Pós-Graduação em Direito do Consumidor Módulo I Introdução ao Código de Defesa do Consumidor
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- Derek Fortunato
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1 AULA 16 QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS: da prevenção e da reparação dos danos Pós-Graduação em Direito do Consumidor Módulo I Introdução ao Código de Defesa do Consumidor 1
2 Parte introdutória do Código de Defesa do Consumidor Artigos 1º ao 7º Parte dispositiva do Código de Defesa do Consumidor Artigos 8º ao 11 - Proteção à saúde e segurança do consumidor 2
3 Regra geral: Os produtos e serviços não podem acarretar riscos à saúde ou segurança dos consumidores. EXCEÇÃO: Produtos e serviços que, em razão da natureza e fruição, podem acarretar riscos à saúde ou segurança dos consumidores, no entanto, o fornecedor é obrigado a dar informações necessárias e adequadas. Exemplos: medicamentos e alimentos. 3
4 O fornecimento de produtos ou serviços nocivos à saúde ou comprometedores da segurança do consumidor é responsável pela maior parte dos designados acidentes de consumo, infortúnio que prosperou após o advento da produção e do consumo em massa e que fica sujeito à sanções civil, administrativa e penal. Exemplos: falha mecânica, ruptura de implante mamário, ingestão de alimento estragado etc. 4
5 AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. Acidente de Consumo. Prótese de silicone. Ruptura do implante mamário três anos e meio após a cirurgia. Aplicação da Lei Consumerista ao caso. Responsabilidade civil objetiva (artigo 12, do CDC). Dano e nexo de causalidade constatados. Dano moral configurado. Arbitramento em valor razoável, que deve ser mantido. Sentença de procedência dos pedidos que deve ser mantida, porquanto correta sua análise dos fatos e fundamentos. RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSP; Apelação Cível ; Relator (a): Carmen Lucia da Silva; Órgão Julgador: 25ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional XV - Butantã - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 28/02/2019; Data de Registro: 01/03/2019) 5
6 A responsabilidade por vícios de informação pode ser atribuída, excepcionalmente, aos demais partícipes do processo distributivo dos medicamentos em geral (farmácias, drogarias, hospitais e médicos) quando tenham induzido em erro o consumidor, desvirtuando as informações sobre sua utilização e riscos prestadas pelos respectivos fabricantes. A hipótese é de exclusão de responsabilidade do fabricante, por culpa exclusiva de terceiros, nos termos do art. 12, 3º, inc. III, do CDC. 6
7 Exemplos de segurança dos consumidores: construções, edificações em geral, fogos de artifício etc. Observação: a saúde e a segurança dos consumidores estão indicadas nos artigos 8º a 25 do Código de Defesa do Consumidor. 7
8 INDENIZAÇÃO. Danos morais, materiais e lucros cessantes. Acidente envolvendo lançamento de fogos de artifício. Vítima que perdeu parte de dedos das mãos, além de ter sensivelmente reduzida a funcionalidade dos membros. Erro no uso do produto. Instruções de uso na embalagem claras, legíveis e em destaque, advertindo que os rojões deveriam ser lançados com o uso de uma base de plástico que acompanhou o produto. Consumidor, contudo, que realizou o lançamento segurando com a mão, auxiliado por um cabo de madeira. Laudo pericial, por outro lado, atestando que o acidente somente atingiria a gravidade que se verificou nos autos, se além do uso equivocado, o produto estivesse defeituoso. Culpa concorrente verificada. Indenização por danos morais fixada em R$ ,00, o que se mantém. Lucros cessantes que não podem ser reconhecidos, já que não foi trazida aos autos prova mínima a esse respeito. Art. 333, I do CPC. Danos materiais, por fim, comprovados e que devem ser rateados à proporção de 50% entre as partes. Parcial provimento do recurso do consumidor apenas quanto à reparação material, ficando desprovido o da empresa. (TJSP; Apelação Cível ; Relator (a): Teixeira Leite; Órgão Julgador: 4ª Câmara de Direito Privado; Foro de Jales - 2ª. Vara Judicial; Data do Julgamento: 11/12/2014; Data de Registro: 15/12/2014) 8
