A educação ambiental e a consciência dos funcionários sobre o descarte dos

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1 A educação ambiental e a consciência dos funcionários sobre o descarte dos resíduos sólidos em uma empresa alimentícia no município de Jaboticabal/ SP Luciana Ap: Barbieri da Rosa a*, Ana Paula F. Mazzocato b, Daniele Franco Martins Machado b, Daiane Pinheiro b a Centro de Ciências Rurais (CCR), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), lucianaaparecidabarbieri@yahoo.com.br b Centro de Ciências Rurais (CCR), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), apfmazzocato@hotmail.com *Autor para Correspondência: lucianaaparecidabarbieri@yahoo.com.br Palavras-chaves: Meio Ambiente, Consumo Sustentável, Reciclagem, Gestão Ambiental. Título Abreviado: Gestão Socioambiental Abstract The "man" too is exploring the environment, causing its degradation. Within this context, comes as the Environmental Education awareness and best practices with the officials of the company, to have an awareness of environmental preservation and separation of solid waste, thus, a mutual exchange. This study aimed to evaluate the perceptions of employees of a company in relation to the environment, waste is its interrelationship with the Environmental Education. The results show that employees do not have a considerable understanding of the advanced topics. The data analysis in a general view of them is basic and some intermediate cases. However, it should implement environmental education programs for the company, raising the employees and consequently their families to environmental problems that affect us today and with that ensure sustainability. 1

2 Resumo O homem está explorando demasiadamente o meio ambiente, causando sua degradação. Dentro desse contexto, entra a Educação Ambiental como forma de conscientização e de boas práticas com os funcionários da empresa, para que tenham a consciência da preservação do meio ambiente e a separação dos resíduos sólidos, promovendo assim, uma troca mútua. O presente trabalho teve por objetivo avaliar a percepção dos funcionários de uma empresa em relação ao meio ambiente, aos resíduos se a sua inter-relação com a Educação Ambiental. Os resultados obtidos revelam que os funcionários não possuem uma percepção avançada considerável sobre as temáticas. A análise dos dados em geral a visão deles é básica e em alguns casos intermediária. Entretanto, devem-se implantar programas de educação ambiental na empresa, sensibilizando os funcionários e conseqüentemente seus familiares para os problemas ambientais que nos acomete atualmente e com isso garantir a sustentabilidade. Introdução O meio ambiente é o conjunto de forças e condições que cercam e influenciam os seres vivos e as coisas em geral. Os constituintes do meio ambiente compreendem fatores abióticos, como o clima, a iluminação, a pressão, o teor de oxigênio, e bióticos, como as condições de alimentação, modo de vida em sociedade e para o homem, educação, companhia, saúde e outros. Ao longo da história foi constante a agressão e a destruição do ambiente natural, o homem foi buscando novos territórios, novos ecossistemas e conseqüentemente, se 2

3 afastando da interação biológica com os demais seres viventes. Assim, se tornou um ser a parte no seu relacionamento com o meio ambiente. A partir do pós-guerra com a busca de novas tecnologias, a expansão do capitalismo, fez com que as empresas deixassem de pensar no meio ambiente como parte integrante e passou a explorá-lo, sentindo o centro de tudo, esquecendo da sua importância. Com isso, a partir da década de 60, alguns grupos ambientais começaram a se preocupar com o meio ambiente. Foi nesta década que começou as denúncias de melhor qualidade de vida, poluições e o uso o exagerado do meio ambiente. Na década de 70 e 80, alvo da Educação Ambiental, a consciência ambiental começou a torna-se mundial, e houve a preocupação de vários países sobre a degradação ambiental, surgindo então a preocupação com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Em 1975, foi o Primeiro Seminário Internacional de Educação Ambiental: Se redactó la Carta de Belgrado, fijando seis principales metas e las grandes líneas de orientacíon para los programas de Educación Ambiental. Estos se resumen em conocer, desarrollar la conciencia, adquirir aptitudes y actitudes, capacidad de evaluación y participación em relación a los problemas ambientales (VALERIAS, 2006, p. 147). De acordo com Grun (2006), na assembléia geral da ONU em 1983, foi criada a Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, onde foi presidida pela primeira ministra da Noruega a sra. Gro harlem Brundtland com o objetivo de pesquisar os problemas ambientais mundiais. Em 1989, os resultados são publicados no Relatório Brundtland, onde são cunhados dois conceitos desenvolvimento sustentado e nova ordem mundial. 3

