Catingueira 1 NOMENCLATURA
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- Diogo Sales Amorim
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1 Catingueira 1 NOMENCLATURA Nome científico: Caesalpinia pyramidalis Tul. Família: Leguminosae-Caesalpinoideae. Nomes vulgares: catingueira, catinga-de-porco e na Bahia também é conhecida como pau-de-rato. 2 OCORRÊNCIA É uma das espécies de mais ampla dispersão na caatinga, vegetando tanto nas várzeas úmidas como no Seridó semi-árido. Vegeta também no litoral, sertão e pés de serra. Ocorre nos estados do Piauí, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e também Mato Grosso. 3 DESCRIÇÃO Informações ecológicas A catingueira é uma das plantas sertanejas, característica das caatingas, portanto, tem a necessidade de controlar o seu consumo de água. Restringe sua transpiração tanto no período de fim de chuva como de fim de seca. Seus gomos brotam às primeiras manifestações de umidade anunciadora do período chuvoso. Domina juntamente com a jurema-preta e o pau-ferro as áreas da planície do Rio Jaguaribe em Pernambuco. Hábito de crescimento Árvore com cerca de 4 a 8 m de altura, podendo chegar a 10 m e um diâmetro de até 50 cm quando vegeta nas várzeas úmidas. No Seridó semi-árido, se reduz a arbustos de menos de 2 m e poucos centímetros de diâmetro na base. Caule Apresenta casca viva de espessura delgada, cinza-claro, internamente bege-claro, às vezes levemente castanha. A casca morta de tronco idoso possui espessura delgada (<2,0mm), rígida, com partes lisas e ásperas, cinza-claro, e apresenta numerosas lenticelas pequenas, dispostas irregularmente. Com o fendilhamento destas, são limitadas porções laminares irregulares, que ao desprender-se, deixam depressões superficiais. Por incisão, apresenta exsudato transparente aquoso de sabor levemente amargo e odor indistinto. Folhas Suas folhas são bipinadas, sésseis, bijugadas, e mais uma pina terminal com 5 a 11 folíolos, alternos, obtusos, oblongos, coriáceos, com pelos escuros estrelados. O pecíolo 1
2 e a base das pinas têm pulvinos. Há pelos glandulosos castanho-escuros e negros no pecíolo e raque foliar. Flores Possui inflorescência terminal ou axilar-terminal, paniculada. Com brácteas ovuladas, apiculadas, côncavas, levemente pilosas apresentando pequenos pontos glandulosos no dorso. Flores amarelas, dispostas em racemos, pediceladas 10,0-15,0 mm, com pelos entrelados, escuros. Cálice amarelo, leve pilosidade castanho. Pétalas amarelas apresentando pontos glandulosos no dorso. O início da floração ocorre em novembro. Fruto Fruto legume, oblongo-elítico, assimétrico, acuminado, 8,0-11,0 de comprimento x 2,0-2,5 cm de largura, castanho claro, com pilosidade mínima, alvas, e esparsos tricomas glandulosos, amarelos. Sua dispersão é por síndrome balística, com deiscências violentas que lançam à distância as sementes achatadas, ovaladas, lustrosas, de cor castanho-claro. As valvas, com freqüência, permanecem secas presas aos ramos, totalmente encartuchadas por torção helicoidal. Sua frutificação é em janeiro. Propagação A sua dispersão é pela semente. Madeira Fornece madeira branco-amarelada, de casca delgada, castanho-escura, com riscos esbranquiçados. Características que podem diferenciar esta de outras espécies Confunde-se com a Caesalpinia bracteosa Tul, que possui o mesmo nome popular, catingueira ou catinga-de-porco, devido ao idêntico mau cheiro. Outros aspectos A catingueira, como o pereiro, rebrota com intensidade quando cortada, o que nem sempre acontece com outras espécies da caatinga. Daí, talvez, a dominância dessas espécies em certas comunidades altamente seletivas, como é o caso, por exemplo, do Cariri. 4 USOS Madeira Usada para estacas, moirões e varas, na fabricação de carvão e lenha bem como na confecção de cercas estivadas. 2
