FUNDAÇÃO MÁRIO SOARES

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1 A operação de cerco e aniquilamento do general Humberto Delgado Alfredo Caldeira A. Santos Carvalho Epílogo do livro A Tirania Portuguesa, de Humberto Delgado, com prefácio, compliação e notas de Iva Delgado e Carlos Pacheco, Dom Quixote, Lisboa, a presente versão electrónica, produzida no 40.º aniversário do assassinato do general Humberto Delgado, remete para documentos publicados nessa obra. 1

2 ÍNDICE l. Caracterização geral da operação 3 2. A PIDE - polícia política do Estado Novo 4 3. Evolução qualitativa da PIDE 5 4. A documentação 8 5. Humberto Delgado: uma ameaça A consumação e os vestígios do crime O encobrimento do crime A investigação do crime após 25 de Abril de O processo no tribunal militar A sentença 25 2

3 A operação de cerco e aniquilamento do general Humberto Delgado 1 A operação de cerco e aniquilamento do general Humberto Delgado pela PIDE excedeu flagrantemente o modo de funcionamento regular da polícia política do Estado Novo e envolveu diversas entidades nacionais e estrangeiras. l. Caracterização geral da operação A operação de cerco e aniquilamento do general Humberto Delgado: - envolveu as mais altas instâncias governamentais, designadamente o presidente do Conselho, o ministro do Interior, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (quer a sua estrutura central, quer parte significativa dos diplomatas colocados no estrangeiro) e os altos-comandos militares (especialmente, o secretariado-geral da Defesa Nacional); - desenvolveu-se ininterruptamente durante cerca de 7 anos ( ), com especial incidência nos últimos três; - abarcou a realização de inúmeras diligências em países estrangeiros (vg. Brasil, Espanha, França e Itália); - contou com a intervenção (e/ou colaboração) de serviços estrangeiros congéneres, em medida que ainda se desconhece com exactidão mas que envolveu, pelo menos, entidades espanholas, francesas, italianas, argelinas e marroquinas; - mobilizou recursos financeiros avultadíssimos, 2 cujo montante exacto não é possível apurar; - ocupou os principais responsáveis da polícia política do Estado Novo, em especial o director, Silva Pais, o inspector superior, Barbieri Cardoso, o chefe da Secção Central, Pereira de Carvalho, e o inspector Rosa Casaco; 1 Síntese das intervenções dos autores no Colóquio Internacional «Humberto Delgado - 30 Anos da Sua Morte» (Lisboa, 10/11 de Fevereiro de 1995). A comunicação de Alfredo Caldeira intitulou-se: Notas sobre a operação de cerco e aniquilamento do General Humberto Delgado; e a de A. Santos Carvalho, O Processo perante o tribunal português. 2 Basta atentar nos gastos com as sucessivas viagens realizadas pelos elementos da PIDE, especialmente a Roma, Paris e Madrid, as falsificações de documentos, o aluguer de uma vivenda nos arredores de Lisboa, a destruição e substituição de viaturas e, sobretudo, os pagamentos dos informadores. Só para Mário de Carvalho, estão referenciados, entre 24 de Fevereiro de 1967 e 27 de Março de 1974, cheques que lhe foram remetidos pela polícia política no valor global de cerca de 30 milhões de liras, o que aos câmbios da época correspondia a cerca de 1400 contos ( contos actuais). 3

4 - e permaneceu activa muito para além da eliminação de Humberto Delgado, com destaque para as informações sobre diversos exilados políticos portugueses (Mário Soares foi um objectivo prioritário a partir de 1968) e, em especial, sobre assuntos africanos (fotos da residência de Amílcar Cabral em Rabat, apoio a Tschombé no Katanga, apoio a Foulbert Youlou no Congo- Brazzaville, fotos de Conakry, etc., etc.). 2. A PIDE - polícia política do Estado Novo A PIDE/DGS sempre funcionou na dependência dos principais elementos constitutivos desse regime. Não se lhe conhecem, aliás, episódios de afirmação autónoma ou, sequer, de actividade conspirativa minimamente coerente obedecia ao chefe incontestado, a ele reportava detalhada e frequentemente e, na dúvida, dele esperava a orientação. Diferentemente de muitas outras polícias políticas, de muitos outros regimes, não se apurou que no seio da PIDE/DGS alguma vez tenha existido uma qualquer conspiração séria a favor ou contra algum dos sectores que integravam o regime o seu posicionamento geral foi monolítico e, sobretudo, indefectível. Mesmo durante a fase terminal do regime, pese embora o pouco entusiasmo inicial demonstrado pela PIDE face às mudanças anunciadas pelo marcelismo, a posição verdadeira de continuidade 3 está bem expressa numa carta que a dupla Barbieri Cardoso/Pereira de Carvalho endereça, sob o pseudónimo «PP», em 30 de Outubro de 1968, ao informador «Oliveira» (Mário de Carvalho), em Roma, que entrara em desespero com as notícias da doença de Salazar e com a subida ao poder de Caetano: A respeito do novo Governo tudo continua na mesma, a não ser uma pequena liberdade de imprensa, e outras coisas no género, mas sem importância. Ao mesmo nível se coloca a carta que a PIDE envia ao seu informador Mário de Carvalho, em 2 de Dezembro de 1969, sobre a alteração da sua designação para DGS: Acerca da PIDE tudo leva a crer, e é o que se depreende do decreto, que foi uma mudança de nome e uma modernização ao padrão internacional. E tenha-se, finalmente, em conta que todos os elementos da PIDE 4 que participaram directa ou indirectamente na liquidação do general Delgado permaneceram em funções, mesmo para além da morte política de Salazar e até 25 de Abril de Continuidade seria, precisamente, o nome da revista editada pela PIDE/DGS. 4 À excepção de Ernesto Lopes Ramos que entrou de licença ilimitada em 1969, para advogar em Luanda, permanecendo, no entanto, em estreita ligação com a polícia. 4