4 De acordo com Reigota (1999), a educação e a educação ambiental em particular, baseadas nos paradigmas da globalidade (pensamento global e ação local e pensamento local e ação global), no diálogo das culturas, saberes e gerações, são condições fundamentais da pós-modernidade de resistência. A educação ambiental deve ser vista como um processo de aprendizagem permanente que busca as diversas formas de conhecimentos dos cidadãos e das empresas com consciência local e global. A partir de então, na década de 90, as empresas começaram a se preocupar com a degradação do meio ambiente, e começaram a investir em projetos ambientais e em novas tecnologias no seu processo produtivo, garantindo sua eco-eficiência. Contudo, foi no início do século XXI, que as empresas e população em geral começaram a se preocupar com o futuro das gerações futuras, como também com a importância da reciclagem dos resíduos sólidos, que contribui para amenizar os efeitos negativos dos nossos desperdícios, reciclando-os e reduzindo os impactos ambientais que os polímeros provocam. De acordo com Abreu (2001), a degradação ambiental causada pelos polímeros, representa mais do que a poluição. Significa também o desperdício dos recursos naturais. O resultado disso é um planeta com menos recursos naturais e com mais resíduos sólidos, que além da quantidade, aumenta a variedade, contendo materiais cada vez mais estranhos ao ambiente natural. Portanto, é necessário estimular e desenvolver a conscientização das pessoas em relação ao meio ambiente e aos resíduos sólidos, fazendo com que estas práticas se transformem em atitudes (e conscientização) voltadas para a melhoria da qualidade ambiental. A partir dessa consciência estas pessoas, passam a serem educadores, contribuindo para a sustentabilidade. 4

5 Porém as soluções começam em gestos diários de cada indivíduo em suas residências, utilizando a teoria dos 3 Rs : O primeiro R, significa reduzir a geração de resíduo, onde cada cidadão devem ter a consciência de quanto gera de resíduos sólido. Mudar as atitudes de consumo; O segundo R, é reaproveitar e usar a criatividade; O terceiro R, é a reciclagem, separar os resíduos sólidos em casa, para que possam ser recicláveis. Nesse sentido, tem-se como problema de pesquisa analisar se há conscientização dos funcionários da empresa em relação ao meio ambiente, aos resíduos sólidos interrelacionadas com a Educação Ambiental. O objetivo desse trabalho foi avaliar a percepção dos funcionários frente ao meio ambiente, aos resíduos sólidos em relação à Educação Ambiental, para que através dessa avaliação se possa intervir e propor práticas educativas da importância da preservação do meio ambiente, para que tomem consciência da importância da separação dos resíduos sólidos, ou seja, da reciclagem contribuindo para a sustentabilidade das futuras gerações. Metodologia Com o intuito de analisar a percepção dos funcionários de uma empresa em relação ao meio ambiente, aos resíduos sólidos e a educação ambiental, foi realizada uma pesquisa de caráter qualitativo, em uma empresa alimentícia de Jaboticabal /SP. Como forma de instrumento de pesquisa foi aplicado um questionário aos colaboradores para analisar qual a percepção deles frente as temáticas citadas. O questionário utilizado como instrumento de pesquisa, composto por cinco questões abertas (dissertativas), foi aplicado a 20 colaboradores. Para responder às perguntas os funcionários tiveram aproximadamente 15 minutos. O enfoque foi meio 5

6 ambiente, educação ambiental e gestão ambiental e resíduos sólidos, com o intuito de diagnosticar a percepção desse público sobre os eixos temáticos já citados. Os dados coletados foram distribuídos em uma escala de três níveis: nível básico, nível intermediário e nível avançado, onde cada um corresponde ao nível de conhecimento dos participantes em relação a cada questão integrante do questionário. A interpretação e classificação das respostas tiveram como base um estudo prévio bibliográfico. Resultados e Discussão Conforme Almanaque Abril (2008), considera-se o meio ambiente como sendo os fatores físicos que nos cercam - atmosfera, solo e a água e o conjunto de influências que atuam sobre os organismos vivos. Esses elementos estão articulados em um ciclo vital, a teia alimentar responsável pelo equilíbrio e pela manutenção do sistema. Na análise de dados pode-se perceber que os resultados obtidos na questão n 01 revelam que 58% dos entrevistados possuem uma visão antropocêntrica sobre o Meio Ambiente, ou seja, que o homem é o dono dos recursos naturais. E que 18% têm uma visão intermediária, sendo que 12% dos participantes possuem uma visão avançada (ampla) sobre o Meio Ambiente, e 12% não responderam a questão. Esse fato nos revela a subjetividade do homem em relação ao meio que vive, mesmo estando inserida em uma sociedade globalizada. Na questão n 02, ao se perguntar aos colaboradores, se na empresa havia o consumo consciente e a separação dos resíduos sólidos, 100% disseram que sim, porém questionaram que não adiantava, pois ao serem recolhidos eram destinados tudo para o mesmo caminhão. 6

