TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL RESOLUÇÃO N

Tamanho: px

Começar a partir da página:

Download "TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL RESOLUÇÃO N"

Nathalie Padilha Rosa
7 Há anos
Visualizações:

1 TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL RESOLUÇÃO N PROCESSO ADMINISTRATIVO N 2 JANEIRO (Rio de Janeiro) CLASSE 19* - RIO DE Relator: Ministro Francisco Peçanha Martins. Dispõe sobre o afastamento de magistrados na Justiça Eleitoral do exercício dos cargos efetivos. O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, no uso das atribuições que lhe conferem os arts. 1 2, parágrafo único, e 23, XVIII, do Código Eleitoral, considerando que o afastamento do cargo efetivo é medida de caráter extraordinário, que visa atender a necessidades temporárias e excepcionais do serviço eleitoral, que, na forma da legislação de regência, prefere a qualquer outro, considerando que a prioridade dos feitos eleitorais, no curso do processo eleitoral, para participação do Ministério Público e dos juizes de todas as Justiças e instâncias, não atinge os processos de habeas corpus e mandado de segurança (Lei n s 9.504/97, art. 94), considerando que o ato discricionário de afastamento somente atenderá à sua finalidade legal se emanado sob circunstâncias táticas de aumento significativo dos serviços eleitorais, apuradas em concreto, em cada zona ou Tribunal Eleitoral, cujo atendimento regular não se possa verificar sem o exercício, com exclusividade, das funções eleitorais, RESOLVE: Art. 1 2 O afastamento dos juizes eleitorais das suas. funções regulares será sempre parcial, somente no período entre o/jfeglstro de candidaturas até cinco dias após a realização do segundg^tamo das

2 PA n /RJ. 2 eleições, em casos excepcionais e sem prejuízo do julgamento prioritário de habeas corpus e mandado de segurança, nos incisivos termos do art. 94, 1 2, da Lei n / A proposta de afastamento será apresentada ao Tribunal Regional Eleitoral com a demonstração da sua efetiva necessidade, indicados concretamente os serviços a serem desenvolvidos, cujo regular atendimento poderá restar comprometido sem a devida autorização. 2 2 O deferimento do afastamento ficará condicionado ao voto favorável de cinco dos membros do Tribunal Regional Eleitoral e deverá ser submetido ao Tribunal Superior Eleitoral. Art. 2- Esta resolução entra em vigor nesta data, revogadas as disposições em contrário, mormente as constantes da Res.-TSE n , de Sala de Sessões do Tribunal Superior Eleitoral. Braéíjfa, 22>de junho de CE, presidente MínistrõTRANCISCO PEÇANHA MARTINS, relator Ministro CARLOS.VELLOSO Ministro MAipCO V Ministro HU Ministro LUIZ CARLOS MADEIRA

3 PA n /RJ. 3 RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO FRANCISCO PEÇANHA MARTINS: Sr. Presidente, trata-se de submeter a esta Corte Superior proposta de alteração da redação da Res.-TSE n , de , que disciplinou o afastamento de magistrados na Justiça Eleitoral do exercício de seus cargos e funções na Justiça Comum. É o relatório. VOTO O SENHOR MINISTRO FRANCISCO PEÇANHA MARTINS (relator): Sr. Presidente, o Código Eleitoral prevê a possibilidade de os tribunais eleitorais autorizarem o afastamento de seus membros dos cargos efetivos para dedicação exclusiva aos misteres desta Justiça Especializada, determinando que, no caso de juizes dos tribunais regionais eleitorais, a medida seja aprovada por esta Corte Superior (art. 30, III, c.c. art. 23, IV). Ao votar sobre a matéria, nestes autos, na sessão de , o Ministro Sálvio de Figueiredo teceu as seguintes considerações: "(...) 11 - De outro lado, extraio da Consulta n CIs. 10 a - DF, relatada pelo então Ministro desta Corte, Dr. José Guilherme Villela. sobre a natureza do afastamento do exercício dos cargos da Justiça Comum, por parte dos Juizes Eleitorais, o seguinte trecho: '3. Embora elaborada em 1964, antes da vigência do atual Código Eleitoral, a respeito, continua em vigor a Resolução 7.418, que em seu artigo 1 2 prescreve:

4 PA n /RJ. 4 "Art. 1 S -Os juizes dos Tribunais Regionais Eleitorais poderão ser afastados de seus cargos ou funções, sem prejuízo de seus vencimentos e vantagens, quando assim exigir o serviço eleitoral. Parágrafo único - O afastamento, em todos os casos, será por prazo certo (...)" 4. A competência para conceder o afastamento, pois, é privativa da Justiça Eleitoral, obedecidos os trâmites legais, independentemente da aquiescência do órgão de origem, já que obrigatório o serviço eleitoral. 5. O afastamento dos magistrados das funções efetivas, para o exercício exclusivo da jurisdição eleitoral, não implica, por conseguinte, em nenhum prejuízo. Além de assegurado o direito aos vencimentos e demais vantagens, fica assegurada também a contagem do tempo de serviço para todo e qualquer efeito, inclusive promoção. Na realidade, o magistrado afastado de seu cargo efetivo para o exercício exclusivo da jurisdição eleitoral, deve ser considerado como se em exercício de suas funções efetivas estivesse, sem qualquer interrupção'. (...) Partindo de tais premissas, uma vez que a autorização para afastamento de magistrados de suas funções habituais decorre da necessidade de maior dedicação à jurisdição especializada, em época eleitoral mais intensa, e tendo ainda em conta o sistema que vêm observando esta e outras Cortes, submeto as seguintes respostas à consideração dos eminentes pares, para aplicação, na forma da minuta anexa, a todos os Tribunais Regionais Eleitorais (...)" Salientou, portanto, S. Exa. ser o pressuposto para o deferimento da medida a"(...) necessidade de maior dedicação à jurisdição especializada, em época eleitoral mais intensa (...)", conclusão que expressa a finalidade legal a que se dirige o instituto. Impende considerar, no entanto, que, se o afastamento visa atender a necessidades temporárias e excepcionais do serviço eleitoral, cuja preferência sobre qualquer outro decorre de imposição legal, e se tais

5 PA n /RJ. 5 circunstâncias elevem ser criteriosamente averiguadas por ocasião da deliberação sobre a matéria pelo Tribunal competente, o ato concessivo somente estará ao abrigo da finalidade legal diante de conjuntura fática de aumento significativo da demanda de serviços no âmbito eleitoral, a ser apurada em cada caso concreto, a partir da qual se conclua não ser possível atender, com eficiência e eficácia, aos imperativos da condução do processo eleitoral sem o afastamento do cargo efetivo. Tal orientação objetiva resguardar, de igual modo, a continuidade da prestação jurisdicional e das atividades afins na Justiça Comum, preservando, assim, o bom funcionamento do Judiciário local, sobretudo observado que a prioridade dos feitos eleitorais, no período do registro de candidaturas até cinco dias após o segundo turno do pleito, para participação do Ministério Público e dos magistrados, tem por exceções os processos de habeas corpus e mandado de segurança, nos termos do art. 94 da Lei n /97. Esta Corte teve oportunidade de, em caso recente, apreciar a matéria ora em exame, nos autos do Processo Administrativo n /MT, do qual fui relator, restando a decisão, de , assim ementada: "JUIZ EFETIVO DE TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL AFASTAMENTO DAS ATIVIDADES NA JUSTIÇA COMUM. SERVIÇOS NÃO RELACIONADOS COM A ADMINISTRAÇÃO DO PLEITO OU COM O EXERCÍCIO DA JURISDIÇÃO ELEITORAL AUSÊNCIA DE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO PELA CORTE DE ORIGEM. INDEFERIMENTO. A concessão de afastamento a juiz de tribunal regional eleitoral ou a juiz eleitoral é da competência privativa da respectiva Corte Regional, cabendo ao Tribunal Superior Eleitoral apenas sua aprovação, desde que observada a finalidade de atendimento à necessidade do serviço eleitoral, que prefere a qualquer outro, nos termos do art. 365 do Código Eleitoral.

6 PAn s /RJ. 6 Exercício de atividade, no caso concreto, para a qual não se justifica a autorização da medida, que sequer foi submetida ao exame da Corte Regional". Ressaltei ao votar naqueles autos, verbis: "( ) Consoante destacou o parecer ministerial, o afastamento tem sido autorizado em ano de realização de eleições, 'quando há sobrecarga de serviço relativo à administração do pleito' e excessivo aumento do número de processos para julgamento, não se justificando a adoção da medida para atividade não compreendida no período eleitoral, alheia à prestação jurisdicional. Não há como se estender à situação dos autos a preferência atribuída aos serviços eleitorais, prevista no art. 365 do Código Eleitoral. Ademais, o precedente suscitado nas informações do Diretor-Geral revela que esta Corte decidiu, em , não homologar o afastamento de um dos juizes do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, que fora autorizado na instância de origem, nos termos do art. 30, III, do Código Eleitoral, considerando a finalidade invocada na espécie, qual seja a realização de revisão de eleitorado em cinco municípios do estado (PA n s , relator Ministro Luiz Carlos Madeira). ( )". Ante o exposto, voto pela aprovação da minuta de resolução anexa, revogando-se a Res.-TSE n s , de

7 CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO Certifico a publicação desta resolnção uo Diário da Jnsfiça de 2& 'cfy/(ft > fls. _ J Erc,./EfcJüSo «lavrei a presente certidão.

Documentos relacionados

RESOLUÇÃO PROCESSO ADMINISTRATIVO N s CLASSE 19 a - SANTA CATARINA (Florianópolis - 9- Zona - Concórdia).

RESOLUÇÃO PROCESSO ADMINISTRATIVO N s CLASSE 19 a - SANTA CATARINA (Florianópolis - 9- Zona - Concórdia). TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL RESOLUÇÃO 22.098 PROCESSO ADMINISTRATIVO N s 19.492 - CLASSE 19 a - SANTA CATARINA (Florianópolis - 9- Zona - Concórdia). Relator: Ministro Humberto Gomes de Barros. Interessada: