Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello

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1 Técnico Área Administrativa Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello

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3 Noções de Direito Administrativo Professora Tatiana Marcello

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5 Edital NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO: Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder. Organização administrativa: administração direta e indireta. Órgãos públicos: conceito, natureza e classificação. Processo Administrativo: princípios; finalidades; princípios específicos; fases. Servidores públicos: cargo, emprego e função públicos; Regime Jurídico (Lei Complementar Estadual nº /94 e Lei Estadual nº /2011). Controle da Administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo. Da Administração Pública: disposições gerais (Arts. 37 e 38), dos servidores públicos (Arts. 39 a 41). BANCA: FCC CARGO: Técnico Área Administrativa

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7 Noções de Direito Administrativo 1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS SOBRE AGENTES PÚBLICOS 1. Conceitos introdutórios Agente público é toda pessoa que desempenha atividade administrativa, temporária ou não, com ou sem remuneração. Agente Público é a expressão mais ampla para designar de forma genérica aqueles sujeitos que exercem funções públicas. Quem quer que desempenhe funções estatais é um agente público enquanto as exercita. Portanto, servidor público será uma das espécies de agente público, como será visto a seguir. 7

8 2. Classificação/Espécies dos Agentes Públicos Agentes Públicos Agentes Políticos Agentes Administrativos (Servidores Estatais ou Servidores Públicos em sentido amplo) Particulares em colaboração (Agentes honoríficos) Agentes Militares (Estatuto/Lei Específica) Servidores Públicos (Estatuários) Empregados Públicos (Celetistas) Servidores Temporários (Contrato prazo determinado) cargo público emprego público função pública Os agentes públicos podem ser classificados em: a) Agentes Políticos Exercem função pública de alta direção do Estado. Em regra, ingressam por meio de eleição, com mandatos fixos, ao término dos quais a relação com o Estado desaparece automaticamente. Exemplos: Chefes do Poder Executivo (Presidente da República, Governadores dos Estados e Prefeitos Municipais, com seus respectivos vices), Parlamentares (Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Vereadores), Ministros de Estado... b) Servidores Estatais (ou Agentes Administrativos ou Servidores Públicos em sentido amplo) São as pessoas que prestam serviço público para a Administração, com natureza profissional e remunerada. Dividem-se em: Servidores Públicos Estatutários (são os ocupantes de cargos públicos e submetidos a regime estatutário). Em sentido estrito, servidor público é apenas o estatutário. Empregados Públicos (são os ocupantes de emprego público e submetidos a regime celetista CLT) Servidores Temporários (aqueles contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, não tendo cargo nem emprego público, exercendo função pública remunerada e temporária). Obs.: Há doutrina e questões que entendem que Servidor Público em sentido amplo abrange essas 3 espécies (servidores públicos estatutários, empregados públicos e servidores temporários), enquanto Servidor Público em sentido estrito seria apenas o Servidor Estatutário. Vejamos o esquema: 8

9 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello c) Particulares em colaboração com o Estado são os que desempenham função pública sem vínculo com o Estado, também chamados de agentes honoríficos. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, essa categoria é composta por: Requisitados de serviço (mesários, jurados do Tribunal do Juri, convocados para o serviço militar); Gestores de negócios públicos (pessoas que atuam em situações emergenciais quando o Estado não está presente, como alguém que chega antes dos bombeiros a um incêndio e presta socorro); Contratados por locação civil de serviços (a exemplo de um jurista famoso que é contratado para fazer um parecer); Concessionários e permissionários (os que trabalham nas concessionárias e permissionárias de serviço público, exercendo função pública por delegação estatal); Delegados de função ou ofício público (é o caso dos que exercem serviços notariais). d) Agentes Militares (Forças Armadas, Policiais Militares e Corpos de Bombeiros Militares) Quem compõe os quadros permanentes das forças militares possui vínculo Estatutário especial, ou seja, seu regime jurídico é regido por lei específica, não se confundindo com os Estatutos aplicáveis aos servidores públicos civis. 3. Cargo, Emprego e Função Pública 9

10 Cargo Público Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos, efetivos e comissionados, submetidos ao regime estatutário. A Lei nº /1994 define: Art. 3º Cargo público é o criado por lei, em número certo, com denominação própria, consistindo em conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públicos. De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: Cargos são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por lei. Emprego Público Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos, os quais se submetem ao regime celetista (Consolidação das Leis Trabalhistas CLT). Os empregados públicos ingressam por meio de concurso público para ocupar empregos públicos, de natureza essencialmente contratual. De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: Empregos públicos são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista. Função Pública De acordo com Maia Sylvia Di Pietro: São funções públicas as funções de confiança e as exercidas pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX). Não há concurso público para preenchimento de função pública. 10

11 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 2. ESTATUTO E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº /94, COM ALTERAÇÕES SUPERVENIENTES) ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Gabinete de Consultoria Legislativa LEI COMPLEMENTAR Nº , DE 3 DE FEVEREIRO DE 1994 (atualizada até a Lei Complementar nº , de 30 de dezembro de 2015) Dispõe sobre o estatuto e regime jurídico único dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul. TÍTULO I Das Disposições Preliminares Art. 1º Esta lei dispõe sobre o estatuto e o regime jurídico dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul, excetuadas as categorias que, por disposição constitucional, devam reger-se por estatuto próprio. Art. 2º Para os efeitos desta lei, servidor público é a pessoa legalmente investida em cargo público. Art. 3º Cargo público é o criado por lei, em número certo, com denominação própria, consistindo em conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públicos. Art. 4º Os cargos públicos estaduais, acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos legais para a investidura e aos estrangeiros na forma da Lei Complementar, são de provimento efetivo e em comissão. 1º Os cargos em comissão, de livre nomeação e exoneração, não serão organizados em carreira. 2º Os cargos em comissão, preferencialmente, e as funções gratificadas, com atribuições definidas de chefia, assistência e assessoramento, serão exercidos por servidores do quadro permanente, ocupantes de cargos técnicos ou profissionais, nos casos e condições previstos em lei. Art. 5º Os cargos de provimento efetivo serão organizados em carreira, com promoções de grau a grau, mediante aplicação de critérios alternados de merecimento e antigüidade. Parágrafo único. Poderão ser criados cargos isolados quando o número não comportar a organização em carreira. Art. 6º A investidura em cargo público de provimento efetivo dependerá de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos. Parágrafo único. A investidura de que trata este artigo ocorrerá com a posse. Art. 7º São requisitos para ingresso no serviço público: I possuir a nacionalidade brasileira; II estar quite com as obrigações militares e eleitorais; III ter idade mínima de dezoito anos; IV possuir aptidão física e mental; V estar em gozo dos direitos políticos; VI ter atendido às condições prescritas para o cargo. 11

12 1º De acordo com as atribuições peculiares do cargo, poderão ser exigidos outros requisitos a serem estabelecidos em lei. 2º A comprovação de preenchimento dos requisitos mencionados no caput dar-seá por ocasião da posse. 3º Para efeitos do disposto no inciso IV do caput deste artigo será permitido o ingresso no serviço público estadual de candidatos portadores das doenças referidas no 1º, do artigo 158 desta Lei, desde que: I apresentem capacidade para o exercício da função pública para a qual foram selecionados, no momento da avaliação médico- -pericial; II comprovem, por ocasião da avaliação para ingresso e no curso do estágio probatório, acompanhamento clínico e adesão ao tratamento apropriado nos padrões de indicação científica aprovados pelas autoridades de saúde. Art. 8º Precederá sempre, ao ingresso no serviço público estadual, a inspeção médica realizada pelo órgão de perícia oficial. 1º Poderão ser exigidos exames suplementares de acordo com a natureza de cada cargo, nos termos da lei. 2º Os candidatos julgados temporariamente inaptos poderão requerer nova inspeção médica, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data que dela tiverem ciência. Art. 9º Integrará a inspeção médica de que trata o artigo anterior, o exame psicológico, que terá caráter informativo. TÍTULO II Do Provimento, Promoção, Vacância, Remoção e Redistribuição CAPÍTULO I DO PROVIMENTO Art. 10. São formas de provimento de cargo público: I nomeação; II readaptação; III reintegração; IV reversão; V aproveitamento; VI recondução. CAPÍTULO II DO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 11. O recrutamento é geral e destina-se a selecionar candidatos, através de concurso público para preenchimento de vagas existentes no quadro de lotação de cargos dos órgãos integrantes da estrutura organizacional do Estado. Seção II DO CONCURSO PÚBLICO Art. 12. O concurso público tem como objetivo selecionar candidatos à nomeação em cargos de provimento efetivo, podendo ser de provas ou de provas e títulos, na forma do regulamento. 1º As condições para a realização do concurso serão fixadas em edital, que será publicado no Diário Oficial do Estado e em jornal de grande circulação. 12

13 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 2º Não ficarão sujeitos a limite de idade os ocupantes de cargos públicos estaduais de provimento efetivo. 3º As provas deverão aferir, com caráter eliminatório, os conhecimentos específicos exigidos para o exercício do cargo. 4º Serão considerados como títulos somente os cursos ou atividades desempenhadas pelos candidatos, se tiverem relação direta com as atribuições do cargo pleiteado, sendo que os pontos a eles correspondentes não poderão somar mais de vinte e cinco por cento do total dos pontos do concurso. 5º Os componentes da banca examinadora deverão ter qualificação, no mínimo, igual à exigida dos candidatos, e sua composição deverá ser publicada no Diário Oficial do Estado. Art. 13. O desempate entre candidatos aprovados no concurso em igualdade de condições, obedecerá aos seguintes critérios: I maior nota nas provas de caráter eliminatório, considerando o peso respectivo; II maior nota nas provas de caráter classificatório, se houver, prevalecendo a que tiver maior peso; III sorteio público, que será divulgado através de edital publicado na imprensa, com antecedência mínima de 3 (três) dias úteis da sua realização. Art. 14. O prazo de validade do concurso será de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado, uma única vez, por igual período, no interesse da Administração. Parágrafo único. Enquanto houver candidatos aprovados em concurso público com prazo de validade não expirado, em condições de serem nomeados, não será aberto novo concurso para o mesmo cargo. Art. 15. Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de concorrer nos concursos públicos para provimento de cargos, cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras. Parágrafo único. A lei reservará percentual de cargos e definirá critérios de admissão das pessoas nas condições deste artigo. CAPÍTULO III DA NOMEAÇÃO Art. 16. A nomeação far-se-á: I em caráter efetivo, quando se tratar de candidato aprovado em concurso público para provimento em cargo efetivo de carreira ou isolado; II em comissão, quando se tratar de cargo de confiança de livre exoneração. Parágrafo único. A nomeação em caráter efetivo obedecerá rigorosamente à ordem de classificação dos aprovados, ressalvada a hipótese de opção do candidato por última chamada. CAPÍTULO IV DA LOTAÇÃO Art. 17. Lotação é a força de trabalho qualitativa e quantitativa de cargos nos órgãos em que, efetivamente, devam ter exercício os servidores, observados os limites fixados para cada repartição ou unidade de trabalho. 1º A indicação do órgão, sempre que possível, observará a relação entre as atribuições do cargo, as atividades específicas da repartição e as características individuais apresentadas pelo servidor. 2º Tanto a lotação como a relotação poderão ser efetivadas a pedido ou ex-officio, atendendo ao interesse da Administração. 3º Nos casos de nomeação para cargos em comissão ou designação para funções gratificadas, a lotação será compreendida no próprio ato. 13

14 CAPÍTULO V DA POSSE Art. 18. Posse é a aceitação expressa do cargo, formalizada com a assinatura do termo no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da nomeação, prorrogável por igual período a pedido do interessado. 1º Quando se tratar de servidor legalmente afastado do exercício do cargo, o prazo para a posse começará a fluir a partir do término do afastamento. 2º A posse poderá dar-se mediante procuração específica. 3º No ato da posse, o servidor deverá apresentar declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública. Art. 19. A autoridade a quem couber dar posse verificará, sob pena de responsabilidade, se foram cumpridas as formalidades legais prescritas para o provimento do cargo. Art. 20. Se a posse não se der no prazo referido no artigo 18, será tornada sem efeito a nomeação. Art. 21. São competentes para dar posse: I o Governador do Estado, aos titulares de cargos de sua imediata confiança; II os Secretários de Estado e os dirigentes de órgão diretamente ligados ao chefe do Poder Executivo, aos seus subordinados hierárquicos. CAPÍTULO VI DO EXERCÍCIO Art. 22. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo e dar-se-á no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data da posse. 1º Será tornada sem efeito a nomeação do servidor que não entrar em exercício no prazo estabelecido neste artigo. 2º Compete à chefia imediata da unidade administrativa onde for lotado o servidor, dar-lhe exercício e providenciar nos elementos necessários à complementação de seus assentamentos individuais. 3º A readaptação e a recondução, bem como a nomeação em outro cargo, com a conseqüente exoneração do anterior, não interrompem o exercício. 4º O prazo de que trata este artigo, para os casos de reintegração, reversão e aproveitamento, será contado a partir da publicação do ato no Diário Oficial do Estado. Art. 23. O servidor removido ou redistribuído ex-officio, que deva ter exercício em outra localidade, terá 15 (quinze) dias para entrar em exercício, incluído neste prazo, o tempo necessário ao deslocamento para a nova sede. Parágrafo único. Na hipótese de o servidor encontrar-se afastado do exercício do cargo, o prazo a que se refere este artigo será contado a partir do término do afastamento. Art. 24. A efetividade do servidor será comunicada ao órgão competente mensalmente, por escrito, na forma do regulamento. Parágrafo único. A aferição da freqüência do servidor, para todos os efeitos, será apurada através do ponto, nos termos do regulamento. Art. 25. O servidor poderá afastar-se do exercício das atribuições do seu cargo no serviço público estadual, mediante autorização do Governador, nos seguintes casos: I colocação à disposição; II estudo ou missão científica, cultural ou artística; III estudo ou missão especial de interesse do Estado. 14

15 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 1º O servidor somente poderá ser posto à disposição de outros órgãos da administração direta, autarquias ou fundações de direito público do Estado, para exercer função de confiança. 2º O servidor somente poderá ser posto à disposição de outras entidades da administração indireta do Estado ou de outras esferas governamentais, para o exercício de cargo ou função de confiança. 3º Ficam dispensados da exigência do exercício de cargo ou função de confiança, prevista nos parágrafos anteriores: I os afastamentos de servidores para o Sistema Único de Saúde; II os afastamentos nos casos em que haja necessidade comprovada e inadiável do serviço, para o exercício de funções correlatas às atribuições do cargo, desde que haja previsão em convênio. 4º Do pedido de afastamento do servidor deverá constar expressamente o objeto do mesmo, o prazo de sua duração e, conforme o caso, se é com ou sem ônus para a origem. Art. 26. Salvo nos casos previstos nesta lei, o servidor que interromper o exercício por mais de 30 (trinta) dias consecutivos será demitido por abandono de cargo, com base em resultado apurado em inquérito administrativo. Art. 27. O servidor preso para perquirição de sua responsabilidade em crime comum ou funcional será considerado afastado do exercício do cargo, observado o disposto no inciso IV do artigo 80. 1º Absolvido, terá considerado este tempo como de efetivo exercício, sendo-lhe ressarcidas as diferenças pecuniárias a que fizer jus. 2º No caso de condenação, e se esta não for de natureza que determine a demissão, continuará afastado até o cumprimento total da pena. CAPÍTULO VII DO ESTÁGIO PROBATÓRIO Art. 28. Estágio probatório é o período de 2 (dois) anos em que o servidor, nomeado em caráter efetivo, ficará em observação e durante o qual será verificada a conveniência ou não de sua confirmação no cargo, mediante a apuração dos seguintes requisitos: I disciplina; II eficiência; III responsabilidade; IV produtividade; V assiduidade. Parágrafo único. Os requisitos estabelecidos neste artigo, os quais poderão ser desdobrados em outros, serão apurados na forma do regulamento. Art. 29. A aferição dos requisitos do estágio probatório processar-se-á no período máximo de até 20 (vinte) meses, a qual será submetida à avaliação da autoridade competente, servindo o período restante para aferição final, nos termos do regulamento. 1º O servidor que apresente resultado insatisfatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do artigo 54. 2º Antes da formalização dos atos de que trata o 1º, será dada ao servidor vista do processo correspondente, pelo prazo de 5 (cinco) dias, para, querendo, apresentar sua defesa, que será submetida, em igual prazo, à apreciação do órgão competente. 3º Em caso de recusa do servidor em ser cientificado, a autoridade poderá valer-se de testemunhas do próprio local de trabalho ou, em caso de inassiduidade, a cientificação poderá ser por correspondência registrada. 15

16 CAPÍTULO VIII DA ESTABILIDADE Art. 30. O servidor nomeado em virtude de concurso, na forma do artigo 12, adquire estabilidade no serviço público, após dois anos de efetivo exercício, cumprido o estágio probatório. Art. 31. O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado, ou mediante processo administrativo em que lhe tenha sido assegurada ampla defesa. CAPÍTULO IX DO REGIME DE TRABALHO Art. 32. O Governador do Estado determinará, quando não discriminado em lei ou regulamento, o horário de trabalho dos órgãos públicos estaduais. Art. 33. Por necessidade imperiosa de serviço, o servidor poderá ser convocado para cumprir serviço extraordinário, desde que devidamente autorizado pelo Governador. 1º Consideram-se extraordinárias as horas de trabalho realizadas além das normais estabelecidas por jornada diária para o respectivo cargo. 2º O horário extraordinário de que trata este artigo não poderá exceder a 25% (vinte e cinco por cento) da carga horária diária a que estiver sujeito o servidor. 3º Pelo serviço prestado em horário extraordinário, o servidor terá direito a remuneração, facultada a opção em pecúnia ou folga, nos termos da lei. Art. 34. Considera-se serviço noturno o realizado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte, observado o previsto no artigo 113. Parágrafo único. A hora de trabalho noturno será computada como de cinqüenta e dois minutos e trinta segundos. CAPÍTULO X DA PROMOÇÃO Art. 35. Promoção é a passagem do servidor de um grau para o imediatamente superior, dentro da respectiva categoria funcional. Art. 36. As promoções de grau a grau, nos cargos organizados em carreira, obedecerão aos critérios de merecimento e antigüidade, alternadamente, na forma da lei, que deverá assegurar critérios objetivos na avaliação do merecimento. Art. 37. Somente poderá concorrer à promoção o servidor que: I preencher os requisitos estabelecidos em lei; II não tiver sido punido nos últimos 12 (doze) meses com pena de suspensão, convertida, ou não em multa. Art. 38. Será anulado, em benefício do servidor a quem cabia por direito, o ato que formalizou indevidamente a promoção. Parágrafo único. O servidor a quem cabia a promoção receberá a diferença de retribuição a que tiver direito. CAPÍTULO XI DA READAPTAÇÃO Art. 39. Readaptação é a forma de investidura do servidor estável em cargo de atribuições e responsabilidades mais compatíveis com sua vocação ou com as limitações que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, podendo ser processada a pedido ou ex- officio. 16

17 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 1º A readaptação será efetivada, sempre que possível, em cargo compatível com a aptidão do servidor, observada a habilitação e a carga horária exigidas para o novo cargo. 2º A verificação de que o servidor tornou- -se inapto para o exercício do cargo ocupado, em virtude de modificações em sua aptidão vocacional ou no seu estado físico ou psíquico, será realizada pelo órgão central de recursos humanos do Estado que à vista de laudo médico, estudo social e psicológico, indicará o cargo em que julgar possível a readaptação. 3º Definido o cargo, serão cometidas as respectivas atribuições ao servidor em estágio experimental, pelo órgão competente, por prazo não inferior a 90 (noventa) dias, o que poderá ser realizado na mesma repartição ou em outra, atendendo, sempre que possível, às peculiaridades do caso, mediante acompanhamento sistemático. 4º No caso de inexistência de vaga, serão cometidas ao servidor as atribuições do cargo indicado, até que se disponha deste para o regular provimento. Art. 40. Se o resultado da inspeção médica concluir pela incapacidade para o serviço público, será determinada a aposentadoria do readaptando. Art. 41. Em nenhuma hipótese poderá a readaptação acarretar aumento ou diminuição da remuneração do servidor, exceto quando se tratar da percepção de vantagens cuja natureza é inerente ao exercício do novo cargo. Parágrafo único. Realizando-se a readaptação em cargo de padrão de vencimento inferior, ficará assegurada ao servidor a remuneração correspondente à do cargo que ocupava anteriormente. Art. 42. Verificada a adaptabilidade do servidor no cargo e comprovada sua habilitação será formalizada sua readaptação, por ato de autoridade competente. Parágrafo único. O órgão competente poderá indicar a delimitação de atribuições no novo cargo ou no cargo anterior, apontando aquelas que não podem ser exercidas pelo servidor e, se necessário, a mudança de local de trabalho. CAPÍTULO XII DA REINTEGRAÇÃO Art. 43. Reintegração é o retorno do servidor demitido ao cargo anteriormente ocupado, ou ao resultante de sua transformação, em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de prejuízos decorrentes do afastamento. 1º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade. 2º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto nos artigos 51 a 53. 3º O servidor reintegrado será submetido à inspeção médica e, verificada a incapacidade para o serviço público, será aposentado. CAPÍTULO XIII DA REVERSÃO Art. 44. Reversão é o retorno à atividade do servidor aposentado por invalidez, quando verificada, por junta médica oficial, a insubsistência dos motivos determinantes da aposentadoria. 1º O servidor que reverter terá assegurada a retribuição correspondente à situação funcional que detinha anteriormente à aposentadoria. 2º Ao servidor que reverter, aplicam-se as disposições dos artigos 18 e 22, relativas à posse e ao exercício, respectivamente. 17

18 Art. 45. A reversão far-se-á, a pedido ou ex- -officio, no mesmo cargo ou no resultante de sua transformação. Art. 46. O servidor com mais de 60 (sessenta) anos não poderá ter processada a sua reversão. Art. 47. O servidor que reverter não poderá ser aposentado antes de decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exercício, salvo se sobrevier outra moléstia que o incapacite definitivamente ou for invalidado em conseqüência de acidente ou de agressão não-provocada no exercício de suas atribuições. Parágrafo único. Para efeito deste artigo, não será computado o tempo em que o servidor, após a reversão, tenha se licenciado em razão da mesma moléstia. Art. 48. O tempo em que o servidor esteve aposentado será computado, na hipótese de reversão, exclusivamente para fins de nova aposentadoria. CAPÍTULO XIV DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO Seção I DA DISPONIBILIDADE Art. 49. A disponibilidade decorrerá da extinção do cargo ou da declaração da sua desnecessidade. Parágrafo único. O servidor estável ficará em disponibilidade até seu aproveitamento em outro cargo. Art. 50. O provento da disponibilidade será igual ao vencimento do cargo, acrescido das vantagens permanentes. Parágrafo único. O servidor em disponibilidade será aposentado se, submetido à inspeção médica, for declarado inválido para o serviço público. Seção II DO APROVEITAMENTO Art. 51. Aproveitamento é o retorno à atividade do servidor em disponibilidade e far- se-á, obrigatoriamente, em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. Art. 52. O órgão central de recursos humanos poderá indicar o aproveitamento do servidor em disponibilidade, em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública estadual, na forma do regulamento. Art. 53. Salvo doença comprovada por junta médica oficial, será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade, se o servidor não entrar em exercício no prazo de 30 (trinta) dias. CAPÍTULO XV DA RECONDUÇÃO Art. 54. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: I obtenção de resultado insatisfatório em estágio probatório relativo a outro cargo; II reintegração do anterior ocupante do cargo. Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro, com a natureza e vencimento compatíveis com o que ocupara, observado o disposto no artigo 52. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE nº 66, de 08/04/94) CAPÍTULO XVI DA VACÂNCIA Art. 55. A vacância do cargo decorrerá de: 18

19 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello I exoneração; II demissão; III readaptação; IV aposentadoria; V recondução; IV falecimento. Parágrafo único. A abertura da vaga ocorrerá na data da publicação da lei que criar o cargo ou do ato que formalizar qualquer das hipóteses previstas neste artigo. Art. 56. A exoneração dar-se-á: I a pedido do servidor; II ex-officio, quando: a) se tratar de cargo em comissão, a critério da autoridade competente; b) não forem satisfeitas as condições do estágio probatório. Art. 57. A demissão decorrerá de aplicação de pena disciplinar na forma prevista em lei. CAPÍTULO XVII DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO Seção I DA REMOÇÃO Art. 58. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou ex-officio, com ou sem mudança de sede: I de uma repartição para outra; II de uma unidade de trabalho para outra, dentro da mesma repartição. 1º Deverá ser sempre comprovada por junta médica, a remoção, a pedido, por motivo de saúde do servidor, do cônjuge deste ou dependente, mediante prévia verificação da existência de vaga. 2º Sendo o servidor removido da sede, dar-se-á, sempre que possível, a remoção do cônjuge, que for também servidor estadual; não sendo possível, observar-se-á o disposto no artigo 147. Art. 59. A remoção por permuta será processada a pedido de ambos os interessados, ouvidas, previamente, as chefias envolvidas. Seção II DA REDISTRIBUIÇÃO Art. 60. Redistribuição é o deslocamento do servidor com o respectivo cargo, de um quadro de pessoal ou entidade para outro do mesmo Poder, cujos planos de cargos e vencimentos sejam idênticos. 1º Dar-se-á, exclusivamente, a redistribuição, para ajustamento de quadros de pessoal às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade, na forma da lei. 2º Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os servidores estáveis que não puderem ser redistribuídos, nos termos deste artigo, serão colocados em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma do artigo 51. 3º O disposto neste artigo não se aplica aos cargos definidos em lei como de lotação privativa. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE nº 66, de 08/04/94) CAPÍTULO XVIII DA SUBSTITUIÇÃO Art. 61. Os servidores investidos em cargos em comissão ou funções gratificadas terão substitutos, durante seus afastamentos ou impedimentos eventuais, previamente designados pela autoridade competente. 19

20 Parágrafo único. O substituto fará jus ao vencimento do cargo ou função na proporção dos dias de efetiva substituição iguais ou superiores a 10 (dez) dias consecutivos, computáveis para os efeitos dos artigos 102 e 103 desta lei. TÍTULO III Dos Direitos e Vantagens CAPÍTULO I DO TEMPO DE SERVIÇO Art. 62. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, os quais serão convertidos em anos, considerados estes como período de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias. Art. 63. Os dias de efetivo exercício serão computados à vista dos comprovantes de pagamento, ou dos registros funcionais. Art. 64. São considerados de efetivo exercício os afastamentos do serviço em virtude de I férias; II casamento, até 8 (oito) dias consecutivos; III falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, sogros, irmãos, companheiro ou companheira, madrasta ou padrasto, enteado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias; IV doação de sangue, 1 (um) dia por mês, mediante comprovação; V exercício pelo servidor efetivo, de outro cargo, de provimento em comissão, exceto para efeito de promoção por merecimento; VI júri e outros serviços obrigatórios por lei; VII desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, exceto para promoção por merecimento; VIII missão ou estudo noutros pontos do território nacional ou no exterior, quando o afastamento houver sido expressamente autorizado pelo Governador do Estado e sem prejuízo da retribuição pecuniária; IX deslocamento para nova sede na forma do artigo 58; X realização de provas, na forma do artigo 123; XI assistência a filho excepcional, na forma do artigo 127; XII prestação de prova em concurso público; XIII participação em programas de treinamento regularmente instituído, correlacionado às atribuições do cargo; XIV licença: a) à gestante, à adotante e à paternidade; b) para tratamento da própria saúde ou de pessoa da família, com remuneração; c) prêmio por assiduidade; d) por motivo de acidente em serviço, agressão não-provocada ou doença profissional; e) para concorrer a mandato eletivo federal, estadual ou municipal; f) para desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoção por merecimento; g) para participar de cursos, congressos e similares, sem prejuízo da retribuição; XV moléstia, devidamente comprovada por atestado médico, até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comunicação à chefia imediata; XVI participação de assembléias e atividades sindicais. 20

21 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Parágrafo único. Constitui tempo de serviço, para todos os efeitos legais, o anteriormente prestado ao Estado pelo servidor que tenha ingressado sob a forma de contratação, admissão, nomeação, ou qualquer outra, desde que comprovado o vínculo regular. Art. 65. Computar-se-á integralmente, para efeito de aposentadoria e disponibilidade o tempo: I de serviço prestado pelo servidor em função ou cargo público federal, estadual ou municipal; II de serviço ativo nas forças armadas e auxiliares prestado durante a paz, computando-se em dobro o tempo em operação de guerra, na forma da lei; III correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, anterior ao ingresso no serviço público estadual; IV de serviço prestado em atividade privada, vinculada à previdência social, observada a compensação financeira entre os diversos sistemas previdenciários segundo os critérios estabelecidos em lei; V em que o servidor: a) esteve em disponibilidade; b) já esteve aposentado, quando se tratar de reversão. Art. 66. É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função em órgão ou entidade dos Poderes da União, estados, municípios, autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas. CAPÍTULO II DAS FÉRIAS Art. 67. O servidor gozará, anualmente, 30 (trinta) dias de férias. 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício. 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço. 3º É facultado o gozo de férias em dois períodos, não inferiores a 10 (dez) dias consecutivos. Art. 68. Será pago ao servidor, por ocasião das férias, independentemente de solicitação, o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço) da remuneração do período de férias, pago antecipadamente. 1º O pagamento da remuneração de férias será efetuado antecipadamente ao servidor que o requerer, juntamente com o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço), antes do início do referido período. 2º Na hipótese de férias parceladas poderá o servidor indicar em qual dos períodos utilizará a faculdade de que trata este artigo. Art. 69. Durante as férias, o servidor terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo como se estivesse em exercício. Art. 70. O servidor que opere direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas, próximas a fontes de irradiação, terá direito, quando no efetivo exercício de suas atribuições, a 20 (vinte) dias consecutivos de férias por semestre, não acumuláveis e intransferíveis. Art. 71. Por absoluta necessidade de serviço e ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica, as férias poderão ser acumuladas até o máximo de dois períodos anuais. Art. 72. As férias somente poderão ser interrompidas por motivos de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral ou por superior interesse público. Art. 73. Se o servidor vier a falecer, quando já implementado o período de um ano, que lhe as- 21

