JANINE BARRETO MARQUES

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1 UFPB UEPB UERN UESC UFAL UFS UFRN UFS UFPI PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA / UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA JANINE BARRETO MARQUES COMÉRCIO E CONSERVAÇÃO DE TRÊS ESPÉCIES VEGETAIS DA CAATINGA AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO E DE USO MEDICINAL EM DUAS ÁREAS DO CARIRI ORIENTAL PARAIBANO João Pessoa PB 2008

2 JANINE BARRETO MARQUES COMÉRCIO E CONSERVAÇÃO DE TRÊS ESPÉCIES VEGETAIS DA CAATINGA AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO E DE USO MEDICINAL EM DUAS ÁREAS DO CARIRI ORIENTAL PARAIBANO Dissertação apresentada ao Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente PRODEMA, Universidade Federal da Paraíba/Universidade Estadual da Paraíba, em cumprimento às exigências para obtenção do grau de Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Profª. Drª. Maria de Fátima Agra Orientadora Profª. Drª. Maria Regina de Vasconcellos Barbosa Co-orientadora João Pessoa PB 2008

3 M 357c Marques, Janine Barreto. Comércio e conservação de três espécies vegetais da Caatinga ameaçadas de extinção e de uso medicinal em duas áreas do Cariri Oriental Paraibano / Janine Barreto Marques. João Pessoa, p. : il. Orientadora: Maria de Fátima Agra Co-orientadora: Maria Regina de Vasconcellos Barbosa Dissertação (mestrado) UFPB / PRODEMA 1. Plantas medicinais Cariri Paraibano. 2. Amburana cearensis (cumaru). 3. Myracrodruon urundeuva (aroeira). 4. Sideroxylon obtusifolium (quixabeira). UFPB/BC CDU: (043)

4 JANINE BARRETO MARQUES COMÉRCIO E CONSERVAÇÃO DE TRÊS ESPÉCIES VEGETAIS DA CAATINGA AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO E DE USO MEDICINAL EM DUAS ÁREAS DO CARIRI ORIENTAL PARAIBANO Dissertação apresentada ao Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente PRODEMA, Universidade Federal da Paraíba/ Universidade Estadual da Paraíba, em cumprimento às exigências para obtenção do grau de Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente. BANCA EXAMINADORA Profª. Drª. Maria de Fátima Agra/ UFPB Orientadora Profª Drª. Maristela Oliveira de Andrade/ UFPB Examinador interno Prof. Dr. Everardo Valadares de Sa Barretto Sampaio/UFPE Examinador externo Aprovada em defesa pública em João Pessoa, 29 de fevereiro de Prof. Dr. Alberto Kioharu Nishida/UFPB Examinador suplente

5 À memória de minha mãe, Maria Daluz Barreto Marques, que enfrentou as limitações da vida para deixar aos filhos um bem precioso, a educação.

6 AGRADECIMENTOS Ao meu pai, José Marques Sobrinho, pelas contribuições à construção e ao desenvolvimento deste projeto, com o amplo conhecimento sobre a biodiversidade local adquirido ao longo de mais de 40 anos de vivência no sertão paraibano onde nasceu. Aos meus irmãos Jofman Barreto Marques e Jeanne Barreto Marques, pelo apoio e incentivo incondicional. Ao meu grande amigo e amor Karlos Alfredo de Carvalho Farias, pelo apoio em todas as horas, pelo companheirismo e imensa colaboração durante a pesquisa de campo. À Profª. Drª. Maria de Fátima Agra, por construir comigo este trabalho, pelo estímulo, pelas críticas e pela valiosa orientação. À Profª. Drª. Maria Regina de Vasconcellos Barbosa, pela co-orientação e pelas importantes contribuições dadas desde a construção do projeto. À Profª. Drª. Maristela Oliveira de Andrade, por me despertar para questões fundamentais que me orientaram durante toda a pesquisa de campo, contribuindo para um profundo crescimento pessoal, e pelas contribuições e críticas por ocasião de sua participação na qualificação do trabalho e na banca examinadora. Ao Prof. Dr. Alberto Kioharu Nishida, pela participação na qualificação deste trabalho, cujas críticas contribuíram para melhorar a qualidade das informações produzidas. Ao Prof. Dr. Everardo Valadares de Sa Barretto Sampaio, pela participação na banca examinadora, pelos questionamentos sobre problemas essenciais e pelas valiosas sugestões e críticas. Ao Prof. Dr. Jnanabrata Bhattacharyya, pela revisão do inglês. À Universidade Federal da Paraíba, por viabilizar a realização deste trabalho. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES, pelo apoio financeiro parcial através do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração, Bioma Caatinga PELD-Caatinga e através do Programa de Apoio à Pós-graduação PROAP. Aos colegas e professores do PRODEMA, pelo aprendizado em conjunto, que contribuiu para o aperfeiçoamento deste estudo. Às Prefeituras dos municípios de Boqueirão e Cabaceiras, pela receptividade e apoio às pesquisas À população da área de estudo, pela hospitalidade e apoio a esta pesquisa, especialmente aos vendedores de plantas medicinais, que se arriscaram a revelar informações de seu interesse para de alguma forma tentar contribuir com a solução dos conflitos do interesse de todos.

