JOÃO ANTÔNIO DA COSTA FERNANDES JÚLIO CÉZAR COSTA POLÍCIA INTERATIVA: A DEMOCRATIZAÇÃO E UNIVERSALIZAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA

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1 JOÃO ANTÔNIO DA COSTA FERNANDES JÚLIO CÉZAR COSTA POLÍCIA INTERATIVA: A DEMOCRATIZAÇÃO E UNIVERSALIZAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA Monografia apresentada ao Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas da Universidade Federal do Espírito Santo e à Diretoria de Ensino da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo como requisito para conclusão do I Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais da PMES, sob a orientação da Professora Vanda de Aguiar Valadão..

2 Vitória 1998 TERMO DE APROVAÇÃO A Banca examinadora aprovou esta monografia tendo-lhe atribuído nota: 10,0 (DEZ) MAJ QOC PMES PEDRO DELFINO DR. LUIZ FERRAZ MOULIN PROFESSORA VANDA DE AGUIAR VALADÃO

3 Agradecimentos Ao Senhor Deus, que nos deu todas as condições para a conclusão deste trabalho. Para nossas esposas, filhos e nossos pais, pela paciência e compreensão que sempre tiveram conosco. A todos os amigos e amigas pela coragem em nos apoiar. Em especial, à Professora Vanda de Aguiar Valadão, que brilhantemente nos orientou e que também possui em suas veias o sangue da grande família policial militar.

4 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO CAPÍTULO I A MILITARIZAÇÃO DA POLÍCIA E AS SUAS CONSEQÜÊNCIAS PARA A SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL A Polícia na Era Moderna A Estrutura Policial no Brasil de a As Origens das Atuais Polícias Militares A Militarização da Polícia no Século XX A Polícia no Estado Getulista O Início da Democratização Brasileira O Regime de 64 e a utilização do Aparelho Policial A Nova Constituição e a Polícia A Polícia em Crise e as Perspectivas de Soluções CAPÍTULO II OS DIREITOS HUMANOS E O PAPEL DA POLÍCIA EM REGIMES DEMOCRÁTICOS Os Princípios Universais dos Direitos Humanos para a Ordem 37 Democrática Os Direitos Humanos no Brasil Ausência de Cidadania A Polícia e os Direitos Humanos sob a Ótica da Normatização Institucional O CÓDIGO DE CONDUTA PARA POLICIAIS PRINCÍPIOS BÁSICOS SOBRE O USO DE FORÇA E ARMAS DE FOGO A CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA A PROTEÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS NO ORDENAMENTO JURÍDICO DO BRASIL... 64

5 4. Exigências Democráticas no Campo da Segurança Pública O POLICIAMENTO REPRESENTATIVO O POLICIAMENTO CORRESPONDENTE ÀS NECESSIDADES E EXPECTATIVAS PÚBLICAS O POLICIAMENTO RESPONSÁVEL APONTANDO SOLUÇÕES CAPÍTULO III UM NOVO MODELO PARA O ORGANISMO POLICIAL BRASILEIRO Entendendo a Necessidade de Mudança do Modelo Atual de Segurança Pública CONSIDERAÇÕES INICIAIS FATORES INTERVENIENTES NO DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO INTERATIVO CONCEITOS INDISPENSÁVEIS PARA O ENTENDIMENTO DO PROCESSO INTERATIVO CARACTERÍSTICAS DO MODELO INTERATIVO DE POLÍCIA O MÉTODO INTERATIVO MODALIDADES DE INTERAÇÃO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 98

6 1 INTRODUÇÃO Sonhar com um modelo de sociedade igualitária, onde a lei e a ordem sejam verdadeiramente a expressão da vontade e necessidade do universo da população é preciso. Ousar conceber uma nova forma de fazer polícia, de acordo com o modelo igualitário de sociedade, numa sociedade estruturada hierarquicamente é desencadear uma difícil batalha. Implementar um novo modelo para o organismo policial brasileiro, que seja conforme os princípios democráticos expressos na Constituição, e que conseqüentemente atenda ao padrão dos direitos humanos é vencer. O troféu da vitória é a Polícia Interativa, uma evolução do princípio da comunitarização da polícia, que tem como registro de seus primórdios no mundo o modelo inglês. Conforme o estudo de Ribeiro (1993), na Inglaterra, até o início do século XIX cabia à própria comunidade delegar a alguns de seus membros a tarefa de organizar a segurança do grupo. Com a evolução econômica e social do povo inglês, foi necessária a criação de uma força regular para a preservação da ordem pública, sendo que coube ao então Ministro do Interior Sir Robert Peel, em 1829, a organização da Polícia Metropolitana de Londres, a conhecida Scotland Yard. Segundo a concepção do próprio Peel, a polícia deveria ser organizada militarmente, com hierarquia e disciplina rígidas, porém voltada

7 para a proteção dos cidadãos e para a prevenção do crime, e ainda com a investidura civil dos policiais. A criação da Scotland Yard, deu incício à comunitarização da polícia, dentro do que se chamava à época de Commutting Police, ou modelo de ação comunitária, daí advindo a figura do Bobby 1 londrino. Já neste século em 1948, a implementação dos chamados team police ou policiamento em equipe, na cidade de Aberdeen na Escócia, passou a servir como modelo para a setorização das atividades policiais nas comunidades, denominando-se este modelo de polícia comunitária, que atualmente tornou-se referencial de aplicação do policiamento em várias partes do mundo; e que no Brasil foi introduzido no início da década de 80, pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, na ocasião comandada pelo Coronel Carlos Magno Nazareth Cerqueira, a partir do modelo norte americano. A comunitarização da polícia no Estado do Espírito Santo, como um sistema oficial e formal, iniciou-se em 13 de novembro de 1985, com a edição do Decreto nº 2.171, autorizando a criação dos Conselhos Comunitários de Segurança no território capixaba. Neste mesmo ano, a Polícia Militar do Espírito Santo criou, através da Diretriz nº 02/85 3ª Seção do Estado Maior da Polícia Militar, o Programa de Interação Comunitária, denominado de Pacto, como forma de proporcionar condições de execução das disposições contidas no Decreto já mencionado. 1 Termo usado para denominar os policiais da Scotland Yard, criada por Sir Robert Peel em 1829.