22 segure o direito a férias, a retribuição relativa ao período, descontadas eventuais parcelas correspondentes à antecipação, será paga aos dependentes legalmente constituídos. Art. 74. O servidor exonerado fará jus ao pagamento da remuneração de férias proporcionalmente aos meses de efetivo exercício, descontadas eventuais parcelas já fruídas. Parágrafo único. O pagamento de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que fizer jus o servidor na forma prevista no artigo 69, desta lei, relativa ao mês em que a exoneração for efetivada. Art. 75. O servidor que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias de licença para tratar de interesses particulares ou para acompanhar o cônjuge, somente após um ano de efetivo exercício contado da data da apresentação fará jus a férias. Art. 76. Perderá o direito às férias o servidor que, no ano antecedente àquele em que deveria gozá-las, tiver mais de 30 (trinta) dias de faltas não justificadas ao serviço. Art. 77. O servidor readaptado, relotado, removido ou reconduzido, quando em gozo de férias, não é obrigado a apresentar-se antes de concluí-las. CAPÍTULO III DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO Art. 78. Vencimento é a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao padrão fixado em lei. Parágrafo único. Nenhum servidor receberá, a título de vencimento básico, importância inferior ao salário mínimo. Art. 79. Remuneração é o vencimento do cargo acrescido das vantagens pecuniárias estabelecidas em lei. 1º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível, sendo vedada vinculação ou equiparação para efeitos de remuneração de pessoal. Art. 80. O servidor perderá: I a remuneração relativa aos dias em que faltar ao serviço; II a parcela da remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências e saídas antecipadas, iguais ou superiores a 60 (sessenta) minutos; III a metade da remuneração, na hipótese de conversão da pena de suspensão em multa; IV um terço de sua remuneração durante o afastamento do exercício do cargo, nas hipóteses previstas no artigo 27. Parágrafo único. No caso de faltas sucessivas, serão computados para efeito de desconto os períodos de repouso intercalados. Art. 81. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na forma definida em regulamento. Art. 82. As reposições e indenizações ao erário serão descontadas em parcelas mensais não excedentes à quinta parte da remuneração ou provento. Art. 83. Terá o prazo de 60 (sessenta) dias para quitar eventuais débitos com o erário, o servidor que for demitido ou exonerado. Parágrafo único. A não-quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição na dívida ativa. Art. 84. O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, seqüestro ou 22

23 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultantes de decisão judicial. CAPÍTULO IV DAS VANTAGENS Art. 85. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: I indenizações; II avanços; III gratificações e adicionais; IV honorários e jetons. Art. 86. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento. Art. 87. Salvo os casos previstos nesta lei, o servidor não poderá receber a qualquer título, seja qual for o motivo ou a forma de pagamento, nenhuma outra vantagem pecuniária dos órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou outras organizações públicas, em razão de seu cargo, nas quais tenha sido mandado servir. Art. 88. As vantagens de que trata o artigo 85 não são incorporadas ao vencimento, em atividade, excetuando-se os avanços, o adicional por tempo de serviço, a gratificação por exercício de função, a gratificação de representação e a gratificação de permanência em serviço, nos termos da lei. 1º A gratificação de representação por exercício de função integra o valor desta para os efeitos de incorporação aos vencimentos em atividade, de incorporação aos proventos de aposentadoria e para cálculo de vantagens decorrentes do tempo de serviço. 2º Aos titulares de cargos de confiança optantes por gratificação por exercício de função já incorporadas nos termos da lei, é facultada a opção pela percepção da gratificação de representação correspondente às atribuições da função titulada. 3º Os servidores que incorporaram gratificação por exercício de função em atividade e os servidores inativos terão seus vencimentos e proventos revistos na forma estabelecida neste artigo. Seção I DAS INDENIZAÇÕES Art. 89. Constituem indenizações ao servidor: I ajuda de custo; II diárias; III transporte. Subseção I DA AJUDA DE CUSTO Art. 90. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalações do servidor que, no interesse do serviço, passe a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente. Parágrafo único. Correm por conta da Administração as despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagens, bagagens e bens pessoais. Art. 91. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a 3 (três) meses de remuneração. Art. 92. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi- -lo, em virtude de mandato eletivo. Art. 93. Será concedida ajuda de custo ao servidor efetivo do Estado que for nomeado para cargo em comissão ou designado para função gratificada, com mudança de domicílio. Parágrafo único. No afastamento para exercício de cargo em comissão, em outro órgão 23

24 ou entidade da União, do Distrito Federal, dos estados ou dos municípios, o servidor não receberá ajuda de custo do Estado. Art. 94. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede, no prazo de 30 (trinta) dias. Subseção II DAS DIÁRIAS Art. 95. O servidor que se afastar temporariamente da sede, em objeto de serviço, fará jus, além das passagens de transporte, também a diárias destinadas à indenização das despesas de alimentação e pousada. 1º Entende-se por sede a localidade onde o servidor estiver em exercício em caráter permanente. 2º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede. 3º Não serão devidas diárias nos casos de remoção a pedido, nem nas hipóteses em que o deslocamento da sede se constituir em exigência permanente do serviço. Art. 96. O servidor que receber diárias e, por qualquer motivo não se afastar da sede, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede, em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, deverá restituir as diárias recebidas em excesso, no período previsto no caput. Art. 97. As diárias, que deverão ser pagas antes do deslocamento, serão calculadas sobre o valor básico fixado em lei e serão percebidas pelo servidor que a elas fizer jus, na forma do regulamento. Subseção III DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE Art. 98. Será concedida indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção, para execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme previsto em regulamento. Seção II DOS AVANÇOS Art. 99. Por triênio de efetivo exercício no serviço público, o servidor terá concedido automaticamente um acréscimo de 5% (cinco por cento), denominado avanço, calculado na forma da lei. 1º O servidor fará jus a tantos avanços quanto for o tempo de serviço público em que permanecer em atividade, computado na forma dos artigos 116 e º O disposto no caput e no parágrafo anterior não se aplica ao servidor cuja primeira investidura no serviço público estadual ocorra após 30 de junho de 1995, hipótese em que será observado o disposto no parágrafo seguinte. 3º Por triênio de efetivo exercício no serviço público, ao servidor será concedido automaticamente um acréscimo de 3% (três por cento), denominado avanço, calculado, na forma da lei. Seção III DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS Art Serão deferidos ao servidor as seguintes gratificações e adicionais por tempo de serviço e outras por condições especiais de trabalho: I gratificação por exercício de função; II gratificação natalina; III gratificação por regime especial de trabalho, na forma da lei; 24

25 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello IV gratificação por exercício de atividades insalubres, penosas ou perigosas; V gratificação por exercício de serviço extraordinário; VI gratificação de representação, na forma da lei; VII gratificação por serviço noturno; VIII adicional por tempo de serviço; IX gratificação de permanência em serviço; X abono familiar; XI outras gratificações, relativas ao local ou à natureza do trabalho, na forma da lei. Subseção I DA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE FUNÇÃO Art A função gratificada será percebida pelo exercício de chefia, assistência ou assessoramento, cumulativamente ao vencimento do cargo de provimento efetivo. Art O servidor efetivo que contar com 18 (dezoito) anos de tempo de serviço computável à aposentadoria, se do sexo masculino ou 15 (quinze) anos, se do sexo feminino, e que houver exercido cargo em comissão, inclusive sob a forma de função gratificada, por 2 (dois) anos completos, terá incorporada, ao vencimento do cargo, como vantagem pessoal, a importância equivalente a 20% (vinte por cento) do valor da função gratificada, a cada 2 (dois) anos, até o limite máximo de 100% (cem por cento), na forma da lei. 1º Quando mais de uma função gratificada ou cargo em comissão houver sido exercido no período, será incorporado aquele de maior valor, desde que desempenhado, no mínimo, por 1 (um) ano, ou quando não ocorrer tal hipótese, o valor da função que tenha desempenhado por mais tempo. 2º O funcionário que tenha exercido o cargo de Secretário de Estado, fará jus à incorporação do valor equivalente à gratificação de representação correspondente, na proporção estabelecida pelo caput, ressalvado o período mínimo de que trata o parágrafo anterior, que será de 2 (dois) anos para esta situação. 3º O disposto no caput e nos parágrafos anteriores não se aplica ao servidor que não houver exercido cargo em comissão, inclusive sob a forma de função gratificada, até 30 de junho de 1995, hipótese em que será observado o disposto no parágrafo seguinte. 4º O servidor efetivo que contar com dezoito (18) anos de tempo computável à aposentadoria e que houver exercido cargo em comissão, inclusive sob a forma de função gratificada, por dois (02) anos completos, terá incorporada ao vencimento do cargo, como vantagem pessoal, a importância equivalente a 20% (vinte por cento) do valor da função gratificada. I Quando mais de uma função gratificada ou cargo em comissão houver sido exercido no período, será incorporado aquele de maior valor, desde que desempenhado, no mínimo, por dois (02) anos, ou quando não ocorrer tal hipótese, o valor da função que tenha desempenhado por mais tempo; II O servidor que tenha exercido o cargo de Secretário de Estado fará jus à incorporação do valor equivalente à gratificação de representação correspondente, nas condições estabelecidas neste artigo; III A cada dois (02) anos completos de exercício de função gratificada, que excederem a dois iniciais, corresponderá novo acréscimo de 20% (vinte por cento) até o limite de 100% (cem por cento), observada a seguinte correspondência com o tempo computável à aposentadoria: a) 20 anos, máximo de 40% (quarenta por cento) do valor; 25

26 b) 22 anos, máximo de 60% (sessenta por cento) do valor; c) 24 anos, máximo de 80% (oitenta por cento) do valor; d) 26 anos, 100% (cem por cento) do valor. IV A vantagem de que trata o caput deste parágrafo, bem como os seus incisos anteriores, somente será paga a partir da data em que o funcionário retornar ao exercício de cargo de provimento efetivo ou, permanecendo no cargo em comissão ou função gratificada, optar pelos vencimentos e vantagens do cargo de provimento efetivo, ou ainda, for inativado. V O funcionário no gozo da vantagem pessoal de que trata esta Lei, investido em cargo em comissão ou função gratificada, perderá a vantagem enquanto durar a investidura, salvo se optar pelas vantagens do cargo efetivo; VI Na hipótese do inciso anterior, ocorra ou não a percepção da vantagem, terá continuidade o cômputo dos anos de serviço para efeito de percepção dos vinte por cento a que se refere este parágrafo; VII O cálculo da vantagem pessoal de que trata este parágrafo terá sempre em conta os valores atualizados dos vencimentos e as gratificações adicionais e, se for o caso, os avanços trienais e qüinqüenais; VIII O disposto neste parágrafo aplica-se, igualmente, às gratificações previstas no artigo 3º da Lei Complementar nº , de 30 de agosto de 1994, atribuídas a servidores efetivos ou estáveis. Art A função gratificada será incorporada integralmente ao provento do servidor que a tiver exercido, mesmo sob forma de cargo em comissão, por um período mínimo de 5 (cinco) anos consecutivos ou 10 (dez) intercalados, anteriormente à aposentadoria, observado o disposto no 1º do artigo anterior. Subseção II DA GRATIFICAÇÃO NATALINA Art Será concedida ao servidor que esteja no desempenho de suas funções uma gratificação natalina correspondente a sua remuneração integral devida no mês de dezembro. 1º A gratificação de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que fizer jus o servidor, no mês de dezembro, por mês de efetivo exercício, considerando-se as frações iguais ou superiores a 15 (quinze) dias como mês integral. 2º O pagamento da gratificação natalina será efetuado até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada exercício. 3º A gratificação natalina é devida ao servidor afastado de suas funções, sem prejuízo da remuneração e demais vantagens. 4º O Estado indenizará o servidor pelo eventual descumprimento do prazo de pagamento das obrigações pecuniárias relativas à gratificação natalina, cuja base de cálculo será o valor desta, deduzidos os descontos legais. (Incluído pela Lei Complementar nº /03) (Vide Leis Complementares nºs /04, /05, /06 e /07) (Vide arts. 3º e 4º da Lei Complementar nº /15) 5º A indenização de que trata o 4º será calculada com base na variação da Letra Financeira do Tesouro LFT acrescida de 0,8118% (oito mil cento e dezoito décimos de milésimo de um inteiro por cento) ao mês, pro-rata die, e paga juntamente com o valor total ou parcial da referida gratificação. (Redação dada pela Lei Complementar nº /15) (Vide art. 3º da Lei Complementar nº /15) Art O servidor exonerado terá direito à gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada na forma do 1º do artigo anterior, sobre a remuneração do mês da exoneração. 26

27 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Art É extensiva aos inativos a percepção da gratificação natalina, cujo cálculo incidirá sobre as parcelas que compõem seu provento. Subseção III DA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE ATIVIDADES INSALUBRES, PERIGOSAS OU PENOSAS Art Os servidores que exerçam suas atribuições com habitualidade em locais insalubres ou em contato com substâncias tóxicas radioativas ou com risco de vida, fazem jus a uma gratificação sobre o vencimento do respectivo cargo na classe correspondente, nos termos da lei. 1º O servidor que fizer jus às gratificações de insalubridade, periculosidade ou penosidade deverá optar por uma delas nas condições previstas na lei. 2º O direito às gratificações previstas neste artigo cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão. Art Haverá permanente controle da atividade de servidores em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos. Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durarem a gestação e a lactação, das operações e locais previstos neste artigo, passando a exercer suas atividades em local salubre e em serviço compatível com suas condições. Art Os locais de trabalho e os servidores que operem com Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria. Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses de exercício. Subseção IV DA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO Art O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à hora normal de trabalho. Art A gratificação de que trata o artigo anterior somente será atribuída ao servidor para atender às situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo previsto no 2º do artigo 33. Art O valor da hora de serviço extraordinário, prestado em horário noturno, será acrescido de mais 20% (vinte por cento). Subseção V DA GRATIFICAÇÃO POR SERVIÇO NOTURNO Art O serviço noturno terá o valor-hora acrescido de 20% (vinte por cento), observado o disposto no artigo 34. Parágrafo único. As disposições deste artigo não se aplicam quando o serviço noturno corresponder ao horário normal de trabalho. Subseção VI DA GRATIFICAÇÃO DE PERMANÊNCIA EM SERVIÇO Art. 114 Ao servidor que adquirir direito à aposentadoria voluntária com proventos integrais e cuja permanência no desempenho de suas funções for julgada conveniente e oportuna para o serviço público estadual poderá ser deferida, por ato do Governador, uma gratificação de permanência em serviço de valor correspondente a 50% (cinquenta por cento) do seu vencimento básico. 1º Fica assegurado o valor correspondente ao do vencimento básico do Padrão 16 do Quadro Geral dos Funcionários Públicos do Estado, proporcional à carga horária, quan- 27

28 do a aplicação do disposto no caput deste artigo resultar em um valor de gratificação inferior ao desse vencimento básico. 2º A gratificação de que trata este artigo tem natureza precária e transitória e não servirá de base de cálculo para nenhuma vantagem, nem será incorporada aos vencimentos ou proventos da inatividade. 3º A gratificação de que trata este artigo será deferida por um período máximo de dois anos, sendo admitidas renovações por igual período, mediante iniciativa da chefia imediata do servidor, ratificada pelo Titular da Pasta a que estiver vinculado o órgão ou entidade, e juízo de conveniência e oportunidade do Governador. 4º O servidor, a quem for deferida a gratificação de que trata o caput deste artigo, poderá ser chamado a prestar serviço em local diverso de sua lotação durante o período da concessão da gratificação de permanência em serviço. Subseção VII DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO Art O servidor, ao completar 15 (quinze) e 25 (vinte e cinco) anos de serviço público, contados na forma desta lei, passará a perceber, respectivamente, o adicional de 15% (quinze por cento) ou 25% (vinte e cinco por cento) calculados na forma da lei. Parágrafo único. A concessão do adicional de 25% (vinte e cinco por cento) fará cessar o de 15% (quinze por cento), anteriormente concedido. Art Para efeito de concessão dos adicionais será computado o tempo de serviço federal, estadual ou municipal, prestado à administração direta, autarquias e fundações de direito público. Parágrafo único. Compreende-se, também, como serviço estadual o tempo em que o servidor tiver exercido serviços transferidos para o Estado. Art Na acumulação remunerada, será considerado, para efeito de adicional, o tempo de serviço prestado a cada cargo isoladamente. Subseção VIII DO ABONO FAMILIAR Art Ao servidor ativo ou ao inativo será concedido abono familiar na razão de 10% (dez por cento) do menor vencimento básico inicial do Estado, pelos seguintes dependentes: I filho menor de 18 (dezoito) anos; II filho inválido ou excepcional de qualquer idade, que seja comprovadamente incapaz; III filho estudante, desde que não exerça atividade remunerada, até a idade de 24 (vinte e quatro) anos; IV cônjuge inválido, comprovadamente incapaz, que não perceba remuneração. 1º Quando se tratar de dependente inválido ou excepcional, o abono será pago pelo triplo. 2º Estendem-se os benefícios deste artigo aos enteados, aos tutelados e aos menores que, mediante autorização judicial, estejam submetidos a sua guarda. 3º São condições para percepção do abono familiar que: I os dependentes relacionados neste artigo vivam efetivamente às expensas do servidor ou inativo; II a invalidez de que tratam os incisos II e IV do caput deste artigo seja comprovada mediante inspeção médica, pelo órgão competente do Estado. 4º No caso de ambos os cônjuges serem servidores públicos, o direito de um não exclui o do outro. 28

29 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Art Por cargo exercido em acúmulo no Estado, não será devido o abono familiar. Art A concessão do abono terá por base as declarações do servidor, sob as penas da lei. Parágrafo único. As alterações que resultem em exclusão de abono deverão ser comunicadas no prazo de 15 (quinze) dias da data da ocorrência. Seção IV DOS HONORÁRIOS E JETONS Art O servidor fará jus a honorários quando designado para exercer, fora do horário do expediente a que estiver sujeito, as funções de: I membro de banca de concurso; II gerência, planejamento, execução ou atividade auxiliar de concurso; III treinamento de pessoal; IV professor, em cursos legalmente instituídos. Art O servidor, no desempenho do encargo de membro de órgão de deliberação coletiva legalmente instituído, receberá jeton, a título de representação na forma da lei. CAPÍTULO V DAS CONCESSÕES Seção I DAS VANTAGENS AO SERVIDOR ESTUDANTE OU PARTICIPANTE DE CURSOS, CONGRESSOS E SIMILARES Art É assegurado o afastamento do servidor efetivo, sem prejuízo de sua remuneração, nos seguintes casos: I durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo, para os estudantes de ensino superior, 1º e 2º graus; II durante os dias de provas em exames supletivos e de habilitação a curso superior. Parágrafo único. O servidor, sob pena de ser considerado faltoso ao serviço, deverá comprovar perante a chefia imediata as datas em que se realizarão as diversas provas e seu comparecimento. Art O servidor somente será indicado para participar de cursos de especialização ou capacitação técnica profissional no Estado, no País ou no exterior, com ônus para o Estado, quando houver correlação direta e imediata entre o conteúdo programático de tais cursos e as atribuições do cargo ou função exercidos. Art Ao servidor poderá ser concedida licença para freqüência a cursos, seminários, congressos, encontros e similares, inclusive fora do Estado e no exterior, sem prejuízo da remuneração e demais vantagens, desde que o conteúdo programático esteja correlacionado às atribuições do cargo que ocupar, na forma a ser regulamentada. Parágrafo único. Fica vedada a concessão de exoneração ou licença para tratamento de interesses particulares ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida antes de decorrido período igual ao do afastamento. Art Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da Administração, é assegurada, na localidade da nova residência ou mais próxima, matrícula em instituição congênere do Estado, em qualquer época, independentemente de vaga. Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge, aos filhos ou enteados do servidor, que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial. 29

30 Seção II DA ASSISTÊNCIA A FILHO EXCEPCIONAL Art O servidor, pai, mãe ou responsável por excepcional, físico ou mental, em tratamento, fica autorizado a se afastar do exercício do cargo, quando necessário, por período de até 50% (cinqüenta por cento) de sua carga horária normal cotidiana, na forma da lei. CAPÍTULO VI DAS LICENÇAS Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS Art Será concedida, ao servidor, licença: I para tratamento de saúde; II por acidente em serviço; III por motivo de doença em pessoa da família; IV à gestante, à adotante e à paternidade; V para prestação de serviço militar; VI para tratar de interesses particulares; VII para acompanhar o cônjuge; VIII para o desempenho de mandato classista; IX prêmio por assiduidade; X para concorrer a mandato público eletivo; XI para o exercício de mandato eletivo; XII especial, para fins de aposentadoria. 1º O servidor não poderá permanecer em licença por prazo superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos casos dos incisos VII, VIII e XI deste artigo. 2º Ao servidor nomeado em comissão somente será concedida licença para tratamento de saúde, desde que haja sido submetido à inspeção médica para ingresso e julgado apto e nos casos dos incisos II, III, IV, IX e XII. Art A inspeção será feita por médicos do órgão competente, nas hipóteses de licença para tratamento de saúde, por motivo de doença em pessoa da família e à gestante, e por junta oficial, constituída de 3 (três) médicos nos demais casos. Seção II DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE Art Será concedida, ao servidor, licença para tratamento de saúde, a pedido ou ex-officio, precedida de inspeção médica realizada pelo órgão de perícia oficial do Estado, sediada na Capital ou no interior, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus. 1º Sempre que necessário, a inspeção médica poderá ser realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado. 2º Poderá, excepcionalmente, ser admitido atestado médico particular, quando ficar comprovada a impossibilidade absoluta de realização de exame por órgão oficial da localidade. 3º O atestado referido no parágrafo anterior somente surtirá efeito após devidamente examinado e validado pelo órgão de perícia médica competente. 4º O servidor não poderá recusar-se à inspeção médica, sob pena de ser sustado o pagamento de sua remuneração até que seja cumprida essa formalidade. 5º No caso de o laudo registrar pareceres contrários à concessão da licença, as faltas ao serviço correrão sob a responsabilidade exclusiva do servidor. 30

31 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 6º O resultado da inspeção será comunicado imediatamente ao servidor, logo após a sua realização, salvo se houver necessidade de exames complementares, quando, então, ficará à disposição do órgão de perícia médica. Art Findo o período de licença, o servidor deverá reassumir imediatamente o exercício do cargo, sob pena de ser considerado faltoso, salvo prorrogação ou determinação constante do laudo. Parágrafo único. A infringência ao disposto neste artigo implicará perda da remuneração, sujeitando o servidor à demissão, se a ausência exceder a 30 (trinta) dias, observado o disposto no artigo 26. Art Nas licenças por períodos prolongados, antes de se completarem 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, deverá o órgão de perícia médica pronunciar-se sobre a natureza da doença, indicando se o caso é de: I concessão de nova licença ou de prorrogação; II retorno ao exercício do cargo, com ou sem limitação de tarefas; III readaptação, com ou sem limitação de tarefas. Parágrafo único. As licenças, pela mesma moléstia, com intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como prorrogação. Art O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou à natureza da doença, devendo, porém, esta ser especificada através do respectivo código (CID). Parágrafo único. Para a concessão de licença a servidor acometido de moléstia profissional, o laudo médico deverá estabelecer sua rigorosa caracterização. Art O servidor em licença para tratamento de saúde deverá abster-se do exercício de atividade remunerada ou incompatível com seu estado, sob pena de imediata suspensão da mesma. Seção III DA LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO Art O servidor acidentado em serviço será licenciado com remuneração integral até seu total restabelecimento. Art Configura-se acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, desde que relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo. Parágrafo único. Equipara-se a acidente em serviço o dano: I decorrente de agressão sofrida e não- -provocada pelo servidor no exercício das atribuições do cargo; II sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa. Art O servidor acidentado em serviço terá tratamento integral custeado pelo Estado. Art Para concessão de licença e tratamento ao servidor, em razão de acidente em serviço ou agressão não-provocada no exercício de suas atribuições, é indispensável a comprovação detalhada do fato, no prazo de 10 (dez) dias da ocorrência, mediante processo ex- officio. Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica não oficial constitui medida de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios e recursos necessários adequados, em instituições públicas ou por ela conveniadas. Seção IV DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA Art O servidor poderá obter licença por motivo de doença do cônjuge, de ascendente, descendente, enteado e colateral consangüíneo, até o 2º grau, desde que comprove ser in- 31

32 dispensável a sua assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente, com o exercício do cargo. Parágrafo único. A doença será comprovada através de inspeção de saúde, a ser procedida pelo órgão de perícia médica competente. Art A licença de que trata o artigo anterior será concedida: I com a remuneração total até 90 (noventa) dias; II com 2/3 (dois terços) da remuneração, no período que exceder a 90 (noventa) e não ultrapassar 180 (cento e oitenta) dias; III com 1/3 (um terço) da remuneração, no período que exceder a 180 (cento e oitenta) e não ultrapassar a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias; IV sem remuneração, no período que exceder a 365 (trezentos e sessenta e cinco) até o máximo de 730 (setecentos e trinta) dias. Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, as licenças, pela mesma moléstia, com intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como prorrogação. Seção V DA LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE E À PATERNIDADE Art À servidora gestante será concedida, mediante inspeção médica, licença de 180 (cento e oitenta) dias, sem prejuízo da remuneração. Parágrafo único. No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será submetida a inspeção médica e, se julgada apta, reassumirá o exercício do cargo. Art À servidora adotante será concedida licença a partir da concessão do termo de guarda ou da adoção, proporcional à idade do adotado: I de zero a dois anos, 180 (cento e oitenta) dias; II de mais de dois até quatro anos, 150 (cento e cinqüenta) dias; III de mais de quatro até seis anos, 120 (cento e vinte) dias; IV de mais de seis anos, desde que menor, 90 (noventa) dias. Art Pelo nascimento ou adoção de filho, o servidor terá direito à licença- paternidade de 15 (quinze) dias consecutivos. Seção VI DA LICENÇA PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO MILITAR Art Ao servidor convocado para a prestação de serviço militar será concedida licença, nos termos da legislação específica. 1º Concluído o serviço militar, o servidor reassumirá imediatamente, sob pena da perda de vencimento e, se a ausência exceder a 30 (trinta) dias, de demissão por abandono do cargo, observado o disposto no artigo 26. 2º Quando a desincorporação se verificar em lugar diverso do da sede, o prazo para apresentação será de 10 (dez) dias. Seção VII DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES Art Ao servidor detentor de cargo de provimento efetivo, estável, poderá ser concedida licença para tratar de interesses particulares, pelo prazo de até 2 (dois) anos consecutivos, sem remuneração. 1º A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do serviço. 2º O servidor deverá aguardar em exercício a concessão da licença, salvo hipótese 32

33 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello de imperiosa necessidade, devidamente comprovada à autoridade a que estiver subordinado, considerando-se como faltas os dias de ausência ao serviço, caso a licença seja negada. 3º O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do cargo. 4º Não se concederá nova licença antes de decorridos 2 (dois) anos do término da anterior, contados desde a data em que tenha reassumido o exercício do cargo. Seção VIII DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR O CÔNJUGE Art O servidor detentor de cargo de provimento efetivo, estável, terá direito à licença, sem remuneração, para acompanhar o cônjuge, quando este for transferido, independentemente de solicitação própria, para outro ponto do Estado ou do Território Nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo Federal, estadual ou municipal. 1º A licença será concedida mediante pedido do servidor, devidamente instruído, devendo ser renovada a cada 2 (dois) anos. 2º O período de licença, de que trata este artigo, não será computável como tempo de serviço para qualquer efeito. 3º À mesma licença terá direito o servidor removido que preferir permanecer no domicílio do cônjuge. Art O servidor poderá ser lotado, provisoriamente, na hipótese da transferência de que trata o artigo anterior, em repartição da Administração Estadual Direta, Autárquica ou Fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com seu cargo. Seção IX DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO CLASSISTA Art É assegurado ao servidor o direito à licença para o desempenho de mandato classista em central sindical, em confederação, federação, sindicato, núcleos ou delegacias, associação de classe ou entidade fiscalizadora da profissão, de âmbito estadual ou nacional, com a remuneração do cargo efetivo, observado o disposto no artigo 64, inciso XIV, alínea f. Parágrafo único. A licença de que trata este artigo será concedida nos termos da lei. Seção X DA LICENÇA-PRÊMIO POR ASSIDUIDADE Art O servidor que, por um qüinqüênio ininterrupto, não se houver afastado do exercício de suas funções terá direito à concessão automática de 3 (três) meses de licença-prêmio por assiduidade, com todas as vantagens do cargo, como se nele estivesse em exercício. 1º Para os efeitos deste artigo, não serão considerados interrupção da prestação de serviço os afastamentos previstos no artigo 64, incisos I a XV, desta lei. 2º Nos casos dos afastamentos previstos nos incisos XIV, alínea b, e XV do artigo 64, somente serão computados, como de efetivo exercício, para os efeitos deste artigo, um período máximo de 4 (quatro) meses, para tratamento de saúde do servidor, de 2 (dois) meses, por motivo de doença em pessoa de sua família e de 20 (vinte) dias, no caso de moléstia do servidor, tudo por qüinqüênio de serviço público prestado ao Estado. 3º O servidor que à data de vigência desta Lei Complementar detinha a condição de estatutário há, no mínimo, 1095 (um mil e noventa e cinco) dias, terá desconsideradas, como interrupção do tempo de serviço pú- 33