7 A causa real da maioria de nossos grandes problemas está entre a ignorância e a negligência. Goethe

8 RESUMO O Cariri Paraibano está inserido no domínio do Bioma Caatinga, estado da Paraíba, e é considerado uma das áreas mais secas do Brasil. Sua vegetação, adaptada às condições climáticas e edáficas, caracteriza a paisagem. Inseridos na região oriental do Cariri, os municípios de Boqueirão e Cabaceiras foram escolhidos como área de estudo. Realizou-se uma investigação da comercialização e conservação de três espécies vegetais de uso na medicina popular local Amburana cearensis (Allemão) A.C.Smith., popularmente conhecida como cumaru, Myracrodruon urundeuva Allemão, aroeira, e Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex. Roem. & Schult.) T.D.Penn., quixababeira. Pelos seus diversos usos, incluindo a utilização da madeira para produção de lenha e carvão, associados à exploração extrativista sem manejo e à degradação ambiental em curso, essas três espécies encontram-se incluídas nas principais listas brasileiras e internacionais de espécies ameaçadas de extinção. O estudo foi realizado sob uma perspectiva etnobotânica. Entrevistas sistemáticas e semiestruturadas foram realizadas com os vendedores de plantas medicinais, moradores antigos na área e com os representantes do Poder Público local. Amostras botânicas das espécies estudadas foram coletadas, com a ajuda dos entrevistados, identificadas e depositadas no Herbário JPB. Os resultados foram analisados sob seus aspectos ecológicos, econômicos, sociais e políticos. Os diversos usos registrados para as três espécies evidenciam seu valor na manutenção do equilíbrio ecológico. Para fins medicinais, o material vegetal é extraído da vegetação nativa, de forma clandestina, e o comércio é informal. A rede estabelecida por esse comércio ultrapassa os limites da área de estudo, alcançando outras cidades da região, algumas que atuam como pólos distribuidores. Na maioria dos casos, o comércio varejista de plantas medicinais é uma atividade econômica secundária que complementa a renda familiar. Com relação aos extratores, responsáveis pela manutenção dos estoques na rede comercial e pelo intercâmbio de espécies de usos medicinais, essa é sua única atividade econômica. O problema socioeconômico inerente a esse comércio constitui um ponto-chave no processo decisório do poder publico para a conservação das espécies estudadas. Palavras-chave: Amburana cearensis, aroeira, caatinga, cumaru, Myracrodruon urundeuva, Paraíba, plantas medicinais, quixabeira, Sideroxylon obtusifolium.

9 ABSTRACT The Cariri Paraibano is part of the Caatinga domain, in the State of Paraíba, and is considered one of the driest areas of Brazil. Its vegetation, adapted to the climatic and soil conditions, characterizes the landscape. Belonging to the eastern Cariri zone, the municipalities of Boqueirão and Cabaceiras were chosen as study area. An investigation of the commercialization and conservation of three plant species used in local folk medicine Amburana cearensis (Allemão) A.C.Smith., popularly known as "cumaru", Myracrodruon urundeuva Allemão, aroeira, and Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex. Gnaw. & Schult.) T.D.Penn., quixababeira" was carried out. Because of their diversified uses, including utilization of the wood for firewood and coal production, associated with the extractive exploitation without management and the current environmental degradation, these three species are included in the main Brazilian and international lists of threatened species. The study was carried out under an ethnobotanical perspective. Systematic and semi-structured interviews were carried out monthly with the vendors of medicinal plants, old residents and with representatives of the public administration. Botanical samples of the studied species were collected, with the aid of the vendors interviewed, identified and subsequently deposited at the JPB Herbarium. The analyses considered political, social, economic, and ecological aspects. The different uses registered for the three species for the three species lend support to their value in the maintenance of the ecological equilibrium. For medicinal purposes, the plant material is extracted from the native vegetation, clandestinely, and its commerce is informal. The commercial network of these medicinal plants exceeds the limits of the study area, extending to the other cities of the region, including some relevant distributors. In the majority of the cases, the retail commerce of medicinal plants is a complementary economic activity to the family income. Regarding to the extractors, who are responsible by the maintenance of the stocks in the commercial network and by the exchange of medicinal plants, this is their only economic activity. The socioeconomic problem related to the commercial activity constitutes a key factor in the decision making process of the public administrators for the conservation of the studied species. Key-words: Amburana cearensis, aroeira, caatinga, cumaru, medicinal plants, Myracrodruon urundeuva, Paraíba, quixababeira, Sideroxylon obtusifolium.

10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CPRM IBAMA IBGE IDEME IUCN MMA PAN-BRASIL PROCARIRI SEBRAE WHO Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - Serviço Geológico do Brasil Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual da Paraíba International Union for Conservation of Nature and Natural Resources Ministério do Meio Ambiente Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Cariri Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas World Health Organization

11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO OBJETIVOS OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS REFERENCIAL TEÓRICO UTILIZAÇÃO E COMÉRCIO DE PLANTAS NATIVAS COM FINS MEDICINAIS A FLORA DA CAATINGA E O HOMEM DO NORDESTE: CULTURA, TRADIÇÃO E CONHECIMENTO POPULAR MATERIAL E MÉTODOS ÁREA DE ESTUDO Critérios para escolha da área SELEÇÃO DAS ESPÉCIES COLETA, REGISTRO E TRATAMENTO DOS DADOS Segmento da população e amostragem Pesquisa de campo Coleta e registro de dados Coletas botânicas RESULTADOS E DISCUSSÃO ASPECTOS ECOLÓGICOS Amburana cearensis (Allemão) A.C.Smith Myracrodruon urundeuva Allemão Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex. Roem. & Schult.) T.D.Penn Ameaças à conservação das espécies na área de estudo ASPECTOS ECONÔMICOS... 54

12 5.2.1 A cadeia produtiva Elementos formadores Da extração ao consumo: relações entre os vendedores e o fluxo dos produtos ASPECTOS SOCIAIS O papel do comércio das plantas de uso medicinal para a manutenção das práticas tradicionais Conhecimento tradicional ASPECTOS POLÍTICOS Aspectos legais direcionados à conservação das plantas medicinais Atuação do Poder Público CONCLUSÕES RECOMENDAÇÕES REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APÊNDICES

