Leandro Parra Rodrigues Cruz. Estudo da tradução de colocações especializadas na área de Exportação e Agronegócios baseado em um corpus paralelo

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1 0 Leandro Parra Rodrigues Cruz Estudo da tradução de colocações especializadas na área de Exportação e Agronegócios baseado em um corpus paralelo Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista, Câmpus de São José do Rio Preto, para obtenção do título de Mestre em Estudos Linguísticos (Área de Concentração: Linguística Aplicada) Orientadora: Profa. Dra. Diva Cardoso de Camargo Co-orientadora: Profa. Dra. Adriane Orenha-Ottaiano São José do Rio Preto 2014

2 1

3 2 Banca examinadora Titulares Profa. Dra. Diva Cardoso de Camargo UNESP São José do Rio Preto Orientadora Profa. Dra. Marilei Amadeu Sabino UNESP São José do Rio Preto Prof. Dr. Odair Luis Nadin da Silva UNESP - Araraquara Suplentes Profa. Dra. Ivanir Azevedo Delvizio UNESP - Rosana Profa. Dra. Paula Tavares Pinto Paiva UNESP São José do Rio Preto São José do Rio Preto 26/fevereiro/2014

4 3 Dedico este trabalho aos meus pais, Osvaldo e Solange.

5 4 AGRADECIMENTOS Ao CCLi pelo intenso preparo ao qual fui submetido, a fim de entrar no curso de mestrado. À Silvia Emiko e demais funcionários da Seção de Pós-Graduação pela atenção e profissionalismo. À CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, financiadora da presente investigação, pela bolsa de Mestrado. À Fátima, Edson, Arlete, Elisangela, Karina, Kátia, George e Walkiria pelo companheirismo e sugestões que me deram no decorrer das disciplinas. Aos professores das disciplinas cursadas durante o curso de mestrado, por meio das quais aprendi coisas fundamentais para a minha vida acadêmica e profissional. Ao Prof. Dr. Lauro Maia Amorim e a Profa. Dra. Erika Nogueira Stupiello, meus professores na graduação, pela boa vontade em me ajudar. À Profa. Dra. Andreia Regea pela delicadeza e receptividade dispensadas a mim para a realização do estágio na União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago). À Profa. Esp. Joséli Cunha pela simplicidade e amabilidade ao me receber durante o estágio em sua disciplina. À minha psicóloga Simone Farhate por me ajudar a superar os momentos difíceis e recuperar a confiança em mim mesmo. Sua ajuda foi essencial para o desenvolvimento desta pesquisa. À Aline Feitosa, pela valiosa indicação de textos de autores consagrados na área de Exportação e Agronegócios, os quais contribuíram com o desenvolvimento da presente investigação. À todos os meus professores no período da graduação na Unilago, os quais me trazem boas lembranças! À Profa. Dra. Diva Cardoso de Camargo por ter me aceito como orientando, pelas sugestões, por ter me aberto os olhos com relação a algumas questões importantes acerca dos temas tratados nas disciplinas e por sempre contribuir com o resultado final da presente pesquisa. À minha co-orientadora, Profa. Dra. Adriane Orenha-Ottaiano, também minha professora na graduação, pelas diretrizes necessárias para a realização desta dissertação, pelos conselhos e amabilidade. À Profa. Dra. Paula Tavares Pinto Paiva, por ter aceitado fazer parte da minha banca de qualificação. À Profa. Dra. Marilei Amadeu Sabino, pelas valiosas sugestões dadas no exame de qualificação e por sua amabilidade e delicadeza em me atender, de modo a colaborar com o bom desempenho da presente investigação.

6 5 Ao Prof. Dr. Odair Luis Nadin da Silva por suas valiosas críticas e sugestões durante a defesa do presente estudo, no que diz respeito a determinados aspectos que contribuíram com um melhor resultado. Aos meus pais, Osvaldo e Solange, que não mediram esforços para me ver dentro do curso de mestrado. Não os agradeço com palavras, mas com atitudes. Por último, porém o mais importante, agradeço a Deus, de quem me afastei por alguns momentos, mas hoje percebo que Ele nunca me abandonou. Não fosse pelo mesmo olhar, o mesmo toque e o mesmo amor que Ele demostra ter por mim a cada dia, eu não estaria aqui.

7 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Estudos da Tradução Baseados em Corpus Linguística de Corpus: Algumas considerações e abordagens teóricas Instrumentos de investigação da linguagem: listas de frequência, concordâncias e palavras-chave, e sua importância para a pesquisa Terminologia: Origem e consolidação como disciplina Objetos de estudo da Terminologia Interface da Terminologia com a tradução Fraseologia: objeto de estudo da Terminologia Unidades fraseológicas: conceituação e características Conceituação de colocação e colocação especializada Taxonomia das colocações conforme proposta de Hausmann Colocações e colocações especializadas: principais diferenças e semelhanças METODOLOGIA Organização do corpus de estudo O Wordsmith Tools e o levantamento de colocações especializadas Frequência das colocações especializadas e entradas no glossário Macro e microestrutura do glossário ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS Dados estatísticos do CE, chavicidade e seleção dos nódulos Análise do nódulo frutas Análise do nódulo mercado Análise do nódulo produção Análise do nódulo feira Análise do nódulo produtos Frequência das colocações especializadas selecionadas, conforme dados do Google, WebCorp e do nosso CE...98

8 7 4. AMOSTRA DO GLOSSÁRIO DE COLOCAÇÕES ESPECIALIZADAS CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...137

9 8 LISTA DE ABREVIATURAS CE Corpus de estudo TO(s) Texto(s) original(ais) TT(s) Texto(s) traduzido(s) UFs Unidades fraseológicas SCELP Subcorpus em língua portuguesa SCELI Subcorpus em língua inglesa LP Língua portuguesa LI Língua inglesa LC Língua de chegada

10 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Capa da edição em língua portuguesa da revista Brazil Export...47 Figura 2 Capa da edição em língua inglesa da revista Brazil Export...47 Figura 3 Exemplo de matéria em língua portuguesa da revista Brazil Export...48 Figura 4 Exemplo de matéria em língua inglesa da revista Brazil Export...49 Figura 5 Amostra das matérias em formato pdf e organização do corpus de estudo...50 Figura 6 Lista de palavras do SCELP gerada com o auxílio da ferramenta WordList...52 Figura 7 Lista de palavras do SCELI gerada com o auxílio da ferramenta WordList...52 Figura 8 Dados estatísticos do SCELP...52 Figura 9 Amostra da lista de palavras do corpus de referência Lácio-Ref...54 Figura 10 Amostra da lista de palavras do corpus de referência BNC...54 Figura 11 Amostra da lista de palavras-chave do SCELP...55 Figura 12 Amostra da concordância do nódulo produtos em seu cotexto...56 Figura 13 Amostra da aba collocates e os elementos que coocorrem com o nódulo produtos...57 Figura 14 Amostra da página principal do WebCorp...58 Figura 15 Amostra da busca pela colocação especializada mercado externo no WebCorp...59 Figura 16 Amostra da busca pela colocação especializada mercado externo no Google..59 Figura 17 Frequência da colocação especializada mercado externo no SCELP...60

11 10 LISTA DE QUADROS E TABELAS Quadro 1 Tipologia do corpus de estudo e características de nosso corpus de estudo...23 Quadro 2 Princípio da livre escolha...40 Quadro 3 Colocações substantivas para o nódulo frutas...65 Quadro 4 Colocações verbais para o nódulo frutas...69 Quadro 5 Colocações adjetivas para o nódulo frutas...70 Quadro 6 Colocações substantivas para o nódulo mercado...72 Quadro 7 Colocações verbais para o nódulo mercado...75 Quadro 8 Colocações adjetivas para o nódulo mercado...76 Quadro 9 Colocações substantivas para o nódulo produção como colocado e base...79 Quadro 10 Colocações verbais para o nódulo produção...83 Quadro 11 Colocações adjetivas para o nódulo produção...84 Quadro 12 Colocações substantivas para o nódulo feira...86 Quadro 13 Colocações verbais para o nódulo feira...90 Quadro 14 Colocações adjetivas para o nódulo feira...91 Quadro 15 Colocações substantivas para o nódulo produtos...92 Quadro 16 Colocações verbais para o nódulo produtos...95 Quadro 17 Colocações adjetivas para o nódulo produtos...96 Tabela 1 Estatísticas do SCELP...63 Tabela 2 Estatísticas do SCELI...63 Tabela 3 Chavicidade das 10 primeiras palavras do SCELP...64 Tabela 4 Frequência das colocações, segundo padrões nódulo fruits + colocado e colocado + of + nódulo f...68 Tabela 5 Frequência das colocações, segundo padrões colocado + market e market + of + colocado...74 Tabela 6 Frequência das colocações, segundo padrões production (base) + colocado, base + production (colocado), base + of + production (colocado) e production (base) + of + colocado...81 Tabela 7 Frequência das colocações, segundo padrões colocado + fair, fair + colocado, fair + of + colocado e base + of + fair...88 Tabela 8 - Frequência das colocações, segundo padrões products+ colocado e base + of + products...94

12 11 Tabela 9: Frequência das colocações especializadas selecionadas, conforme dados do Google, WebCorp e do nosso CE...98

13 12 RESUMO Tivemos por objetivo realizar, neste trabalho, um estudo acerca de colocações especializadas presentes em textos relacionados à exportação e agronegócios. Para tanto, fundamentamos nossa pesquisa numa abordagem interdisciplinar adotada por Camargo (2005, 2007), a qual se apoia nos Estudos da Tradução Baseados em Corpus (BAKER, 1993, 1995, 1996, 2000; LAVIOSA, 2002) e na Linguística de Corpus (BERBER SARDINHA, 2004, 2006). Também buscamos subsídios teóricos na área da Terminologia (CABRÉ, 1999, 2004; AUBERT 2001; BARROS, 2004; KRIEGER; FINATTO, 2004; KRIEGER, 2006) e da Fraseologia (ZULUAGA, 1980; CORPAS PASTOR, 1996; RUIZ GURILLO, 1997; ORENHA- OTTAIANO, 2004, 2009; PIMENTEL; ORENHA-OTTAIANO, 2012), com o intuito de efetuar a compilação do corpus de estudo do tipo paralelo e realizar o levantamento das colocações especializadas selecionadas para análise. De modo a desenvolver nossa pesquisa, compilamos um corpus de estudo composto por matérias da revista Brazil Export, cujas edições possuem matérias traduzidas na direção português inglês. Quanto aos passos metodológicos empregados para o desenvolvimento da presente investigação, utilizamos o programa computacional WordSmith Tools (Scott, 2007), que nos auxiliou no processo de verificação da frequência dos termos de maior potencial para constituírem colocações especializadas por meio de três ferramentas básicas: WordList (lista de palavras), KeyWords (lista de palavras-chave) e Concord (concordância). Com base nos resultados obtidos por meio da análise das colocações especializadas, observamos que a tradução de colocações especializadas substantivas, por exemplo, mostra-se mais complexa, uma vez que podem tanto seguir o padrão nódulo + substantivo (colocado) como o padrão colocado + of + nódulo. Almejamos que esta pesquisa possa contribuir para conscientizar o tradutor em formação acerca dos inevitáveis desafios concernentes à prática tradutória, e também fornecer subsídios aos aprendizes de tradução, por meio de um glossário bilíngue de colocações especializadas em exportação e agronegócios. Palavras-chave: Tradução, Estudos da Tradução Baseados em Corpus, Linguística de Corpus, Terminologia, Fraseologia, Colocações especializadas, Exportação e Agronegócios.

14 13 ABSTRACT In this research, we aim to carry out a study about specialized collocations present in texts related to exportation and agribusiness. For that purpose, we found our research in an interdisciplinary approach adopted by Camargo (2005, 2007) whose research is based on the Corpus-Based Translation Studies (BAKER, 1993, 1995, 1996, 2000; LAVIOSA, 2002) and on Corpus Linguistics (BERBER SARDINHA, 2004, 2006). We also search for theoretical subsidies in Terminology (CABRÉ, 1999, 2004; AUBERT 2001; BARROS, 2004; KRIEGER; FINATTO, 2004; KRIEGER, 2006) and Phraseology (ZULUAGA, 1980; CORPAS PASTOR, 1996; RUIZ GURILLO, 1997; ORENHA-OTTAIANO, 2004, 2009; PIMENTEL; ORENHA- OTTAIANO, 2012), in order to compile the parallel corpus of the study and carry out a research of specialized collocations selected for analysis. In order to develop our research, we have compiled a corpus consisted of articles from Brazil Export magazine. Its issues have articles translated from Portuguese into English. Regarding the methodological steps used for the development of our research, we used the computer program WordSmith Tools (Scott, 2007), which helped us in the process of examining the frequency of terms of higher potential to form specialized collocations by using three basic tools: WordList, KeyWords and Concord. Based on the results obtained by the analysis of the specialized collocations, we have observed that the translation of specialized noun collocations seems to be more complex, since it can either follow the pattern node + noun (collocate) or the pattern collocate + of + node. We expect this research may help translation learners to be aware of some challenges concerning to the translation practice, and the proposed bilingual glossary of specialized collocations in exportation and agribusiness may be useful for them. Keywords: Translation, Corpus-Based Translation Studies, Corpus Linguistics, Terminology, Phraseology, Specialized collocations, Exportation and Agribusiness.