34 blico prestado ao Estado, até 3 (três) faltas não justificadas verificadas no período aquisitivo limitado a 31 de dezembro de Art A pedido do servidor, a licença-prêmio poderá ser: I gozada, no todo ou em parcelas não inferiores a 1 (um) mês, com a aprovação da chefia, considerada a necessidade do serviço; II contada em dobro, como tempo de serviço para os efeitos de aposentadoria, avanços e adicionais, vedada a desconversão. Parágrafo único. Ao entrar em gozo de licença-prêmio, o servidor terá direito, a pedido, a receber a sua remuneração do mês de fruição antecipadamente. Art A apuração do tempo de serviço normal, para efeito da formação do qüinqüênio, gerador do direito da licença-prêmio, será feita na forma do artigo 62 desta lei. Art O número de servidores em gozo simultâneo de licença-prêmio não poderá ser superior a 1/3 (um terço) da lotação da respectiva unidade administrativa de trabalho. Seção XI DA LICENÇA PARA CONCORRER A MANDATO PÚBLICO ELETIVO E EXERCÊ-LO Art O servidor que concorrer a mandato público eletivo será licenciado na forma da legislação eleitoral. Art Eleito, o servidor ficará afastado do exercício do cargo a partir da posse. Art Ao servidor investido em mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo; II investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; III investido no mandato de vereador: a) havendo compatibilidade de horário perceberá as vantagens do seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor continuará contribuindo para o órgão da previdência e assistência do Estado, como se em exercício estivesse. 2º O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído ex-officio para localidade diversa daquela onde exerce o mandato. Seção XII DA LICENÇA ESPECIAL PARA FINS DE APOSENTADORIA Art Decorridos 30 (trinta) dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da aposentadoria, o servidor será considerado em licença especial remunerada, podendo afastar- -se do exercício de suas atividades, salvo se antes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido. 1º O pedido de aposentadoria de que trata este artigo somente será considerado após terem sido averbados todos os tempos computáveis para esse fim. 2º O período de duração desta licença será considerado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos legais. CAPÍTULO VII DA APOSENTADORIA Art O servidor será aposentado: I por invalidez permanente, sendo os proventos integrais, quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou 34

35 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e proporcionais nos demais casos; II compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço; III voluntariamente: a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta), se mulher, com proventos integrais; b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor, e 25 (vinte e cinco), se professora, com proventos integrais; c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco), se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo; d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem e aos 60 (sessenta), se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço. 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se refere o inciso I deste artigo, se incapacitantes para o exercício da função pública, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkison, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida AIDS, e outros que a lei indicar, com base na medicina especializada. 2º Ao servidor aposentado em decorrência de qualquer das moléstias tipificadas no parágrafo anterior, fica vedado o exercício de outra atividade pública remunerada, sob pena de cassação de sua aposentadoria. 3º Nos casos de exercício de atividades previstas no artigo 107, a aposentadoria de que trata o inciso III, alíneas a e c, observará o disposto em lei específica. 4º Se o servidor for aposentado com menos de 25 (vinte e cinco) anos de serviço e menos de 60 (sessenta) anos de idade, a aposentadoria estará sujeita a confirmação mediante nova inspeção de saúde, após o decurso de 24 (vinte e quatro) meses contados da data do ato de aposentadoria. Art A aposentadoria de que trata o inciso II do artigo anterior, será automática e declarada por ato, com vigência a partir do dia em que o servidor atingir a idade limite de permanência no serviço ativo. Art A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da data da publicação do respectivo ato. 1º A aposentadoria por invalidez será precedida por licença para tratamento de saúde, num período não superior a 24 (vinte e quatro) meses. 2º Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir o exercício do cargo, ou de se proceder à sua readaptação, será o servidor aposentado. 3º O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do ato da aposentadoria será considerado como de prorrogação da licença. Art O provento da aposentadoria será revisto na mesma proporção e na mesma data em que se modificar a remuneração dos servidores em atividade. Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrente da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria. Art O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de serviço, se acometido de qualquer das moléstias especificadas no 35

36 1º do artigo 158, passará a perceber provento integral. Art Com prevalência do que conferir maior vantagem, quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será inferior: I ao salário mínimo, observada a redução da jornada de trabalho a que estava sujeito o servidor; II a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade nos demais casos. Art O servidor em estágio probatório somente terá direito à aposentadoria quando invalidado por acidente em serviço, agressão não-provocada no exercício de suas atribuições, acometido de moléstia profissional ou nos casos especificados no 1º do artigo 158 desta lei. Art As disposições relativas à aposentadoria aplicam-se ao servidor nomeado em comissão, o qual contar com mais de 5 (cinco) anos de efetivo e ininterrupto exercício em cargos de provimento dessa natureza. Parágrafo único. Aplicam-se as disposições deste artigo, independentemente de tempo de serviço, ao servidor provido em comissão, quer titular de cargo de provimento efetivo, quer não, quando invalidado em conseqüência das moléstias enumeradas no 1º do artigo 158, desde que tenha se submetido, antes do seu ingresso ou retorno ao serviço público, à inspeção médica prevista nesta lei, para provimento de cargos públicos em geral. Art O servidor, vinculado à previdência social federal, que não tiver nesta feito jus ao benefício da aposentadoria, será aposentado pelo Estado, na forma garantida por esta lei, permanecendo como segurado obrigatório daquele órgão previdenciário, até a implementação das condições de aposentadoria, caso em que caberá ao Estado pagar somente a diferença, se houver. CAPÍTULO VIII DO DIREITO DE PETIÇÃO Art É assegurado ao servidor o direito de requerer, pedir reconsideração, recorrer e de representar, em defesa de direito ou legítimo interesse próprio. Art O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente. Art Cabe pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, à autoridade que houver prolatado o despacho, proferido a primeira decisão ou praticado o ato. 1º O pedido de reconsideração deverá conter novos argumentos ou provas suscetíveis de reformar o despacho, a decisão ou o ato. 2º O pedido de reconsideração deverá ser decidido dentro de 30 (trinta) dias. Art Caberá recurso, como última instância administrativa, do indeferimento do pedido de reconsideração. 1º O recurso será dirigido à autoridade que tiver proferido a decisão ou expedido o ato. 2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente. 3º Terá caráter de recurso, o pedido de reconsideração, quando o prolator do despacho, decisão ou ato, houver sido o Governador. 4º A decisão sobre qualquer recurso será dada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias. Art O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, contados a partir da data da publicação da decisão recorrida ou da data da ciência, pelo 36

37 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello interessado, quando o despacho não for publicado. Parágrafo único. Em caso de provimento de pedido de reconsideração ou de recurso, o efeito da decisão retroagirá à data do ato impugnado. Art O direito de requerer prescreve em: I 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, ou que afetem interesses patrimoniais e créditos resultantes das relações de trabalho; II 120 (cento e vinte) dias nos demais casos, salvo quando, por prescrição legal, for fixado outro prazo. 1º O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado. 2º O pedido de reconsideração e o de recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição administrativa. Art A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela Administração. Art A representação será dirigida ao chefe imediato do servidor que, se a solução não for de sua alçada, a encaminhará a quem de direito. 1º Se não for dado andamento à representação, dentro do prazo de 5 (cinco) dias, poderá o servidor dirigi-la direta e sucessivamente às chefias superiores. 2º A representação está isenta de pagamento de taxa de expediente. Art Para o exercício do direito de petição é assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído. Art São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste capítulo, salvo motivo de força maior, devidamente comprovado. Parágrafo único. Entende-se por força maior, para efeitos do artigo, a ocorrência de fatos impeditivos da vontade do interessado ou da autoridade competente para decidir. TÍTULO IV Do Regime Disciplinar CAPÍTULO I DOS DEVERES DO SERVIDOR Art São deveres do servidor: I ser assíduo e pontual ao serviço; II tratar com urbanidade as partes, atendendo-as sem preferências pessoais; III desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe forem incumbidos, dentro de suas atribuições; IV ser leal às instituições a que servir; V observar as normas legais e regulamentares; VI cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; VII manter conduta compatível com a moralidade administrativa; VIII atender com presteza: a) o público em geral, prestando as informações requeridas que estiverem a seu alcance, ressalvadas as protegidas por sigilo; b) à expedição de certidões requeridas, para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para defesa da Fazenda Pública; IX representar ou levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades 37

38 de que tiver conhecimento, no órgão em que servir, em razão das atribuições do seu cargo; X zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela conservação do patrimônio público; XI observar as normas de segurança e medicina do trabalho estabelecidas, bem como o uso obrigatório dos equipamentos de proteção individual (EPI) que lhe forem confiados; XII providenciar para que esteja sempre em dia no seu assentamento individual, seu endereço residencial e sua declaração de família; XIII manter espírito de cooperação com os colegas de trabalho; XIV representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 1º A representação de que trata o inciso XIV será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. 2º Será considerado como co-autor o superior hierárquico que, recebendo denúncia ou representação a respeito de irregularidades no serviço ou de falta cometida por servidor, seu subordinado, deixar de tomar as providências necessárias a sua apuração. CAPÍTULO II DAS PROIBIÇÕES Art Ao servidor é proibido: I referir-se, de modo depreciativo, em informação, parecer ou despacho, às autoridades e a atos da administração pública estadual, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço; II retirar, modificar ou substituir, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto existente na repartição; III ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; IV ingerir bebidas alcoólicas durante o horário de trabalho ou drogar-se, bem como apresentar-se em estado de embriaguez ou drogado ao serviço; V atender pessoas na repartição para tratar de interesses particulares, em prejuízo de suas atividades; VI participar de atos de sabotagem contra o serviço público; VII entregar-se a atividades político-partidárias nas horas e locais de trabalho; VIII opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; IX promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; X exercer ou permitir que subordinado seu exerça atribuições diferentes das definidas em lei ou regulamento como próprias do cargo ou função, ressalvados os encargos de chefia e as comissões legais; XI celebrar contrato de natureza comercial, industrial ou civil de caráter oneroso, com o Estado, por si ou como representante de outrem; XII participar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, salvo quando se tratar de função de confiança de empresa, da qual participe o Estado, caso em que o servidor será considerado como exercendo cargo em comissão; XIII exercer, mesmo fora do horário de expediente, emprego ou função em empresa, 38

39 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello estabelecimento ou instituição que tenha relações industriais com o Estado em matéria que se relacione com a finalidade da repartição em que esteja lotado; XIV manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge ou parente até o segundo grau civil, ressalvado o disposto no artigo 267; XV cometer, a pessoas estranhas à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encargos que competirem a si ou a seus subordinados; XVI coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se à associação profissional ou sindical, ou com objetivos político-partidários; XVII utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em atividades particulares ou políticas; XVIII praticar usura, sob qualquer das suas formas; XIX aceitar representação, comissão, emprego ou pensão de país estrangeiro; XX valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade do serviço público; XXI atuar, como procurador, ou intermediário junto a repartição pública, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e do cônjuge; XXII receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XXIII valer-se da condição de servidor para desempenhar atividades estranhas às suas funções ou para lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito; XXIV ceder de forma desidiosa; XXV exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho. 1º Não está compreendida na proibição dos incisos XII e XIII deste artigo a participação do servidor na presidência de associação, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de classe, ou como sócio. 2º Na hipótese de violação do disposto no inciso IV, por comprovado motivo de dependência, o servidor deverá, obrigatoriamente, ser encaminhado a tratamento médico especializado. CAPÍTULO III DA ACUMULAÇÃO Art É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, excetuadas as hipóteses previstas em dispositivo constitucional. Art A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público. Art O servidor detentor de cargo de provimento efetivo quando investido em cargo em comissão ficará afastado do cargo efetivo, observado o disposto no artigo anterior. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE nº 66, de 08/04/94) Art Verificada a acumulação indevida, o servidor será cientificado para optar por uma das posições ocupadas. Parágrafo único. Transcorrido o prazo de 30 (trinta) dias, sem a manifestação optativa do servidor, a Administração sustará o pagamento da posição de última investidura ou admissão. 39

40 CAPÍTULO IV DAS RESPONSABILIDADES Art Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor responde civil, penal e administrativamente. Art A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que importe em prejuízo à Fazenda Estadual ou a terceiros. 1º A indenização de prejuízo causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no artigo 82, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. 3º A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor nesta qualidade. Art A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função. Art As sanções civis, penais e administrativas poderão acumular-se, sendo umas e outras independentes entre si, assim como as instâncias civil, penal e administrativa. CAPÍTULO V DAS PENALIDADES Art São penas disciplinares: I repreensão; II suspensão; III demissão; IV cassação de disponibilidade; V cassação de aposentadoria; VI multa; VII destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente. (Incluído pela Lei Complementar nº /15) 1º Na aplicação das penas disciplinares, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração e os danos delas resultantes para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. 2º Quando se tratar de falta funcional que, por sua natureza e reduzida gravidade, não demande aplicação das penas previstas neste artigo, será o servidor advertido particular e verbalmente. 3º A destituição de cargo em comissão ou de função gratificada, por critérios de oportunidade e conveniência, independe da apuração de falta funcional. (Incluído pela Lei Complementar nº /15) Art A repreensão será aplicada por escrito, na falta do cumprimento do dever funcional ou quando ocorrer procedimento público inconveniente. Art A suspensão, que não poderá exceder a 90 (noventa) dias, implicará a perda de todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo e aplicar-se-á ao servidor: I na violação das proibições consignadas nesta lei; II nos casos de reincidência em infração já punida com repreensão; III quando a infração for intencional ou se revestir de gravidade; IV como gradação de penalidade mais grave, tendo em vista circunstância atenuante; V que atestar falsamente a prestação de serviço, bem como propuser, permitir, ou receber a retribuição correspondente a trabalho não realizado; VI que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço extraordinário; 40

41 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello VII responsável pelo retardamento em processo sumário; VIII que deixar de atender notificação para prestar depoimento em processo disciplinar; IX que, injustificadamente, se recusar a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação. 1º A suspensão não será aplicada enquanto o servidor estiver afastado por motivo de gozo de férias regulamentares ou em licença por qualquer dos motivos previstos no artigo º Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de remuneração, obrigando-se o servidor a permanecer em exercício durante o cumprimento da pena. 3º Os efeitos da conversão da suspensão em multa não serão alterados, mesmo que ao servidor seja assegurado afastamento legal remunerado durante o respectivo período. 4º A multa não acarretará prejuízo na contagem do tempo de serviço, exceto para fins de concessão de avanços, gratificações adicionais de 15% (quinze por cento) e 25% (vinte e cinco por cento) e licença-prêmio. Art Os registros funcionais de advertência, repreensão, suspensão e multa serão automaticamente cancelados após 10 (dez) anos, desde que, neste período, o servidor não tenha praticado nenhuma nova infração. Parágrafo único. O cancelamento do registro, na forma deste artigo, não gerará nenhum direito para fins de concessão ou revisão de vantagens. Art O servidor será punido com pena de demissão nas hipóteses de: I ineficiência ou falta de aptidão para o serviço, quando verificada a impossibilidade de readaptação; II indisciplina ou insubordinação grave ou reiterada; III ofensa física contra qualquer pessoa, cometida em serviço, salvo em legítima defesa própria ou de terceiros; IV abandono de cargo em decorrência de mais de 30 (trinta) faltas consecutivas; V ausências excessivas ao serviço em número superior a 60 (sessenta) dias, intercalados, durante um ano; VI improbidade administrativa; VII transgressão de quaisquer proibições dos incisos XVII a XXIV do artigo 178, considerada a sua gravidade, efeito ou reincidência; VIII falta de exação no desempenho das atribuições, de tal gravidade que resulte em lesões pessoais ou danos de monta; IX incontinência pública e conduta escandalosa na repartição; X acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; XI aplicação irregular de dinheiro público; XII reincidência na transgressão prevista no inciso V do artigo 189; XIII lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual; XIV revelação de segredo, do qual se apropriou em razão do cargo, ou de fato ou informação de natureza sigilosa de que tenha conhecimento, salvo quando se tratar de depoimento em processo judicial, policial ou administrativo-disciplinar; XV corrupção passiva nos termos da lei penal; XVI exercer advocacia administrativa; 41

42 XVII prática de outros crimes contra a administração pública. Parágrafo único. A demissão será aplicada, também, ao servidor que, condenado por decisão judicial transitada em julgado, incorrer na perda da função pública na forma da lei penal. Art O ato que demitir o servidor mencionará sempre o dispositivo legal em que se fundamentar. Art Atendendo à gravidade da falta, a demissão poderá ser aplicada com a nota a bem do serviço público, a qual constará sempre no ato de demissão fundamentado nos incisos X a XIV do artigo 191. Art Uma vez submetido a inquérito administrativo, o servidor só poderá ser exonerado, a pedido, ou aposentado voluntariamente, depois da conclusão do processo, no qual tenha sido reconhecida sua inocência. Parágrafo único. Excetua-se do disposto neste artigo o servidor estável processado por abandono de cargo ou por ausências excessivas ao serviço. Art Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do servidor que: I houver praticado, na atividade, falta punível com a pena de demissão; II infringir a vedação prevista no 2º do artigo 158; III incorrer na hipótese do artigo 53. Parágrafo único. Consideradas as circunstâncias previstas no 1º do artigo 187, a pena de cassação de aposentadoria poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de provento, até o máximo de 90 (noventa) dias-multa. Art Para a aplicação das penas disciplinares são competentes: I o Governador do Estado em qualquer caso; II os Secretários de Estado, dirigentes de autarquias e de fundações de direito público e os titulares de órgãos diretamente subordinados ao Governador, até a de suspensão e multa limitada ao máximo de 30 (trinta) dias; III os titulares de órgãos diretamente subordinados aos Secretários de Estado, dirigentes de autarquias e de fundações de direito público até suspensão por 10 (dez) dias; IV os titulares de órgãos em nível de supervisão e coordenação, até suspensão por 5 (cinco) dias; V as demais chefias, em caso de repreensão. Art A aplicação das penas referidas no artigo 187 prescreve nos seguintes prazos: I em 12 (doze) meses, a de repreensão; (Redação dada pela Lei Complementar nº /15) II em 24 (vinte e quatro) meses, as de suspensão, de multa, de demissão por abandono de cargo e por ausências sucessivas ao serviço; (Redação dada pela Lei Complementar nº /15) III em 5 (cinco) anos, a de demissão, de cassação de aposentadoria, de cassação de disponibilidade, e de destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente. (Redação dada pela Lei Complementar nº /15) 1º O prazo de prescrição começa a fluir a partir da data do conhecimento do fato, por superior hierárquico. 2º Para o abandono de cargo e para a inassiduidade, o prazo de prescrição começa a fluir a partir da data em que o servidor reassumir as suas funções ou cessarem as faltas ao serviço. 42

43 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 3º Quando as faltas constituírem, também, crime ou contravenção, a prescrição será regulada pela lei penal. 4º A prescrição da pretensão punitiva será objeto de: (Redação dada pela Lei Complementar nº /15) I interrupção, começando o prazo a correr por inteiro, a partir: (Redação dada pela Lei Complementar nº /15) a) da instauração do processo administrativo-disciplinar; e (Redação dada pela Lei Complementar nº /15) b) da emissão do relatório de que trata o art. 245, pela autoridade processante; (Redação dada pela Lei Complementar nº /15) II suspensão, continuando o prazo a correr, no seu restante: (Redação dada pela Lei Complementar nº /15) a) enquanto não resolvida, em outro processo de qualquer natureza, inclusive judicial, questão de que dependa o reconhecimento da transgressão; (Redação dada pela Lei Complementar nº /15) b) a partir da instauração de sindicância até a decisão final pela autoridade competente. (Redação dada pela Lei Complementar nº /15) 5º A prescrição da pretensão executória é a mesma da punitiva, aplicando-se-lhe a causa suspensiva constante do inciso II, alínea a, do 4º deste artigo. (Redação dada pela Lei Complementar nº /15) TÍTULO V Do Processo Administrativo Disciplinar CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público estadual ou prática de infração funcional é obrigada a promover sua apuração imediata, mediante meios sumários ou processo administrativo disciplinar, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de se tornar co- -responsável, assegurada ampla defesa ao acusado. Art As denúncias sobre irregularidades serão objeto de averiguação, desde que contenham a identidade do denunciante e sejam formuladas por escrito, para fins de confirmação da autenticidade. Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia deverá ser arquivada por falta de objeto material passível de ensejar qualquer punição consignada nesta lei. Art As irregularidades e as infrações funcionais serão apuradas por meio de: I sindicância, quando os dados forem insuficientes para sua determinação ou para apontar o servidor faltoso ou, sendo este determinado, não for a falta confessada, documentalmente provada ou manifestamente evidente; II inquérito administrativo, quando a gravidade da ação ou omissão torne o autor passível das penas disciplinares de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, demissão, cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, ou ainda, quando na sindicância ficar comprovada a ocorrência de irregularidades ou falta funcional grave, mesmo sem indicação de autoria. 43

44 CAPÍTULO II DA SINDICÂNCIA Art Toda autoridade estadual é competente para, no âmbito da jurisdição do órgão sob sua chefia, determinar a realização de sindicância, de forma sumária, a qual deverá ser concluída no prazo máximo de 30 (trinta) dias úteis, podendo ser prorrogado por até igual período. 1º A sindicância será sempre cometida a servidor de hierarquia igual ou superior à do implicado, se houver. 2º O sindicante desenvolverá o encargo em tempo integral, ficando dispensado de suas atribuições normais até a apresentação do relatório final, no prazo estabelecido neste artigo. Art O sindicante efetuará diligências necessárias ao esclarecimento da ocorrência e indicação do responsável, ouvido, preliminarmente, o autor da representação e o servidor implicado, se houver. 1º Reunidos os elementos coletados, o sindicante traduzirá no relatório as suas conclusões gerais, indicando, se possível, o provável culpado, qual a irregularidade ou transgressão praticada e o seu enquadramento nas disposições da lei reguladora da matéria. 2º Somente poderá ser sugerida a instauração de inquérito administrativo quando, comprovadamente, os fatos apurados na sindicância a tal conduzirem, na forma do inciso II do artigo º Se a sindicância concluir pela culpabilidade do servidor, será este notificado para apresentar defesa, querendo, no prazo de 3 (três) dias úteis. Art A autoridade, de posse do relatório do sindicante, acompanhado dos elementos que instruírem o processo, decidirá pelo arquivamento do processo, pela aplicação da penalidade cabível de sua competência, ou pela instauração de inquérito administrativo, se estiver na sua alçada. Parágrafo único. Quando a aplicação da penalidade ou a instauração de inquérito for de autoridade de outra alçada ou competência, a esta deverá ser encaminhada a sindicância para apreciação das medidas propostas. CAPÍTULO III DO AFASTAMENTO PREVENTIVO Art Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade ou infração funcional, a autoridade instauradora do processo administrativo disciplinar poderá determinar o afastamento preventivo do exercício das atividades do seu cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração. Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual período, findo o qual cessarão definitivamente os seus efeitos, mesmo que o processo administrativo disciplinar ainda não tenha sido concluído. CAPÍTULO IV DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR EM ESPÉCIE Art O processo administrativo disciplinar é o instrumento utilizado no Estado para apurar responsabilidade de servidor por irregularidade ou infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação direta com o exercício do cargo em que se encontre efetivamente investido. Art O processo administrativo disciplinar será conduzido por comissão composta de 3 (três) servidores estáveis, com formação superior, sendo pelo menos um com titulação em Ciências Jurídicas e Sociais, designados pela autoridade competente, que indicará, dentre eles, o seu presidente. 44

45 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 1º O presidente da comissão designará, para secretariá-la, um servidor que não poderá ser escolhido entre os componentes da mesma. 2º Os membros da comissão não deverão ser de hierarquia inferior à do indiciado, nem estarem ligados ao mesmo por qualquer vínculo de subordinação. 3º Não poderá integrar a comissão, nem exercer a função de secretário, o servidor que tenha feito a denúncia de que resultar o processo disciplinar, bem como o cônjuge ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até 3º grau. 4º Nos casos em que a decisão final for da alçada exclusiva do Governador do Estado ou de dirigente máximo de autarquia ou fundação pública, o processo administrativo- disciplinar será conduzido por Procurador do Estado, na condição de Autoridade Processante, observando-se, no que couber, as demais normas do procedimento. (Incluído pela Lei Complementar nº /96) 5º Na hipótese anterior, será coletivo o parecer previsto no inciso IV do artigo 115 da Constituição Estadual, que deverá ser emitido também nos casos em que o processo for encaminhado à decisão final de dirigente máximo de autarquia ou fundação pública. Art A comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, assegurando o sigilo absoluto e necessário à elucidação do fato, ou exigido pelo interesse da Administração. Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado. Art O servidor poderá fazer parte, simultaneamente, de mais de uma comissão, podendo esta ser incumbida de mais de um processo disciplinar. Art O membro da comissão ou o servidor designado para secretariá-la não poderá fazer parte do processo na qualidade de testemunha, tanto da acusação como da defesa. Art A comissão somente poderá deliberar com a presença absoluta de todos os seus membros. Parágrafo único. A ausência, sem motivo justificado, por mais de duas sessões, de qualquer dos membros da comissão ou de seu secretário, determinará, de imediato, a substituição do faltoso, sem prejuízo de ser passível de punição disciplinar por falta de cumprimento do dever funcional. Art O processo administrativo disciplinar se desenvolverá, necessariamente, nas seguintes fases: I instauração, ocorrendo a partir do ato que constituir a comissão; II processo administrativo disciplinar, propriamente dito, compreendendo a instrução, defesa e relatório; III julgamento. Art O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar não poderá exceder a 60 (sessenta) dias, contados da data da publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual período, quando as circunstâncias de cunho excepcional assim o exigirem. 1º Sempre que necessário, a comissão desenvolverá seus trabalhos em tempo integral, ficando seus membros e respectivo secretário, dispensados de suas atividades normais, até a entrega do relatório final. 2º As reuniões da comissão serão registradas em atas, detalhando as deliberações adotadas. Art O processo administrativo disciplinar, instaurado pela autoridade competente para aplicar a pena disciplinar, deverá ser iniciado no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados da data em que for publicada a designação dos membros da comissão. 45

46 Art Todos os termos lavrados pelo secretário da comissão, tais como, autuação, juntada, intimação, conclusão, data, vista, recebimento de certidões, compromissos, terão formas processuais, resumindo-se tanto quanto possível. Art Será feita por ordem cronológica de apresentação toda e qualquer juntada aos autos, devendo o presidente rubricar as folhas acrescidas. Art Figurará sempre, nos autos do processo, a folha de antecedentes do indiciado. Art No processo administrativo disciplinar, poderá ser argüida suspeição, que se regerá pelas normas da legislação comum. Art Quando ao servidor se imputar crime praticado na esfera administrativa, a autoridade que determinar a instauração do processo administrativo disciplinar providenciará para que se instaure, simultaneamente, o inquérito policial. Parágrafo único. Idêntico procedimento compete à autoridade policial quando se tratar de crime praticado fora da esfera administrativa. Art As autoridades administrativas e policiais se auxiliarão, mutuamente, para que ambos os inquéritos se concluam dentro dos prazos fixados nesta lei. Art A absolvição do processo crime, a que for submetido o servidor, não implicará na permanência ou retorno do mesmo ao serviço público se, em processo administrativo disciplinar regular, tiver sido demitido em virtude de prática de atos que o inabilitem moralmente para aquele serviço. Art Acarretarão a nulidade do processo: a) a determinação de instauração por autoridade incompetente; b) a falta de citação ou notificação, na forma determinada nesta lei; c) qualquer restrição à defesa do indiciado; d) a recusa injustificada de promover a realização de perícias ou quaisquer outras diligências convenientes ao esclarecimento do processo; e) os atos da comissão praticados apenas por um dos seus membros; f) acréscimos ao processo depois de elaborado o relatório da comissão sem nova vista ao indiciado; g) rasuras e emendas não ressalvadas em parte substancial do processo. Art As irregularidades processuais que não constituírem vícios substanciais insanáveis, suscetíveis de influírem na apuração da verdade ou decisão do processo, não determinarão a sua nulidade. Art A nulidade poderá ser argüida durante ou após a formação da culpa, devendo fundar- -se a sua argüição em texto legal, sob pena de ser considerada inexistente. CAPÍTULO V DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO Seção I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização de todos os meios de prova em direito admitidos, podendo as mesmas serem produzidas ex-officio, pelo denunciante ou pelo acusado, se houver, ou a requerimento da parte com legitimidade para tanto. Art Quando o inquérito administrativo for precedido de sindicância, o relatório desta integrará a instrução do processo como peça informativa. Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração praticada consta capitulada como ilícito penal, 46

