MTE SUMÁRIO. Estatuto da Criança e do Adolescente. Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13/7/1990)...3

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1 MTE SUMÁRIO Estatuto da Criança e do Adolescente Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13/7/1990)...3

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3 Sérgio Bautzer Conceitos 1. Criança: é a pessoa que tem até 12 anos de idade incompletos. 2. Adolescente: é a pessoa que tem entre 12 anos de idade completos e 18 anos de idade incompletos. 3. Jovem Adulto: é a pessoa que tem entre 18 anos completos de idade e 21 anos de idade incompletos. Excepcionalmente o ECA se aplica ao jovem adulto. Medidas Previstas no ECA Segundo a CF, os menores são considerados penalmente inimputáveis, e assim a criança e o adolescente cometem ato infracional análogo ao crime e ou à contravenção. Em razão de sua conduta, a criança e o adolescente recebem medidas previstas no ECA. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que são idên cas as medidas legais previstas para os atos infracionais pra cados por crianças e adolescentes. Aplicada à criança autora de ato infracional Medidas Previstas no ECA Medidas Específicas de Proteção (3) Medidas Socioeducativas Aplicadas (2): Adolescente autor de ato infracional Criança ou Adolescente em situação de risco ou irregular (menor abandonado) Ao adolescente infrator (1). Excepcionalmente, ao jovem adulto. (1) A criança não recebe medida socioeduca va apenas específica de proteção. (2) Súmula nº 108 do STJ: a aplicação de medidas socioeduca vas ao adolescente, pela prá ca de ato infracional, é da competência exclusiva do juiz. (3) O Conselho Tutelar pode aplicar as medidas específicas de proteção, exceto a colocação em família subs tuta, pois exige procedimento judicial. São modalidades de colocação em família subs tuta os procedimentos de: a) Guarda b) Adoção c) Tutela Cumpre ressaltar que o Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos no ECA. Em cada Município haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar composto de cinco membros, escolhidos pela comunidade local para mandato de três anos, permi da uma recondução. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos no ECA forem ameaçados ou violados 1) por ação ou omissão da sociedade ou do Estado ou 2) por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável. Assim não é preciso que a criança e o adolescente pra- quem necessariamente um ato infracional para receber a medida específica de proteção, basta estar em uma situação de risco ou irregular. Lembrando que se considera ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal. Dos Direitos Individuais do Adolescente Infrator Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judi ciária competente. Caso haja a privação da liberdade do adolescente fora das hipóteses legais, restará configurado o crime previsto no art. 230 ECA, que assim está disposto: Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo a sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexis ndo ordem escrita da autoridade judiciária competente: Pena detenção de seis meses a dois anos. Seguindo o que rege o art. 5º, LXIV, da Cons tuição Federal dispõe o parágrafo único do art.106 do ECA que o adolescente tem direito à iden ficação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos. 3

4 Ainda, a apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão imediatamente comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada. Se o Delegado de Polícia deixar de comunicar a apreensão do adolescente ao Juiz competente e à família do apreendido ou ao responsável, haverá a configuração do crime previsto no art. 231 do ECA: Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada: Pena detenção de seis meses a dois anos. Internação Provisória A internação que ocorre antes da sentença, chamada de internação provisória, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. A decisão que determinar a internação provisória deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida. Como já foi dito, existem duas hipóteses em que é possível a privação da liberdade de um menor infrator: 1ª) Por flagrante de ato infracional. 2ª) Por ordem judicial, em cumprimento a mandado de busca e apreensão. Assim o menor ficará provisoriamente internado até a aplicação da medida socioeduca va de internação. O prazo é contado da apreensão do menor até a prolação da sentença de internação: revólveres calibre 38, ambos municiados, em condições de funcionamento e sem autorização legal. Houve uma série de recursos contra a internação provisória do menor, mas em nenhum deles a defesa teve sucesso. No presente Habeas Corpus, a DPU ques- ona decisão do Superior Tribunal de Jus ça (STJ). O Ministério Público do estado do Rio Grande do Sul ofereceu representação contra o menor, pela prá ca de atos infracionais equivalentes ao disposto no art. 33, caput, da Lei nº /2006 (tráfico de entorpecentes) e no art. 16, parágrafo único, inciso IV, da Lei do Desarmamento Lei nº /2003 (portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de iden ficação raspado, suprimido ou adulterado). Indeferimento O relator considerou que a decisão do STJ de não conhecimento do recurso não veicula nenhuma ilegalidade flagrante, nem abuso de poder ou qualquer teratologia. Segundo ele, uma vez proferida a sentença de mérito determinando a medida socioeduca va de internação fica prejudicada a alegação do excesso de prazo da medida imposta provisoriamente. O ministro Ricardo Lewandowski lembrou que, no caso, já foi proferida a sentença pelo juízo de primeiro grau e, conforme parecer da Procuradoria Geral da República (PGR), o recurso de apelação interposto pela defesa foi julgado, sendo man da a decisão que determinou o cumprimento da internação. Flagrante de ato infracional ou ordem judicial Prazo máximo: 45 dias... Sentença de Internação Recentemente o Guardião da CF foi provocado a se manifestar sobre o excesso de prazo na internação provisória: (...) A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou Habeas Corpus (HC nº ) impetrado pela Defensoria Pública da União (DPU), sob alegação de que o acusado, menor de idade à época dos fatos, encontra-se internado por período superior aos 45 dias permi dos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A decisão foi unânime. O art. 183, do ECA, prevê que o prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adolescente internado provisoriamente, será de 45 dias. Os ministros entenderam que tal prazo diz respeito à conclusão do procedimento de apuração do ato infracional e à sentença de mérito, quando o adolescente está internado provisoriamente. Entretanto, a Turma concluiu que, uma vez proferida a sentença de mérito, fica prejudicada a alegação de excesso de prazo da internação provisória. O Caso Conforme o relator, ministro Ricardo Lewandowski, o adolescente não trabalha e não estuda. Passou a vender drogas no próprio local onde explorava um bar. Man nha no depósito 19 pedras de crack, dois Ademais, verifica-se que a digna magistrada do Juizado da Infância e da Juventude da Comarca de Gravataí no Rio Grande do Sul, ao proferir a sentença bem fundamentou a necessidade do paciente, disse o relator. Conforme esta decisão, os atos infracionais de tráfico de drogas e posse de arma de fogo de uso restrito são de natureza grave. Além disso, segundo o Juizado da Infância e da Juventude o adolescente não demonstra crí ca frente à gravidade das condutas, tanto que procura atribuir a autoria a uma terceira pessoa, bem como não aceita limites, como menciona sua mãe. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento de aplicação de medida socioeducativa, estando o adolescente internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias. Iden ficação Criminal do Menor Infrator Segundo o art. 109 do Estatuto da Criança e do Adolescente, salvo se houver dúvida fundada, o adolescente civilmente iden ficado não será subme do à iden ficação obrigatória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de comparação. Assim o adolescente infrator não pode ser subme do à iden ficação criminal, salvo se houver dúvida fundada em relação a sua iden dade. Medidas de Proteção As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumula vamente, bem como subs tuídas a qualquer tempo. 4

5 Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Princípios que Regem a Aplicação das Medidas Específicas de Proteção São eles: 1) condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são os tulares dos direitos previstos nesta e em outras leis, bem como na Cons tuição Federal. 2) proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma con da nesta lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são tulares. 3) responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efe vação dos direitos assegurados a crianças e a adolescentes pelo ECA e pela Cons tuição Federal, salvo nos casos expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade da execução de programas por en dades não governamentais. 4) interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses legí mos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto. 5) privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela in midade, direito à imagem e reserva da sua vida privada. 6) intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida. 7) intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e ins tuições cuja ação seja indispensável à efe va promoção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente. 8) proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é tomada. 9) responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres para com a criança e o adolescente. 10) prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração em família subs tuta. 11) obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus direitos, dos mo vos que determinaram a intervenção e da forma como esta se processa. 12) oi va obrigatória e par cipação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a par cipar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judiciária competente, observado o disposto nos 1º e 2º do art. 28 do Eca. Medidas de Proteção em Espécie São elas: 1) encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; 2) orientação, apoio e acompanhamento temporários; 3) matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; 4) inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente; 5) requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; 6) inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; 7) acolhimento ins tucional; 8) inclusão em programa de acolhimento familiar; 9) colocação em família subs tuta. O acolhimento ins tucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais, u lizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família subs tuta, não implicando privação de liberdade. Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de ví mas de violência ou abuso sexual e de outras providências, o afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legí mo interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. Cumpre ressaltar que crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às ins tuições que executam programas de acolhimento ins tucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros: 1) sua iden ficação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se conhecidos; 2) o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência; 3) os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda; 4) os mo vos da re rada ou da não reintegração ao convívio familiar. Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a entidade responsável pelo programa de acolhimento ins tucional ou familiar elaborará um plano individual de atendimento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade judiciária competente, caso em que também deverá contemplar sua colocação em família subs tuta, observadas as regras e princípios do ECA. O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do respec vo programa de atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oi va dos pais ou do responsável. Constarão do plano individual, dentre outros: 1) os resultados da avaliação interdisciplinar; 2) os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e 3) a previsão das a vidades a serem desenvolvidas com a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação em família subs tuta, sob direta supervisão da autoridade judiciária. O acolhimento familiar ou ins tucional ocorrerá no local mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre que iden ficada a necessidade, a família de origem será 5

