SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS Deus Cura Corpo e Alma

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1 CEPMTA / ISCAL Londrina 27/11/2012 Capelania Hospitalar / Pastoral da Saúde Assessor: Pe. Audinei Carreira da Silva SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS Deus Cura Corpo e Alma INTRODUÇÃO A Igreja, ao cuidar dos doentes, serve ao próprio Cristo nos membros enfermos do corpo místico e, ao seguir o exemplo do Senhor Jesus, que 'passou fazendo o bem e curando a todos' (At 10,38), obedece a seu mandamento de cuidar dos enfermos (cf. Mc 16,18). Essa solicitude é manifestada pela Igreja não somente quando visita os que são atingidos em sua saúde, mas também reanimando-os com o sacramento da unção dos enfermos e alimentando-os com a eucaristia. Seja enquanto estão doentes, seja quando se encontram em perigo de morte; eleva, ainda, por eles as suas preces, com as quais os recomenda a Deus, principalmente, em seus últimos instantes. (Decreto da Sagrada Congregação para o Culto Divino, 07/12/1972) 1. O QUE É A UNÇÃO DOS ENFERMOS? À semelhança da reconciliação, a unção dos enfermos é também um sacramento de volta a Deus, não tanto no sentido da morte, como geralmente se interpreta, mas, sobretudo, como prolongamento e complementação da confissão, que é realmente suprida quando o (a) enfermo (a) não está em condições de se confessar. 2. QUAL É O SINAL DO SACRAMENTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS? O sinal desse sacramento é a unção da fronte e das mãos do (a) enfermo (a) com o óleo santo dos enfermos, dizendo o ministro:

2 Por esta santa unção e sua piíssima misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados, Ele te salve e, na sua bondade, alivie os teus sofrimentos. 3. O QUE PROPORCIONA ESSE SACRAMENTO? Esse sacramento dá ao enfermo a graça do Espírito Santo, que contribui para o bem da pessoa toda, reanimando-a pela confiança em Deus e fortalecendo-a contra as tentações e as aflições da morte de modo que possa não somente suportar, mas também combater o mal, e conseguir, a salvação espiritual, se for da vontade de Deus, a própria cura. O sacramento proporciona também, em caso de necessidade, o perdão dos pecados e a consumação da reconciliação cristã. É sempre bom buscar uma nova visão pela fé para uma posição cristã diante dos problemas humanos, da doença e da dor. A comunidade cristã deve ser solidária nos sofrimentos dos (as) irmãos (ãs) e incentivá-los (a) a colocar seus sofrimentos na linha do sofrimento redentor de Cristo. 4. ONDE A IGREJA VÊ A REFERÊNCIA À UNÇÃO DOS ENFERMOS? Na carta de São Tiago, que se refere aos deveres dos cristãos em geral, encontramos estas palavras: Alguém de vós está enfermo? Chame os presbíteros da Igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor... (Tg 5,14). A Igreja sempre viu nisso uma referência clara ao 2º sacramento, que provê a saúde do corpo místico, antigamente conhecido como extrema-unção. 5. QUEM É O MINISTRO DESSE SACRAMENTO? O Ministro desse sacramento é o sacerdote (Bispo ou Presbítero) como se deduz claramente da carta de Tiago ( Chame os 'Presbíteros' da Igreja ) e também da tradição que a própria Igreja tem mantido através dos séculos.

3 6. QUANDO SE DEVE ADMINISTRAR ESSE SACRAMENTO? Deve-se administrar o sacramento da Unção dos Enfermos quando o doente puder ser preparado em qualquer estado de doença grave. Nunca adiar até que a morte pareça iminente. Contudo, numa emergência, a unção condicional poderá ser ministrada imediatamente após a morte aparente, uma vez que não sabemos exatamente o momento em que a pessoa morre. Nunca se deve esperar que o doente perca a consciência para se chamar o padre. 7. POR QUE NÃO É COSTUME BUSCAR ESSE SACRAMENTO? Infelizmente, associa-se a esse sacramento a ideia não de vida mas de morte. Por que acontece isso? SÃO VÁRIOS OS MOTIVOS: Ideias distorcidas, tais como os familiares que não aceitam a doença como um fato natural e uma realidade a ser assumida com simplicidade, receio de traumatizar a pessoa. Falta de serviços organizados da Pastoral da Saúde ou Hospitalar, etc. 8. ESSE SACRAMENTO SEMPRE SE CHAMOU UNÇÃO DOS ENFERMOS? Não. Até o Vaticano II, chamava-se a esse sacramento Extrema-Unção, quer dizer, a derradeira unção. O concílio Vaticano II (1962/1965) mudou-lhe o nome para Unção dos Enfermos. Cabe-nos, agora, uma catequese em torno desse sacramento, para maior compreensão dos familiares e entre os doentes, numa preparação e aceitação do sofrimento, como meio de salvação e de solidariedade.