8 Em 1987, através da Fundação Pedroso Horta, passa a ser discutido o Sistema de Policiamento Modular 2, que haveria de ser a espinha dorsal do Policiamento Comunitário, e base para a implantação da nova mentalidade nos serviços prestados pela Polícia Militar do Espírito Santo, à sociedade capixaba. Em 1988, a Polícia Militar do Espírito Santo, inicia o processo de Policiamento Comunitário, nas cidades de Alegre e Guaçuí, com a criação do primeiro Conselho Comunitário de Segurança do Espírito Santo em Alegre e ativando o policiamento a pé, através de duplas de policiais militares nos bairros da cidade de Guaçuí, utilizando-se um contigente específico que para lá foi transferido para iniciar o processo de interação com a sociedade através do Policiamento Comunitário. Em 1989, a nova Constituição Estadual, consagra a participação da sociedade civil na formulação das políticas públicas de segurança, trazendo assim em definitivo, a participação popular, como instrumento de controle e incrementação das ações dos órgãos estaduais, encarregados da Segurança Pública. Em julho de 1991 é implantado na cidade de Guaçuí-ES, o POP- Com 3, semente que germinaria quatro anos depois, naquele que seria o projeto mais inovador no campo de polícia ostensiva no Espírito Santo. 2 Modelo tático de ocupação territorial usado pela Polícia Militar, basicamente idêntico ao team police originado em Aberdeen na Escócia em 1948, consistindo na construção de um posto de policiamento, de onde seria distribuído os policiais numa área geográfica. 3 POP-Com nome técnico do projeto de Policiamento Ostensivo Produtivo Comunitário, desenvolvido

9 Nos meados de 1992, a Polícia Militar do Espírito Santo, estrutura um sistema pioneiro e moderno de reciclagem profissional, denominado de Instrução Modular. Tal sistema concebido experimentalmente a princípio, foi efetivado, e tornou-se a mola mestra da filosofia adotada no Projeto de Polícia Interativa, que visa preparar o segmento militar, dando-lhe todas as condições de conhecimento técnico para o desempenho da atividade profissional. Este processo foi exteriorizado, através da frase a operacionalidade anda a reboque da instrução, de autoria do Coronel Carlos Magno da Paz Nogueira, ex-comandante Geral do Polícia Militar do Espírito Santo. Em 1994, o Capitão Júlio Cézar Costa reinicia o processo de interatividade entre a Polícia Militar, Comunidades, Poderes Públicos e Clubes de Serviços, visando à implantação de uma mentalidade de polícia ostensiva, que na época, nas palavras do Prefeito Dr. Luiz Ferraz Moulin, seria a polícia de Guaçuí, o exemplo de uma polícia cidadã, a exportar-se para todo o País. Por iniciativa da Loja Maçônica Liberdade e Luz de Guaçuí, e ainda dos representantes da Sub-seção da OAB, do Rotary Clube, do Lions Clube e finalmente da Associação Comercial, em dezembro de 1994, é criada a Comissão de Estudos para formalização do Conselho Interativo de Segurança(CISEG), sendo tal conselho empossado pelo Coronel Comandante Geral da Polícia Militar do Espírito Santo, em solenidade festiva na Câmara Municipal de Guaçuí, por ocasião do I Encontro Estadual sobre Polícia Interativa, ocorrido em 26 de janeiro de Várias reuniões antecederam à formalização do CISEG, permitindo assim, que Guaçuí fosse a primeira cidade capixaba, a dar cumprimento ao na cidade de Guaçuí, após ser idealizado pelo Capitão Júlio Cézar Costa.

10 mandamento constitucional, que autoriza a participação da sociedade na formulação das políticas públicas de segurança, pois desde o seu nascedouro, a participação comunitária na formulação das questões locais de segurança pública, trilhou pelo caráter democrático e isento, da eclética participação de todos os segmentos da sociedade. Com ascensão ao Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo, em janeiro de 1995, do Coronel Polícia Militar Alvim José Costalonga, incentivador da mudança de mentalidade na Corporação, a Polícia Interativa ganha corpo e motivação. Logo três dias depois de assumir o Comando Geral, o Coronel Alvim, determina a realização em Guaçuí do I Encontro Estadual sobre Polícia Interativa, sob os auspícios do 3 Batalhão de Polícia Militar, através da 2ª Companhia, sediada naquela cidade. Durante a realização do I Encontro Estadual sobre Polícia Interativa, a Polícia Militar do Espírito Santo, com a presença de seu Comandante Geral, e de representação de toda a sua oficialidade, adota a Polícia Interativa como uma meta a ser atingida. Nesse ínterim, o Governador do Estado, Dr. Vítor Buaiz, ao tomar conhecimento do projeto sobre a Polícia Interativa e verificar que era sobretudo um projeto inovador, que mudaria a face da segurança pública no Estado, através da participação das comunidades, adota-o e o inclui em sua plataforma de governo, vindo juntamente com a Prefeitura Municipal de Guaçuí e outras entidades, a patrocinar a realização em agosto de 1995, em Guaçuí, do I Fórum Nacional sobre Polícia Interativa, que contou com a presença do Dr. Nelson Jobim então Ministro da Justiça, além dos representantes das Polícias Militares do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Minas Gerais e Paraná.

11 Em dezembro de 1995, no hotel Luxor Regente em Copacabana, Rio de Janeiro, durante o I Seminário Internacional sobre Polícia Comunitária, patrocinado pelo Governo Federal e pelo Movimento Viva Rio 4, o sistema capixaba de Polícia Interativa destacou-se dentre os demais modelos apresentados naquele colóquio. A partir de tal evento, o projeto de Polícia Interativa passou a ser também plataforma do Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, através de sua inclusão no Plano Nacional dos Direitos Humanos PNDH, decretado em 13 de maio de Assim, esse trabalho é o resultado de uma pesquisa bibliográfica que leva ao entendimento do modelo e do arcabouço ideológico policial adotados no Brasil, ingressando nos princípios que fundamentam o Estado Democrático e nas exigências dos padrões dos Direitos Humanos para o policiamento e das organizações policiais; apresentando finalmente o sistema de polícia interativa adotado na Polícia Militar do Espírito Santo como um modelo que atende à exigência da nova ordem constitucional brasileira e internacional dos direitos humanos. 4 Organização não governamental que atua na área de estudos sobre Segurança Pública no Brasil.

