Resolvem os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, responder afirmativamente à consulta, nos termos do voto do relator.
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- Sabina da Mota Zagalo
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1 TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL RESOLUÇÃO N CONSULTA N CLASSE 5 a - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL. Relator: Ministro Carlos Ayres Britto. Consulente: Ciro Francisco Pedrosa, deputado federal. CONSULTA. VICE-PREFEITO ELEITO PARA O PERÍODO DE 2000 A 2004 E REELEITO PARA O PERÍODO DE 2004 A DIPLOMADO APENAS NA 1 a ELEIÇÃO, MAS NÃO EMPOSSADO EM NENHUM DOS PLEITOS. AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO À NOVA CANDIDATURA. 1. Pode candidatar-se a vice-prefeito o candidato que, eleito para o mesmo cargo nas duas eleições anteriores, não foi empossado em nenhuma delas. 2. Consulta respondida afirmativamente. Resolvem os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, responder afirmativamente à consulta, nos termos do voto do relator.
2 Cta n 1.476/DF. 2 RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO CARLOS AYRES BRITTO: Senhor Presidente, trata-se de consulta, formulada pelo Deputado Federal Ciro Francisco Pedroso e vazada nos seguintes termos: fí Em 1996-Vereador. Em candidata-se ao cargo de deputado estadual e alcança a suplência. Em candidata-se como vice-prefeito. É eleito, diplomado, mas não toma posse. Em opta por assumir como titular a vaga ao cargo de deputado estadual. Em elege-se deputado estadual. É diplomado e empossado. Em candidata-se ao cargo de vice-prefeito novamente no mesmo município. É eleito, mas não diplomado e não empossado. Opta por permanecer no cargo de deputado estadual. Em candidata-se ao cargo de deputado estadual. É eleito, diplomado e empossado. Em poderá ser novamente candidato, pela 3 a vez, ao cargo de Vice-Prefeito?" 2. Após distribuição pelo sistema automático, determinei o encaminhamento do processo à Assessoria Especial da Presidência - Asesp (fl. 5), que emitiu o parecer de fls Parecer pelo conhecimento desta consulta, e, quanto ao mérito, respondeu afirmativamente. Leia-se: 4. A Constituição Federal em seu artigo 14, 5 o, trata de hipótese de reeleição nos seguintes termos: "Art. 14. (...) 5 o O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente." 5. Depreende-se da leitura do dispositivo constitucional mencionado que os Chefes do Poder Executivo e seus respectivos Vices, só poderão ser eleitos para o mesmo cargo por duas vezes consecutivas. 6. A jurisprudência desta Corte Eleitoral é neste sentidos
3 Cta n 1.476/DF. 3 "(...) 3. O art. 14, 5 o, da Constituição, na redação da Emenda Constitucional n 16/97, é norma que prevê hipótese de elegibilidade do Presidente da República, dos Governadores de Estado e do Distrito Federal e dos Prefeitos, bem como dos que os hajam sucedido ou substituído no curso dos mandatos, para um único período subseqüente; a natureza de regra de elegibilidade não se modifica pelo fato de dispor que a reeleição é para um único período subseqüente (...) 9. C 5 o do artigo 14 da Constituição em vigor, por via de compreensão, assegura, também, ao vice-presidente da república, aos vice-governadores e aos vice-prefeitos a elegibilidade aos mesmos cargos, para um único período subseqüente(...) (Consulta Resolução Ministro Relator José Néri da Silveira - DJ 21/10/97, página 53428)" 7. No caso em tela não houve exercício do cargo. O candidato foi eleito e diplomado em 2000 e em 2004 não foi sequer diplomado. 8. O simples fato de ter sido eleito e diplomado no cargo de Vice-Prefeito por duas vezes consecutivas não lhe retira o direito de concorrer ao mesmo cargo, haja vista que se faz necessária a titularidade do cargo para que ocorra a hipótese de inelegibilidade prevista no artigo 14, 5, da Constituição Federal. 9. Conforme se vê do trecho do voto do Ministro Relator Nelson Jobim proferido nos autos do Agravo Regimental na Reclamação n 124, a titularidade do cargo se dá com a posse e não com a diplomação: "(...) A titularidade no cargo eletivo não se dá com a diplomação. Dá-se com a posse. (...) Com a diplomação "(...) se atesta (...) a existência de uma eleição válida e seus resultados, já divulgados, habilitando-se os eleitos, com o diploma, a exercerem seus respectivos mandatos" (Joel L. Cândido, in Direito Eleitoral Brasileiro, p. 226, 9 a ed, Ed. EDIPRO, 2001). Tem a diplomação natureza declaratória e não constitutiva. (...) (Agravo Regimental na Reclamação n 124- Ministro Relator Nelson Jobim - DJ 21/06/2002, página 243)" É o relatório.