7 Ao perguntar na questão n 03, se em sua residência sua família realizava a separação dos resíduos sólidos destinados a reciclagem, 90% disseram que não e 10% disseram que sim. Ao mencionar sobre os resíduos sólidos e sua separação diz: Nos últimos anos, vários países em todo o mundo têm reconhecido a necessidade de se reduzir à quantidade de materiais plásticos desperdiçados e descartados, além de incentivarem a reciclagem, que apesar de depender, em grande parte da coleta e seleção do produto, e apesar de grande parte dos municípios brasileiros possuírem algum tipo de coleta seletiva, não atingem a totalidade de recicláveis. Neste contexto, o interesse na utilização de produtos que tenham origem vegetal e a produção de materiais, principalmente plásticos com caráter biodegradável tem se intensificado como política em diversos setores da sociedade (DA ROZ, 2003). Segundo Noguera (2009), define-se Educação Ambiental como Um processo contínuo e permanente que busca a transformação de valores e atitudes e posicionamentos pelos quais, a comunidade por intermédio do indivíduo esclarece conceitos voltados para a conservação do ambiente. Na análise da questão n 04, ao perguntar sobre essa temática 80% tiveram uma visão básica, 20% analisaram de forma mais precisa e mais consciente o tema abordado. Com isso, percebe-se a necessidade de implantação de programas educativos na empresa possibilitando aos colaboradores uma visão mais ampla sobre o assunto. De acordo com Jacob (2003), a problemática socioambiental, ao questionar ideologias teóricas e práticas, propõe a participação democrática da sociedade na gestão dos seus recursos atuais e potenciais, assim como no processo de tomada de decisões para a escolha de novos estilos de vida e a construção de futuros possíveis, sob a ótica da sustentabilidade ecológica e a eqüidade social. Na questão n 05, foi perguntado se 7

8 os funcionários mudariam alguma atitude pessoal em favor da sustentabilidade, 85 % disseram que sim e 15% disseram que não. Conclusões A educação ambiental, tem como lema conscientizar os indivíduos sobre os problemas ambientais para que entendam as causa e os efeitos da degradação ambiental e possam ter atitudes voltadas para a sustentabilidade. Conforme problema de pesquisa, os funcionários não possuem uma percepção ampla sobre o meio ambiente, os resíduos sólidos e a educação ambiental, não existindo insercção entre esses fatores. Através da realização dessa pesquisa, concluo que os funcionários não possuem uma percepção considerável sobre o assunto. Constato com a análise dos dados que em geral a visão deles é básica e em alguns casos intermediária. Percebe-se que parte dos funcionários não dão importância para o meio ambiente e conseqüentemente para os resíduos sólidos, vendo-o como uma forma única de exploração e consumo, não se preocupando com as futuras gerações. Entretanto, devemse implantar programas de educação ambiental na empresa, sensibilizando os funcionários e conseqüentemente seus familiares para os problemas ambientais que nos acomete atualmente e com isso garantir a sustentabilidade. Referências Bibliográficas Capítulo de livro ou artigo em um livro: ABREU, M. F. Do lixo à Cidadania, Estratégias para a Ação. Brasília: Caixa, 2001, p.11. Almanaque, Brasil Socioambiental. Uma nova perspectiva para entender a situação do Brasil e a nossa contribuição para a crise planetária. Ministério da Cultura, São Paulo Editora ISA, p

9 GRUN, M. Ètica e Educação Ambiental: a conexão necessária. Campinas, SP: Papirus, 1996, p. 18. REIGOTA, M. Ecologia, elites e intelligentsia na América Latina: um estudo de suas representações sociais. Editora Annablume,1999,p.66. Link / URL: DA ROZ, A.L. Plástico Biodegradável preparado a partir de Amido. Polímeros vol.13 no.4 São Carlos Oct./Dec doi: /S Disponível em: Acesso em : 24/06/2009. JACOB, P. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Caderno de pesquisa nº118, p. 191 Disponível em: Acesso: 12/07/2009. NOGUEIRA, J.O.C. Curso de Pós-graduação Especialização em Educação Ambiental. Disponível em: Acesso em: 29/06/2009. Livros completos: TACHIZAWA, T; ANDRADE, R.O.B.de. Gestão Socioambiental: estratégias na nova era da sustentabilidade. Rio de Janeiro. Elsevier, 2008, 239p. CINQUETTI, H.C.S. (ORG). Consumo e resíduo: fundamentos para o trabalho educativo.são Carlos: Edufscar, 2006,216p. OLIVEIRA, M. do. R et al. Gestão estratégica para o desenvolvimento sustentável. Ponta Grossa: Editora UEPG,2007, p.254. SATO, M. Educação Ambiental. São Carlos: Ed Rima, 2004,64p. SATO, M.; CARVALHO, I. Educação Ambiental. Porto Alegre: Artmed, 2005, 232p. 9

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