12 CAPÍTULO I A MILITARIZAÇÃO DA POLÍCIA E AS SUAS CONSEQÜÊNCIAS PARA A SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL. 1. A POLÍCIA NA ERA MODERNA. O fim da idade média e a diluição do pensamento absolutista que a sustentava, adicionado às conquistas do novo mundo, originaram as bases primárias para o surgimento de um Estado público em contraposição ao Estado privatista da era feudal, ou da Monarquia patrimonialista. À época, a estrutura de dominação exigia um aparato sustentador, basilar, e que externalizasse a visão dos que detinham o poder sobre a grande massa que precisava ser controlada, como fundamento para o suposto alcance do governo estável. Entretanto, em 1505, na cidade de Florença organizava-se o 1º Conselho de Gestão da Polícia que a Literatura noticia. Maquiavel foi incumbido de organizar a milícia para o cerco de Pisa, sendo que os milicianos iriam substituir os mercenários. Como Chanceler dos Nove, órgão responsável pelo comando da milícia, Maquiavel estrutura a força policial para uma atuação eminentemente de caráter militar (MAQUIAVEL : 1996). É notório, que a força miliciana nascia para guerrear, portanto desde a sua gênesis, era substantivamente uma organização militar, que atuaria na

13 defesa e nos interesses do governante, e não necessariamente dos súditos deste. Aqui indubitavelmente nasce a concepção militar de polícia. A militarização do elemento humano da polícia, era fator preponderante na época, visto que a sociedade estava em processo de transformação. Ter o aparato de segurança sob o controle direto do governante era necessário e a melhor forma de conseguir tal objetivo era militarizar a milícia, que seria a força permanente de dominação, uma vez que, a manutenção de um exército belicista, tornar-se-ia por demais onerosa em tempos de paz. A milícia atuava no policiamento e quando necessário guerreava também. O século XVI traz para a Europa novas esperanças. As descobertas de terras no novo mundo, o atingimento por via marítima do extremo sul do continente africano e também da Índia, eram conquistas que serviriam para a mudança do status quo da Europa Ocidental. O século XVI século de profundas transformações na estrutura social, também foi palco da reforma religiosa. O Mundo abria as suas portas para os novos tempos. Viriam posteriormente os grandes contratualistas, o Iluminismo e tantos outros movimentos que iniciaram mudanças na face sócio, política e econômica da humanidade. O movimento social caminhava a passos largos para o rompimento da velha estrutura do absolutismo monárquico. O desiderato por participação nos destinos de suas nações, tornavam as pessoas ávidas por alterações que lhes possibilitassem o atingimento de direitos sociais e políticos, originando o Estado Social de Direito. Apenas em 1760 o termo polícia começava a ser usado na França, seguindo o seu significado atual (MORAES, 1986).

14 A Revolução Francesa foi o grande marco. O lema da Igualdade, da Fraternidade e da Liberdade expande-se para todo o Mundo. Enfim a humanidade soltava a sua voz e simbolicamente dava o brado anunciando o limiar de uma nova época, que seria consubstanciada na busca pelo respeito aos direitos inalienáveis da pessoa humana. No final do século XVIII, os acontecimentos históricos na França gerariam novas expectativas, que multiplicar-se-iam a partir do continente europeu para todo o mundo, favorecendo o surgimento de novos ideais na sociedade, e habilitando os homens para uma fase nova em suas relações com o aparelho do Estado. 2. A ESTRUTURA POLICIAL NO BRASIL DE 1530 a O território pátrio como sabemos foi colonizado pelos Donatários das capitanias hereditárias. Portugal não possuindo condições de explorar as terras que estavam distante, optou pelo, já na ocasião conhecido, sistema de Capitanias Hereditárias, onde a forma de colonização ocorria com recursos próprios de portugueses afortunados que recebiam as donatarias em possessão hereditária, e nela implementavam as suas formas indômitas de administração, recebendo para tal a permissão legal do Rei, inclusive na administração das funções de polícia, iniciando-se no Brasil a dominação privada sobre uma causa pública, como é o mister da segurança pública. Na ocasião a definição do que era público tornava-se irrelevante visto que o propósito de Portugal era assumir o domínio sobre a empresa oriunda da

15 descoberta de tão vasto território, e as ações típicas de polícia estavam também por estatuto régio nas mãos dos senhores donatários, conforme indicações abaixo: Pelos documentos existentes, a idéia de polícia no Brasil nasceu em 1530 quando D. João III resolve então adotar o sistema de capitanias hereditárias, outorgando a Martins Afonso de Souza uma carta régia para estabelecer a administração, promover a justiça e organizar o serviço de ordem pública, como melhor entendesse, nas terras que conquistasse no Brasil (AZKOUL : 1998 : 09-10). Ocupando as capitanias, para expurgar quaisquer ameaças de franceses, holandeses e outras nações que viessem a intentar a criação de benfeitorias no território continental do Brasil, os fidalgos portugueses que as explorariam, indispensavelmente teriam que constituir forças de defesa, que direcionassem as suas ações para a proteção da propriedade contra as invasões estrangeiras e também contra a ação dos nativos, visto que eram estes também elementos desestabilizadores, e que colocavam em perigo o domínio geográfico e econômico do poder português. Na repartição das terras, os Donatários cediam as sesmarias para aqueles cidadãos portugueses que possuíssem condições financeiras para prosseguir no processo de colonização. Estes, denominados de sesmeiros, deveriam prestar ao donatário da capitania os seus serviços em caso de invasões internas ou externas. Criava-se assim um vínculo entre o sesmeiro e o donatário, haja visto que o primeiro sempre que necessário e na defesa da empresa colonizadora atuaria em apoio, com a sua força miliciana, constituída para a manutenção do seu patrimônio e dos seus interesses.

