Activos intangíveis: o grau de adaptação das empresas portuguesas cotadas na Euronext relativamente à IAS 38

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1 Contabilidade e Gestão, n.º 2, Activos intangíveis: o grau de adaptação das empresas portuguesas cotadas na Euronext relativamente à IAS 38 Patrícia Gomes Assistente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, Mestranda em Contabilidade e Auditoria pgomes@ipca.pt Sara Serra Assistente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave Mestranda em Contabilidade e Auditoria sserra@ipca.pt Elisabete Ferreira Técnica Oficial de Contas Mestranda em Contabilidade e Auditoria eli.ferreira@netc.pt (Recebido em 1 de Fevereiro de 2005; Aceite em 6 de Dezembro de 2005) Resumo A IAS 38 (International Accounting Standard 38), emitida em 1998, e revista em Março de 2004, visa a harmonização no tratamento dos intangíveis de modo a tornar mais claro e uniforme o entendimento sobre estes activos fixos. O estudo e análise dos activos fixos intangíveis tem suscitado o interesse da comunidade académica em geral, devido à problemática do seu reconhecimento, avaliação e divulgação nas demonstrações financeiras. Apesar da importância da IAS 38, várias críticas são colocadas ao seu conteúdo, nomeadamente ao carácter conservador da norma no reconhecimento dos elementos intangíveis como activos. No estudo realizado verificamos que as empresas portuguesas cotadas na Euronext, em 2003, apresentam um reduzido grau de adaptação dos conteúdos da IAS 38, significando uma diminuta sensibilidade ao fenómeno da internacionalização das normas contabilísticas. As empresas de serviços, nomeadamente as do sector financeiro e das telecomunicações são as que apresentam maiores índices de divulgação pelo facto de efectuaram maiores investimentos em tecnologias, novos sistemas de informação e processos de gestão. Os resultados obtidos podem justificar-se por dois factores: o carácter não obrigatório da norma no momento da realização do trabalho (uma vez que esta entrou em vigor desde Janeiro de 2005); o carácter restritivo da norma no reconhecimento dos activos fixos intangíveis. Palavras-chave: Activos intangíveis, IAS 38, reconhecimento, avaliação, divulgação, contabilização. 15

2 Intangible assets: The level of adjustment of the portuguese companies listed in the Euronext, concerning the IAS 38 Abstract The International Accounting Standard 38 (IAS 3), enforced in 1998 and revised in March 2004, aims at harmonising the treatment of intangibles whilst shedding light upon these assets. Intangible assets have been drawing much attention amongst academics and researchers. This interest stems from the need of their recognition, evaluation and financial statements disclosure. Although the IAS 38 is considered of paramount importance, much criticism has been materialised, especially in what regards its conservative approach toward the recognition of the intangible elements as assets. Insofar as the Portuguese companies listed in the Euronext in 2000 are concerned, this study unveils little evidence of their adjustment to the IAS 38. Thence, there is a weak sensitivity to the internationalisation phenomenon of accounting standards. The services companies, namely those within the financial and telecommunications sector framework, seem to be the ones which display higher levels of disclosure due to their larger investments on technology, new information systems and management processes. In light of this, two factors might be pinpointed: the non-compulsory character of the standard throughout the realisation of this study (It was enforced from January of 2005 onwards); and its restrictive character in the recognition of the intangible assets. Key words: Intangible Assets, IAS 38, Recognition, Measurement, Disclosure, Accounting. 16

3 INTRODUÇÃO Actualmente, as empresas não se caracterizam somente por um conjunto de elementos tangíveis, mas passam a contar com um vasto manancial de intangíveis que lhe acrescentam valor e a distinguem da concorrência. Por isso, e porque os elementos intangíveis acabam muitas vezes por constituir uma vantagem competitiva, urge mensurá-los e divulgá-los correctamente e de forma homogénea de modo a que todos os utentes da informação financeira retirem as mesmas ilações e não deturpem o processo de tomada de decisão (Canibaño, Garcia-Ayuso e Rueda, 1999; Lev e Zarowin, 1999; Lev, 2003; Garcia-Ayuso, 2003). Tendo presente todos estes aspectos e considerando que a economia caminha para uma globalização, onde as empresas de todo o mundo tendem a pautar-se pelas mesmas regras, surge a IAS 38 que versa sobre reconhecimento, avaliação e divulgação dos activos intangíveis. Todavia, várias investigações desenvolvidas sobre a área verificaram uma elevada diversidade no tratamento dos activos intangíveis, quer entre os diferentes normativos nacionais, quer entre estes e o conteúdo da IAS 38 (Bean e Jarnagin, 2001; Stolowy e Jeny-Cazavan, 2001) revelando uma grande lacuna no processo de harmonização internacional. Esta elevada divergência conduz a baixos índices de adaptação à IAS 38, tal como aconteceu no estudo desenvolvido. Considerando que a partir de Janeiro de 2005 as empresas portuguesas cotadas na Euronext iniciaram o processo de adopção das IAS, é nosso objectivo neste trabalho analisar o grau de adaptação das referidas empresas, relativamente à IAS 38, no exercício de Em prol de concretizar o nosso objectivo, começamos por efectuar uma revisão da literatura que nos permitiu aprofundar e compreender melhor alguns conceitos presentes na norma. De seguida foi elaborada uma grelha que teve por base os aspectos essenciais da IAS 38 e que permitiu efectuar a recolha dos dados. Por último, procedeu-se ao tratamento e interpretação dos dados de forma a responder à questão de investigação apresentada acima. 1.1 Conceito de activo intangível 1. IAS 38 ACTIVOS INTANGÍVEIS O conceito de activo intangível tem sido alvo de inúmeras definições. O ASB (Accounting Standards Board), por exemplo, no FRS 10 (Financial Reporting Standard 10) Goodwill and Intangible Assets, define activos intangíveis 17

