PREVALÊNCIA DE HEPATITE B EM PACIENTES MORADORES DA REGIONAL GARÇAS-ARAGUAIA- MT
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- Manuel Sabrosa Fidalgo
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1 PREVALÊNCIA DE HEPATITE B EM PACIENTES MORADORES DA REGIONAL GARÇAS-ARAGUAIA- MT 154 Andréa Aguiar Viana 1 Marieli Basso Bolpato 2 Daniela Silva Reis 3 Anderson Assis de Faria 4 RESUMO: Hepatite B é uma inflamação do fígado causada pelo vírus hepatotrópico, da família Hepadnavíridae. Objetivou-se demonstrar sua prevalência no período de 2009 à 2011 nos moradores da Regional Garças-Araguaia-MT. Para elaboração deste, realizou-se um estudo descritivo de natureza quantitativa e epidemiológica, foram efetuados levantamentos bibliográficos e consulta à Secretaria Municipal de Saúde de Barra do Garças e ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Hepatites virais tiveram maior prevalência em indivíduos do sexo masculino, entretanto o tipo B teve maior predomínio. É relevante a prevenção, realizada por meio da vacinação e o conhecimento da imunização. Palavras-chave: Hepatite B; vírus; prevalência; prevenção. ABSTRACT: Hepatitis B is an inflammation of the liver caused by hepatotropic viruses, family Hepadnaviridae. This study aimed to demonstrate its prevalence in the period 2009 to 2011 in the Regional residents Garças-Araguaia-MT. To elaborate this, we performed a descriptive study of quantitative and epidemiological literature surveys were conducted and consulted the Municipal Secretariat of Health Barra do Garças and Information System for Notifiable Diseases. Viral hepatitis had a higher prevalence in males, however the type B had a higher prevalence. It is relevant to the prevention, performed by means of knowledge of the vaccination and immunization. Key-words: Hepatitis B; virus; prevalence; prevention. 1 Bióloga, Acadêmica do curso de enfermagem/ 2012 das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia UNIVAR MT. E- mail aguiardeia4@hotmail.com 2 Enfermeira e Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória e Enfermagem em Emergência, Mestre em Ciências Ambientais e Saúde, Doutoranda em Saúde Pública, Docente das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia - UNIVAR - MT. mabolpato@hotmail.com 3 Enfermeira mestre, Doutoranda em Saúde Pública, Docente e coordenadora do curso de Enfermagem das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia UNIVAR - MT. danielareis@univar.edu.br 4 FARIA, Anderson Assis de. Biólogo Formado na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) no ano de Mestre em Ecologia, pela UFMT, desde o ano de INTRODUÇÃO As hepatites virais representam-se um grave problema de saúde pública no mundo e no Brasil (CARVALHO e ARAUJO, 2008; ECHEVARRÍA e LEÓN, 2003; BRASIL, 2008a). Hepatite B é uma patologia infecciosa causada pelo vírus da hepatite B (HBV), constituído por ácido desoxirribonucléico (DNA) de fita dupla da família Hepadnaviridae, conhecida anteriormente como soro-homóloga, podendo apresentar-se de forma assintomática ou sintomática (BRASIL, 2005). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem no mundo mais de 350 milhões de portadores crônicos do vírus da hepatite B e estima-se que o vírus seria responsável por mais de 1 milhão de mortes ao ano devido aos efeitos desta infecção (ARRAES et al., 2003). O vírus da hepatite B é altamente infectivo, para se prevenir é necessária a imunização contra o mesmo, porém é facilmente transmitido pela via sexual, por transfusões de sangue, procedimentos médicos e odontológicos sem o uso de Equipamento de Proteção Individual e hemodiálises sem as adequadas normas de biossegurança, pela transmissão vertical (mãe-filho), ocorre durante o parto, por meio de contato com sangue, líquido amniótico ou secreções maternas, por contatos íntimos domiciliares (compartilhamento de lâminas de barbear, escovas de dentes e alicates de unhas), acidentes perfurocortantes, equipamentos para uso de drogas através do compartilhamento de seringas e de material para a realização de tatuagens e piercings (BRASIL, 2010; BRASIL, 2008b). A hepatite B é uma doença grave, várias pessoas desconhecem a patologia e suas formas de transmissões, mesmo quando estão vivendo em ambientes propícios à contaminação. Por apresentar-se de forma assintomática, os portadores do vírus descobrem sua patologia ao doarem sangue, através de exames laboratoriais que acusam a presença do vírus (ANASTÁCIO et al., 2008). Muitas vezes, esta afecção é diagnosticada tardiamente, dificultando o tratamento. Até o momento não existe nenhum tratamento específico para a forma aguda da doença, geralmente recomenda-se repouso, alimentação adequada, sem
