Trata-se de Pedido de Providências requerido pelo advogado

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1 PEDIDO DE PROVIDENCIAS No 1393 REQUERENTE : NELSON XISTO DAMASCENO REQUERIDO ASSUNTO : TRIBUNAL DE JUSTICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS : PAGAMENTO DE PRECAT~R~OS ALIMENT~CIOS - REDUÇÃOVALORPROPOSTAPELOESTADO Trata-se de Pedido de Providências requerido pelo advogado NELSON XISTO DAMASCENO, alegando que é credor do Estado de Minas Gerais, desde 1995, e que o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais criou uma Vara de Conciliação de Precatorios para atender ao interesse do Estado e tem coagido os credores de precatórios a receber valores menores do que aqueles a que efetivamente têm direito. Afirmou que a Vara especializada tem designado audiências intimando os credores a comparecer para receber seus créditos e que, na audiência, exige que o credor dê desconto de 30% sobre o valor do debito, sob pena de não receber nenhum valor, já que a importância oferecida fica depositada até que haja a efetivação da acordo. Alegou que, em seu caso, tinha a receber a importância de R$ ,98, de acordo com os cálculos oficiais, mas o Estado ofereceu a importância de R$96.740,32, como consta da ata de audiência e foi autorizado pelo Juiz a depositar referida importância porque não houve acordo.

2 PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO W 1393 O requerente apresentou nova petição acusando o Tribunal de Justiça de Minas Gerais da prática dos crimes de responsabilidade, coação no curso do processo e estelionato. VOTO A providência requerida junto a este Conselho, embora muito bem fundamentada pelo requerente, não deve ser admitida na integralidade. Em todo o pais, conforme informa o Tribunal requerido, acumulam-se milhares de precatbios judiciais, enquanto os credores, desesperançados, aguardam providências de pagamento por parte dos Estados, o que acaba sendo recebido pelos herdeiros. A criação de uma Central de Conciliação especificamente para pagamento dos precatorios, mediante acordo dos credores com o Estado, implica na solução real do problema, com vantagens para ambas as partes: para o Estado, que paga com desconto e para o credor, que recebe o seu credito, mas merece todo o cuidado do tribunal, exatamente para que não sejam coagidos os credores e para que a ordem dos precatorios não seja alterada quando da não aceitaçáo do acordo. Assim, a iniciativa do TJMG tende a evitar que se acumulem no Judiciário tantas demandas proporcionadas pela costumeira resistência do Estado em pagar suas dividas, sempre escudado nas tantas prioridades eleitas nas leis orçamentárias. Ademais, as informações oferecidas pelo TJ-MG dão conta da aceitação pela comunidade que, mesmo recebendo valor inferior em relação ao reajuste, prefere o acordo a longa espera. Por outro lado, no caso de não aceitaçao da proposta, o Estado é autorizado pelo Juiz a depositar o valor de face do crédito, em conta especiai, o precatorio originário e extinto, cabendo ao credor o direito de ingressar com pedido de precatório complementar para receber as correções devidas.

3 . PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADM INISTAATIVO No 1393 Concluiu informando que esta pedindo providkncias para instauração de inquérito policial pela pratica de estelionato pelo Estado, em relação a todos os credores que tiveram de se curvar a exigência de dar desconto para receber seus créditos. Requereu providências em relação ao TJ-MG e a tramitaçáo prioritaria do presente procedimento porque possui idade avançada e precisa receber seu credito para tratar de sua saúde. Juntou documentos de fls I. Pelo despacho de $1. 13 foi determinada a citação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais para prestar informações, as quais foram prestadas mediante encaminhamento do documento assinado pela Assessoria de Precatórios - ASPREC, do TJ-MG. Afirma a ASPREC que foi criada a Central de Precatorios em 2003 com o objetivo de retomar o pagamento de uma divida de 3,5 bilhões em precatorios que ficaram paralisados durante várias administrações. Aduziu que baixaram todo o acervo de dividas dos anos de 1995 e 1996, com 100% de acordos, recebendo elogios de toda a comunidade. Argumentou que as audiências obedecem a ordem cronologica dos créditos e que o espírito de conciliação atende aos interesses do Estado e dos credores, nso havendo qualquer coação das partes. Informou, ainda, que não havendo acordo, o Estado deposita o valor de face, facultando ao credor requerer a diferença em precatorio complementar. Conclui afirmando que não estão sendo fornecidos aos credores os cálculos atualitados, a não ser para efeito de tentativa de conciliação nas audiências, uma vez que os mesmos geravam controvérsia, e juntou as Portarias editadas pelo TJ-MG a respeito da matéria.

4 PROCEDIM EMTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO No 1393 O calculo judicial é feito apenas para a finalidade de proposição do acordo, não servindo para execução no mesmo processo. A idéia esta harmonizada com o Movimento pela Conciliação, deflagrado pelo CNJ para solucionar os inúmeros processos pendentes de julgamento no Judicikrio brasileiro, em atenção a máxima de que justiça tardia se iguala a injustiça, mas, ao que nos parece, não está sendo executado em plena consonância com a Resolução que rege a matéria. Destarte o inconformismo do requerente, e o reconhecimento do seu direito e necessidade de receber o credito que mantem junto ao Estado. na estrita ordem dos precatórios, o movimento do TJ-MG pela conciliação merece prevalecer desde que não imponha prejuízo ao credor ou cause empecilho ao recebimento do crédito. Pelo que se extrai das informações prestadas e do próprio Termo de Audihcia, o Juiz tem julgado extinto o precat~rio, mediante pronta aceitação do calculo apresentado pelo Estado e do deposito do valor. Tal procedimento contraria o estabelecido na Resolução e nas Portarias i.477/2003 e do TJMG, alem do que, pode se constituir em elemento coercitivo na aceitação de um eventual acordo. Não havendo acordo entre as partes, entendo, salvo melhor juizo, que o Estado pode proceder o depbsito do valor de face, sem a extinçao do precatório, possibilitando, assim, que o credor, levante o valor principal e solicite a complementação do pagamento mediante apresentação dos calc~ilos de correção monetária. E que a correção monetária é direito já deferido o credor, e não justifica a emissáo de um novo precatório, devendo bastar a tanto, o pedido de complementação. O deposito da importância incontroversa, a seu turno, e imperativa, já que, a titulo de conciliação não se pode burlar a ordem de pagamento dos precatorios. O Estado entrega ao Judiciário, o valor que entende devido, o credor levanta importância e requer a complementação que entra novamente na ordem de pagamento. I

5 t PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMlNISTRATIVO No 1393 Assim, é de se acolher parcialmente o pedida de providência, para que o TJ-MG corrija o procedimento que vem adotando, especificamente no que se refere a extinção do precatario, que tem dificultado a iniciativa do credor no Estado de Minas Gerais. Assim, julgo parcialmente procedente o presente Pedido de Providências, para que o TJ-MG determine o depósito da importância incontroversa sempre que não houver acordo nos precatorios judiciais, abstendo-se de extinguir o processo ate integral quitação do debito pelo Estado. Desta decisão, apos o julgamento pelo Plenário, intimem-se o requerente e o requerido. Brasília, 06 de L ' CONSELHEIRA