47 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello a autoridade competente providenciará no encaminhamento de cópias dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar. Art Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de provas, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos. 1º A designação dos peritos deverá obedecer ao critério da capacidade técnica especializada, observadas as provas de habilitação estabelecidas em lei, e só poderá recair em pessoas estranhas ao serviço público estadual, na falta de servidores aptos a prestarem assessoramento técnico. 2º Para os exames de laboratório, porventura necessários, recorrer-se-á aos estabelecimentos particulares somente quando inexistirem oficiais ou quando os laudos forem insatisfatórios ou incompletos. Art É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador habilitado, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de provas periciais. 1º Só será admitida a intervenção de procurador, no processo disciplinar, após a apresentação do respectivo mandato, revestido das formalidades legais. 2º O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para os esclarecimentos dos fatos. 3º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de conhecimentos especializados de peritos. Seção II DOS ATOS E TERMOS PROCESSUAIS Art O presidente da comissão, ao instalar os trabalhos, autuará portaria e demais peças existentes e designará dia, hora e local para a audiência inicial, citando o indiciado, se houver, para interrogatório e acompanhamento do processo. 1º A citação do indiciado será feita, pessoalmente ou por via postal, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis da data marcada para audiência, e conterá dia, hora, local, sua qualificação e a tipificação da infração que lhe é imputada. 2º Caso o indiciado se recuse a receber a citação, deverá o fato ser certificado, à vista de, no mínimo, 2 (duas) testemunhas. 3º Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, a citação será feita por edital, publicada no órgão oficial por 3 (três) vezes, com prazo de 15 (quinze) dias úteis, contados a partir da primeira publicação, juntando-se comprovante ao processo. 4º Quando houver fundada suspeita de ocultação do indiciado, proceder-se-á à citação por hora certa, na forma dos arts. 227 a 229 do Código de Processo Civil. 5º Estando o indiciado afastado do seu domicílio e conhecido o seu endereço em outra localidade, a citação será feita por via postal, em carta registrada, juntando-se ao processo o comprovante do registro e o aviso de recebimento. 6º A citação pessoal, as intimações e as notificações serão feitas pelo secretário da comissão, apresentando ao destinatário o instrumento correspondente em duas vias para que, retendo uma delas, passe recibo devidamente datado na outra. 7º Quando o indiciado comparecer voluntariamente junto à comissão, será dado como citado. 47

48 8º Não havendo indiciado, a comissão intimará as pessoas, servidores, ou não, que, presumivelmente, possam esclarecer a ocorrência, objeto do inquérito. Art Na hipótese de a comissão entender que os elementos do processo são insuficientes para bem caracterizar a ocorrência, poderá ouvir previamente a vítima ou o denunciante da irregularidade ou infração funcional. Art Feita a citação e não comparecendo o indiciado, o processo prosseguirá à revelia, com defensor dativo designado pelo presidente da comissão, procedendo-se da mesma forma com relação ao que se encontre em lugar incerto e não sabido ou afastado da localidade de seu domicílio. Art O indiciado tem o direito, pessoalmente ou por intermédio de defensor, a assistir aos atos probatórios que se realizarem perante a comissão, requerendo medidas que julgar convenientes. Parágrafo único. O indiciado poderá requerer ao presidente da comissão a designação de defensor dativo, caso não o possuir. Art O indiciado, dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis após o interrogatório, poderá requerer diligência, produzir prova documental e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito). 1º Se as testemunhas de defesa não forem encontradas e o indiciado, dentro do prazo de 3 (três) dias úteis, não indicar outras em substituição, prosseguir-se-á nos demais termos do processo. 2º No caso de mais de um indiciado, cada um deles será ouvido separadamente, podendo ser promovida acareação, sempre que divergirem em suas declarações. Art As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo apor seus cientes na segunda via, a qual será anexada ao processo. Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado será remetida ao chefe da repartição onde servir, com a indicação do dia, hora e local em que procederá à inquirição. Art Serão assegurados transporte e diárias: I ao servidor convocado para prestar depoimento, fora da sede de sua repartição, na condição de denunciante, indiciado ou testemunha; II aos membros da comissão e ao secretário da mesma, quando obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos. Art O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito, sendo-lhe, porém, facultada breve consulta a apontamentos. 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente, se possível no mesmo dia, ouvindo-se previamente, as apresentadas pelo denunciante; a seguir, as indicadas pela comissão e, por último, as arroladas pelo indiciado. 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou divergentes entre si, proceder-se- -á à acareação dos depoentes. 3º Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarando o nome, estado civil, profissão, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas. Art Ao ser inquirida uma testemunha, as demais não poderão estar presentes, a fim de evitar-se que uma ouça o depoimento da outra. Art O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se- lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão. 48

49 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Art A testemunha somente poderá eximir- -se de depor nos casos previstos em lei penal. 1º Se arrolados como testemunha, o Governador do Estado, os Secretários, os dirigentes máximos de autarquias, bem como outras autoridades federais, estaduais ou municipais de níveis hierárquicos a eles assemelhados, o depoimento será colhido em dia, hora e local previamente ajustados entre o presidente da comissão e a autoridade. 2º Os servidores estaduais arrolados como testemunhas serão requisitados junto às respectivas chefias e, os federais e os municipais, bem como os militares, serão notificados por intermédio das repartições ou unidades a que servirem. 3º No caso em que as pessoas estranhas ao serviço público se recusem a depor perante a comissão, o presidente poderá solicitar à autoridade policial competente, providências no sentido de serem elas ouvidas na polícia, encaminhando, para tanto, àquela autoridade, a matéria reduzida a itens, sobre a qual devam ser ouvidas. Art Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe, pelo menos, um médico psiquiatra. Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processado em autos apartados e apensos ao processo principal, após expedição do laudo pericial. Art O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o local onde será encontrado. Art Durante o curso do processo, a comissão promoverá as diligências que se fizerem necessárias à elucidação do objeto do inquérito, podendo, inclusive, recorrer a técnicos e peritos. Parágrafo único. Os órgãos estaduais atenderão com prioridade às solicitações da comissão. Art Compete à comissão tomar conhecimento de novas imputações que surgirem, durante o curso do processo, contra o indiciado, caso em que este poderá produzir novas provas objetivando sua defesa. Art Na formação material do processo, todos os termos lavrados pelo secretário terão forma sucinta e, quando possível, padronizada. 1º A juntada de documentos será feita pela ordem cronológica de apresentação mediante despacho do presidente da comissão. 2º A cópia da ficha funcional deverá integrar o processo desde a indiciação do servidor, bem como, após despacho do presidente, o mandato, revestido das formalidades legais que permita a intervenção de procurador, se for o caso. Art Ultimada a instrução do processo, intimar-se-á o indiciado, ou seu defensor legalmente constituído, para, no prazo de 10 (dez) dias, contados da data da intimação, apresentar defesa por escrito, sendo-lhe facultada vista aos autos na forma da lei. 1º Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias. 2º O prazo de defesa, excepcionalmente, poderá ser suprimido, a critério da comissão, quando esta a julgar desnecessária, face à inconteste comprovação da inocência do indiciado. Art Esgotado o prazo de defesa, a comissão apresentará, dentro de 10 (dez) dias, minucioso relatório, resumindo as peças essenciais dos autos e mencionando as provas principais em que se baseou para formular sua convicção. 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do sindicado. 49

50 2º Se a defesa tiver sido dispensada ou apresentada antes da fluência do prazo, contar-se-á o destinado à feitura do relatório a partir do dia seguinte ao da dispensa da apresentação. 3º No relatório, a comissão apreciará em relação a cada indiciado, separadamente, as irregularidades, objeto de acusação, as provas que instruírem o processo e as razões de defesa, propondo, justificadamente, a absolvição ou a punição, sugerindo, nesse caso, a pena que couber. 4º Deverá, também, a comissão, em seu relatório, sugerir providências tendentes a evitar a reprodução de fatos semelhantes ao que originou o processo, bem como quaisquer outras que lhe pareçam de interesse do serviço público estadual. Art O relatório da comissão será encaminhado à autoridade que determinou a sua instauração para apreciação final no prazo de 30 (trinta) dias. 1º Apresentado o relatório, a comissão ficará à disposição da autoridade que houver instaurado o inquérito para qualquer esclarecimento ou providência julgada necessária. 2º Quando não for da alçada da autoridade a aplicação das penalidades e das providências indicadas, estas serão propostas a quem de direito competir, no prazo marcado para julgamento. 3º Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo para julgamento final será de 20 (vinte) dias. 4º A autoridade julgadora promoverá a publicação em órgão oficial, no prazo de 8 (oito) dias, da decisão que proferir, expedirá os atos decorrentes do julgamento e determinará as providências necessárias a sua execução. 5º Cumprido o disposto no parágrafo anterior, dar-se-á ciência da solução do processo ao autor da representação e à comissão, procedendo-se, após, ao seu arquivamento. 6º Se o processo não for encaminhado à autoridade competente no prazo de 30 (trinta) dias, ou julgado no prazo determinado no 3º, o indiciado poderá reassumir, automaticamente, o exercício do seu cargo, onde aguardará o julgamento. CAPÍTULO VI DO PROCESSO POR ABANDONO DE CARGO OU POR AUSÊNCIAS EXCESSIVAS AO SERVIÇO Art É dever do chefe imediato conhecer os motivos que levam o servidor a faltar consecutiva e freqüentemente ao serviço. Parágrafo único. Constatadas as primeiras faltas, deverá o chefe imediato, sob pena de se tornar co-responsável, comunicar o fato ao órgão de apoio administrativo da repartição que promoverá as diligências necessárias à apuração da ocorrência. Art Quando o número de faltas não justificadas ultrapassar a 30 (trinta) consecutivas ou 60 (sessenta) intercaladas durante um ano, a repartição onde o servidor estiver em exercício promoverá sindicância e, à vista do resultado nela colhido, proporá: I a solução, se ficar provada a existência de força maior, coação ilegal ou circunstância ligada ao estado físico ou psíquico do servidor, que contribua para não caracterizar o abandono do cargo ou que possa determinar a justificabilidade das faltas; II a instauração de inquérito administrativo se inexistirem provas das situações mencionadas no inciso anterior, ou existindo, forem julgadas insatisfatórias. 1º No caso de ser proposta a demissão, o servidor terá o prazo de 5 (cinco) dias para apresentar defesa. 50

51 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 2º Para aferição do número de faltas, as horas serão convertidas em dias, quando o servidor estiver sujeito a regime de plantões. 3º Salvo em caso de ficar caracterizada, desde logo, a intenção do faltoso em abandonar o cargo, ser-lhe-á permitido continuar em exercício, a título precário, sem prejuízo da conclusão do processo. 4º É facultado ao indiciado, por abandono de cargo ou por ausências excessivas ao serviço, no decurso do correspondente processo administrativo disciplinar, requerer sua exoneração, a juízo da autoridade competente. CAPÍTULO VII DA REVISÃO DO PROCESSO Art O processo administrativo disciplinar poderá ser revisto, uma única vez, a qualquer tempo ou ex-officio, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência ou inadequação da penalidade aplicada. 1º O pedido da revisão não tem efeito suspensivo e nem permite agravação da pena. 2º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa de sua família poderá requerer revisão do processo. 3º No caso de incapacidade mental, a revisão poderá ser requerida pelo respectivo curador. Art No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente. Art O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Secretário de Estado ou autoridade equivalente que, se a autorizar, encaminhará o pedido ao órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar. Art A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias de prazo para a conclusão dos trabalhos. Art O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade nos termos do artigo 246, no prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, durante o qual poderá determinar as diligências que julgar necessárias. Art Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor. TÍTULO VI Da Previdência e Assistência ao Servidor Art O Estado manterá órgão ou entidade de previdência e assistência médica, odontológica e hospitalar para seus servidores e dependentes, mediante contribuição, nos termos da lei. Art Caberá, especialmente ao Estado, a concessão dos seguintes benefícios, na forma prevista nesta lei: I abono familiar; II licença para tratamento de saúde; III licença-gestante, à adotante e licença- -paternidade; IV licença por acidente em serviço; V aposentadoria; VI auxílio-funeral; VII complementação de pensão. 1º Além das concessões de que trata este artigo, será devido o auxílio-transporte, correspondente à necessidade de deslocamento do servidor em atividade para seu local de trabalho e vice-versa, nos termos da lei. 2º O Estado concederá o auxílio-refeição, na forma da lei. 51

52 3º A lei regulará o atendimento gratuito de filhos e dependentes de servidores, de zero a seis anos, em creches e pré-escola. Art O auxílio-funeral é a importância devida à família do servidor falecido, ativo ou inativo, em valor equivalente: I a um mês de remuneração ou provento que perceberia na data do óbito, considerados eventuais acúmulos legais; II ao montante das despesas realizadas, respeitando o limite fixado no inciso anterior, quando promovido por terceiros. Parágrafo único. O processo de concessão de auxílio-funeral obedecerá a rito sumário e concluir-se-á no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da prova do óbito, subordinando-se o pagamento à apresentação dos comprovantes da despesa. Art Em caso de falecimento de servidor ocorrido quando no desempenho de suas funções, fora do local de trabalho, inclusive em outro Estado ou no exterior, as despesas de transporte do corpo correrão à conta de recursos do Estado, autarquia ou fundação de direito público. Art Ao cônjuge ou dependente do servidor falecido em conseqüência de acidente em serviço ou agressão não-provocada, no exercício de suas atribuições, será concedida complementação da pensão que, somada à que perceber do órgão de Previdência do Estado, perfaça a totalidade da remuneração percebida pelo servidor, quando em atividade. Art Caberá ao Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul a concessão de benefícios e serviços, na forma prevista em lei específica. Parágrafo único. Todo servidor abrangido por esta lei deverá, obrigatoriamente, ser contribuinte do órgão previdenciário de que trata este artigo. TÍTULO VII DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO Art Para atender necessidade temporária de excepcional interesse público, a Administração estadual poderá efetuar contratações de pessoal, por prazo determinado, na forma da lei. Parágrafo único. Para os fins previstos neste artigo, consideram-se como necessidade temporária de excepcional interesse público as contratações destinadas a: I combater surtos epidêmicos; II atender situações de calamidade pública; III atender a outras situações de urgência que vierem a ser definidas em lei. TÍTULO VIII Das Disposições Gerais, Transitórias e Finais CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art O dia 28 de outubro é consagrado ao servidor público estadual. Art Poderão ser conferidos, no âmbito da administração estadual, autarquia e fundações de direito público, prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos que possibilitem o aumento da produtividade e a redução de custos operacionais, bem como concessão de medalhas, diploma de honra ao mérito, condecoração e louvor, na forma do regulamento. Art Os prazos previstos nesta lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, fi- 52

53 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello cando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expediente. Parágrafo único. Os avanços e os adicionais de 15% (quinze por cento) e 25% (vinte e cinco por cento) serão pagos a partir do primeiro dia do mês em que for completado o período de concessão. Art Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres. Art Do exercício de encargos ou serviços diferentes dos definidos em lei ou regulamento, como próprio do seu cargo ou função, não decorre nenhum direito ao servidor, ressalvadas as comissões legais. Art É vedado às chefias manterem sob suas ordens cônjuges e parentes até segundo grau, salvo quando se tratar de função de imediata confiança e livre escolha, não podendo, porém, exceder de dois o número de auxiliares nessas condições. Art Serão assegurados ao servidor público civil os direitos de associação profissional ou sindical. Art Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e constem no seu assentamento individual. Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge, a companheira ou companheiro que comprove união estável como entidade familiar. Art A atribuição de qualquer direito e vantagem, cuja concessão dependa de ato ou portaria do Governador do Estado, ou de outra autoridade com competência para tal, somente produzirá efeito a partir da data da publicação no órgão oficial. Art Os servidores estaduais, no exercício de suas atribuições, não estão sujeitos a sanções disciplinares por crítica irrogada em quaisquer escritos de natureza administrativa. Parágrafo único. A requerimento do interessado, poderá a autoridade suprimir as críticas irrogadas. Art O servidor que esteja sujeito à fiscalização de órgão profissional e for suspenso do exercício da profissão, enquanto durar a medida, não poderá desempenhar atividade que envolva responsabilidade técnico-profissional. Art O Poder Executivo regulará as condições necessárias à perfeita execução desta lei, observados os princípios gerais nela consignados. Art O disposto nesta lei é extensivo às autarquias e às fundações de direito público, respeitada, quanto à prática de atos administrativos, a competência dos respectivos titulares. Art. 275, Os dirigentes máximos das autarquias e fundações de direito público poderão praticar atos administrativos de competência do Governador, salvo os indelegáveis, nas áreas de suas respectivas atuações. CAPÍTULO II DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS Art Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por esta lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores estatutários da Administração Direta, das autarquias e das fundações de direito público, inclusive os interinos e extranumerários, bem como os servidores estabilizados vinculados à Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5452, de 1º de maio de º Os servidores celetistas de que trata o caput deverão manifestar, formalmente, no prazo de 90 (noventa) dias após a promulgação desta lei, a opção de não integrarem o regime jurídico por esta estabelecido. 53

54 2º Os cargos ocupados pelos nomeados interinamente e as funções correspondentes aos extranumerários e contratados de que trata este artigo, ficam transformados em cargos de provimento efetivo, em classe inicial, em número certo, operando-se automaticamente a transposição dos seus ocupantes, observada a identidade de denominação e equivalência das atribuições com cargos correspondentes dos respectivos quadros de pessoal. 3º Nos órgãos em que já exista sistema de promoção para servidores celetistas, a transformação da respectiva função será para o cargo de provimento efetivo em classe correspondente. 4º Os cargos de provimento efetivo resultantes das disposições deste artigo, excetuados os providos na forma do artigo 6º, terão carreira de promoção própria, extinguindo-se à medida que vagarem, ressalvados os Quadros próprios, criados por lei, cujos cargos são providos no sistema de carreira, indistintamente, por servidores celetistas e estatutários. 5º Para efeitos de aplicação deste artigo, não serão consideradas as situações de fato em desvio de função. 6º Os contratados por prazo determinado terão seus contratos extintos, após o vencimento do prazo de vigência. 7º Excepcionada a situação prevista no parágrafo 3º deste artigo, fica assegurada ao servidor, a título de vantagem pessoal, como parcela autônoma, nominalmente identificável, a diferença resultante entre a remuneração básica da função anteriormente desempenhada sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho e a do cargo da classe inicial da categoria funcional para a qual foi transposto. Art São considerados extintos os contratos individuais de trabalho dos servidores que passarem a integrar o regime jurídico na forma do artigo 276, desta lei, ficando-lhes assegurada a contagem do tempo anterior de serviço público estadual para todos os efeitos, exceto para os fins previstos no inciso I do artigo 151, na forma da lei. 1º O servidor que houver implementado o período aquisitivo que lhe assegure o direito a férias no regime anterior, será obrigado a gozá-las, imediatamente, aplicando-se ao período restante o disposto no 2º deste artigo. 2º Para integralizar o período aquisitivo de férias regulamentares de que trata o 1º do artigo 67, será computado 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo exercício no regime anterior. 3º O servidor que, até 31 de dezembro de 1993, não tenha completado o qüinqüênio de que trata o artigo 150 desta Lei Complementar, terá assegurado o cômputo desse período para fins de concessão de licença- -prêmio, inclusive para os efeitos do inciso I do artigo 151 da mesma Lei. Art Os saldos das contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, dos servidores celetistas que passarem a integrar o regime jurídico na forma do artigo 276, desta lei, poderão ser sacados nas hipóteses previstas pela legislação federal vigente sobre a matéria. Parágrafo único. O saldo da conta individualizada de servidores não optantes pelo FGTS reverterá em favor do Estado ou da entidade depositante. Art Aplicam-se as disposições desta lei aos integrantes do Plano de Carreira do Magistério Público Estadual, na forma prevista no art. 154 da Lei nº 6.672, de 22 de abril de Art As disposições da Lei nº 7.366, de 29 de março de 1980, que não conflitarem com os princípios estabelecidos por esta lei, permanecerão em vigor até a edição de lei complementar, prevista no art. 134 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul. 54

55 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Art A exceção de que trata o artigo 1º se estende aos empregados portuários e hidroviários, vinculados à entidade responsável pela administração de portos de qualquer natureza, hidrovias e obras de proteção e regularização, que continuarão a adotar o regime da Lei nº 4.860/65, a legislação trabalhista, a legislação portuária federal e a política nacional de salários, observado o quadro de pessoal próprio. Art A diferença de proventos, instituída pelo Decreto-Lei nº 1.145/46, estendida às autarquias pela Lei nº 1.851/52 e Ato 206/76 DEPREC, aplica-se ao pessoal contratado diretamente sob regime jurídico trabalhista do Departamento Estadual de Portos, Rios e Canais, vinculado à Previdência Social Federal. Parágrafo único. A diferença de proventos será concedida somente quando o empregado satisfizer os requisitos da aposentadoria pela legislação estadual em vigor e que sejam estáveis no serviço público, a teor do art. 19 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Federal. Art Os graus relativos aos cargos organizados em carreira a que se refere esta lei, enquanto não editada a lei complementar de que trata o art. 31 da Constituição do Estado, correspondem as atuais classes. Art Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Federal e da Constituição Estadual, o direito à livre organização sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes: a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto processual; b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até 01 (um) ano após o final do mandato, exceto se a pedido; c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas em assembléia geral da categoria. Art No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data da promulgação desta lei, o Poder Executivo deverá encaminhar ao Poder Legislativo, projeto de lei que trate do quadro de carreira dos funcionários de escola. Art As despesas decorrentes da aplicação desta lei correrão à conta de dotações orçamentárias próprias. Art Fica o Executivo autorizado a abrir créditos suplementares necessários à cobertura das despesas geradas por esta lei. Art Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo seus efeitos a contar de 1º de janeiro de Art Ressalvados os direitos adquiridos, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, são revogadas as disposições em contrário. PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 3 de fevereiro de

56 CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI nº /1994 A Lei nº /1994 estabelece o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do Estado do Rio Grande do Sul. Ou seja, é o Estatuto do servidor do RS. Obs.: os servidores municipais terão estatutos próprios. 1. Disposições Preliminares Servidor pessoa legalmente investida em cargo público. Cargo público conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públicos. Os cargos públicos estaduais são: a) criados por lei; b) em número certo; c) denominação própria; d) acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos legais para a investidura e aos estrangeiros na forma da Lei Complementar; e) de provimento efetivo e em comissão. É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei (ex.: a lei permite que o mesário preste serviços de forma gratuita). Cargo em Comissão (CCs) Os cargos em comissão, de livre nomeação e exoneração, não serão organizados em carreira. Os cargos em comissão, preferencialmente, e as funções gratificadas, com atribuições definidas de chefia, assistência e assessoramento, serão exercidos por servidores do quadro permanente, ocupantes de cargos técnicos ou profissionais, nos casos e condições previstos em lei. Cargo efetivo Os cargos de provimento efetivo serão organizados em carreira, com promoções de grau a grau, mediante aplicação de critérios alternados de merecimento e antiguidade. A investidura em cargo público de provimento efetivo dependerá de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos. Importante: A investidura em cargo de provimento efetivo ocorrerá com a posse. Requisitos para ingresso no serviço público: I possuir a nacionalidade brasileira; II estar quite com as obrigações militares e eleitorais; III ter idade mínima de 18 anos; 56

57 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello IV possuir aptidão física e mental; V estar em gozo dos direitos políticos; VI ter atendido às condições prescritas para o cargo. A comprovação do preenchimento dos requisitos ocorrerá no momento da posse. Exames médicos Precederá sempre, ao ingresso no serviço público estadual, a inspeção médica realizada pelo órgão de perícia oficial. Poderão ser exigidos exames suplementares de acordo com a natureza de cada cargo. Candidatos julgados temporariamente inaptos poderão requerer nova inspeção médica, no prazo de 30 dias, a contar da data que dela tiverem ciência. Integrará a inspeção médica de que trata o artigo anterior, o exame psicológico, que terá caráter informativo. 2. Provimento Provimento é o ato administrativo pelo qual a pessoa física vincula-se à Administração Pública ou a um novo cargo, para prestação de um serviço Formas de provimento de cargo público: NAR4 Nomeação Aproveitamento Readaptação Reversão Reintegração Recondução 2.2. Classificação das formas de provimento: a) Provimento Originário quando não existe um vínculo anterior entre o servidor e a Administração Publica (obs.: a nomeação é a única e sempre forma de provimento originário) b) Provimento Derivado quando há um vínculo anterior entre o servidor e a Administração Pública (todas as demais formas de provimento) Nomeação 57

58 Nomeação é forma originária de provimento de cargo público por pessoa física e pode ser: a) Nomeação em caráter efetivo quando se tratar de candidato aprovado em concurso público para provimento em cargo efetivo de carreira ou isolado; b) Nomeação em comissão quando se tratar de cargo de confiança (de livre nomeação e exoneração). A nomeação em caráter efetivo obedecerá rigorosamente à ordem de classificação dos aprovados, ressalvada a hipótese de opção do candidato por última chamada. Concurso Público será de provas ou de provas e títulos. Validade de até 2 anos, prorrogáveis uma única vez, por igual período, no interesse da Administração. Enquanto houver candidatos aprovados em concurso público com prazo de validade não expirado, em condições de serem nomeados, não será aberto novo concurso para o mesmo cargo. O desempate entre candidatos aprovados no concurso em igualdade de condições, obedecerá aos seguintes critérios: I maior nota nas provas de caráter eliminatório, considerando o peso respectivo; II maior nota nas provas de caráter classificatório, se houver, prevalecendo a que tiver maior peso; III sorteio público, que será divulgado através de edital publicado na imprensa, com antecedência mínima de 3 (três) dias úteis da sua realização. Posse Posse é a aceitação expressa do cargo. Aprovada em concurso público e nomeada, a pessoa terá direito subjetivo à posse, que dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no prazo de 15 dias contados da nomeação, prorrogável por igual período a pedido do interessado. Não tomando posso no prazo, será tornado sem efeito a nomeação. Em se tratando de servidor legalmente afastado do exercício do cargo, o prazo para a posse começará a fluir a partir do término do afastamento. A posse poderá dar-se mediante procuração específica. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo. O servidor deverá entrar em exercício em até 30 dias contados da posse, sob pena de tornar-se sem efeito sua nomeação. Estágio Probatório segundo expresso no Estatuto (Art. 28), estágio probatório é o período de 2 (dois) anos em que o servidor, nomeado em caráter efetivo, ficará em observação e durante o qual será verificada a conveniência ou não de sua confirmação no cargo. No entanto, ATENÇÃO, esse prazo é inconstitucional, já que após a Medida Provisória 19/98, o prazo de estágio probatório seria equivalente aos 3 anos da estabilidade (CF Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público). Além disso, o Decreto nº 44376/2006 institui que: Art. 1º Estágio Probatório é o período de três anos de exercício do servidor nomeado para o cargo de provimento efetivo, durante o qual será verificada a conveniência ou não da sua confirmação no cargo, mediante a apuração dos seguintes Fatores: (macete: P.E.R.D.A) I Disciplina: verifica a integração às regras, normas e procedimentos estabelecidos para o bom andamento do serviço, bem como a forma com que se relaciona no ambiente de trabalho. II Eficiência: avalia o grau de conhecimento, o modo como utiliza e mantém o material e equipamentos, o modo como executa suas atividades e o grau de iniciativa para solucionar problemas. III Responsabilidade: analisa como cumpre suas obrigações, o interesse e a disposição na execução de suas atividades. 58

59 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello IV Produtividade: avalia a qualidade na apresentação do trabalho, a capacidade em assimilar e aplicar os ensinamentos na execução de suas atividades. V Assiduidade: avalia a frequência e o cumprimento do horário de trabalho. Portanto, se a prova perguntar sobre o texto expresso ou literal do Estatuto, são os 2 anos, mas se perguntar sobre o período do estágio probatório em sentido geral, são 3 anos. O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. (Obs.: em regra, se mudar de cargo, haverá novo estágio probatório) Estabilidade Aprovado no estágio probatório, o servidor adquirirá estabilidade e só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo no qual lhe seja assegurada ampla defesa. Promoção Promoção é a passagem do servidor de um grau para o imediatamente superior, dentro da respectiva categoria funcional. Ocorre apenas nos cargos que possuem planos de carreira, sendo que os critérios para a promoção são merecimento e antiguidade, alternadamente. Somente poderá concorrer à promoção o servidor que: I preencher os requisitos estabelecidos em lei; II não tiver sido punido nos últimos 12 (doze) meses com pena de suspensão, convertida, ou não em multa. Será anulado, em benefício do servidor a quem cabia por direito, o ato que formalizou indevidamente a promoção, sendo que o servidor a quem cabia a promoção receberá a diferença de retribuição a que tiver direito. 15 dias (+ 15) Até 30 dias Concurso Nomeação Posse Exercício 3 anos PERDA Estágio Probatório Estabilida de Promoção 59

