MIRIAM PORTELA. Alguém muito especial

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Elza Santos Igrejas
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1 Leitor iniciante Leitor em processo Leitor fluente MIRIAM PORTELA Alguém muito especial ILUSTRAÇÕES: ODILON MORAES PROJETO DE LEITURA Maria José Nóbrega Rosane Pamplona

2 Alguém muito especial MIRIAM PORTELA UM POUCO SOBRE A AUTORA Miriam Portela nasceu em Florianópolis, Santa Catarina, mas vive em São Paulo há mais de vinte anos. É formada em Jornalismo e durante muito tempo trabalhou em televisão, nas mais diversas funções. Foi repórter, apresentadora, chefe de reportagem, editora. Atualmente produz vídeos e documentários para empresas e tevês. Miriam começou a escrever quando criança. Tem três livros de poesia publicados, e este é seu primeiro texto infantil. RESENHA O menino tinha cinco anos quando o irmãozinho nasceu. Surpreendeu-se com as mudanças de comportamento da família: o pai tornou-se sério de repente, a mãe andava de olhos vermelhos. Como o bebê tinha olhos puxados, o menino deulhe o nome de China. E brincava muito com ele, apesar de ficar triste porque ele não conversava e brincava de um jeito esquisito, nem olhava para ele. Com o tempo, porém, algo se revelou ao menino: China olhava para dentro!, apesar das diferenças, entre eles se desenvolve uma relação de amor e 2

3 compreensão. O menino até ouvia o que China falava para dentro. Quando a mãe resolve explicar-lhe que o irmãozinho era excepcional, fica emocionada com a compreensão que o filho demonstra. Um dia, China ensina algo ao irmão: que não se pode temer as tempestades. E o garoto percebeu que muitas coisas ainda aprenderia com seu irmão especial. COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA Numa delicadíssima história sobre o relacionamento de dois irmãos, a autora nos introduz no universo dos portadores da síndrome de Down. Mais exatamente, no universo daqueles que precisam conviver com essas pessoas especiais. O livro é um poema à amizade, ao amor fraterno, à capacidade de compreensão. O problema do excepcional é tratado de maneira original, verdadeira e corajosa, e se mostra não como um drama, mas como uma oportunidade de descobrir novas dimensões humanas. A autora nos ensina que, disfarçada de dor e de medo, pode estar escondida a felicidade. Áreas envolvidas: Língua Portuguesa Temas Transversais: Ética Público-alvo: Leitor fluente PROPOSTAS DE ATIVIDADES Antes da leitura: 1. Levante com os alunos os possíveis significados da palavra especial. Perguntar se conhecem alguém muito especial. Discutir os sentidos que a palavra ganha, por exemplo, na expressão portadores de necessidades especiais. 2. Levante, agora, os significados da palavra excepcional. Peça que os alunos anotem o que responderam. Dirija o debate para os dois significados extremos da palavra. Por que se emprega esse termo quando falamos do portador da síndrome de Down? Eles sabem o que é? Conhecem alguém assim? 3. Leia as informações presentes na contracapa: Tico, um garoto, vai mostrar que tem muito a aprender com China, o seu irmão deficiente. Convide os alunos a examinarem as delicadas 3

4 ilustrações de Odilon Moraes com o objetivo de identificar como a ilustração revela essa preocupação. (Por exemplo, observe os pais cabisbaixos; observe a mãe colocando o irmão para dormir.) Durante a leitura: 1. Peça que leiam prestando atenção em como, a partir de que dados, se percebe que o nascimento de China significa um problema para os pais do menino. (O pai se torna sério, a mãe chora às escondidas.) 2. Peça também para, durante a leitura, observar como as palavras mostram as preocupações e os cuidados de Tico com seu irmão já sugeridas na ilustração. Depois da leitura: 1. Retome o texto, perguntando aos alunos a partir de que dados se percebe que China era é portador da síndrome de Down. (Primeiro é dito que ele tinha os olhos puxados; depois, que demorou a andar e, ainda, que freqüentava uma escola onde todos tinham olhos como os dele.) 2. Pergunte à classe se eles acham que o menino ouvia mesmo. (Pode-se dizer que a extrema vontade de se comunicar com o irmão permitia-lhe escutá-lo de alguma maneira, compreendendo-o através da linguagem dos sentimentos.) 3. Converse com os alunos a respeito do que aprenderam com a história sobre portadores da síndrome de Down. Será que todos os portadores da síndrome de Down são como China? 4. Organize a classe em grupos e proponha-lhes que façam uma pesquisa sobre a síndrome de Down. Se possível, entrevistem alguém que tenha uma pessoa assim na família; organizem uma visita a um centro de apoio às pessoas excepcionais, como a APAE, por exemplo. 5. China, o irmão de Tico, freqüentava uma escola especial, mas hoje em dia fala-se muito em inclusão. Crianças com necessidades especiais compartilhariam a mesma escola com outras crianças e, através da convivência, aprenderíamos a conviver e compartilhar experiências. Essa proposta está implantada em sua escola? Você conhece alguma escola que já desenvolva essa proposta? 4

5 6. Nos últimos tempos, a sociedade tem-se organizado para reivindicar os direitos das pessoas que têm necessidades especiais, exigindo condições especiais para a circulação dos deficientes físicos, por exemplo. Pesquise a respeito. O que pode ser feito? 7. China era muito especial para Tico, porque ele o amava muito. Pergunte às crianças que pessoas na vida deles podem ser chamadas de muito especiais. O que elas têm ou o que fizeram de especial? Proponha que façam uma ficha, dizendo o nome dessa pessoa e traçando o seu perfil. O resultado pode ser afixado num grande painel intitulado Pessoas muito especiais. LEIA MAIS DA MESMA AUTORA Onde andará Alegria? Editora Moderna, São Paulo 2. SOBRE O MESMO ASSUNTO Sempre haverá um amanhã Giselda Laporta Nicolelis, Editora Moderna, São Paulo Pandolfo Bereba Eva Furnari, Editora Moderna, São Paulo Esta é Sílvia Jeanne Willis e Tony Ross, Salamandra, Rio de Janeiro 5

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