16 Evidenciada está que durante o período das capitanias hereditárias a incipiente ordem pública esteve sempre nas mãos dos detentores do poder econômico, transcedendo assim a despreocupação com a segurança pública, que tinha contornos de segurança privada pelo modo e finalidade como era gerida. O aparato de segurança com o advento da instituição da colônia em substituição ao sistema de capitanias hereditárias passa a ser composto basicamente por três forças: - Tropas de 1ª Linha ou Corpos Permanentes; - Tropas de 2ª Linha ou Corpos Auxiliares ou Milícias; e - Tropas de 3ª Linha ou Ordenanças (PIETÁ : 1997 : 16). Pareceu interessante a Portugal constituir o sistema de defesa do Brasil Colônia, seguindo o modelo que vigia na Europa na época. Assim as Tropas de 1ª Linha constituíam-se do Exército com tropas pagas a soldo pela Coroa, integradas por portugueses que exerciam a função de controle e defesa da vasta possessão territorial pertencente a Portugal, e que agiam sob as ordens diretas dos prepostos portugueses no Governo Geral do Brasil. As tropas de 2ª e 3ª linhas não eram Corpos Regulares, mas sim um conjunto de pessoas que por delegação do poder concedente, promoviam nas emergentes vilas as tarefas de segurança pública: No período colonial, não havia um corpo de polícia regular. Para o policiamento, grupos de vinte moradores, com o nome de quadrilha, ordenados por juízes e vereadores, podiam durante três anos prender malfeitores, vadios, indivíduos de má fama e os estrangeiros. Deviam agir de forma preventiva contra os prostíbulos, casas de jogos, receptadores de objetos roubados alcoviteiras e feiticeiras. Um corpo policial só se fez presente com a vinda de D. João VI ao Brasil (CANCELLI : 1993 : 34).

17 A caracterização do modelo policial no Brasil Colônia, trazia como elementos a discriminação, a vinculação das milícias às tropas regulares e a atuação não no controle da ordem pública, mas sim naquilo que interessava ao domínio português estabelecer. Em 13 de maio de 1809, através de ato de D. João VI, é criada, na cidade do Rio de Janeiro, a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia, com o objetivo de promover o policiamento das ruas da Côrte e ainda de combater o contrabando e o descaminho, ambos crimes que afetavam as finanças do tesouro real, assim no texto seguinte, constata-se a edição de uma prática já conhecida em Portugal, que era constituir uma força militar policial....sendo de absoluta necessidade prover a segurança e tranqüilidade desta heróica e mui leal Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro cuja população e tráfego consideravelmente se aumentará todos os dias pela afluência de negócios inseparável das grandes Capitais; e havendo mostrado a experiência que o estabelecimento de uma Guarda Militar de Polícia é o mais próprio não só para aquele fim de boa ordem e sossego públicos mas ainda para obstar danosas especulações de contrabando que nenhuma outra medida nem as mais rigorosas leis proibitivas tem podido coibir. Sou servido criar uma Divisão Militar da Guarda Real da Polícia desta Corte, com a possível semelhança daquela que tão reconhecidas vantagens estabeleci em Lisboa, a qual se organizará, na conformidade do plano que este abaixo assinado pelo Conde Linhares, do meu Conselho de Estado, Ministro Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e de Guerra (ALMANAQUE DA PMERJ : 1980). A criação, no início do século XIX, da Divisão Militar da Guarda Real de Polícia e da Intendência de Polícia do Brasil, ambas por D. João VI, inseria no aparato público do Brasil, a gênesis da dicotomia policial, visto que as instituições criadas nasciam com características bem definidas, ou seja uma de natureza militar e a outra de natureza civil.

18 Embora amorfos, os órgãos policiais no Brasil, durante cerca de duas décadas ainda, conviveram com o modelo colonial das tropas de 2ª linha e das ordenanças, visto que somente em 1831, o Ministro Diogo Antônio Feijó imporia uma nova modelagem para o aparelho de segurança pública do país. 3. AS ORIGENS DAS ATUAIS POLÍCIAS MILITARES. Após a proclamação da independência, passa a existir entre os idealistas brasileiros e o remanescente poder português abrigado na Côrte e principalmente no Exército, sérias disputas pelo domínio político do novaz Império, sendo que com a abdicação de D. Pedro I, estas rusgas se consolidam e a Regência Trina, órgão governativo do momento, impõe drástica redução dos efetivos militares, conforme o estudo de Faoro (1987) evidencia: Antes de 1831 o exército consumia dois terços do orçamento e se compunha de homens. Logo depois do 7 de abril, os efetivos se reduziram à metade, com o máximo legal de em 3 de agosto de A política de Feijó, Ministro da Justiça durante a Regência Trina Permanente, era de enfraquecimento do poder militar do exército colonial que transcendeu a proclamação da independência. Ao enérgico padre interessava revigorar o sistema de segurança do Império através de um outro modelo gestor e para tal, criou, em 18 de agosto de 1831, a Guarda Nacional, com o propósito de contrapor-se ao Exército. Entretanto, logo após, reiterou a criação das Guardas Municipais Permanentes, em Lei de 10 de outubro de 1831,

19 sendo a descentralização do serviço de segurança, uma constatação clara, conforme faz sugerir Souza (1986 : 10) na transcrição seguinte: A Lei de 10 de outubro de 1831, reguladora do funcionamento das Guardas Municipais Permanentes, era o respaldo legal necessário para as decisões a nível de governos provinciais quanto à criação de seu corpo próprio. Assim ditavam os seus artigos básicos: Art. 1º - O Governo fica autorizado para crear nesta cidade um Corpo de Guardas Municipaes voluntários a pé e a cavallo, para manter a tranquilidade pública, e auxiliar a justiça, com vencimentos estipulados, não excedendo o número de seiscentos e quarenta pessoas, e a despesa anual a cento e oitenta contos de réis. Art. 2º - Ficam igualmente autorizados os Presidentes em Conselhos para crearem iguaes corpos, quando assim julguem necessário, marcando o número de praças proporcionado. A Guarda Nacional que se estruturou com o enfraquecimento do Exército, foi inspirada na ordem liberal da França, mas estava vinculada às velhas Milícias e Ordenanças. De acordo com Pietá (1997 : 03), as Guardas Municipais permanentes, com atividades de polícia, entretanto com estruturação militar, seguiriam no curso da história como instituições das províncias, porém com forte vínculo e utilização pelo poder central, inclusive em eventos belicistas como foi a guerra do Paraguai. A constituição das Guardas Municipais, diferentemente do sistema adotado pela Guarda Nacional, era mais flexível, pois o recrutamento era baseado no voluntariado. Embora formatada militarmente, a atuação das então Guardas Municipais era voltada para a manutenção da ordem pública na incipiente sociedade urbana no Brasil.