4 como activos fixos de carácter não monetário, identificáveis e controláveis pela empresa através de custódia ou direitos legais (ASB, 1998, 2). O IASB tem uma abordagem muito semelhante ao definir, na IAS 38, um activo intangível como um activo identificável, de carácter não monetário e sem substância física, destinado à produção, oferta de bens ou serviços, arrendamento a terceiros ou para finalidades administrativas (IASB, 2004, 8). Tal como sucedeu na definição de activo, o POC (Plano Oficial de Contabilidade) não dá uma definição de activo intangível. No entanto faz referência ao mesmo na sua conta 43 Imobilizações Incorpóreas que visa registar os imobilizados intangíveis, tais como: despesa de investigação e desenvolvimento, de constituição, arranque e expansão, propriedade industrial, trespasse, entre outros. 1.2 Objectivos e âmbito da IAS 38 A IAS 38 visa regulamentar o tratamento contabilístico dos activos intangíveis que não se encontram especificamente tratados noutras IAS, bem como especificar de que forma estes devem ser mensurados. Para além destes objectivos, a IAS 38 define um conjunto de critérios para o reconhecimento de um activo intangível, o que permite à entidade saber se os imobilizados intangíveis que detém, devem ou não ser considerados como tal. Segundo o IASB, a IAS 38 deve ser aplicada a todas as empresas que detêm activos intangíveis. Todavia, nem todos os activos intangíveis caem no âmbito desta norma, excluindo-se os seguintes elementos: 1) Activos intangíveis que se encontrem abrangidos noutras IAS; 2) Direitos mineiros e custos de exploração, desenvolvimento e extracção de minérios, petróleo, gás natural e demais recursos não renováveis; 3) Activos intangíveis provenientes de empresas de seguros a partir de contratos com detentores de apólices (IASB, 2004, 2 e 3). Há activos intangíveis que contêm quer elementos tangíveis, quer elementos intangíveis, uma vez que se encontram contidos ou contêm uma forma física, como por exemplo um disco compacto (no caso de software informático), documentação legal (no caso de licenças ou patentes) e filmes. Nestes casos urge definir qual o elemento predominante. Se o elemento predominante for o 18

5 tangível utiliza-se a IAS 16 Activos Fixos Tangíveis. Se o elemento predominante for o intangível, então aplica-se a IAS 38 (IASB, 2004, 4). No que respeita ao software, se o funcionamento de uma máquina depender da existência do mesmo, este é considerado parte integrante da respectiva máquina, sendo portanto considerado um activo tangível. Contrariamente, se o software não é parte integrante do hardware correspondente, então, este é classificado como activo intangível. 2. PROBLEMÁTICA DO RECONHECIMENTO E DA AVALIAÇÃO DOS ACTIVOS INTANGÍVEIS A informação contabilística produzida, actualmente, é insuficiente para apoiar os utilizadores na tomada de decisão, uma vez que é um modelo retrospectivo, baseado em informação passada. A utilização do princípio do custo histórico e da prudência e a obtenção do capital da empresa com base na diferença entre duas massas patrimoniais do balanço, são características do modelo retrospectivo que não permitem reflectir o verdadeiro valor da empresa (Lev e Zarowin, 1999 e Hoogendoorn, 2000). O modelo prospectivo é apontado como um modelo mais útil e oportuno às necessidades dos utilizadores, dado que fornece informação prospectiva, baseada em estimativas e previsões. Se o valor de uma empresa, na visão dos accionistas, é o valor actual de um conjunto de cash flows futuros, então é fundamental proporcionar informação dessa natureza. (Hoogendoorn, 2000). Na opinião de Garcia-Ayuso (2003), a melhoria de tal situação passa pela alteração das normas contabilísticas que implicarão a mudança do sistema actual. A gestão deve usar uma linguagem perceptível, pelos vários utilizadores, na divulgação de informação sobre o processo de criação de valor da empresa, bem como sobre a relação existente entre os intangíveis e a potencial capacidade para criar valor no futuro. É neste sentido que os números contabilísticos têm perdido relevância e credibilidade nos mercados financeiros, essencialmente devido à grande importância que os intangíveis têm assumido. Esta descredibilidade acontece devido ao conservadorismo inerente ao modelo contabilístico actual que não considera todos os elementos que acrescentam valor à empresa. O estudo realizado por Cañibano et al. (1999), com base num modelo que compara o valor de mercado e o valor contabilístico das empresas, evidencia a perda 19