6 incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e es mulado o contato com a criança ou com o adolescente acolhido. Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de acolhimento familiar ou ins tucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do adolescente à família de origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da en dade ou responsáveis pela execução da polí ca municipal de garan a do direito à convivência familiar, para a des tuição do poder familiar, ou des tuição de tutela ou guarda. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 30 (trinta) dias para o ingresso com a ação de des tuição do poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos complementares ou outras providências que entender indispensáveis ao ajuizamento da demanda. O juiz manterá, em cada comarca ou foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar e ins tucional sob sua responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as providências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em família subs tuta. Terão acesso ao cadastro mencionado o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação de polí cas públicas que permitam reduzir o número de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período de permanência em programa de acolhimento. As medidas de proteção em comento serão acompanhadas da regularização do registro civil. Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária. Os registros e cer dões necessários à regularização de que trata este ar go são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade. Caso ainda não definida a questão da paternidade, será deflagrado procedimento específico des nado a sua averiguação, conforme previsto pela Lei nº 8.560, de 29 de dezembro de É dispensável o ajuizamento de ação de inves gação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção. Do Acesso à Jus ça É garan do o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, por meio de defensor público ou advogado nomeado. Sobre o tema em comento, decidiu o STJ, conforme no cia veiculada no site em 17/6/2009: [...] Processo contra menor sem advogado deve ser anulado desde a apresentação. Ausência de advogado em audiência de menor viola os princípios do contraditório e da ampla defesa, devendo a nulidade do processo ser decretada desde a audiência de apresentação. A observação foi feita pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Jus ça, ao conceder Habeas Corpus para decretar a nulidade em processo contra menor acusado de crime equiparado ao de porte de substância entorpecente para consumo. Após a decisão que inseriu o menor em medida socioeduca va de prestação de serviços à comunidade, pelo período de 30 dias, a defesa apelou, alegando nulidade da audiência de apresentação, por ausência de defensor, violando os princípios do contraditório e da ampla defesa. O Tribunal de Jus ça de Minas Gerais (TJ-MG), no entanto, negou provimento à apelação. No Habeas Corpus com pedido de liminar dirigido ao STJ, a defesa requereu que fosse decretada a nulidade do processo desde a audiência de apresentação e de todos os atos subsequentes. Em parecer enviado ao STJ, o Ministério Público Federal manifestou-se em favor da concessão da ordem. A Quinta Turma concedeu o Habeas Corpus para anular a audiência de apresentação e todos os atos subsequentes, para que sejam renovados com a presença de defesa técnica. O direito de defesa e do contraditório, consagrados na legislação [...] é irrenunciável, observou o relator, ao conceder a ordem. O ministro destacou que é vedado ao Poder Judiciário negar ao acusado o direito de ser assis do por defensor, porquanto as garan as cons tucionais e processuais visam ao interesse público na condução do processo segundo as regras do devido processo legal. Violados os princípios constitucionais relativos ao devido processo legal e à ampla defesa, não há como negar o constrangimento ilegal imposto ao adolescente, decorrente da aplicação da medida socioeduca va de prestação de serviços à comunidade, deixando-se de observar o disposto nos arts. 111, III e IV, e 184, parágrafo 1º, da Lei nº 8.069/1990, concluiu Arnaldo Esteves. A 6ª Turma do STJ decidiu: ECA. IMPRESCINDIBILIDADE. ADVOGADO. A paciente, em tese, teria pra cado ato infracional análogo ao delito de injúria ao desferir ofensas contra sua sogra e a questão em debate no writ trata da necessidade de assistência de advogado na audiência de apresentação (art. 126 e seguintes do ECA). No caso dos autos, tanto a adolescente quanto sua genitora concordaram, na audiência de apresentação, com a imediata aplicação da medida socioeduca va sem processo. Para a Min. Relatora, acompanhada por unanimidade, a preliminar audiência de remissão, nos moldes do art. 179 do ECA, implica possível constrição de direitos, assim se deve submeter aos preceitos do devido processo legal, a fim de assegurar a ampla defesa ao adolescente, o que pressupõe, também, a defesa técnica. Daí ser imperioso que a adolescente faça-se acompanhar por advogado. Observa não serem poucos os argumentos contrários à 6

7 imprescindibilidade do advogado na apresentação do adolescente, entretanto, o próprio ECA no art. 111, III, e no art. 141, 1º, fornece esses subsídios. Ademais, aponta que pode, na audiência, exis r consequência, como na espécie, em que houve aplicação de sanção análoga à pena de prestação de serviços à comunidade. Diante do exposto, a Turma concedeu a ordem para anular o processo e, por consequência, reconheceu a prescrição do ato infracional imputado à paciente. HC nº SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 9/6/2009. As ações judiciais da competência da Jus ça da Infância e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de li gância de má-fé. Sobre o conforme veiculado no site decidiu o STJ: (...) Isenção de custas prevista no ECA não se estende às outras partes do processo. A isenção de custas e emolumentos prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente visa garan r as condições necessárias para o acesso à Jus ça de crianças e adolescentes como autores ou réus em ações movidas perante Varas da Infância e da Juventude, não alcançando outras partes que eventualmente par cipem das demandas. A conclusão é da Primeira Turma do Superior Tribunal de Jus ça (STJ), ao negar provimento ao recurso especial da Companhia 9 de Entretenimentos Ltda., do Rio de Janeiro. O processo teve início com a lavratura de autos de infração contra a Cia. 9 pelo comissário do juizado de menores no Juízo da Vara de Família, da Infância, da Juventude e do Idoso da comarca de Cabo Frio- -RJ. Segundo o comissário, a empresa infringiu o disposto no art. 258 da Lei nº 8.069/1990, pois foram encontrados no evento Cabofolia, promovido por ela, menores de 16 anos desacompanhados de seus pais ou responsáveis e menores de 14 anos acompanhados de seus pais, em desobediência às normas legais. Após examinar o caso, o juiz aplicou multa de 20 salários. Posteriormente, não acolheu o recurso de apelação devido à falta de pagamento das custas inerentes ao preparo. Inconformada, a empresa interpôs agravo de instrumento, mas o Tribunal de Jus ça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) negou o pedido, reconhecendo não ter havido o pagamento das custas. Agravo interposto contra decisão que não conheceu do recurso, tendo em vista a ausência de recolhimento das custas inerentes ao seu preparo. Hipótese de deserção, diz um trecho da decisão. Embargos de declaração foram interpostos, mas rejeitados. No recurso especial dirigido ao STJ, a empresa alegou que o entendimento do tribunal carioca ofende o disposto nos arts. 198 da Lei nº 8.069/1990 e art. 519 do Código de Processo Civil. Afirmou, ainda, que foi orientada pelo setor encarregado do TJ-RJ a não efetuar o recolhimento de custas. A Primeira Turma negou provimento ao recurso especial, destacando que a Corte, no julgamento de hipóteses parecidas, já firmou entendimento sobre o assunto. A isenção de custas e emolumentos prevista na Lei nº 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) deferida às crianças e adolescentes, na qualidade de autoras ou rés, nas demandas ajuizadas perante a Jus ça da Infância e Juventude, não é extensível aos demais sujeitos processuais, que, eventualmente figurem no feito, ra ficou o ministro Luiz Fux, ao votar. Ao negar o pedido, a Turma concordou que a Lei visa proteger as crianças e adolescentes em seus interesses na Jus ça, impossibilitando a extensão desse bene cio legal à pessoa jurídica de direito privado. Os menores de dezesseis anos serão representados e os maiores de dezesseis e menores de 18 anos assis dos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou processual. A autoridade judiciária dará curador especial à criança ou adolescente, sempre que os interesses destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de representação ou assistência legal ainda que eventual. É vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administra vos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional. Qualquer no cia a respeito do fato não poderá iden ficar a criança ou adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome. O descumprimento do disposto acima configura a prá- ca de infração administra va prevista no art. 247 do ECA, senão vejamos: Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administra vo ou judicial rela vo a criança ou adolescente a que se atribua ato infracional: Pena multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência. 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a permi r sua iden ficação, direta ou indiretamente. Medidas Socioeduca vas Segundo a jurisprudência do STJ, a aplicação de medida socioeduca va ao adolescente pela prá ca de ato infracional é de competência do exclusiva do juiz. Verificada a prá ca de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: 1) advertência; 2) obrigação de reparar o dano; 3) prestação de serviços à comunidade; 4) liberdade assis da; 5) inserção em regime de semiliberdade; 6) internação em estabelecimento educacional; 7) qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI do ECA. A medida socioeduca va aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração. As medidas que podem ser aplicadas pela autoridade competente ao adolescente que pra que ato infracional não incluem a prestação de trabalhos forçados. Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e especializado, em local adequado as suas condições. 7