5 Esses mesmos elementos foram sucessivamente promovidos e louvados, mantendo e reforçando assim a sua influência no seio da polícia Evolução qualitativa da PIDE A década de 60 foi marcada, internacionalmente, pela explosão das independências africanas, 6 pelas consequências da Revolução Cubana, pelo conflito sino-soviético, pelo envolvimento norte-americano no Vietname e, de uma forma geral, pelo agudizar das tensões Leste-Oeste. Não estando Portugal obviamente desalinhado desse enquadramento internacional, foi a guerra colonial, no entanto, que marcou no essencial a situação interna, pois a ela tudo esteve referido. Foi uma época de mudança e de confronto. E foi consequentemente, também, uma época de crises e de violência, em que proliferaram os assassinatos por motivos políticos. Bastará recordar que o ano de 1965, que abriu com a eliminação de Humberto Delgado, viria a conhecer igualmente o rapto e assassinato em Paris do dirigente da oposição marroquina, Mehdi Ben Barka. 7 A estrutura dirigente da PIDE que executou a operação de cerco e aniquilamento do general Humberto Delgado ascendeu ao poder na polícia política precisamente em 1962, ano em que é dado impulso decisivo à operação que levaria à eliminação física de Humberto Delgado e da sua secretária Arajarir de Campos três anos depois: - O major Silva Pais foi nomeado director da PIDE em Abril, levando consigo Barbieri Cardoso, que abandonara temporariamente 8 a polícia por divergências com o anterior director, coronel Homero de Matos; 5 Apenas Rosa Casaco, na sequência do envolvimento na «rede Piano» (Banco Viseense) do escândalo Matesa, que entretanto rebentara em Espanha, foi transferido para o Porto, sem que o processo disciplinar mandado instaurar pelo ministro do Interior, Gonçalves Rapazote, em , tenha apurado responsabilidades. 6 De algum modo sustentada também pelo regresso da posição anticolonialista a política externa da Administração norte-americana. Como assinalou Jacques Ploncard D Assac no seu livro Salazar (ed. La Table Ronde, Paris, 1967), a págs. 346: Salazar não pode ignorar que as armas de que se servem os terroristas provêm dos países comunistas, ainda que a teoria da autodeterminação venha de Washington, Londres ou Paris. 7 Atraído, em 29 de Outubro de 1965, a uma armadilha montada pela polícia secreta marroquina, com a colaboração activa de elementos dos serviços secretos franceses (especialmente o SDECE). Registe-se também que, em 3 de Janeiro de 1967, Khider, antigo dirigente e tesoureiro da Frente de Libertação Nacional argelina, que entretanto entrara em ruptura com o poder instituído no seu país, viria igualmente a ser assassinado em Madrid. 8 Fora, entretanto, colocado como vice-presidente da Comissão Reguladora do Comércio do Bacalhau. 5

6 - Reorganizaram os serviços de informações, que passaram a ser dirigidos por Pereira de Carvalho e para os quais chamaram Rosa Casaco, Tienza e Lopes Ramos; -Tal remodelação visou estancar as incapacidades demonstradas pela PIDE e foi marcada também pela introdução de métodos «modernos», na sua maioria importados dos estágios na CIA, iniciados em (frequentados, designadamente, por Pereira de Carvalho e Lopes Ramos), e também da colaboração francesa (de que é exemplo a aquisição de uma nova central de escuta telefónica, em 1964, em colaboração com os Renseignements Generaux). Essa evolução (qualitativa) 9 da PIDE/DGS no início da década de 60 tem diversas motivações próximas, de que se destacam: a) o acrescido sentimento de «resistência» que o chefe incontestado do regime transmitiu aos seus seguidores, 10 logo a partir do sobressalto das eleições de 1958 não se esqueça, a propósito, que a polícia política do Estado Novo era um corpo ideológico ou, pelo menos, sob comando ideológico; b) a transformação dessa postura inicialmente defensiva em progressão ofensiva com o início da guerra colonial e, também, por via do esmagamento das tentativas de golpes militares (Botelho Moniz, em 12/13 de Abril de 1961, e Beja, na passagem do ano 11 ); c) o consequente preenchimento dos lugares-chave do aparelho de Estado por quadros mais adaptados a essas novas formulações políticas do regime o início dos anos 60 conhece uma vastíssima remodelação das chefias do aparelho de Estado salazarista, com especial destaque para as dos sectores repressivos; d) a intensificação da colaboração da PIDE/DGS com serviços estrangeiros congéneres: - seja em âmbito multilateral (caso do Special Committee da NATO); - seja, sobretudo, em âmbito bilateral (designadamente com serviços de países com maior intervenção colonial e/ou política em África e os dos Estados brancos da África Austral); 9 Com o início da guerra colonial a PIDE também se desenvolveu de modo significativo em termos numéricos, mercê da proliferação de postos nos diversos territórios então sob administração portuguesa e, bem assim, com o lançamento pela polícia, em colaboração com as FF.AA., de grupos armados contra as guerrilhas nacionalistas (de que os «Flechas» são o caso exemplar). 10 Contra a visão catastrófica dos acontecimentos (Salazar, em l de Julho de 1958), ou ainda, a recuperação é dolorosa e difícil (Salazar, em 6 de Dezembro do mesmo ano). 11 E, também, em grau ainda não apurado, a desarticulação das manobras conspirativas em redor do marechal Craveiro Lopes. 6

7 e) o relacionamento instaurado pela direcção da PIDE, nos anos 60, com elementos estrangeiros da extrema-direita, 12 dando lugar, nomeadamente, à criação da Voz do Ocidente na Emissora Nacional e à instalação em Lisboa da Aginter Press, para além das operações relacionadas com o recrutamento e envio de mercenários para diversos países africanos e o fomento de governos favoráveis às teses geo-estratégicas perfilhadas pelo regime de Salazar; 13 f) o desenvolvimento de estruturas de informações, acção psicológica e contra-informação 14 a nível militar e civil, cuja coordenação foi progressivamente assumida pela PIDE/DGS (ainda que de forma nem sempre linear); g) o maior contacto assim propiciado com novas técnicas de «informações»: - por um lado, directamente importadas desses serviços estrangeiros; - por outro, adquiridas no contacto com aqueles «refugiados» que aqui encontraram guarida e apoio, quase todos eles bastante próximos de serviços e agências congéneres; - e, sobretudo, aprendidas junto dos quadros militares com que a PIDE passa a estar mais directamente relacionada nas operações em África, crescentemente conhecedores dessas técnicas e meandros. Na documentação referente ao «caso Delgado» existem sinais dessa progressiva sofisticação/internacionalização da PIDE. Assim, e só a título de exemplo: - A PIDE diligenciou junto dos serviços secretos marroquinos pela obtenção de informações sobre Amílcar Cabral, em Rabat, material que Silva Pais fez chegar ao comandante-chefe da Guiné em 3 de Setembro de no entanto, aquele dirigente africano só viria a ser assassinado 8 anos depois, em Janeiro de 1973; 12 Na sua maioria, pelo menos inicialmente, oriundos das fileiras da OAS francesa, a que se somaram, também, indivíduos de diversas outras nacionalidades, nomeadamente italianos quase todos eles relacionados, de um modo ou de outro, com actividades de espionagem e terrorismo na Europa e em África. Está ainda por aprofundar, designadamente, o envolvimento desses grupos (e a responsabilidade da PIDE) nos atentados e tentativas de golpe de Estado em Itália, em articulação com a designada «rede Gládio» e os serviços secretos de diversos países. 13 Como aconteceu com o Abade Foulbert Youlou, ex-presidente do Congo-Brazaviile, pago e mantido pela PIDE, para cuja instalação em Portugal, aliás, a polícia utilizou a casa que alugara nos arredores de Lisboa para destruir as viaturas utilizadas pela brigada que assassinou o general Delgado. 14 Em que os casos mais salientes se situaram no combate do regime às movimentações estudantis contra estas a PIDE/DGS e o Ministério da Educação lançaram sucessivas operações, subsidiando (com dinheiro, instalações e meios técnicos) alguns estudantes e ex-estudantes próximos do regime ou situados à sua direita, bem como recrutando, adestrando e controlando, já nos anos 70, os «gorilas» com que pretendeu assegurar a «ordem» nos estabelecimentos de ensino superior. 15 Pode ler-se no cartão endereçado por Silva Pais ao seu inspector na Guiné: Junto remeto fotografias da casa do Amílcar Cabral em Rabat, dele e da mulher [também juntou as das 7