13 11 1 INTRODUÇÃO O Cariri Paraibano está situado no semi-árido da Paraíba, no Nordeste do Brasil, inserido no domínio do Bioma Caatinga. É uma área caracterizada por altas temperaturas e pela forte escassez de chuvas, com uma flora adaptada às condições climáticas e edáficas, que, de acordo com Agra (1996), possui uma grande densidade de cactáceas e bromeliáceas, entre as quais se intercalam espécies arbóreas comuns na região. No Cariri Paraibano, cerca de 119 espécies nativas são usadas como medicinais (AGRA et al., 2007a). Dentre estas, Amburana cearensis (Allemão) A.C.Smith., popularmente conhecida como cumaru, Myracrodruon urundeuva Allemão, aroeira, e Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex. Roem. & Schult.) T.D.Penn., quixabeira, são árvores típicas da Caatinga, comumente utilizadas e comercializadas pelo povo do Nordeste para vários outros fins, como: madeireiras, para produção de artesanato, lenha e carvão (FIGUEIRÔA et al., 2005); ornamentais (BARRETO et al., 2005); melíferas (SANTOS et al., 2005) e produtoras de óleos e ceras (CASTRO et al., 2005). Essas três espécies destacam-se não só pelos seus usos etnobotânicos, mas principalmente por constarem de listas de espécies ameaçadas por sua exploração extrativista (IBAMA, 1992; IUCN, 2007a; b). No Brasil, qualquer prática que coloque em risco a função ecológica da fauna e da flora ou que provoque a extinção de espécies é expressamente proibida pela Constituição Federal desde 1988 (BRASIL, 2007). Entretanto, o extrativismo e o comércio das espécies não é um problema que pode ser solucionado com a simples aplicação das penalidades impostas pela lei. Essas atividades estão inseridas num campo onde ambiente e sociedade vivem uma realidade conflitante, que envolve cultura e tradição, ambientes vulneráveis e sobrexplorados, população com renda per capita muito baixa, espécies ameaçadas e o interesse coletivo de conservação da biodiversidade. Algumas iniciativas destacam-se como esforço para a compreensão e contribuição à conservação de espécies da flora brasileira utilizadas na medicina popular. Dois estudos (NEVES, 2001 e SILVA et al., 2001) reúnem importantes informações sobre a problemática relacionada ao comércio de plantas medicinais no Brasil, os quais enfocam não só o comércio externo, mas, igualmente, o comércio local. Os autores atentam para o fato de que a extensa rede de comerciantes de plantas medicinais é crescente e consideram preocupante a escassez

14 12 de informações sobre esse comércio e os riscos inerentes à atividade para a conservação das espécies. Considerando não só a importância da conservação da biodiversidade para a manutenção do equilíbrio ambiental, mas, também, para a preservação da identidade cultural das populações locais, este estudo teve como objetivo investigar o comércio e o extrativismo de Amburana cearensis, Myracrodruon urundeuva e Sideroxylon obtusifolium com fins medicinais nos municípios de Boqueirão e Cabaceiras, no Cariri Oriental Paraibano, sob uma perspectiva etnobotânica, com o propósito de contribuir com informações que possam subsidiar estratégias para sua conservação.

15 13 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Realizar um diagnóstico da comercialização de Amburana cearensis, Myracrodruon urundeuva e Sideroxylon obtusifolium com fins medicinais nos municípios de Boqueirão e Cabaceiras, Paraíba, a fim de subsidiar estratégias de conservação dessas espécies. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Registrar as formas de uso e comercialização de A. cearensis, M. urundeuva e S. obtusifolium nos municípios de Boqueirão e Cabaceiras; Investigar as formas de comercialização com fins medicinais dessas três espécies; Identificar a cadeia produtiva das espécies estudadas; Analisar a importância social e econômica da comercialização desses recursos naturais para a população estudada; Investigar as práticas populares de manejo dessas espécies pela população estudada.

16 14 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 UTILIZAÇÃO E COMÉRCIO DE PLANTAS NATIVAS COM FINS MEDICINAIS A medicina popular é uma prática milenar de manutenção do bem-estar, prevenção, diagnóstico, tratamento e cura de doenças e para tanto faz uso de plantas, animais, minerais, rituais mágicos e religiosos. A Organização Mundial de Saúde reuniu alguns dados sobre o uso medicinal de plantas no mundo. Na China, por exemplo, as tradicionais preparações com ervas respondem por 30% a 50% do consumo medicinal total; em Gana, Mali, Nigéria e Zâmbia, o uso caseiro de ervas medicinais é a primeira escolha para o tratamento de 60% de crianças com febre resultante de malária; na Alemanha, entre 1995 e 2000, o número de médicos que realizou treinamento especial em medicina com remédios naturais praticamente dobrou; e o mercado global que viabiliza a medicina das ervas está em pleno crescimento (WHO, 2003). A preocupação com esse mercado, principalmente com relação aos riscos que ele oferece à conservação das espécies, vem recentemente assumindo maior importância em escala global. No Nepal, onde a exploração em larga escala com fins comerciais ameaça a conservação das plantas medicinais do Himalaia, estudos sobre o comércio, a sustentabilidade das práticas de extração e a conservação dessas espécies vem sendo desenvolvidos por Ghimire et al. (2004; 2005) e Olsen (2005a; b). Outros estudos similares também vêm sendo realizados na Bolívia (MACÍA et al., 2005), Grécia (HANLIDOU et al., 2004) e Índia (KALA et al., 2006; SHUKLA e GARDNER, 2006). No Brasil, os estudos sobre esse comércio e os riscos à conservação de espécies ainda são escassos e recentes. O primeiro passo foi dado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), com a publicação do trabalho Plantas medicinais: diagnóstico e gestão, de Neves (2001). De acordo com Neves (2001), somente do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, mais de quilos de material vegetal, considerando apenas as dez plantas mais exportadas no período de março a dezembro de 1994, saíram com destino ao Japão, Coréia do Sul, Alemanha, Estados Unidos da América, Austrália, Suíça, Espanha, Itália Bélgica, Portugal, Dinamarca, Argentina, Paquistão e França. A autora registrou o acelerado e intenso processo de extração, a