6 de relevância da informação contabilística nos últimos anos, sendo que os intangíveis e o seu problema de valorização são um factor determinante para este declínio. 2.1 Problemática do reconhecimento No âmbito da IAS 38, qualquer activo intangível para ser reconhecido como tal deve atender a três requisitos (Cañibano et al., 2004): a) Identificabilidade; b) Controlo por parte da empresa; c) Obtenção de benefícios económicos futuros; Todavia, qualquer activo para ser reconhecido como intangível tem que cumprir adicionalmente dois outros requisitos: d) Probabilidade dos benefícios económicos reverterem para a empresa; e) Mensuração do activo intangível de forma fiável. Caso os elementos intangíveis não cumpram estes requisitos não serão considerados activos intangíveis e, como tal, o custo suportado para os adquirir ou gerar internamente será considerado custo do período em que ocorreu e não activo. Pelos critérios rígidos de reconhecimento percebemos que a IAS 38 vem delimitar o âmbito dos elementos intangíveis capitalizáveis, ou seja, reconhecidos como activos, podendo assim contribuir para um gap ainda maior entre o valor contabilístico e o valor de mercado das empresas (Cañibano et al., 1999; Lev e Zarowin 1999; Bean e Jarnagin, 2001; Lev, 2001; Stolowy e Jeny-Cazavan, 2001; Garcia-Ayuso, 2003). É neste sentido que a IAS 38 é criticada por ser conservadora e controversa à maioria dos normativos nacionais (Cañibano, Garcia-Ayuso e Sanchez, 2000; Lev, 2001 e Stolowy e Jeny-Cazavan, 2001) Identificabilidade Como referimos anteriormente, para que um elemento seja considerado activo intangível deve ser perfeitamente identificável. No entanto, para que tal suceda o activo deve ser separável, o que significa que a empresa deve poder arrendá-lo, vendê-lo, trocá-lo ou resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais (IASB, 2004, 12). 20

7 Convém, todavia, referir que a separabilidade não é determinante para a identificabilidade, desde que a empresa possa ser capaz de identificar um activo de outra forma. Por exemplo, a) Quando a empresa adquire um activo intangível com um grupo de activos e a transacção envolve a transferência de direitos legais, o que permite à mesma identificar o activo intangível; b) Quando a empresa leva a cabo um projecto interno que visa criar direitos legais e a natureza destes direitos permite identificar o activo intangível gerado Controlo O controlo pode ser entendido como a capacidade que a empresa tem para exercer os seus direitos, ou seja, para poder reclamar legalmente direitos ou serviços (Hendriksen,1982, referido por Cañibano et al., 2000). Quando falamos em controlo não estamos a falar exclusivamente de posse ou de propriedade, ou seja, não estamos a utilizar o sentido legal mas sim o económico do termo, o que faz com que o controlo seja interpretado como o direito de usar ou de controlar. De acordo com o parágrafo 13 da IAS 38, a empresa controla um activo quando tem o poder de obter benefícios económicos futuros provenientes desse mesmo activo e quando tem o poder de restringir o acesso de terceiros a esses mesmos benefícios económicos. Esta capacidade de controlo é formalizada por direitos legais e contratuais, embora possam ser reconhecidos activos intangíveis não contemplados por esses mesmos direitos. No entanto, nestes casos é sempre mais difícil provar que a empresa controla o referido activo (Carvalho, 2001). Significa então que a existência de direitos legais é uma condição relevante, mas não essencial, para o reconhecimento do controlo, desde que a empresa seja capaz de controlar os benefícios económicos de uma outra maneira. O conhecimento técnico, a gestão específica, uma quota de mercado ou uma carteira de clientes são exemplos de activos que, à luz do IASB, não podem ser classificados como intangíveis, dado que verificam um controlo incipiente sobre os benefícios económicos futuros, porque não possuem direitos legais ou contratuais associados aos mesmos. Prova-se, então, que 21

8 na ausência de direitos legais é difícil cumprir o requisito do controlo e, consequentemente, a definição de activo intangível. Obviamente que é criticável o elevado rigor da norma no reconhecimento dos activos intangíveis, nomeadamente no que diz respeito ao controlo. A existência de uma carteira de clientes ou o capital humano são elementos que acrescentam valor à empresa. No entanto, no contexto da IAS 38 não são reconhecidos como activo pela falta de controlo dos mesmos Benefícios económicos futuros Para que um activo intangível seja considerado como tal, deve originar benefícios económicos que, por sua vez, deverão ser atribuídos à empresa e exclusivamente a ela, dado que existe um direito específico sobre o mesmo. De acordo com o parágrafo 17 da IAS 38, os benefícios económicos futuros incluem receitas provenientes de bens ou serviços, poupanças de custos, bem como outros benefícios derivados da utilização do activo por parte da empresa. Como já havíamos referido, os benefícios económicos futuros possuem um elevado grau de incerteza, uma vez que resultam de processos exclusivos e porque estão associados a produtos específicos ou a uma vantagem competitiva, excluindo-se por isso a possibilidade de utilizações alternativas. Face ao exposto, torna-se muito difícil determinar com precisão a ocorrência do facto e o valor económico do mesmo (Carvalho, 2001) Probabilidade dos benefícios económicos reverterem para a empresa Quando falamos na probabilidade dos benefícios económicos reverterem para a empresa estamos a falar de benefícios económicos previsíveis que têm uma forte probabilidade de contribuírem, directa ou indirectamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa (IASB, 1989, citado por Carvalho, 2001:27). A probabilidade dos benefícios económicos serem imputados à empresa é aferida através da utilização de pressupostos razoáveis e suportáveis, preferivelmente resultantes de fontes externas, que representam a melhor estimativa da gerência, no que se refere ao conjunto de condições económicas durante a vida útil do activo (IASB, 2004, 14) Medição e avaliação do activo intangível com fiabilidade Os activos intangíveis são de difícil avaliação, uma vez que eles não criam valor por si só e advêm dos direitos de propriedade associados ao activo, 22

9 por isso, só podem ser fielmente mensurados no contexto da organização e tendo em conta a estratégia global da empresa, bem como todos os outros activos tangíveis e intangíveis (Melymuka, 2004). A IAS 38 não enumera taxativamente os elementos que considera activos intangíveis. Contudo, menciona uma lista de intangíveis excluídos do reconhecimento, como: marcas, direitos de publicação, lista de clientes, quotas de mercado, goodwill, despesas de pesquisa, instalação, arranque, formação e publicidade. Para justificar tal posição, a IAS refere que as despesas ocorridas com estes elementos confundem-se com os custos de desenvolvimento do negócio como um todo. Assim, as despesas inerentes aos elementos referidos devem ser reconhecidas como custo no exercício em que ocorrem (Oliveira, 2000). O POC considera como Imobilizado Incorpóreo as despesas de instalação (correspondentes às despesas com a constituição e organização da empresa, assim como as relativas à sua expansão como as despesas com aumento de capital, estudos e projectos), de investigação e desenvolvimento e ainda a propriedade industrial e outros direitos (inclui patentes, marcas, alvarás, licenças, privilégios, concessões e direitos de autor, bem como outros direitos e contratos assimilados). Assim, todos estes elementos são considerados activos à luz do POC, havendo divergência com a IAS 38. Face ao exposto, percebemos as fortes críticas apontadas à IAS 38 (Cañibano et al., 1999 e Lev e Zarowin 1999) pelo facto de não considerar como activo elementos que acrescentam valor à empresa, como a lista de clientes, quotas de mercado, o capital humano, limitando os elementos reconhecidos como activo. O valor da empresa continua a não estar representado nas demonstrações financeiras, não se ultrapassando, desta forma, o problema do actual modelo contabilístico (baseado em informação histórica e passada). Focar-nos-emos agora nas despesas de investigação e desenvolvimento, bem como nas despesas de instalação e arranque, dado que estas têm um tratamento muito distinto do que é preconizado pelo POC. A fase de investigação 1 e as despesas dela resultantes não são consideradas como activo em nenhuma circunstância, uma vez que a empresa não consegue provar que o mesmo existe, ou seja, não é identificável, nem tão pouco é controlado pela empresa, não havendo também fortes probabilidades de virem a gerar benefícios económicos futuros. A fase de desenvolvimento 2 ocorre numa fase mais avançada, por isso, os activos intangíveis resultantes desta fase já podem ser reconhecidos como 23

10 tal. No entanto, é necessário que os mesmos verifiquem os requisitos de viabilidade técnica, financeira e comercial previstos na IAS 38. O Quadro 1 apresenta uma análise comparativa entre a IAS 38, o POC e a DC (Directriz Contabilística) 7/92 no que concerne ao tratamento das despesas de investigação e de desenvolvimento: Quadro n.º 1 Reconhecimento das despesas com investigação e desenvolvimento Normativos Despesas de investigação Despesas de desenvolvimento IAS 38 Custos do exercício Reconhecidas como activo desde que exista: Viabilidade técnica de concluir o activo intangível, de modo a que este possa ser usado ou vendido; Intenção de concluir o referido activo intangível e de o usar ou vender; Capacidade de venda ou de uso do activo intangível; Um mercado para a venda do activo intangível ou output do mesmo, ou então provar a sua utilidade para a empresa; Disponibilidade de adequados recursos técnicos, financeiros e outros para concluir o desenvolvimento do intangível; Capacidade para quantificar com fiabilidade os custos suportados com o activo intangível durante a sua fase de desenvolvimento (IASB, 2004, 57). Se não for possível separar as despesas das duas fases, então o custo total é reconhecido como tal no exercício em causa. POC Reconhecidas como activo Reconhecidas como activo DC 7/92 3 Custos do exercício (só excepcionalmente são reconhecidas como activo) Custos do exercício Como podemos constatar, os referidos normativos têm posições díspares em relação ao reconhecimento das despesas de investigação e desenvolvimento. Perante tal realidade, e sabendo que as directrizes contabilísticas são subsidiárias ao POC (DC 18/97), prevê-se que o tratamento destes elementos, pelas empresas portuguesas, esteja bastante afastado do conteúdo da IAS 38, à semelhança do que se concluiu noutros estudos (Bean e Jarnagin, 2001 e Stolowy e Jeny-Cazavan, 2001). Cumpre também referir que, para além das despesas de investigação e desenvolvimento, as despesas de instalação também têm um tratamento distinto no POC, pois este também as considera activo intangível e, como tal, capitalizáveis, ao contrário da IAS