15 14 INTRODUÇÃO O presente estudo pretende analisar a combinação de termos (colocações especializadas) da área de Exportação e Agronegócios, assim como a tradução de tais combinações para a língua inglesa. O agronegócio, também conhecido como agribusiness, conforme informa Batalha (2002, p.5), é caracterizado pelo conjunto de negócios relacionados à agricultura dentro de um ponto de vista econômico. De acordo com o autor (2002), o estudo do agronegócio engloba três aspectos: 1) negócios agropecuários mais ligados aos produtores rurais que, por sua vez, podem ser representados por fazendeiros e/ou por camponeses ou por empresas; 2) empresas que se concentram na produção e atividade rural, tais como a fabricação de equipamentos rurais e defensivos químicos; e 3) processo de venda, compra e transporte de produtos agropecuários até o seu destino final: o consumidor. Encontram-se, por exemplo, em tal categoria, os supermercados e companhias empacotadoras de alimentos. Entre os diversos aspectos que apontam a importância do agronegócio, Contini (2001, p. 2) explica que a referida área está diretamente ligada à produção de renda e riqueza do país. O autor ainda comenta que o agronegócio é responsável por fornecer suprimento adequado de produtos básicos, fato associado à prática de equidade e justiça social. Outro fator que mostra a importância do agronegócio segundo Contini (p. 3), diz respeito ao setor da agricultura, uma vez que o processo de agroindustrialização em regiões menos desenvolvidas contribui com o aumento de empregos e de renda. No âmbito da Exportação de produtos brasileiros, Landim (2010) comenta que o Brasil é um dos maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo, apenas atrás dos Estados Unidos e da União Europeia. A autora acrescenta que o aumento da demanda dos países asiáticos, o crescimento de produtividade das lavouras, a abundância de recursos naturais, tais como solo, água, e luz estão entre os fatores que cooperam para o avanço da agricultura brasileira com o passar dos anos. De acordo com a autora, os produtos mais exportados são: café, suco de laranja, açúcar, carne bovina, carne de frango, tabaco e álcool. O presente estudo também concebe a referida área como um campo de conhecimento dotado de uma terminologia específica. Como qualquer língua de especialidade, é composta por termos típicos que a diferencia dos outros domínios de conhecimento e, por diversas vezes, tais termos podem coocorrer com outros da mesma área, formando uma combinação que, por sua vez, exprime uma ideia ou sentido específico.

16 15 Dessa maneira, é importante que o tradutor tenha em mente que a língua é também composta por combinações estabelecidas por meio da convenção e da arbitrariedade. Tagnin (2003, p. 193) comenta sobre a ingenuidade do tradutor a qual se configura numa compreensão composicional do significado e numa falta de consciência do quanto uma língua é constituída dessas partes pré-fabricadas. Dessa maneira, as colocações especializadas podem mostrar-se um obstáculo para a prática tradutória ao serem traduzidas como palavras isoladas e não como blocos inteiros. Tagnin (2003, p. 193) também menciona que certas formas discursivas, determinadas por seu uso na língua fonte, podem apresentar uma série de formas possíveis; porém, umas com maiores probabilidades do que outras na língua meta. Conforme aponta Kesić (2004), o significado do agrupamento de palavras em sintagmas independe da compreensão de cada elemento, mas está relacionado à compreensão do agrupamento como um todo. O autor também comenta que a combinação de palavras produz significados novos que passam a ser associados à referida combinação. Para o desenvolvimento desta pesquisa, buscamos subsídios teóricos-metodológicos no campo dos Estudos da Tradução Baseados em Corpus (BAKER, 1993, 1995, 1996, 2000; CAMARGO, 2005, 2007; LAVIOSA, 2002), bem como da Linguística de Corpus (BERBER SARDINHA, 2004, 2006). Com relação às outras pesquisas voltadas especificamente para a combinação de palavras, apoiamo-nos, na presente investigação, em estudos acerca de unidades fraseológicas (ZULUAGA, 1980; CORPAS PASTOR, 1996; RUIZ GURILLO, 1997; ORENHA- OTTAIANO, 2004, 2009; ORENHA-OTTAIANO; ROCHA, 2012;), de colocações (HAUSSMAN, 1985; LOURO, 2001; NESSELHAUF, 2005), de colocações especializadas (L HOMME, 2000; ORENHA-OTTAIANO, 2004, 2009), com base nos pressupostos teóricos da Fraseologia. Nossa pesquisa apoia-se, em parte, nos estudos concernentes à Terminologia (CABRÉ, 1999, 2004; AUBERT 2001; BARROS, 2004; KRIEGER; FINATTO, 2004; KRIEGER, 2006). O presente estudo conta com um corpus de estudo do tipo paralelo, sendo o primeiro subcorpus composto por matérias da revista Brazil Export (publicação bilíngue) em língua portuguesa e o segundo subcorpus formado pelas respectivas traduções em língua inglesa. Cabe mencionar que as matérias da revista em questão são traduzidas por uma equipe de cerca de 30 tradutores, conforme informado pelo seu editor-chefe.

17 16 Para a extração das colocações especializadas analisadas na presente investigação, utilizamos o programa computacional WordSmith Tools (SCOTT, 2007), frequentemente usado no desenvolvimento de pesquisas na área da Linguística de Corpus. Para o levantamento de termos de Exportação e Agronegócio, consideramos aqueles que possuem chavicidade significativa em nosso corpus de estudo em língua portuguesa, isto é, aqueles que ocorrem com mais frequência e que poderiam coocorrer com outros termos, formando uma colocação especializada. Nossa pesquisa tem os seguintes objetivos: Objetivos gerais: Refletir sobre o uso das colocações especializadas traduzidas na direção português inglês, selecionadas a partir de nosso corpus de estudo. Objetivos específicos: Analisar colocações especializadas nos textos que compõem nosso corpus de estudo, no tocante a aspectos relacionados à frequência e à chavicidade de candidatos a termo que poderiam constituir colocações especializadas na área de Exportação e Agronegócios, na direção tradutória português inglês. Verificar a frequência das colocações especializadas levantada na área de Exportação e Agronegócio, em relação às colocações encontradas no site do WebCorp e do Google. Compilar um glossário de colocações especializadas encontradas no corpus de estudo na área de Exportação e Agronegócios, na direção português inglês. De modo a cumprir com os objetivos propostos, organizamos a presente pesquisa, dividindo-a, além desta introdução e das considerações finais, em 4 seções: Na Seção 1, Fundamentação Teórica, discutimos algumas questões relacionadas aos Estudos da Tradução Baseados em Corpus, área de concentração de nossa pesquisa, tratando das características do texto traduzido, conforme proposta de Baker (1993, 1995, 1996, 2000), bem como das contribuições teóricas de outros autores da área como Laviosa (2002) e Tymoczko (1998).

18 17 Nessa mesma seção, mencionamos os principais aspectos concernentes à Linguística de Corpus, bem como os instrumentos que auxiliam a pesquisa na investigação da linguagem. A seguir, abordamos a Terminologia na interface com a tradução. Depois, apresentamos algumas considerações a respeito da Fraseologia e da conceituação de unidades fraseológicas. Nos subitens seguintes, abordamos a conceituação de colocação e colocação especializada, as principais diferenças entre ambas, assim como a taxonomia das colocações, conforme proposta de Haussmann (1985). Na Seção 2, Metodologia, descrevemos os passos metodológicos empregados para o desenvolvimento da presente investigação, tratando da organização de nosso corpus de estudo, das características da revista Brazil Export, das ferramentas do programa computacional WordSmith Tools (SCOTT, 2007) e do processo de levantamento e observação da frequência de colocações especializadas selecionadas para a presente pesquisa. Na Seção 3, Análise e Discussão dos Resultados, apresentamos dados estatísticos do nosso corpus de estudo, no que diz respeito aos itens, formas, razão forma/item e razão forma/item padronizada, com o auxílio do programa computacional WordSmith Tools (SCOTT, 2007). Após isso, iniciamos a análise dos cinco nódulos que apresentaram maior chavicidade ( frutas, mercado, feira, produção e produtos ) e coocorreram com outros termos da área de Exportação e Agronegócios. Nesta seção, apresentamos colocações especializadas substantivas, verbais, e adjetivas, a partir de cada um dos cinco nódulos selecionados. Depois, examinamos a frequência das colocações especializadas e respectivos correspondentes em língua inglesa, encontradas no nosso corpus de estudo, no emulador de concordanciador WebCorp e no motor de busca Google. Na Seção 4, apresentamos uma Amostra das Colocações Especializadas. Por sua vez, nas Considerações Finais, observamos os resultados com base na análise dos dados. Por último, elencamos os trabalhos que auxiliaram o desenvolvimento desta pesquisa, na parte destinada às Referências Bibliográficas. Tendo em vista o percurso descrito acima, esperamos que o presente estudo possa trazer contribuições para a pesquisa em corpus, destacando a importância do estudo de colocações especializadas para a prática tradutória.

19 18 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Abordamos, inicialmente, neste capítulo, os Estudos da Tradução a partir da abordagem interdisciplinar adotada por Camargo (2005, 2007), a qual se apoia nos Estudos da Tradução Baseados em Corpus (BAKER 1993, 1995, 1996, 1999, 2000) e na Linguística de Corpus (BERBER SARDINHA 1999, 2004). Em seguida, trataremos de alguns pontos da Terminologia, com base em teóricos como (CABRÉ 1999, 2004, AUBERT 2001, BARROS 2004, KRIEGER; FINATTO 2004, KRIEGER 2006). Depois, teceremos alguns comentários sobre a Fraseologia, mais especificamente sobre as unidades fraseológicas (UFs) (FILLMORE (1979), ZULUAGA (1980), CABRÉ, LORENTE, ESTOPÀ (1996), CORPAS PASTOR (1996), RUIZ GURILLO (1997), ORENHA-OTTAIANO; ROCHA (2012). Também, nesta seção, abordaremos a conceituação de colocações da língua geral e especializadas, principais objetos de nosso estudo, (L HOMME 2000, ORENHA- OTTAIANO 2009). 1.1 Estudos da Tradução Baseados em Corpus A introdução do computador impulsionou a pesquisa em diversos campos científicos e, consequentemente, investigações voltadas para a tradução passaram a contar com novas teorias e metodologias como a proposta por Baker (1993, 1995, 1996, 1999, 2000), pioneira na abordagem tradutória baseada em corpus. A referida proposta tem, como uma das vertentes teóricas, os Estudos Descritivos da Tradução, os quais foram propostos por Toury (1978) e Even-Zohar (1978). A teoria dos polissistemas (Even-Zohar, 1978) trata da existência de sistemas e subsistemas literários que interagem entre si e que estão dispostos em uma hierarquia sujeita a mudanças alguns sistemas, por exemplo, podem assumir uma posição central, enquanto outros ocupam uma posição periférica. Dessa maneira, traduções literárias, quando em posição periférica (Even- Zohar, 1978, p. 193), podem passar a ocupar o lugar central no momento em que interagem com outros sistemas, adotando normas, comportamentos e políticas específicos (Toury, 1995, p. 271), que fazem parte do polissistema alvo.