17 15 problemática socioeconômica relacionada ao tema e a clandestinidade dos extratores como pontos importantes a serem considerados no processo de gestão das plantas medicinais. Silva et al. (2001) realizaram um levantamento geral sobre o comércio local e o de exportação de plantas medicinais no Brasil. Consideraram preocupante a quase inexistência de estudos sobre esse comércio e recomendaram um estudo de avaliação do estado de conservação e comércio das espécies medicinais que se encontram na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção e nas listas estaduais de espécies ameaçadas. Em uma área de Mata Atlântica, no Rio Grande do Sul, Souza (2006) estudou o extrativismo e comercialização de Rumohra adiantiformis G. Forest (samambaia-preta). Apesar de ser uma espécie ornamental, este trabalho pode servir como um bom modelo para os estudos sobre o comércio das plantas medicinais. A abordagem utilizada considerou as interfaces ecológica, econômica, cultural e social, e o resultado foi a produção de informações valiosas para a conservação da espécie. Em Pernambuco, Albuquerque e Andrade (2002) investigaram as formas de apropriação dos recursos da Caatinga pelo homem e identificaram alguns problemas em relação ao comércio das plantas usadas na medicina. Um deles é a forte pressão do extrativismo sobre os recursos medicinais para atender à demanda local e ao extenso mercado consumidor que existe em todo o Estado. Entre as espécies que estão sofrendo forte pressão na área destacaram a aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão), o mulungu (Erythrina velutina Willd.), a baraúna (Schinopsis brasiliensis Engl.), o angico (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan) e a imburana-de-cheiro (Amburana cearensis A.C.Smith.). Informações etnomedicinais das espécies vegetais no Cariri Paraibano vêm sendo produzidas por Agra et al. (1994; 1996), Baracho e Agra (1995), Agra (1996), Leal e Agra (2005), Silva e Agra (2005), Silva et al. (2005), Coelho et al. (2006) e Agra et al. (2007a). Apesar de esses estudos focarem nas informações etnomedicinais, alguns alertam sobre o risco da exploração extrativista com fins medicinais para a conservação das espécies, e mencionam o uso da vegetação nativa para carvão e lenha e a pecuária extensiva como fatores negativos à conservação das espécies na área. Amburana cearensis, Myracrodruon urundeuva e Sideroxylon obtusifolium são exemplos de espécies da Caatinga utilizadas na medicina popular, comercializadas nas feiras e mercados espalhados pelo Nordeste (AGRA et al., 2005) e no Cariri Paraibano (AGRA, 1996;

18 16 AGRA et al., 2007a) e que estão ameaçadas de extinção, ficando clara a urgência para realização de estudos que venham preencher essas lacunas. Trovão et al. (2004) analisaram fragmentos florestais de Caatinga em municípios do Cariri Oriental Paraibano e investigaram os usos das espécies vegetais pelo homem na área de estudo. Enfatizaram que os caririenses consideram várias espécies de sua medicina ameaçadas de extinção e que o desaparecimento dessas plantas, de acordo com os entrevistados, é decorrente de seu uso medicinal. Os autores, contudo, destacaram como importante fator causador dos danos ecológicos o avanço da pecuária e da agricultura na região. Entre as espécies citadas pelos moradores locais como ameaçadas, encontram-se a aroeira, Myracrodruon urundeuva Allemão; o angico, Anadenanthera macrocarpa Benth Ducke; a quixabeira, Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex. Roem. & Schult.) T.D.Penn.; a craibeira, Tabebuia caraíba; e outras. Os pontos levantados por esses autores são de grande valia para o desenvolvimento de estudos sobre o tema, especialmente considerando que, em todo o Brasil, quase não existem estudos sobre esse comércio. 3.2 A FLORA DA CAATINGA E O HOMEM DO NORDESTE: CULTURA, TRADIÇÃO E CONHECIMENTO POPULAR Na região Nordeste do Brasil, muitas espécies da flora são utilizadas pelas populações locais para uma grande diversidade de usos. Como exemplos, Figueirôa et al. (2005) relacionaram quarenta espécies da flora nordestina de importância econômica potencial, cuja madeira é empregada em construção civil, serraria, marcenaria, carpintaria, artesanato, como lenha e carvão para a cocção de alimentos, e outros usos hoje menos comuns como vigas, dormentes, esteios, caixotarias, esquadrias, assoalhos, lambris, mourões, estacas para cercas, caibros, postes, ripas, portas, tábuas, instrumentos musicais, cabos de ferramenta, móveis e outros utensílios domésticos. Outras formas de utilização da flora do Nordeste foram relatadas por Ferreira et al. (2005), que listaram algumas das mais de 100 espécies frutíferas nativas da região, cuja distribuição está relacionada à sobrevivência da fauna; por Castro et al. (2005), que citaram os usos dos produtos resultantes do metabolismo secundário das plantas, como óleos, ceras, látex