20 A utilização da força pública como elemento dominador, atendia aos dispositivos de poder aos quais estava ligada a classe dominante. Na manutenção do regime escravocrata, discriminador e arbitrário se fazia mister a atuação sistêmica de um poder judiciário dependente e de uma polícia sectária, visto que agiam em conformidade com os estatutos legais já em desuso no mundo civilizado da época, senão vejamos: A polícia das cidades, em obediência a dispositivos legais, agia no sentido de prender qualquer escravo ou negro que andasse sem documento onde se provasse o seu direito à livre circulação. A menor suspeita, o negro era encarcerado (COSTA : 1989 : 315). Ainda como elementos intimidadores das questões libertárias e ideológicas, a justiça e a polícia se compunham para manterem o status quo da velha aristocracia em contraposição à crescente população que lutava por seus direitos e anseios de cidadania. A utilização bastarda da força física pelas elites dominantes para aquietar os descontentes é descrita por Costa (1989 : 315) nos seguintes termos: As violências cometidas pelos senhores continuavam a encontrar, em certos casos, o apoio da polícia. A polícia e a justiça não impediam as arbitrariedades dos Senhores; seus membros recrutados entre as categorias dominantes ou à sua clientela, colaboravam para a manutenção do regime. As Guardas Municipais, criadas a imagem e semelhança do Exército, como forças de infantaria e com estruturas estanques de oficiais e praças, atuariam durante todo o 2º Império na defesa da aristocracia escravocrata, em conjunto com a Guarda Nacional, tendo desenvolvido ainda mais a militarização de seus efetivos após a participação na Guerra do

21 Paraguai, sem qualquer preocupação com a especialização nas atividades civis de segurança pública, que naquele tempo não eram vistas como prioritárias, pois percebemos que a violência, praticada por essas forças, continuava sendo o grande argumento e resposta das causas da segurança pública no Brasil. As violências praticadas de modo usual pela polícia demonstravam que o açoitamento era o instrumento de preservação dos interesses econômicos dos proprietários, e por esta via trafegavam as questões da segurança pública. Findo o Império, a polícia nenhuma mudança sofreu, pelo contrário, tornou-se mais militarizada, vez que a República brasileira nasceu contaminada pelo vírus do regionalismo dominante, exteriorizado nas pretensões dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, que, desde o início, travaram uma incessante disputa pelo domínio do poder central, e certamente sem o aparato bélico e militar das Guardas Municipais, agora transformadas em Forças Públicas Estaduais, nenhum êxito teriam obtido nas suas intenções de dominação do cenário político nacional. 4. A MILITARIZAÇÃO DA POLÍCIA NO SÉCULO XX. Proclamada a República no Brasil, não demorou quase nada para que as velhas oligarquias manifestassem os seus anseios pelo poder. Nascida a partir de uma conspiração do poder militar, e desde cedo influenciadas pelos Estados mais poderosos: São Paulo e Minas Gerais, a jovem República manifestaria um de seus aspectos mais marcantes que foi a militarização das

22 polícias estaduais, através da vinda a nosso país de missões militares do Exército francês em São Paulo (1905), patrocinada pelo então Governador daquele Estado Dr. Jorge Tibiriçá, que solicitou do então Ministro das relações exteriores Barão de Rio Branco, o auxílio para o cumprimento de seu desiderato, e ainda, em Minas Gerais (1912) com a chegada de uma missão do Exército suíço. Como pólos irradiadores de doutrina e conhecimento técnicosprofissionais, à época, as polícias de São Paulo e Minas Gerais viriam a influenciar na militarização das demais polícias, visto que a partir dos ensinamentos oriundos de tais polícias, é que as demais se estruturariam. É sabido que os Governadores partiram para a criação de verdadeiros exércitos regionais, tendo para isto inclusive a permissão do Governo Central, conforme constata Souza (1986 : 22): Aos Estados concedia-se, inclusive, a liberdade de se armarem militarmente, através de suas forças policiais [...] as polícias militares sempre foram olhadas, pelo Exército como uma ameaça à União.... As missões militares estrangeiras desempenharam no início do século XX a tarefa de consolidar o pensamento militarizante dos gestores do poder político nos locais onde atuaram, pois com o estabelecimento da República, e o fim do Estado unitário, tornou-se possível o fortalecimento dos Estados mais bem aquinhoados, despertando o interesse pelo domínio político nacional.

23 A revolução constitucionalista de São Paulo em 1932 é emblemática neste sentido. Os políticos paulistas inconformados com os rumos da política nacional, que impedira a ascensão de um representante de São Paulo, Júlio Prestes, à Presidência da República, desencadearam uma grande propaganda contra o Governo Federal, na qual se destacou a reivindicação pela convocação imediata da Constituinte. A revolução constitucionalista de 1932 teve na força militar estadual a sua base de sustentação para o atingimento das pretensões políticas daquele momento histórico visto que a força pública, hoje Polícia Militar do Estado de São Paulo, possuía condições de desestabilizar o regime político instalado, pois sozinha detinha mais meios e equipamentos bélicos do que a própria Força Terrestre Nacional ou seja o Exército Brasileiro. Finda a Revolução de 1932, o poder central estabeleceria, a partir da edição de normas legais, e em 1934 através da própria Constituição da República, mecanismos de controle federal sobre as Instituições Policiais Militares dos Estados, passando a controlar o armamento, o crescimento do efetivo e por fim institucionalizando a instrução militar do Exército nas já militarizadas polícias estaduais. Como atividade estatal de natureza civil, a segurança pública era somente de forma adjetiva uma atribuição das polícias militares, visto que substantivamente todo o adestramento dos integrantes das polícias militares sempre se conduziu pela doutrinação belicista e guerreira, inclusive de forma estrutural, quando se manteve uma férrea da hierarquia e uma férrea disciplina que mais se assemelhava aos procedimentos de um campo de guerra.