20 19 Juntamente com a semente lançada por Toury com o conceito de normas, Baker também fundamenta sua teoria na Linguística de Corpus (Sinclair, 1991) que se vale de corpora eletrônicos para o desenvolvimento de pesquisas do léxico. Desse modo, a proposta de Baker (1993, p. 234) defende que os textos traduzidos (TTs) em geral registram eventos comunicativos genuínos e, como tais, não são nem inferiores nem superiores a outros eventos comunicativos em qualquer língua. Entretanto, eles são diferentes, e a natureza dessa diferença precisa ser explorada e registrada.1 Para a exploração da natureza dos TTs com relação aos textos originais (TOs), a metodologia baseia-se na análise de corpus. Baker (1996, p. 178), a partir de tal metodologia, destaca que os TTs apresentam características típicas, como: a) Simplificação o tradutor tende a utilizar uma linguagem mais simples na tradução, com o intuito de facilitar a leitura para o leitor. Conforme aponta Lima (2004, p. 53), o uso de um vocabulário menos variado pode ser um aspecto que facilite o processo de compreensão. b) Explicitação o tradutor tende a utilizar uma linguagem mais explícita na tradução. Baker menciona o estudo de Johansson (1995, apud BAKER, 1996), que observou que os TTs tanto na direção inglês norueguês como na direção inversa, apresentaram um total de palavras até 10% maior do que os TOs. Baker e Olohan (2000) apontam que, em relação aos TOs, os TTs para o inglês fazem maior uso da conjunção that para introduzir uma oração subordinada objetiva direta. c) Normalização conforme aponta Baker (1996, p. 183), o tradutor tende a exagerar as características da língua meta, adaptando-as aos seus padrões típicos 2. Lima (2004, p. 55) aponta que este tipo de tendência pode ser observada por meio da utilização de um corpus paralelo, que pode indicar que características criativas do TO foram traduzidas em menor frequência no TT. 1 Translated texts record genuine communicative events and as such are neither inferior nor superior to other communicative events in any language. They are however different, and the nature of this difference needs to be explored and recorded. 2 To exagerate features of the target language and to conform to its typical patterns.

21 20 d) Estabilização o tradutor tende a evitar os extremos entre a língua fonte e a língua meta. Enquanto a normalização depende da língua meta ao exagerar suas características no TT, a estabilização é independente, uma vez que evita os extremos entre as línguas meta e fonte. Berber Sardinha (2003, p. 44), considera Baker como a maior divulgadora do uso de corpora no entendimento do produto e dos processos envolvidos em tradução. Segundo o autor, Baker vê o corpus eletrônico como um instrumento revolucionário, que permite enxergar aspectos da linguagem do texto traduzido, em particular, de modo muito mais rico e abrangente do que por outros meios. As contribuições de Baker dentro dos Estudos da Tradução refletiram nos trabalhos de outros teóricos. Entre eles, Laviosa (2002), em sua obra Corpus-based Translations Studies: Theory, Findings and Applications, enfatiza que a pesquisa em corpora no âmbito da tradução tem-se desenvolvido rapidamente e, desse modo, tem influenciado a maneira pela qual a tradução é conceituada, estudada e ensinada. Outra pesquisadora que defende as contribuições dos Estudos da Tradução Baseados em Corpus é Tymoczko (1998). A autora (1998, p. 1) comenta que, devido ao surgimento de grande quantidade de informações e também de ferramentas eletrônicas que armazenam e processam tais informações, é essencial que as disciplinas científicas se adaptem a novas metodologias de pesquisa, de modo a se manterem no século XXI. Por outro lado, Tymockzo (1998, p. 3) mostra que a experiência e a intuição do analista é fundamental para exames qualitativos nas pesquisas de corpora de TTs. 1.2 Linguística de corpus: algumas considerações e abordagens teóricas A Linguística de Corpus tem contribuído para o desenvolvimento de pesquisas de diversas naturezas. De acordo com Beber Sardinha (2004, p. 3), a Linguística de Corpus se dispõe a compilar dados linguísticos textuais extraídos por meio do computador, assim como a explorar a linguagem empiricamente, com o intuito de se investigar a língua e a variedade linguística. De acordo com Sanchez (1995, p. 8-9, apud Berber Sardinha, 2004, p. 18) a Linguística de Corpus é definida como:

22 21 um conjunto de dados lingüísticos (pertencentes ao uso oral ou escrito da língua, ou a ambos), sistematizados segundo determinados critérios, suficientemente extensos em amplitude e profundidade, de maneira que sejam representativos da totalidade do uso lingüístico ou de algum de seus âmbitos, dispostos de tal modo que possam ser processados por computador, com a finalidade de propiciar resultados vários e úteis para a descrição e análise. A definição acima é considerada por Berber Sardinha (p. 18) como uma das mais completas, uma vez que menciona pontos importantes, tais como a necessidade da origem autêntica dos dados, a finalidade do corpus como um objeto de estudo linguístico, o critério de escolha acerca da composição do corpus, a necessidade de que o conteúdo do corpus seja processado pelo computador, o caráter representativo do corpus em relação a uma língua ou variedade linguística, e, por último, a necessidade de um corpus suficientemente extenso, com o intuito de ser representativo. A Linguística de Corpus tem-se fortalecido com o passar do tempo. Berber Sardinha (2004, p.4) relata que, em 1950, quando a teoria gerativa de Noam Chomsky, fundamentada no racionalismo da linguagem, contava com grande destaque, as pesquisas baseadas em corpora eram realizadas manualmente. A dimensão dos corpora compilados era grande e, dessa maneira, a possibilidade de equívocos podia ser significativa, uma vez que é praticamente impossível para o ser humano analisar corpora gigantescos sem o auxílio de ferramentas eletrônicas. Por esta razão, a credibilidade dos trabalhos empíricos da época era questionada. Pouco tempo depois, Berber Sardinha (2004, p. 1) comenta que o surgimento do primeiro corpus eletrônico, o Brown University Standard Corpus of Present-day American English, constituído por um milhão de palavras, foi considerado como um ato pioneiro, o que garantiu sua posição de destaque na época e ajudou a impulsionar a pesquisa em Linguística de Corpus significativamente. No tocante às principais características da Linguística de Corpus, Biber (1998, p. 4) menciona que: Tem caráter empírico, pois os TTs são analisados com base nos padrões de uso corrente da língua; Também se vale de uma criteriosa e vasta compilação de textos naturais, chamados de corpus, que serve de base para a análise;

23 22 Utiliza consideravelmente os computadores para a análise por meio de técnicas automáticas e interativas. É constituída por técnicas de análise quantitativas e também por técnicas qualitativas. No tocante à nomenclatura usada para definir tanto o conteúdo como a finalidade de um corpus, Berber Sardinha (2004, p. 20) apresenta uma extensa lista que aborda a tipologia do corpus. Destacamos, a seguir, as principais características do corpus: textos falados e escritos no caso de textos falados, é necessário haver um processo de transcrição da fala; textos sincrônicos, diacrônicos, contemporâneos e históricos; textos que servem de amostra finita da linguagem em geral (amostragem); textos de idiomas distintos, dessa maneira denominados multilíngues; textos que apresentam marcas dialetais e regionais; textos de estudo, isto é, para a descrição de algum fenômeno linguístico; textos de referência; textos disponibilizados de forma alinhada e paralela, entre outros. No que tange ao corpus paralelo, Baker (1995, p. 230) explica que este é composto por TOs em determinada língua e as respectivas traduções. A autora acrescenta que os corpora paralelos podem auxiliar o treinamento de aprendizes de tradução e também melhorar a performance de tradutores eletrônicos. De acordo com Baker (1995, p. 231), a principal contribuição dos corpora paralelos para os Estudos da Tradução é que eles permitem o estudo dos TTs com base na descrição e não na prescrição. O corpus paralelo devidamente alinhado auxilia a pesquisa, como é o caso deste trabalho, no qual comparamos os TOs e TTs, com o intuito de levantar colocações especializadas. Com relação ao corpus de referência, Berber Sardinha (2004, p. 21) explica que este é usado para fins de contraste com o corpus de estudo. A fim de realizarmos tal contraste, utilizamos dois corpora específicos: o Lácio-ref, uma lista que constitui um banco de palavras da língua portuguesa e o British National Corpus (BNC), composto por um banco de palavras em língua inglesa. Ao contrastarmos nosso corpus de estudo com os corpora de referência,

24 23 criamos listas de palavras-chave, a fim de procurarmos termos que podem constituir uma colocação especializada. Com base nas considerações abordadas acima, apresentamos no quadro abaixo, as características do corpus de estudo da presente pesquisa, fundamentando-nos na proposta de Berber Sardinha (2004, p ): Quadro 1: Tipologia do corpus de estudo e características de nosso corpus de estudo Tipologia do Corpus segundo Berber Sardinha (2004, p ) Carcaterísticas de nosso corpus de nosso Modo Textos falados e/ou escritos Textos escritos Tempo Textos sincrônicos, diacrônicos, contemporâneos e históricos. Textos sincrônicos e contemporâneos Seleção Corpus de amostragem, monitor, dinâmico, estático e equilibrado Corpus de amostragem, estático e equilibrado Conteúdo Textos especializados, regionais ou dialetais e multilingues Textos especializados Autoria Textos de aprendizes e de língua nativa Textos de língua nativa Disposição interna Corpus paralelo e alinhado Corpus paralelo Finalidade Corpus de estudo, de referência e de treinamento Corpus de estudo e referência Conforme podemos observar, nosso corpus é caracterizado pelo uso de textos escritos, haja vista que identificamos e extraímos as colocações especializadas, a partir de matérias da revista Brazil Export. No que diz respeito ao tempo, utilizamos apenas textos sincrônicos e contemporâneos, uma vez que objetivamos analisar um aspecto específico e corrente da língua. Quanto à seleção, nosso corpus de estudo apresenta uma amostra finita da linguagem de Exportação e Agronegócio. Devido ao fato de estudarmos colocações especializadas, fazemos uso de textos de conteúdo específico, isto é, Exportação e Agronegócio. No tocante à autoria, notamos que nosso corpus é composto por textos de língua nativa, neste caso, a

25 24 língua portuguesa. Quanto à disposição interna do corpus de estudo, trata-se de um corpus paralelo, por meio do qual extraímos as colocações especializadas ao compararmos os TOs e os TTs. No que tange à finalidade, analisamos nosso corpus de estudo, contrastando-o com um corpus de referência, gerando uma lista de palavras-chave. A partir disso, analisamos quais termos possuem chavicidade significativa, a fim de constituírem colocações especializadas Instrumentos de investigação da linguagem: palavras-chave, listas de frequência e concordâncias, e sua importância para a pesquisa No que concerne ao uso de ferramentas eletrônicas que auxiliam o desenvolvimento de pesquisas com base na investigação da linguagem, alguns pesquisadores tem-se empenhado em realizar listas de frequência de palavras. A respeito da referida lista, Gonzalez (2007, p. 15) destaca que a pesquisa voltada para a investigação da linguagem do ponto de vista probabilístico necessita contar com uma lista de frequência de palavras. Segundo a autora, tal instrumento: registra cada palavra e sua ocorrência no corpus. A lista de frequência de palavras é valiosa para o estudo da Linguística de Corpus, pois revela a ocorrência de cada palavra naquele corpus específico, além de listar todas as palavras que o compõem. Partindo destes dados, pode-se então determinar quais palavras são mais ou menos frequentes no corpus sob estudo. Berber Sardinha (2004, p. 160) relata que a primeira lista de frequência de palavras em língua inglesa foi levantada por Edward (1921) nos Estados Unidos, mesmo sem assistência computadorizada. Constituída por mais de 4,5 milhões de palavras, essa lista tinha o intuito de auxiliar o preparo de materiais baseados no ensino da leitura. Berber Sardinha (2004, p. 161) acrescenta que o surgimento do computador facilitou a retomada da realização de listas de frequência, tal como o estudo de frequência do inglês americano, com base no corpus Brown. O interesse pelo levantamento de listas de frequência também foi o foco de outros pesquisadores de diferentes lugares. O autor descreve, por exemplo, que alguns dicionários de frequência de línguas neolatinas propostos por Alphonse Juilland ganharam notoriedade. Ao todo, os dicionários de frequência publicados por Julliand englobam o romeno, francês, italiano e espanhol, com a exclusão de um dicionário de

26 25 frequência do português que, de acordo com Berber Sardinha (2004), estava provavelmente nos planos de Julliand. No Brasil, além da realização das listas de frequência de palavras propostas por Biderman, Berber Sardinha (2004, p. 162) menciona o dicionário de frequência do português brasileiro, preparado pelo pesquisador Francisco da Silva Borba. A importância das listas de frequência, no que diz respeito à investigação da linguagem, conforme aponta Biderman (1998, p. 162), está no fato de que a palavra é caracterizada pela frequência e ainda acrescenta que a norma linguística se baseia nos usos linguísticos. A autora entende por norma linguística a média dos usos frequentes das palavras que são aceitas pelas comunidades dos falantes. No entanto, Biderman (1998) explica que, com o passar do tempo, as mudanças linguísticas estão associadas à alta frequência de alguns usos em relação a outros. Outro instrumento que auxilia a investigação da linguagem são as concordâncias. Tal auxílio permite a observação de uma dada palavra inserida em seu cotexto original no corpus. A partir disso, o linguista de corpus poderá analisar as palavras que ocorrem à direita ou à esquerda da palavra submetida à análise. A esse respeito, Berber Sardinha (2004, p. 188) explica que a palavra da qual a concordância será obtida é denominada nódulo (node) ou ainda palavra de busca (search word). No que concerne às palavras que ocorrem com o nódulo, estas são denominadas colocados (collocates). Berber Sardinha também menciona outro mecanismo importante para a análise da linguagem. O autor (2006, p. 2) comenta que as palavras-chave são resultado da comparação entre a lista de palavras do corpus de estudo e um corpus de referência. Em outras palavras, Berber Sardinha explica que ambos os corpora de estudo e de referência são representados por listas de frequência de palavras. Com o auxilio de um programa computacional, é feita uma comparação estatística entre ambas as listas as palavras que possuem maior frequência no corpus de estudo irão compor uma lista específica de palavras-chave. Os motores de busca também são ferramentas que auxiliam a pesquisa linguística. De acordo com Ayala (2009, p. 32) entende-se por motor de busca o programa que fornece dados encontrados na rede mundial (worldwide web) e também em sites. O autor também menciona que, por meio de tal ferramenta, o pesquisador pode obter resultados em poucos segundos quando precisar de quaisquer tipos de informação. No âmbito de nosso estudo, levantamos colocações especializadas e verificamos sua ocorrência no motor de busca do Google, de modo a observar a frequência de tais colocações na língua de chegada.