8 A imposição das medidas socioeduca vas previstas nos incisos II a VI do art. 112 do ECA pressupõe a existência de provas suficientes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127 do mesmo diploma. As medidas socioeduca vas poderão ser aplicadas isolada ou cumula vamente, bem como subs tuídas a qualquer tempo. Por exemplo Advertência Advertência + Prestação de Serviços à Comunidade. Internação subs tuída pela semiliberdade. Isoladamente Cumula vamente. Subs tuídas a qualquer tempo. Da Advertência A advertência consis rá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada. Cumpre ressaltar que a advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria. Da Obrigação de Reparar o Dano Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, o magistrado poderá determinar, se for o caso, que o adolescente res tua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da ví ma. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser subs tuída por outra adequada. Da Prestação de Serviços à Comunidade A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a en dades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais. As tarefas serão atribuídas conforme as ap dões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho. Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admi da a prestação de trabalho forçado. Da Liberdade Assis da A liberdade assis da será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por en dade ou programa de atendimento. A liberdade assis da será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou subs tuída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, dentre outros: 1) promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social; 2) supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; 3) diligenciar no sen do da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho; 4) apresentar relatório do caso. Conforme no cia veiculada no site o Superior Tribunal de Jus ça decidiu que: Medida aplicada a infrator com problema mental deve ser compa vel com a limitação do menor Adolescente infrator com problema mental deve cumprir medida socioeduca va compa vel com sua limitação. Com esse entendimento, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Jus ça (STJ) concedeu habeas corpus ao menor D.H., que estava internado num estabelecimento educacional do interior paulis ta, por cometer ato infracional equiparado a homicídio. A decisão do STJ, tomada por unanimidade pelos ministros que integram o colegiado, determina a inserção do adolescente na medida socioeduca va de liberdade assis da, além de recomendar o acompanhamento ambulatorial psiquiátrico, psicopedagógico e familiar do menor. Antes de ser concedida pelo STJ, a ordem de habeas corpus havia sido negada pela primeira e pela segunda instância da Jus ça de São Paulo. Na ação impetrada no STJ, a defesa de D.H. alegou que ele corria risco de morte e que sua internação em local fechado era ilegal, pois feria o art. 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A norma estabelece que a medida a ser aplicada ao menor infrator deve levar em conta sua capacidade de cumpri-la, o que, segundo a defesa, não ocorria com D.H., em razão de sua incapacidade mental e impossibilidade de assimilar o regime de internação. No voto proferido na sessão que julgou a causa no STJ, o relator da ação, ministro Og Fernandes, asseverou que, por apresentar problemas mentais, o adolescente não poderia ficar subme do a uma medida ressocializadora da qual não raria proveito. O ministro ressaltou que a internação imposta ao adolescente possui caráter meramente retribu vo (reprovação pelo mal cometido), destoando dos obje vos previstos no ECA, entre os quais está o de garan r a proteção jurídica a crianças e adolescentes envolvidas em atos infracionais. A liberdade assis da é uma das medidas previstas no ECA que podem ser aplicadas pelo juiz da infância e juventude nos casos de infração come da por adolescente. Ela permite que o menor cumpra a determinação judicial em liberdade junto à família, porém sob o controle do juizado e da comunidade. Do Regime de Semiliberdade O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de a vidades externas, independentemente de autorização judicial. São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser u lizados os recursos existentes na comunidade. A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições rela vas à internação. Assim, a semiliberdade não comporta prazo determinado devendo ser reavaliada a cada 6 meses, não podendo exceder a 3 anos. Semiliberdade 6 m 6 m 6 m 6 m 6 m 3 anos 8

9 Da Internação A internação cons tui medida priva va da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Princípios que regem as Medidas Socioeduca va Priva va de Liberdade 1. Princípio da Excepcionalidade Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada. 2. Princípio da Brevidade as medidas socioeduca vas priva vas de liberdade terão a duração necessária para que o adolescente infrator volte a viver em sociedade. Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da en dade, salvo expressa determinação judicial em contrário. A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses. Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos. Internação 6 m 6 m 6 m 6 m 6 m 3 anos A ngido o limite de 3 anos o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade assis da. 1ª Hipótese: Semiliberdade Pode ocorrer a regressão, nesse caso, o menor deve ser ouvido Internação (no prazo máximo de três anos) 2ª Hipótese: Liberdade Assistida Aplica a Súmula nº 265 do STJ 3ª Hipótese: Liberdade Súmula nº 265, STJ: É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida socioeduca va. A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade. O Código Civil de 2002, ao dispor sobre a capacidade civil, não revogou implicitamente o 5º do art. 121 do ECA. Senão vejamos a jurisprudência sobre o tema, extraída do site Maioridade civil e penal não ex ngue medida socioeduca va Por maioria dos votos, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou Habeas Corpus (HC nº 97539) impetrado pela Defensoria Pública do estado do Rio de Janeiro que pretendia ex nguir a medida socioeduca va de semiliberdade imposta a um menor, à época da infração. Atualmente, ao ter completado 18 anos, ele a ngiu a maioridade civil e penal. De acordo com a decisão do Superior Tribunal de Jus ça (STJ), ques onada no HC, o ministro Carlos Ayres Bri o (relator) afirmou que para a aplicação das medidas socioeduca vas, previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), leva-se em consideração apenas a idade do menor ao tempo do fato, sendo irrelevante a circunstância de a ngir, o adolescente, a maioridade civil ou penal durante o seu cumprimento. Ele completou ressaltando que a execução da medida pode ocorrer até que o autor do ato infracional complete 21 anos. (Meu grifo) Ao final, salientou que o fundamento da decisão é a prevalência da legislação especial (ECA) sobre a legislação comum (Código Civil). Por essas razões, o relator negou o pedido de Habeas Corpus, sendo seguido pela maioria dos votos. Vencido o ministro Marco Aurélio, ao entender que o limite para aplicação atual do ECA são os 18 anos de idade. Medida Socioeduca va e Advento da Maioridade A Turma reafirmou jurisprudência da Corte no sen do de que o a ngimento da maioridade não impede o cumprimento de medida socioeduca va de semiliberdade e indeferiu Habeas Corpus em que se pleiteava a ex nção dessa medida aplicada ao paciente que, durante o seu curso, a ngira a maioridade penal. Sustentava a impetração constrangimento ilegal, dado que, como o paciente completara a maioridade civil 18 anos, e, portanto, alcançara a plena imputabilidade penal, não teria mais legi mação para sofrer a imposição dessa medida socioeduca- va. Asseverou-se, todavia, que, se eventualmente a medida socioeduca va superar o limite etário dos 18 anos, ela poderá ser executada até os 21 anos de idade, quando a liberação tornar-se-á compulsória. Alguns precedentes citados: HC nº /RJ (DJU de 29/6/2007, 2ª Turma); HC nº 91490/RJ (DJU de 15/6/2007, 2ª Turma) e HC nº /RJ (DJE de 3/10/2008). HC nº /RJ, rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, 19/5/2009. (HC nº ). Medida Socioeduca va: Advento da Maioridade e Convívio Familiar Por reputar indevida a imposição de bom comportamento como condição para as a vidades externas e 9