8 - A PIDE intensificou a cooperação com os elementos que lhe forneceram informações sobre Amílcar Cabral, alargando-a aos Serviços Sul-Africanos («Polícia Especial do Estado», presumivelmente o Bureau of State Security) e, por outro lado, visou objectivos mais vastos, designadamente tendo em vista intervir na situação argelina 16 (Para Portugal, como para Marrocos, a actual Argélia é um inimigo comum); definiu a continuação do apoio a Tschombé (o que [a África do Sul] tem feito em larga escala, incluindo o fornecimento de cereais) e acabou por (...) financiar e armar o ataque ao regime de Brazaville onde governam os argelinos e os chineses A PIDE, pelo punho de Barbieri Cardoso, pediu insistentemente a Mário de Carvalho para obter em Itália uma colecção de postais com fotografias de Conakry óbvia recolha de materiais com vista à «Operação Mar Verde», que teve lugar em Novembro de 1970 (aliás, seria em Conakry que Amílcar Cabral viria a ser assassinado). É neste contexto que decorre a operação de cerco e aniquilamento do general Humberto Delgado, cuja compreensão não pode ser, portanto, separada da globalização da actividade externa da PIDE nessa época. 4. A documentação A documentação produzida ou recebida no âmbito da PIDE 18 em relação com o «caso Delgado» representa: a) um volume raramente igualado na história longa de quase 50 anos daquela polícia política; b) e, sobretudo, uma sofisticação informativa (e de acções de apoio) que contrastam significativamente com a rotina daquela polícia. Na verdade, quem se debruçar minimamente sobre os arquivos da PIDE/ DGS, depressa verificará que o nível geral das informações aí constantes apresenta inequívoca baixa qualificação o que deriva, esquematicamente: filhas menores do casal], e do automóvel, bem como um apontamento sobre eles, tudo fornecido pela polícia de Marrocos, Não é necessário dizer a origem policial. Tire aí cópia e entregue ao chefe do gabinete do comandante-chefe, com, os meus cumprimentos... O pedido da PIDE fora aliás formulado com base em informações previamente recolhidas numa conversa com A., «a sós. É o da FLING que está cá» e teve em vista obter fotografias de «vários ângulos, se for possível» Mesmo depois do derrube de Ben Bella e a sua substituição por Boumediene. 17 Reunião havida com Silva Pais a 30 de Julho de 1965, tendo o respectivo resumo sido «presente a S. Exa. o Presidente do Conselho», em 2 de Agosto. 18 E também de outras instâncias, como a Presidência do Conselho de Ministros, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ou a Legião Portuguesa e só nos referimos, obviamente, aos arquivos a que possa ter havido já algum acesso da investigação. 8

9 a) do uso sistematizado da tortura e da chantagem como principal método de actuação policial (e de recolha de informações): b) da utilização intensiva, como fonte essencial de alimentação da máquina de informações, de «informadores» geralmente desqualificados; c) e da impreparação técnica da esmagadora maioria dos elementos da PIDE (a par, aliás, do seu reduzido nível de escolaridade). Por outras palavras, a documentação da PIDE/DGS exibe, quase sempre, uma espantosa fragilidade o que não obstou, evidentemente, à eficácia da sua actuação, já que esta se baseava, sobretudo, nos poderes quase absolutos que lhe estavam cometidos pelo regime, na inserção que lhe estava garantida em toda a estrutura do Estado 19 (e mesmo em directa articulação com os principais operadores económicos), e no recurso impune à tortura e à violação dos direitos fundamentais dos cidadãos. Ora, a documentação até hoje conhecida sobre o «caso Delgado» contrasta com tal panorama. Mais: a qualidade geral dessa documentação só encontra paralelo com a que foi produzida relativamente aos diversos teatros de operações em África precisamente a partir de meados dos anos 60, isto é, em época que coincide de alguma forma com o lançamento da operação de cerco e aniquilamento de Humberto Delgado. Registe-se, aliás, e não é razão de somenos importância, que a sanha do regime contra o «General Sem Medo» se intensifica, precisamente, com a crescente posição anticolonialista por si afirmada no exílio. 20 Estão identificados, até ao momento, nos arquivos da PIDE/DGS, os seguintes conjuntos documentais directamente relacionados com a operação de cerco e aniquilamento do general Humberto Delgado: - As pastas especificamente referentes a Humberto Delgado, com relevo para os processos nº 31 do Cl (2) e 2686-SR. - As pastas encontradas 21 na sede da PIDE/DGS com a designação «Operação Outono» - referidas apenas aos anos de 1962 e Não se esqueça a articulação directa e permanente da PIDE/DGS com o Presidente do Conselho, os ministérios do Interior, dos Negócios Estrangeiros, da Guerra/Defesa Nacional e das Colónias/Ultramar e, em especial, com as demais forças policiais, com os tribunais (militares ou plenários) e, sobretudo a partir do início da guerra colonial, directamente com os diversos escalões das Forças Armadas 20 Cfr. o ponto VII do comunicado da «Frente Portuguesa de Libertação Nacional» (Outubro de 1964): [A Oposição Política Portuguesa Democrática] concordou em manter e ampliar os contactos mais profundos com os povos subjugados pelo governo fascista, no espírito da mais ampla linha anticolonialista baseada nos princípios da autodeterminação e independência, considerando a guerra colonial, um acto criminoso. 21 Estas pastas foram encontradas em Junho de 1974 nas instalações da Rua António Maria Cardoso, fora do arrumo e em jeito de escondido esquecimento, após a maioria dos arquivos da PIDE/DGS terem já sido transferidos para o Reduto Sul do Forte de Caxias. 9