60 2.4. Readaptação Readaptação é a forma de investidura do servidor estável em cargo de atribuições e responsabilidades mais compatíveis com sua vocação ou com as limitações que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, podendo ser processada a pedido ou ex-officio. A readaptação será efetivada, sempre que possível, em cargo compatível com a aptidão do servidor, observada a habilitação e a carga horária exigidas para o novo cargo. Definido o cargo, serão cometidas as respectivas atribuições ao servidor em estágio experimental, pelo órgão competente, por prazo não inferior a 90 dias, o que poderá ser realizado na mesma repartição ou em outra, atendendo, sempre que possível, às peculiaridades do caso, mediante acompanhamento sistemático. No caso de inexistência de vaga, serão cometidas ao servidor as atribuições do cargo indicado, até que se disponha deste para o regular provimento Reintegração Reintegração é o retorno do servidor demitido ao cargo anteriormente ocupado, ou ao resultante de sua transformação, em consequência de decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de prejuízos decorrentes do afastamento. Ex.: servidor foi demitido, mas ingressa com ação judicial alegando ilegalidade e o Judiciário determina seu retorno (reintegração), com o recebimento de tudo o que deixou de ganhar após a demissão. Se o cargo tiver sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade. Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade Reversão É o retorno à atividade do servidor aposentado por invalidez, quando verificada, por junta médica oficial, a insubsistência dos motivos determinantes da aposentadoria. O servidor que reverter terá assegurada a retribuição correspondente à situação funcional que detinha anteriormente à aposentadoria e far-se-á, a pedido ou ex-officio, no mesmo cargo ou no resultante de sua transformação. Ao servidor que reverter, aplicam-se as disposições dos artigos 18 e 22, relativas à posse e ao exercício, respectivamente. O servidor com mais de 60 anos não poderá ter processada a sua reversão Recondução É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado. Ocorrerá em 2 hipóteses: 60

61 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello a) obtenção de resultado insatisfatório em estágio probatório relativo a outro cargo (ex.: era estável no cargo de técnico do TJ, posteriormente foi aprovado no concurso para analista do TJ, mas não foi aprovado no estágio probatório deste; então será reconduzido ao cargo de técnico que ocupava antes). b) Reintegração do anterior ocupante (ex.: A ocupava determinado cargo, foi demitido e, por determinação judicial, acabou sendo reintegrado; B que estava ocupando seu cargo poderá reconduzido ao cargo que ocupava anteriormente). Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor reconduzido será aproveitado em outro, com a natureza e vencimento compatíveis com o que ocupara Aproveitamento É o retorno à atividade de servidor estável que estava em disponibilidade. Será efetivado, obrigatoriamente, em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. O servidor ficará em disponibilidade quando o cargo é declarado desnecessário ou for extinto, recebendo a remuneração do cargo + vantagens permanentes, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (art. 41, 3º, CF). Ex.: a pessoa ocupava o cargo de datilógrafo, o qual foi extinto; nesse caso, o servidor ficará em disponibilidade, então, poderá ser aproveitado em outro cargo. O aproveitamento pode se dar em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública estadual. Funk do Provimento N de Nomeação, é por aí que eu to dentro Se ficar disponível, vai ter Aproveitamento R de Reversão, retornou o aposentado Fez Readaptação, porque ficou bem limitado Na Reintegração, foi demitido injustamente E na Recondução, rodou no estágio, minha gente?! 61

62 3. Regime De Trabalho O Governador do Estado determinará, quando não discriminado em lei ou regulamento, o horário de trabalho dos órgãos públicos estaduais. Hora-extra Por necessidade imperiosa de serviço, o servidor poderá ser convocado para cumprir serviço extraordinário, desde que devidamente autorizado pelo Governador. Consideram- -se extraordinárias as horas de trabalho realizadas além das normais estabelecidas por jornada diária para o respectivo cargo, não podendo exceder a 25% da carga horária diária a que estiver sujeito o servidor. Pelo serviço prestado em horário extraordinário, o servidor terá direito a remuneração, facultada a opção em pecúnia ou folga, nos termos da lei. Horário noturno Considera-se serviço noturno o realizado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. A hora de trabalho noturno será computada como de cinquenta e dois minutos e trinta segundos. 4. Vacância Vacância é o ato administrativo que desfaz o vínculo da pessoa física com a Administração Pública ou com o cargo anteriormente ocupado pelo servidor A vacância do cargo público decorrerá de: exoneração; demissão; readaptação; aposentadoria; recondução; falecimento Exoneração ato que gera o desligamento do servidor sem caráter de penalidade. Exoneração de cargo efetivo: poderá ser a pedido do servidor; ou de oficio quando a) se tratar de cargo em comissão, a critério da autoridade competente; ou quando b) não forem satisfeitas as condições do estágio probatório Demissão ato que gera o desligamento do servidor com caráter de penalidade, ou seja, decorrerá de aplicação de pena disciplinar na forma prevista em lei Readaptação quando o servidor é readaptado a outro cargo, ocorre a vacância do que ocupava Aposentadoria é o direito à inatividade remunerada, gerando a vacância do cargo que o servidor ocupava. 62

63 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Recondução ao ser reconduzido a outro cargo, o que estava ficará vago Falecimento com a morte do servidor, obviamente, ocorrerá a vacância do seu cargo. Obs.: A Readaptação e Recondução caracterizam-se como formas de Provimento e também de Vacância. 5. Remoção, Redistribuição E Substituição 5.1. Remoção A remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, com ou sem mudança de sede: I de uma repartição para outra; II de uma unidade de trabalho para outra, dentro da mesma repartição. Deverá ser sempre comprovada por junta médica, a remoção, a pedido, por motivo de saúde do servidor, do cônjuge deste ou dependente, mediante prévia verificação da existência de vaga. Sendo o servidor removido da sede, dar-se-á, sempre que possível, a remoção do cônjuge, que for também servidor estadual; não sendo possível, observar-se-á o disposto no artigo 147 (Licença para acompanhar o cônjuge). A remoção por permuta será processada a pedido de ambos os interessados, ouvidas, previamente, as chefias envolvidas Redistribuição Redistribuição é o deslocamento do servidor com o respectivo cargo, de um quadro de pessoal ou entidade para outro do mesmo Poder, cujos planos de cargos e vencimentos sejam idênticos. Dar-se-á, exclusivamente, a redistribuição, para ajustamento de quadros de pessoal às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade, na forma da lei. Se o servidor não for redistribuído junto com o cargo, ficará em disponibilidade ou desempenhará provisoriamente suas atividades em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os servidores estáveis que não puderem ser redistribuídos, nos termos deste artigo, serão colocados em disponibilidade, até seu aproveitamento. 63

64 5.3. Substituição Os servidores investidos em cargos em comissão ou funções gratificadas terão substitutos, durante seus afastamentos ou impedimentos eventuais, previamente designados pela autoridade competente. O substituto fará jus ao vencimento do cargo ou função na proporção dos dias de efetiva substituição iguais ou superiores a 10 dias consecutivos. 6. Dos Direitos e Vantagens Do Servidor 6.1. Vencimento, Remuneração e Subsídio Vencimento Remuneração Subsídio Proventos É a retribuição pecuniária pelo efetivo exercício de cargo, com valor fixado em lei (básico). É o vencimento básico + vantagens pecuniárias estabelecidas em lei. É a parcela única recebida pelo servidor, sem o acréscimo de qualquer outra verba remuneratória. Art. 39, 4º, CF: Membros de Poder (ex.: Juízes de Direito), detentores de mandato eletivo (ex.: Deputado Federal), Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais, e servidores públicos policiais são remunerados obrigatoriamente por subsídios. É a remuneração do servidor inativo (aposentado ou em disponibilidade). Quem está na ativa recebe remuneração; quem está inativo recebe proventos Vantagens do Servidor Além dos vencimentos, poderão ser pagos ao servidor as seguintes vantagens: a) Indenizações b) Avanços c) Gratificações e Adicionais d) Honorários e Jetons 64

65 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Indenizações Ajuda de Custo Diárias Transportes Destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passa a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente. Destinam-se a compensar as despesas com deslocamentos eventuais ou transitórios do servidor para outros pontos do território nacional ou para o exterior (ex.: pousada, alimentação, locomoção...); fará jus a passagens + diárias. Destina-se a compensar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo (ex.: policial que utiliza o carro próprio para uma investigação). Avanços Investidos até 30/06/1995 Investidos após 30/06/1995 Acréscimo 5% a cada triênio de exercício (3 anos) 3% a cada triênio de exercício (3 anos) Gratificações Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento (FG) Gratificação natalina Gratificação por regime especial de trabalho, na forma da lei Gratificação por exercício de atividades insalubres, penosas ou perigosas Gratificação por exercício de serviço extraordinário Vantagem conferida ao servidor pelo exercício de chefia, assistência ou assessoramento, cumulativamente ao vencimento do cargo de provimento efetivo. Corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. Será paga até o dia 20 de dezembro de cada ano. (Na prática, equivale ao décimo terceiro ). Pelo regime especial de trabalho, o servidor poderá fazer jus à gratificação, na forma da lei. Devido ao servidor que trabalhe com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas radioativas ou com risco de vida. Insalubre é o serviço prejudicial à saúde do servidor; perigoso é o que cria risco a sua vida; penoso é o trabalho em área de fronteira. Havendo mais de um adicional, o servidor deve optar por um deles. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de trabalho. 65

66 Gratificação de representação, na forma da lei Gratificação por serviço noturno Adicional por tempo de serviço Gratificação de permanência em serviço Abono familiar Outras gratificações, relativas ao local ou à natureza do trabalho, na forma da lei Gratificação devida por representação, na forma da lei. O serviço noturno terá o valor-hora acrescido de 20% (serviço noturno é o realizado entre as 22h e as 5h dia seguinte). Adicional de 15% ao completar 15 anos de serviço público; Adicional de 25% ao completar 25 anos de serviço público. Ao fazer jus ao de 25, cessa o pagamento do de 15. Poderá ser deferida, por ato do Governador, quando for considerado conveniente e oportuna a permanência de servidor que já tiver o direito de se aposentar voluntariamente com proventos integrais. O valor será o equivalente a 50% do seu vencimento básico. Ao servidor ativo ou ao inativo será concedido abono familiar na razão de 10% do menor vencimento básico inicial do Estado, pelos seguintes dependentes: I filho menor de 18 anos; II filho inválido ou excepcional de qualquer idade, que seja comprovadamente incapaz; III filho estudante, desde que não exerça atividade remunerada, até a idade de 24 anos; IV cônjuge inválido, comprovadamente incapaz, que não perceba remuneração. Quando se tratar de dependente inválido ou excepcional, o abono será pago pelo triplo. Como a lista não é exaustiva, poderão ter outras gratificações que não as expressamente previstas no Estatuto, na forma da lei. Honorários e Jetons O servidor fará jus a honorários quando designado para exercer, fora do horário do expediente a que estiver sujeito, as funções de: O servidor receberá jeton, a título de representação na forma da lei: I membro de banca de concurso; II gerência, planejamento, execução ou atividade auxiliar de concurso; III treinamento de pessoal; IV professor, em cursos legalmente instituídos. Quando no desempenho do encargo de membro de órgão de deliberação coletiva legalmente instituído (órgão colegiado). 66

67 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 6.3. FÉRIAS O servidor gozará, anualmente, 30 dias de férias, podendo ser acumuladas até o máximo de 2 períodos anuais. Regra 30 dias por ano Operadores de Raio X 20 dias por semestre (o servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas, próximas a fontes de irradiação gozará 20 dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, não acumuláveis e intransferíveis). Para o primeiro período aquisitivo de férias são exigidos 12 meses de exercício, mas para os demais, não será necessário completar os 12 meses. É facultado o gozo de férias em 2 períodos, não inferiores a 10 dias consecutivos. Durante as férias, o servidor terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo como se estivesse em exercício. Obs. 1: férias não podem ser convertidas em pecúnia, ou seja, servidor público não pode vender férias. Obs. 2: faltas ao serviço não serão levadas à conta de férias, o seja, não podem ser descontados das férias as faltas do servidor. Adicional de férias O pagamento da remuneração de férias será efetuado antecipadamente ao servidor que o requerer, juntamente com o acréscimo constitucional de 1/3, antes do início do referido período DO TEMPO DE SERVIÇO (Efetivo Exercício) A apuração do tempo de serviço será feita em dias, os quais serão convertidos em anos, considerados estes como período de 365 dias. Os dias de efetivo exercício serão computados à vista dos comprovantes de pagamento, ou dos registros funcionais. É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função em órgão ou entidade dos Poderes da União, estados, municípios, autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas. São considerados de efetivo exercício os afastamentos do serviço em virtude de I férias; II casamento, até 8 (oito) dias consecutivos; III falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, sogros, irmãos, companheiro ou companheira, madrasta ou padrasto, enteado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias; IV doação de sangue, 1 (um) dia por mês, mediante comprovação; V exercício pelo servidor efetivo, de outro cargo, de provimento em comissão, exceto para efeito de promoção por merecimento; VI júri e outros serviços obrigatórios por lei; 67

68 VII desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, exceto para promoção por merecimento; VIII missão ou estudo noutros pontos do território nacional ou no exterior, quando o afastamento houver sido expressamente autorizado pelo Governador do Estado e sem prejuízo da retribuição pecuniária; IX deslocamento para nova sede na forma do artigo 58; X realização de provas, na forma do artigo 123; XI assistência a filho excepcional, na forma do artigo 127; XII prestação de prova em concurso público; XIII participação em programas de treinamento regularmente instituído, correlacionado às atribuições do cargo; XIX licença: h) à gestante, à adotante e à paternidade; i) para tratamento da própria saúde ou de pessoa da família, com remuneração; j) prêmio por assiduidade; k) por motivo de acidente em serviço, agressão não-provocada ou doença profissional; l) para concorrer a mandato eletivo federal, estadual ou municipal; m) para desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoção por merecimento; n) para participar de cursos, congressos e similares, sem prejuízo da retribuição; XV moléstia, devidamente comprovada por atestado médico, até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comunicação à chefia imediata; XVI participação de assembléias e atividades sindicais CONCESSÕES Das Vantagens ao Servidor Estudante ou Participante de Cursos, Congressos e Similares É assegurado o afastamento do servidor efetivo, sem prejuízo de sua remuneração, nos seguintes casos: I durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo, para os estudantes de ensino superior, 1º e 2º graus; II durante os dias de provas em exames supletivos e de habilitação a curso superior Da Assistência a Filho Excepcional O servidor, pai, mãe ou responsável por excepcional, físico ou mental, em tratamento, fica autorizado a se afastar do exercício do cargo, quando necessário, por período de até 50% (cinquenta por cento) de sua carga horária normal cotidiana, na forma da lei 68

69 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 6.6. LICENÇAS Será concedida, ao servidor, licença: I para tratamento de saúde; II por acidente em serviço; III por motivo de doença em pessoa da família; IV à gestante, à adotante e à paternidade; V para prestação de serviço militar; VI para tratar de interesses particulares; VII para acompanhar o cônjuge; VIII para o desempenho de mandato classista; IX prêmio por assiduidade; X para concorrer a mandato público eletivo; XI para o exercício de mandato eletivo; XII especial, para fins de aposentadoria Licença para tratamento de saúde (do servidor) Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus. Findo o período de licença, o servidor deverá reassumir imediatamente o exercício do cargo, sob pena de ser considerado faltoso, salvo prorrogação ou determinação constante do laudo Licença por acidente em serviço O servidor acidentado em serviço será licenciado com remuneração integral até seu total restabelecimento. Configura-se acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, desde que relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo. O servidor acidentado em serviço terá tratamento integral custeado pelo Estado Licença por motivo de doença em pessoa da família O servidor poderá obter licença por motivo de doença do cônjuge, de ascendente, descendente, enteado e colateral consanguíneo, até o 2º grau, desde que comprove ser indispensável a sua assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente, com o exercício do cargo Licença à gestante, à adotante e licença-paternidade Gestante terá 180 dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade de 15 dias consecutivos. À servidora que adotar será concedida licença conforme a idade do adotado: de 0 a 2 anos 180 dias; mais 69

70 de 2 e até 4 anos 150 dias; mais de 4 até 6 anos 120 dias; mais de 6 anos e menor de idade 90 dias Licença para prestar serviço militar Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições previstas na legislação específica. Concluído o serviço militar, o servidor reassumirá imediatamente. Quando a desincorporação se verificar em lugar diverso do da sede, o prazo para apresentação será de 10 dias Licença para tratar de interesses particulares A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo e estável, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até 2 anos consecutivos, sem remuneração. A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do serviço A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do cargo. Não se concederá nova licença antes de decorridos 2 anos do término da anterior, contados desde a data em que tenha reassumido o exercício do cargo Licença para acompanhar o cônjuge O servidor detentor de cargo de provimento efetivo, estável, terá direito à licença, sem remuneração, para acompanhar o cônjuge, quando este for transferido, independentemente de solicitação própria, para outro ponto do Estado ou do Território Nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo Federal, estadual ou municipal. A licença será concedida mediante pedido do servidor, devidamente instruído, devendo ser renovada a cada 2 anos. À mesma licença terá direito o servidor removido que preferir permanecer no domicílio do cônjuge. A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração Licença para desempenho de mandato classista É assegurado ao servidor o direito à licença para o desempenho de mandato classista em central sindical, em confederação, federação, sindicato, núcleos ou delegacias, associação de classe ou entidade fiscalizadora da profissão, de âmbito estadual ou nacional, com a remuneração do cargo efetivo Licença-Prêmio por Assiduidade O servidor que, por um quinquênio (5 anos) ininterrupto, não se houver afastado do exercício de suas funções terá direito à concessão automática de 3 meses de licença-prêmio por assiduidade, com todas as vantagens do cargo, como se nele estivesse em exercício. 70

71 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Licença para concorrer a mandato público eletivo e exercê-lo O servidor que concorrer a mandato público eletivo será licenciado na forma da legislação eleitoral. Eleito, o servidor ficará afastado do exercício do cargo a partir da posse. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições: I tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo; II investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; III investido no mandato de vereador: a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração Licença especial para fins de aposentadoria Decorridos 30 dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da aposentadoria, o servidor será considerado em licença especial remunerada, podendo afastar-se do exercício de suas atividades, salvo se antes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido. O período de duração desta licença será considerado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos legais DIREITO DE PETIÇÃO É assegurado ao servidor o direito de requerer, pedir reconsideração, recorrer e de representar, em defesa de direito ou legítimo interesse próprio. O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente. Cabe pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, à autoridade que houver prolatado o despacho, proferido a primeira decisão ou praticado o ato. O pedido de reconsideração deverá conter novos argumentos ou provas suscetíveis de reformar o despacho, a decisão ou o ato; o pedido deverá ser decidido dentro de 30 dias. O direito de requerer prescreve em: 5 anos, quanto aos atos de demissão e cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, ou que afetem interesses patrimoniais e créditos resultantes das relações de trabalho; 120 dias nos demais casos, salvo quando, por prescrição legal, for fixado outro prazo. O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado. A representação está isenta de pagamento de taxa de expediente. 71

72 7. Regime Disciplinar 7.1. O art. 177 elenca quais são os deveres do servidor. I ser assíduo e pontual ao serviço; São deveres do servidor: II tratar com urbanidade as partes, atendendo-as sem preferências pessoais; III desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe forem incumbidos, dentro de suas atribuições; IV ser leal às instituições a que servir; V observar as normas legais e regulamentares. VI cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; VII manter conduta compatível com a moralidade administrativa; VIII atender com presteza: d) o público em geral, prestando as informações requeridas que estiverem a seu alcance, ressalvadas as protegidas por sigilo; e) à expedição de certidões requeridas, para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; f) às requisições para defesa da Fazenda Pública; IX representar ou levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver conhecimento, no órgão em que servir, em razão das atribuições do seu cargo; X zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela conservação do patrimônio público; XI observar as normas de segurança e medicina do trabalho estabelecidas, bem como o uso obrigatório dos equipamentos de proteção individual (EPI) que lhe forem confiados; XII providenciar para que esteja sempre em dia no seu assentamento individual, seu endereço residencial e sua declaração de família; XIII manter espírito de cooperação com os colegas de trabalho; XIV representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder O art. 178 traz a lista das proibições ao servidor. Ao servidor é proibido: I referir-se, de modo depreciativo, em informação, parecer ou despacho, às autoridades e a atos da administração pública estadual, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço; II retirar, modificar ou substituir, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto existente na repartição; III ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; IV ingerir bebidas alcoólicas durante o horário de trabalho ou drogar-se, bem como apresentar-se em estado de embriaguez ou drogado ao serviço; (Obs.: se comprovado que a violação se deu por motivo de dependência, o servidor deverá, obrigatoriamente, ser encaminhado a tratamento médico especializado). 72

73 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello V atender pessoas na repartição para tratar de interesses particulares, em prejuízo de suas atividades; VI participar de atos de sabotagem contra o serviço público; VII entregar-se a atividades político-partidárias nas horas e locais de trabalho; VIII opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; IX promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; X exercer ou permitir que subordinado seu exerça atribuições diferentes das definidas em lei ou regulamento como próprias do cargo ou função, ressalvados os encargos de chefia e as comissões legais XI celebrar contrato de natureza comercial, industrial ou civil de caráter oneroso, com o Estado, por si ou como representante de outrem; XII participar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, salvo quando se tratar de função de confiança de empresa, da qual participe o Estado, caso em que o servidor será considerado como exercendo cargo em comissão; (Obs.: exceto a participação do servidor na presidência de associação, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de classe, ou como sócio.) XIII exercer, mesmo fora do horário de expediente, emprego ou função em empresa, estabelecimento ou instituição que tenha relações industriais com o Estado em matéria que se relacione com a finalidade da repartição em que esteja lotado; (Obs.: exceto a participação do servidor na presidência de associação, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de classe, ou como sócio.) XIV manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge ou parente até o segundo grau civil, ressalvado o disposto no artigo 267; XV cometer, a pessoas estranhas à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encargos que competirem a si ou a seus subordinados; XVI coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se à associação profissional ou sindical, ou com objetivos político-partidários; XVII utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em atividades particulares ou políticas; XVIII praticar usura, sob qualquer das suas formas; XIX aceitar representação, comissão, emprego ou pensão de país estrangeiro; XX valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade do serviço público; XXI atuar, como procurador, ou intermediário junto a repartição pública, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e do cônjuge; XXII receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XXIII valer-se da condição de servidor para desempenhar atividades estranhas às suas funções ou para lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito; XXIV ceder de forma desidiosa; XXV exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho. 73

74 7.3. Acumulação Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. Legislação correlata: Constituição Federal, art. 37, XVI é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público. Mesmo nos casos em que a acumulação é permitida, fica condicionada à comprovação da compatibilidade de horários. Verificada a acumulação indevida, o servidor será cientificado para optar por uma das posições ocupadas Das Responsabilidades Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servido responde civil, penal e administrativamente. Responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiro. Se o servidor causar danos a terceiros, responderá perante a Fazenda Pública mediante ação regressiva (ex.: se o servidor que exerce função de motorista, por imprudência, bate o veículo em um muro de um terceiro, este certamente vai entrar com ação contra o Poder Público, que terá o dever de indenizar; porém, a Fazenda Pública poderá buscar ressarcimento do servidor que culposamente causou o dano). Responsabilidade penal (criminal) abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. Responsabilidade administrativa a responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função. Independência das instâncias Regra: as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si, assim como as instâncias civil, penal e administrativa. 74

75 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 7.5. Penalidades São penalidades disciplinares: I repreensão; II suspensão; III demissão; IV cassação de aposentadoria; V cassação de disponibilidade; V multa; VI destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente. Obs.: advertência não é considerada penalidade, mas ficará registrada. Ao aplicar as penalidades, serão consideradas: a) a natureza e a gravidade da infração cometida, b) os danos delas resultantes para o serviço público, c) as circunstâncias agravantes ou atenuantes, d) os antecedentes funcionais. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. A destituição de cargo em comissão ou de função gratificada, por critérios de oportunidade e conveniência, independe da apuração de falta funcional. A ação disciplinar prescreverá: I em 12 meses, a de repreensão; II em 24 meses, meses, as de suspensão, de multa, de demissão por abandono de cargo e por ausências sucessivas ao serviço; III em 5 anos, a de demissão, de cassação de aposentadoria, de cassação de disponibilidade, e de destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente. O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido, por superior hierárquico. 75

76 Penalidade Detalhes Prescrição Repreensão Suspensão Demissão Aplicada por escrito; Hipóteses: I falta do cumprimento do dever funcional; ou II quando ocorrer procedimento público inconveniente. Deve ter o registro cancelado em 10 anos. A suspensão implicará a perda de todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo e aplicar-se-á ao servidor: I na violação das proibições consignadas nesta lei; II nos casos de reicidência em infração já punida com repreensão; III quando a infração for intencional ou se revestir de gravidade; IV como gradação de penalidade mais grave, tendo em vista circunstância atenuante; V que atestar falsamente a prestação de serviço, bem como propuser, permitir, ou receber a retribuição correspondente a trabalho não realizado; VI que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço extraordinário; VII responsável pelo retardamento em processo sumário; VIII que deixar de atender notificação para prestar depoimento em processo disciplinar; IX que, injustificadamente, se recusar a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação. Não pode exceder 90 dias. Quando houver conveniência para o serviço, pode ser convertida em multa de 50% por dia de remuneração, obrigando o servidor a permanecer no serviço. Deve ter o registro cancelado em 10 anos. O servidor será punido com pena de demissão nas hipóteses de: I ineficiência ou falta de aptidão para o serviço, quando verificada a impossibilidade de readaptação; II indisciplina ou insubordinação grave ou reiterada; III ofensa física contra qualquer pessoa, cometida em serviço, salvo em legítima defesa própria ou de terceiros; IV abandono de cargo em decorrência de mais de 30 faltas consecutivas; V ausências excessivas ao serviço em número superior a 60 dias, intercalados, durante um ano; VI improbidade administrativa; VII transgressão de quaisquer proibições dos incisos XVII a XXIV do artigo 178, considerada a sua gravidade, efeito ou reincidência; utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em atividades particulares ou políticas; praticar usura, sob qualquer das suas formas; 12 meses 24 meses 5 anos (exceto incisos IV e V, que prescrevem em 24 meses) 76

77 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello aceitar representação, comissão, emprego ou pensão de país estrangeiro; valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade do serviço público; atuar, como procurador, ou intermediário junto a repartição pública, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e do cônjuge; receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; valer-se da condição de servidor para desempenhar atividades estranhas às suas funções ou para lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito; ceder de forma desidiosa; Demissão Cassação de aposentadoria ou disponibilidade VIII falta de exação no desempenho das atribuições, de tal gravidade que resulte em lesões pessoais ou danos de monta; IX incontinência pública e conduta escandalosa na repartição; X acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; XI aplicação irregular de dinheiro público; XII reincidência na transgressão prevista no inciso V do artigo 189; XIII lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual; XIV revelação de segredo, do qual se apropriou em razão do cargo, ou de fato ou informação de natureza sigilosa de que tenha conhecimento, salvo quando se tratar de depoimento em processo judicial, policial ou administrativo-disciplinar; XV corrupção passiva nos termos da lei penal; XVI exercer advocacia administrativa; XVII prática de outros crimes contra a administração pública. A demissão será aplicada, também, ao servidor que, condenado por decisão judicial transitada em julgado, incorrer na perda da função pública na forma da lei penal Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do servidor que: I houver praticado, na atividade, falta punível com a pena de demissão; II infringir a vedação prevista no 2º do artigo 158 (Ao servidor aposentado em decorrência de qualquer das moléstias tipificadas no parágrafo anterior, fica vedado o exercício de outra atividade pública remunerada, sob pena de cassação de sua aposentadoria); III incorrer na hipótese do artigo 53 (Salvo doença comprovada por junta médica oficial, será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade, se o servidor não entrar em exercício no prazo de 30 dias). 5 anos (exceto incisos IV e V, que prescrevem em 24 meses) 5 anos 77

78 Multa Destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa na base de 50% por dia de remuneração, obrigando-se o servidor a permanecer em exercício durante o cumprimento da pena. A destituição de cargo em comissão ou de função gratificada, por critérios de oportunidade e conveniência, independe da apuração de falta funcional 24 meses 5 anos 8. Disposições Gerais Do exercício de encargos ou serviços diferentes dos definidos em lei ou regulamento, como próprio do seu cargo ou função, não decorre nenhum direito ao servidor, ressalvadas as comissões legais. É vedado às chefias manterem sob suas ordens cônjuges e parentes até 2º grau, salvo quando se tratar de função de imediata confiança e livre escolha, não podendo, porém, exceder de dois o número de auxiliares nessas condições. Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e constem no seu assentamento individual. Equipara-se ao cônjuge, a companheira ou companheiro que comprove união estável como entidade familiar. 78

79 Questões QUESTÕES SOBRE A LEI Nº /94 1. O estágio probatório é o período de 2 (dois) anos em que o servidor, nomeado em caráter efetivo, ficará em observação e durante o qual será verificada a conveniência ou não de sua confirmação no cargo. Qual alternativa NÃO é prevista como requisito de apuração? a) Disciplina. b) Eficiência. c) Produtividade. d) Economia. e) Assiduidade. 2. O retorno do servidor demitido ao cargo anteriormente ocupado, ou ao resultante de sua transformação, em consequência de decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de prejuízos decorrentes do afastamento, é considerado: a) Recondução. b) Reversão. c) Readaptação. d) Reintegração. e) Aproveitamento. 3. É INCORRETO considerar efetivo exercício o afastamento do serviço em virtude de: a) Falecimento do cônjuge, até 30 dias. b) Participação em programas de treinamento regularmente instituído, correlacionado às atribuições do cargo. c) Doação de sangue, 1 (um) dia por mês, mediante comprovação. d) Casamento, até 8 (oito) dias consecutivos. e) Férias. 4. No que diz respeito às férias do servidor público estadual, é INCORRETO afirmar que: a) Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício. b) Durante as férias, o servidor terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo como se estivesse em exercício. c) Será pago ao servidor, por ocasião das férias, independentemente de solicitação, o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço) da remuneração do período de férias, pago antecipadamente. d) É facultado o gozo de férias em dois períodos, não inferiores a 10 (dez) dias consecutivos. e) A falta ao serviço será levada à conta de férias. 5. Considere as afirmações a seguir, tendo em vista as disposições da Lei Complementar n.º /94. I Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo e dar-se-á no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data da posse. II O servidor removido ou redistribuído ex officio que deva ter exercício em outra localidade terá 20 (vinte) dias para entrar em exercício, incluído, neste prazo, o tempo necessário ao deslocamento para a nova sede. III Não será admitida a posse mediante procuração. 79