11 2.2 Problemática da avaliação A problemática da avaliação e da mensuração dos activos intangíveis passa pela medição e atribuição, de forma fiável, destes activos para que se possa saber o verdadeiro valor e desempenho da empresa. A dificuldade na contabilização dos activos fixos intangíveis constitui uma falha fundamental do sistema contabilístico actual no relato da verdadeira performance da empresa, diminuindo assim a sua importância para os utilizadores da informação financeira (Lev e Zarowin 1999; Cañibano et al., 1999 e 2000; Lev, 2001 e Stolowy e Jeny-Cazavan, 2001). Alguns autores falam mesmo da visible ilusion em vez da invisible reality (Alex Batchelor, 1999, citado em Oliveira 2000: 282). Devido a critérios rígidos de reconhecimento e avaliação dos activos fixos intangíveis, como a elevada incerteza sobre a geração de benefícios económicos futuros, e ainda devido às rígidas práticas contabilísticas baseadas no princípio do custo histórico e da prudência, estes não são, na maioria das vezes, relatados nas demonstrações financeiras, aumentando assim a diferença entre o valor de mercado e o valor contabilístico (Cañibano et al., 1999; Lev e Zarowin, 1999; Rodrigues e Oliveira, 2001). Este gap entre o valor de mercado e o valor contabilístico aumenta a irrelevância da informação contabilística para os mercados financeiros (Cañibano et al., 2000). Em empresas tecnológicas e de serviços, onde é habitual a realização de grandes investimentos em novas tecnologias, este gap tende a ser maior. Esta discrepância deve-se, em grande parte, ao goodwill gerado internamente, sob a forma de patentes, marcas, lista de clientes, publicidade, entre outros, que, apesar de acrescentarem valor à empresa, não são considerados como activos, de acordo com a IAS 38. O valor económico que os activos intangíveis assumem para qualquer organização conduz a uma desconfiança, por parte dos utilizadores da informação financeira, relativamente à relevância dos valores contabilísticos. Como refere Brennan (1992), os activos intangíveis são o mais importante activo de médio e longo prazo, tal como as capacidades e conhecimento dos recursos humanos, o desenvolvimento de novas tecnologias, marketing, relação com clientes e fornecedores, imagem de mercado, apesar de, apenas indirectamente, se considerar o seu impacto na performance económica das empresas. A problemática do reconhecimento dos activos intangíveis, já abordada no ponto anterior, acrescida da problemática da avaliação dos mesmos, conduziu a grandes debates e investigações, havendo ainda muitas incertezas no tratamento contabilístico destes elementos. 25

12 Apesar do IASB limitar a visão do valor económico dos activos fixos intangíveis, importa analisar como é que os mesmos são avaliados no âmbito desta norma, para que na terceira parte deste trabalho seja possível efectuar uma comparação com o normativo nacional Avaliação aquando do reconhecimento inicial O Método do Custo Histórico, de Aquisição ou de Produção é o método geral que deve ser utilizado na avaliação dos activos fixos intangíveis, aquando do seu reconhecimento inicial. Apesar do Método do Custo apresentar algumas limitações face ao valor de mercado, ou ao Método do Rendimento Gerado, este é o que a IAS 38 apresenta geralmente. Note-se que o Método do Custo assenta no conceito de utilidade e não de funcionalidade, o que constitui uma visão restrita relativamente aos activos intangíveis, cujo custo suportado pode não ter qualquer relação com a utilidade do mesmo (Carvalho, 2001). O custo de aquisição de um activo inclui o preço de compra e todas as despesas suportadas para colocar o activo em funcionamento (IASB, 2004, 27). Por outro lado, o custo de um activo intangível produzido pela própria empresa inclui a soma de todas as despesas suportadas, desde a data do seu reconhecimento inicial (IASB, 2004, 65). Importa distinguir a valorização dos bens adquiridos externamente ou gerados pela própria empresa, devido à sua natureza específica. Esta distinção apresenta-se no Quadro 2: Quadro n.º 2: Avaliação aquando do reconhecimento inicial Tipo de Activo Caracterização Método Activos intangíveis adquiridos (IASB, 2004, 25 a 47) Aquisição separada - o custo equivale ao preço de compra adicionado de todas as despesas suportadas para colocar o activo em situação de utilização; Aquisição como parte de uma concentração de actividades empresariais - remete para a IFRS 4 3; Aquisição através de subsídio concedido pelo Estado remete para a IAS 20; Aquisição por troca de activos (semelhantes ou não). Se os bens são distintos o custo é o justo valor do bem recebido; se os bens são semelhantes então o custo é o valor contabilístico do bem cedido, ajustado de potenciais perdas. Custo de aquisição Justo valor Justo valor Justo valor (bens distintos) Valor contabilístico (bens semelhantes) Activos intangíveis gerados internamente (IASB, 2004, 51) Fase da pesquisa todos os gastos suportados nesta fase são custos do exercício; Fase de desenvolvimento a partir do momento do reconhecimento como activo, todos os gastos são capitalizáveis no balanço; Custo de produção Custo de produção 26

