estudo prático em sala de aula, assim a elaboração do atlas no ambiente Blackboard concretiza os anseios expostos e ainda fornece subsídios para que o docente visualize a participação de seu aluno na disciplina virtual. 11

12 12 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GARTNER, L.P. & HIATT, J.L Tratado de Histologia. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. JUNQUEIRA, L.C.U. & CARNEIRO, J Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. Histologia Básica, 9ªed. LORETO, E.LS. & SEPEL, L.M Atividades Experimentais e Didáticas de Biologia Molecular e Celular, Editora SBG, São Paulo. BASTOS, I. T. & MAGALHÃES, E. A. Tutorial Blackboard ML 5.7 Orientações ao Professor na construção de conteúdos. Manual de orientação ao usuário do ambiente Blackboard, Ribeirão Preto-SP. 12

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