9 O fabricante de produto industrial deve prestar informações ao consumidor por meio de impressos apropriados que devam acompanhar o produto. 9
10 O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensílios no fornecimento de produtos ou serviços e informar, de maneira ostensiva e adequada sobre o risco de contaminação. 10
11 Apelação Ação de Indenização por Danos morais Vestígios de fezes de roedores encontrados em embalagem de erva doce, de fabricação da ré, adquirida pelos autores A prova coligida aos autos deu conta de que o produto comercializado pela ré apresenta indícios de contaminação, o que dá conta de riscos à saúde do consumidor. Empresa ré que não logrou demonstrar séria e concludentemente que o produto por ela ofertado no mercado de consumo atendia aos padrões de higiene e segurança alimentar vigentes naquele momento, negligenciando a oportunidade de produzir prova pericial Danos Morais configurados A situação vivenciada pelos consumidores é capaz de gerar dano moral indenizável, consistente no sentimento de asco, repugnância; em suma, no abalo psíquico causado pela angústia e incerteza decorrentes da ingestão alimento contaminado Indenização Majoração Necessidade Valor fixado não está em consonância com o princípio da razoabilidade. Sentença mantida por seus próprios fundamentos, nos termos do art. 252 do RITJSP, exceto em relação à indenização por danos morais, que, in casu, deve ser majorada Recurso dos autores parcialmente provido Recurso adesivo da ré improvido. (TJSP; Apelação Cível ; Relator (a): Neto Barbosa Ferreira; Órgão Julgador: 29ª Câmara de Direito Privado; Foro de Itu - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 26/09/2018; Data de Registro: 26/09/2018) 11
12 Artigo 9º do Código de Defesa do Consumidor - Riscos potenciais de produtos e serviços Bebidas alcoólicas Fogos de artifício Dedetização de prédios Demolição de prédios 12
13 O artigo 9º, 2º, do CDC afirma que a informação deve ser ostensiva e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação. 13
14 A informação ostensiva é aquela que se exterioriza de forma tão manifesta e translúcida que uma pessoa, de inteligência mediana, não tem como alegar ignorância ou desinformação. Ostensivo é algo para ser mostrado ou visto. 14
15 A informação adequada é uma forma apropriada e completa; presta todos os esclarecimentos necessários ao uso ou consumo do produto ou serviço. 15
16 CONTRATO - Compra e venda de imóvel em construção - Publicidade enganosa por omissão - Danos materiais e morais - Falta de informação clara, precisa e ostensiva acerca das qualidades essenciais da unidade adquirida pela autora - Decadência afastada - Pretensão condenatória que se sujeita ao prazo prescricional geral de dez anos - Teoria do Diálogo das Fontes - Caixa de passagem elétrica do empreendimento construída em área privativa - Frustração de legítimas expectativas da autora - Rés que não cumpriram adequadamente o dever de informação - Laudo pericial que concluiu que a existência da caixa de passagem em área privativa desvaloriza o imóvel - Necessidade de manutenção preventiva - Instalação da caixa em área privativa da unidade que poderia ter sido evitada - Indenização por dano material devida - Valor de desvalorização apurado em perícia - Dano moral configurado - Publicidade enganosa - Valor arbitrado de forma razoável e proporcional - Sentença mantida - Recurso desprovido. (TJSP; Apelação Cível ; Relator (a): Luiz Antonio de Godoy; Órgão Julgador: 1ª Câmara de Direito Privado; Foro de Limeira - 4ª Vara Cível; Data do Julgamento: 15/10/2018; Data de Registro: 15/10/2018) 16
17 O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que apresenta alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança do consumidor. 17
18 Se o fornecedor colocar no mercado de consumo produto ou serviço que, posteriormente, apresente periculosidade, deverá comunicar imediatamente as autoridades competentes e os consumidores por meio de anúncios publicitários. 18
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