10 para as visitas à família, a Turma deferiu, em parte, Habeas Corpus para permi r a paciente inserido no regime de semiliberdade a realização daquelas benesses, sem a imposição de qualquer condicionamento pelo Juízo da Vara da Infância e Juventude. Salientou-se que o Estado deve assegurar à criança e ao adolescente o direito à convivência familiar (CF, art. 227, caput) e que o Estatuto da Criança e do Adolescente ECA tem por obje vo a proteção integral do menor, garan ndo sua par cipação na vida familiar e comunitária. Consignou-se, ainda, que o art. 120 do ECA permite a realização de a vidades externas, independentemente de autorização judicial, bem como que as restrições a direitos de adolescentes só devem ser aplicadas em casos extremos em decisões fundamentadas. De outro lado, rejeitou-se o pedido de ex nção da medida socioeduca va aplicada ao paciente que, durante seu cumprimento, a ngira a maioridade penal. Asseverou-se que a projeção da medida socioeduca va de semiliberdade para além dos 18 anos decorreria da remissão às disposições legais a nentes à internação. Ademais, aduziu-se que o ECA não determina, em nenhum dos seus preceitos, o fim da referida medida quando o adolescente completar 18 anos de idade. HC nº 98518/RJ, rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma, 25/5/2010. (HC nº 98518) Hipóteses de aplicação da medida socioeduca va de internação 2) pe cionar diretamente a qualquer autoridade; 3) avistar-se reservadamente com seu defensor; 4) ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada; 5) ser tratado com respeito e dignidade; 6) permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável; 7) receber visitas, ao menos, semanalmente; 8) corresponder-se com seus familiares e amigos; 9) ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal; 10) habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade; 11) receber escolarização e profissionalização; 12) realizar a vidades culturais, espor vas e de lazer: 13) ter acesso aos meios de comunicação social; 14) receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje; 15) manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da en dade; 16) receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade. Em nenhum caso haverá de o interno permanecer incomunicável. A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se exis rem mo vos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente. É dever do Estado zelar pela integridade sica e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança. Prescrição das medidas socioeduca vas De acordo com a Súmula nº 338 do STJ, a prescrição penal é aplicável nas medidas socioeduca vas. Princípio da Insignificância: Ato Infracional e Prescrição A medida socioeduca va de internação deve ser aplicada quando presente uma das circunstâncias do rol taxa vo previsto no ECA. De acordo com a jurisprudência do STJ, o adolescente deve pra car três infrações graves para que configure a 2ª hipótese. O prazo de internação na 3ª hipótese não poderá ser superior a três meses. A internação deverá ser cumprida em en dade exclusiva para adolescentes, em local dis nto daquele des nado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição sica e gravidade da infração. É o princípio da individualização da medida socioeduca va. Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias a vidades pedagógicas. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes: 1) entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público; [...] Por considerar ausente o interesse de agir, a Turma, em votação majoritária, não conheceu de Habeas Corpus em que se pleiteava a incidência do princípio da insignificância a menor acusado pela suposta prá- ca de ato infracional equivalente ao delito pificado no art. 155, 4º, IV, do CP, c/c o art. 14, II, ambos do CP, em decorrência da tenta va de subtração de três calças jeans. Na espécie, o Ministro relator no STJ declarara, em recurso especial, a prescrição da pretensão estatal no tocante à aplicação da medida socioeduca va. Sustentava a impetração, todavia, que o relator do especial não cogitara da possibilidade de aplicar o princípio da insignificância ao caso em tela, apesar de ter sido este ven lado nas razões recursais. Pleiteava, nesse sen do, o reconhecimento da falta de picidade da conduta, com base no mencionado princípio, por reputar mais benéfico ao paciente, registrando que a medida socioeduca va só não ocorrera em virtude da prescrição. [...] Aduziu-se, inicialmente, não se vislumbrar como outra decisão que aplicasse o aludido princípio pudesse ser mais benéfica ao paciente, dado que o reconhecimento da prescrição apagaria todos os efeitos do pretenso ato infracional por ele come do. Assentou-se, assim, que o writ careceria de uma das 10

11 condições da ação, qual seja, o interesse de agir, em face da inu lidade da medida requerida. Salientou- -se, ademais, que a questão acerca da aplicação do princípio da insignificância sequer fora apreciada pelo relator no tribunal a quo, em razão da ausência de preques onamento. Ressaltou-se, destarte, não caber ao STF o reexame dos requisitos de admissibilidade de recurso interposto nas instâncias inferiores. Vencido, no ponto, o Min. Marco Aurélio, que conhecia do Habeas Corpus por entender que a configuração do crime de bagatela que levaria à absolvição pela a picidade mostrar-se-ia, nas circunstâncias, mais favorável do que a conclusão quanto à prescrição da pretensão puni va. Quanto ao não enfretamento da matéria pelo STJ, asseverava que este poderia, ante o contexto, conceder a ordem de o cio, desde que se convencesse estar diante de uma ilegalidade passível de repercu r na liberdade de ir e vir do paciente. HC nº /RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, 20/10/2009. (HC nº ) Além da prescrição penal, o princípio da insignificância também é aplicado às medidas socioeduca vas. Sobre o tema decidiu o STF, conforme no cia veiculada no site www. s.gov.br: Princípio da Insignificância e Aplicação em Ato Infracional [...] Em face da peculiaridade do caso, a Turma indeferiu Habeas Corpus no qual se pleiteava a aplicação do princípio da insignificância a menor acusado pela prá ca de ato infracional equiparado ao delito pificado no art. 155, 4º, IV do CP, consistente na subtração de uma ovelha no valor de R$ 90,00 (noventa reais). Na espécie, magistrada de primeira instância rejeitara a inicial da representação com base no citado princípio, tendo tal decisão, entretanto, sido cassada pelo tribunal local e man da pelo STJ. Sustentava a impetração que a lesão econômica sofrida pela ví ma seria insignificante, tomando-se por base o patrimônio desta, além de ressaltar que não houvera ameaça ou violência contra a pessoa. [...]Preliminarmente, observou-se que esta Turma já reconhecera a possibilidade de incidência do princípio da insignificância em se tratando de ato pra cado por menor (HC nº /RS, 1ª Turma, DJE de 24/4/2009). Na presente situação, assinalou-se que não se encontraria maior dificuldade em considerar sa sfeitos os requisitos necessários à configuração do delito de bagatela, quais sejam, conduta minimamente ofensiva, ausência de peri culosidade do agente, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e lesão jurídica inexpressiva. Mencionou-se, por outro lado, que o adolescente registraria antecedentes pela prá ca de outros atos infracionais, tendo sofrido medida socioeduca va, além de ser usuário de substâncias entorpecentes. Tendo em conta o caráter educa vo, protetor das medidas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente ECA, asseverou-se que não pareceria desarrazoado o que fora decidido pela Corte de origem, ou seja, a aplicação de medida consistente na liberdade assis da, pelo prazo de seis meses mínimo previsto pelo art. 188 do ECA, além de sua inclusão em programa oficial ou comunitário de combate à dependência química (ECA, art. 101, VI). HC nº /RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2ª Turma, 20/10/2009. (HC nº ) O STJ tem entendimento no mesmo sen do, conforme se vê em no cia veiculada no site em 2/9/2009: [...] Quinta Turma aplica princípio da insignificância no ECA para ex nguir processo. É possível o reconhecimento do princípio da insignificância nas condutas regidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Com esse entendimento, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Jus ça (STJ) não conheceu do recurso especial em favor do menor M.C., mas concedeu de o cio (reconheceu o direito) o Habeas Corpus para aplicar a tese e ex nguir o processo por crime de furto contra o jovem acusado de levar três barras de chocolate de um supermercado, avaliadas em R$ 12,00. A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul recorreu ao STJ contra a decisão do Tribunal de Jus ça daquele estado que manteve o andamento do processo contra o menor por crime de furto. Os defensores alegaram violação de vários ar gos do ECA (arts. 103, 114, 121, 122 e 152) e também do Código Penal, sustentando a possibilidade de aplicação do princípio da insignificância aos procedimentos de inves gação de atos infracionais envolvendo menores. Ao analisar o pedido, o relator do recurso, ministro Arnaldo Esteves Lima, entendeu que nele faltaram os requisitos legais necessários para o conhecimento do recurso especial (ausência de preques onamento dos disposi vos de lei dos por violados). Porém, ressaltou que já existe um precedente, de sua própria relatoria, que reconhece a possibilidade de aplicar o princípio da insignificância nas condutas regidas pelo ECA. A subtração de três barras de chocolate avaliadas em R$12,30 por dois adolescentes, embora se amolde à definição jurídica do crime de furto, não ultrapassa o exame da picidade material, mostrando-se desproporcional a sanção penal, uma vez que a ofensividade das condutas se mostrou mínima; não houve nenhuma periculosidade social da ação; a reprovabilidade dos comportamentos foi de grau reduzidíssimo e a lesão ao bem jurídico se revelou inexpressiva, concluiu, sendo acompanhado pelos demais ministros da Turma. Art. 109, CP: Pena: Até 1 ano De 1 a 2 anos De 2 a 4 anos De 4 a 8 anos De 8 a 12 anos > 12 anos Prescreve em: 3 anos 4 anos 8 anos 12 anos 16 anos 20 anos Internação: Não pode exceder três anos. Adolescente/Jovem Adulto Art. 115, CP: aplica-se a metade do prazo prescricional previsto no Código Penal. Remissão Não se pode confundir a remição da Lei de Execução Penal com a remissão prevista no ECA. A remissão pode ser concedida tanto pelo juiz como pelo promotor de Jus ça. 11