10 - A correspondência e outros documentos arquivados nas pastas relativas ao informador «Oliveira», cobrindo, de modo irregular, os anos de 1966 a Quer isto dizer, e desde logo, que estes dois últimos conjuntos documentais não cobrem, precisamente, 1964 e 1965 os anos cruciais da operação de cerco e aniquilamento de Humberto Delgado. E, no entanto, é a própria PIDE que, por exemplo, justifica a sua circular «secreta» de 4 de Novembro de com a seguinte nota: «Baseado numa carta do Oliveira». Tudo leva a crer assim que, também no aspecto documental, foi cumprida a directiva de Salazar a Silva Pais: Olhe, se quiser evitar ao pais uns tempos difíceis, nem uma palavra sobre o assunto pelo que terão sido eliminados os documentos que mais directamente incriminavam a PIDE e a chefia do regime e que explicitariam o grau de envolvimento e cumplicidade de outras entidades (nacionais e estrangeiras). Mas essa cortina de silêncio não conseguiu ser generalizada. Persistem registos (designadamente no MNE), e com certeza em outras instituições (especialmente militares) que nunca abriram os seus arquivos à investigação, que evidenciam o modo temeroso como o regime encarava, em 1964/65, as possíveis actividades do general Delgado. 5. Humberto Delgado: uma ameaça O espólio documental que agora se começa a conhecer dá uma imagem inovadora dos propósitos de Humberto Delgado nesses anos de 1964/65. Ao contrário da versão sucessivamente veiculada pelo aparelho de propaganda do salazarismo, e também quase sempre aceite sem crítica pelas oposições, aí avulta, com efeito, larga correspondência que, em crescendo, aponta para o perigo que as actividades de Delgado podiam representar para o flanco Sul da Europa, politicamente fragilizado pelo autismo das ditaduras de Salazar e Franco tanto mais que se conhece o apoio político e logístico que a Argélia de Ben Bella prestava às acções contra os regimes peninsulares 24 (e aos movimentos de libertação). 22 Os originais da «Operação Outono» e da correspondência do informador «Oliveira» encontram-se hoje integrados nos apensos do processo n. 100/74 do 2º Tribunal Militar Territorial de Lisboa. 23 Essa circular é expedida para as fronteiras e para a brigada do «Lusitânia Expresso» informando que Delgado poderá tentar entrar em Portugal com um passaporte falso em nome de Jean-Marie Rollebeck, belga. 24 Cfr. entrevista de Dezembro de 1994 de Ben Bella a Diana Andringa para o programa Humberto Delgado Obviamente, assassinaram-no (TV2), em que sublinhou, a propósito das relações que manteve com Humberto Delgado, que o regime argelino estaria disposto a ir (...) muito longe, muito longe contra Salazar e Franco. Na mesma entrevista, perguntado 10

11 Isolado das principais forças que hegemonizavam a oposição portuguesa no exílio, Humberto Delgado deixara-se enredar, todavia, nas promessas de acção com que lhe acenavam grupos e indivíduos ao serviço da PIDE e de diversas outras agências congéneres. O seu voluntarismo (e desespero?) levarao a jogar tudo por tudo, ainda que tenha previsto a real possibilidade da armadilha que o esperava, como indiciam os múltiplos sinais e alertas que deixou atrás de si. E a verdade é que Humberto Delgado assumira, definitivamente, que o poder instituído em Portugal só cairia às mãos dos que o haviam instalado, isto é, dos militares 25 restando encontrar a modalidade mais adequada ao início do pronunciamento. E precisamente em volta desta perspectiva que o Estado Novo lhe tece sucessivas armadilhas: - Parte muito significativa da «Operação Outono» fora construída em volta de uma designada «Organização República» em cujas conspirações chegaram a estar indirectamente envolvidos o marechal Craveiro Lopes 26 e mesmo o general Santos Costa, momentaneamente descrente do rumo que o regime tomara. - No mesmo sentido viria a ser também o engodo das reuniões de Delgado em Paris, nos últimos dias de Dezembro de 1964, em que participa, fazendose acreditar como «oposicionista» o agente da PIDE, Ernesto Lopes Ramos, e onde, afinal, se consuma o caminho para a armadilha de Badajoz. Mas o certo é que a documentação até hoje conhecida nos permite também detectar outros elementos que excedem o âmbito comum das acções da polícia política do Estado Novo. Por exemplo: - uma carta de Ernesto Bisogno, datada de 7 de Maio de 1964, em que dá conta a Barbieri Cardoso do seu encontro em Roma com (...) o Senhor de que lhe falei em Lisboa (...) e da consequente disponibilidade de (...) duas equipas que estão prontas a entrar em acção prática imediatamente (...), para o que (...) não exige dinheiro avançado; - as declarações (transcritas no processo espanhol) de um operacional da OAS, Lehman, que refere uma «Operação BETA» bomba destinada a matar sobre o apoio a um eventual ataque militar à Península por exilados portugueses e espanhóis, Ben Bella responde: Sim, pensámos nisso. E pensámos em dar-lhe [a Humberto Delgado] os meios para isso. Com Lister [general republicano da Guerra Civil e membro proeminente do partido Comunista de Espanha], falámos muito sobre isso. E Delgado tinha sempre essa ideia na cabeça (...) 25 Delgado considerava o «golpe de Beja» como a nova (incontornável) referência da luta política para derrubar o regime salazarista; significativamente, foi o próprio Rosa Casaco que afirmou (declarações prestadas em Madrid, em 6 de Junho de 1974): a partir do caso de Beja surgiu na mente do então inspector superior da PIDE, Agostinho Barbieri Cardoso, a ideia de neutralização do General Humberto Delgado (...). 26 Entretanto falecido, em condições nunca cabalmente explicadas, a 2 de Setembro de