27 26 Colson (2003), ao tratar da frequência de expressões idiomáticas na web, considera que uma expressão é frequente quando ocorre a cada 1 milhão de palavras. Dentre as diversas constatações presentes nos estudos de Grefenstette (2000, 2004), e de Evans et al (2004) juntamente com as pesquisas desenvolvidas pela União Latina (2006), estima-se que existem na web cerca de 70 milhões de páginas em língua portuguesa, sendo 56 milhões em português brasileiro e 14 milhões em português lusófono e demais variantes. Desta maneira, as expressões idiomáticas em língua portuguesa no Brasil e, no caso de nossa pesquisa, as colocações especializadas, são consideradas frequentes caso ocorram no mínimo 56 vezes, conforme resultados apresentados pelo motor de busca do Google. Acerca dos resultados oferecidos pelo buscador Google, Xatara (2008, p. 772) explica que tomou-se o cuidado de se excluir do número total de resultados os resultados duplicados. E para se obter a computação léxica desejada, a pesquisa em curso priorizou as páginas do Brasil para se restringir ao português brasileiro. Por esta razão, cremos que o uso de motores de busca como o Google é um aspecto importante para o levantamento da frequência de colocações especializadas extraídas do nosso corpus de estudo. Outro instrumento importante para a pesquisa linguística, sobretudo para a presente investigação é o emulador de concordanciador. De acordo com Tagnin (2005, p. 117), tal ferramenta: usa toda a Web como corpus de modo que as buscas podem ser feitas em qualquer língua. Oferece pesquisa simples e avançada, com diversas opções para a produção dos resultados. As linhas de concordância levam ao texto original completo. Também produz tabela de colocados. No caso de nossa investigação, usamos o emulador de concordanciador WebCorp, cujas linhas de concordância nos auxiliam no levantamento da frequência das colocações especializadas extraídas, a partir do nosso corpus de estudo. 1.3 Terminologia: origem e consolidação como disciplina Conforme sabemos, o ser humano tem nomeado tudo ao seu redor desde os primórdios da humanidade. Consequentemente, também é possível notar que cada campo técnicocientífico faz uso de termos particulares e, por sua vez, vale-se de textos que são produzidos sob o domínio de uma dada língua de especialidade. Nesse sentido, Barros (2004) comenta que o processo de evolução da ciência provoca mudanças que conduzem a diferentes formas

28 27 de organização social e política e também sob o ponto de vista linguístico: a autora enfatiza que tudo o que é recém-descoberto ou inventado é designado por um termo, dando início, dessa maneira, a um desenvolvimento terminológico, no qual a criação neológica é intensa e se dá por diferentes mecanismos linguísticos. (BARROS, 2004, p. 25) Um dos diversos fatores que, segundo a autora, contribuíram para a modificação social é o progresso técnico-científico, diretamente associado à Revolução Industrial europeia, durante os séculos XVIII e XIX. Nesse período, a diversidade lexical das línguas, antes reduzida, agora ampliou-se, gerando um conjunto terminológico de maior proporção. O perfil da sociedade cada vez mais industrializada era caracterizado por um processo de padronização da língua (BARROS, 2004 p. 27), no qual se passou à discriminação de dialetos, com o intuito de conceber a língua padrão como um instrumento de dominação. Nesse sentido, a aquisição de um vocabulário era privilégio das classes mais abastadas economicamente, onde a escrita era uma prática mais comum, ao contrário da classe trabalhadora, composta, sobretudo, por um grande percentual de analfabetos. Vale destacar, entretanto, que o analfabetismo diminuiu, à medida que os trabalhadores conquistaram o direito ao letramento. Contudo, a escola ainda exercia o papel de difundir a língua padronizada, assim como uma série de terminologias a ela associadas. Com o período pós-industrial no século XX, antecedido por duas guerras mundiais, Barros descreve que o processo de desenvolvimento do vocabulário técnico e científico é ainda mais acelerado. Tal período reflete no desenvolvimento da Terminologia como disciplina e ciência social, assim como a linguística, responsável pelo estudo das línguas (ou linguagens) de especialidade, e também do conjunto vocabular de campos específicos.. (BARROS, p. 27). Embora a referida disciplina tenha progredido significativamente no século XX, Barros (2004, p. 30) relata que a reflexão acerca de uma disciplina que trate de um conjunto vocabular de especialidade aprimorou-se com a teoria Renascentista do século XVII. A Terminologia como disciplina consolidou-se não por parte dos cientistas da linguagem, mas por parte de cientistas de ciências naturais, tais como Karl von Linné (1735), cuja proposta teórica consistia na universalização da nomenclatura binominal voltada para a botânica e a zoologia, que passaram a contar com uma série de termos científicos aplicáveis em todo o mundo. Barros (2004, p. 32) acrescenta que a consolidação da Terminologia como disciplina também se deu com base na contribuição do austríaco Eugen Wüster, que estabeleceu sua Teoria Geral da Terminologia (TGT). Com o passar do tempo, a abordagem teórica da

29 28 Terminologia passou a ser estudada na França, Canadá, Checoslováquia, Bélgica, Dinamarca e Espanha. Com relação à inserção dos estudos terminológicos no Brasil na década de 80, a autora comenta que, além de não ser possível delimitar a produção de obras terminográficas brasileiras, não é clara a distinção entre terminologia e nomenclatura em dicionários tais como o Aurélio em suas edições de 1972 e Ambas as edições empregam nomenclatura como sinônimo de terminologia. Outro problema ainda não esclarecido pela Terminologia, conforme aponta Barros (2004, p. 34), diz respeito à dupla significação de terminologia, aceitas pela metalinguagem da Terminologia atual, que concebe a referida área, primeiramente como uma ciência, e depois é definida simplesmente com base em seu próprio objeto de estudo, isto é, um conjunto terminológico de uma língua de especialidade Objetos de estudo da Terminologia No que diz respeito a um dos objetos de estudo da Terminologia, Cabré (1999), responsável pelo desenvolvimento da Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT), faz menção ao termo. A autora (1999, p. 25) define os termos como unidades que apresentam características linguísticas semelhantes e também são empregadas em um dado âmbito de especialidade. Para a autora, toda palavra que represente determinado domínio de especialidade pode ser considerada um termo. É importante destacar, entretanto, que a Terminologia é uma ciência que não se limita em estudar apenas o termo, conforme definido por Cabré (1999). O estudo de Krieger e Finatto (2004) trouxe contribuições valiosas para a delimitação dos objetos de estudo da Terminologia. Para as autoras, A terminologia situa-se como campo de saber com identidade própria, definindo o termo como objeto privilegiado de reflexão e de tratamento. Mas, além desse objeto essencial, o desenvolvimento de pesquisas teóricas e aplicadas levou a Terminologia também a preocupar-se com a fraseologia, expressão típica das comunicações profissionais [...] Com isso, a fraseologia forma com o termo um par estabelecido sob uma relação de complementaridade. (KRIEGER; FINATTO, 2004, p. 75) Outro elemento também concebido como objeto de estudo da terminologia é a definição, esta diretamente associada ao termo. As autoras explicam que, a fim de que dado

30 29 nome seja, de fato, um termo, é preciso que ele seja distinguido de outro em um conjunto. Para tanto, a distinção entre um termo e outro se dá pela definição (REY, 1979, p. 40). Krieger e Finatto (2004, p. 75) também chamam o termo de unidade terminológica, tratando de suas propriedades e concepções. Em vista das diferentes definições para a unidade terminológica, as autoras acreditam existir uma confluência de visões entre os estudiosos da Terminologia acerca das principais características dos termos e citam as definições de teóricos como Wüster (1998), Reformatskii (2000) e Rey (1979). De modo geral, para esses autores, os termos e as palavras são aspectos distintos: a unidade terminológica trata de uma palavra, à qual se atribui um conceito que a distingue de outra unidade terminológica. Diante de tais considerações, Krieger e Finatto (2004, p. 77) fornecem um exemplo de distinção entre os termos light e diet, no âmbito da terminologia alimentar. Enquanto o primeiro designa o alimento caracterizado pela redução de gordura ou açúcar, o segundo refere-se ao alimento dietético e, portanto, isento de açúcar. Outro ponto importante acerca da conceituação do termo, segundo Krieger e Finatto (2004, p. 77) é a questão da invariabilidade semântica. O significado das palavras comuns é estabelecido com base no contexto em que são empregadas. Por outro lado, a questão da contextualização não é atribuída às unidades terminológicas, pois são conteúdos específicos de uma dada ciência ou técnica e, dessa maneira, expressam o mesmo conceito onde quer que sejam empregadas. Como exemplificação extraída do nosso corpus de estudo, o item lexical companhia refere-se, no âmbito da exportação de produtos, a uma empresa ou firma comercial responsável pela exportação de algo. Já como palavra comum, designa a convivência diária entre duas ou mais pessoas e também uma procissão realizada em prol de determinado fim. No tocante às configurações ou composições prototípicas dos termos, Krieger e Finatto (2004, p. 82) observam que estas podem apresentar-se das seguintes formas: Nomes substantivos (agricultura) e adjetivos (lucrativo) Sintagmas terminológicos (mercado de exportação brasileira) Signos verbais plenos (negócios lucrativos) Signos verbais reduzidos siglas (FCOJ), acrônimos (Mercosul) e abreviaturas (agrop = agropecuária) Signos não verbais fórmulas (CO2)

31 30 Segundo as autoras (2004, p. 83), o ato de identificar tipologias de terminologias, como mencionado acima, conduz ao conhecimento das peculiaridades lexicais especializadas de um dado idioma. Tal ato também revela que os termos e o léxico geral da língua não são constituídos por aspectos que se opõem (à exceção dos signos não verbais que também são considerados termos), mas apresentam conformidade entre si. Dessa maneira, os termos podem ser concebidos como constituintes naturais das línguas naturais, fato também aplicável aos tecnoletos. Para Cabré, os termos são unidades que fazem parte da língua natural e da gramática que descreve cada língua [...] (CABRÉ, 1999, p. 123). Por sua vez, para Krieger e Finatto, as definições, na condição de textos particularizados, identificam facetas de compreensão de fenômenos e de determinados valores no seio das diferentes ciências e áreas de conhecimento. (KRIEGER; FINATTO 2004, p. 92). Entretanto, observam que as definições para um mesmo termo podem ser diversificadas, o que indica diferentes perspectivas de compreensão acerca de determinada área de conhecimento. Segundo as autoras, a definição sob o ponto de vista terminológico vem ganhando mais relevância por tratar de significados para termos e expressões concernentes a um saber especializado, e por possibilitar a delimitação de enunciados em gêneros próximos e diferenças específicas. Enquanto o termo ocupa-se da definição da classe ou categoria a qual o objeto a ser definido faz parte, a definição indica os aspectos de distinção entre um dado termo e outro de mesma categoria. Como exemplificação, a definição de lápis como objeto cilíndrico de grafite envolvido em madeira, usado para escrever ou desenhar, é dividida em gênero próximo: objeto cilíndrico de grafite envolvido em madeira e também em diferença específica: usado para escrever ou desenhar. Para Krieger e Finatto, a boa formulação da definição é capaz de fornecer uma delimitação objetiva e clara das características do definiendum, por meio do gênero próximo e da diferença específica. No entanto, as teóricas (2004, p. 93) comentam que, na prática, alguns autores realizam formulações definitórias sem a devida reflexão. Por exemplo, o termo cadeira, definido por peça do mobiliário que serve para sentar: nesse caso, o segmento peça do imobiliário diz respeito ao gênero próximo, ao passo que serve para sentar corresponde à diferença específica. Contudo, essa definição é muito ampla, uma vez que também se aplica a outros móveis, como sofá, poltrona, banco, entre outros. Por outro lado, Krieger e Finatto (2004, p. 98) alertam que as iniciativas de conceber as definições como aspectos monofacetados, isto é, pertencentes a um esquema sintático fixo, ao invés de textos de variadas dimensões, tendem a ignorar elementos informativos