80 Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III. 6. Conforme a Lei Complementar n.º /94, assinale a alternativa que NÃO contempla situação de afastamento de serviço considerada de efetivo exercício do cargo. a) Férias. b) Falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, sogros, irmãos, companheiro ou companheira, madrasta ou padrasto, enteado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias. c) Doação de sangue, 2 (dois) dias por mês. d) Licença prêmio por assiduidade. e) Moléstia, devidamente comprovada por atestado médico, até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comunicação à chefia imediata. 7. Considere as afirmações a seguir, tendo em vista as disposições da Lei Complementar n.º /94. I O servidor que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias de licença para tratar de interesses particulares ou para acompanhar o cônjuge, somente após um ano de efetivo exercício contado da data da apresentação fará jus a férias. II Perderá o direito às férias o servidor que, no ano antecedente àquele em que deveria gozá-las, tiver mais de 30 (trinta) dias de faltas não justificadas ao serviço. III O servidor readaptado, relotado, removido ou reconduzido, quando em gozo de férias, é obrigado a apresentar-se antes de concluí-las. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III. 8. Considere as afirmações a seguir, tendo em vista as disposições da Lei Complementar n.º /94. I Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor responde civil, penal e administrativamente. II A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor nesta qualidade. III A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que importe em prejuízo à Fazenda Estadual ou a terceiros. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III. 9. Considere as afirmações a seguir, tendo em vista as disposições da Lei Complementar Estadual n.º /94. I A readmissão constitui uma das formas de provimento de cargo público. II A nomeação em caráter efetivo obedecerá, sempre que possível, à ordem de classificação dos aprovados, não sendo admitida a hipótese de opção do candidato por última chamada. III Posse é a aceitação expressa do cargo, formalizada com a assinatura do termo no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da nomeação, prorrogável por igual período a pedido do interessado. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. 80

81 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello d) Apenas I e III. e) I, II e III. 10. Sobre a ajuda de custo, considere as afirmações abaixo, tendo em vista as disposições da Lei Complementar Estadual n.º /94. I A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço ou próprio, passe a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente. II No afastamento para exercício de cargo em comissão, em outro órgão ou entidade da União, do Distrito Federal, dos Estados ou dos Municípios, o servidor receberá ajuda de custo do Estado. III O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III. 11. Tendo em vista as disposições da Lei Complementar Estadual n.º /94, considere as afirmações abaixo. I É dever do servidor atender com presteza o público em geral, prestando as informações requeridas que estiverem a seu alcance, inclusive as protegidas por sigilo. II É dever do servidor atender com presteza às requisições para defesa da Fazenda Pública. III É dever do servidor zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela conservação do patrimônio público. IV É dever do servidor desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe forem incumbidos, ainda que fora de suas atribuições. Quais estão corretas? a) Apenas I e II. b) Apenas I e IV. c) Apenas II e III. d) Apenas III e IV. e) I, II, III e IV. 12. Considere as afirmações a seguir, tendo em vista as disposições da Lei Complementar Estadual n.º /94. I Os servidores investidos em cargo em comissão ou funções gratificadas terão substitutos, durante seus afastamentos ou impedimentos eventuais, previamente designados pela autoridade competente. II Por absoluta necessidade de serviço e ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica, as férias poderão ser acumuladas até o máximo de três períodos anuais. III Remuneração é o vencimento do cargo acrescido das vantagens pecuniárias estabelecidas em lei ou decreto. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III. 13. Com base na Lei Complementar Estadual n.º /94, considere as seguintes afirmações. I O servidor perderá um terço da remuneração, na hipótese de conversão da pena de suspensão em multa. II O servidor perderá a metade da remuneração, durante o afastamento no exercício do cargo, na hipótese de prisão para perqui- 81

82 rição de sua responsabilidade em crime comum ou funcional. III O servidor perderá a parcela da remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências e saídas antecipadas, iguais ou superiores a 60 (sessenta) minutos. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 14. Com base na Lei Complementar Estadual n /94, considere as seguintes afirmações. I Ao servidor é proibido opor resistência justificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço. II Ao servidor é proibido promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição. III Ao servidor é proibido utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em atividades particulares ou políticas, salvo se autorizado por superior hierárquico. IV Ao servidor é proibido atuar como procurador ou intermediário junto à repartição pública, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e do cônjuge. Quais estão corretas? a) Apenas I e II. b) Apenas I e III. c) Apenas II e IV. d) Apenas III e IV. e) I, II, III e IV. Gabarito: 1. D 2. D 3. A 4. E 5. A 6. C 7. D 8. E 9. C 10. C 11. C 12. A 13. C 14. C 82

83 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 3. LEI N.º DE 25 DE OUTUBRO DE 2011 (atualizada até a Lei n.º , de 14 de dezembro de 2012) Cria o Quadro de Pessoal dos Serviços Auxiliares da Defensoria Pública do Estado, altera seu Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas e dá outras providências. CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º Ficam criados, no Quadro de Pessoal dos Serviços Auxiliares da Defensoria Pública do Estado, os seguintes cargos de provimento efetivo: I 250 (duzentos e cinquenta) cargos de Analista; e II 450 (quatrocentos e cinquenta) cargos de Técnico. Art. 2º Os cargos criados no art. 1.º serão distribuídos conforme as seguintes áreas de atividade: I Área Jurídica abrangendo, em termos gerais, processamento dos feitos, análise e pesquisa de legislação, doutrina e jurisprudência, elaboração de textos jurídicos e demais atribuições previstas em regulamento; II Área Administrativa atividades relacionadas com recursos humanos, material e patrimônio, orçamento e finanças, contratos e licitações, transporte e segurança e demais funções complementares de apoio administrativo previstas em regulamento; e III Área de Apoio Especializado atividades a demandar dos titulares, registro no órgão fiscalizador do exercício da profissão ou que exijam o domínio de habilidades específicas, a critério da administração, tais como: saúde, contadoria, arquitetura, engenharia, comunicação social, biblioteconomia, informática, programação visual, taquigrafia, assistência social, administração e economia, dentre outras previstas em regulamento. Art. 3º As atribuições dos cargos serão descritas em regulamento, considerado o seguinte: I Analista Área Administrativa: atividades de planejamento, organização, coordenação, supervisão técnica, assessoramento, estudo, pesquisa, elaboração de textos, certidões, laudos, pareceres ou informações, mediação, conciliação, acompanhamento e execução de atividade de atendimento ao cidadão, atuação como instrutor e monitor em cursos de treinamento e aperfeiçoamento de servidores da Defensoria Pública do Estado e execução de tarefas de elevado grau de complexidade, dentre as demais atribuições definidas em regulamento; II Analista Área Jurídica: planejamento, organização, coordenação, supervisão técnica, elaboração de textos, certidões, informações, atividades de apoio a sessões e audiências, mediação, conciliação, acompanhamento e execução de atividade de atendimento ao cidadão, atuação como instrutor e monitor em cursos de treinamento e aperfeiçoamento de servidores da Defensoria Pública do Estado e execução de tarefas de elevado grau de complexidade, dentre as demais atribuições definidas em regulamento; III Analista Área de Apoio Especializado: tarefas de suporte técnico de elevado grau de complexidade, dentre as demais atribuições definidas em regulamento; IV Técnico atividades de cumprimento e formalização dos atos processuais e respectiva certificação, elaboração de documentos, atendimento ao público, efetuar juntada de documentos; proceder à baixa e 83

84 arquivamento dos processos; executar atividades de apoio administrativo, mediação, conciliação, atuação como instrutor e monitor em cursos de treinamento e aperfeiçoamento de servidores da Defensoria Pública do Estado e outras tarefas de grau médio de complexidade, dentre as demais atribuições definidas em regulamento. CAPÍTULO II DO INGRESSO NA CARREIRA Art. 4º O ingresso nos cargos criados por esta Lei dar-se-á sempre no primeiro padrão da Classe A do respectivo cargo, após prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e de títulos. Parágrafo único. Poderá ser incluído, como etapa do concurso público, programa de formação de caráter eliminatório, classificatório ou eliminatório e classificatório. Art. 5º São requisitos de escolaridade para o ingresso nos cargos de que trata o art. 2.º: I para o cargo de Analista, curso de graduação, correlacionado com a especialidade, se for o caso; e II para o cargo de Técnico, curso de Ensino Médio ou curso técnico equivalente, correlacionado com a especialidade, se for o caso. Parágrafo único. Além dos requisitos previstos no caput deste artigo, poderão ser exigidos formação especializada, experiência e registro profissional a serem definidos em regulamento e especificados em edital de concurso. Art. 6º Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório pelo período de três anos, durante o qual sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação, inclusive psicológica e psiquiátrica, servindo como referência para a efetivação ou não no cargo. 1º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. 2º O estágio probatório ficará suspenso durante os períodos de licenças e demais afastamentos, exceto quanto aos previstos constitucionalmente. Art. 7º É atribuição do Defensor Público-Geral a alocação dos cargos por área, atendidas a necessidade e a conveniência dos serviços. CAPÍTULO III DO PROCEDIMENTO DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Art. 8º O processo de avaliação de desempenho, a ser estabelecido em regulamento próprio, será referencial para aprovação em estágio probatório, progressão e promoção por merecimento e objetivará: I estimular a motivação e o compromisso dos servidores; II melhorar o desempenho; III estimular a comunicação interna; IV identificar as necessidades de treinamento; V reconhecer êxitos e estimular o aperfeiçoamento; e VI promover a eficiência, a eficácia e a efetividade dos serviços. Art. 9º O processo de avaliação de desempenho será baseado em critérios de competências, nos prazos e na forma estabelecidos em regulamento. Art. 10. Será responsável pelo processo de avaliação a chefia a quem o servidor estiver subordinado, na forma do regulamento. Art. 11. A implantação do processo de avaliação de desempenho para fins de progressão e 84

85 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello promoção por merecimento será precedida de programa de treinamento, de caráter obrigatório, destinado à preparação e à capacitação dos servidores e agentes responsáveis pelo processo de avaliação. Art. 12. Caberá à Defensoria Pública do Estado instituir programa de capacitação, destinado à formação e ao aperfeiçoamento profissional, visando à preparação dos servidores para o exercício de atribuições de maior complexidade e responsabilidade. CAPÍTULO IV DO DESENVOLVIMENTO NA CARREIRA Art. 13. Fica estabelecida a estrutura dos cargos de Analista e de Técnico, composta por 3 (três) classes, A, B e C, e 5 (cinco) padrões de vencimento para cada classe, nos termos do Anexo I. 1º As classes A, B e C representam os estágios na carreira, atingidos por meio de promoção. 2º Os padrões representam as progressões atingidas por meio de avaliação de desempenho. Art. 14. A progressão é a elevação do padrão para o seguinte, dentro da mesma classe, e está condicionada à aprovação na avaliação de desempenho funcional. Parágrafo único. A progressão será anual e com base em período avaliativo definido em regulamento. Art. 15. A promoção é a movimentação do servidor de uma classe para a seguinte. 1º A promoção será alternada, segundo os critérios de merecimento e de antiguidade, conforme definição em regulamento. 2º A promoção no cargo será realizada observado o juízo de conveniência e oportunidade da Defensoria Pública do Estado. 3º A antiguidade será aferida pela data do ingresso no cargo, independente da área ou especialidade de atuação e do padrão de progressão em que se encontrar, conforme definido em regulamento. 4º Decorridos doze meses da aprovação no estágio probatório, o servidor será submetido ao processo de avaliação de desempenho de que trata o Capítulo III desta Lei, para fins de progressão e de promoção por merecimento. Art. 16. A progressão e a promoção por merecimento dependerão, cumulativamente, do resultado de avaliação formal de desempenho e da participação e aproveitamento em curso de aperfeiçoamento oferecido, preferencialmente, pela Defensoria Pública do Estado, na forma prevista em regulamento. Art. 17. O interstício para a progressão e a promoção será computado em períodos de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, contados da data em que o servidor completou o último interstício aquisitivo, ficando suspenso durante as licenças e afastamentos previstos nos incisos III, V, VI, VII, VIII, X e XI do art. 128 da Lei Complementar n.º , de 3 de fevereiro de 1994, que dispõe sobre o estatuto e regime jurídico único dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul, bem assim nas faltas injustificadas ao serviço, sendo retomado a partir do término do impedimento. CAPÍTULO V DA REMUNERAÇÃO Art. 18. A remuneração dos cargos de Analista e de Técnico fica constituída pelo vencimento básico correspondente à respectiva classe e padrão, podendo ser acrescida das eventuais gratificações pecuniárias estabelecidas em lei. Art. 19. Os servidores ocupantes dos cargos da carreira ora criada, quando investidos em função de confiança, perceberão a remuneração do 85

86 cargo efetivo acrescida do valor da função para a qual forem designados. Art. 20. As tabelas de vencimentos básicos são as previstas no Anexo I desta Lei. Art. 21. Por triênio de efetivo serviço público, será concedido automaticamente um acréscimo de 3% (três por cento), denominado avanço, calculado sobre o vencimento básico percebido. Art. 22. O servidor, ao completar quinze e vinte e cinco anos de serviço público, passará a perceber, respectivamente, o adicional de 15% (quinze por cento) ou 25% (vinte e cinco por cento), calculados sobre o vencimento básico. 1º A concessão do adicional de 25% (vinte e cinco por cento) fará cessar o de 15% (quinze por cento) anteriormente concedido. 2º Para efeito de concessão dos adicionais, será computado o tempo de serviço público federal, estadual ou municipal prestado à administração direta, autarquias e fundações de direito público. CAPÍTULO VII DO QUADRO DE CARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES GRATIFICADAS Art. 23. O Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Defensoria Pública do Estado fica constituído da seguinte forma: N.º Cargo/Função Padrão 01 Diretor-Geral CC-DP/FG-DP Assessor Superior CC-DP/FG-DP Coordenador da Auditoria e Controle Interno: (Vide Lei n.º /12, que alterou a denominação do cargo para Coordenador CC-DP/FG-DP 11 da Assessoria de Controle Interno) 01 Coordenador da Comissão Permanente de Licitações CC-DP/FG-DP Diretor Vide Lei n.º /12, que incluiu mais um cargo de Diretor) CC-DP/FG-DP Assessor Especial CC-DP/FG-DP Coordenador da Assessoria de Segurança Institucional CC-DP/FG-DP Coordenador-Adjunto da Assessoria de Segurança Institucional CC-DP/FG-DP Coordenador da Assessoria de Comunicação CC-DP/FG-DP Coordenador do Cerimonial CC-DP/FG-DP Coordenador do Gabinete Biomédico CC-DP/FG-DP Coordenador de Secretaria do Defensor Público-Geral CC-DP/FG-DP Coordenador de Secretaria de Subdefensor Público-Geral CC-DP/FG-DP Coordenador de Secretaria do Conselho Superior CC-DP/FG-DP Coordenador de Secretaria da Corregedoria-Geral CC-DP/FG-DP Assessor da Corregedoria-Geral CC-DP/FG-DP Assessor I CC-DP/FG-DP Gerente de Projetos CC-DP/FG-DP Coordenador de Unidade (Vide Lei n.º /12, que incluiu mais cinco funções gratificadas de Coordenador de Unidade) CC-DP/FG-DP

87 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 01 Coordenador da Assessoria de Jurisprudência e Informação CC-DP/FG-DP Assessor da Direção-Geral CC-DP/FG-DP Coordenador Administrativo CC-DP/FG-DP Coordenador de Secretaria CC-DP/FG-DP Assessor II CC-DP/FG-DP Assessor III CC-DP/FG-DP 03 1º Os cargos criados serão ocupados, preferencialmente, por servidores públicos, caso em que perceberão a função gratificada correspondente. 2º A designação de servidor público para o exercício de função gratificada bloqueará o cargo em comissão correspondente. 3º Os padrões remuneratórios são os constantes no Anexo II. 4º Os cargos em comissão ou funções gratificadas poderão, a critério do Defensor Público-Geral, ser providos em regime especial, tendo o vencimento ou gratificação do respectivo padrão multiplicado por 2,3 (dois inteiros e três décimos). 5º A escolaridade e as atribuições para o provimento dos cargos em comissão e funções gratificadas de que trata o caput deste artigo são os constantes do Anexo IV. Art. 24. Os titulares dos cargos em comissão ou funções gratificadas perceberão gratificação de representação, exerça o servidor cargo em comissão ou função gratificada, calculada sobre o valor do cargo em comissão correspondente, nos percentuais constantes no Anexo III. Parágrafo único. A gratificação de representação poderá, a critério do Defensor Público-Geral, ser fixada em percentual diverso da correspondência estabelecida no Anexo III, limitada em 75% (setenta e cinco por cento). Art. 25. Os cargos em comissão e as funções gratificadas criados pela Lei n.º , de 5 de dezembro de 1994, e alterações, que cria o Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas na Defensoria Pública do Estado e dá outras providências, serão extintos na medida em que houver provimento para os cargos em comissão e funções gratificadas criados no art. 23 desta Lei. CAPÍTULO VII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 26. Os quantitativos de cargos efetivos desta Lei não são vinculados às localidades de nomeação ou de lotação e podem ser livremente remanejados conforme a necessidade de serviço, por ato do Defensor Público-Geral do Estado. Art. 27. No âmbito da Defensoria Pública do Estado é vedada a nomeação ou designação, para os cargos em comissão e funções gratificadas, de cônjuge, companheiro, parente natural, civil ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, de qualquer Defensor Público vinculado e de servidor investido em cargo de direção, de chefia ou de assessoramento. Art. 28. Ficam excepcionadas, nas hipóteses do art. 27, as nomeações ou designações de servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo do Quadro de Pessoal da Defensoria Pública do Estado, admitidos por concurso público, observadas a compatibilidade do grau de escolaridade do cargo de origem, a qualificação profissional do servidor e a complexidade inerentes ao cargo em comissão ou à função gratificada a ser exercida, vedada, em qualquer caso, a nomeação ou designação para servir subordinado ao membro ou servidor determinante da incompatibilidade. 87

88 Art. 29. As vedações previstas no art. 27 compreendem o ajuste mediante designações recíprocas envolvendo outros órgãos da Administração Pública Direta e Indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Art. 30. As vedações previstas no art. 27 não se aplicam quando a nomeação ou designação do servidor para ocupar cargo comissionado ou função gratificada for anterior ao ingresso do agente ou do servidor gerador da incompatibilidade, bem como quando o início da união estável ou o casamento for posterior ao tempo em que ambos os cônjuges ou conviventes já estavam no exercício dos cargos ou funções, em situação que não caracterize ajuste prévio para burlar a proibição legal, vedada, em qualquer caso, a nomeação ou designação para servir subordinado ao membro ou servidor que determinaria a incompatibilidade. Art. 31. O vínculo de parentesco com membro ou servidor investido em cargo de direção, de chefia ou de assessoramento já falecido ou aposentado não é considerado situação geradora de incompatibilidade para efeito da vedação do art. 27, bem como os antigos vínculos por casamento ou por união estável com agente ou com servidor investido em cargo de direção, de chefia ou de assessoramento, desde que a dissolução da referida sociedade conjugal ou de fato não tenha sido levada a efeito em situação que caracterize ajuste para burlar a proibição legal. Art. 32. O servidor nomeado ou designado deverá, antes da posse, declarar por escrito se tem ou não relação familiar ou de parentesco que importe a prática de alguma das condutas vedadas nos arts. 27 e 29 desta Lei. Art. 33. Aplica-se ao Quadro de Pessoal dos Serviços Auxiliares da Defensoria Pública do Estado o Estatuto e Regime Jurídico Único dos Servidores Civis do Estado do Rio Grande do Sul (Lei Complementar n.º /1994 e alterações) e a legislação estatutária complementar pertinente, nas disposições, direitos, vantagens e obrigações omissas nesta Lei, no que couberem. Art. 34. Os servidores aposentados e os que, em atividade, tiverem incorporado vantagens relativas aos cargos em comissão ou funções gratificadas da Defensoria Pública do Estado, cujos padrões e denominação foram modificados por esta Lei, terão seus proventos ou vencimentos mantidos inalterados no que se refere ao padrão da CC/FG DP e à gratificação de representação incorporada. Art. 35. As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta de dotações orçamentárias próprias da Defensoria Pública do Estado. Art. 36. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 37. Revogam-se as disposições em contrário. PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 25 de outubro de

89 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello ANEXO I CARGOS EFETIVOS TABELAS DE VENCIMENTOS BÁSICOS CARGO CLASSE PADRÃO VENCIMENTO BÁSICO , ,29 C , , , , ,16 ANALISTA B , , , , ,00 A , , , , ,98 C , , , , ,00 TÉCNICO B , , , , ,18 A , , ,

90 ANEXO II CARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES GRATIFICADAS TABELA DE VALORES PADRÃO CARGO EM COMISSÃO FUNÇÃO GRATIFICADA CC-DP/FG-DP ,37 992,53 CC-DP/FG-DP ,50 777,67 CC-DP/FG-DP ,34 698,78 CC-DP/FG-DP ,45 610,89 CC-DP/FG-DP ,87 443,87 CC-DP/FG-DP ,47 250,11 CC-DP/FG-DP ,74 217,02 CC-DP/FG-DP ,24 150,11 ANEXO III CARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES GRATIFICADAS GRATIFICAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO Cargo/Função % REPRESENTAÇÃO Diretor-Geral, Assessor Superior, Coordenador da Auditoria e Controle Interno (Vide Lei n.º /12, que alterou a denominação do 75% cargo para Coordenador da Assessoria de Controle Interno), Coordenador da Comissão Permanente de Licitações Diretor, Coordenador da Assessoria de Segurança Institucional, Coordenador da Assessoria de Comunicação, Coordenador do Cerimonial, Coordenador do Gabinete Biomédico, Coordenador de Secretaria do Defensor Público-Geral, Coordenador de Secretaria de 50% Subdefensor Público-Geral, Coordenador de Secretaria do Conselho Superior, Coordenador de Secretaria da Corregedoria-Geral Coordenador-Adjunto da Assessoria de Segurança Institucional, Gerente de Projetos, Coordenador de Unidade, Coordenador Administrativo, Coordenador da Assessoria de Jurisprudência e Informação, 40% Coordenador de Secretaria Assessor Especial, Assessor I, Assessor da Direção-Geral, Assessor 35% da Corregedoria-Geral Assessor II, Assessor III 20% 90

91 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello ANEXO IV CARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES GRATIFICADAS Escolaridade e atribuições Cargo em Comissão/Função Gratificada Diretor-Geral CC-DP/FG-DP 12 Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Exemplos de atribuições: chefiar as atividades das Diretorias que compõem a Diretoria-Geral na área administrativa da Defensoria Pública do Estado sob orientação da Administração Superior, prestar assessoria à Administração Superior da Defensoria Pública do Estado em matérias sob sua responsabilidade e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Assessor Superior CC-DP/FG-DP 12 Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Poderá ser exigido registro profissional no órgão de classe competente. Exemplos de atribuições: prestar assessoria de maior complexidade ao Defensor Público-Geral, aos Subdefensores Públicos-Gerais e aos Defensores Públicos Assessores, na área Institucional, bem como nas áreas administrativa e financeira da Defensoria Pública do Estado e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Coordenador da Auditoria e Controle Interno CC-DP/FG-DP 11 (Vide Lei n.º /12, que alterou a denominação do cargo para Coordenador da Assessoria de Controle Interno) Escolaridade: curso superior em Ciências Contábeis, em nível de graduação, devidamente reconhecido. Necessário registro profissional no órgão de classe competente. Exemplos de atribuições: sob orientação da Administração Superior da Defensoria Pública do Estado, exercer, a título de controle interno, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da Defensoria Pública, comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e à eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial no âmbito da Defensoria Pública, controlar e acompanhar a execução orçamentária; emitir pareceres e prestar informações e assessoria sobre matéria pertinente ao controle interno; avaliar as estruturas de controle, bem como os sistemas de informações utilizados pela Defensoria Pública, quanto à integridade e segurança destes, recomendando os ajustes necessários e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Coordenador da Comissão Permanente de Licitações CC-DP/FG-DP 11 Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Exemplos de atribuições: convocar os demais membros, titulares ou suplentes, sempre que necessário para o desenvolvimento dos trabalhos da Comissão; abrir, presidir e encerrar as sessões da Comissão, anunciando as deliberações tomadas; exercer o poder de polícia para manter a ordem e a segurança dos trabalhos, solicitando a quem de direito a requisição de força policial, quando necessário; rubricar os documentos de habilitação e os relativos às propostas; conduzir o procedimento licitatório, praticando os atos ordinatórios necessários; resolver questões levantadas, verbalmente ou por escrito, quando forem de sua competência decisória; determinar a realização das diligências necessárias ao bom andamento dos trabalhos da Comissão; votar nos procedimentos licitatórios de que participar; praticar os demais atos necessários ao bom andamento dos trabalhos da Comissão. 91

92 Diretor CC-DP/FG-DP 10 Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Exemplos de atribuições: chefiar as atividades das Unidades que compõem a Diretoria na área administrativa da Defensoria Pública do Estado sob a orientação do Diretor-Geral e da Administração Superior, prestar assessoria ao Diretor-Geral e à Administração Superior e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Assessor Especial CC-DP/FG-DP 10 Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Poderá ser exigido registro profissional no órgão de classe competente. Exemplos de atribuições: prestar assessoria de relativa complexidade no âmbito da área institucional, bem como nas áreas administrativa e financeira da Defensoria Pública do Estado e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Coordenador da Assessoria de Segurança Institucional CC-DP/FG-DP 10 Escolaridade/Formação: Oficial Superior, do serviço ativo, da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Sul. Exemplos de atribuições: coordenar, orientar e supervisionar as atividades relacionadas à segurança das autoridades, dos servidores e demais pessoas no âmbito das sedes da Defensoria Pública do Estado; dar suporte às atividades de segurança; coordenar as atividades relacionadas à segurança do patrimônio da Defensoria Pública do Estado; exercer a representação militar da Defensoria Pública do Estado; acompanhar atos e visitas do Defensor Público-Geral e de outras autoridades da Administração Superior da Defensoria Pública do Estado, em situações que requeiram maior segurança e outros cuidados; zelar pela segurança dos membros da Defensoria Pública do Estado, através do efetivo, podendo contar com apoio institucional dos órgãos da segurança pública; gerenciar questões relativas ao efetivo militar e civil da Assessoria de Segurança Institucional e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Coordenador-Adjunto da Assessoria de Segurança Institucional CC-DP/FG-DP 09 Escolaridade/Formação: Oficial, do serviço ativo, da Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Sul. Exemplos de atribuições: substituir o Coordenador da Assessoria de Segurança Institucional, auxiliá-lo nas suas atribuições e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Coordenador da Assessoria de Comunicação CC-DP/FG-DP 10 Escolaridade: curso superior completo na área de Comunicação Social, em nível de graduação. Exemplos de atribuições: coordenar, orientar e supervisionar o desenvolvimento de planejamento estratégico de comunicação institucional; propor canais de comunicação com os diversos públicos da instituição, quando necessário, e aperfeiçoar os já existentes; organizar encontros com a mídia e coordenar o agendamento de entrevistas de fontes relacionadas à Defensoria Pública do Estado; identificar e analisar as necessidades institucionais quanto à criação de identidades visuais e de campanhas; coordenar a criação e o desenvolvimento de peças para campanhas publicitárias institucionais internas e externas, projetos, programações visuais e produções gráficas; coordenar a implementação de ações de publicidade, propaganda, marketing e projetos institucionais; coordenar a comunicação entre a Defensoria Pública e a mídia, e trabalhos referentes ao site da instituição, agência de notícias da Defensoria Pública, clipping de jornal, áudioclipping, videoclipping, boletins para as emissoras de rádio, matérias especiais para jornais, cobertura de eventos, audiências públicas e outras atividades que lhe forem atribuídas. 92