2 155 ingesta de álcool. As próprias células de defesa do organismo conseguem combater o vírus e eliminar a doença. A infecção do vírus da hepatite B prejudica o fígado ocasionando o aparecimento clássico de sintomas ictéricos e a liberação de enzimas hepáticas. O vírus é de fácil transmissão, mesmo antes de apresentarem os sintomas, os indivíduos infectados podem tornar-se transmissores (BABINSKI, 2008). O vírus possui uma grande infectividade, por sobreviver ativo no ambiente externo por mais tempo, somente com uma partícula viral contamina o homem, o vírus contagia aproximadamente 100 vezes mais em relação ao vírus da imunodeficiência humana, e 10 vezes mais do que o vírus da hepatite C (MOREIRA; EVANGELISTA e ATHAYDE, 2010). O vírus da hepatite B pode causar doença hepática aguda e/ou crônica e hepatite fulminante, uma forma rara da doença que pode ser fatal. Após um período de incubação longo que ocorre de 30 a 180 dias, a média de 60 a 90 dias, os indivíduos infectados desenvolvem o quadro de hepatite aguda, porém o vírus multiplica-se e ataca lentamente o fígado, ao longo do tempo, diminuindo a capacidade do fígado para funcionar e para se regenerar, sua transmissão ocorre na segunda a terceira semanas antes de iniciar os sintomas. Já o portador crônico poderá transmitir por vários anos (SMELTZER, 2008). Segundo o Ministério da Saúde a hepatite B, pode evoluir para a fase aguda, sendo uma doença de curta duração, que ocorre depois da exposição ao vírus, nos pacientes sintomáticos, usualmente evolui em três fases: Fase prodrômica ou pré-icterícia: sintomas inespecíficos de anorexia, náuseas e vômitos, alterações do olfato e paladar, cansaço, mal-estar, artralgia, mialgias, cefaléia e febre baixa. Fase ictérica: inicia-se após 5 a 10 dias da fase prodrômica, caracterizando-se pela redução na intensidade dos sintomas e a ocorrência de icterícia. Colúria precede esta fase por 2 ou 3 dias. Fase de convalescença: a sintomatologia desaparece gradativamente, geralmente em 2 a 12 semanas (BRASIL, 1999). O vírus também pode desenvolver-se para a fase crônica, sendo uma doença de longa duração, que ocorre quando o vírus permanece no organismo da pessoa por mais de 6 meses, os sintomas quando presentes, são inespecíficos, como mal-estar geral, fadiga e sintomas digestivos. Após anos de evolução a hepatite B pode cronificar e evoluir para a cirrose hepática e posteriormente para hepatocarcinoma, que podem levar a morte ou a necessidade de transplante (BRASIL, 2005). O tratamento da hepatite B é realizado com antivirais, medicamentos que fazem parte do tratamento da hepatite B crônica, com finalidade de minimizar a capacidade de replicação do vírus, ou seja, não há cura totalmente para a doença crônica, existem tratamentos que podem ajudar a inverter a afecção hepática (ANASTÁCIO et al., 2008). A vacina contra o vírus é a forma mais eficaz para a prevenção, que visa contribuir para o controle ou erradicação da afecção, através do Programa Nacional de Imunização (CARVALHO e ARAUJO, 2008). O vírus da hepatite B é viável à temperatura ambiente, sobrevive no sangue seco e em superfícies contaminadas por gotículas de sangue ou secreções por períodos de até uma semana (SORIANO et al., 2008). Cabe ressaltar que estas gotículas são capazes de transmitir a infecção, através de contato com escovas de dente, toalhas, alicates de unha, barbeadores, materiais para utilização de piercing, tatuagens e equipamentos hospitalares. O não uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI), Equipamento de Proteção Coletiva (EPC), a falta dos cuidados gerais e locais a serem tomados quando da exposição à material biológico, trazem um risco aos profissionais da saúde, é cerca de três a cinco vezes maiores do que nos demais membros da população (PINHEIRO e