32 31 essenciais, que não corresponderiam ao padrão de objetividade proposto. As autoras defendem que, para a formulação de uma definição ou texto definitório: não se deve tomar um modelo prévio e único de observação. É preciso inscrevê-lo relacionalmente em algo mais amplo, simultaneamente construído pelo indivíduo-autor e pela coletividade que ele representa. Importa recuperar, enfim, sua autoria, ambiência e, fundamentalmente, sua natureza linguística. A definição, como um texto, é um todo de sentido. (KRIEGER E FINATTO, 2004, p. 98) Desse modo, as definições são representações de conceitos amplos e diversificados e também apresentam informações heterogêneas que não são consideradas supérfluas, haja vista que podem contribuir com a realização de textos definitórios ricos em conceituações Interface da Terminologia com a tradução A respeito das relações entre os estudos terminológicos e a prática tradutória, é importante enfatizar a natureza distinta de ambos os campos de pesquisa. Conforme abordado anteriormente, a Terminologia ocupa-se do estudo do termo, da definição e da fraseologia.3 Dessa maneira, dialoga, ainda que discretamente, com outras ciências do léxico também autônomas, como a lexicografia e a lexicologia. No que diz respeito à tradução, Aubert mostra que seu objetivo é a análise de um fenômeno complexo, ao mesmo tempo linguístico, sociocultural, histórico, estético, político e individual. (AUBERT, 2001, p. 11). De modo semelhante ao pensamento de Aubert (2001), Cabré (2004, p. 104) concebe a tradução como o ato de transposição de ideias de uma dada língua de partida em uma língua de chegada diferente. Entretanto, as línguas em questão estão integradas em sistemas culturais particulares, nos quais há variáveis cognitivas, culturais, psicológicas, sociológicas e também linguísticas. A prática tradutória, deste modo, dá-se a partir da interação entre as referidas variáveis. Embora tratem de questões particulares do fazer científico, é inegável que ambas as áreas possuem relações estreitas, uma vez que a tradução fundamenta-se na terminologia. No tocante a essa questão, Aubert (2001, p. 12) menciona que os tradutores são usuários dos produtos da pesquisa terminológica, por meio de glossários e dicionários técnicos, bases de dados terminológicos, entre outros. Dessa maneira, o autor acrescenta a importância de o tradutor ter em mãos uma gama de estudos terminológicos confiáveis, fundamentados em 3 A Fraseologia será tratada no item 1.4, a seguir.

33 32 metodologias adequadas. Por outro lado, Aubert explica que a terminologia se beneficia da tradução, por introduzir termos novos, inexistentes na língua de chegada. O autor (p.13) comenta que a relação entre as duas áreas de conhecimento mostra-se complexa, devido às lacunas no processo de descrição terminológica em seu aspecto mono e bilíngue, dificultando, deste modo, o exercício adequado da prática tradutória. A ausência de descrições mais aprofundadas gera a proliferação de dialetos de especialidades, cujo caráter apresenta-se variável, dependendo da região e do usuário que os emprega. Para Aubert (2001, p. 18), a proliferação desordenada de termos, produto de lacunas de descrição e sistematização terminológica, obriga o tradutor a recorrer à improvisação, aumentando a complexidade do problema. Aubert (2001, p. 13) explica que a diversidade de termos e dialetos de especialidade ainda não recebeu atenção especial por partes dos estudos dialetológicos. Menciona, como exemplo, a irresolubilidade que permeia entre a conceituação terminológica de chácara, sítio e fazenda. Também a respeito da relação entre Terminologia e tradução, Cabré (2004) esclarece que ambas apresentam aspectos coincidentes entre si: 1) ambas são práticas tradicionais, embora seu caráter disciplinar tenha sido consolidado recentemente; 2) ambas as áreas são interdisciplinares, uma vez que se baseiam na cognição, na comunicação e na linguística; 3) ambas se originaram devido à necessidade de esclarecer problemas de compreensão e também de representar um pensamento especializado. Nesse sentido, a atividade terminológica surgiu, primeiramente, do intuito de se referir à realidade com maior precisão e, posteriormente, do interesse de cientistas em propor conceitos e denominações fixas para suas pesquisas. Quanto às contribuições dos instrumentos terminográficos, Krieger explica que recuperam a informação usual, a qual é aceita coletivamente no que diz respeito tanto ao emprego do termo como ao conceito que veicula. Por isso, são obras de referências de grande significado no conjunto da documentação de apoio de que o tradutor necessita (KRIEGER, 2006, p. 203). Dessa maneira, a elaboração de instrumentos terminográficos permite que o tradutor técnico conheça o campo de especialidade em que sua tradução se insere. Krieger acrescenta que o conhecimento mais aprofundado de um domínio técnico facilita o manejo dos termos. Por sua vez, para o tradutor em formação, Krieger (2006, p. 205) aponta que o aprofundamento será vantajoso ao adquirir pelo menos uma base teórica mínima que o faça refletir sobre a constituição, estatuto e funcionamento das terminologias. A respeito do ensino terminológico, Krieger (2006, p. 204) aponta a importância, para os tradutores em formação, dos conhecimentos de princípios da Terminologia e de exercícios

34 33 de elaboração de glossários, com o auxílio de ferramentas e programas que armazenem registros e conceitos terminológicos. Em razão da escassez de glossários e dicionários especializados em determinadas áreas, Aubert (2001) e Krieger (2006) comentam que os próprios tradutores costumam elaborá-los, uma vez que não encontram materiais adequados ou confiáveis que possam suprir suas necessidades. De modo a cumprir com os objetivos da presente pesquisa, também é importante abordar algumas considerações à respeito dos glossários que, conforme mencionado anteriormente, mostram-se elementos relevantes para o auxílio da prática tradutória. Em termos gerais, o trabalho lexicográfico ou terminográfico que se propõe a organizar um dicionário ou, no caso de nossa pesquisa, um glossário, apoia-se em dois pontos básicos para o processo de organização das entradas: a macro e a microestrutura. Conforme explica Haensch (1982, p. 452), a macroestrutura está relacionada à disposição das entradas em ordem alfabética, fato que permite ao público-alvo um acesso prático e eficiente. A microestrutura, por sua vez, trata da organização de cada verbete ou entrada de um dicionário ou glossário, no sentido de decidir quais são as formas fixas a serem apresentadas. De acordo com Rey-Debove (1971), entende-se por microestrutura todo o conjunto de informações que acompanham a entrada. Andrade (2000) propõe uma estrutura básica de microestrutura, definindo-a como artigo + enunciado lexicográfico. Por outro lado, encontramos pesquisas que ampliam a noção de microestrutura, como a proposta de modelo de Barbosa (1989): Artigo = {+ Entrada + Enunciado lexicográfico (± Paradigma Informacional 1 + Paradigma Definicional, ± Paradigma Pragmático 1 ± Paradigma Informacional 2..., ± Paradigma Informacional n )} Expandindo as noções do modelo proposto por Barbosa (1989), encontram-se no Paradigma Informacional as abreviaturas, conjugação, categoria gramatical, gênero, número, homônimos, pronúncia, entre outros. Em segundo lugar, o Paradigma Definicional é responsável pela descrição dos semas, isto é, dos componentes mínimos de significação. Quanto ao Paradigma Pragmático, encontram-se inseridos na presente categoria as informações contextuais. Cabe mencionar que, para a autora, artigo é o mesmo que verbete. Também é válido levar em consideração que, dependendo da proposta do projeto léxico ou terminográfico, as informações apresentadas por meio do modelo de microestrutura

35 34 em questão são suscetíveis à variação. Na Seção de Metodologia, serão fornecidas informações detalhadas acerca das características do glossário elaborado para este estudo. 1.4 Fraseologia: objeto de estudo da Terminologia Conforme aponta Silva (2006, p. 13), a Fraseologia é uma disciplina nova. O autor comenta que Charles Bally, discípulo de Saussure, desenvolveu o pensamento de seu mestre que, entre tantas abordagens acerca da língua, tratou das locuções feitas como elementos pertencentes ao sistema linguístico. A partir disso, Bally emprega, pela primeira vez, o termo phraséologie em obras como Précis de Stylistique (1905), Traité de stylistique française (1909) e também Linguistique générale et linguistique française (1932), com o intuito de tratar do conjunto de fenômenos sintáticos que, por um lado, dão lugar às séries fraseológicas e, por outro, às unidades fraseológicas. Segundo Silva, a teoria fraseológica de Bally atravessou fronteiras, sendo introduzida na Linguística soviética, a qual contribuiu com sugestões importantes para a teoria de Bally, fundamentada na Linguística francesa saussuriana. A respeito de tais informações, Klare (1986, p. 356) afirma que o ponto de vista soviético entende que a fraseologia deve ser vista como disciplina autônoma, excluindo-a da lexicologia, equiparando-as, uma vez que os fraseologismos, tais como as locuções, também possuem suas próprias particularidades e, portanto, suficientes para a investigação fraseológica. Dessa maneira, instaurou-se, em 1956, a escola russa de Fraseologia que, de acordo com Rodriguez (2004, p. 16), começou a desenvolver estudos com base na descrição sincrônica, contrastiva e histórica. Silva (2006, p. 14) relata que, com o passar do tempo, a Fraseologia soviética foi introduzida na Espanha por meio das investigações de Casares (1950). Sua pesquisa se propôs a classificar as unidades fraseológicas (UFs) em modismos e locuções, excluindo os provérbios de tal classificação. Anos mais tarde, Zuluaga (1980) foi o responsável por alterar a proposta de Casares, classificando as UFs em locuções e enunciados, o que possibilitou o estudo dos provérbios. Entre os autores com relevância significativa para a Fraseologia, mencionamos Corpas Pastor (1997) que, ao publicar um manual fraseológico em língua espanhola, abordou especificamente os enunciados fraseológicos, entre os quais as fórmulas rotineiras e as unidades fraseológicas (UFs), que abrangem as colocações e as locuções. No tocante ao percurso histórico da Fraseologia francesa, iniciado com as obras de Bally, destaca-se a pesquisa de Rey e Chantreau (1997), que publicaram um dicionário

36 35 fraseológico intitulado Dictionnaire des expressions et locutions. No âmbito da Fraseologia sincrônica francesa, tem-se o manual La Phraséologie du Français (2002), publicado por Isabel González Rey. De acordo com Rodriguez, a referida obra aborda uma visão geral não apenas da Fraseologia, em geral, mas também da Fraseologia francesa, à medida em que distingue três domínios básicos: as parêmias, as expressões idiomáticas e as colocações. Segundo aponta Silva (2006), os estudos fraseológicos contemporâneos estão fundamentados no conceito do discurso repetido, proposto por Cosériu (1977). A abordagem teórica do referido discurso trata de tudo o que tradicionalmente está fixado, por exemplo: as frases feitas, as locuções cujos elementos constitutivos são substituíveis ou recombináveis segundo as regras atuais da língua (SILVA, 2006, p. 15) Unidades fraseológicas: conceituação e características Considerando que o objeto de estudo da Fraseologia são as unidades fraseológicas (UFs) (RODRIGUEZ, 2004, p. 9), muitos pesquisadores possuem opiniões distintas ao proporem definições e conceituações acerca das mesmas. Um exemplo para tal afirmação é apontado por Orenha-Ottaiano (2004), que listou algumas definições, as quais destacamos: blocos pré-fabricados (BOLINGER, 1976) unidades lexicais multivocabulares (multiword lexical units) (ZGUSTA, 1967) expressões feitas (ready-made utterances) (LYONS, 1979) unidades lexicais multipalavras (multi-word lexical units) (BIBER, 1995) tijolinhos fixos e por vezes fossilizados (KJELLMER, 1987) agrupamentos linguísticos (AZEVEDO, 1986), entre outras. Mesmo em meio a uma pluralidade conceitual com relação às UFs, Orenha-Ottaiano (2009, p. 51), com o intuito de justificar tal diversidade de opiniões, vale-se das considerações de Cabré, Lorente e Estopà (1996) que explicam, por sua vez que, enquanto alguns autores compartilham de um ponto de vista restrito com relação aos fenômenos fraseológicos, outros entendem que qualquer estrutura superior à palavra também são fraseológicas. Acerca da conceituação das UFs, Orenha-Ottaiano (2009) esclarece que se tratam de