19 17 e taninos; e por Barreto et al. (2005), que citaram usos das fibras de mais de oitenta espécies para produção de artesanato e utensílios, além do uso de muitas espécies como ornamentais. Na medicina popular, Agra et al. (2007b) relacionaram usos para 483 espécies da flora nordestina. No ano de 1648, segundo levantamento feito por Agra et al. (2005), estudos já registravam informações sobre espécies utilizadas na medicina indígena no Nordeste e, até hoje, o uso e o comércio de espécies da flora para fins medicinais é uma prática comum nessa região. A forte ligação do homem nordestino com os recursos naturais de seu ambiente permitiram-lhe assimilar um amplo conhecimento sobre sua biodiversidade e sua utilização, conhecimento esse que permanece vivo como parte de seu patrimônio cultural. Para Andrade (2000), a identidade étnica do povo nordestino é responsável por manter vivas suas tradições. Segundo essa autora, a consciência de identidade étnica associada à memória coletiva de um passado comum mantém a solidez dessa cultura, mesmo em meio às mudanças impostas pela cultura dominante. No Brasil, a medicina popular recebeu influência de grupos negros, indígenas e europeus, participantes da formação da cultura brasileira. Segundo Rodrigues (2001), as bases da Medicina de Hipócrates ( a.c.), presentes na medicina popular, foram trazidas pelo colonizador europeu, porém este precisou aqui aprender com os indígenas o conhecimento sobre o uso de plantas nativas e demais recursos de sua medicina. De acordo com Agra (1996) e Agra et al. (2007a), a influência de indígenas, europeus e africanos sobre os usos das plantas utilizadas na medicina popular no Cariri Paraibano pode ser reconhecida na origem tupi dos nomes populares das plantas juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.), jurema (Mimosa spp.), jurubeba (Solanum spp.), umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) ; na presença de espécies cultivadas trazidas pelos portugueses alecrim (Rosmarinus officinalis L.), manjericão (Ocimum basilicum L.), hortelãs (Mentha spp.) ; e na presença de plantas oriundas da África liamba (Vitex agnus-castus L.), macassar (Aeollanthus suaveolens Mart. ex Spreng.), cujos usos também estão associados a rituais místicos e religiosos. No Cariri Paraibano, o conhecimento sobre os usos das plantas na medicina popular vem sendo repassado de geração a geração, através da transmissão oral, mas vem se perdendo no tempo, pela ausência de estudos que registrem esse conhecimento e pelo uso indevido da flora nativa, que vem provocando perdas na biodiversidade local (AGRA, 1996).

20 18 De acordo com Leff (2001), o processo de formação do sistema econômico e social foi responsável não só por devastar a natureza, mas também os valores humanos, culturais e sociais. E a degradação desses valores vem contribuindo não só para a extinção de espécies, mas também para o desaparecimento das práticas populares de utilização e manejo e dos modos tradicionais de vida, responsáveis por conservar extensas áreas naturais ao longo de séculos de história. Diegues e Arruda (2001) defenderam que a conservação da biodiversidade está relacionada diretamente à conservação da cultura e dos modos de vida, um dever ético do homem em relação às comunidades que dependem, em longo prazo, dos recursos naturais locais. A identidade do homem construída de sua relação com a natureza é um fator positivo para a conservação de seu ambiente e do conhecimento associado. Comunidades detentoras desse conhecimento são potenciais gestores para garantir o equilíbrio entre as atividades humanas e a biodiversidade. Com relação ao Bioma Caatinga, Albuquerque e Andrade (2002) consideraram-no pouco estudado sob a perspectiva etnobotânica e afirmaram a necessidade de abordagens mais aprofundadas nos estudos das relações homem/natureza, reconhecendo a importância da conservação do conhecimento botânico tradicional para a conservação das espécies. Na Convenção sobre a Diversidade Biológica, em 1992, a importância de respeitar, preservar e manter o conhecimento, as práticas e inovações de comunidades locais e populações indígenas com estilos de vida tradicionais foi internacionalmente reconhecida como um meio de promover a conservação e a utilização sustentável da biodiversidade (BRASIL, 1992). Nesta ocasião, os países signatários comprometeram-se a incentivar de forma ampla a aplicação desse conhecimento e práticas, com a aprovação e participação dessas comunidades, encorajando a repartição eqüitativa dos conseqüentes benefícios. Entretanto, de acordo com Agrawal e Gibson (1999), o conceito de comunidade raramente recebe a atenção necessária daqueles envolvidos com a gestão e o uso dos recursos. Os interesses das comunidades têm sido considerados conflitantes com os interesses de conservação pois os recursos naturais que as comunidades necessitam são os mesmos que precisam ser conservados e essa lógica tem impulsionado a elaboração de políticas equivocadas e a implementação de medidas coercitivas de conservação, que não são capazes de se sustentar justamente por não considerar o papel das comunidades na conservação dos recursos naturais. Segundo esses autores, as comunidades devem ser reconhecidas em seu

21 19 papel político e devem ser analisadas num contexto conservacionista, focando nos múltiplos interesses e atores dentro da comunidade, em como esses atores influenciam nas decisões e nas instituições internas e externas que dão forma ao processo decisivo. Para Leff (2001), será possível seguir um caminho para a sustentabilidade ambiental a partir de uma nova ética e uma nova cultura, que estejam orientadas para a integração do conhecimento científico e dos avanços tecnológicos com os saberes e os valores das comunidades.