12 A remissão, como forma de ex nção ou suspensão do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença. Recentemente, a 2ª Turma do STF, entendeu que é imprescindível a manifestação do Órgão do Ministério Público antes da concessão da remissão pelo juiz, senão vejamos: Remissão e Necessidade de Oitiva do Ministério Público É imprescindível a manifestação do Ministério Público para a concessão, pelo magistrado, de remissão ex n va em procedimento judicial de apuração de ato infracional. Com base nessa orientação, a Turma indeferiu habeas corpus no qual se sustentava a possibilidade de outorga desse bene cio ao paciente sem a prévia oi va do parquet. Asseverou-se que tal ausência implicaria nulidade do ato, conforme preceituam os arts. 186, 1º, e 204, do ECA ( Art Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciária procederá à oi va dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado. 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão.... Art A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será declarada de o cio pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado ). HC nº /MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 28/9/2010. (HC nº ) Nos termos da Lei nº 8.069/1990 Estatuto da Criança e do Adolescente o Ministério Público poderá conceder a remissão, antes de iniciado o procedimento judicial, como forma de exclusão do processo. A aplicação de medida socioeduca va cumulada com remissão não enseja necessariamente o reconhecimento da autoria e da materialidade do ato infracional. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação. Assim, é possível cumular remissão com medida socioeduca va. Assim, são possíveis as seguintes hipóteses: Remissão + advertência Remissão + prestação de serviços comunitários Remissão + reparação do dano Remissão + liberdade assis da Exceção: não é possível cumular a remissão com internação ou semiliberdade. (1) O recurso cabível contra o ato judicial que concede remissão é a apelação quando houver ex nção do processo, no prazo de dez dias. Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária. Já o adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial competente. Havendo repar ção policial especializada para atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracional pra cado em coautoria com maior, prevalecerá a atribuição da repar ção especializada, que, após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repar ção policial própria. Em caso de flagrante de ato infracional come do mediante violência ou grave ameaça contra a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto deverá: 1) lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente; 2) apreender o produto e os instrumentos da infração; 3) requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da infração. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser subs tuída por bole m de ocorrência circunstanciada. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de 12

13 sua apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia ú l imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob internação para garan a de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou bole m de ocorrência. Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o adolescente à en dade de atendimento, que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas. Nas localidades onde não houver en dade de atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repar ção policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação em dependência separada da des nada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhará imediatamente ao representante do Ministério Público cópia do auto de apreensão ou bole m de ocorrência. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de par cipação de adolescente na prá ca de ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público relatório das inves gações e demais documentos. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido ou transportado em compar mento fechado de veículo policial, em condições atentatórias a sua dignidade, ou que impliquem risco a sua integridade sica ou mental, sob pena de responsabilidade. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, bole m de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e informalmente a sua oi va e, em sendo possível, de seus pais ou responsável, ví ma e testemunhas. Segundo a jurisprudência do STJ, deverá o menor estar acompanhado de seus pais ou responsável, ao ser ouvido informalmente pelo membro do Ministério Público. É assegurado ao adolescente infrator o direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento. Em caso de não apresentação, o representante do Ministério Público no ficará os pais ou responsável para apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das polícias civil e militar. O representante do Ministério Público poderá: I promover o arquivamento dos autos; II conceder a remissão; III representar à autoridade judiciária para aplicação de medida socioeduca va. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do Ministério Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para homologação. Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida. Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de Jus ça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ra ficará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para aplicação da medida socioeduca va que se afigurar a mais adequada. A representação será oferecida por pe ção, que conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária. Encaminha os autos ao PGJ A representação, que equivale à denúncia no processo penal, independe de prova pré-cons tuída da autoria e materialidade. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação provisória. O adolescente e seus pais ou responsável serão cien ficados do teor da representação, e no ficados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado. Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente. Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efe va apresentação. Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da no ficação dos pais ou responsável. 13

14 A internação, decretada ou man da pela autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional. Inexistindo na comarca entidade para que o menor cumpra a medida socioeduca va, o adolescente deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais próxima. Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em repar ção policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciária procederá à oi va dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado. Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão. Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação ou colocação em regime de semiliberdade, a autoridade judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado cons tuído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência em con nuação, podendo determinar a realização de diligências e estudo do caso. O advogado cons tuído ou o defensor nomea do, no prazo de três dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas. Na audiência em con nuação, ouvidas as testemunhas arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão. Se o adolescente, devidamente no ficado, não comparecer, injus ficadamente à audiência de apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, determinando sua condução coerci va. Não há no procedimento citação por edital e também não haverá suspensão da prescrição. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na sentença: 1) estar provada a inexistência do fato; 2) não haver prova da existência do fato; 3) não cons tuir o fato ato infracional; 4) não exis r prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional. Caso ocorra uma das hipóteses mencionadas, estando o adolescente internado, será imediatamente colocado em liberdade. A in mação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semiliberdade será feita ao adolescente e ao seu defensor. Quando não for encontrado o adolescente, seus pais ou responsável serão in mados, sem prejuízo do defensor. Sendo outra a medida aplicada, a in mação far-se-á unicamente na pessoa do defensor. Recaindo a in mação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença. Não há necessidade de se aguardar o trânsito em julgado da sentença que aplicou a medida socioeduca va para que o menor comece a cumpri-la, senão vejamos o que STJ decidiu: MEDIDA SOCIOEDUCATIVA. CUMPRIMENTO. TRÂN- SITO EM JULGADO No Habeas Corpus preventivo, pretendia-se que o cumprimento de eventual medida socioeduca- va a ser imposta pelo juízo fosse iniciada após o trânsito em julgado da sentença. Quanto a isso, a jurisprudência que se formou em torno da interpretação do art. 198, VI, do ECA (revogado pela Lei nº /2009) firmou-se no sen do de que a sentença que insere o adolescente na medida socioeduca va possui apenas o efeito devolu vo, o que não obsta o imediato cumprimento da medida aplicada, salvo quando há possibilidade de dano irreparável ou de di cil reparação, caso em que o apelo também é recebido no efeito suspensivo. No caso dos autos, não há como aferir a legalidade dessa eventual medida. Daí que não há coação ou ameaça concreta de lesão à liberdade de locomoção do paciente a afastar seu interesse de agir, imprescindível ao conhecimento da impetração ora em grau de recurso. Precedentes citados: RHC nº RS, 5ª Turma, DJe 2/2/2009; HC nº mg, 5ª Turma, DJ 1º/10/2007, e HC nº SP, 5ª Turma, DJe 26/5/2008. RHC nº PI, Rel. Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, julgado em 18/5/2010. PROCESSO PENAL X ECA A 2ª Turma do STF decidiu que o princípio da iden dade sica do juiz não se aplica ao procedimento de aplicação de medida socioeduca va previsto no ECA: ECA: rito e princípio da iden dade sica do juiz A 2ª Turma negou provimento a recurso ordinário em habeas corpus no qual se pugnava pelo reconhecimento de nulidade da decisão que impusera a menor o cumprimento de medida socioeduca va de semiliberdade, pela prá ca de ato infracional equiparado ao crime de roubo circunstanciado em concurso de agentes. A defesa alegava que, no rito em questão, não teria sido observado o disposto no art. 399, 2º, do CPP ( Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a in mação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. ). Sustentava, também, não haver fundamentação idônea para a aplicação da referida medida. Aduziu-se, inicialmente, que o princípio da iden dade sica do juiz não se aplicaria ao procedimento previsto no ECA, uma vez que esse diploma possuiria rito processual próprio e fracionado, diverso do procedimento comum determinado pelo CPP. A seguir, reputou-se que o recorrente teria come do ato infracional caracterizado pela violência e grave ameaça à pessoa, de modo que estaria devidamente jus ficada a aplicação da medida socioeduca va imposta. RHC nº /DF, rel. Min. Gilmar Mendes, 23/11/2010. (RHC nº ) Processo penal Denúncia ou queixa crime Ação penal pública ou privada Pena ou medida de segurança Maior ECA Representação Ação socioeduca va Medida socioeduca va Menor infrator ou jovem adulto 14