37 36 combinações lexicais convencionalizadas, frequentes, recorrentes e que apresentam certo grau de lexicalização. [...] são armazenadas em nosso léxico mental e que, ao construirmos um discurso, seja na língua materna, seja em uma língua estrangeira, são resgatadas de modo automático em um só bloco [...], conforme o grau de competência linguística. Ao considerarmos que as UFs são combinações lexicais essencialmente convencionais ou blocos armazenados em nosso léxico mental, o processo de tradução para tais combinações torna-se uma tarefa complexa. Refletindo acerca da questão da convencionalidade das UFs, percebemos que tudo ao nosso redor também é caracterizado por diversos tipos de convenção, uma vez que vivemos em sociedade. Os estudos de Saussure (1916) já haviam mencionado que a língua, como convenção social, não é capaz de existir sem que os contratos sociais entre os membros de uma comunidade sejam estabelecidos. O linguista também propôs a teoria de arbitrariedade do signo linguístico, a qual observa que um mesmo objeto pode ser nomeado de maneiras diferentes, de uma língua para outra (cadeira, em português; silla, em espanhol; chair em inglês). Nesse sentido, a arbitrariedade do signo linguístico é caracterizada pela convenção ou contrato social: à medida em que não há elo entre o signo (significado e significante) e o objeto nomeado, o sistema de convenções é o responsável por nomear todas as coisas. Vale destacar que o termo convencionalidade, conforme aponta Fillmore (1979, apud TAGNIN, 1998), trata da coocorrência de elementos linguísticos, a qual não pode ser explicada com base na sintaxe ou semântica. Nesse sentido, a posição dos elementos dentro de uma UF pode ser explicada pela convenção, uma vez que a gramática não possui subsídios necessários para explicar, conforme aponta Orenha-Ottaiano (2004), a razão pela qual se usa o adjetivo antes ou depois de um substantivo em língua portuguesa casa linda / linda casa enquanto que, em língua inglesa, são usados antes deste beautiful house. Considerando as questões acima discutidas, Orenha-Ottaiano e Rocha (2012, p. 297) destacam que a Fraseologia está inserida dentro da convencionalidade, haja vista que seu foco de estudo são as combinações recorrentes da língua, entre as quais encontram-se as UFs. Os referidos autores (2012, p. 298) também observam que as UFs, além de serem recorrentes, também são cristalizadas em maior ou menor grau, isto é, seus elementos podem coocorrer com frequência, mas não sempre, e abarcam as coligações, expressões idiomáticas, binômios, provérbios, marcadores conversacionais, colocações, entre outros.

38 37 Com relação às características que distinguem as UFs de outros tipos de unidades lexicais, Corpas Pastor (1996, p. 20) menciona seis aspectos a serem tratados a seguir: 1. Frequência os elementos que constituem uma UF como um bloco devem aparecer com mais frequência do que individualmente. 2. Institucionalização tal aspecto diz respeito à aceitação de uma UF por meio de seu uso repetido. 3. Fixação com relação à sua institucionalização, a UF é fixa semântica e formalmente. 4. Variação embora uma UF seja fixa semântica e formalmente, há a possibilidade de variação em sua estrutura interna, sem comprometer o sentido global. Entretanto, nada impede que o falante, em pleno uso de sua criatividade, proceda com modificações na estrutura de uma UF. 5. Idiomaticidade entende-se, por tal aspecto, a impossibilidade de que um dos elementos de uma UF tenha um significado capaz de indicar a sua significação como um todo. Segundo a autora, o fenômeno é um indício de que a especificação semântica da UF atingiu o nível mais alto. 6. Gradação aspecto concernente à existência de uma escala gradual em todos os outros cinco, acima mencionados. Em outras palavras, a autora explica que nenhuma UF possui uma estrutura totalmente fixa. Zuluaga (1980) destacou a idiomatiticidade e a fixação fraseológica em seu estudo. Para o autor (1980, p. 126), a idiomaticidade diz respeito ao fato de que cada elemento de uma UF não possui conteúdo semântico em si mesmo. Dessa maneira, não é possível extrair o significado de uma determinada combinação apenas levando em consideração seus elementos isoladamente. Como exemplo de idiomaticidade, a combinação sacudir a poeira em seu sentido global significa o ato de superar alguma dificuldade. Entretanto, nenhum de seus elementos isolados pode indicar tal ideia. No que concerne à fixação fraseológica, o autor (1980) destaca que as UFs são criadas por meio da fala e que, devido à repetição, tornam-se elementos pré-fabricados, disponíveis para futuros atos de fala, ao contrário das combinações livres que são menos frequentes em uma comunidade de falantes. Nesse sentido, as UFs pertencem à língua entendida, por sua vez, como instituição social e não como um sistema.

39 38 A repetição, segundo Zuluaga (1980, p. 25) é um fator importante para o desenvolvimento de uma cultura, assim como de um sistema linguístico. No caso das UFs, o autor (p. 17) enfatiza que o processo contínuo de repetição de refrãos, locuções e ditos célebres, por exemplo, é o que realmente constitui uma UF. A fixação também é estudada por Ruiz Gurillo (1997), que listou cinco características concernentes às UFs: Componentes léxicos invariáveis os componentes de uma UF não sofrem alteração de número, de gênero, de determinante, de pessoa, e de tempo verbal. Componentes léxicos não comutáveis não é possível substituir um dos componentes de uma UF por outro correspondente. Exemplo: pedir a mão, no sentido de pedir alguém em casamento e nunca pedir o pé. Componentes não permutáveis os componentes de uma UF estão disponibilizados em ordem fixa, não sendo possível mudar a ordem. Exemplo: dar murro em ponta de faca e não em ponta de faca, dar murro. Componentes léxicos não separáveis impossibilidade de acrescentar um elemento a uma UF. Exemplo: dar murro em ponta de faca afiada. Da mesma maneira, não é possível omitir qualquer componente. Ex: ficar cara a cara e nunca ficar cara Fixação transformativa impossibilidade de passar uma UF para a voz passiva. Exemplo: joguei a toalha, no sentido de desistir de algo e nunca a toalha foi jogada por mim. Também existe a impossibilidade de uso da nominalização. Exemplo: farol vermelho e nunca a vermelhidão do farol. Os exemplos de UFs acima, apesar de indicarem a natureza fixa de seus componentes, não dizem respeito às colocações especializadas, especificamente. Dessa maneira, abordaremos algumas conceituações do referido tipo de UF, tratando também das colocações de língua geral.

40 Conceituação de colocação e colocação especializada Firth (1957), em seu artigo Modes of meaning, criou o termo collocation, ressaltando que uma palavra é conhecida por aquela que a acompanha 4, ou seja, pela coocorrência dos elementos de uma colocação. O termo colocação vem sendo usado de maneiras distintas ao longo dos anos. Conforme aponta Nesselhauf (2005, p. 11), tal diferença de sentido baseia-se no senso comum ao considerar a colocação como uma relação sintagmática entre as palavras. Por outro lado, a autora (2005) explica que a diversidade de uso do termo colocação é fruto de duas visões teóricas diferentes: a primeira delas trata da abordagem baseada na frequência (frequencybased approach), cuja proposta teórica é a distinção entre as co mais e menos frequentes. A segunda visão, diz respeito à abordagem fraseológica (phraseological approach), influenciada, por sua vez, pela fraseologia russa, que caracteriza as colocações como uma combinação de palavras não completamente fixas. Abordando as colocações da língua em geral, Louro (2001, p. 6) explica que Ler o texto implicaria em decompô-lo, não em palavras, mas em unidades lexicais significativas, unidades essas muitas vezes formadas por mais de uma palavra. Enfrentar um texto não seria, então, enfrentar o vocabulário enxergando palavras isoladas, mas enfrentar o vocabulário enxergando unidades lexicais. Segundo a autora, (2001), as colocações em geral são vistas como blocos de mais de uma palavra que coocorrem em um nível elevado de frequência. No tocante à conceituação de colocações especializadas, Orenha-Ottaiano (2004), em sua pesquisa de colocações na área de negócios, sustenta que esse tipo de colocação diz respeito a um campo teórico de concentração específico, onde os elementos também podem coocorrer em maior ou menor grau. A autora (2009, p. 33) comenta que a ligação entre os elementos constituintes de uma colocação não está baseada na semântica, mas possui natureza sintagmática e convencional. Em outras palavras, a relação em questão diz respeito à imposição ou convenção proposta pelos membros de uma comunidade, que, por sua vez, passam a combinar os elementos lexicais em determinado contexto. 4 A word is known by the company it keeps.

41 40 Orenha-Ottaiano (2009, p. 36), fundamentada na teoria de Tagnin (1999), apresenta algumas conceituações de colocação, entre elas: recorrência, não-idiomaticidade, coesão, restrição contextual, coocorrência arbitrária entre os elementos. Com relação à recorrência, a autora explica que existe a necessidade de que a colocação tenha um alto nível de frequência. Em outras palavras, que seja bastante usual em uma comunidade. A colocação nãoidiomática, por sua vez, possui significado composicional, uma vez que o sentido pode ser deduzido de cada um de seus elementos. Quanto à coesão, a autora (2009) explica que os elementos de uma colocação especializada precisam estar mais fortemente ligados do que em uma colocação comum. A restrição contextual trata da possibilidade de uma colocação ocorrer dentro de um contexto específico. Por último, a arbitrariedade na coocorrência entre os elementos de uma colocação não é justificável, isto é, não há razão semântica que explique tal combinação. Lewis (1997, p. 8) classifica as colocações em fixas, relativamente fixas e totalmente novas. De acordo com o autor, as colocações fixas são aquelas que fazem lembrar as palavras que coocorrem entre si. Dessa maneira, a possibilidade de coocorrência entre determinados termos é restrita. Com relação às colocações relativamente fixas, o autor explica que estas podem ser associadas a um número maior de palavras, ainda que de maneira limitada. Por fim, Lewis trata das colocações novas, como aquelas que ainda não atingiram um nível de consagração, o que depende diretamente da aceitação da comunidade. Caso venha a ser usada massivamente, este tipo de colocação passará a ser considerada como fixa, ao atingir alto nível de consagração. Damos como exemplo o elemento gripe que, em um determinado momento da história, passou a ser seguido de suína, afim de nomear a doença que constituiu uma realidade social. Também podemos notar que as colocações, geralmente fruto da criatividade do usuário da língua, são denominadas combinações-livres, e corroboram com a proposta teórica de Sinclair (1987, p ), que destacou dois princípios, no que diz respeito à combinação de palavras: o princípio da livre-escolha (the open choice principle) e também o princípio idiomático (the idiom principle). O princípio da livre-escolha está associado ao conhecimento gramatical de um usuário, possibilitando que este seja capaz de preencher diversas lacunas, por meio de escolhas lexicais, conforme o contexto no qual está inserido. Damos como exemplo, no quadro abaixo, algumas combinações que podem auxiliar a compreensão das idéias discutidas:

42 41 Quadro 2: Princípio da livre escolha FRASE PRINCIPAL USEI UMA CAMISA... I WORE A(AN)...T-SHIRT. EIXO PARADIGMÁTICO LIMPA, AZUL, BEAUTIFUL, OLD As combinações presentes no quadro acima revelam que existe uma gama de possibilidades contidas no eixo paradigmático que podem preencher facilmente as lacunas em questão por: usei uma camisa limpa, azul, por I wore a beautiful T-shirt, ou an old T- shirt. Entretanto, o contexto restringe as escolhas do usuário da língua, conforme as necessidades do momento no qual está inserido. No tocante ao princípio idiomático, este está associado à questão de previsibilidade de coocorrência entre os elementos. É o caso da estrutura prestar... que, em muitos casos, pode ser preenchida por atenção, devido à natureza mais restrita e fixa dos elementos. Ainda acerca do princípio idiomático, Orenha-Ottaiano (2009, p. 35) comenta que: Tal princípio se caracteriza como uma das maneiras pelas quais se pode constatar a organização da linguagem, que se dá por meio de um conjunto de formas convencionais que exprimem modos preferenciais de se dizer algo. Por exemplo, por que em inglês prefere-se dizer pay a compliment (= fazer um elogio) e não make a compliment? Esses são exemplos típicos aos quais o princípio da livre-escolha não se aplicaria. O usuário da língua também pode ser forçado a usar determinado termo, ainda que este não seja, a princípio, a opção mais óbvia para o uso. Entretanto, conforme mencionado anteriormente, alguns elementos possuem natureza restrita, isto é, são amplamente usados apenas entre eles. Procedemos, a seguir, com a abordagem de outros aspectos característicos das colocações, mais especificamente com base no arcabouço teórico de Haussmann Taxonomia das colocações, conforme proposta de Hausmann Continuando a abordar algumas definições para o termo colocação, levamos em consideração os estudos de Franz Josef Hausmann (1985, 1989), cuja teoria ainda não está disponibilizada em nenhuma publicação, a não ser por um dicionário voltado essencialmente

43 42 para as colocações especializadas (Kollocationen in deutschen Worterbush. Ein Beitrag zur Theorie des lexicographischen Beispiels, 1985). O autor (1985) procedeu com uma distinção entre combinações fixas, constituídas por expressões idiomáticas, que denominam apenas um conceito, tal como vitória-régia, e nãofixas, na qual se inserem as colocações em um sistema de coocorrência dos signos, cujo critério de distinção é baseado na afinidade. Segundo aponta Orenha-Ottaiano (2009), esta é utilizada por Hausmann, no sentido de disponibilidade da combinação, na medida em que chama as colocações de produtos semiacabados de uma língua. Hausmann (1984, apud HEID et al., 1991, p. 15) ainda declara que o, principal aspecto característico das colocações é a sua disponibilidade mental como um bloco todo e não algo construído pelos falantes. A proposta do autor para a sistematização de seu dicionário consistiu em dicotomizar as colocações em base e colocado. Para o autor (1985), ambos estão em inseridos em um sistema hierárquico, onde um determina o outro. Na colocação exportação de frutas, por exemplo, o termo exportação é a base que determina frutas, o colocado determinado. Conforme aponta Heid (1991), a base é essencialmente independente, semanticamente autônoma, traduzível, independente de seu uso na colocação e também é capaz de determinar os padrões lexicais combináveis consigo. No tocante ao colocado, o autor (1991) declara que ele é semanticamente interpretável apenas dentro de uma colocação; também é escolhido por uma base específica, a fim de se constituir uma colocação. Sua tradução depende da colocação como um todo, atua como um conceito modificador de sentido. A colocação, para Hausmann (1989, p. 1010), também é caracterizada pela relação entre dois lexemas, formando uma estrutura provavelmente constituída pela junção de: 1) substantivo e adjetivo (o segundo como cognome do primeiro); 2) substantivo e verbo; 3) verbo e substantivo; 4) verbo e advérbio; 5) adjetivo e advérbio; 6) substantivo, preposição e substantivo; 7) substantivo + substantivo Dessa maneira, dispomos abaixo algumas colocações extraídas de nosso corpus paralelo, adaptando os padrões de classificação propostos por Hausmann (1985) aos propósitos de nossa pesquisa. Com relação às colocações nominais e adjetivas em português e inglês, a ordem dos elementos muda, devido à diferença entre as estruturas das referidas línguas. Colocações nominais Substantivo (base) + Substantivo (colocado) safra de grãos / grain harvest;

44 43 Substantivo (base) + Preposição + Substantivo (colocado) mercado de veículos / market of vehicles; Colocações verbais Verbo (base) + Substantivo (colocado) aumentar a produção / increase production; Verbo (base) + Determinante + Substantivo (colocado) escoar as frutas / transport the fruits Substantivo (base) + Verbo (colocado) os investimentos aumentaram / the investments increased Colocação adjetiva Adjetivo (colocado) + Substantivo (base) produção intensiva / intensive production Colocação adverbial Advérbio (colocado) + Verbo (base) vastamente elevada / vastly increased; Verbo (base) + Advérbio (colocado) colher automaticamente / gather automatically. Conforme podemos observar, todos os exemplos de colocações especializadas apresentados acima possuem um termo como base, conforme aponta Orenha-Ottaiano (2009, p. 43), diferentemente das colocações da língua geral que, por usa vez, tem como base uma unidade lexical. A partir de tais afirmações, abordamos, a seguir, algumas diferenças e similaridades entre as colocações e colocações especializadas Colocações e colocações especializadas: principais diferenças e semelhanças Embora os conceitos teóricos abordados anteriormente possam ser aplicados com relação às colocações de língua geral e especializadas, podemos destacar os principais pontos em que ambos os tipos de colocações possuem particularidades entre si, a partir de suas semelhanças. Com base nos argumentos teóricos dos pesquisadores abordados na subseção anterior, as colocações de língua geral são convencionais e, portanto, familiares aos falantes de determinada comunidade. Consequentemente, não atravessam fronteiras linguísticas, uma vez

45 44 que cada língua possui critérios de nomeação diferentes para o mesmo objeto ou realidade. Por outro lado, as colocações especializadas, embora também sejam determinadas pela convenção, dizem respeito a uma linguagem terminológica específica de um grupo. No intuito de buscar uma maior delimitação entre colocação e colocação especializada, Orenha-Ottaiano (2009) toma como base os estudos de L Homme (2000), comparando algumas características de colocações e colocações especializadas, com base nos seguintes aspectos: 1) natureza convencional, 2) composição, 3) composicionalidade ou nãocomposicionalidade, 4) agrupamento de palavras-chave (bases) em unidades lexicais e 5) generalização semântica entre seus componentes. Nesse sentido, Orenha-Ottaiano (2009) analisa essas características e busca verificar sua aplicabilidade nos contextos especializados (contratos sociais e estatutos sociais) de sua pesquisa. Desse modo, discutimos, a seguir, tais aspectos, adequando-os à nossa investigação. No que concerne à natureza convencional de uma combinação, L Homme (2000) observa que, assim como as colocações, as combinações lexicais especializadas são determinadas pela convenção. A esse respeito, Gil (2003) aponta que a convenção implica nos laços que indivíduos de uma mesma comunidade linguística estabelecem com o mundo e a sociedade em que estão integrados (GIL, 2003, p. 115). Nesse sentido, as combinações lexicais especializadas, determinadas pela convenção entre os membros de uma sociedade, abrangem domínios de saber específicos, constituindo, assim, um subgrupo da língua geral. L Homme (2000) ainda levanta a possibilidade de questionar a convencionalidade de uma combinação lexical especializada como um todo ou se, de fato, tal aspecto estaria associado a cada um de seus componentes. Mediante tal questionamento, Orenha-Ottaiano (2009, p. 45) sustenta que a convencionalidade em questão é atribuída aos componentes de uma colocação, uma vez que podem adquirir outro sentido se empregados em uma dada área de especialidade. No âmbito do processo tradutório das colocações de língua geral e, principalmente das colocações especializadas, é importante que o tradutor possa reconhecê-las como blocos inteiros, ao invés de traduzir seus componentes isoladamente. No caso das colocações especializadas, tal tarefa é ainda mais complexa, haja vista que, além de reunirem elementos em blocos, utilizam, ao mesmo tempo, termos concernentes a um domínio particular de conhecimento. No tocante à composição das combinações, L Homme (2000) vale-se da teoria base + colocado, proposta por Hausmann (1984, 1985) como constituintes das colocações de língua geral. Para L Homme, a base de uma combinação lexical especializada é uma unidade terminológica acompanhada de seu respectivo colocado. A categorização das combinações

46 45 lexicais especializadas é dividida em apenas três grupos que priorizam o uso de substantivos. Segundo a autora, tais grupos consistem em: a) verbo + substantivo; b) substantivo + adjetivo; c) substantivo + substantivo. A autora explica que a proposta das três categorias diz respeito ao fato de que muitas das unidades lexicais, as quais os terminológos apontam como termos, fazem parte da categoria nominal. Tal fato indica, dessa maneira, que a base de uma combinação lexical especializada é, de fato, uma unidade terminológica nominal. Com relação à categorização das colocações de língua geral, a autora (2000) as divide em: a) verbo + substantivo; b) verbo + advérbio; c) substantivo + adjetivo; d) substantivo + substantivo e) adjetivo + adverbio. Nesse caso, as bases das colocações correspondem a substantivos, além de unidades sintagmáticas diversificadas. A respeito da composicionalidade ou não-composicionalidade de uma combinação, L Homme (2000), conforme discutido por Orenha-Ottaiano (2009), observa que a base de uma colocação seleciona o colocado e é, sobretudo, composicional, ao passo que seu colocado é não-composicional. Tal fato difere das combinações lexicais especializadas, cuja composicionalidade, segundo a autora, não é um aspecto fundamental a ser estudado, uma vez que o interesse dos terminológos gira em torno de todas as unidades lexicais que possam ser combinadas com termos. Um aspecto abordado pela autora é que a unidade terminológica que representa a base se mantém estável, ao contrário de seus coocorrentes, que conduzem a outros significados, mesmo sendo considerados unidades terminológicas. Exemplos: feira de frutas, feira de agronegócios, feira de orgânicos5, entre outros. No que tange ao agrupamento de bases em uma série de unidades lexicais, Orenha- Ottaiano menciona o estudo de L Homme e Bertrand (2000) que declaram que a base de uma colocação combina com determinado colocado que, por sua vez, muda de significado quando empregado em uma combinação lexical especializada. De acordo com Bertrand (1999), cuja pesquisa trata das combinações lexicais especializadas em francês, aponta que as referidas combinações especializadas podem ser consideradas grupos de unidades lexicais. O autor explica que, embora um colocado combine com uma diversidade de termos que guardam traços semânticos em comum, um dos termos prevalecerá sobre os demais em um texto de dada especialidade. O autor (1999) aponta em sua pesquisa que o verbo exploter pode frequentemente coocorrer com termos tais como, avion (avião) aéronef (aeronave) e também giravion 5 Exemplos extraídos a partir do nosso corpus de estudo.

47 46 (giroavião). Acerca das três possibilidades mencionadas, o termo aéronef tende a ser utilizado mais frequentemente exploiter l aéronef. Embora L Homme (2000) considere que o agrupamento de bases em uma série de unidades lexicais é mais produtivo com relação às combinações lexicais especializadas, Orenha-Ottaiano (2009, p. 49) contesta tal declaração, alegando não ser possível afirmar que tais considerações não digam respeito também às colocações de língua geral. O último aspecto discutido por Orenha-Ottaiano, no que diz respeito ao estudo de L Homme (2000) concerne à generalização semântica entre os componentes da colocação. Tal categoria aborda que, devido ao fato de diversas colocações demonstrarem ter o mesmo tipo de relação, as relações semânticas entre seus componentes podem ser generalizadas. Nessa perspectiva, Orenha-Ottaiano (2009) sustenta que o ponto de distinção entre as colocações de língua geral e as combinações lexicais especializadas é que, no caso das últimas, não há muitas categorias que descrevam as relações semânticas entre seus componentes. Outro aspecto de distinção entre colocações e colocações lexicais especializadas, segundo L Homme, é que as colocações são descritas com base na coocorrência lexical restrita, ainda que tenham colocados em comum. Com relação às colocações lexicais especializadas, a autora (2000) comenta que são melhor descritas com base na coocorrência lexical livre. As considerações de Orenha-Ottaiano (2009) e de L Homme (2000) são uma das poucas que abordam as diferenças e semelhanças entre colocações e colocações especializadas. No entanto, enfatizamos que a principal diferença entre uma e outra está nos domínios, os quais as determinam: língua geral, no caso da primeira, e áreas mais específicas de conhecimento, no caso da segunda. De modo semelhante, Orenha (2009, p. 50) acredita haver mais semelhanças do que diferenças entre uma e outra.