13 2.2.2 Avaliação após o reconhecimento inicial Após o reconhecimento inicial há necessidade de actualizar o valor dos activos, tendo em conta as amortizações já ocorridas, bem como qualquer perda de imparidade 5. Note-se que este é um conceito ao qual o POC não faz qualquer referência, contabilizando apenas as amortizações acumuladas. A IAS 38 permite a utilização de dois métodos de avaliação dos activos intangíveis após o seu reconhecimento inicial: a) Método do Custo um activo intangível deve ser reconhecido pelo seu custo inicial menos qualquer amortização acumulada ou perdas de imparidade acumuladas (IASB, 2004, 74); b) Método da Reavaliação um activo intangível pode ainda ser contabilizado pelo valor reavaliado (que é o justo valor à data da reavaliação) menos todas as amortizações acumuladas subsequentes e quaisquer perdas de imparidade acumuladas (IASB, 2004, 75). Com a utilização deste critério passa a ser possível a reavaliação dos activos intangíveis, o que é novidade para alguns normativos, como o português e o americano (Bean e Jarnagin, 2001). O Método da Reavaliação só deve ser usado se existir um mercado para o activo intangível em causa, com base no qual seja possível determinar um valor aceitável por duas pessoas, igualmente informadas, e que estejam dispostas a transaccioná-lo. A dificuldade em encontrar um mercado para os activos intangíveis conduz à utilização de um outro método, o denominado Método do Rendimento Gerado (Brockington, 1995, referido por Carvalho, 2001). Este método baseia-se nas expectativas dos cash flows futuros que o activo poderá vir a gerar, tendo estes que ser estimados, quantificados e actualizados a uma taxa de actualização (que tem em conta o custo do capital investido), o que acaba por conferir um elevado grau de incerteza. 3. TRATAMENTO CONTABILÍSTICO E RELATO FINANCEIRO DOS ACTIVOS INTANGÍVEIS 3.1 Amortizações O normativo contabilístico internacional que trata dos activos intangíveis estabelece que à medida que os benefícios económicos futuros associados 27

14 a esses activos são consumidos, ao longo da sua vida útil, o valor contabilístico deve ser reduzido de forma a reflectir esse consumo. Segundo o preconizado na IAS 38, da utilização, funcionamento e obsolescência dos elementos do imobilizado intangível resulta uma depreciação dos respectivos valores que deverá ser evidenciada contabilisticamente, quer se trate de um activo com uma vida útil finita ou indefinida (IASB, 2004, 88). Para a determinação do período de vida útil de um activo intangível concorrem vários factores de índole económica e legal, nomeadamente «o uso esperado do activo pela empresa (...); os ciclos típicos de vida do produto do activo e informação pública nas estimativas de vidas úteis de tipos de activos semelhantes (...); obsolescência técnica, tecnológica ou de outros tipos; estabilidade do sector em que o activo opera e alterações na procura do mercado para os produtos ou serviços produzidos pelo activo; (...) o período de controlo sobre o activo (...).» (IASB, 2004, 90) Activos intangíveis com vida útil finita No caso de se tratar de um activo intangível com um período de vida útil finito, a depreciação que advém da sua utilização «deve ser imputada numa base sistemática durante a melhor estimativa da sua vida útil.» (IASB, 2004, 97). A contabilização da depreciação deve iniciar-se logo que o activo esteja em uso e, para o efeito, permite a utilização de dois métodos de amortização, sendo eles o Método da Linha Recta 6 e o Método da Unidade de Produção.» (IASB, 2004, 97 e 98). O Método da Unidade de Produção merece destaque por parte da IAS, pois permite visualizar o consumo dos benefícios económicos do activo por parte da entidade. Perante a situação de impossibilidade de explicitar com fiabilidade o desgaste do activo, a norma recomenda a implementação do Método da Linha Recta (IASB, 2004, 98). A IAS 38 também se pronuncia acerca do valor residual do activo intangível, o qual deverá igualar-se a zero, excepto nos casos de existir o compromisso de compra do activo no final da sua vida útil, ou no caso de existir um mercado activo que permita calcular o valor residual (IASB, 2004, 100). Ao longo da vida útil do activo podem surgir evidências significativas que contradigam as estimativas e os métodos de amortização inicialmente esta- 28

15 belecidos. Com efeito, o modelo de benefícios económicos futuros que são esperados que fluam para uma empresa provenientes de um activo intangível pode alterar-se, pelo que a IAS 38 estabelece que tanto o período como o método de amortização utilizados devem ser objecto de revisão, pelo menos, no final de cada exercício económico (IASB, 2004, 104 e 106) Activos intangíveis com vida útil infinita De acordo com o parágrafo 107 da IAS 38, um activo intangível cujas evidências apontem para uma vida útil indefinida não deve ser amortizado. Desta forma, a norma remete para a IAS 36 Imparidade de Activos o tratamento contabilístico a conferir a estes activos, o qual se traduz na realização de um teste de imparidade anualmente e sempre que existam evidências da presença de imparidade no activo, de modo a comparar o seu valor recuperável e o seu valor contabilístico. Uma vez que estes activos não são amortizáveis, a IAS 38 obriga à revisão anual dos fundamentos e circunstâncias que apoiaram a avaliação da vida útil indefinida para esses activos intangíveis (IASB, 2004, 109) Período de vida útil segundo o normativo português Atendendo ao exposto acerca das amortizações, é facilmente perceptível que a entrada em vigor da IAS 38 introduzirá alterações significativas em matéria de amortizações face ao instituído no normativo contabilístico português. Com efeito, embora estejam em consonância no que respeita à necessidade de amortizar os activos intangíveis, numa base sistemática, ao longo da sua vida útil, os dois normativos diferem quanto ao período de vida útil atribuído a esses mesmos elementos. O POC, no ponto 5.4.7, estabelece que as despesas de instalação, de investigação e desenvolvimento devem ser amortizadas no período máximo de cinco anos, bem como o trespasse (podendo este período ser alargado em situações devidamente justificadas), contrariamente à IAS 38 que define uma vida útil até 20 anos (prevendo ainda a possibilidade de vidas úteis infinitas). Também o normativo fiscal, mais especificamente o Decreto Regulamentar n.º 2/90, de 12 de Janeiro, com remissão do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas, estabelece que as despesas de instalação, de investigação e de desenvolvimento, entendidas como parte integrante do imobilizado incorpóreo, devem ser amortizadas num período máximo de cinco 29

