Grupo de Trabalho da Qualidade de Energia Elétrica (GT-QEE) Relatório da Reunião n.º 7

Transcrição

1 Grupo de Trabalho da Qualidade de Energia Elétrica (GT-QEE) Relatório da Reunião n.º 7 Dia: 25 de setembro de 2015 Hora: 10h00 a 12h00 Local: ERSE, Rua Dom Cristóvão da Gama 1, Lisboa Participantes: (Ver lista em anexo) Resumo da Reunião: A reunião do grupo de trabalho iniciou-se com a intervenção do Prof. Jorge Esteves que agradeceu a presença de todos os participantes. Apresentou um resumo dos novos tema que surgiram na sequência do seminário de lançamento da campanha A qualidade de serviço cabe a todos - sensibilização sobre a partilha de responsabilidades na qualidade de serviço técnica" realizado no dia 2 de junho, nomeadamente o envolvimento de novos parceiros no protocolo. Seguidamente, referiu que a reunião tinha em vista analisar os seguintes temas: 1) Apresentação do artigo Voltage Sags Tolerance and Responsibility curves Prof. Teresa Correia de Barros 2) Desenvolvimento do n.º9 do artigo 43.º do RQS o Certificação dos equipamentos dos clientes Calibrados e selados; o Envolvimento do IEP como entidade certificadora; 3) Ações a desenvolver em parceria para a prossecução da iniciativa "Sensibilização para a Manutenção de Postos de Transformação de Cliente". (Dinamização ERSE) 4) Participação na Sessão do Colégio de Eletrotecnia da Ordem dos Engenheiros no dia 20 de novembro; 5) Planeamento de ações com as entidades que assinaram o protocolo (dinamização da ERSE) Na sequência da apresentação da agenda da reunião, o Eng.º Jorge Mendonça e Costa referiu que, na sequência da última reunião, tinha sido preparada uma

2 apresentação, sobre o impacto das cavas nas indústrias associadas da APIGCEE. Sugerindo a realização desta apresentação no decorrer da reunião. Sugestão que foi aceite por todos os presentes. A Prof.ª Teresa Correia de Barros realizou uma apresentação da qual se destaca os seguintes temas: o Curva de partilha de responsabilidade para cavas de tensão e sobretensões, análise das normas NP EN vs EN e EN Proposta de definição de diferentes curvas de responsabilidade de acordo com o número de fases envolvidas em cada cava de tensão. o Existência de eventos de tensão que, não reunindo características para serem classificadas como interrupções, apresentam uma tensão residual e duração equivalente que poderá não permitir o reporte desse evento no atual quadro da NP EN o As cavas registadas numa determinada rede pelo operador de rede, podem ter origem noutra rede. Nessas situações, a utilização de uma curva de partilha de responsabilidades implica a análise dos registos do SCADA, para apuramento da origem da cava de tensão em causa. No fim da apresentação o Eng.º Pedrosa de Barros introduziu a perspetiva da ANACOM no tema da qualidade de energia. Referiu que, face à elevada interdependência dos dois sistemas, deverá ser aprofundado o relacionamento e a interação entre os operadores das redes de telecomunicações e os operadores das redes elétricas. O Eng.º Fernando Pimenta iniciou o debate sobre os temas da apresentação da Prof.ª Teresa Correia de Barros, afirmando que é importante analisar as cavas tendo em conta a sua origem, não se deve analisar apenas profundidade e duração das cavas, devendo analisar-se também as causas e os tipos de cavas para se poder direcionar melhor as necessidades de investimento. A partilha de informação e o seu conteúdo é muito importante, nesse sentido, têm sido desenvolvidos trabalhos nomeadamente na REN, sobre a tipificação das cavas, de forma a identificar as responsabilidades, tendo em conta a propagação das cavas para as outras redes. Na sequência do debate o Eng.º Ferreira Pinto destacou a importância da apresentação realizada, que na sua opinião expôs outra visão sobre este tema já debatido no seio do grupo. Salientou que na apresentação foi destacado que a origem das cavas é importante mas o tipo de rede também é importante. Na ótica do operador da rede, a configuração da rede é bastante importante na discussão deste tema, destacando que o tipo de sistema elétrico também tem impacto no tipo de cavas. Os