12 Humberto Delgado, que teria sido preparada («sob contrato») às ordens de Susini; - as actividades de uma «secretária e tradutora do general» em Argel, expulsa deste país, em 1966, juntamente com o marido (que trabalhava no Instituto Nuclear Argelino), sob a acusação de pertencerem aos serviços secretos franceses: 27 - o relacionamento instaurado pela direcção da PIDE, na década de 60, com elementos estrangeiros da extrema-direita Voz do Ocidente, Aginter Press, recrutamento e adestramento de mercenários, etc.; - a manutenção pela PIDE e pelo MNE de largo número de informadores no estrangeiro, directamente apontados ao general («Pedro da Silveira», «Lúcio», «Jorge», «Gonçalo Mendes da Maia», «Voz do Ocidente», «Gonzaga», «Oliveira», etc.). Ora, estas e outras articulações estrangeiras da operação de cerco e aniquilamento de Humberto Delgado não podem ser ignoradas, tendo em atenção, especialmente, as sombras que permanecem em volta dos pormenores da execução por uma brigada da PIDE do assassinato do general Humberto Delgado e de Arajarir de Campos e, sobretudo, do modo como os corpos apareceram, dois meses mais tarde. Por isso entendemos que só o enquadramento internacional da acção da PIDE dá a verdadeira dimensão da operação que executou. Na verdade, a visão estratégica de Salazar nos anos de guerra colonial põe em questão o posicionamento do Ocidente face às independências africanas (e ao inerente abandono europeu das suas possessões ultramarinas), pretendendo uma inversão dessa política. Nesta linha, o regime português defendia o alargamento do campo de intervenção da NATO ao Atlântico Sul, ao mesmo tempo que, discretamente, colhia o apoio (político, económico e militar) dos sectores europeus e americanos mais conservadores. É também neste quadro que ganha maior significado a sucessiva invocação por Lisboa da «ameaça argelina» no que é especialmente acolitada pelas estruturas político-militares de Espanha 28, França e Itália 29, que aceitaram de bom grado que a evolução registada no norte de África não era mais do que o cumprimento de uma estratégia soviética de envolvimento e cerco da Europa pelo Sul. 27 Algumas das informações mais precisas que a PIDE e o MNE português receberam acerca das actividades do general em Argel foram veiculadas, precisamente, pelo Quai D Orsay (via Seguridad espanhola). Cfr. documento de 23 de Maio de 1964 reproduzido na presente obra e constante do Arquivo da PIDE (AN/TT, pr. 31-CI [2], pasta 2, ). Ver doc. nº 28 do Anexo Documental. 28 Cfr. telegrama cifrado do adido naval na Embaixada de Portuga] em Madrid, remetido em pelo MNE à PIDE, publicado na presente obra, o qual afirma que o ministério da Marinha espanhol recebera informações de que Humberto Delgado, (...) que ao que parece 12

13 6. A consumação e os vestígios do crime Em 27 de Dezembro de 1964, no hotel Caumartin, em Paris, Ernesto Lopes Ramos, usando o nome de «Ernesto Castro e Sousa» e intitulando-se advogado oposicionista, encontrou-se com o general Humberto Delgado e Mário de Carvalho. Aí o convenceu que no dia 13 de Fevereiro de 1965 seria aguardado por militares conspiradores junto a Badajoz. No dia aprazado, o general e Arajarir de Campos comparecem efectivamente naquela cidade espanhola 30, provenientes de Ceuta e munidos ela do seu próprio passaporte e ele de um passaporte diplomático argelino emitido em nome de Lorenzo Ibanez (sobejamente conhecido da PIDE e da Seguridad espanhola). Nesse mesmo dia passa a fronteira de São Leonardo em duas viaturas com matrícula falsificada, uma brigada da PIDE composta, pelo menos, por António Rosa Casaco (que usa um passaporte em nome de Roberto Vurrita Barral 31 ), Ernesto Lopes Ramos (que utiliza o passaporte com o nome de Ernesto Castro e Sousa), Agostinho Tienza (com passaporte em nome de Filipe Garcia Tavares) e Casimiro Monteiro (com um passaporte em nome de Washdeo Kundaumal Milpuri 32 ). Lopes Ramos/Castro e Sousa chegou à fala com o general e Arajarir, conduzindo-os depois às cercanias de Olivença, onde os restantes elementos da brigada da PIDE os aguardavam em sítio ermo. Aí terão tido início, junto dos automóveis utilizados pela brigada da PIDE 33, os acontecimentos que directamente levaram ao assassínio de ambos. As autoridades espanholas lograram saber os números do motor e quadro das viaturas em que aquela brigada se fez transportar e, através dos fabricantes, que estas haviam sido comercializadas em Portugal. é o chefe do aparelho comunista soviético para toda a Península Ibérica, (...) prepara acções revolucionarias na Península, (...) tendo as autoridades navais [espanholas] destacado navios em águas compreendidas desde golfo Cadiz a golfo de Valência, com intensificação vigilância em todas suas zonas. Ver doc. nº 31 do Anexo Documental..29 Em 11 de Fevereiro de 1965, o adido militar, naval e aeronáutico da Embaixada de Itália em Lisboa alerta as autoridades portuguesas para o provável lançamento por Humberto Delgado da guerra de guerrilhas em Portugal no próximo mês de Junho Tinham chegado no dia anterior, hospedando-se no Hotel Simancas. Existem referências a terem aí estado igualmente hospedados quatro indivíduos de aspecto norte-africano, com quem terão tido contacto. 31 Este passaporte já tinha sido usado pelo mesmo Rosa Casaco no Brasil, onde chegou a ser interrogado pela polícia sob suspeita de estar a preparar um atentado contra Humberto Delgado. Cfr. nota 2 da pág Este passaporte fora retido pela PIDE em Lisboa ao cidadão britânico de origem hindu com aquele nome. 33 Testemunhas oculares referiram ter visto dois automóveis num local onde foi encontrado um rasto de sangue e cápsulas de munições de pistola habitualmente utilizadas pela polícia portuguesa. 13