16 anos (art. 17.º, n.º 2, al. a e b). Os elementos da propriedade industrial (patentes, marcas, alvarás, licenças, privilégios, concessões e direitos de autor, bem como outros direitos e contratos semelhantes) adquiridos a título oneroso e utilizadas por um período limitado de tempo devem ser amortizados durante o período efectivo de utilização (art. 17.º, n.º 2, al. c). O trespasse e os elementos da propriedade industrial que não respeitem os requisitos referidos anteriormente não devem ser amortizados, a não ser que se comprove efectivamente a depreciação decorrida (art. 17.º, n.º 3). Assim, em Portugal, no que toca às amortizações seguem-se, essencialmente, critérios fiscais, e não o desgaste efectivo dos bens, segundo critérios económicos e de gestão. 3.2 Reavaliações Após o reconhecimento inicial do activo intangível, a IAS 38 estabelece um tratamento de referência que consiste em contabilizar os elementos intangíveis pelo seu custo de aquisição deduzido das respectivas amortizações acumuladas e das perdas de imparidade acumuladas. Como alternativa a este modo de contabilização, a norma permite contabilizar os elementos do imobilizado imaterial pelos seus valores reavaliados, desde que este tenha sido inicialmente reconhecido pelo seu custo (IASB, 2004, 75 e 78). Desta reavaliação podem resultar quer aumentos, quer diminuições da quantia contabilizada, correspondendo-lhes tratamentos contabilísticos distintos, ou seja: a) Se o valor contabilístico registar um aumento, este deve ser creditado directamente ao capital próprio a título de reservas de reavaliação (IASB, 2004, 85); b) Se o valor contabilístico sofrer uma diminuição, este montante deverá ser reconhecido como um gasto no momento ocorrido (IASB, 2004, 86). Quando um activo intangível é reavaliado, as suas amortizações acumuladas sofrem um ajustamento de modo a reflectir o novo valor atribuído ao activo (Sanz, et al., 2003). Deste modo, qualquer amortização acumulada à data da reavaliação é: a) Reexpressa proporcionalmente à alteração ocorrida na quantia contabilizada após a reavaliação, de modo a conciliar as amortizações acumuladas com a quantia reavaliada; 30

17 b) Eliminada pela diferença entre a quantia bruta contabilizada do activo e a quantia contabilizada após a reavaliação (IASB, 2004, 80). 3.3 Abates e alienações Um elemento do activo intangível deve ser eliminado do balanço «no momento da alienação ou quando não se esperam futuros benefícios económicos do seu uso ou alienação.» (IASB, 2004, 112). Da eliminação ou alienação do activo intangível resultam ganhos ou perdas, cujos montantes devem ser apurados pela diferença entre os proveitos líquidos obtidos na alienação e o valor contabilístico do activo. Os montantes obtidos devem ser reconhecidos na demonstração dos resultados como rendimento ou gasto, dependendo se tratar de um ganho ou de uma perda respectivamente (IASB, 2004, 113). 3.4 Relato financeiro Actualmente, os relatórios financeiros divulgam um reduzido leque de informação acerca dos activos intangíveis. Com efeito, segundo a opinião de Lev (2003), grande parte da informação de âmbito intangível é divulgada de uma forma parcial, inconsistente e confusa, significando elevados custos para as empresas, investidores, accionistas e sociedade em geral. Apesar da reconhecida insuficiência da informação intangível divulgada nas demonstrações financeiras, existe um conjunto de informação acerca dos diferentes tipos de activos intangíveis que são reconhecidos nas mesmas e cuja divulgação é recomendada pela IAS 38, visando a compreensão da informação financeira por parte dos utilizadores. Com efeito, as demonstrações financeiras devem proporcionar informação para cada classe de imobilizados intangíveis 7, com a preocupação de fazer a distinção entre os activos gerados internamente dos restantes, sobre: a) As taxas e os métodos de amortização usados; b) A quantia bruta contabilizada e o montante das amortizações acumuladas no início e fim do período; c) Os itens de cada linha da Demonstração dos Resultados que incluam amortização de activos intangíveis; 31

18 d) A reconciliação da quantia registada no início e no fim do período que evidencie os itens do parágrafo 118. Adicionalmente, a IAS 38 recomenda a divulgação de informação acerca do período de amortização do imobilizado imaterial que seja superior a 20 anos, indicando as razões que estão na base da adopção de um período de vida distinto (IASB, 2004, 122 e Sanz et al., 2003). Para aqueles activos fixos intangíveis, que foram inicialmente reconhecidos pelo seu justo valor, e que foram adquiridos por intermédio de um subsídio do Estado, o presente normativo refere a necessidade de divulgar alguns aspectos, nomeadamente: a) O justo valor atribuído ao activo intangível nestas condições; b) A quantia contabilizada; c) A explicitação do método de mensuração aplicado após o reconhecimento inicial (IASB, 2004, 122). Também os activos intangíveis que se encontrem contabilizados pelo seu valor reavaliado merecem destaque no tipo de informação a divulgar. Com efeito, sobre estes activos deve ser divulgada a data de eficácia da reavaliação, a nova quantia contabilizada, bem como a quantia pela qual estes constariam nas DF se recebessem o tratamento de referência. Note-se que estes itens devem ser mencionados por classes de activos intangíveis. Por fim, é necessário que constem as reservas de reavaliação referentes aos activos intangíveis, quer no início quer no final do período, «com indicação das alterações durante o período e quaisquer restrições na distribuição do saldo a accionistas.» (IASB, 2004, 124) O normativo dos activos intangíveis também se refere à necessidade de divulgar o montante das despesas de investigação e desenvolvimento, cujos montantes foram assumidos e reconhecidos como custo do exercício na Demonstração dos Resultados (IASB, 2004, 126). Por fim, a norma encoraja as organizações, facto que não pressupõe a sua exigência, a descrever: a) Os activos intangíveis que se encontram já totalmente amortizados, mas que ainda permanecem em uso; 32