48 47 2 METODOLOGIA Conforme mencionado no capítulo anterior, a presente pesquisa se propõe a identificar e analisar colocações especializadas no campo da Exportação de produtos brasileiros e agronegócio. Com essa intenção, descrevemos, a seguir, os passos metodológicos adotados para o desenvolvimento de nosso estudo. Apresentaremos também a organização e compilação dos corpora, assim como o levantamento das colocações especializadas por meio do programa computacional Wordsmith Tools (SCOTT, 2008). Descreveremos, a seguir, o processo de verificação de frequência das colocações especializadas, com base no emulador de concordanciador Web Corp e também no motor de busca Google. 2.1 Organização do corpus de estudo Tendo as edições que correspondem aos anos 2010, 2011, 2012 e 2013 da revista Brazil Export (traduzida na direção português inglês) como fonte para a extração de colocações especializadas em língua portuguesa e também em língua inglesa, disponibilizamos, abaixo, duas imagens da mesma publicação em suas edições em ambas as línguas aqui mencionadas: Figura 1 Capa da edição em língua portuguesa da revista Brazil Export Figura 2 Capa da edição em língua inglesa da revista Brazil Export

49 48 As figuras em questão mostram a mesma edição da revista Brazil Export em português e inglês, respectivamente, embora tenham capas diferentes. Ao analisarmos a revista, entretanto, notamos que a maioria das matérias em português tem a matéria correspondente em inglês. Também percebemos que as ilustrações e demais notas da editora são as mesmas em ambas as línguas, não apenas para a revista ilustrada acima, mas também com relação às demais publicações. Ilustramos, nas figuras abaixo, uma das matérias da edição mencionada em português e respetiva tradução em língua inglesa: Figura 3 Exemplo de matéria em língua portuguesa da revista Brazil Export.

50 49 Figura 4 - Exemplo de matéria em língua inglesa da revista Brazil Export. A revista (publicação bilíngue mensal) é vendida em feiras de exposição apenas em seu formato físico, fato que dificultaria nosso trabalho, uma vez que teríamos que iniciar um longo processo de escaneamento de cada revista. Entretanto, obtivemos a permissão de receber cada matéria das edições da revista em formato pdf, ao fazermos sua assinatura por um período de quatro anos, tempo considerado suficiente para a coleta de dados para o desenvolvimento de nossa análise. Ao começarmos a receber as matérias em pdf, notamos que eram enviados dois arquivos diferentes: o primeiro continha todas as matérias em português e o segundo as respectivas traduções em inglês. Dessa maneira, organizamos todas as matérias em pares, TO e TT, conforme mostra a imagem a seguir:

51 50 Figura 5 Amostra das matérias em pdf e organização do corpus de estudo Conforme ilustrado na figura, os nomes dos arquivos possuem um número precedido pela letra p, a qual indica as matérias originalmente escritas em língua portuguesa e pela letra i que remete às respectivas traduções em língua inglesa. No tocante aos temas abordados nos textos que compõem nosso corpus de estudo, listamos algumas das principais questões discutidas nas matérias da revista Brazil Export: Mercado externo Política agrícola Exportações brasileiras Mercado das frutas Desenvolvimento econômico Expansão de empresas brasileiras

52 51 Tecnologia Feiras de exposição Logística Produtos orgânicos Economia Os temas acima mencionados são abordados em matérias de 3 a 5 páginas, das quais pudemos extrair as colocações especializadas analisadas no capítulo seguinte do presente estudo. A seguir, abordaremos alguns aspectos do programa computacional Wordsmith Tools e suas principais ferramentas que auxiliaram no levantamento e análise dos dados da nossa pesquisa. 2.2 O Wordsmith Tools e o levantamento das colocações especializadas O programa Wordsmith Tools disponibiliza três ferramentas básicas: 1) Wordlist (Lista de palavras) 2) KeyWords (Palavras-chave) e 3) Concord (Concordância). Com o intuito de identificar os termos com maior probabilidade de constituírem colocações especializadas, iniciamos a conversão das matérias da revista Brazil Export, originalmente em arquivos em pdf, para txt", uma vez que o Wordsmith Tools apenas processa dados em tal formato. No tocante ao corpus de estudo da presente pesquisa, nós o dividimos em dois grupos: o subcorpus de estudo em língua portuguesa (SCELP), composto por matérias da revista Brazil Export (TO s) e o subcorpus em língua inglesa (SCELI), constituído por respectivos TTs. A seguir, procedemos à contabilização do número de palavras presentes no SCELP e no SCELI por meio da ferramenta WordList e constatamos que estes são constituídos por um total de e palavras, respectivamente. Apresentamos, por meio das figuras abaixo, a lista de palavras geradas para ambos os subcorpora de estudo de nossa pesquisa:

53 52 Figura 6 Lista de palavras do SCELP gerada com o auxílio da ferramenta WordList Figura 7 Lista de palavras do SCELI gerada com o auxílio da ferramenta WordList As ilustrações acima mostram, em ambas as listas de palavras, a frequência (freq) de cada palavra que ocorre no texto e também a quantidade de textos em que tais palavras ocorrem (texts). Ilustramos, abaixo, dados da função statiscs, extraídos do Wordsmith Tools: Figura 8 Dados estatísticos do SCELP

54 53 Entre os dados estatísticos mostrados na figura acima, quatro são mais relevantes para a presente pesquisa. O primeiro deles diz respeito ao número total de itens ou palavras que aparecem no texto, denominados tokens: neste caso, até mesmo as palavras que ocorrem repetidas vezes nos corpora são contabilizadas. Diferentemente, os types mostram o número de palavras distintas, isto é, cada palavra é contabilizada apenas uma vez, excluindo suas repetições nos textos. Logo após os dados acima, o programa mostra a razão forma/item (type/token ratio), a qual contabiliza todos os itens ou tokens de um corpus em relação à ocorrência das formas ou types, dividindo o número de formas pelo número de itens por cem. O WordSmith Tools também apresenta a razão forma/item padronizada (standardised type/token ratio). Neste caso, a forma padronizada calcula a razão forma/item em intervalos regulares, isto é, avalia os textos por trechos (primeiras 1000 palavras de um texto ou corpus) e, a seguir, calcula a média dos valores da razão forma/item de cada grupo (chunks) de 1000 palavras. Segundo Berber Sardinha (2004) e Camargo (2005), a razão forma/item padronizada seria mais apropriada para a observação em textos de tamanhos diferentes. Com relação à ferramenta KeyWords, permite gerar listas das palavras de maior chavicidade, isto é, que ocorrem com maior frequência em um texto ou corpus. Em primeiro lugar, para criarmos a lista de palavras-chave de um corpus, é preciso gerar uma lista de palavras dos textos a serem analisados com o auxílio da ferramenta WordList. Após isso, fazse necessária a utilização de um corpus de referência, cujo banco de palavras seja grande o suficiente para contrastar com a lista de palavras previamente gerada. O resultado de tal contraste é uma lista de palavras-chave, com a qual o pesquisador poderá selecionar as palavras a serem analisadas. No âmbito de nossa pesquisa, fizemos o download do corpus de referência Lacio-ref com relação ao SCELP e também do BNC (British National Corpus), no que diz respeito ao SCELI. De modo ilustrativo, disponibilizamos, a seguir, a imagem da lista de palavras do corpus de referência Lácio-Ref e BNC, usados para contrastar as listas de palavras-chave do SCELP e do SCELI, respectivamente:

55 54 Figura 9 Amostra da lista de palavras do corpus de referência Lácio-Ref Figura 10 Amostra da lista de palavras do corpus de referência BNC As figuras apontam significativas para os primeiros itens do banco de palavras do Lácio-Ref e do BNC, sobretudo preposições e artigos, cujas frequências ultrapassam a marca de 1 milhão de, no caso do corpus de referência em língua inglesa.

56 55 Com base nas listas de palavras-chave obtidas por meio do contraste entre as listas de palavras dos corpora de referência e as listas de palavras de ambos os subcorpora de estudo, foram selecionadas as palavras que poderiam ser consideradas como candidatas a termo nos textos selecionados para representar a linguagem da Exportação e Agronegócios. Também mostramos, a seguir, a lista de palavras-chave, gerada a partir do contraste entre o SCELP e o corpus de referência Lacio-Ref: Figura 11 Amostra da lista de palavras-chave do SCELP. Conforme mencionado anteriormente, a lista acima é o resultado do contraste entre a lista de palavras do corpus de referência e a lista de palavras do SCELP. Pode-se observar que termos, tais como exportações, produtos, empresas e mercado são recorrentes no campo da Exportação e Agronegócio e que também possuem chavicidade significativa. De modo geral, os referidos termos poderiam, inicialmente, ser considerados como candidatos para coocorrer com outros e, por fim, formarem uma colocação especializada. Outra ferramenta relevante é a Concord, por meio da qual o pesquisador analisa determinada palavra em seu cotexto. Nesse caso, tal palavra é denominada palavra de busca (search word) ou ainda nódulo (node).

57 56 Com o auxílio da referida ferramenta, verificamos os cotextos dos candidatos a termos recorrentes na área de Exportação e Agronegócios como produtos, mercado, negócios, frutas, entre outros, em virtude da sua chavicidade significativa apontada pela ferramenta KeyWords. Na figura a seguir, os cotextos do nódulo produtos, apresentado pela ferramenta Concord: Figura 12 Amostra da concordância do nódulo produtos em seu cotexto. Abaixo da tela mostrada acima, encontra-se a aba collocates, a qual possibilita ter uma visão geral de todos os elementos que coocorrem com o nódulo produtos tanto no lado esquerdo, quanto no lado direito, conforme mostra a Figura 13:

58 57 Figura 13 Amostra da aba collocates e os elementos que coocorrem com o nódulo produtos Nesta etapa, pode-se examinar os nódulos que podem ou não formar colocações especializadas com outros termos, o que possibilita o início das análises das colocações especializadas. Para o desenvolvimento das análises do presente estudo, foram investigados os seguintes tipos de colocações especializadas: Nominais Substantivo (base) + Substantivo (colocado) Adjetivas Adjetivo (colocado) + Substantivo (base) Verbais Verbo (base) + Substantivo (colocado) e Substantivo (base) + Verbo (colocado) Esses tipos de colocações especializadas foram selecionados por se mostrarem mais recorrentes em nosso corpus de estudo. 2.3 Verificação da frequência das colocações especializadas e entradas no glossário No tocante à frequência das colocações especializadas, tomamos como base o WebCorp, Google e nosso corpus de estudo, por meio dos quais verificamos o número total de das colocações especializadas. Em outras palavras, procedeu-se a um exame para

59 58 observar se as colocações especializadas selecionadas seriam ou não frequentes no campo da Exportação e do Agronegócio. Descrevemos, a seguir, os passos do processo de verificação da frequência das colocações especializadas, por meio de algumas imagens dos sites pesquisados: Figura 14 Amostra da página principal do WebCorp Ao iniciarmos o processo de verificação de frequência das colocações especializadas, digitamos, por exemplo, a colocação mercado externo, conforme ilustrado na figura acima, na barra Search. Após isso, selecionamos a opção Portuguese como idioma de busca, a fim de evitar o risco de encontramos textos em espanhol nos resultados de busca. A frequência da colocação mercado externo pelo WebCorp pode ser visualizada na figura seguinte:

60 59 Figura 15 Amostra da busca pela colocação especializada mercado externo no WebCorp Conforme podemos observar, o resultado mostra que a colocação especializada em questão apresenta 202 no Web Corp. Realizamos o mesmo procedimento de busca no Google, digitando a mesma colocação especializada em sua barra de pesquisa entre aspas, com o intuito de verificar o número de para os termos em questão (caso não fosse incluído o sinal das aspas, o site iria buscar os termos em conjunto e também individualmente). Figura 16 Amostra da busca pela colocação especializada mercado externo no Google

61 60 O tempo de processamento de resultados de ambos os sites mencionados são distintos. Enquanto o Web Corp levou mais tempo para gerar linhas de concordâncias para a colocação mercado externo que, conforme na figura, apontou 202, o Google apresentou resultados para a colocação especializada em questão em menos tempo. Desse modo, o WebCorp precisa de mais tempo para processar um resultado análogo ao apresentado pelo Google. No tocante à frequência das colocações especializadas em nosso corpus de estudo, acionamos a ferramenta Concord do programa WordSmith Tools, e observamos o número total de. Disponibilizamos, abaixo, a imagem da frequência da colocação especializada mercado externo : Figura 17: Frequência da colocação especializada mercado externo no SCELP. Conforme ilustrado na figura, a colocação especializada mercado externo possui 40 no SCELP.

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