A importância da eficiência da arrecadação das receitas próprias para os entes públicos

Transcrição

1 Especialista em finanças públicas A importância da eficiência da arrecadação das receitas próprias para os entes públicos I Encontro Técnico Nacional do Controle Externo da Receita TCE-RJ Rio, 20/06/ zeroberto@joserobertoafonso.com.br /ZeRobertoAfonso

2 Síntese ü Responsabilidade fiscal: começa na arrecadação própria! ü Esforço fiscal: eficiente para arrecadar (mas ineficiente para tributar) ü Descentralização: ICMS decadente versus demais com potencial ü Regionalização: profunda diferenciação entre estados ü Renúncia: guerra fiscal do ICMS e desoneraçõesgeneralizadas ü Conjuntura: depressão recuo de décadas e restringe potencial ü Controle: transparência, prevençãoe fomento à modernização ü Crise=Oportunidade: reconstrução do sistema tributário! 2

3 Eficiência ü Varsano et al. (1998), através de um modelo de regressão, concluiu que o esforço fiscal desenvolvido pela sociedade brasileira foi relativamente elevado, bem acima da média para uma amostra de países considerados. Como há um grande demanda não atendida por serviços públicos e investimento, era esperado que, mesmo que se restrinja os gastos públicos, a carga tributária no país ainda se manterá elevada por longo período. ü FMI também apontou Brasil como líder de um ranking esforço fiscal entre mais de uma centena de países. Fonte: Determining countries taxeffort. Hacienda Pública Española / Revista de Economía Pública, 195-(4/2010): 65-87

4 Fonte: FMI. FMI - Esforço Tributário

5 FMI - Esforço Tributário Fonte: Determining countries taxeffort. Hacienda Pública Española / Revista de Economía Pública, 195-(4/2010): 65-87

6 Carga Tributária: pós-guerra

7 Carga Tributária: 2015 abaixo de 2005

8 Queda sem precedentes da arrecadação

9 Depressão da economia e da arrecadação

10 Descentralização tributária

11 Estados perderam espaço na Federação

12 Esvaziamento da principal base de transferências

13 ICMS estadual: deterioração histórica

14 Estados, 2015: ICMS (em % do PIB)

15 Estados, 2015: ICMS (em % da RCL)

16 Estados, 2015: IPVA (em % do PIB)

17 Estados, 2015: ITCMD (em % do PIB)

18 Estados: Receita Tributária (em % do PIB)

19 Estados: Receita Tributária (em % da RCL)

20 Renúncia de ICMS estadual: 2012 Fontes: LDOs Pesquisa para BID

21 Fontes: LDOs Renúncia tributária comparada: LDOs

22 Fontes: LDOs Renúncia tributária comparada: LDOs

23 Fontes: LDOs Renúncia tributária comparada: LDOs

24 ICMS estadual: maiores bases - alíquotas

25 ICMS estadual: maiores bases em % do total

26 ICMS estadual: maiores bases em % do PIB

27 Estados, 2015: Receita Corrente (em % do PIB)

28 Desempenho estadual: crescimento RCL

29 Municípios: enorme potencial por explorar

30 Observações Finais ü Estados vem perdendo cada vez mais espaço na federação brasileira, sobretudo por conta do ICMS que cada vez pesa menos na carga tributária devido à desindustrialização, guerra fiscal e concentração em setores em crise. ü Diferenciais regionais profundas entre estados tornam ainda mais peculiar esse quadro da arrecadação. ü Cenário nada otimista para reverter esse esvaziamento estadual, sem que haja uma inédita união dos governos estaduais e eventualmente investirem na migração do ICMS para o IVA e na reconstrução de novo sistema tributário.

31 Anexos

32 Evolução da Carga Tributária

33 PIB e Receita Tributária Global

34 Crescimento

35 Evolução Tributação Indireta

36 Evolução Tributação Indireta

37 Receita Disponível: Estados x Municípios

38 Estados: Receita Tributária (em % do PIB) Acre 7.49% 7.28% 8.24% 7.78% 8.31% 8.64% Alagoas 7.22% 7.17% 7.07% 7.46% 7.55% 7.88% Amapá 5.78% 5.71% 6.62% 6.18% 6.49% 5.43% Amazonas 8.40% 7.78% 8.54% 8.34% 8.26% 7.63% Bahia 7.25% 7.41% 7.59% 7.87% 8.07% 8.65% Ceará 8.78% 8.72% 8.02% 8.12% 8.30% 8.46% Distrito Federal 5.79% 6.06% 6.28% 6.53% 6.75% 6.75% Espírito Santo 8.44% 8.00% 5.71% 5.34% 5.23% 5.24% Goiás 7.85% 5.74% 5.95% 6.35% 6.48% 6.64% Maranhão 6.55% 6.73% 6.50% 6.64% 6.80% 7.13% Mato Grosso 7.93% 7.20% 8.58% 5.27% 5.51% 5.46% Mato Grosso do Sul 9.27% 9.26% 8.90% 8.93% 9.32% Minas Gerais 7.84% 7.59% 7.62% 7.74% 7.86% 7.74% Pará 5.96% 5.55% 6.36% 6.60% 7.10% 7.59% Paraíba 5.92% 5.96% 6.01% 6.29% 6.69% 6.68% Paraná 6.21% 6.27% 6.39% 6.39% 6.59% 7.15% Pernambuco 8.47% 8.75% 8.22% 8.27% 8.41% 8.33% Piauí 6.53% 6.19% 6.38% 6.51% 6.74% 7.18% Rio de Janeiro 6.47% 6.35% 6.12% 5.70% 5.58% 4.18% Rio Grande do Norte 8.30% 8.27% 8.40% 8.41% 9.72% 8.55% Rio Grande do Sul 7.72% 7.45% 7.52% 7.49% 7.56% 7.59% Rondônia 8.91% 8.85% 8.72% 8.54% 9.08% 6.59% Roraima 6.20% 6.09% 6.54% 6.29% 7.03% 7.17% Santa Catarina 4.78% 4.85% 4.84% 4.78% 5.07% 5.06% São Paulo 7.97% 7.91% 7.83% 7.64% 7.45% 7.49% Sergipe 7.05% 5.35% 5.38% 5.48% 5.56% 5.67% Tocantins 8.49% 9.23% 9.25% 9.30% 9.68% 9.08%