15 CRIMES PREVISTOS NO ECA Ação Penal Os crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente ECA são de ação penal pública incondicionada. ANÁLISE DO ART. 228 Dispõe o art. 228 do ECA: Art Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro das a vidades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato: Pena detenção de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Se o crime é culposo: Pena detenção de dois a seis meses, ou multa. Sujeito a vo: trata-se de crime próprio somente pode pra car esse crime o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde da gestante. 1 Sujeito passivo: a gestante ou parturiente. 2 Conduta: trata-se de crime omissivo. A conduta vem complementada pelo disposto no art Elemento subje vo: dolo e culpa. 4 Consumação: com a mera omissão. 5 Tenta va: não se admite, por tratar-se de crime omissivo. 6 Medidas despenalizadoras: o delito em comento admite a transação penal e a suspensão condicional do processo. ANÁLISE DO ART. 229 Rege o art. 229 da Lei nº 8.069/1990: Art Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de iden ficar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei: Pena detenção de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Se o crime é culposo: Pena detenção de dois a seis meses, ou multa. Sujeito a vo: trata-se de crime próprio. Na primeira modalidade de conduta, podem ser agentes do crime o médico, o enfermeiro ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde da gestante. Na segunda modalidade de conduta, somente pode ser agente do crime o médico que deixa de providenciar os exames referidos no art Sujeito passivo: o neonato e a parturiente. 8 Conduta: trata-se de crime omissivo. A conduta vem complementada pelo art Elemento subje vo: dolo e culpa. 10 Consumação: com a mera omissão. 11 Tenta va: não se admite, por tratar-se de crime omissivo ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação Penal Especial. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p. 45. Medidas despenalizadoras: o delito em comento admite a transação penal e a suspensão condicional do processo. ANÁLISE DO ART. 230 Rege o art. 230 da Lei nº 8.069/1990: Art Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexis ndo ordem escrita da autoridade judiciária competente: Pena detenção de seis meses a dois anos. Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das formalidades legais. Sujeito a vo: qualquer pessoa, independentemente da qualidade de autoridade. 13 Sujeito passivo: a criança ou o adolescente. 14 Caso o sujeito passivo seja maior, que tenha sido preso sem ordem judicial ou sem estar em flagrante delito, haverá crime de abuso de autoridade. Conduta: privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, mediante apreensão: a) sem estar em flagrante de ato infracional; b) inexis ndo ordem escrita da autoridade judiciária competente; c) sem observância das formalidades legais. A respeito: art Elemento subje vo: dolo. 16 Consumação: com a privação de liberdade da criança ou do adolescente. 17 Tenta va: admite-se. 18 Medidas despenalizadoras: o delito em comento admite a transação penal e a suspensão condicional do processo. ANÁLISE DO ART. 231 Dispõe o art. 231 do ECA: Art Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada: Pena detenção de seis meses a dois anos. Sujeito a vo: trata-se de crime próprio. Somente pode ser sujeito a vo a autoridade policial. 19 Sujeito passivo: a criança ou o adolescente. 20 Caso a Autoridade Policial deixe de comunicar a prisão do maior ao juiz competente ou de observar as formalidades legais inerentes ao flagrante, haverá crime de abuso de autoridade, previsto na Lei nº 4.898/1965. Conduta: trata-se de crime omissivo. A respeito: art Elemento subje vo: dolo. 22 Consumação: com a mera omissão. 23 Tenta va: não se admite, por tratar-se de crime omissivo. 24 Medidas despenalizadoras: O delito em comento admite a transação penal e a suspensão condicional do processo. 13 Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p

16 ANÁLISE DO ART. 232 Rege o art. 232 da lei em estudo: Art Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: Pena detenção de seis meses a dois anos. Sujeito a vo: qualquer pessoa que exercer, a qualquer tulo, autoridade, guarda ou vigilância sobre a criança ou o adolescente (pai, mãe, tutor, curador, guardiões, empregadas etc.). 25 Sujeito passivo: a criança ou o adolescente. 26 Conduta: submeter (sujeitar, subordinar) a vexame ou a constrangimento. 27 Elemento subje vo: o dolo. 28 Consumação: com a efe va submissão da criança ou do adolescente a vexame ou a constrangimento. 29 Tenta va: admite-se. 30 Medidas despenalizadoras: o delito em comento admite a transação penal e a suspensão condicional do processo. ANÁLISE DO ART. 234 Dispõe o art. 234 do ECA: Art Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: Pena detenção de seis meses a dois anos. Sujeito a vo: trata-se de crime próprio. Somente pode ser agente desse crime o delegado de polícia ou o juiz de direito. Alguns autores admitem também como sujeito a vo o promotor de jus ça. 31 Sujeito passivo: a criança ou o adolescente. 32 Conduta: trata-se de crime omissivo. A autoridade competente abstém-se, sem justa causa, de liberar imediatamente a criança ou o adolescente ilegalmente apreendido. Arts. 107, parágrafo único (para o juiz de direito), e 174, (para o delegado de polícia). 33 Elemento subje vo: dolo. 34 Consumação: com a mera omissão na liberação, sem justa causa. 35 Tenta va: tratando-se de crime omissivo, não se admite a tenta va. 36 Medidas despenalizadoras: o delito em comento admite a transação penal e a suspensão condicional do processo. ANÁLISE DO ART. 235 Rege o art. 235 do ECA: Art Descumprir, injus ficadamente, prazo fixado nesta Lei em bene cio de adolescente privado de liberdade: Pena detenção de seis meses a dois anos. Sujeito a vo: trata-se de crime próprio. Agente do crime será sempre o juiz de direito, o promotor de jus ça ou o delegado de polícia Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p. 46. Sujeito passivo: o adolescente. 38 Conduta: vem representada pelo verbo descumprir. O não cumprimento dos prazos estabelecidos pelo ECA denota omissão. Deve o prazo ter sido estabelecido em bene cio do adolescente privado de liberdade. 39 Elemento subje vo: dolo vontade deliberada de descumprir o prazo. 40 Consumação: com o efe vo descumprimento do prazo. 41 Tenta va: por se tratar de crime omissivo, não se admite a tenta va. 42 Medidas despenalizadoras: o delito em comento admite a transação penal e a suspensão condicional do processo. ANÁLISE DO ART. 236 Rege o art. 236 da lei em estudo: Art Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei: Pena detenção de seis meses a dois anos. Sujeito a vo: qualquer pessoa. 43 Sujeito passivo: autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar e representante do Ministério Público, desde que no exercício de função prevista no ECA. 44 Conduta: representada pelos verbos impedir (obstaculizar) ou embaraçar (dificultar, atrapalhar) a ação das autoridades nominadas. 45 Elemento subje vo: dolo. 46 Consumação: com o efe vo impedimento ou embaraço à ação das autoridades. Tenta va: admite-se. 47 Medidas despenalizadoras: o delito em comento admite a transação penal e a suspensão condicional do processo. ANÁLISE DO ART. 237 Rege o art. 237 do ECA: Art Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar subs tuto: Pena reclusão de dois a seis anos, e multa. Sujeito a vo: qualquer pessoa, inclusive o pai ou a mãe, se des tuídos do pátrio poder. 48 Sujeito passivo: a pessoa que tem a criança ou o adolescente sob sua guarda, em virtude de lei ou ordem judicial. 49 Conduta: vem representada pelo verbo subtrair, indicando que a criança ou o adolescente devem ser re rados da esfera de vigilância daquele que detenha sua guarda, em virtude de lei ou ordem judicial. Deve haver a finalidade de colocação em lar subs tuto. Se inexis r esta úl ma, poderá configurar-se o crime do art. 249 do Código Penal. 50 Elemento subje vo: dolo. 51 Consumação: trata-se de crime formal, que se consuma com a mera subtração da criança ou do adolescente com 38 Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p

