Manejo e controle do mofo branco da soja

Transcrição

1 Manejo e controle do mofo branco da soja Eng. Agr. MSc. Ricardo Brustolin RB Assessoria e Consultoria Agropecuária Londrina, 27 de junho de 2019.

2 Ensaios de pesquisa Foto: Gian Lucas Beledelli

3 Qual é o potencial genético da cultura da soja? 150sc/ha 130sc/ha 110sc/ha 90sc/ha 90sc/ha 70sc/ha 70sc/ha 50sc/ha Pragas Doenças Plantas daninhas Genótico Clima Solo Produtor + profissional capacitado FATORES DE PRODUÇÃO

4 Plantas sádias e bem estabelecidas: + 6 toneladas/ha Foto: Ricardo Brustolin

5 Mofo-branco Sclerotinia sclerotiorum 5 Fotos: Ricardo Brustolin

6 Mofo branco - Área infestada 10 M de ha Meyer 2018 até 0,5 milhão ha 0,5 a 1,0 milhão de ha 1,0 a 2,0 milhões de ha mais que 2,0 milhões de ha 28% área soja do Brasil Área de Cultivo de Soja 2018 (em mil ha) BA 1602,4 MS 2671,1 PR 5443,8 MT 9518,6 MG 1489,6 SC 678,2 GO+DF 3458,2 SP 960,7 RS 5692,1 BRASIL: 35099,7 mil ha Área infestada com mofo branco: 9981,3 mil ha (estimativa) 28% Fonte: - regiões produtoras de soja: Conab/IBGE - áreas infestadas por Sclerotinia sclerotiorum: Meyer et. al., 2017

7 Dano: Foto: Gian L. Beledelli

8 Funções de dano: (Reis et. al, 2019).

9 Hospedeiros: Cerca de 652; (nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/index.cfm) Culturas de importância econômica e plantas daninhas; EMBRAPA, Banco de Dados Brasileiro de Micologia, 2010 Ex: soja, feijão, batata, algodão, girassol, nabo, alface, amaranto, amendoim, canola, cenoura, ervilha, melão, fumo, guandú, hortelã, repolho, alho, tomate...etc; Plantas guaxas de soja;

10 Conhecendo o inimigo: Fotos: Ricardo Brustolin 10

11 Fatores de ocorrência do mofo branco: Ambiente favorável Fungo necrotrófico H Soja, nabo, canola, PD, soja guaxa, feijão, algodão... Inóculo Hospedeiro+flores senescidas Fonte: Ricardo Brustolin, 2018

12 Formação de escleródios (ASSEXUAL) Fotos: Ricardo Brustolin

13 Formação de escleródios Fotos: Ricardo Brustolin

14 Formação de escleródios (ASSEXUAL) Fotos: Ricardo Brustolin

15 Fotos: Ricardo Brustolin Formação de escleródios (ASSEXUAL)

16 É PRECISO CONHECER O CICLO DA DOENÇA! ESTÍMULO Água+luz+temperatura Faixa ótima (12 a 18 C) (SUN & YANG, 2000)

17 Foto: Ricardo Brustolin 17

18 Foto: Ricardo Brustolin 18

19 Formação de escleródios FASE 1 FASE 2 FASE 3 Foto: Ricardo Brustolin

20 Formação de escleródios FASE 4 Foto: Ricardo Brustolin

21 Foto: Ricardo Brustolin

22 ESCLERÓRIOS RETORNAM AO SOLO ESCLERODIOS + GRÃOS

23 Manejo Integrado da doença = MID

24 MID: evitar a introdução do fungo na lavoura: Monitorar a qualidade das sementes (Ex. soja, canola, nabo forrageiro, feijoeiro, algodão); Limpeza das colheitadeiras, semeadoras e equipamentos; Evitar a alimentação do gado com resíduos contaminados com escleródios;

25 MID : como evitar a manutenção e o aumento do banco de escleródios no solo? Evitar a sucessão, rotação e o monocultivo (soja) de espécies vegetais de folhas largas, na mesma lavoura: (Canola, ervilhaca, feijoeiro, algodão, girassol, nabo, soja guaxa, etc...) Fotos: Ricardo Brustolin

26 INFECÇÃO MICELIOGÊNICA: Foto: Ricardo Brustolin

27 INFECÇÃO MICELIOGÊNICA: Nabo forrageiro Fotos: Ricardo Brustolin

28 Soja guaxa: Passo Fundo/RS Fotos: Ricardo Brustolin

29 Soja guaxa: Passo Fundo/RS Fotos: Ricardo Brustolin

30 Pousio + nabiça: Passo Fundo/RS Fotos: Ricardo Brustolin

31 Pousio + nabiça: Passo Fundo/RS Fotos: Ricardo Brustolin

32 Por quantos anos os escleródios sobrevivem no solo? Viabilidade (%) 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 y = -6,0719x + 82,785 R 2 = 0,9992 Superfície 10 cm y = -2,5086x + 96,205 R 2 = 0, Tempo (meses) Resultados de Passo Fundo/RS (Reis & Tomasini, 2005)

33 Viability (%) Por quantos anos os escleródios sobrevivem no solo? y = x R² = Time (month) Resultados (Brustolin de Passo et Fundo/RS al, 2012) (Brustolin et.al, 2015)