93 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Coordenador do Cerimonial CC-DP/FG-DP 10 Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Exemplos de atribuições: preceder e acompanhar o Defensor Público-Geral, ou seu representante, em eventos; coordenar e organizar os eventos institucionais da Defensoria Pública do Estado, inclusive posses, concessão de medalhas, inaugurações e lançamento de obras; receber e classificar os convites feitos ao Defensor Público-Geral; despachar, com o Defensor Público-Geral, a agenda de eventos; confirmar presenças; elaborar o roteiro das solenidades e as respectivas listas das autoridades; providenciar a correta utilização dos hinos e das bandeiras; elaborar planos de assentos e de lugares reservados e planos da mesa diretora dos trabalhos em conformidade aos textos legais que regem o cerimonial público; orientar e auxiliar os membros e os servidores da Defensoria Pública do Estado quanto aos procedimentos protocolares; preparar a correspondência de agradecimento e de cortesia da Defensoria Pública do Estado; colaborar com a organização do calendário anual de eventos da Defensoria Pública do Estado; adotar as diligências necessárias junto aos órgãos de apoio administrativo da Defensoria Pública do Estado para a realização de seus objetivos; zelar e guardar os Livros de Posse do Defensor Público- Geral, dos Membros da Defensoria Pública do Estado, de seus servidores efetivos, bem como apontamento em livro específico da concessão de medalhas; elaborar as atas das solenidades de posse e concessão de medalhas, assessorar o Chefe de Gabinete na recepção de autoridades em visita à Defensoria Pública; preparar os locais de eventos, disponibilizando, quando autorizado, a estrutura e operação de equipamentos de áudio e vídeo; garantir ao Defensor Público-Geral do Estado as prerrogativas e representações conferidas pelas Emendas Constitucionais Federal n.º 045/2004 e Estadual n.º 050/2005. Coordenador do Gabinete Biomédico CC-DP/FG-DP 10 Escolaridade: curso superior completo em Medicina, com registro profissional no órgão de classe competente. Exemplos de atribuições: coordenar e orientar todos os serviços médicos do Gabinete Biomédico, exceto os atos privativos das áreas especializadas, coordenar e orientar o recebimento, registro e controle de agendamentos de exames biomédicos e psicológicos de candidatos a ingresso nos quadros de membros e servidores da Defensoria Pública do Estado; de agendamento de exames de saúde de membros e servidores da Defensoria Pública, em exercício, para fins de licenças, aposentadorias e outras exigências legais; a ordenação, a guarda, a manutenção e a atualização dos prontuários médicos dos membros e servidores; de fornecimento de atestados, declarações e laudos médicos; coordenação na elaboração de perícias, inclusive em atividades de apoio institucional, dando assessoria a membros da Defensoria Pública do Estado, coordenação na elaboração de relatórios, gráficos e tabelas de dados médicos e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Coordenador de Secretaria do Defensor Público-Geral CC-DP/FG-DP 09 Escolaridade: Ensino Médio completo. Exemplos de atribuições: chefiar os serviços de Secretaria do Defensor Público-Geral e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Coordenador de Secretaria de Subdefensor Público-Geral CC-DP/FG-DP 09 Escolaridade: Ensino Médio completo. Exemplos de atribuições: chefiar os serviços de Secretaria do Subdefensor-Geral a que estiver vinculado e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. 93

94 Coordenador de Secretaria do Conselho Superior CC-DP/FG-DP 09 Escolaridade: Ensino Médio completo. Exemplos de atribuições: chefiar os serviços de Secretaria do Conselho Superior e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Coordenador de Secretaria da Corregedoria-Geral CC-DP/FG-DP 09 Escolaridade: Ensino Médio completo. Exemplos de atribuições: chefiar os serviços de Secretaria da Corregedoria-Geral e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Assessor da Corregedoria-Geral CC-DP/FG-DP 09 Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Poderá ser exigido registro profissional no órgão de classe competente. Exemplos de atribuições: prestar assessoria em assuntos jurídicos, administrativos e institucionais e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Assessor I CC-DP/FG-DP 09 Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Poderá ser exigido registro profissional no órgão de classe competente. Exemplos de atribuições: prestar assessoria em assuntos jurídicos, administrativos e institucionais e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Gerente de Projetos CC-DP/FG-DP 09 Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Poderá ser exigido registro profissional no órgão de classe competente. Exemplos de atribuições: coordenar, orientar e chefiar as atividades da Gerência sob orientação do Diretor-Geral, definindo o objetivo geral, os objetivos específicos, cronograma de atividades, responsabilidades e recursos de cada projeto; promover a integração das áreas envolvidas no atendimento do projeto; proceder a execução, controle e encerramento dos procedimentos necessários à otimização dos resultados, de forma a eliminar ou minimizar a possibilidade de fracasso ou incerteza na execução do projeto ou desvio de seu objeto e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Coordenador de Unidade CC-DP/FG-DP 09 Escolaridade: Ensino Médio completo. Exemplos de atribuições: chefiar as atividades da Unidade, sob a orientação do Diretor da Diretoria a que estiver vinculado, prestar assessoria em assuntos próprios da Unidade e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. 94

95 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Coordenador da Assessoria de Jurisprudência e Informação CC-DP/FG-DP 08 Escolaridade: curso superior em Biblioteconomia, em nível de graduação, devidamente reconhecido. registro profissional no órgão de classe competente. Exemplos de atribuições: coordenar, supervisionar e planejar as atividades que envolvam: o adequado atendimento, recuperação e disseminação de informações; pesquisa, seleção, registro, catalogação, classificação e indexação de documentos e multimeios para o atendimento a usuários; supervisionar a execução de tarefas relativas às funções de documentação, intercâmbio com bibliotecas de órgãos públicos e instituições jurídicas, alimentação de bases de dados, realização de pesquisas jurídicas e bibliográficas, preservação e resgate do patrimônio histórico dos órgãos da Defensoria Pública do Estado, bem como a conservação do acervo bibliográfico; a promoção da editoração de originais para fins de publicação; a realização de trabalhos que exijam conhecimentos básicos e/ou específicos de informática; outras atividades que lhe forem atribuídas. Assessor da Direção-Geral CC-DP/FG-DP 08 Escolaridade: curso superior completo, em nível de graduação. Poderá ser exigido registro profissional no órgão de classe competente. Exemplos de atribuições: prestar assessoria ao Diretor-Geral no desenvolvimento de suas funções e desempenhar outras atribuições que lhe forem atribuídas. Coordenador Administrativo CC-DP/FG-DP 08 Escolaridade: Ensino Médio completo. Exemplos de atribuições: chefiar as atividades administrativas da Unidade de trabalho, seja Núcleo, Regional e outras, sob a orientação do Defensor Público responsável pela repartição ou chefia a que estiver vinculado, prestar assessoria em assuntos próprios da Unidade e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Coordenador de Secretaria CC-DP/FG-DP 06 Escolaridade: Ensino Médio completo. Exemplos de atribuições: chefiar os serviços de Secretaria e desempenhar outras atividades que lhe forem atribuídas. Assessor II CC-DP/FG-DP 05 Escolaridade: Ensino Médio completo. Exemplos de atribuições: prestar assessoria aos Defensores Públicos no desenvolvimento de suas funções e desempenhar outras atribuições que lhe forem atribuídas. Assessor III CC-DP/FG-DP 03 Escolaridade: Ensino Médio completo. Exemplos de atribuições: prestar assessoria em matérias de pouca complexidade e desempenhar outras atribuições que lhe forem atribuídas. 95

96 4. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 (...) CAPÍTULO VII DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: I os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; II a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; III o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; IV durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; V as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; VI é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; VII o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; VIII a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão; IX a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; X a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; XI a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens 96

97 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; XII os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; XIII é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público; XIV os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; XV o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, 4º, 150, II, 153, III, e 153, 2º, I; XVI é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; XVII a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; XVIII a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; XIX somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; XX depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; XXI ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. XXII as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadas- 97

98 tros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei. 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; II o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; III a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: I o prazo de duração do contrato; II os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III a remuneração do pessoal." 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Esta- 98

99 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello dos e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; II investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; III investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; IV em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; V para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse. Seção II DOS SERVIDORES PÚBLICOS (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998) Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes. 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará: I a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; II os requisitos para a investidura; III as peculiaridades dos cargos. 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados. 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. 99

100 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do 4º. Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos 3º e 17: I por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; II compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; III voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: I portadores de deficiência; II que exerçam atividades de risco; III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física

101 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo. 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual: I ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou II ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social. 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social. 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art O regime de previdência complementar de que trata o 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do corres

102 pondente regime de previdência complementar. 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no 3º serão devidamente atualizados, na forma da lei. 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no 1º, II. 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, 3º, X. 21. A contribuição prevista no 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante. Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. 1º O servidor público estável só perderá o cargo: I em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (...) 102

103 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello CONSIDERAÇÕES SOBRE AS DISPOSIÇÕES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1. Princípios Constitucionais aplicáveis à Administração Pública Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência... Trata-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando que há outros princípios aplicáveis. Para memorizá-los, usa-se o macete do LIMPE : Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência 1.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública está condicionada ao que a lei permite ou determina. Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que podem fazer tudo o que a lei não proíba, no âmbito da administração pública esse princípio significa que o administrador só pode fazer o que a lei autorize ou determine. Esse princípio é o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois o administrador público não pode agir de acordo com sua própria vontade e sim de acordo com o interesse do povo, titular do poder. Como, em última instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus representantes, pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfação do intere interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa. Esse princípio é visto sob dois aspectos: a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa inevitavelmente, determinados atos podem ter por consequencia benefícios ou prejuízos a alguém, porém, a atuação do administrador deve visar ao interesse público, sob pena de tal ato ser considerado nulo por desvio de finalidade; 103

104 b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades desenvolvidas pela administração para obter benefício ou promoção pessoal é vedado a promoção pessoal do agente público pela sua atuação como administrador. Como exemplos de aplicação do princípio da impessoalidade, podemos citar a imposição de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público e a exigência de licitações públicas para contratações pela administração PRINCÍPIO DA MORALIDADE A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé. Não basta que a atuação do administrador público seja legal, precisa ser moral também, já que nem tudo que é legal é honesto. Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é considerado nulo PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE Esse princípio é tratado sob dois prismas: a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público enquanto não for publicado, o ato não pode produzir efeitos; b) exigência de transparência da atuação administrativa finalidade de possibilitar, de forma mais ampla possível, controle da administração pública pelo povo PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998. Visa a atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais simples, rápido e econômico, melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração pública. O administrador deve ter planejamento, procurando a melhor solução para atingir a finalidade e interesse público do ato. Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível afastar os outros princípios da administração sob o argumento de dar maior eficiência ao ato. Por exemplo, não se pode afastar as etapas legais (princípio da legalidade) de um procedimento licitatório a fim de ter maior eficiência. 2. Cargos, empregos e funções públicas São acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Obs.: Lei 8.112/90, art. 5º, 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei)

105 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 3. Exigência de concurso público A regra é que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. 4. Prazo de validade do concurso O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável uma vez, por igual período; ou seja, o prazo pode ser menor do que 2 anos; assim, se o prazo for de 1 ano, poderá ser prorrogado por mais 1 ano apenas. 5. Prioridade de nomeação Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira. (Obs.: Lei /04, art. 14, parágrafo único Enquanto houver candidatos aprovados em concurso público com prazo de validade não expirado, em condições de serem nomeados, não será aberto novo concurso para o mesmo cargo). A regra do Estatuto é mais restritiva, mas não é considerada inconstitucional. 6. Direito à livre associação sindical É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical, regra aplicável apenas ao servidores públicos civis, já que a CF veda a aplicação aos militares (art. 142, 3º, IV, CF). 7. Direito de greve O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; porém, ainda não regulamentação legal, o que fez com que o STF decidisse pela aplicação da lei que regulamenta o direito de greve do empregado na iniciativa privada (Lei nº 7783/89). Vedado aos militares fazerem greve (art. 142, 3º, IV, CF). 8. Reserva de percentual aos portadores de deficiência A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão. 9. Fixação e revisão geral da remuneração A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices

106 10. Teto remuneratório Agentes públicos não podem receber remuneração maior do que o subsídio mensal pago aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (é o chamado teto absoluto). Há também o chamado subteto: I nos Municípios, nenhum servidor poderá ganhar mais do que o prefeito; II nos Estados e Distrito Federal, se Poder Executivo, nenhum servidor pode ganhar mais do que o Governador, se Poder Legislativo, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Deputados Estaduais ou Distritais, se Poder Judiciário, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça. Teto Absoluto Nenhum agente público pode receber remuneração maior do que Ministro do STF Agentes Públicos Subteto Âmbito Não pode ganhar mais do que Municipais Geral Prefeito Estaduais e Distritais Poder Executivo Poder Legislativo Poder Judiciário Governador Deputados Estaduais ou Distritais Desembargadores do TJ 11. Paridade de vencimentos Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. Executivo $$$ Judiciário Legislativo 106

107 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 12. Mandato eletivo Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; II investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; III investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; IV em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; V para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse. Mandato eletivo Ao servidor da administração direta, autárquica e fundacional, investido em mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: mandato federal, estadual ou üficará afastado do cargo, recebendo $ do mandato. distrital mandato de Prefeito üserá afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela remuneração do cargo ou a do mandato; mandato de vereador: ühavendo compatibilidade de horários, perceberá a remuneração do cargo + a do mandato (acumulará); ünão havendo compatibilidade de horários, será afastado e poderá optar pela remuneração do cargo ou a do mandato (regra do Prefeito). 13. Direitos trabalhistas aplicáveis aos servidores ocupantes de cargos públicos Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir

108 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: IV salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; VII garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; XII salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; XIII duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XV repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; XVII gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXII redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXX proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 14. Irredutibilidade de vencimentos e subsídios Em regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, respeitando-se o teto tratado acima

109 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 15. Acumulação de cargos públicos É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, bem como de empregos e funções, abrangendo autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; porém é permitida a acumulação, excepcionalmente, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI (teto): a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. 16. Acumulação de proventos com remuneração É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria (art. 40, art. 42 e 142, CF) com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. 17. Atos de Improbidade Administrativa Os atos de improbidade administrativa importarão: a) a suspensão dos direitos políticos, b) a perda da função pública, c) a indisponibilidade dos bens, d) e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, e) sem prejuízo da ação penal cabível. 18. Responsabilidade por danos As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Portanto, quem responde pelos danos causados a terceiros por agentes públicos são as respectivas pessoas jurídicas; porém, se houver culpa ou dolo do agente, o Poder Público poderá cobrá-lo o ressarcimento

110 18. Obrigatoriedade de regime jurídico único A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Cada ente da Federação deve definir se o regime de todos os seus servidores (em sentido amplo) será celetista ou estatutário. Essa regra foi alterada pela EC 19/1998, eliminando o regime único. Porém, o STF suspendeu a eficácia da nova redação, passando a constar novamente a redação original (de regime jurídico único). Por exemplo, a Lei nº 8.112/1990 institui o regime estatutário para todos os servidores civis da União, autarquias e fundações públicas Federais. 20. Estabilidade São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público + avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. Portanto, são requisitos para aquisição da estabilidade: a) aprovação em concurso público; b) nomeação para cargo público efetivo; c) 3 anos de efetivo exercício; d) avaliação especial de desempenho. A estabilidade é a garantia de permanência do servidor no serviço público, mas não é absoluta, sendo que a própria CF prevê que o servidor público estável só perderá o cargo: I em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. Também poderá perder o cargo em caso de despesa de pessoal acima dos limites legais (art. 169, CF). A Lei complementar n. 101/200 (Lei de Responsabilidade Fiscal) estabelece que o limite de despesa com pessoal da União é de 50% da receita líquida, enquanto dos Estados e Municípios é de 60%. Ultrapassados esses limites, o ente deverá tomar as seguintes providências: a) reduzir em pelo menos 20% as despesas com cargos em comissão e funções de confiança; b) exoneração dos servidores não estáveis; c) se ainda assim ficar fora dos limites legais, o servidor estável poderá perder o cargo. 21. Reintegração Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço

111 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 22. Disponibilidade Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo (Obs.: de acordo com o Estatuto do RS, o servidor posto em disponibilidade receberá provento igual ao vencimento do cargo, acrescido de vantagens permanentes). 23. Aposentadoria Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência (Regime Próprio de Previdência Social RPPS) de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Obs.: O Estatuto trará as regras para a aposentadoria. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja, o regime geral aplicável aos trabalhadores da iniciativa provada regidos pela CLT. Os servidores abrangidos pelo Regime Próprio de Previdência Social (os servidores de cargos efetivos) serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos 3º e 17: I por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; II compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 anos de idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar; III voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de contribuição, se mulher; b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição

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113 Questões 1. (FCC 2015 ANALISTA) Os princípios constitucionais expressos da Administração pública relacionados no art. 37 da Constituição Federal dizem respeito a: a) legalidade, irreversibilidade, moralidade, publicidade e executoriedade. b) legitimidade, imperatividade, modicidade, pluralidade e efetividade. c) autoaplicabilidade, imperatividade, moralidade, pluralidade e eficácia. d) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. e) legitimidade, legalidade, modicidade, pluralidade e executoriedade. 2. (CESPE 2015 TECNICO TRE-GO) No que se refere ao regime jurídicoadministrativo brasileiro e aos princípios regentes da administração pública, julgue os próximos itens. O princípio da eficiência está previsto no texto constitucional de forma explícita. ( ) Certo ( ) Errado 3. (CESPE 2015 AUDITOR-TCU) No que se refere a ato administrativo, agente público e princípios da administração pública, julgue os próximos itens. O princípio da eficiência, considerado um dos princípios inerentes à administração pública, não consta expressamente na CF. ( ) Certo ( ) Errado 4. (VUNESP 2014 SUPERIOR) O padrão que define que a conduta ética dos servidores públicos não pode ir de encontro ao padrão ético mais geral da sociedade, segundo a Constituição Federal, é o princípio da Administração Pública denominado a) subsidiariedade. b) impessoalidade. c) moralidade. d) publicidade. e) eficiência. 5. (CESPE 2015 ANALISTA TRE-GO) Acerca da administração pública, da organização dos poderes e da organização do Estado, julgue os itens que se seguem. Caso preencha os requisitos de idade e contribuição, o indivíduo que trabalhe por vários anos em determinado Tribunal Regional Eleitoral ocupando, exclusivamente, cargo em comissão terá direito à aposentadoria estatutária se decidir se aposentar voluntariamente. ( ) Certo ( ) Errado 6. (CESPE 2015 TECNICO TRE-GO) A respeito dos Poderes Legislativo e Executivo e do regime constitucional da administração pública, julgue os itens a seguir. Considere que Afonso seja servidor do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Goiás e tenha sido eleito como deputado estadual. Nessa situação, se houver compatibilidade de horário entre suas atividades no tribunal e sua atuação como deputado, Afonso pode acumular os dois cargos e receber as vantagens e as remunerações a eles referentes. ( ) Certo ( ) Errado 113

114 7. (CESPE 2015 TECNICO) Com relação aos servidores públicos, julgue os próximos itens, de acordo com a Constituição Federal de O servidor público da administração direta que for investido no mandato de vereador deverá optar entre a remuneração da vereança e a de seu cargo público. ( ) Certo ( ) Errado 8. (CESPE 2015 TÉCNICO) No que se refere aos princípios e conceitos da administração pública e aos servidores públicos, julgue os próximos itens. A vedação ao acúmulo remunerado de cargos, empregos ou funções públicas não se estende aos empregados das sociedades de economia mista. ( ) Certo ( ) Errado 9. (CESPE 2015 TÉCNICO Fundação Universidade de Brasília) No que se refere aos princípios e conceitos da administração pública e aos servidores públicos, julgue os próximos itens. O prazo de validade de concurso público é de até dois anos, podendo ele ser prorrogado enquanto houver candidatos aprovados no cadastro de reserva. ( ) Certo ( ) Errado 10. (CESGRANRIO 2014 TÉCNICO) Um dos grandes temas tratados na Constituição Federal é o do acesso facilitado aos cargos públicos. Dentre as inovações constantes da Constituição Federal em vigor, encontra-se a possibilidade de a lei estabelecer percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas a) menores de dezoito anos b) estrangeiras em situação de risco c) consideradas de menor rendimento econômico d) portadoras de deficiência e) moradoras em locais considerados perigosos 11. (CESPE 2015 ANALISTA Controladoria Geral do Estado PI) No que se refere às disposições gerais relacionadas aos servidores públicos, julgue os itens a seguir. De acordo com a CF, os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público adquirem a estabilidade após dois anos de efetivo exercício. ( ) Certo ( ) Errado 12. (CESPE 2015 ANALISTA) No que se refere à administração pública, aos direitos políticos e às comissões parlamentares de inquérito (CPIs), julgue os itens que se seguem. Os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público são estáveis após dois anos de efetivo exercício. ( ) Certo ( ) Errado Gabarito: 1. D 2. Certo 3. Errado 4. C 5. Errado 6. Errado 7. Errado 8. Errado 9. Errado 10. D 11. Errado 12. Errado 114

115 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 5. PROCESSO ADMINISTRATIVO (Lei nº 9.784/1999 e Lei nº /1994) Lei nº 9.784/1999 Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa. 2º Para os fins desta Lei, consideram-se: I órgão a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta; II entidade a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; III autoridade o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: I atuação conforme a lei e o Direito; II atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; III objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; IV atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; V divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; VI adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; VII indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; VIII observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; IX adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; 115

116 X garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; XI proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; XII impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; XIII interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. CAPÍTULO III DOS DEVERES DO ADMINISTRADO Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: I expor os fatos conforme a verdade; II proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; III não agir de modo temerário; IV prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. CAPÍTULO II DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: I ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; II ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; III formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; IV fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei. CAPÍTULO IV DO INÍCIO DO PROCESSO Art. 5º O processo administrativo pode iniciar- -se de ofício ou a pedido de interessado. Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados: I órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; II identificação do interessado ou de quem o represente; III domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações; IV formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; V data e assinatura do requerente ou de seu representante. Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas

117 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes. Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. CAPÍTULO V DOS INTERESSADOS Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo: I pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação; II aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; III as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio. CAPÍTULO VI DA COMPETÊNCIA Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I a edição de atos de caráter normativo; II a decisão de recursos administrativos; III as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial

118 Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. CAPÍTULO VII DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: I tenha interesse direto ou indireto na matéria; II tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; III esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar. Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. CAPÍTULO VIII DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. 1º Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável. 2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade. 3º A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo. 4º O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas. Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo. Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração. Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior. Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação. Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for o local de realização

119 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello CAPÍTULO IX DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências. 1º A intimação deverá conter: I identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa; II finalidade da intimação; III data, hora e local em que deve comparecer; IV se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar; V informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento; VI indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. 2º A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento. 3º A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado. 4º No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial. 5º As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado. Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse. CAPÍTULO X DA INSTRUÇÃO Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. 1º O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo. 2º Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes. Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos. Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada. 1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas. 2º O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações substancialmente iguais

120 Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo. Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas. Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado. Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. 1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão. 2º Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento. Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização. Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo. 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar 120

121 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes. Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado. Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente. CAPÍTULO XI DO DEVER DE DECIDIR Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. I neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V decidam recursos administrativos; VI decorram de reexame de ofício; VII deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados. 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito. CAPÍTULO XII DA MOTIVAÇÃO Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: CAPÍTULO XIII DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente 121

122 do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. 1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado. 2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige. Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente. CAPÍTULO XIV DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. CAPÍTULO XV DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. 2º Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução. 3º Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº , de 2006). Vigência Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: I os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; II aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; III as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida

123 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente. 2º O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita. Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes. Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo. Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações. Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: I fora do prazo; II perante órgão incompetente; III por quem não seja legitimado; IV após exaurida a esfera administrativa. 1º Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. 2º O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa. Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº , de 2006). Vigência Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº , de 2006). Vigência Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção. CAPÍTULO XVI DOS PRAZOS Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal

124 2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo. 3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês. Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem. CAPÍTULO XVII DAS SANÇÕES Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa. CAPÍTULO XVIII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei. Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº , de 2009). I pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº , de 2009). II pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei nº , de 2009). III (VETADO) (Incluído pela Lei nº , de 2009). IV pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo. (Incluído pela Lei nº , de 2009). 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem cumpridas. (Incluído pela Lei nº , de 2009). 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. (Incluído pela Lei nº , de 2009). 3º (VETADO) (Incluído pela Lei nº , de 2009). 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº , de 2009). Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília 29 de janeiro de 1999; 178º da Independência e 111º da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Renan Calheiros Paulo Paiva Este texto não substitui o publicado no DOU de e retificado em

125 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI Nº 9.784/ Disposições Gerais A Lei nº 8.112/1990 estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. Os preceitos dessa Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário (da União!), quando no desempenho de função administrativa. Apesar de constar expressamente que sua aplicação é no âmbito Federal, essa lei prevê normas básicas, que servem de parâmetro para as demais legislações (Estaduais) e é utilizada também por entes que não tenham uma legislação própria sobre processo administrativo (como é o caso do Rio Grande do Sul, por exemplo). Para efeitos dessa Lei, considera-se: órgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta; entidade: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; autoridade: o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. 2. Princípios do Processo Administrativo A Administração Pública obedecerá, dentre outros, os seguintes princípios: a) Legalidade b) Finalidade c) Motivação d) Razoabilidade e) Proporcionalidade f) Moralidade g) Ampla defesa h) Contraditória i) Segurança jurídica j) Interesse público k) Eficiência 125

126 Princípios Legalidade Finalidade Motivação Razoabilidade e Proporcionalidade Moralidade Ampla defesa e Contraditória Segurança jurídica e Informalismo Interesse público Eficiência Oficialidade Gratuidade Critérios atuação conforme a lei e o Direito. atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei. indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão. adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé. garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio. observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados. adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados. interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades. busca a otimização dos procedimentos, devendo ser rápida, útil e econômica, buscando os melhores resultados possíveis. divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição. impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados. proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei. 3. Direitos dos Administrados O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: I ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; II ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; 126

127 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello III formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; IV fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei. 4. Dos Deveres os Administrados São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: I expor os fatos conforme a verdade; II proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; III não agir de modo temerário; IV prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. 5. Do Início do Processo Importante: O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado. Obs.: tanto o início quanto o prosseguimento e instrução do processo podem se dar pela parte interessada ou pela própria Administração Pública (de ofício). O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados: I órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; II identificação do interessado ou de quem o represente; III domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações; IV formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; V data e assinatura do requerente ou de seu representante. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas

128 6. Dos Interessados São considerados interessados no processo administrativo: I pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação; II aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; III as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de 18 anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio. 7. Da Competência Em regra, a competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial, sendo revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. 8. Da Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de 5 dias, salvo motivo de força maior. 9. Da Comunicação dos Atos O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências. A intimação observará a antecedência mínima de 3 dias úteis quanto à data de comparecimento. A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado

129 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. Obs.: se a pessoa não recebeu correspondência, ou esta não continha as determinações legais, mas comparece espontaneamente no processo, não haverá nulidade, sendo considerada intimada. Importante: O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Ou seja, se a pessoa intimada não se manifesta no prazo legal, não serão considerados verdadeiros os fatos a ele imputados (não significa confissão), nem significa que renunciou a direitos, podendo, inclusive, ingressar no prosseguimento do processo, tendo seu direito a ampla defesa assegurado. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse. 10. Da Instrução As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. Proibição de provas ilícitas são inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de 10 dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. Logo após, a Administração tem o prazo de até 30 dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. 11. Do Dever de Decidir A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. 12. Da Motivação Princípio da Motivação Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: 129

130 I neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V decidam recursos administrativos; VI decorram de reexame de ofício; VII deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. 13. Da Anulação, Revogação e Convalidação A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. Lembrando que, sempre que importar em anulação, revogação ou convalidação, o ato administrativo deverá ser motivado, indicando os fatos e fundamentos que jurídicos que justifiquem sua edição. 14. Do Recurso Administrativo e da Revisão Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. Juízo de Retratação O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 dias, o encaminhará à autoridade superior. Em regra, a interposição de recurso não depende de caução, salvo exigência legal. O recurso administrativo tramitará no máximo por 3 instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. Legitimidade: Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: 130

131 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello I os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; II aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; III as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. O recurso não será conhecido quando interposto: I fora do prazo; II perante órgão incompetente; III por quem não seja legitimado; IV após exaurida a esfera administrativa. Salvo disposição legal, é de 10 dias o prazo para interposição de recurso administrativo, e de no máximo 30 dias o prazo para ser decidido (este prazo poderá ser prorrogado por igual período, mediante justificativa). Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo de 5 dias úteis, apresentem alegações. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção (proibição da reformatio in pejus na revisão do processo). 15. Dos Prazos Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem. 16. Disposições Finais Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado: 131

132 I pessoa com idade igual ou superior a 60 anos; II pessoa portadora de deficiência, física ou mental; IV pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo. Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PAD) NA LEI Nº /1998 Disposições Gerais A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público estadual ou prática de infração funcional é obrigada a promover sua apuração imediata, mediante meios sumários (sindicância) ou processo administrativo disciplinar, no prazo de 10 dias, sob pena de se tornar co-responsável, assegurada ampla defesa ao acusado. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a identificação do denunciante e sejam formuladas por escrito, para fins de confirmação da autenticidade. Se o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia deverá ser arquivada por falta de objeto material passível de ensejar qualquer punição consignada nesta lei. As irregularidades e as infrações funcionais serão apuradas por meio de: I sindicância, quando os dados forem insuficientes para sua determinação ou para apontar o servidor faltoso ou, sendo este determinado, não for a falta confessada, documentalmente provada ou manifestamente evidente; II inquérito administrativo, quando a gravidade da ação ou omissão torne o autor passível das penas disciplinares de suspensão por mais de 30 dias, demissão, cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, ou ainda, quando na sindicância ficar comprovada a ocorrência de irregularidades ou falta funcional grave, mesmo sem indicação de autoria. Ou seja, a apuração poderá se dar mediante sindicância, da qual poderá resultar: a) arquivamento; b) penalidade; c) conversão em inquérito administrativo. Ou, a apuração poderá iniciar já com o inquérito administrativo, ou seja, já com o PAD propriamente dito