14 Os elementos da PIDE apenas regressaram a Portugal no dia seguinte, tendo entrado pelo posto espanhol de El Rosal, Huelva, dirigindo-se a Beja. Os cadáveres do general Humberto Delgado e de Arajarir de Campos vieram a aparecer, em 24 de Abril de 1965, em Villanueva del Fresno, junto ao caminho vicinal de «Los Malos Pasos» que leva à fronteira portuguesa. Logo que as autoridades espanholas inquiriram as autoridades portuguesas sobre a identidade dos proprietários das viaturas, a hierarquia da PIDE ordenou a destruição destas e a falsificação de toda a documentação e registos a elas referidos. Na verdade, os automóveis pertenciam um a Agostinho Tienza e outro a Ernesto Lopes Ramos. Entretanto, a polícia inglesa informara as autoridades espanholas das circunstâncias em que o passaporte de Washdeo Kundaumal Milpuri fora retido pela PIDE. As autoridades portuguesas, porém, haviam asseverado que os quatro passaportes eram falsos e que não conseguiam localizar os automóveis referenciados. 7. O encobrimento do crime Executada a operação de cerco e aniquilamento do general Humberto Delgado e consumado o seu assassínio, bem como o de Arajarir de Campos, prosseguiu um conjunto complexo de manobras que teve por fim, no essencial, ocultar o crime e os seus executores, lançar a máxima confusão sobre as circunstâncias em que ocorrera e, também, preservar a rede de cumplicidades que o tornara possível. Como já se referiu, a postura geral adoptada pelo regime consistiu no silêncio, apenas entrecortado pela injecção criteriosa de notícias falsas ou deturpadas que tendiam a confundir a opinião pública. É possível, ainda assim, distinguir na actuação do regime três vertentes diferenciadas (mas complementares): - Por um lado, cometeu à PIDE o controlo do relacionamento com serviços congéneres designadamente a Seguridad espanhola que estavam directamente envolvidos nas actividades que conduziram à eliminação do general; - Por outro lado, reforçou a mordaça sobre os meios de informação interna, ao mesmo tempo que desenvolveu esforços no sentido de controlar a imprensa internacional executando também diversas operações de contrainformação; De que é exemplo flagrante o telex difundido pela ANI em 20 de Março de 1965 dizendo que (...) Humberto Delgado estava a viver como virtual prisioneiro em Praga, capital da Checoslováquia comunista (...). Segundo a ANI, Delgado (...) permaneceria no seu exílio 14

15 - Finalmente, atribuiu ao Ministério dos Negócios Estrangeiros a direcção política das principais acções que se propunham anular as sequelas do desaparecimento do general Delgado e da posterior descoberta dos cadáveres. A regra geral do silêncio foi, no entanto, atravessada por intensa actividade política de bastidores, em que merece especial destaque a vinda a Portugal em 8 de Março do capitão-general Munoz Grandes, vice-presidente do governo de Espanha, 35 recebido com pompa e, do lado português, com a evocação da participação dos «Viriatos» na Guerra Civil. Não transparece das notícias publicadas com grande realce na imprensa do regime qualquer objectivo dessa visita de 4 dias, para além das reuniões com Salazar, uma visita protocolar a Américo Tomás, uma reunião com o ministro da Defesa e diversos banquetes. Sabe-se, no entanto, que Munoz Grandes trazia o especial encargo de Franco de inquirir junto de Salazar sobre as circunstâncias do envolvimento das autoridades portuguesas no desaparecimento/morte do general Humberto Delgado. Também o embaixador de Espanha em Lisboa reuniu mais tarde com Salazar, acentuando que todas as evidências apontavam para o envolvimento de Portugal e que, portanto, ou eram apresentados os indivíduos que tinham entrado em Espanha com passaportes falsos, ou seriam as autoridades portuguesas que ficariam em causa. Salazar limitou-se a responder: vou ver, vou saber. Mas a verdade é que a direcção da PIDE ordenou, fraudulentamente, a instrução de um processo de averiguações (processo nº 2638/65) por morte do general Humberto Delgado, de que foi instrutor o inspector Abílio Pires. Nesse processo a PIDE fez recair suspeitas sobre diversos oposicionistas, entre os quais Jaime Vilhena de Andrade, advogado no Porto 36, Viriato Teixeira Ribeiro e o arquitecto Artur Vieira de Andrade, que foram detidos nos últimos dias de Maio de Neste processo a PIDE ouviu em declarações a própria viúva do general Humberto Delgado. Entretanto, em 19 de Abril, Salazar remodelara o governo: Mota Veiga passa a ministro adjunto do Presidente do Conselho, Silva Cunha é nomeado para a pasta do Ultramar, em substituição de Peixoto Correia, e Correia de Oliveira sucede a Teixeira Pinto no Ministério da Economia. forçado e secreto por vários meses, ao fim dos quais reapareceria numa capital da Europa ocidental dizendo que tinha fugido de alguma prisão de Portugal, na qual linha sido barbaramente tratado. 35 Agustín Munoz Grandes ( ), nomeado capitão-general em 1957, era ao tempo o único oficial dessa patente em Espanha, à excepção do Caudillo. Em 1958 ascendeu a chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e entre exerceu as funções de vice-presidente do Governo. 36 O qual se deslocara a Paris de 27 a 31 de Dezembro de 1964 para se reunir com o general. 37 O processo foi autuado em 10 de Outubro de 1965, havendo nele, no entanto, um ofício de resposta ao subdirector da PIDE do Porto, em , a informar que os autos ficaram a aguardar melhor prova em ! 15

16 Dois dias depois, são promovidos a generais Arnaldo Schulz (ao tempo, governador da Guiné), e Campos Andrada e o comodoro Campos de Araújo. 38 No dia 27 de Abril 39 comemora-se o 37º aniversário da entrada de Salazar para o governo é homenageado pelos antigos graduados da Mocidade Portuguesa nos Passos Perdidos da Assembleia Nacional e comparece à sessão promovida pela Liga Nacional 28 de Maio no Teatro da Trindade, onde profere um discurso, em que sublinha que (...) É a Nação que está em causa (...), terminando por afirmar: (...) pois que me chamais Chefe, sigo-vos (...). No mesmo dia, Américo Tomás inaugura em Santa Comba Dão uma estátua de Salazar da autoria de Leopoldo de Almeida e proclama-o «Benemérito da Pátria». A 28 de Abril Salazar faz 76 anos de idade, com as habituais visitas das «meninas de Odivelas» e ofertas de muitas flores. E é no dia seguinte, 29 de Abril, que os jornais portugueses publicam os mesmos dois telegramas (um da ANI e outro da France Press, ambos datados de Madrid, 27), que dão conta do aparecimento dos cadáveres junto a Villanueva del Fresno. O telegrama da ANI fazia crer, citando declarações de Henrique Cerqueira, que o general viajava acompanhado de dois franceses e de um italiano, (...) cuja função teria sido (...) a de executores da facção comunista (...), pois simultaneamente com o desaparecimento de Humberto Delgado registavase em Argel o assalto à sede dos oposicionistas seus partidários, levado a efeito, com a presença de um indivíduo que se intitulava representante do Governo argelino, pelos adeptos da chamada Frente Patriótica de Libertação Nacional (comunista). Referia ainda (...) o aparecimento de três cadáveres, 40 de dois homens e de uma mulher (...) cerca de Villanueva del Fresno, ao sul de Badajoz e a cerca de 4 quilómetros da fronteira portuguesa. Pelo seu lado, o telegrama da FP anunciava que os corpos de um homem e de uma mulher, que seriam o ex-general Delgado e a sua secretária, foram descobertos (...) perto de um 38 Em 1972 a imprensa internacional publicou entrevistas de um suposto agente secreto espanhol que referia a participação do adido naval de Portugal em Paris, Fernando Campos de Araújo, numa operação preparatória da cilada de Badajoz. O referido comodoro veio a ser ouvido no âmbito do processo instruído pela PJ, após o 25 de Abril de 1974, tendo-se concluído que não exercera aquelas funções em Paris e que estava em Portugal no Natal de 1964, muito embora tivesse feito na época sucessivas deslocações e permanências de serviço em França, como chefe da missão de Construções Navais, para negociar os contratos de construção dos navios da classe «João Belo» e «Albacora». 39 Na véspera, a PIDE difundira mais uma nota oficiosa sobre a prisão de diversos elementos do Partido Comunista Português, designadamente Domingos Abrantes e Conceição Matos e o desmantelamento de uma tipografia clandestina. 40 No âmbito do processo espanhol não ficou estabelecida qualquer visível relação deste terceiro cadáver com o assassínio de Humberto Delgado. 16

17 caminho que conduz de Villanueva del Fresno à fronteira portuguesa. (...) Terceiro cadáver foi descoberto não longe dos outros. A notícia seguia descritiva, para concluir: parece lógico que o ex-general Delgado e os seus companheiros não tenham procurado atravessar a fronteira sem antes haverem preparado, minuciosamente, a sua expedição. Eram certamente esperados, quer por membros da oposição portuguesa, quer por passadores em Villanueva del Fresno. E encerrava: Dava-se a entender esta tarde, nos círculos oficiais, que o assassínio de Delgado poderia ser um episódio da luta de facções no seio da oposição clandestina portuguesa. Esta divulgação do aparecimento dos cadáveres, autorizada pela censura, fora no entanto, precedida de um insólito editorial do Diário da Manhã do dia 26 de Abril, intitulado «Não trabalham para o Rei da Prússia», em que, a pretexto do «plano das manobras subversivas», era feita referência à reunião do Hotel Caumartin, utilizando um texto que fora difundido secretamente pela Seguridad espanhola e que continha diversos erros de grafia dos nomes dos participantes, do nome do próprio hotel e quanto ao acontecimento em si. 41 Depois da publicação dos citados telegramas, a imprensa portuguesa voltou a ser silenciada, até que, em 7 de Maio, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Franco Nogueira, realiza uma conferência de imprensa. Aí, «perguntado se desejava fazer alguma declaração sobre o caso do assassínio do antigo general Humberto Delgado», respondeu: Não possui o Ministério dos Negócios Estrangeiros qualquer informação concreta a esse respeito. No que toca a informações que possam possuir as autoridades portuguesas, o assunto é evidentemente da competência do Ministério do Interior, e eu só posso declarar que as mesmas são completamente estranhas e alheias ao desaparecimento e morte daquele antigo oficial. Por outro lado, posso acrescentar, como de resto já o disse a jornais estrangeiros, que tendo sido sugerido em alguns círculos internacionais, e em alguns órgãos da imprensa internacional, a eventualidade de um inquérito [internacional, como se acentua na transcrição do Diário de Lisboa] às circunstancias do crime, o governo português não teria qualquer objecção à realização desse inquérito. É evidente, todavia, que é da exclusiva competência do governo espanhol inquirir e averiguar os factos, como está fazendo com a maior diligência Assim, o hotel era designado «Coumartin», o suposto Castro e Sousa (na verdade, o agente da PIDE Lopes Ramos) era chamado «Azevedo e Castro» e Mário de Carvalho recebia a designação de «Carriaga» (este informador da PIDE havia usado também o nome Arriaga). Ver doc. n. 30 do Anexo Documental. 42 In Diário du Manhã, de 8 de Maio de

18 Esta posição articulou-se com as directivas expedidas para todos os representantes diplomáticos portugueses no estrangeiro no sentido de evidenciarem desconhecimento e desinteresse pelo paradeiro do general. 43 O ministro dos Negócios Estrangeiros pretendera transmitir à imprensa internacional creditada em Lisboa uma versão dos acontecimentos que, fazendo tensão de inocentar as autoridades portuguesas, aceitava colocar o «caso Delgado» em termos internacionais, não cuidando de «proteger» o regime de Franco. Não obstante, o embaixador de Portugal em Madrid comunicara, em 25 de Março, que o ministro espanhol da Informação 44 lhe sugerira, a fim de evitar divergências entre informações ou declarações de ambos os países, que houvesse uma colaboração entre as respectivas autoridades no sentido de se estabelecer uma linha comum. E a verdade é que, naquele mesmo dia 7 de Maio, estava de visita à PIDE o então tenente-coronel Eduardo Blanco Rodriguez, 45 chefe do serviço de informações da Direcção-Geral de Segurança de Espanha, que ali tratou de coordenar a intervenção das duas polícias políticas no assunto na sequência de missões idênticas em Espanha, de que fora incumbido... Rosa Casaco. Face, no entanto, ao teor das declarações do ministro português, tornou-se premente a necessidade de novo contacto das autoridades espanholas que viesse repor no mesmo campo o esquema de colaboração estabelecido em Lisboa, já que [a PIDE] não poderia alhear-se, pura e simplesmente, do problema. Neste sentido, deslocou-se propositadamente a Madrid, em 18 de Maio, o Sr. Inspector Superior desta Polícia [Barbieri Cardoso]. Não sem forte ressentimento por parte das autoridades espanholas, a quem certa imprensa de esquerda colocava já numa situação de comprometimento, 45 agravada agora, segunda elas, em virtude das declarações públicas de S. 43 Como se pode ler, por exemplo, no telegrama cifrado n. 1731, de l de Abril de 1965, assinado por Hall Themido e dirigido à representação de Portugal junto da ONU: As autoridades e agentes portugueses são completamente alheios ao actual desaparecimento daquele indivíduo ignorando por completo o seu paradeiro que não tem mesmo o menor interesse em conhecer pelo que desmentem e rejeitam categoricamente todas as insinuações e especulações quanto a qualquer intervenção portuguesa directa ou indirecta no que acaso haja ou não sucedido à referida pessoa. De resto o governo espanhol negou categoricamente que Delgado houvesse estado em território espanhol. Ver doc. n. 41 em Anexo Documental. Já em 17 de Março de 1965 a Reuters emitira de Lisboa um telex que citava a seguinte declaração de um porta-voz do MNE: Desmentimos categoricamente que agentes portugueses tenham ido à região de Badajoz e muito menos para tal assunto [fuzilamento do General pela polícia portuguesa, após entrega pelas autoridades espanholas] e que era evidente que as autoridades espanholas não teriam permitido tal operação em seu território. 44 Manuel Fraga Iribarne, ministro de Franco para a Informação e Turismo de 1962 a Presidente da Junta da Comunidade Autónoma da Galiza desde Cfr. doc. n.º 34 do Anexo Documental. 18