24 5. A POLÍCIA NO ESTADO GETULISTA Como representante da facção política caudilhista do eixo sul do Brasil, Getúlio Vargas assume o Governo Brasileiro, sustentado por castas da sociedade civil e militar, ambas descontentes com os rumos que tomou a República Velha, e sobretudo influenciados pela severa crise financeira de 1929, que abalou as estruturas econômicas mundiais. Os propósitos revolucionários e democráticos, a partir de 1937 são abandonados por Getúlio Vargas, que demonstrando o seu outro lado, intenta perpetuar-se no poder, promovendo o surgimento do denominado Estado Novo, período este que vai de 1937 a 1945 e que se estabeleceu através das perseguições sistemáticas a quaisquer ideologias que não derivassem do pensamento getulista. Getúlio Vargas veio como resultado do estado de ausência das liberdades, veio para acabar com as oligarquias, mas levou-nos para um regime onde as liberdades públicas desapareceram totalmente, para um estado policial (DONNICI : 1984 : 57). Qualquer projeto político anti-democrático tende a escudar-se em um amplo sistema legal de repressão, e assim a capilaridade territorial da polícia contribui para a sua utilização instrumental na realização do desiderato pela manutenção do poder. No Estado Novo não foi diferente. As Polícias Militares, sob o controle constitucional do poder federal, desde 1934, foram indubitavelmente empregadas para atuarem em defesa do Estado que houvera sido imposto, direcionando as suas ações para o fazimento da polícia política do regime de Vargas 5, quando tornou-se explícita 5 Getúlio Dornelles Vargas Ditador do Brasil de 1930 a 1945.

25 a supressão dos mais lídimos direitos dos cidadãos, entre os quais o direito de divergir, de se contrapor e de pensar livremente. Amparado pela ascensão do nazifacismo, o período getulista serviria como laboratório para a formação desviante da polícia brasileira, que já militarizada, não profissional em sua área específica de atuação, ou seja a segurança pública, demonstraria mais tarde toda a sua aptidão para voltar a atuar como a atriz principal da triste novela do Brasil ame-o ou deixe-o 6, que foi legada ao povo, agora novamente asfixiado, pela repressão do Regime Ditatorial de O INÍCIO DA DEMOCRATIZAÇÃO BRASILEIRA. Findo o estado autoritário imposto durante década e meia por Getúlio Vargas, a nação brasileira influenciada pela vitória sobre o nazifacismo na Europa, vê soprar agora os ventos democráticos em nosso país-continente. Democratizar um país que já há quase 4 séculos e meio era governado por regimes não participativos, onde a cidadania e os demais direitos advindos desta condição não eram assegurados à população, requereria o estabelecimento de um novo pacto político que consolidasse e legitimasse a pretensão democrática. 6 Expressão cunhada pelos Ideólogos do Regime de 1964.

26 A Constituição de 1946, talvez o mais democrático de nossos estatutos políticos, inseria a disposição para a busca de uma sociedade livre e democrática, redefinindo, neste contexto, o papel das polícias. Pela primeira vez orientou-se as Polícias militares dos Estados para o exercício de sua atividade fim, compreendida como sendo a segurança interna e a manutenção da ordem (SOUZA : 1986 : 46). De 1946 a 1964, as organizações policiais brasileiras encetaram ou priorizaram o atendimento das demandas de segurança pública, pois o regime político estabelecido, embora em desequilíbrio institucional constante, não direcionou as ações do Estado para os aspectos políticos-ideológicos, e se houve a repressão neste período, era simplesmente um desdobramento de hábitos adquiridos no passado pela polícia e não política do governo central. As razões anti-democráticas dos arautos de nosso nacionalismo não permitiriam a continuidade do regime constitucional de 1946, fazendo crer ao nosso povo, nas mobilizações dos primeiros anos da década de 60, que os rumos políticos tomavam formatos que nos impossibilitariam de viver em estabilidade e em paz na sociedade. Destas formulações foi criada a ambiência popular, para a protagonização por setores políticos tradicionais e de direita, objetivando a ruptura da ordem constitucional e o estabelecimento do regime militar, período este de perseguições ideológicas e do cerceamento da cidadania novaz e ainda incipiente naqueles tempos.

27 7. O REGIME DE 64 E A UTILIZAÇÃO DO APARELHO POLICIAL. O Brasil grande, decantado já na descoberta por Pero Vaz de Caminha, em sua carta ao Rei de Portugal, terra em que se plantando tudo dá, viveria a partir de 64 o seu período de áureo nacionalismo. A causa e a defesa do Estado, sobrepunham-se ao Estado Democrático de Direito. O perigo do comunismo, segundo afirmavam as Autoridades, era real, assim imperiosa se tornava a utilização de instrumentos fortes e que servissem para a contenção de quaisquer desvios políticos ideológicos que colocassem em perigo a segurança nacional. A restrição de direitos e a sistematização do aparelho do Estado para a consecução repressiva, não passariam longe da polícia, pelo contrário, tal Força enraizada no território nacional, seria manietada, despersonalizada, sem comando próprio, e assim controlada de Brasília, estaria a serviço da segurança nacional, sendo a mola mestra de toda a realização das atitudes repressivas e anti-democráticas impostas pelo Regime Militar. O desrespeito ao homem, à sua vida e à sua dignidade foram o modo pelo qual se afinaram os instrumentos repressivos, com um saldo triste e lamentável de direitos espezinhados e conspurcados (BICUDO : 1978). A polícia, historicamente serviçal dos mandatários do poder, sem diretrizes profissionalizantes na área de segurança pública, que deveria ter sido sempre o seu mister, foi e continua sendo co-responsável pelas mazelas da insegurança pública neste país, haja visto que a sua utilização real não é compatível com as sua destinação legal; o formato militar existente há séculos