34 MID: como reduzir o banco de escleródios? Realizar sucessão/rotação de culturas com espécies vegetais não suscetíveis; (Ex. milho, sorgo, milheto, aveia, trigo, brachiária etc...) Fotos: Ricardo Brustolin

35 EXEMPLO SUL DO BRASIL

36 MID: como reduzir o banco de escleródios? Ex: Cobertura de brachiária ou milheto pós soja Fotos: Ricardo Brustolin

37 MID: como reduzir o banco de escleródios? Controle Biológico X Controle Químico Momentos distintos e bem definidos de atuação: Controle Biológico Controle Químico Inviabilização dos escleródios no solo Soja: estádio vegetativo e entressafra Proteção das plantas contra a infecção Soja: floração Meyer et. al., 2018

38 MID: Controle biológico Meyer et. al., 2018 Testemunha Testemunha Testemunha

39 MID: Controle biológico Trichodermil (T. harzianum) Quality (T. asperellum) Ecotrich (T. harzianum) PNR (T. asperelum) PNR - soja (B. pumillus) Serenade (B. subtilis) PNR (lignosulfonato) Inibição da Germinação Carpogênica (%) Safra 2013/14 44,0 32,0 52,0 27,0 n.a. 63,0 62,0 Safra 2014/15 55,0 89,0 73,0 57,0 77,0 n.a. 82,0 Safra 2015/16 68,0 67,0 67,0 43,0 100,0 79,0 n.a. Média 55,7 62,7 64,0 42,3 88,5 71,0 72,0 Inibição da Germinação Miceliogênica (%) Safra 2012/13 0,0 0,0 15,0 n.a. 0,0 n.a. 6,0 Safra 2013/14 0,0 0,0 0,0 0,0 n.a. 0,0 0,0 Safra 2014/15 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 n.a. 0,0 Média 0,0 0,0 5,0 0,0 0,0 0,0 2,0 Fonte: Embrapa DOC 368, 2016

40 MID: Reduzir o molhamento foliar Ajuste de arquitetura e população de plantas; 25pl/m2 40pl/m 2 Foto: Ricardo Brustolin

41 MID: período de predisposição Escalonar épocas de plantio; Cultivares com período de floração curto; Ciclo precoce;

42 Efeito de cobertura do solo com palhada Sem palhada Com palhada L.H.C.P. Silva

43 Opções de culturas para cobertura de solo Braquiária (Urochloa ruziziensis) Meyer et. al., 2018 Aveia (Avena sativa) M.C. Meyer

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45 MID: quimioterapia Aplicação de fungicidas específicos para o mofo branco durante o período de maior predisposição a infecção (início da floração até o início da formação de vagens;

46 Foto: Ricardo Brustolin

47 MID: quimioterapia qual fungicida? Ensaios Cooperativos Mofo Branco (Embrapa )

48 MID: quimioterapia qual fungicida? Ensaios Cooperativos Mofo Branco (Embrapa )

49 Ensaios Cooperativos Mofo Branco (Embrapa )

50 MID: quimioterapia como atingir o alvo? Foto: Ricardo Brustolin

51 M.C. Meyer Arquitetura de plantas favorável a penetração de calda de fungicida e à aeração entre plantas Arquitetura de plantas desfavorável a penetração de calda de fungicida e à aeração entre plantas População adequada de plantas População inadequada de plantas - acamamento

52 MID: quimioterapia como atingir o alvo? 70 a 100 gotas/cm 2 ; Fungicidas penetrantes apresentam baixa mobilidade; Usar adjuvantes recomendados pelo fabricante; Ajuste da velocidade, altura de barra e pressão do pulverizador; Temperaturas, velocidade do vento e UR adequados;

53 MID: quimioterapia ensaios safra 2015/2016 Testemunha Tratamento correto +31 sc/ha (Brustolin, 2016);

54 MID: quimioterapia ensaios safra 2017/2018 Testemunha Tratamento correto +34 sc/ha (Brustolin & Beledelli, 2018);

55 Produção de escleródios em função dos tratamentos fungicidas (2012) Ensaios cooperativos: Mauricio Meyer, Local Test. TM (4X) Proc (2X) Flu (2X) Fluop (2X) D+Bosc (2X) C+Lig (3X) C+Proc (4X) TM+Flu (3X) C+Flu (3X) Cyp. (2X) Local

56 Considerações finais: Usar fungicidas registrados e validados pela Embrapa (ensaios cooperativos); Alternar o uso de principios ativos como uma das estratégias anti-resistência; Inserir o mofo branco no planejamento da fazenda ao longo dos anos; Trabalhar sempre CONTRA o mofo branco com informações validadas;

57 Considerações finais: ESTUDE E CONHEÇA A DOENÇA; PRATIQUE O MANEJO INTEGRADO; ADOÇÃO DE TÁTICAS DE CONTROLE ISOLADAS SÃO POUCO EFICIENTES;

58 Considerações finais: APRENDA A CONVIVER COM BAIXO INÓCULO NO SOLO ERRADICAR É DIFÍCIL

59 OBRIGADO! Fone: (054) 9