22 20 4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 ÁREA DE ESTUDO O Cariri Paraibano está situado no domínio do bioma Caatinga no estado da Paraíba, Brasil. Está dividido em duas microrregiões político-administrativas: Microrregião do Cariri Ocidental e Microrregião do Cariri Oriental (IDEME, 2004). Esta pesquisa foi realizada nos municípios de Boqueirão e Cabaceiras, localizados na Microrregião do Cariri Oriental (figura 1). O Cariri Oriental abrange uma área de 2.901,16 Km 2 entre os paralelos e de latitude sul e e de longitude a oeste de Greenwich, onde a temperatura média é de cerca de 25 C e as precipitações anuais alcançam valores entre 300 e 800 mm, concentradas no período de março a maio (GALVÃO et al., 2006). Os municípios de Boqueirão e Cabaceiras estão inseridos na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba, entre as regiões do Médio e do Alto Paraíba, e possuem como principal corpo de acumulação o açude público Epitácio Pessoa, também conhecido como o açude de Boqueirão com m 3 (CPRM, 2005a; 2005b). O município de Boqueirão, situado entre S e W, possui uma população estimada em habitantes e abrange uma área de 425 Km 2 (IBGE, 2005b). Está inserido. Neste município, que se encontra a uma altitude em torno de 350 m, as precipitações anuais variam de 400 a 600 mm (IDEME, 2005). Dentre suas atividades econômicas, destaca-se a agricultura e a pecuária, com o beneficiamento do leite; na extração vegetal e silvicultura, destaca-se a utilização de espécies arbóreas para produção de lenha e carvão (IBGE, 2005b). Cabaceiras, situado entre S e W, possui população estimada em habitantes e abrange uma área de 400 Km 2 (IBGE 2005b). Encontra-se a uma altitude em torno de 350 m e as precipitações anuais variam entre 200 e 400 mm (IDEME, 2005), uma das médias mais baixas do Brasil. Neste município, a criação de gado caprino e ovino e o beneficiamento do couro constituem as principais atividades econômicas; na extração vegetal e silvicultura também se destaca a extração de madeira para produção de lenha e carvão (IBGE, 2005b). A produção coureira sustenta-se no extrativismo das cascas de espécies

23 21 arbóreas ricas em taninos, como Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan, popularmente conhecida como angico-vermelho (BARBOSA, 2001). Brasil Estado da Paraíba Campina Grande 7 0 CARIRI PARAIBANO Campina Grande 7 30 Cabaceiras Boqueirão km Figura 1. Localização da área de estudo: municípios de Boqueirão e Cabaceiras, no estado da Paraíba, Brasil. Elaboração: Janine Barreto Marques. Base cartográfica: IBGE (2005a).

24 Critérios para escolha da área A área foi escolhida por três razões principais: 1) está inserida na Caatinga, um bioma que apresenta no mínimo cem tipos diversos de paisagens exclusivas, com grande parte de sua biota somente encontrada neste bioma, e que está entre os biomas brasileiros mais alterados pela ação do homem (SILVA et al., 2004), altamente fragmentado (CASTELLETTI et al., 2004) e com uma biodiversidade ainda muito pouco conhecida (LEAL et al., 2005); 2) o fato do Cariri Paraibano ser uma área fortemente antropizada, com fortes limitações climáticas e edáficas e em processo de desertificação; e 3) os municípios escolhidos estão inseridos numa área reconhecida como de extrema importância biológica, com elevada riqueza de espécies, número médio de endemismos e fenômeno biológico especial, além de apresentar alta fragilidade intrínseca do sistema, médio grau de alteração e elevada pressão antrópica decorrentes da extração de lenha e pastoreio, o que fez esses municípios serem considerados, em 2004, pelo Ministério do Meio Ambiente, parte das áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade do bioma (GIULIETTI et al., 2004b). Recentemente, o Ministério do Meio Ambiente realizou uma revisão das áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade brasileira, reconhecida oficialmente pela Portaria MMA n 09, de 23 de janeiro de Neste documento, o município de Cabaceiras permanece como área de importância biológica e prioridade de ação extremamente altas para a conservação da biodiversidade do Bioma Caatinga (figura 2). Apesar do município de Boqueirão não permanecer no mapa de atualização das áreas prioritárias, dois motivos foram suficientes para considerá-lo neste estudo: o fato de ser a cidade mais populosa da microrregião do Cariri Oriental, onde existe maior pressão antrópica, e a sua proximidade com os municípios de Cabaceiras (apenas 24 Km) e de Campina Grande (45 Km), este último, um grande pólo comercial da região.

25 23 Importância para Conservação, Utilização Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade do Bioma Caatinga. Extremamente alta Muito alta Alta Insuficientemente conhecida Campina Grande Cabaceiras Boqueirão Figura 2. Mapa das áreas prioritárias para conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade do Bioma Caatinga. Fonte: MMA (2007). Adaptado pela autora.

26 24 A cobertura vegetal da área de estudo é a Caatinga arbustiva arbórea aberta e a Caatinga arbustiva arbórea fechada, com extensa área de antropismo (GOVERNO DA PARAÍBA, 2006). Quanto às áreas protegidas, atualmente encontram-se implementadas no Cariri paraibano quatro Unidades de Conservação da Natureza, sendo duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural e duas Áreas de Proteção Ambiental Área de Proteção Ambiental das Onças e Área de Proteção Ambiental do Cariri. Esta última é uma área de hectares, criada em junho de 2004, no município de Cabaceiras (IDEME, 2004), e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais (BRASIL, 2000). As outras áreas situam-se distantes dos municípios de Boqueirão e Cabaceiras. No Cariri Paraibano, os fatores climáticos contribuem para a degradação dos solos e da vegetação nativa. Entretanto, a alteração da paisagem é considerável em decorrência da produção de lenha e carvão vegetal e da criação extensiva de caprinos e bovinos, atividades que assumem destaque na economia da região (IBGE, 2005b). Esse conjunto de fatores faz com que essa região seja uma das áreas da Caatinga em processo de desertificação (AGRA, 1996; GIULIETTI et al., 2004b). Vários tipos de núcleos de desertificação foram encontrados no Cariri Paraibano e as situações mais graves estão em áreas com vegetação hiperxerófila, no Cariri Oriental e Cariri central (MELO, 2000 apud PAN-BRASIL, 2004).

27 SELEÇÃO DAS ESPÉCIES principais: A seleção das espécies a serem estudadas levou em consideração quatro fatores a) São espécies nativas ou que ocorrem naturalmente no bioma Caatinga; b) Constam da Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção (IBAMA, 1992), sendo Amburana cearensis e Myracrodruon urundeuva constantes também da lista vermelha de espécies ameaçadas da World Conservation Union (IUCN, 2007a; b); c) São utilizadas na medicina popular no Cariri paraibano e comercializadas nas feiras e mercados públicos da região; d) São utilizadas para vários outros fins e consideradas de importância econômica potencial dentre as espécies da flora nordestina.