19 Exa. o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, a questão voltou a colocar-se como havia ficado delineada em Lisboa a quando da visita do senhor tenente-coronel Blanco. 8. A investigação do crime após 25 de Abril de 1974 A comissão de inquérito da Federação Internacional dos Direitos do Homem, constituída por Luigi Cavalieri, Ian A. Mac Donald e Henri Leclerc, levara a efeito uma eficaz denúncia internacional do crime, 47 a instâncias do dr. Emídio Guerreiro, então exilado em Paris. Na sequência, o advogado da família de Humberto Delgado, dr. Mário Soares, gizou uma bem delineada estratégia junto dos tribunais espanhol e italiano, através de equipas de juristas reputados e competentemente escolhidos. A sua acção obrigou à recolha de elementos probatórios decisivos para a viabilização da abertura do processo português, mal caísse a ditadura. Após o 25 de Abril o impulso foi dado pelo advogado Joaquim Pires de Lima 48 ao apresentar queixa na Polícia Judiciária de Lisboa, não obstante a anterior ineficiência desta face à carta-rogatória das autoridades espanholas no sentido da identificação dos donos dos automóveis e dos passageiros referenciados na passagem da fronteira em Logo a Junta de Salvação Nacional mandou ouvir em declarações pela Polícia Judiciária de Luanda o agente da PIDE/DGS, António Gonçalves Semedo, identificado no processo espanhol como tendo dado passagem aos suspeitos para Espanha. Foi perante a clara imputação do crime que este fez a Rosa Casaco, Casimiro Monteiro, Agostinho Tienza e Ernesto Lopes Ramos que se desenvolveram as subsequentes fases da investigação em Lisboa. Entretanto, Lopes Ramos, que então advogava em Luanda, corroborou minuciosamente em Lisboa, para aonde fora conduzido sob custódia, a versão dos acontecimentos avançada por Semedo. A fase inicial da investigação levada a cabo pela PJ incidiu, no essencial, na recolha de declarações dos arguidos 48 e em diligências de confirmação da verosimilhança das mesmas. 46 A comissão de inquérito regressou a Paris, vinda de Badajoz, na manhã de 27 de Abril e foi então que (...) a Comissão soube que as autoridades espanholas revelavam a «descoberta» dos corpos do general e da sua secretária (...) que, no entanto, haviam sido encontrados três dias antes. Ver doc. n. 42 do Anexo Documental. 47 Que acompanhara Mário Soares, Fernando de Abranches Ferrão e Raul Rego numa deslocação a Espanha para intervir no processo aí conduzido pelo magistrado Crespo Marquez, tendo sido interceptados pela PIDE. 48 Os arguidos haviam sido colocados sob custódia militar, com excepção de António Rosa 19

20 O aspecto central da discussão do caso consistia, na verdade, em conhecer e comprovar o material indicativo que dizia respeito às manobras de encobrimento do crime. Estas manobras ocorreram a partir do momento em que se tornara evidente a conexão entre o homicídio e a passagem pela fronteira, em automóveis postos no mercado em Portugal, dos suspeitos que o agente da polícia política portuguesa Semedo apresentara às autoridades espanholas como seus colegas a tudo acrescia que no grupo estava presente alguém (Lopes Ramos) que usava o nome do «conspirador» de Paris, com quem fora concertada a viagem a Badajoz. O momento inaugural da descoberta foi, pois, o da fixação desta conexão e ficou a dever-se à actividade do tribunal espanhol. 49 Na verdade, sem a identificação dos automóveis através dos números de quadro e de motor tudo estaria em aberto. Aliás, foi a alteração de todos os registos documentais referentes àquelas viaturas, minuciosamente levada a cabo pela PIDE, como a investigação portuguesa veio depois a estabelecer, que deu maior consistência às confissões espontaneamente recebidas no processo. E é de menor relevância que a versão de cada um dos arguidos tenha pontos de descoincidência as contradições dessas versões é que, pelo contrário, as tornam mais credíveis; se houvesse apenas confissões conformes, só nos restariam dúvidas. A conexão, identificação das viaturas/ocorrência do assassinato/destruição dos rastos são os elementos mais firmes da convicção quanto ao que é possível reconstituir do acontecimento. A ordem para sumário de culpa, assinada em 31 de Julho de 1974 pelo general Galvão de Melo, então membro da JSN e presidente do Serviço de Coordenação da Extinção da PIDE/DGS e LP, que deu início à investigação judicial, segundo o que determinava o Código de Justiça Militar, 50 concebeu uma autoria material do crime subordinada a uma autoria mediata, imputável aos quadros superiores da polícia política. Casaco, a quem fora facilitada a fuga para Espanha no próprio dia 25 de Abril de 1974, e de Casimiro Monteiro, que se ausentara imediatamente para a África do Sul. Este último fora colocado em Moçambique logo após o assassinato de Humberto Delgado e de Arajarir de Campos (por proposta do director da PIDE de , acolhida favoravelmente pelo ministro do Interior em e pelo ministro do Ultramar em e apenas publicada no Diário do Governo... de 26 de Março de 1965, isto é, após o crime). 49 Importa sublinhar também a importância dos dados que resultaram do processo italiano descrédito do círculo romano de Humberto Delgado (designadamente através do desmascaramento conseguido por Pedro Ramos de Almeida do alegado passado «antifascista» de Mário de Carvalho) e a suposição firme de que a investigação e prova do crime teria de ser concluída em Portugal. Tanto deveria ter bastado para que a Justiça portuguesa tomasse a iniciativa, acaso os tribunais fossem livres e independentes os juizes. 50 Os funcionários da PIDE/DGS estavam sujeitos a foro militar, regime que se manteve depois do 25 de Abril de

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