3 Forragem É considerada boa forrageira. As folhas jovens são procuradas pelo gado, mas são desprezadas quando adultas devido ao cheiro desagradável que adquirem; fenadas perdem esse cheiro, constituindo boa forragem para bovinos, caprinos e ovinos Medicinal As folhas, flores e cascas são usadas no tratamento das infecções catarrais, nas diarréias e disenterias. 5 ASPECTOS NEGATIVOS Os frutos são ingeridos pelos animais, porém os ápices pontiagudos por vezes perfuram o intestino, causando a morte. Referências utilizadas 1 NOMENCLATURA Referências: 44, 91, 99, 115, 116, 124, 134, 135, 136, 142, 143, 154, 164, 165, 172, 174, 175, 178, 181, 195, 200, 206, 303, OCORRÊNCIA Referências: 44, 91, 99, 135, 154, 174, 164, 200, DESCRIÇÃO Referências: 44, 91, 99, 115, 124, 135, 136, 143, 172, 181, 200, USOS Referências: 44, 91, 99, 165, 172, 181, ASPECTOS NEGATIVOS Referência: 44 3
4 Bibliografia/Legenda de acordo com a classificação no Endnote 44 - Lima, J. L. S. d. (1996). PLANTAS FORRAGEIRAS DA CAATINGA - USO E POTENCIALIDADES. Petrolina PE Parente, E. (1966). PLANTAS DE VALOR ECONÔMICO NO CEARÁ. O CEARÁ. Fortaleza CE: 12p Campos, M. A. L. (1991). ASPECTOS MORFO-FISIOLÓGICOS DE PLANTAS DA CAATINGA, DURANTE OS PERÍODOS ÚMIDOS E DE ESTRESSE HÍDRICO. BOTÂNICA. Recife, UFRPE: 129p Griz, L. M. S. (1996). DISPERSÃO DE SEMENTES NA CAATINGA DE PERNAMBUCO, NORDESTE DO BRASIL. Biologia Vegetal. Recife, UFPE: Neiva, M. S. M. (1997). ESTRUTURA DOS TEGUMENTOS, GERMINAÇÃO E ASPECTOS BOQUÍMICOS DAS SEMENTES DE QUATRO ESPÉCIES DE LEGUMINOSAE (CAESALPINOIDEAE), OCORRENTES NUMA ÁREA DE CAATINGA. Biologia vegetal. Recife, UFPE - Universidade Federal de Pernambuco: Matos, J. J. A. (1999). PLANTAS DA MEDICINA POPULAR DO NORDESTE: PROPRIEDADES ATRIBUÍDAS E CONFIRMADAS. Fortaleza CE, UFC Sá, J. A. G. M. d. (1998). AVALIAÇÃO DO ESTOQUE LENHOSO DO SERTÃO E AGRESTE PERNAMBUCANO INVENTÁRIO FLORESTAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO. Recife Lima, D. d. A. (1989). PLANTAS DAS CAATINGAS. Rio de Janeiro RJ Veloso, H. P. and H. E. Strang (1970). ALGUNS ASPECTOS FISIONÔMICOS DA VEGETAÇÃO DO BRASIL. MEMÓRIAS DO INSTITUTO OSVALDO CRUZ. Rio de Janeiro RJ Gama, N. S. (1992). ESTUDOS ECOFISIOLÓGICOS EM Bauhinia cheilantha (BONG.) STEUD. (LEGUMINOSAE, CAESALPINOIDEAE) NA REGIÃO SEMI-ÁRIDA DO ESTADO DE ALAGOAS. BOTÂNICA. Recife PE, UFRPE: 129p Lima, J. L. S. d. (1982). RECONHECIMENTO DE TRINTA ESPÉCIES ARBÓREAS E ARBUSTIVAS DA CAATINGA, ATRAVÉS DA MORFOLOGIA DA CASCA. BOTÂNICA. Recife PE, UFRPE: 144p Tavares, S., F. A. F. Paiva, et al. (1975). INVENTÁRIO FLORESTAL NA PARAÍBA E NO RIO GRANDE DO NORTE; I ESTUDO PRELIMINAR DAS MATAS REMANESCENTES DO VALE DO PIRANHAS. RECIFE PE, SUDENE-DRN: 31p Ferri, M. G. (1953). BALANÇO DE ÁGUA DE PLANTAS DA CAATINGA. 4
5 CONGRESSO NACIONAL DA SOCIEDADE BOTÂNICA DO BRASIL, RECIFE, PE Ribaski, J., Ed. (1986). AVALIAÇÃO DO USO DOS RECURSOS FLORESTAIS EM IMÓVEIS RURAIS NA REGIÃO DE OURICURI- PE. Boletim de Pesquisa. PETROLINA, PE, EMBRAPA-CPATSA Grisi, B. M. (1976). ECOFISIOLOGIA DA CAATINGA: COMPORTAMENTO HÍDRICO DE Caesalpinia pyramidalis TUL. E Schinopsis brasiliensis ENGL. CIENCIA E CULTURA 28(4): Sales, M. F. d. and M. J. d. A. Lima (1984). FORMAS DE USO DA FLORA DA CAATINGA PELO ASSENTAMENTO DA MICRORREGIÃO DE SOLEDADE, PB. REUNIAO NORDESTINA DE BOTÂNICA, RECIFE, PE, UFRPE- DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA Santos, A. V. P. d. and B. M. Grisi (1976). ANATOMIA FOLIAR ECOLÓGICA DE ALGUMAS PLANTAS DA CAATINGA. REVISTA BRASILEIRA DE BIOLOGIA, RIO DE JANEIRO 36(4): Drumond, M. A., P. C. F. Lima, et al. (1980). SOCIABILIDADE DAS ESPÉCIES FLORESTAIS DA CAATINGA EM SANTA MARIA DA BOA VISTA, PE. BOLETIM DE PESQUISA FLORESTAL, CURITIBA(N.4): P Oliveira, O. F. d. (1976). ALGUMAS ÁRVORES DO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ. CAATINGA, MOSSORÓ V.1(N.1): P Carvalho, G. H. d. (1971). CONTRIBUIÇÃO PARA A DETERMINAÇÃO DA RESERVA MADEIREIRA DO SERTÃO CENTRAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO. BOLETIM DE RECURSOS NATURAIS, RECIFE V.9 (N.1/2): P Ducke, A. (1979). ESTUDOS BOTÂNICOS NO CEARÁ. Mossoró Braga, R. (1985). PLANTAS DO NORDESTE, ESPECIALMENTE DO CEARÁ. Natal RN, Editora Universitária, UFRN Delforgue, H. (1945). GLOSSÁRIO DOS NOMES VULGARES DAS PLANTAS DO HERBÁRIO DA SEÇÃO DE BOTÂNICA Rizzini, C. T. (1976). BOTÂNICA ECONÔMICA BRASILEIRA. São Paulo SP, USP. 5
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