28 COLETA, REGISTRO E TRATAMENTO DOS DADOS Segmento da população e amostragem A população considerada neste estudo foi selecionada de acordo com características que a relacionam com alguns questionamentos que balizaram a busca de dados e informações durante a pesquisa de campo (Quadro 1). a) Quem comercializa partes ou produtos de espécies arbóreas para fins medicinais? Foram identificados todos os vendedores desse tipo de produtos, um total de 10 (dez) pessoas na área de estudo. O contato inicial com esses vendedores foi nas feiras e mercados, e ao longo da pesquisa foram identificados os demais envolvidos na cadeia produtiva. b) As partes ou produtos de A. cearensis, M. urundeuva e S. obtusifolium são comercializadas na área de estudo para outros fins? Através de observação direta e de conversas informais com os vendedores acima mencionados e com a população local, foram identificadas outras formas de comercialização dessas espécies e representantes de alguns desses tipos de vendedores foram entrevistados a fim de registrar outras formas de exploração comercial às quais estão submetidas as espécies. c) Quais os usos dessas espécies pela população local? E como as pessoas envolvidas com o comércio das espécies têm se relacionado ao longo do tempo com os recursos naturais disponíveis? Para a busca dessas informações e de dados históricos sobre a conservação e o comércio de A. cearensis, M. urundeuva e S. obtusifolium, foram entrevistados os vendedores relacionados no item a, a população amostrada do item b e 4 (quatro) pessoas que vivem há pelo menos 50 anos na área de estudo, sendo 2 (duas) do Município de Boqueirão e 2 (duas) do município de Cabaceiras. Esses informantes foram indicados por vendedores de plantas medicinais ou identificados através de conversas informais com pessoas da comunidade durante a pesquisa de campo. d) O que o Poder Público tem feito a respeito da comercialização e conservação das espécies? Foram entrevistadas, além das pessoas acima citadas, os Secretários de Agricultura e Meio Ambiente dos dois municípios.

29 27 Quadro 1. População e amostragem considerada. QUESTIONAMENTO ATORES ENVOLVIDOS AMOSTRAGEM Quem comercializa partes ou produtos de espécies arbóreas para 10 fins medicinais? As partes ou produtos de A. cearensis, M. urundeuva e/ou S. obtusifolium são comercializadas na área de estudo para outros fins? Os vendedores que estavam comercializando, no período de duração da pesquisa de campo, partes ou produtos de plantas para esses fins nos dois municípios. Artesãos Produtores de carvão (todos os vendedores) 3 2 Quais os usos dessas espécies pela população local? E como as pessoas envolvidas com o comércio das espécies têm se relacionado ao longo do tempo com os recursos naturais disponíveis? O que o Poder Público tem feito a respeito da comercialização e conservação das espécies? Todos os vendedores acima mencionados Pessoas que vivem há pelo menos 50 anos na área de estudo 2 em Boqueirão 2 em Cabaceiras Secretários de Agricultura e Meio Ambiente dos municípios 2 TOTAL DE PESSOAS ENTREVISTADAS Pesquisa de campo Coleta e registro de dados O trabalho de campo foi realizado de fevereiro a novembro de 2007, com viagens bimestrais, por um período de 3-4 dias. A coleta dos dados e informações seguiu os métodos descritos por Martin (1995) para estudos etnobotânicos, que foram adaptados às especificidades da pesquisa e da área de estudo.

30 28 Inicialmente, foi feita uma pesquisa exploratória, a fim de identificar vendedores e ambientes onde estavam sendo comercializados partes ou produtos de plantas, tanto para fins medicinais quanto para outros fins. Nesta etapa, foram feitas observações diretas e mantidas conversas informais com moradores e vendedores locais, buscando uma aproximação com a comunidade e com o intuito de despertar a espontaneidade dos envolvidos a contribuir para a execução da pesquisa. Todos os entrevistados foram consultados, informados e tiveram suas dúvidas esclarecidas sobre os objetivos da pesquisa e aceitaram contribuir espontaneamente. Porém, em razão de todos os vendedores demonstrarem certo receio em ceder as informações que envolvem procedimentos ilegais de alguns vendedores, com os quais mantêm relações na cadeia produtiva, optou-se por não fazê-los assinar o termo de esclarecimento e livre consentimento, evitando constrangimento e obstrução à coleta de dados. Aos Secretários de Agricultura e Meio Ambiente dos municípios, excepcionalmente, o referido termo foi apresentado e devidamente assinado (apêndice F). Foram aplicadas entrevistas sistemáticas e semi-estruturadas à população considerada neste estudo, de modo a permitir aos entrevistados expressarem com maior liberdade suas idéias e concepções a respeito do questionário. Algumas questões foram aplicadas a todos os entrevistados, como as perguntas relacionadas aos aspectos políticos, enquanto outras foram abordadas de acordo com o ator envolvido (apêndices A, B, C, D e E). Os questionários iniciais eram constituídos dos questionamentos básicos. As versões completas, que são as constantes dos apêndices, foram construídas, reformuladas, aplicadas e reaplicadas a cada entrevistado durante várias entrevistas, ao longo de toda a pesquisa de campo. A exceção é o questionário aplicado aos representantes do Poder Público: este foi aplicado em uma única entrevista, no final da pesquisa de campo, com o propósito de levar ao Poder Público os questionamentos mais importantes e os conflitos reais; além disso, com o propósito de levar a esses representantes do povo a visão e a posição dos envolvidos sobre os conflitos percebidos. As entrevistas foram registradas com gravador de áudio digital, com autorização prévia do entrevistado. Observações diretas foram registradas em diário de campo e registros de imagens foram feitos através de câmera fotográfica digital. O questionário foi conduzido a fim de coletar dados sobre os aspectos sociais, econômicos, ecológicos e políticos relacionados ao comércio de A. cearensis, M. urundeuva e S. obtusifolium para fins medicinais.