28 não habilitou a polícia para reagir contra o atentado à ordem democrática, pois como refém de um sistema antigo, repetitivo e perverso, a polícia brasileira foi utilizada pelos mandatários golpistas para fazer sofrer a nação brasileira, infelizmente. O recrudescimento do autoritarismo exigia uma super estrutura de repressão, a fim de preservar o Regime que se auto impunha. O Governo Militar, após a edição de vários Atos Institucionais, da falsa promulgação da Constituição de 1967 e da decretação do famigerado 667/69 7, enseja, com isto, viabilizar as polícias militares, que estariam respaldadas através do aparato legal de poder para atuarem na repressão ideológica, passando o direcionamento das ações de segurança pública, para a defesa da ordem política interna. Os DOI-CODI 8 e outros órgãos basilares do regime autoritário não teriam tido tanto vigor se não fossem a capilaridade e o empenho do aparelho policial, auxiliados pela falsa idéia de que o regime em vigor era legítimo, pois tendia a defender-nos do perigo vermelho e da hecatombe comunista. A reação da sociedade civil não demoraria a vir à tona, passeatas, seqüestros de agentes diplomáticos e também a luta armada foram as atitudes de auto-defesa social para restaurar o regime democrático de direito. No Governo Médici foram seqüestrados o Cônsul japonês Nobuo Okuchi, o Embaixador alemão Von Holleben, o Embaixador suíço Giovanni Buder, todos trocados pelos opositores ao regime, que entendiam uma mudança do sistema pela violência. Com isso, aumentava-se a repressão (DONNICI : 1984 : 77). 7 Decreto Lei 667/69 que reestruturou as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares, durante o regime militar, e que ainda encontra-se em vigor. 8 DOI-CODI Destacamento de Operações e Informações Comando de Operações de Defesa Interna, órgão criado durante o Regime Militar do período de 1964 à 1985.

29 Na atuação repressiva sistêmica a tais movimentos originados e amparados por setores diversos da sociedade, houve a ação onipresente da polícia, que adequada àquela realidade, treinava os seus efetivos para uma ação guerreira e anti-subversiva, enquanto as formulações das políticas públicas de segurança pública eram deixadas aos setores burocratizados do aparelho repressor estatal. Pelo artigo 21 do Decreto-Lei 667, todas as atividades das Polícias Militares no Brasil passaram a ter o crivo do Estado-Maior do Exército, através da Inspetoria Geral das Polícias Militares, numa situação que perdura até hoje (1980) (DONNICI : 1984 : 193). O aumento do êxodo rural, acarretando o inchaço das grandes cidades brasileiras, os acontecimentos de transformação da economia mundial e o desvirtuamento da função da polícia, que destarte, já não eram coisas novas, foram apenas alguns dos fatores condicionantes do aumento das ondas de criminalidade e violência a partir do final da década de 50. Com o início da escalada dos crimes contra o patrimônio, iniciado na década de 50, começa então a chamada criminalidade aquisitiva violenta, primeiro com furtos (violência à coisa), passando, anos mais tarde, para os roubos (violência à coisa e à pessoa). Simultaneamente, a polícia brasileira entrou, na década de 50, o que vem permanentemente até hoje, numa deterioração funcional de tal ordem, que deixou de ser uma instituição confiável, protegendo tão somente aos ricos, usando de violência contra os pobres, deixando de assegurar e garantir os direitos humanos (DONNICI : 1984 : 65). O desgaste causado pela longevidade do regime militar, o surgimento de condições para o retorno ao Estado Democrático de Direito, e a insatisfação popular, que em célebres manifestações demonstrava a sua

30 recusa à continuidade do regime político iniciado em 1964, fez com que novas perspectivas fossem idealizadas pela sociedade brasileira, originando o retorno à normalidade democrática e por conseqüência a revisão de todos os nossos tratados políticos, no que fez consubstanciar o Congresso constituinte de 1986, e posteriormente, a Constituição de 1988, que como um de seus princípios fundantes, trouxe o respeito à dignidade humana e à vida, estes um verdadeiro paradoxo para a polícia violenta e militarizada, ainda existente no Brasil. 8. A NOVA CONSTITUIÇÃO E A POLÍCIA. Embora avançada em alguns pontos, entre eles o da cidadania, a carta constitucional de outubro de 1988, retrocedeu no item da segurança pública, pois ainda persiste em manter a vinculação das instituições policiais dentro do título reservado à Defesa do Estado e das Instituições Democráticas, mesmo título onde estão inseridos o Estado de Defesa, o Estado de Sítio e as Forças Armadas. Observa-se que os constituintes vinculam as forças policiais a primazia da defesa do Estado, como sempre ocorreu, dedicando adjetivamente uma função policial a tais órgãos encarregados da segurança pública. Contreiras (1998 : 54-55) faz importantes observações sobre esse período, assinalando entre outros fatos, o lobby que se formou quando do debate constituinte a respeito do lugar da polícia na ordem constitucional:

31 O Coronel Sebastião Ferreira Chaves foi ao Congresso em 1988 e tentou convencer alguns parlamentares a mudar o sistema policial dos Estados. Sua Maior frustração foi causada pela reação do Deputado Ulysses Guimarães. Apresentei meu projeto ao Deputado, mas ele disse que já não podia mudar nada porque tinha um compromisso com o General Leonidas Pires Gonçalves, Ministro do Exército do governo Sarney. Segundo encontra-se conceituada no Manual de Instrução Modular 9 (Polícia Militar do Espírito Santo, 1997), segurança pública é a garantia que o Estado presta a nação contra quaisquer óbices que não sejam de natureza ideológica. Por essa definição podemos depreender que o ordenamento das instituições policiais existentes atualmente, deveria estar desvinculado das questões de defesa do Estado, pois a vetorização conceitual nos induz a pensar que a mão de direção das ações de segurança pública é para a nação e não para o Estado como nos impõe o mandamento constitucional. A militarização da polícia militar acontece no texto constitucional, a partir do instante em que se estabelece a investidura militar e não civil dos servidores que integram os quadros das milícias estaduais. É contraditória, que a investidura pessoal seja militar e a destinação institucional de polícia seja civil. Essa contradição está estampada no artigo 42º e no artigo 144º, 5º e 6º parágrafos do texto constitucional: Art. 42.: São servidores militares federais os integrantes das Forças Armadas e servidores militares dos Estados, Territórios e Distrito Federal os integrantes de suas polícias militares e de seus corpos de bombeiros militares. Art. 144.: A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: 9 Sistema de Requalificação Profissional introduzido na Polícia Militar do Espírito Santo, a partir de 1992.