4 9. POR QUE UNGIR COM O ÓLEO? O óleo, na antiguidade, foi usado como medicamento. Ungir com óleo era o gesto médico que curava o enfermo. Assim, a Igreja primitiva escolheu o óleo como sinal da unção dos enfermos. O óleo significa força, e o efeito do sacramento é fortalecer não somente a alma para sua última viagem (é a ação específica do santo viático), mas também o corpo, neste mundo. Tudo é evidenciado pelas três orações feitas após a unção, todas elas pedindo a restauração da saúde e a volta da pessoa enferma à comunidade, às suas atividades normais. 10. E SE O DOENTE NÃO RECUPERAR A SAÚDE? Mesmo se o doente não recuperar a saúde, é ajudado por esse sacramento a suportar seus sofrimentos com fortaleza cristã; e, se estiver demasiado doente para fazer sua confissão, então a unção lhe dará a saúde da alma, perdoando-lhe os pecados. 11. COMO CRISTO CURA? Cristo cura mediante sinais sagrados: toca nos enfermos, põe os dedos nos ouvidos do surdo, toca-lhe a língua com sua saliva; faz lodo e unta os olhos do cego nato, e sobretudo lhes impõe as mãos. Cristo deu aos apóstolos o poder de curar. Eles impunham as mãos, repetindo os gestos de Cristo. 12. COMO ENTENDER QUE A DOENÇA PODE SER TRANSFIGURADA? Jesus, por sua morte, deu um sentido novo à vida do Cristão. Agora, a morte não é mais condenação e maldição, mas redenção e doação meritória. Também pelo seu sofrimento, deu um significado novo à doença daquele que é batizado. Esta pessoa unida aos sofrimentos de Cristo, se torna um prolongamento de seus sofrimentos, em

5 vista da redenção e glorificação final marcada pela vida e pela ressurreição. 13. QUAL O ASPECTO DA UNÇÃO DOS ENFERMOS RARAMENTE CONSIDERADO? A unção dos enfermos devolve a saúde ao corpo e à alma. No entanto, esse sacramento tem outro aspecto raramente considerado, embora os teólogos atualmente estejam tentando chamar a atenção para ele. A ideia não é nova, mas tem sido ignorada nos últimos séculos. Ao lermos Santo Tomás de Aquino sobre o assunto, talvez nos admiremos ao descobrir que ele chama esse sacramento não de última unção, mas de unção para a Glória. Diz ele: Pela extrema-unção, um homem é preparado para a imediata entrada na Glória. Existe uma razão excelente para julgar que, em casos nos quais a saúde não é devolvida, esta seja a real finalidade do sacramento. Primeiramente, somos ungidos no batismo, quando passamos do pecado para a vida da graça; estaremos certos em pensar que essa última unção nos prepara para a passagem final do deserto deste mundo para a terra prometida da felicidade eterna. 14. COMO ORGANIZAR UM BOM SERVIÇO DE PASTORAL DA SAÚDE? Primeiramente, um bom serviço de qualquer Pastoral não aparece prontinho ou feito conforme receita. É preciso preparar equipe de pessoas doadas, disponíveis para o serviço de assistência aos irmãos doentes, aos quais deverão ter muito amor. Há necessidade de estudar alguns princípios de fé e doutrina, ter uma base psicológica no trato com os doentes, compreensão com quem tem uma mentalidade tão arraigada de medo, que não se elimina tão facilmente, e compreensão diante do sofrimento alheio. Tudo isso deverá ser fecundado pela graça de Deus, que se consegue com oração e sacrifício. Os integrantes devem conhecer bem a doutrina sobre os sacramentos, especialmente a unção dos enfermos e seus efeitos. O padre da paróquia deve ser o animador nato da Pastoral da Saúde. Os Ministros extraordinários da Sagrada comunhão (MECE) deverão fazer parte dela, pois a eles compete assistir aos doentes na ausência do pároco, naquilo que lhes compete.