39 Estados: Receita Tributária (em % da RCL) Acre 22.39% 20.99% 23.58% 21.91% 25.42% 24.06% 23.83% 27.80% Alagoas 45.60% 47.51% 46.60% 47.27% 48.48% 50.79% 50.38% 51.64% Amapá 16.50% 17.94% 19.11% 18.54% 22.02% 22.31% 22.06% 21.46% Amazonas 67.39% 64.67% 69.01% 64.59% 63.85% 67.23% 66.68% 64.17% Bahia 67.30% 64.29% 64.47% 64.24% 63.95% 69.67% 68.13% 72.15% Ceará 67.39% 69.03% 72.09% 71.29% 62.78% 66.02% 67.09% 67.38% Distrito Federal 73.75% 72.09% 72.73% 74.34% 71.88% 72.37% 72.36% 71.26% Espírito Santo 90.57% 86.37% 87.43% 86.74% 61.03% 59.16% 55.48% 56.99% Goiás 86.10% 77.73% 79.55% 55.08% 58.41% 62.76% 62.83% 64.17% Maranhão 41.52% 42.90% 44.49% 43.50% 44.17% 49.14% 48.48% 49.99% Mato Grosso 65.50% 64.97% 63.23% 63.66% 76.82% 48.42% 48.09% 46.40% Mato Grosso do Su 83.79% 81.67% 84.07% 85.21% 83.55% 84.79% 85.13% Minas Gerais 81.38% 79.86% 82.95% 81.42% 83.36% 87.35% 85.91% 81.07% Pará 54.02% 53.99% 54.08% 52.55% 53.39% 59.82% 60.89% 60.75% Paraíba 45.85% 35.59% 39.19% 36.89% 40.58% 41.21% 43.33% 43.12% Paraná 82.53% 82.32% 82.39% 81.72% 83.46% 83.93% 83.62% 84.98% Pernambuco 62.46% 63.19% 66.22% 66.20% 67.28% 67.74% 68.55% 66.28% Piauí 28.51% 29.69% 32.13% 31.82% 32.76% 35.17% 36.34% 37.33% Rio de Janeiro 72.01% 85.88% 84.22% 82.91% 86.53% 75.82% 81.23% 57.76% Rio Grande do Nor 52.34% 53.15% 54.39% 57.33% 57.64% 59.48% 68.55% 61.14% Rio Grande do Sul 90.20% 89.10% 91.80% 89.99% 90.99% 93.98% 93.48% 92.62% Rondônia 50.99% 54.52% 57.32% 54.46% 54.79% 54.55% 55.02% 31.47% Roraima 23.78% 22.80% 23.03% 19.06% 21.19% 23.60% 24.38% 25.47% Santa Catarina 55.61% 58.23% 62.04% 61.25% 63.87% 64.45% 65.11% 61.98% São Paulo % % % % % % % % Sergipe 36.65% 38.09% 40.21% 31.68% 33.76% 34.93% 34.98% 35.44% Tocantins 32.13% 33.46% 35.89% 37.26% 38.31% 41.55% 40.56% 38.01%

40 José Roberto Afonso é economista e contabilista, doutor pela UNICAMP, pesquisador do IBRE/FGV e professor do programa de mestrado do IDP. Kleber Castro e William Pamplona colaboraram nas análises, bem como Juliana Damasceno e Bruno Cruz deram suporte na pesquisa. Mais trabalhos, próprios e de terceiros, no portal: zeroberto@joserobertoafonso.com.br /ZeRobertoAfonso 40

41 EXONERAÇÃO DE RESPONSABILIDADE (DISCLAIMER) Este relatório foi elaborado para uso exclusivo de seu destinatário, não podendo ser reproduzido ou retransmitido a qualquer pessoa sem prévia autorização. As informações aqui contidas tem o propósito unicamente informativo. As informações disponibilizadas são obtidas de fontes entendidas como confiáveis. Não é garantida acurácia, pontualidade, integridade, negociabilidade, perfeição ou ajuste a qualquer propósito específico das fontes primárias de tais informações, logo não se aceita qualquer encargo, obrigação ou responsabilidade pelo uso das mesmas. Devido à possibilidade de erro humano ou mecânico, bem como a outros fatores, não se responde por quaisquer erros ou omissões, dado que toda informação é provida "tal como está", sem nenhuma garantia de qualquer espécie. Nenhuma informação ou opinião aqui expressada constitui solicitação ou proposta de aplicação financeira. As disposições precedentes aplicam-se ainda que venha a surgir qualquer reivindicação ou pretensão de ordem contratual ou qualquer ação de reparação por ato ilícito extracontratual, negligência, imprudência, imperícia, responsabilidade objetiva ou por qualquer outra maneira. 41