32 I (...) II (...) III (...) IV (...) V polícias militares e corpos de bombeiros militares. 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios (Constituição Federal Brasileira, 1988). O modelo brasileiro é contraditório e contraproducente, pois diverge da visão moderna de polícia ao nível mundial, ao inverter o sentido da função civil da segurança pública, engessando a estrutura e ainda o lado comportamental dos integrantes das polícias militares, que a bem da verdade são militares e não policiais, como a destinação constitucional da polícia faz supor. 9. A POLÍCIA EM CRISE E AS PERSPECTIVAS DE SOLUÇÕES. Há muito se fala da ineficiência da polícia brasileira, e em particular da militar. No debate nacional, as reclamações da população neste mister nunca encontraram eco entre os nossos mandatários, às vezes, por força da dita tradição política brasileira, mas também pelo fato das polícias militares, em especial, possuírem um forte lobby na estrutura de poder neste país. Como um dos maiores policiólogos brasileiros da atualidade, o Coronel Jorge da Silva, Oficial da Reserva da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, em sua

33 conhecida obra O Controle da criminalidade e da segurança pública na nova ordem constitucional, mostra a dificuldade da mudança na polícia, quando afirma que: A polícia com saudade dos velhos tempos da tortura e da truculência institucionalizada, incapaz de profissionalizar-se e trabalhar técnica e cientificamente (aliás, a polícia será a última a reconhecer que a força bruta não é mais o remédio eficaz dos velhos tempos...). O fato é que, como vimos, a Polícia Militar permanece reticente às mudanças, parecendo possuir um futuro estável e intocável, diante das transformações sociais que hoje são constantes e irrecuáveis. As mudanças estéticas surgidas a partir do fim do regime militar, não são suficientes para uma nova modelagem do aparelho policial, haja visto que os reclamos societários exigem algo mais dos órgãos encarregados da preservação da ordem pública. Nada adiantarão programas táticos como: os Núcleos de Segurança Comunitária em Pernambuco, os PM Box em Belém do Pará, o Policiamento Modular no Paraná, o Policiamento Discreto no Rio Grande do Sul, os Postos de Policiamento Ostensivo em Minas Gerais, e a atual Polícia Comunitária em São Paulo, entre outros, se a filosofia e a estratégia policial não se afinarem com os novos tempos, onde o valor da participação democrática, sobrepuja-se aos ditames positivistas do ordenamento militar, que de forma dúbia intenciona ações de aproximação com as comunidades, entretanto mantém como no caso do Espírito Santo, a formação dos policiais militares, calcada em conceitos militaristas, ocasionando através do condicionamento pavloviano, o que temos chamado de robotização do policial.

34 Constatação feita por um grupo de professores da Universidade Federal do Espírito Santo, no estudo intitulado A Função Social da Polícia Militar comprova que os procedimentos de formação do elemento humano da Polícia Militar capixaba, ainda nos dias atuais, estão aquém de sua verdadeira destinação, que é a de ser um ativista social, um mediador de conflitos, permanecendo o velho paradigma da repressão e do combate à criminalidade, como se denota a transcrição do texto seguinte: O policial é treinado, preferencialmente, para as operações de confronto armado, semelhante a uma guerra, que requer do sujeito um preparo físico adequado além de um controle tático e de armamento (UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Caderno de Pesquisa. n. 5. Vitória : UFES, 1996). Direcionada em toda a sua existência secular para ações dirigidas no modelo militar, percebe-se a olhos nus, que a Polícia Militar, encontra-se agonizante pelo seu despreparo técnico policial, sequer conseguindo contribuir para o controle efetivo da criminalidade e do aumento da sensação de segurança da sociedade. Nenhuma organização policial no mundo, conseguiu resultados contra a criminalidade, sem antes voltar-se para uma remodelação sistêmica, envolvendo os conceitos filosóficos, estratégicos, táticos e técnicos que as nortearam. A Polícia Militar brasileira continua como sempre foi: corporativista, militarizada e tática. Eric Hobsbawn, em sua célebre obra A Era dos extremos nos ensina que: O futuro não pode ser apenas uma continuação do passado. O mundo corre risco de implosão ou explosão. Temos que mudar.

35 Em decorrência das mutações sofridas pelo ambiente social, a modelagem cartesiana, verticalizada e de baixa densidade democrática que ainda persiste nas estruturas das Polícias Militares do Brasil, tende a evoluir pela pressão social, para um sistema mais aberto, participativo e inovador, adotando como vetores para a sua realização a comunitarização, a cidadanização e a humanização, sendo que a gestação de tal sistema de segurança pública, começa a ser moldada entre nós, a partir da experiência exitosa, de polícia interativa, iniciada em Guaçuí-ES, no ano de É de capital importância compreender o impacto das realidades organizacionais sobre a capacidade de desempenho, sobretudo quando tais realidades (burocracia, complexidade, estruturas hierárquicas, ideologia militar) interpõem-se no caminho da mudança, e impedem a realização das exigências democráticas no campo da segurança pública.

36 CAPÍTULO II OS DIREITOS HUMANOS E O PAPEL DA POLÍCIA EM REGIMES DEMOCRÁTICOS 1. PRINCÍPIOS UNIVERSAIS DOS DIREITOS HUMANOS PARA A ORDEM DEMOCRÁTICA. Existem muitos significados para o termo democracia, assim como existe uma diversidade de formas de governos democráticos. Como o presente capítulo trata de direitos humanos e polícia, o termo democracia será entendido em um sentido bastante amplo e das maneiras em que ele foi expresso em diversos instrumentos de direitos humanos. A liberdade e a igualdade são dois valores universais que se traduzem em princípios básicos, dos quais emanam todos os direitos humanos. Foi baseado nesses valores que a humanidade veio consolidando ao longo da sua história o reconhecimento de que todo e qualquer ser humano é dotado de dignidade, inerente à sua condição humana. Este reconhecimento resultou na concepção de direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, fundados nos princípios de igualdade e liberdade. A expressão mais notória desta grande conquista é o artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 10 de dezembro de 1948; que dispõe o seguinte:

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