17 o fim de colocação em lar subs tuto, sendo irrelevante, portanto, à consumação do delito a efe va ocorrência desta úl ma providência. 52 Tenta va: admite-se. 53 ANÁLISE DO ART. 238 Dispõe o art. 238 da lei em estudo: Art Prometer ou efe var a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa: Pena reclusão de um a quatro anos, e multa. Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efe va a paga ou recompensa. Sujeito a vo: no caput, trata-se de crime próprio. Podem ser agentes do delito os pais, tutores e também os guardiões judicialmente nomeados (arts. 28 a 35 do ECA). No parágrafo único, sujeito a vo pode ser qualquer pessoa que oferece ou efe va a paga ou recompensa. 54 Sujeito passivo: filhos, pupilos ou mentores postos sob guarda. 55 Conduta: vem representada pelos verbos prometer e efe var, referindo-se à entrega do filho ou pupilo a terceiro. Deve, necessariamente, haver a contrapar da: paga ou recompensa No parágrafo único, pune-se a conduta daquele que oferece ou efe va a paga ou recompensa. 56 Elemento subje vo: dolo. 57 Consumação: com a promessa ou efe va entrega. Na modalidade do parágrafo único, com a promessa ou efe va paga da promessa ou recompensa. 58 Tenta va: admite-se, nas modalidades de conduta, efe var a entrega (caput) e efe var a paga (parágrafo único). 59 Medidas despenalizadoras: É um delito que admite apenas a suspensão condicional do processo. ANÁLISE DO ART. 239 Rege o art. 239 do ECA: Art Promo ver ou auxiliar a efe vação de ato des nado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro: Pena reclusão de quatro a seis anos, e multa. Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº , de 12/11/2003) Pena reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência. Sujeito a vo: qualquer pessoa. 60 Sujeito passivo: a criança ou o adolescente. 61 Conduta: vem representada pelos verbos promover e auxiliar. Promover indica atuação direta do sujeito a vo, enquanto auxiliar indica a par cipação de terceira pessoa. O ato deve ser des nado ao envio de criança ou adolescente para o exterior, com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro. A doutrina entende que houve revogação do art. 245, 2º, do Código Penal Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p. 48. Elemento subje vo: dolo. 63 Consumação: com a promoção ou auxílio à prá ca do ato, independentemente do efe vo envio da criança ou do adolescente para o exterior ou da obtenção de lucro. Trata- -se de crime formal. 64 Tenta va: admite-se, já que o iter criminis é fracionável. 65 Figura qualificada: se houver emprego de violência, grave ameaça ou fraude, a pena é de reclusão, de 6 a 8 anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência (parágrafo único introduzido pela Lei nº , de 12/11/2003). 66 Competência: da Jus ça Federal. Compete à Jus ça Federal processar e julgar delito de tráfico internacional de crianças (Decreto Legislativo nº 28/1990, Decreto nº /1990 c.c art. 109, V, da CF) (RSTJ, 77/280). 67 ANÁLISE DO ART. 240 Rege o art. 240 da Lei em tes lha: Art Produ zir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº , de 2008) Pena reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº , de 2008) 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a par cipação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste ar go, ou ainda quem com esses contracena. (Redação dada pela Lei nº , de 2008) 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: (Redação dada pela Lei nº , de 2008) I no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; (Redação dada pela Lei nº , de 2008) II prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº , de 2008) III prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da ví ma ou de quem, a qualquer outro tulo, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consen mento. (Incluído pela Lei nº , de 2008) Segundo os ensinamentos do Mestre Ricardo Andreucci: Sujeito a vo: qualquer pessoa. De acordo com a parte final do 1º, pode ser sujeito a vo também qualquer pessoa que contracene com criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o sujeito a vo es ver nas condições estabelecidas pelo 2 º. 68 Sujeito passivo: a criança ou o adolescente. 69 Conduta: vem representada pelos verbos produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, fi lmar, registrar, agenciar, facilitar, recrutar, coagir, intermediar e contracenar. O produtor, em regra, é aquele que financia a representação ou película, a a vidade fotográfica ou outro meio visual. Diretor é o responsável pelo desenvolvimento dos trabalhos. Pretendeu o legislador que não houvesse qualquer po de registro, por qualquer meio, de cena pornográfica ou de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p

18 Cenas de sexo explícito ou pornográfico: estabelece o art. 241-E que, para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão cena de sexo explícito ou pornográfica compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em a vidades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. 71 Elemento subje vo: dolo. 72 Consumação: ocorre no momento em que a criança ou o adolescente é u lizado como par cipante da cena de sexo explícito ou pornográfica. Na conduta de contracenar, a consumação ocorre com a atuação do ator com a criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica. Trata-se de crime formal, uma vez que a consumação se opera independentemente de qualquer resultado naturalís co, ou seja, sem necessidade de que a cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente seja u lizada, de qualquer modo, ou divulgada, por qualquer meio. 73 Tenta va: admite-se. 74 Causa de aumento de pena: a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o agente cometer o crime nas hipóteses do 2º do ar go. 75 ANÁLISE DO ART. 241 Rege a art. 241 da Lei nº 8.069/1990: Art Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº , de 2008) Pena reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº , de 2008) Vale a pena trazer à colação os ensinamentos do Professor Ricardo Andreucci: Sujeito passivo: a criança ou o adolescente. 76 Conduta: vem representada pelos verbos vender e expor à venda fotografia, vídeo ou registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. 77 Cenas de sexo explícito ou pornográficas: estabelece o art. 241-E que, para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão cena de sexo explícito ou pornográfica compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em a vidades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. 78 Elemento subje vo: dolo. 79 Consumação: com os atos vender e expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro contendo as cenas proibidas. 80 Tenta va: admite-se. 81 ANÁLISE DO ART. 241-A Rege o art. 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente: 71 Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p. 50. Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmi r, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informá ca ou telemá co, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfi ca envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº , de 2008) Pena reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº , de 2008) 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº , de 2008) I assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste ar go; (Incluído pela Lei nº , de 2008) II assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste ar go. (Incluído pela Lei nº , de 2008) 2º As condutas pificadas nos incisos I e II do 1º deste ar go são puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente no ficado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste ar go. (Incluído pela Lei nº , de 2008) O Mestre Ricardo Andreucci nos ensina: Sujeito a vo: qualquer pessoa. 82 Sujeito passivo: a criança e o adolescente. 83 Conduta: vem representada pelos verbos oferecer, trocar, disponibilizar, transmi r, distribuir, publicar, divulgar e assegurar, prevista como figura equiparada no 1º, refere-se aos meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens proibidas, ou ainda, ao acesso por rede de computadores. 84 Condição obje va de punibilidade: estabelece o 2º como condição obje va de punibilidade das figuras previstas pelo 1º, I e II, a nega va do responsável legal pela prestação do serviço (de armazenamento ou de acesso), após oficialmente no ficado, em desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito. 85 Objeto material: é composto pelas fotografias, vídeos ou outros registros que contenham cenas de sexo explícito ou pornográficas envolvendo criança ou adolescente. 86 Cenas de sexo explícito ou pornográficas: estabelece o art. 241-E que, para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão cena de sexo explícito ou pornográfica compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em a vidades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. 87 Elemento subje vo: é o dolo. 88 Consumação: ocorre com a efe va prá ca das condutas incriminadas, independentemente de qualquer resultado naturalís co. Trata-se de crime formal. 89 Tenta va: admite-se. 90 ANÁLISE DO ART. 241-B Rege o art. 241-A da Lei nº 8.069/1990: 82 Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p. 51. Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografi a, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº , de 2008) 18