ZEITOUNE, 2008). Portanto, existe medidas profiláticas da hepatite B, através de medidas de biossegurança, como uso de luvas, máscaras, óculos protetores, aventais e evitar acidentes com perfurocortantes. Não ter relações sexuais desprotegidas (vaginal, anal ou oral). Para os doentes, existe apenas tratamento, cujos objetivos são interromper a multiplicação do vírus, antes que ocorra dano irreversível ao fígado (ROSSI et al., 2010). Hepatite A é uma doença contagiosa, causada pelo vírus da hepatite A, pertence à família Picornavírus, tem sido o principal causador em crianças e adolescentes, também conhecido como hepatite infecciosa, transmitida por via fecal-oral, por contato entre indivíduos ou através de água e alimentos contaminados (FERREIRA e SILVEIRA, 2004; VALDESPINO et al.,2007). O período de incubação do vírus é de 15 a 50 dias, com média aproximada de 1 mês (SMELTZER et al., 2008). O vírus da hepatite C é constituído por uma fita simples de ácido ribonucléico (RNA), pertence à família Flaviridae (BABINSKI et al., 2008). Os principais fatores de risco para a infecção pelo vírus da hepatite C são a transfusão sanguínea, uso de drogas injetáveis e terapias invasivas com equipamentos contaminados (ou não seguros), transmissão sexual e vertical (MARTINS; SCHIAVON e SCHIAVON, 2011). O período de incubação do vírus é variável, de 15 a 150 dias, a média é de 50 dias (BRASIL, 2010). Diante dos múltiplos fatores associados à ocorrência do vírus da hepatite B em acidentes de trabalho com material biológico, através de relações sexuais e das notificações de acidentes, é que despertou o interesse em mostrar a importância da adoção de estratégias preventivas para minimizar o problema, e da necessidade de alertar as instituições e pessoas da sociedade, para uma situação que atinge milhares de pessoas em todo o mundo. Contudo, o estudo é de extrema utilidade, constituindo-se em ferramenta de consulta, tendo como proposta informar conhecimentos interdisciplinares estabelecidos entre pesquisadores, acadêmicos de graduação e pós-graduação, profissionais da saúde, famílias, comunidades da Regional Garças-Araguaia e várias regiões do Brasil, com objetivo em evidenciar os
3 156 principais fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da hepatite B e elencar as ações de enfermagem que possibilitem a prevenção desta patologia. Além de estimar a prevalência da hepatite A, B e C, faixa etária, formas de transmissão, sexo e raça/cor durante o período de janeiro de 2009 a dezembro de 2011 em pacientes moradores da Regional Garças-Araguaia-MT, visando à conscientização dos leitores desse estudo. 2. MATARIAIS E MÉTODOS O artigo é um estudo descritivo de natureza quantitativa, obtidos a partir de levantamentos epidemiológicos e bibiográficos (livros e artigos científicos) e dados fornecidos pelo Serviço de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde do município de Barra do Garças e do Escritório Regional de Saúde de Barra do Garças-MT, a partir do SINAN-NET (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), (ABEC, 2012). Contudo, realizou-se uma seleção de idéias, teorias e apontamentos por intermédio de fichamento por notas resumitivas. Para a fundamentação desta pesquisa, fez-se ainda, leituras interpretativas de tal forma que possibilitou estabelecer um diálogo entre os autores e obras escolhidas no referencial bibliográfico contidas nesta pesquisa. A pesquisa desenvolveu-se entre os meses de março a agosto de 2012, sendo a aplicação de investigação realizada entre os meses de março e abril do mesmo ano. Sendo utilizado como campo de pesquisa o SINAN-NET que coleta, transmite e dissemina dados gerados rotineiramente pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde e Escritório Regional de Saúde de Barra do Garças, onde recebem dados através de Ficha Individual de Notificação (FIN) preenchidas pelas unidades assistenciais para cada paciente quando da suspeita de casos de doenças de notificação compulsória ou de interesse nacional, estadual ou municipal e Ficha Individual de Investigação (FII). Depois são encaminhados para o nível central a Secretaria Estadual de Saúde na cidade de Cuiabá e por último ao Ministério da Saúde. Foram analisados os dados entre janeiro de 2009 a dezembro de 2011, em pacientes moradores da Regional Garças-Araguaia MT, a partir das prováveis classificações etiológicas: sexo, faixa etária, fonte/mecanismo de infecção e raça/cor. Esta região atende 10 municípios: Araguaiana, Barra do Garças, Campinápolis, General Carneiro, Nova Xavantina, Novo São Joaquim, Pontal do Araguaia, Ponte Branca, Ribeirãozinho e Torixoréu. Primeiramente, foram levantados dados das hepatites virais A, B e C, a fim de se estabelecer um comparativo, destacando os principais fatores de risco, prevenções, diagnóstico da hepatite B. As hepatites virais (A, B e C), são de notificação compulsória, porém todos os casos suspeitos e/ou confirmados devem ser notificados na ficha do SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação) e encaminhados ao órgão responsável pela Vigilância Epidemiológica Local. Os dados obtidos através da pesquisa foram submetidos à análise percentual, tendo sua apresentação de resultados auxiliados por meio de tabelas e figuras, construídos com o auxílio do programa Microsoft Oficce Excel 2007 e Microsoft Oficce Word RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com os dados produzidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-NET), no período entre 2009 a 2011 em pacientes moradores da Regional Garças-Araguaia- MT, foram notificados 33 casos prováveis de hepatites virais. Foram confirmados através do diagnóstico sorológico como hepatites virais A, B e C com (33,4%), dos quais (6,1%) foram identificados como vírus A, (21,2%) vírus B, (6,1%) vírus C, e (63,6%) notificações encontram-se como ignorado/branco, (3%) não se aplica. Como expresso na Figura 1, a frequência por ano de notificação de casos de hepatites virais (A, B e C) de janeiro 2009 a dezembro de 2011, segundo uma classificação etiológica, da Regional Garças-Araguaia, observa-se uma provável prevalência do vírus B em relação às hepatites virais A e C, totalizando 21,2% do vírus HBV, também apresentando-se uma frequência menor do vírus A (6,1%) e vírus C (6,1%) no ano de 2009, já em 2010 e 2011 não foram registrados nenhum vírus desta patologia. Porém apresenta-se um alto percentual de informações ignorado/branco (63,6%) em comparação a hepatite B, devido a uma grande restrição na análise desse campo. O vírus da hepatite B predomina com uma frequência maior quando comparado às outros, na Região Centro-Oeste nos três últimos anos totalizando, em 2009 (20,7%), 2010 (18,3%), 2011 (21,1%) e no Brasil foram registrados nos anos de 2009 (7,5%), 2010 (6,9%), 2011 (7,7%) (BRASIL, 2012). Enquanto a hepatite C, não existe nenhuma medida específica eficaz para a redução do risco de infecção pelo vírus da hepatite C após exposição ocupacional. A única forma de reduzir o risco é a prevenção do próprio acidente (BRASIL, 2011a). Figura 1 Distribuição percentual dos casos de hepatites virais A, B e C, segundo provável
4 classificação etiológica por ano de notificação na Regional Garças-Araguaia-MT. A Figura 2 mostra-se uma divergência entre homens e mulheres quanto à frequência por ano da notificação segundo o sexo. Em relação à distribuição percentual de hepatites virais segundo sexo, pode-se observar que, a maioria dos casos (69,7%) ocorre entre indivíduos do sexo masculino e que as taxas de incidência foram maiores entre os homens ao longo de toda série apresentada, 2009 (71,4%), 2010 (60,0%), 2011 (77,8%), já nas mulheres observa-se uma frequência menor dos casos totalizados (30,3%), sendo que 2009 (28,6%), 2010 (40,0%) e 2011 (22,3%) foram registrados na Regional Garças-Araguaia. De acordo com Ministério da Saúde em relação ao sexo, os homens apresentaram maior probabilidade de exposição ao vírus em todas as regiões e no Distrito Federal, exceto na Região Norte (BRASIL, 2011b). De acordo com o Ministério da Saúde, em relação à distribuição segundo o sexo no Estado do Amazonas pode-se observar que, indivíduos do sexo masculino na faixa etária entre 20 e 49 apresentaram maior predomínio e prevalência pelo vírus da hepatite B, estes fatores de risco se associaram à exposição do homem a maior número de parceiros sexuais, homossexualismo, compartilhamento de lâminas de barbear e riscos de acidentes com necessidade de transfusão (BRASIL et al., 2003). Já quanto os números de casos de hepatite virais, de acordo com a faixa etária entre 2009 a 2011 na Regional Garças-Araguaia, a Figura 3 mostra-se um maior predomínio de infecção em indivíduos adultos, sobretudo na faixa etária entre 20 a 29 anos, com 33,3% e entre 40 a 49 anos, com 36,5%. Vários estudos mostram alta incidência do vírus B, alguns também apresentam o vírus C incidente na faixa de 20 anos, chegando até os 50 anos, como um pouco de predominância no sexo masculino (OLSSON, 2011). Babinsk (2004) descreve que avaliando os dados para infecção provocada pelo vírus da hepatite B, dos 191 casos relatados no período de 2001 a 2004 no município de Maringá, 137 casos ocorreram em indivíduos entre 20 e 49 anos de idade e principalmente do sexo masculino, esta prevalência sugere como principais fontes de infecção: a transmissão sexual, homossexualismo e usuários de drogas intravenosas. 157 Figura 3 Frequência por ano da notificação de hepatites virais, segundo a faixa etária no ano de 2009 a 2011 na Regional Garças-Araguaia-MT. A Tabela 1 observar-se que através da distribuição percentual dos casos de hepatites virais segundo a provável fonte/ mecanismo de infecção na Regional Garças-Araguaia durante o período de 2009 a 2011, dos 33 casos índices prováveis, totalizando (57,6%) são ignorado/branco, observando-se uma importante restrição na análise desse campo, (27,3%) apresenta-se como provável maior forma predominante de fonte de infecção por via sexual durante todo o período, observa-se a infecção pela ingestão de água e alimentos contaminados através da via oral-fecal, sendo que no ano de 2009 (7,1%), 2010 (0%), 2011 (22,2%), totalizando (9,1%), provavelmente pelo vírus da hepatite A. Em relação ao Ministério da Saúde, a fonte de infecção mais prevalente é a transmissão sexual, sendo relevante nas Regiões Norte, Nordeste, Centro- Oeste e Sul (BRASIL, 2011b). A história natural da hepatite B evidencia a facilidade de transmissão por contato intradomiciliar e sexual, alta sobrevida do vírus no meio ambiente (até uma semana) com viabilidade de causar infecção. Figura 2 - Taxa de detecção de hepatites virais, segundo sexo Sendo por assim, ano de há notificação maior possibilidade na Regional para Garças- contato e Araguaia-MT. infecção pelo vírus B (OLSSON, 2011). Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (2008) descreve que os casos de hepatites virais onde é possível obter a informação da fonte de infecção, são detectados pela via sexual (39,2%) a causa principal e em segundo lugar, uso de drogas injetáveis (31.6%), as outras fontes citadas se diferenciam através do agente etiológico. Tabela 1 Distribuição percentual dos casos de hepatites virais, segundo provável fonte/ mecanismo de infecção nos anos de 2009 a 2011 na Regional Garças- Araguaia-MT Fonte/Mecanismo de infecção Total nº % n º % n % nº % Ign/Branco 9 64,3 7 70,0 3 33, ,6 Sexual 4 28,6 3 30,0 2 2,2 9 27,3 Transfusional ,1 1 3,0 Uso de Drogas ,1 1 3,0 Alimento/Água 1 7, ,2 3 9,1 Total
5 A Tabela 2, por sua vez, traz a distribuição variável provável de casos (número e percentual) de hepatites virais por raça/cor da Regional Garças- Araguaia entre os anos de 2009 a 2011 registrou-se respectivamente: (28,6%), (50,0%) e (44,4%), totalizando-se (39,4%) na cor branca, segundo a raça por ano da notificação devido à infecção de hepatites virais, e (21,4%), (30,0%) e (44,4%), totalizando-se (30,3%) na cor parda. Quanto à variável raça/cor, chama à atenção a progressiva redução do campo ignorado/branco, que passaram de 21,4% em 2009 para 0% em 2010 e Ressalta-se que essa variável não é um campo de preenchimento obrigatório, sendo assim, ainda se observa, em relação à raça/cor, um pequeno percentual de informações ignorado/branco. As prevalências totais de indígenas de 2009 a 2011 foram respectivamente: (14,3%), (20,0%) e (0%), totalizando (12,1%), com redução significativa no último ano. A prevalência de algumas hepatites virais segundo variável provável raça/cor houve redução enquanto que a de outras teve aumentou significativamente. Para OLSSON (2011) a raça/cor predominante é a parda, isto ocorre porque os dados do SINAN são informados, na grande maioria, nas unidades de saúde pública. Nesses locais, a maior parte da população que procura atendimento é formada por pessoas com menos instrução e que moram nas cidades. Vale destacar que, segundo o estudo de Nunes, Monteiro e Soares (2007) nas áreas indígenas, a vacinação precisa ser ampliada, principalmente, entre menores de 1 ano de idade, e que maior atenção deve ser dada aos indivíduos do sexo masculino, em que foram observadas as maiores prevalências, provavelmente em decorrência de alguns costumes culturais, tais como perfuração das orelhas, consumo de bebidas alcoólicas e repetidas viagens para fora do ambiente da aldeia. Tabela 2 Distribuição variável provável de casos (número e percentual) de hepatites virais por raça/cor da Regional Garças-Araguaia entre os anos de 2009 a 2011 Raça/cor Total n º % n º % n º % n º % Ign/Branco 3 21, ,1 Branca 4 28, , ,4 Preta 1 7, ,2 2 6,1 Amarela 1 7, ,0 Parda 3 21, , ,3 Indígena 2 14, ,1 Total Observou-se que através da distribuição percentual dos casos de hepatites virais A e C, no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2011, não foram notificados nenhum caso, já quanto à classificação etiológica, raça/cor e fonte/mecanismo de infecção, apresentaram casos ignorado/branco durante o período de 2009 a 2011, estas razões muitas vezes são as mesmas que ocorrem em outros agravos, desconhecimento por partes dos profissionais de acordo com a notificação dos casos, podendo ocorrer 158 por não fornecimento de dados adequados e também por erros no sistema. Diante deste estudo é necessário que se faça medidas de intervenção para reverter o quadro dos indicadores que apresentam-se altos percentuais e consequentemente melhorar a qualidade de vida dos clientes através do controle e prevenção das hepatites virais visando à assessoria na organização interna dos serviços para possibilitar a ampliação dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos, para tanto, existe a necessidade de reuniões ou encontros periódicos com profissionais das gerências de saúde e municípios, objetivando uniformizar condutas e viabilizar a pactuação de referências regionais. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao desenvolver esse estudo sobre prevalência de hepatite B em pacientes moradores da Regional Garças-Araguaia-MT, percebeu-se a extrema relevância em analisar dados relacionados a vírus com peculiaridades tão distintas. De acordo com os resultados dos estudos, observou-se uma provável prevalência do vírus da hepatite B na Regional Garças-Araguaia, durante o período de janeiro de 2009 a dezembro de 2011 em relação as hepatites virais A e C, porém apresenta-se com um alto percentual de informações de casos ignorado/branco em comparação a hepatite B, devido a uma grande restrição na análise desse campo. Mostrase que há maior prevalência de hepatites virais A, B e C em indivíduos do sexo masculino, sendo maiores entre os homens em todos os anos de 2009 a Na análise, segundo faixa etária observa-se que, os registros classificados com maior incidência de hepatites virais, ocorreram entre 40 a 49 anos de idade, e entre 20 a 29 anos de idade. Constata-se que há uma proporção maior quanto à provável fonte de infecção de casos ignorado/branco, e em segundo lugar a via sexual nos anos de 2009 a A maioria dos casos de hepatites virais observa-se em indivíduos de raça/cor branca, seguidos dos indivíduos de raça/cor parda. Cabe ressaltar que a prevenção de hepatite B é de suma importância, através da vacinação e conhecimento da imunidade em relação ao vírus. Existe uma necessidade de se fazer intervenções quanto à disseminação desta patologia, através de estratégias preventivas para minimizar a doença por meio de cuidados que presta ao cliente, família e comunidade, desta forma o enfermeiro deve aconselha-las certas atitudes, cuidados e comportamentos para amenizar a sintomatologia inerente à hepatite e o seu risco de transmissão, e assim contribuir para que os profissionais da área da saúde, que sejam mais cautelosos. Muitas vezes estas patologias são diagnosticadas tardiamente, dificultando o tratamento, dependendo do agente que a provoca, somente poderá curar com repouso, requer tratamentos prolongados, ou mesmo um transplante de fígado quando desenvolvem complicações graves da cirrose como a falência
6 159 hepática, ou o cancro no fígado (carcinoma hepatocelular), que podem leva-los à morte. Quanto aos portadores e doentes, devem ser orientados a evitar a disseminação do vírus adotando medidas necessárias para minimizar os danos, tanto na fase aguda quanto na fase crônica da doença, principalmente pelas complicações que os casos agudos e crônicos podem desenvolver e que possa promover a continuidade do controle de transmissão do vírus da hepatite B através de campanhas de vacinação. O papel da enfermagem é provocar mudanças básicas nas unidades de saúde, planejar uma intervenção sistematizada junto a Regional Garças- Araguaia e desenvolver programas de treinamento a serem avaliados continuamente, realizar promoção da saúde, prevenção da doença, detecção precoce e tratamento. Considera-se preciosíssimo a formação de uma equipe multidisciplinar qualificada e capacitada, na qual o enfermeiro (a) possa exercer sua função de orientação-programação, e que venham a se tornar um ponto de apoio para esses pacientes. Com a abordagem empregada espera-se disponibilizar para o leitor um breve e introdutório estudo acerca dos principais fatores de risco e ações preventivas de enfermagem na intervenção da diminuição de ocorrências dos casos de hepatite B e demonstrar a complexidade dos desafios que envolvem o processo saúde-doença deste segmento específico da população do Baixo Araguaia. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS em Saúde - Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Boletim epidemiológico hepatites virais. 1. ed. Brasília, 2011, 76 p. b. em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8. ed. Brasília, 2010, 442 p. em Saúde. Material instrucional para capacitação em vigilância epidemiológica das hepatites virais. 1. ed. Brasília, 2008, 116 p. a. em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Hepatites virais: o Brasil está atento. 3. ed. Brasília, 2008, 60 p. b. em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Programa nacional para a prevenção e o controle das hepatites virais - Manual de aconselhamento em hepatites virais. 1. ed. Brasília, 2005, 52 p., Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS: Manual de controle das doenças sexualmente transmissíveis. 3. ed. Brasília, 1999, 142 p. ABEC-FACULDADES UNIDAS DO VALE DO ARAGUAIA. Elaborando trabalhos científicos: Normas para apresentação e elaboração. Barra do Garças: ABEC, 2008, 121 p. ARRAES, L. C., et al. Prevalência de hepatite B em parturientes e perfil sorológico perinatal. RBGO, v.25, n.8, p , ANASTÁCIO, Janete, et al. Prevalência do vírus da hepatite B em indivíduos da região centro-ocidental do Paraná, Brasil. SaBios: Rev. Saúde e Biol., Londrina, v.3, n.2, p , jul-dez BABINSKI, C.E., et al. Prevalência de infecção pelo vírus da hepatite A, hepatite B e hepatite C, no município de Maringá, Norte do Paraná, no período de 2001 a Rev. Saúde e pesquisa, v.1, n.2, p , maio/ago BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim epidemiológico hepatites virais. Versão preliminar. Brasília, 2012, 38 p. em Saúde - Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para hepatite viral C e coinfecções. 1. ed. Brasília, 2011, 144 p. a. BRASIL, Leila Melo, et al. Prevalência de marcadores para o vírus da hepatite B em contatos domiciliares no Estado do Amazonas. Revista de Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Manaus, AM, v.36, n.5, p , set/out CARVALHO, A. M. C. de; ARAUJO, T. M. E. de. Análise da produção científica sobre Hepatite B na pós-graduação de enfermagem. Rev. Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 61, n.4, p , jul/ago ECHEVARRÍA, J. M.; LEÓN, P. Epidemiology of viruses causing chronic hepatitis among populations from the Amazon Basin and related ecosystems. Cadernos de Saúde Pública, v.19, n.6, p , nov/dez FERREIRA, C. T.; SILVEIRA, T. R. da. Hepatites virais: aspectos da epidemiologia e da prevenção. Rev. Brasileira de epidemiologia, v.7, n.4, p , dez MARTINS, T.; SCHIAVON, J. L. N.; SCHIAVON, L. de L. Epidemiologia da infecção pelo vírus da hepatite C. Rev. Assoc. Med. Bras., v. 57, n.1, p , MOREIRA, M. G.; EVANGELISTA, P. de F.; ATHAYDE, L. A. Perfil sorológico dos marcadores de
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