133 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello PAD (gênero) Sindicância PAD propriamente dito (Inquérito) - Quando dados e provas insuficientes para apontar a irregularidade e o servidor; ou - Acusação passível de penas de Repreensão ou Suspensão até 30 dias. -Quando passível das demais penalidades; ou - Quando na sindicância ficar comprovada a ocorrência de irregularidades ou falta funcional grave. Do Processo Disciplinar O processo administrativo disciplinar é o instrumento utilizado no Estado para apurar responsabilidade de servidor por irregularidade ou infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação direta com o exercício do cargo em que se encontre efetivamente investido. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de 3 servidores estáveis com formação superior, sendo pelo menos um com titulação em Ciências Jurídicas e Sociais, designados pela autoridade competente, que indicará, dentre eles, o seu presidente. O presidente da comissão designará, para secretariá-la, um servidor que não poderá ser escolhido entre os componentes da mesma. Os membros da comissão não deverão ser de hierarquia inferior à do indiciado, nem estarem ligados ao mesmo por qualquer vínculo de subordinação. Fases do processo disciplinar: I instauração, ocorrendo a partir do ato que constituir a comissão; II processo administrativo disciplinar, propriamente dito (inquérito administrativo), compreendendo a instrução, defesa e relatório; III julgamento. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias de cunho excepcional assim o exigirem

134 6. ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1. Concentração x Desconcentração / Centralização x Descentralização O DL 200/1967 dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal, promovendo uma descentralização e flexibilização administrativa. Porém, é extensível aos demais entes como norma geral. A Administração Federal compreende: Políticas (Adm. Direta) Tem competência legislativa - União; - Estados; - Municípios; - DF. Entidades Administrativas (Adm. Indireta) Não tem competência legislativa - Autarquia; - Fundação Pública; - Sociedade de Economia Mista; - Empresa Pública

135 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Concentração X Desconcentração Concentração Administrativa desempenho das atribuições administrativas por meio de órgão público sem divisão interna, ou seja, a ausência de distribuição de tarefas entre as repartições internas (algo raríssimo); Desconcentração Administrativa as atribuições são distribuídas entre órgãos públicos, mas dentro da mesma pessoa jurídica. X Centralização X Descentralização Centralização Administrativa estado desempenhando suas atribuições através de seus próprios órgãos e agentes da Administração Direta (U, E, M e DF); Descentralização Administrativa as competências são atribuídas a outra pessoa física ou jurídica (administração indireta ou para iniciativa privada). X ADMINISTRAÇÃO DIRETA U, E, DF, M Administração Indireta (por outorga) Iniciativa Privada (por delegação) - Autarquias; - Fundações Públicas; - Empresas Públicas; - Sociedade de Economia Mista. - Concessionárias; - Permissionárias; - Autorizatários. DESCONCENTRAÇÃO - Distribuição de competências entre órgãos de uma mesma pessoa jurídica. DESCENTRALIZAÇÃO - Distribuição de competências para uma nova pessoa jurídica. - Há hierarquia entre esses órgãos. - Não há hierarquia entre o que descentralizou e o ente descentralizado (há vinculação, não subordinação). - Os órgãos não têm personalidade jurídica, não podendo responder judicialmente, mas as respectivas pessoas jurídicas (U, E, M e DF) respondem. Ex.: Transferência de uma competência de um Ministério para uma Secretaria; ou prefeitura transfere competências para uma sub-prefeitura. - As entidades descentralizadas respondem juridicamente pelos prejuízos causados a terceiros. Ex.: Transferência dos serviços previdenciários para uma Autarquia (INSS); ou transferência da manutenção de uma rodovia para uma Concessionária (Pessoa Privada); 135

136 Afirmações trazidas em questões de concurso: A centralização consiste na execução das tarefas administrativas pelo próprio Estado, por meio de órgãos internos integrantes da administração direta. Diferentemente da descentralização, em que a transferência de competências se da para outra entidade, a desconcentração é processo eminentemente interno, em que um ou mais órgãos substituem outro, com o objetivo de melhorar e acelerar a prestação do serviço público. Em razão da complexidade das atividades incumbidas à administração pelas normas constitucionais e infralegais, existem, nos estados, diversas secretarias de estado com competências específicas, notadamente em função da matéria. Essa distribuição de atribuições denomina-se desconcentração administrativa. 2. Administração Direta Administração Direta (centralizada) O DL 200/1967 dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal, promovendo uma descentralização e flexibilização administrativa. Porém, é extensível aos demais entes como norma geral. A Administração Federal compreende: Administração Direta se constitui por órgãos da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Administração Indireta Autarquias (Ex. INSS, BACEN) Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI) Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios) Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás) Conceito: Administração direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, de atividades administrativas (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo). Algumas características: Composta pelos entes políticos União, Estados, Distrito Federal e Municípios; São pessoas jurídicas de direito público. Possuem competência legislativa e administrativa; Exigência de concurso público para ingresso de seus agentes; Quadro de pessoal composto por servidores estatutários; Obrigatoriedade de licitação para a aquisição de bens e serviços

137 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 3. Administração Indireta Administração Indireta (descentralizada) O DL 200/1967 dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal, promovendo uma descentralização e flexibilização administrativa. Porém, é extensível aos demais entes como norma geral. A Administração Pública compreende: Administração Direta se constitui por órgãos da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Administração Indireta Autarquias (Ex. INSS, BACEN) Fundações Públicas (Ex. IBGE, FUNAI) Empresas Públicas (Ex. CEF, Correios) Sociedades de Economia Mista (Ex. BB,Petrobrás) Conceito: Administração indireta é o conjunto pessoas jurídicas (desprovidas de autonomia política) que, vinculadas à administração direta, têm a competência para o exercício, de forma descentralizada, de atividades administrativas (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo). Obs.: nem toda entidades da A.I é criada para exercer funções administrativas ou serviço público, pois existem EP e SEM que são criadas para a exploração de atividades econômicas, conforme previsto na CF (art. 173). Algumas características: Composta pelos entes administrativos Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.; Possuem apenas competência administrativa; Possuem personalidade jurídica + capacidade judiciária; Criação e extinção dependem de lei; Em regra, sujeitam-se a licitação e concurso público. Relação de vinculação à Administração Direta (não há hierarquia ou subordinação) 137

138 Criação das Entidades da A.I. CF, art. 37, XIX somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Autarquia Empresa Pública Sociedade de Economia Mista Fundação Pública lei específica cria lei específica autoriza a criação (registro) lei complementar definirá area de atuação da FP CF, art. 37, XX depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada. Para criação de subsidiárias ou participação em empresa privada precisa de lei que autoriza, porém, de acordo com o STF, não é necessário que haja uma lei para cada caso, bastando uma autorização genérica. Outras entidades que integram a Administração Indireta: Agências Executivas (Lei 9.649/98) não é nova forma de entidade e sim uma qualificação que se dá a uma Autarquia ou Fundação, para que tenha maior autonomia; Agências Reguladoras (ex.: ANATEL, ANS, ANVISA) não é nova forma e sim uma espécie de Autarquia em regime especial, para que tenha maior estabilidade e independência; Consórcio Público ou Associação Pública (Decreto 6.017/2007 ex.: consórcio olímpico) quando vários entes da federação se juntam para um objetivo comum; não é nova forma de entidade, mas integra a A.I. quando tiver personalidade jurídica de direito público, neste caso, terá natureza Autárquica. Obs.: As Entidades Paraestatais NÃO integram a A.I. São pessoas privadas que colaboram com o Estado no desempenho de atividades de interesse público, sem fins lucrativos (ex.: SENAI, SESI, SESC, OSCIP)

139 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 3.1. Autarquias Autarquia Conceito: O DL 200/1967 define como Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. Autarquia é criada para cumprir uma função típica do Estado, como se fosse uma continuação do Estado. Algumas características da Autarquia: Criadas e extintas diretamente por lei (CF, art. 37, XIX), não precisando de registro; Possuem personalidade jurídica de direito público (se sujeitam ao regime jurídico de direito público têm as mesmas prerrogativas de Estado); Exercem atividades típicas de Estado; Em regra, sujeitam-se a licitação e concurso público. Trata-se de um serviço público personificado; Seus agentes são servidores públicos estatutários. Juízo competente (foro processual): Autarquia Federal Justiça Federal Autarquia Estadual ou Municipal Justiça Estadual Obs.: mesma regra da Fundação Pública. Espécies de autarquias: Autarquia Comum ou Ordinária não tem peculiaridades, sendo criadas com as características previstas no DL 200 (ex.: INSS). Errata: BACEN é autarquia sob regime especial ; Autarquia Sob Regime Especial quando há alguma peculiaridades além do previsto no regime comum ou ordinário da lei (ex.: agências reguladoras, como ANAC, ANATEL, ANS); Autarquia Fundacional é quando uma Fundação Pública é instituída diretamente por lei, com personalidade jurídica de direito público; Associação Pública (Consórcios públicos) (Decreto 6.017/2007 ex.: consórcio olímpico) integram a A.I. quando tiver personalidade jurídica de direito público, tendo natureza Autárquica

140 3.2. Fundações Públicas Fundação Pública Conceito: O DL 200/1967 define como Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. Algumas características das Fundações Públicas: Lei específica autoriza a criação e extinção, mas precisa de registro (CF, art. 37, XIX); Possuem personalidade jurídica de direito público ou de direito privado (dependendo da sua criação); Exercem funções sem fins lucrativos; Trata-se de um patrimônio público personificado; Seus agentes são servidores públicos estatutários. Personalidade Jurídica de direito público x privado: Fundação Pública Privada Lei cria P.J. Dir. Público Fundação Autárquica P. J. Dir. Privado Fundação Governamental Lei Autoriza criação 140

141 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Juízo competente (foro processual): Fundação Pública Federal Justiça Federal Fundação Pública Estadual ou Municipal Justiça Estadual Obs.: mesma regra da Autarquia Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista Empresa Pública x Sociedade de Economia Mista São as chamadas Empresas Estatais. Empresa Pública: O DL 200/1967 define como a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União (ou outro ente federativo tem que ser público), criado (autorizado) por lei para a exploração de atividade econômica (e/ou prestação de serviço público) que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. Sociedade de Economia Mista: O DL 200/1967 define como a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada (autorizada) por lei para a exploração de atividade econômica (e/ou prestação de serviço público), sob a forma de sociedade anônima (S.A.), cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União (ou outro ente federativo) ou a entidade da Administração Indireta. Algumas características comuns das EP e SEM: Lei específica autoriza a criação e extinção, mas precisa de registro (CF, art. 37, XIX); Possuem personalidade jurídica de direito privado (mas o regime jurídico é híbrido, segue regras de direito público e de direito privado); Exercem exploração de atividade econômica e/ou serviços públicos; Em regra, sujeitam-se a licitação (porém, as regras são mais flexíveis quando for exploradora de atividade econômica) e concurso público. Em regra, seus agentes são empregados públicos regidos pela CLT

142 Diferenças Empresa Pública Sociedade de Economia Mista Formação do capital Exclusivamente público! 100% do capital público (sendo possível a participação outros entes federativos ou da A.I.) Misto, sendo parte pública (maioria votante 50%+1) e parte privada. Forma societária Foro competente Qualquer forma societária (S.A., Ltda...) U = Justiça Federal E ou M = Justiça Estadual Obrigatoriamente S.A. SEM: U, E ou M = Justiça Estadual (STF se a União intervém da ação, desloca a competência para JF) EMPRESAS PÚBLICAS - Personalidade jurídica de direito privado - Qualquer forma societária. Finalidade: a) Prestação de serviço público; b) Exploração de atividade econômica. Capital: Exclusivamente público! SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA - Personalidade jurídica de direito privado - Obrigatoriamente S.A. Finalidade: a) Prestação de serviço público; b) Exploração de atividade econômica. Capital: Misto, sendo maioria pública e parte privada. Obs.: se não tiver capital privado, converte-se em empresa pública; se não for a maioria público, será uma empresa privada com participação estatal, que não integra a administração

143 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 5. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO 1. Disposições Gerais O Estado age por meio de seus agentes públicos, aos quais são conferidas prerrogativas diferenciadas, a serem utilizadas para o alcanças os seus fins: a satisfação dos interesses públicos. Esse conjunto de prerrogativas denomina-se Poderes Administrativos, ou seja, são instrumentos conferidos à Administração para o atendimento do interesse público. Por outro lado, por tutelarem interesses coletivos, são impostos aos agentes públicos alguns Deveres Administrativos. Há hipóteses e que os Poderes se convertem em verdadeiros Deveres, pois enquanto na esfera privada o Poder é mera faculdade daquele que o detém, na esfera pública representa um Dever do administrador para com os administrados. Segundo a doutrina, trata-se do chamado Poder-dever de agir, de forma que se o agente não agir, poderá responder por omissão. Poder-dever de Agir: O administrador público não tem apenas o poder, mas também o dever de agir, ou seja, ele tem por obrigação exercitar esse poder em benefício da coletividade, sendo esse poder irrenunciável. Segundo Hely Lopes Meirelles: Se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o administrador público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em benefício da comunidade. É que o Direito Público ajunta ao poder do administrador o dever de administrar. Em sendo um poder-dever, a omissão da autoridade ou o silêncio administrativo resultará em responsabilização do agente omisso. 2. Deveres do Administrador Público: 143

144 Dever de Probidade O dever de probidade é considerado um dos mais importantes. Significa que a conduta do agente, além de estar pautada na Lei, deve ser honesta, respeitando a noção de moral administrativa e também da própria sociedade. A própria Constituição faz referência à probidade no 4º, art. 37: Os atos de improbidade importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Lei 8.429/92 (chamada Lei de Improbidade Administrativa) dispõe sobre atos de improbidade administrativa. Dever de Prestar Contas O administrador faz a gestão de bens e interesses alheios (bens e interesses públicos), tendo, portanto, o dever de prestar contas do que realizou a toda coletividade. Esse dever abrange não apenas os agentes públicos, mas a todos que tenham sob sua responsabilidade dinheiros, bens, ou interesses públicos, independentemente de serem ou não administradores públicos. Segundo Hely Lopes Meirelles: a regra é universal: quem gere dinheiro público ou administra bens ou interesses da comunidade deve contas ao órgão competente para a fiscalização. Dever de Eficiência A Eficiência foi elevada a à categoria de Princípio Constitucional de Administração Pública com a Emenda Constitucional 19/1998, impondo que cabe ao agente público realizar suas atribuições com presteza, celeridade, perfeição e rendimento funcional. O administrador deve buscar, além da quantidade, a qualidade. 3. Poderes do Administrador Público 144

145 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Poder Vinculado Também chamado de regrado, é o poder conferido pela lei à Administração para a prática de ato de sua competência, mas com pré-determinação dos elementos e requisitos necessários a sua formalização, ou seja, é aquele nos quais a liberdade de atuação do agente é mínima ou inexiste. Portanto, o poder vinculado difere-se do poder discricionário, pois neste há maior liberdade de atuação da Administração. Para alguns autores, a idéia de poder é contraditória nesse caso, já que o administrador está limitado a respeito dos elementos que compõem o ato (competência, finalidade, forma, motivo e objeto), não gozando de liberdade. Poder Discricionário É o poder conferido à Administração que, embora deva estar de acordo com a lei, confere uma maior liberdade ao Administrador, que poderá adotar uma ou outra conduta de acordo com a conveniência e oportunidade, ou seja, a Lei faculta ao administrador a possibilidade de escolher as entre as condutas possíveis, a qual deve estar de acordo com o melhor atendimento do interesse público. Não se pode confundir discricionariedade com arbitrariedade ou livre arbítrio, pois a Administração Pública, ao revés dos particulares de modo geral, só pode fazer aquilo que a Lei lhe determina ou autoriza. Arbitrariedade é, para a Administração Pública, sinônimo de ilegalidade; enquanto o livre arbítrio é a possibilidade de fazer o que bem entender, conduta que também não é permitida por estar o administrador restrito à legalidade. José dos Santos Carvalho Filho: conveniência e oportunidade são os elementos nucleares do poder discricionário. A primeira indica em que condições vai se conduzir o agente; a segunda diz respeito ao momento em que a atividade deve ser produzida. Registre-se, porém, que essa liberdade de escolha tem que se conformar com o fim colimado na lei. Poder Regulamentar (ou Normativo) É o poder conferido aos chefes do Executivo para editar decretos e regulamentos com a finalidade de permitir a efetiva implementação da Lei. Enquanto as Leis são criadas no âmbito do Poder Legislativo, a Administração Pública poderá criar esses decretos e regulamentos para complementá-las, aos quais não podem contrariar, restringir ou ampliar as disposições da Lei. Incumbe à Administração, então, complementar as Leis, criando os mecanismos para sua efetiva implementação (Ex.: Lei x Decreto 5.707). De acordo com a Constituição Federal Art.84. Compete privativamente ao Presidente da República: IV sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;. Em decorrência do princípio da simetria constitucional, os Chefes de Executivos dos Estados possuem a mesma prerrogativa. Outras autoridades, como os Ministros, podem editar atos normativos (inc. II, único, art. 87, CF), bem como entidades (ex.: agências reguladoras)

146 Poder Hierárquico A hierarquia é inerente ao Poder Executivo. No âmbito do Poder Legislativo ou Judiciário, onde ocorra o desempenho de função administrativa (atividade atípica desses poderes), poderá haver hierarquia; porém, em relação às funções típicas exercidas pelos membros desses dois poderes (legislativa e jurisdicional) não há hierarquia entre seus membros (parlamentares e membros da magistratura). O poder hierárquico tem íntima relação com o poder disciplinar e objetiva ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas no âmbito interno da Administração. É através do poder hierárquico que a Administração escalona a função de seus órgãos, revê a atuação de seus agentes e estabelece a relação de subordinação entre seus servidores. Nas relações hierárquicas há vínculo de subordinação entre órgãos e agentes. Poder Disciplinar O Poder Disciplinar é o exercido pela Administração para apurar as infrações dos servidores e das demais pessoas que ficarem sujeitas à disciplina administrativa. Decorre do escalonamento hierárquico visto anteriormente, ou seja, se ao superior é dado poder de fiscalizar os atos dos seus subordinados, por óbvio que, verificando o descumprimento de ordens ou normas, tenha a possibilidade de impor as devidas sanções previstas para aquela conduta. Portanto, o Poder Disciplinar afeta a estrutura interna da Administração. Hely Lopes Meirelles conceitua o Poder Disciplinar como faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. Muito embora Hely se refira a poder como uma faculdade, importante salientar que não se trata de uma decisão discricionária da autoridade, já que diante de uma irregularidade, o agente tem o poder-dever de agir, ou seja, é obrigado a apurar e apenas o infrator. Exemplificando, estabelece o art. 143 da Lei 8.112/90: A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover sua apuração imediata.... Já em relação à penalidade a ser aplicada, em razão de adotarmos a chamada tipicidade aberta, há uma margem discricionária para que a Administração decida, de acordo com as circunstâncias, natureza ou gravidade de cada infração, a pena que irá aplicar, desde que observando o princípio da adequação punitiva (que seja aplicada uma pena adequada para a infração). Poder de Polícia O Código Tributário Nacional CTN, conceitua Poder de Polícia, dispondo em seu art. 78 que: considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, 146

147 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Poder de Polícia, portanto, é a atividade do Estado que limita os direitos individuais em benefício do interesse público, ou seja, é o mecanismo de frenagem de que dispõe a Administração Pública para conter os abusos do direito individual (Hely Lopes Meirelles). O interesse público está relacionado com a segurança, moral, saúde, meio ambiente, consumidor, propriedade, patrimônio cultural. Polícia Administrativa e Judiciária O poder de polícia do Estado pode ocorrer em duas áreas: na administrativa, feita pelos órgãos administrativos, atuando sobre as atividades do indivíduos (ex.: fiscalização da atividade de comércio); na judiciária, executada pelos órgãos de segurança, atuando sobre o indivíduo que poderia cometer algum ilícito penal (ex.: polícia civil de um estado). Em regra, a polícia administrativa exerce atividade preventiva, enquanto a polícia judiciária exerce atividade repressiva. Competência para Exercício A princípio, o critério para determinação de competência para o exercício do Poder de Polícia é o que diz respeito ao poder de regular a matéria, o qual, por sua vez, arrimase no princípio de predominância do interesse. Para Hely Lopes Meirelles: os assuntos de interesse nacional ficam sujeitos à regulamentação e policiamento da União; as matérias de interesse regional sujeitamse às normas e à polícia estadual; os assuntos de interesse local subordinam-se aos regulamentos edilícios e ao policiamento administrativo municipal. Atributos ou Características Os atributos costumeiramente apontados pela doutrina no que se refere aos atos resultantes do exercício regular do poder de polícia são 3: discricionariedade (livre escolha de oportunidade e conveniência); auto-executoriedade (decidir e executar diretamente sua decisão sem a intervenção do Judiciário); coercibilidade (imposição coativa das medidas adotas pela Administração)

148 Sanções decorrentes do Poder de Polícia As sansões são impostas pela própria Administração em procedimentos administrativos compatíveis com as exigências do interesse público, respeitando a legalidade da sanção e a sua proporcionalidade à infração. Exemplificando, podemos citar as seguintes sanções administrativas, em decorrência do exercício do Poder de Polícia: as multas, a interdição de atividades, demolição de construções irregulares, inutilização de gêneros, apreensão de objetos. 4. Uso e Abuso de Poder No Estado Democrático de Direito, a Administração Pública deve agir sempre dentro dos limites de suas atribuições, em consonância com o direito e a moral, com respeito aos direitos dos administrados. No entanto, se o administrador extrapolar os limites de suas competências ou se utilizar das suas atribuições para fins diversos do interesse público, teremos o chamado abuso de poder. O abuso de poder pode se manifestar de duas formas: a) Excesso de Poder quando o gestor atua fora dos limites de suas competências, exercendo atribuições que não são de sua competência; b) Desvio de Poder quando o gestor exerce suas competências, mas para alcançar finalidade diversa da definida em lei

149 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello 6. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO 1. Conceitos É o poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico (Maria Sylvia Di Pietro) O conjunto de instrumentos que o ordenamento jurídico estabelece a fim de que a própria administração pública, os Poderes Judiciário e Legislativo, e ainda o povo, diretamente ou por meio de órgãos especializados, possam exercer o poder de fiscalização, orientação e revisão da atuação administrativa de todos os órgãos, entidades e agentes públicos, em todas as esferas de Poder (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo) O DL 200/1967 (disciplina a administração pública Federal, mas é aplicável de forma geral) traz o controle como um dos princípios fundamentais da administração pública. 2. Classificação e espécies de controle 2.1. Quanto à natureza do controlador Controle Administrativo ou Executivo Controle Legislativo ou Parlamentar Controle Judiciário ou Judicial A própria administração controlando a atuação dos seus agentes. O Legislativo controlando os atos e agentes do Poder Executivo. Realizado pelo poder Judiciário quando se tratar de atos ilegais Quanto a origem ou órgão que a realiza Controle Interno Controle Externo Realizado dentro de um mesmo Poder em relação aos seus próprios atos, seja através de órgãos específicos de controle ou mesmo o controle que a administração direta exerce sobre a administração indireta do mesmo Poder (Ex.: o controle exercido pelas chefias sobre seus subordinados dentro de um órgão). É o controle exercido por um dos Poderes sobre os atos administrativos praticados por outro Poder (Ex.: quando o judiciário anula um ato ilegal do Executivo)

150 Controle Popular É o controle realizado pelo povo, diretamente ou através de órgãos com essa função. Pelo princípio da indisponibilidade do interesse público, a CF prevê diversos mecanismos para que o administrado possa verificar a regularidade da atuação da administração (Ex.: CF, art. 74, 2º qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União) Quanto ao momento que o controle é realizado Controle Prévio (ou Preventivo) Controle Concomitante Controle Posterior (ou Subsequente) Praticado antes da prática do ato (Ex.: a aprovação, pelo Senado Federal, da escolha dos Ministros de tribunais superiores) Praticado durante a realização do ato (Ex.: fiscalização, pelos agente públicos, de obras públicas em execução). É o controle após a prática do ato, com o objetivo de confirmálo ou corrigi-lo (Ex.: aprovação, revogação, anulação ou convalidação de uma ato) Quanto ao aspecto controlado Controle de Legalidade ou Legitimidade Controle de Mérito Verifica-se se o ato foi praticado em conformidade com o ordenamento jurídico. Tal controle pode ser feito pelo Poder Judiciário ou pela própria Administração, em razão do princípio da autotutela. (Ex.: quando o Judiciário anula um ato administrativo através de um mandado de segurança) Praticado apenas pela própria Administração em relação aos seus próprios atos. Trata-se de caso de revogação por inconveniência ou inoportunidade (Ex.: desativação de um equipamento obsoleto). 3. Controle Administrativo Trata-se do controle que a própria Administração faz em relação aos seus atos, derivado do seu poder de autotutela. Lembrando que esse controle ocorre também dentro dos Poderes Judiciário e Legislativo, em relação aos seus próprios atos administrativos. Controle administrativo é o controle interno, fundado no poder de autotutela, exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos administrativos dos Poderes Legislativo e judiciário sobre suas próprias condutas, tendo em vista aspectos de legalidade e de mérito administrativo (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo). Esclarecendo: Anulação e revogação decorrem do Princípio da Autotutela

151 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Revogação é a invalidação de ato legal e eficaz, que pode ser realizado apenas pela Administração, quando entender que o mesmo é inconveniente ou inoportuno (mérito), com efeitos não retroativos (ex nunc). Anulação é a invalidação de um ato ilegítimo, que poderá se dar pela Administração ou pelo Poder Judiciário (efeitos retroativos ex tunc). Conclui-se que, em relação aos atos administrativo, a Administração pode ANULAR ou REVOGAR, porém, o Poder Judiciário pode apenas ANULAR. Obs.: Excepcionalmente, o Poder Judiciário pode revogar ato administrativo em razão de mérito (conveniência ou oportunidade) quando se tratar de revogação de seus próprios atos (controle administrativo)! Vejamos alguns dos instrumentos de controle administrativo: a) Direito de Petição Faculdade dada a qualquer pessoa para formular aos órgãos públicos qualquer tipo de postulação, defendendo direito próprio ou de terceiro (ex.: art. 167 da Lei /94); b) Fiscalização Hierárquica Feita pelos agentes hierarquicamente superiores em face aos seus subordinados; c) Controle Ministerial Exercido pelo Ministérios sobre os órgãos da administração direta e sobre as pessoas da administração indireta (DL 200/67); d) Controle Social Controle feito pelo povo, seja um cidadão ou segmentos da sociedade; e) Instrumentos Legais de Controle Legislações que trazem limites aos órgãos e agentes públicos (ex.: LC 101/200 Lei de Responsabilidade Fiscal); 151

152 f) Recursos Administrativos São formas de controle pelas quais o interessado busca uma modificação/revisão de certo ato administrativo (Ex.: recurso previsto na Lei 9.784/99); g) Representação Administrativa Instrumento pelo qual a pessoa pode denunciar irregularidades, ilegalidades, condutas abusivas dos agentes ou órgãos públicos, com a finalidade de que seja apurada a regularização do ato (aqui não se defende direito próprio ou de terceiro, apenas se denuncia ilegalidades ou irregularidades para que a Administração tome as providências); h) Reclamação Administrativa Segundo Maria Sylvia Di Pietro é o ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor público, deduz uma pretensão perante a Administração Pública, visando obter o reconhecimento de um direito ou a correção de um ato que lhe cause lesão ou ameaça de lesão. O recorrente é o interessado direto. i) Pedido de Reconsideração Pedido formulado à própria autoridade emitiu o ato, a fim de que reconsidere sua decisão; j) Revisão do Processo Direito dado ao servidor público de revisar processo no qual tenha siso punido pela Administração, caso surjam novos fatos suscetíveis de provar sua inocência; k) Recurso Hierárquico Pode ser próprio (encaminhado à autoridade imediatamente superior, dentro do mesmo órgão, decorrente da hierarquia) ou pode ser impróprio (encaminhado para autoridade de outro órgão, nos casos de expressa permissão legal). 4. Controle Legislativo Trata-se do controle que o Poder Legislativo exerce sobre todos os demais Poderes. Entretanto, se o Poder Legislativo exerce o controle sobre seus próprios atos administrativos, trata-se de controle interno; se exercer controle em face dos atos dos Poderes Executivo ou Judiciário, trata-se de controle externo, ou seja, neste caso há o controle administrativo (analisado anteriormente). Portanto, por controle Legislativo, entende-se aquele externo, que o poder Legislativo exerce sobre o Poder Executivo e Judiciário (em relação às funções administrativas)

153 DPE-RS (Técnico - Área Administrativa) Noções de Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello O Controle Legislativo é limitado às hipóteses expressamente autorizadas pela Constituição Federal e está pautado em dois critérios: a) Controle político que é exercido pessoalmente pelos parlamentares, nas hipóteses expressamente previstas na CF; b) Controle financeiro fiscalização contábil, financeira e orçamentária exercida com o auxilio dos Tribunais de Contas: Tribunal de Contas da União (TCU), Tribunal de Contas dos Estados (TCEs), Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) e Tribunais de Contas dos Municípios (TCMs) Controle Judicial É o controle realizado pelos órgãos do Poder Judiciário, no desempenho de sua atividade jurisdicional, sobre os atos administrativos do Poder Executivo, bem como sobre os atos administrativos do Poder Legislativo e do próprio Poder Judiciário. Trata-se de um controle judicial sobre atos administrativos de quaisquer dos Poderes. O controle judicial analisa exclusivamente controle de legalidade, não sendo permitido que faça juízo de mérito sobre atos administrativos. Vejamos as ações judiciais mais importantes no controle judicial: a) Habeas Corpus (art. 5º, LXVIII, CF); b) Mandado de Segurança (individual ou coletivo art. 5º, LXIX e LFF, CF e Lei nº /2009); c) Habeas Data (art. 5º, LXXII, CF); d) Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI, CF); 153

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