19 b) Os activos intangíveis controlados pela organização, mas que não são reconhecidos como activo pois não satisfazem os critérios de reconhecimento estabelecidos pela norma (IASB, 2004, 128). O Quadro 3 compara os dois normativos nos aspectos essenciais: Quadro n.º 3: IAS 38 vs POC: análise comparativa Características IAS 38 POC Conceito de activo intangível O activo intangível é um activo identificável, de carácter não monetário e sem substância física destinado à produção, oferta de bens ou serviços, arrendamento a terceiros ou para finalidade administrativas. O imobilizado incorpóreo inclui bens e direitos detidos pela empresa que não pressupõem a sua venda ou transformação no decurso da actividade normal da empresa. Reconhecimento de activos intangíveis Um activo intangível para ser reconhecido como tal tem que respeitar os requisitos de identificabilidade, controlo, existência de benefícios económicos futuros, probabilidade de os benefícios económicos futuros fluírem para a empresa e ser possível atribuir um valor fiável. Nada refere Avaliação inicial A avaliação inicial é feita pelo custo de aquisição ou de produção. Um activo imobilizado incorpóreo deve ser valorizado pelo seu custo de aquisição ou de produção. Avaliação Subsequente Amortizações Vida útil Método do Custo Activo Intangível = Custo Amortizações Acumuladas Perdas Imparidade acumuladas Método de Reavaliação Activo intangível = Justo valor do activo à data da reavaliação Amortizações acumuladas Perdas de imparidade acumuladas A quantia depreciável de um activo intangível deve ser imputada ao bem numa base sistemática e atendendo à sua melhor estimativa da vida útil. Se um activo fixo intangível tem vida útil finita, então esta não deverá ultrapassar os 20 anos. Se um activo intangível tem vida útil infinita então não deve ser amortizado. O valor do intangível é igual ao seu custo de aquisição deduzido das amortizações acumuladas. Nada refere A amortização corresponde ao desgaste do activo imobilizado incorpóreo, a qual deve ser reconhecida como custo numa base sistemática ao longo da sua vida útil. Os activos imobilizados incorpóreos devem ser amortizados num período máximo de cinco anos. Métodos de amortização 1. Método da Linha Recta 2. Método das Unidades Produção 1. Método das Quotas Constantes 33

20 4.1 Desenho da investigação 4. METODOLOGIA A pergunta de investigação formulada neste trabalho é: qual o grau de adaptação das empresas portuguesas cotadas na Euronext relativamente à IAS 38, no exercício de 2003? Para levar a cabo este objectivo foi elaborada uma grelha (ver Apêndice 2) contendo os aspectos fundamentais da IAS 38. Para cada aspecto analisado usamos a seguinte metodologia: Sim (significa que a empresa se adapta à IAS 38); Não (significa que a empresa não se adapta à IAS 38) e Não se Aplica (significa que o aspecto em análise não se aplica na empresa). Para melhor compreensão dos resultados, descrevemos de seguida os principais elementos contidos na grelha de recolha dos dados: a) Reconhecimento: pretendemos verificar se as empresas capitalizam apenas os elementos reconhecidos como activo intangível no âmbito da IAS 38, e se reconhecem como custo os elementos não reconhecidos como tal (como o exemplo da fase de pesquisa, despesas de instalação, formação, publicidade); b) Avaliação: neste aspecto verificamos o método utilizado para avaliar os activos intangíveis, distinguindo os métodos a utilizar na avaliação inicial e na avaliação subsequente. Quando é utilizado o Método de Revalorização, na avaliação subsequente, verificamos se é divulgado um conjunto de informação no âmbito da IAS 38; c) Amortizações: verificamos se a informação relativa às amortizações, nomeadamente o período de vida útil e o método de amortização, estão de acordo com o conteúdo da norma em análise; d) Análise da quantia de activos intangíveis contabilizada: neste aspecto analisamos se é divulgada informação relativa à quantia de activos intangíveis contabilizada, no início e no final do período, nomeadamente sobre adições, abates e alienações, testes de imparidade realizados, aumentos ou diminuições, reconhecimento de perdas de imparidade; e) Outras informações: verificamos ainda se existem activos intangíveis adquiridos por meio de subsídio ou sobre os quais existe alguma restrição, bem como se as despesas com a investigação e desenvolvimento são reconhecidas como custo, no exercício em que ocorrem, quando não é possível separar as duas fases. Analisamos ainda alguns aspectos facultativos como a descrição dos activos fixos intangíveis totalmente amortizados mas ainda em uso pela empresa. 34

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