3 sistemas de proteção têm sido o grande enfoque da EDP Distribuição bem como a ligação às infraestruturas de comunicações. A EDP Distribuição referiu que, pela sua experiência, a exposição de um cliente a cavas é inerente à tipologia da rede e ao local de ligação desse cliente à mesma rede. Assim, a escolha do equipamento para imunização deverá ter em conta os equipamentos da rede que influenciam o tipo de cavas que possam ocorrer. A experiência demonstra que investimentos no mesmo tipo de equipamentos e sistemas de proteções pode ter efeitos diferentes em função da situação geográfica. O Eng.º Luís Perro destacou a importância das curvas de tensão características dos defeitos para estabelecer os requisitos na ligação de aerogeradores e de outros módulos de produção de energia. De acordo com os requisitos estabelecidos no novo código de rede recentemente aprovado a nível europeu intitulado RfG - Requirements for Generators, todos os módulos de produção de energia que se venham a ligar no futuro a um nó de rede com tensão superior a 110kV, deverão permanecer em serviço perante defeitos que originem uma tensão nula aos seus terminais durante um tempo que poderá vir a ser definido até 250ms. Foi também referido o facto das novas tecnologias de geração, muito dependentes de equipamento de eletrónica de potência, apresentarem uma capacidade limitada de injeção de corrente de curto-circuito, o que poderá originar uma maior propagação/espalhamento das cavas de tensão na rede. Por fim, foi destacado que pela experiência da REN e tal como foi apresentado, as cavas de tensão com origem em redes rurais apresentam uma maior profundidade comparativamente a uma rede urbana dado serem constituídas maioritariamente por linhas aéreas e por conseguinte expostas a fenómenos naturais, nomeadamente descargas atmosféricas. O Eng.º Mesquita de Sousa salientou a gravidade de existirem cavas que não são reportadas e afirmou que, da sua experiência, cerca de 50% das perturbações deste tipo têm origem na rede de distribuição. Referiu ainda a importância que este tema tem para as instalações industriais. A Eng.ª Andreia Leiria interveio para referir que são poucas as cavas de tensão que não são reportadas e que o tipo de defeito que dá origem a essas cavas são raros pois, de acordo com a definição, podem ser classificados como uma interrupção. Foi salientado que de acordo com o exemplo apresentado apenas se registou 3 cavas deste tipo num ano e apenas para a rede rural. Por fim, destacou que a possível falha de registo terá origem regulamentar, sendo esse o único motivo pelo qual as cavas não são reportadas.

4 O Eng.º António Blanco referiu que o tipo de defeito que origine que a tensão equivalente baixe a 5 % é muito raro e tem pouca relevância para a perspetiva da qualidade da energia. Tendo em conta os temas em discussão, o Eng.º Jorge Esteves esclareceu que, de acordo com a tabela estabelecida na norma NP 50160:2010, todas as cavas são reportadas. O Eng.º António Cavalheiro referiu que o tema é importante e deve ser discutido com mais detalhe. Na sua perspetiva, não é apenas importante documentar e detalhar a informação sobre a identificação das cavas e das causas, mas sim o que os operadores de rede fazem com essa informação. Por outro lado, considerou que não se deve centrar a discussão na responsabilidade mas sim na causa e que os operadores também são importantes na partilha dessa informação e nas soluções para esses problemas. Na sequência da intervenção do Eng.º António Cavalheiro, o Eng.º Ferreira Pinto apresentou a disponibilidade para apresentar casos de estudo de indústrias, que em conjunto com a da EDP Distribuição conseguiram imunizar a sua unidade fabril e ainda, demonstrar a importância que a localização dos clientes na rede tem para este tema. A reunião prosseguiu com a apresentação do Eng.º Jorge Mendonça e Costa sobre as consequências das cavas na atividade dos consumidores industriais. Como base desta apresentação está uma recolha de informação realizada junto dos associados APIGCEE que teve em conta o impacto das cavas de tensão nas interrupções no processo produtivo. Este impacto foi medido em termos de número de horas de interrupção do processo produtivo e dos custos diretos que lhes estão associados. Após a apresentação, seguiu-se um período de debate, do qual se destacam algumas propostas de informação adicional que seria importante recolher e propostas de melhoria à forma como a informação estava a ser reportada. Neste âmbito, o Eng.º Francisco Gonçalves propôs que uma das informações adicionais a recolher fosse a dimensão do investimento dos consumidores associados da APIGCEE em imunização, com o objetivo de destacar a relevância deste aspeto. O Eng.º Jorge Mendonça e Costa comprometeu-se a recolher mais informação sobre o tema junto dos associados da APIGCEE para que na próxima reunião possa fazer uma atualização da apresentação realizada.

5 Por último, ficou agendada a próxima reunião deste grupo de trabalho para o dia 27 de novembro 1, às 10 horas, nas instalações da ERSE. 1 Por dificuldades de agenda, a ERSE propõe que a próxima reunião se realize no dia 11 de dezembro.

6 ANEXO Lista de participantes na reunião de 25 de setembro de 2015 ERSE: Jorge Esteves Sérgio Faias Neuza Costa Susana Dias Hugo Pousinho

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