19 Pena reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº , de 2008) 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quan dade o material a que se refere o caput deste ar go. (Incluído pela Lei nº , de 2008) 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por: (Incluído pela Lei nº , de 2008) I agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei nº , de 2008) II membro de en dade, legalmente cons tuída, que inclua, entre suas finalidades ins tucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de no cia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei nº , de 2008) III representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material rela vo à no cia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº , de 2008) 3º As pessoas referidas no 2º deste ar go deverão manter sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº , de 2008) Para Andreucci: Sujeito a vo: qualquer pessoa. 91 Sujeito passivo: a criança ou o adolescente. 92 Conduta: vem representada pelos verbos adquirir, possuir ou armazenar. Com relação a posse ou armazenamento, não há crime quando a conduta se dá nas hipóteses elencadas no 2º. 93 Objeto material: é composto pelas fotografias, vídeos ou outros registros que contenham cenas de sexo explícito ou pornográficas envolvendo criança ou adolescente. 94 Cenas de sexo explícito ou pornográficas: estabelece o art. 241-E que, para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão cena de sexo explícito ou pornográfica compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em a vidades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. 95 Elemento subje vo: é o dolo. 96 Consumação: ocorre com a efe va prá ca das condutas incriminadas, independentemente de qualquer resultado naturalís co. Trata-se de crime formal. 97 Tenta va: admite-se. 98 Causa de diminuição de pena: a pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços), de acordo com o disposto no 1º, se de pequena quan dade o material adquirido, possuído ou armazenado. 99 Finalidade de comunicar às autoridades competentes: se o armazenamento ou posse do material proibido ver como finalidade a comunicação às autoridades competentes acerca das condutas proibidas, não haverá crime. Nesse caso, entretanto, o agente terá de se inserir em uma das categorias elencadas nos incisos I, II e III do 2º Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p. 52. Sigilo: na hipótese do item acima, segundo dispõe o 3º, as pessoas inseridas nas categorias elencadas nos incisos I, II e III do 2º deverão manter sob sigilo o material proibido. 101 ANÁLISE DO ART. 241-C Rege a norma em comento: Art. 241-C. Simular a par cipação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: (Incluído pela Lei nº , de 2008) Pena reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº , de 2008) Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste ar go. (Incluído pela Lei nº , de 2008) Segundo os ensinamentos de Andreucci: Sujeito a vo: qualquer pessoa. 102 Sujeito passivo: a criança ou o adolescente. 103 Conduta: vem representada pelo verbo simular. No parágrafo único, também estão previstas as condutas vender, expor à venda, disponibilizar, distribuir, publicar, divulgar, adquirir, possuir ou armazenar. 104 Objeto material: é composto pelas fotografias, vídeos ou outros registros, adulterados, montados ou modificados, que contenham cenas de sexo explícito ou pornográficas envolvendo criança ou adolescente. 105 Cenas de sexo explícito ou pornográficas: estabelece o art. 241-E que, para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão cena de sexo explícito ou pornográfica compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em a vidades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. 106 Elemento subje vo: é o dolo. 107 Consumação: ocorre com a efe va prá ca das condutas incriminadas, independentemente de qualquer resultado naturalís co. Trata-se de crime formal. 108 Tenta va: admite-se. 109 ANÁLISE DO ART. 241-D Dispõe o art. 241-D do ECA: 101 Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p. 52. Art. 241-D. Aliciar, assediar, ins gar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela pra car ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº , de 2008) Pena reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº , de 2008) Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº , de 2008) I facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela pra car ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº , de 2008) II pra ca as condutas descritas no caput deste ar go com o fim de induzir criança a se exibir de forma 19

20 pornográfica ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei nº , de 2008) Ricardo Andreucci tece os seguintes comentários sobre o crime em comento: Sujeito a vo: qualquer pessoa. 110 Sujeito passivo: a criança. Nesse disposi vo, o legislador não se referiu a adolescente como fez nos ar gos anteriores. 111 Conduta: vem representada pelos verbos aliciar, assediar, ins gar e constranger. No parágrafo único, ainda estão previstas as condutas facilitar e induzir. Nas condutas do caput do ar go, deve haver a finalidade específica do agente de pra car ato libidinoso com a criança, o mesmo ocorrendo com as figuras do parágrafo único, I. Já na figura do parágrafo único, II, a finalidade do agente deve ser de induzir a criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. 112 Elemento subje vo: é o dolo. Tanto no caput quanto no parágrafo único deve haver elemento subje vo específico, consistente na finalidade de pra car com a criança ato libidinoso ou de induzi-la a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. 113 Consumação: ocorre com a efe va prá ca das condutas incriminadas, independentemente de qualquer resultado naturalís co. Trata-se de crime formal. 114 Tenta va: admite-se. 115 ANÁLISE DO ART. 241-E Rege o art. 241-E da Lei nº 8.069/1990: Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão cena de sexo explícito ou pornográfica compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em a vidades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. (Incluído pela Lei nº , de 2008) Ricardo Andreucci nos ensina que: Nesse disposi vo, o legislador definiu o que se deve entender como cena de sexo explícito ou pornográfica, expressão que compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em a vidades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição de órgãos genitais para fins primordialmente sexuais. 116 ANÁLISE DO ART. 242 Rege o art do ECA: Art Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo: Pena reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº , de 12/11/2003) Sujeito a vo: qualquer pessoa. 117 Sujeito passivo: a criança ou o adolescente. 118 Conduta: vem representada pelos verbos vender, fornecer e entregar, a tulo oneroso ou gratuito. O objeto material é arma, munição ou explosivo. 119 Sustento que o 110 Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p. 54. delito em estudo foi parcialmente revogado pelo inciso V do art. 16 do Estatuto do Desarmamento, subsis ndo ainda apenas em relação às chamadas armas brancas (canivetes, facas, adagas, punhais etc.). Elemento subje vo: dolo. 120 Consumação: ocorre com a efe va venda, fornecimento ou entrega, de qualquer forma, a tulo oneroso ou gratuito. 121 Tenta va: admite-se. 122 Pena: conforme alteração introduzida pela Lei nº /2003, a pena passou a ser de reclusão de 3 a 6 anos. 123 ANÁLISE DO ART. 243 Rege o art da Lei em estudo: Art Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam causar dependência sica ou psíquica, ainda que por u lização indevida: Pena detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não cons tui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº , de 12/11/2003) Sujeito a vo: qualquer pessoa. 124 Sujeito passivo: a criança ou o adolescente. 125 Conduta: vem caracterizada pelos verbos vender, fornecer, ministrar e entregar. Não haverá crime se ocorrer justa causa para a prá ca da conduta. O objeto material do crime é representado por produtos cujos componentes podem causar dependência sica ou psíquica, ainda que por u lização indevida ( cola de sapateiro, acetona, éter, esmalte de unha, bebida alcoólica etc.). Se for entorpecente, haverá o crime do art. 33 da Lei nº / Elemento subje vo: dolo. 127 Consumação: ocorre com a efe va prá ca de uma das modalidades de conduta. 128 Tenta va: admite-se. 129 Pena: conforme alteração introduzida pela Lei nº /2003, a pena passou a ser de detenção de 2 a 4 anos, se o fato não cons tuir crime mais grave. 130 JURISPRUDÊNCIA A Sexta Turma decidiu que a venda de bebida alcoólica para menores de 18 anos configura a contravenção penal prevista no inciso I do art. 63 da Lei das Contravenções Penais. Vejamos: 120 Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p Ibidem, p. 54. VENDA. ÁLCOOL. ADOLESCENTES. A venda de bebida alcoólica a menores de 18 anos é pica e encontra correspondência no art. 63, I, da Lei de Contravenções Penais. No caso, a errônea capitulação dos fatos no art. 243 do ECA não jus fica o trancamento da ação penal; como consabido, o agente defende-se dos fatos, e não de sua capitulação jurídica. Com esse entendimento, a Turma acolheu o parecer do MPF e concedeu a ordem de o cio para alterar a capitulação dos fatos. Precedentes citados: RHC nº MG, DJe 6/9/2010; HC nº SP, DJe 23/8/2010; HC nº PR, DJe 16/11/2010, 20

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