4 Cta n 1.476/DF. 4 VOTO O SENHOR MINISTRO CARLOS AYRES BRITTO (relator): Senhor Presidente, inicialmente, é de se considerar legitimado o membro do Congresso Nacional para formular consulta sobre matéria eleitoral, por se tratar de autoridade com jurisdição federal (inciso XII do artigo 23 do Código Eleitoral 1 ). Mais: tratando-se de consulta em tese, deve ser ela conhecida, nos termos do dispositivo em comento. 5. Quanto ao mérito, entendo que os cargos de provimento eletivo se caracterizam por uma forma de investidura que se inicia com a eleição popular, passa pela diplomação no respectivo cargo e se ultima com o ato de posse nesse mesmo cargo. Se não há posse, a investidura deixa de se perfazer. E não se perfazendo, já não há como incidir a regra constitucional de limitabilidade de reeleição para um único período subseqüente. Limitabilidade que tem sua razão de ser na própria natureza das chefias executivas, mais afeitas a desbordamentos que o gênio de Montesquieu buscou evidenciar com a frase de que é da natureza das coisas que todo aquele que detém o poder tende a abusar dele. Por isso que o postulado republicano da necessidade de renovação dos quadros estatais dirigentes faz-se bem mais imperativo quanto àqueles que se investem em tais chefias (o próprio nome "chefia" a dizer praticamente tudo). decidiu este Tribunal Superior: 6. Em caso análogo, mas antes da emenda da reeleição, já CONSULTA. ELEGIBILIDADE PARA O CARGO DE PREFEITO, PARA O PERÍODO SUBSEQÜENTE, DE CÔNJUGE OU PARENTES CONSANGUÍNEOS OU AFINS, ATE SEGUNDO GRAU OU POR ADOCAO, DE PREFEITO ELEITO, MAS NÃO EMPOSSADO EM VIRTUDE DE RENÚNCIA. RESPONDIDA AFIRMATIVAMENTE. (CTA , rei. Ministro Sepúlveda Pertence, julgado em , publicado em ) 1 Art Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior, [...] XII - responder, sobre matéria eleitqrairàs consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político;
5 Cta n 1.476/DF Isso posto, respondo à consulta nos seguintes termos: pode candidatar-se a vice-prefeito o candidato que, mesmo eleito para o cargo nas duas eleições anteriores, não foi empossado em nenhuma oportunidade. É como voto.
6 Cta n 1.476/DF. 6 EXTRATO DA ATA Cta n 1.476/DF. Relator: Ministro Carlos Ayres Britto. Consulente: Ciro Francisco Pedrosa, deputado federal. Decisão: O Tribunal, por unanimidade, respondeu afirmativamente à consulta, na forma do voto do relator. Presidência do Exmo. Sr. Ministro Marco Aurélio. Presentes os Srs. Ministros Carlos Ayres Britto, Ricardo Lewandowski, Ari Pargendler, Felix Fischer, Caputo Bastos, Marcelo Ribeiro e o Dr. Francisco Xavier, Vice-Procurador-Geral Eleitoral. SESSÃO DE CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO Certifico a publicação «lesta resolução uo Dia ido A/CRISTINA
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