31 29 A coleta de dados sobre outras formas de comércio e usos dessas espécies também foi realizada, a fim de registrar e identificar possíveis relações conflitantes com a primeira forma de comércio. Na dimensão ecológica, o enfoque principal foi a forma e para que fins as três espécies, Amburana cearensis, Myracrodruon urundeuva e Sideroxylon obtusifolium, têm sido utilizadas ao longo do tempo, observando a importância dessas espécies para os ecossistemas locais e as ameaças presentes à sua conservação. Pesquisaram-se informações históricas sobre seus usos pela população local, no passado e hoje, e, quanto aos estoques naturais, foram feitos questionamentos pertinentes, além de observações no campo. Na dimensão econômica, considerou-se a cadeia produtiva de Amburana cearensis, Myracrodruon urundeuva e Sideroxylon obtusifolium para fins medicinais. Foram identificados os elementos formadores dessa cadeia, tipificando suas funções e destacando o produto final de cada segmento. Foram identificadas as inter-relações de cada elemento, como se dá o fluxo dos produtos ao longo da cadeia. Foram investigadas as formas de obtenção dos recursos vegetais, considerando os recursos humanos, materiais e tecnologias envolvidos. Tentou-se também estimar a quantidade de material vegetal comercializado mensalmente por cada vendedor (referente a cada uma das espécies em estudo). A estimativa foi feita com base nas informações dadas pelos vendedores. Na dimensão social do objeto, foram considerados aspectos sobre a cultura, tradições e o conhecimento da população da área de estudo, no que tange ao uso e à comercialização das três espécies. Alguns desses aspectos puderam ser observados no próprio ambiente da feira e do mercado público. Foram observadas as concepções dos vendedores sobre o uso de plantas para fins medicinais, as razões que mantêm viva essa prática popular, como também sua posição sobre o uso de medicamentos industrializados. Na dimensão política, buscou-se obter dados sobre as formas de ação do Poder Público, principalmente a respeito da comercialização e conservação das espécies estudadas. O mesmo questionário aplicado aos vendedores (Aspectos Políticos, no apêndice B) foi aplicado aos representantes do Poder Público envolvidos no estudo. As respostas foram analisadas e confrontadas, atentando para a existência de possíveis impasses ou obstruções para a execução das políticas de conservação da biodiversidade local, com o intuito de contribuir para a solução de possíveis conflitos.

32 Coletas botânicas Com ajuda dos entrevistados, foram coletadas amostras botânicas contendo material fértil quando disponível, com auxílio de tesoura de poda ou facão, para estudos taxonômicos. O material coletado e identificado encontra-se depositado no Herbário Lauro Pires Xavier (JPB), com duplicata na coleção de referência do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF), ambos na Universidade Federal da Paraíba.

33 31 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5. 1 ASPECTOS ECOLÓGICOS Amburana cearensis (Allemão) A.C.Smith (Fabaceae-Faboideae) a) Sinônimos: Amburana acreana (Ducke) A.C.Smith, Amburana claudii Schwacke & Taub., Torresea acreana Ducke, Torresea cearensis Allemão. b) Características morfológicas: árvore com até 10 m de altura. Caule com casca lisa, castanho-avermelhada, soltando lâminas finas, irregulares e translúcidas; casca interna amarelada, exalando forte aroma de cumarina. Folhas compostas, alternas, com 10 a 15 cm de comprimento, contendo 11 a 15 folíolos ovais. Flores pequenas, branco-amareladas, muito aromáticas. O fruto é uma vagem, de 6 a 8 cm de comprimento, achatada, de cor marrom escura, quase preta, contendo 1 semente. Semente arredondada, de 1 a 2 cm de diâmetro, achatada, rugosa e de cor preta; com asa, de 3 a 5 cm de comprimento por 1 cm de largura, de cor amarelo-pálida. A semente também apresenta o odor característico de cumarina. c) Nomes populares: na área de estudo, a espécie é conhecida como cumaru, amburana, imburana e umburana-de-cheiro. Outros nomes registrados para a espécie: cerejeira, cerejeirarajada, cumaru-das-caatingas, cumaru-de-cheiro, cumaré, emburana, umburana; roble-del-paiz e roble, na Argentina; palo-trébo, na Argentina e no Paraguai (PEREIRA et al., 2003). d) Distribuição geográfica: ocorre na Argentina, Bolívia, Paraguai, Peru e Brasil. No Brasil, ocorre em todos os estados da região Nordeste, onde é uma espécie característica da Caatinga, e nos estados do Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins (PEREIRA et al., 2003; AGRA et al., 2005).

34 32 A B Figura 3. Amburana cearensis (Allemão) A.C.Smith. A. Hábito; B. Detalhe do ramo; C. Detalhe da casca do caule. Fotos: Karlos Farias. Boqueirão, C

35 33 e) Informações ecológicas. Na área de estudo, A. cearensis floresce a partir do mês de junho, após o período chuvoso, quando a planta perde quase totalmente a folhagem. A maturação dos frutos se dá até o mês de setembro. Durante a fase de maturação dos frutos, a folhagem começa a se formar novamente. Moradores locais afirmaram ser comum encontrar ninhos de abelhas em troncos de Amburana cearensis. As abelhas constroem seus ninhos no interior do tronco, em cavidades resultantes de utilização anterior por colônias de cupim. Souza (2003) estudou o hábito de nidificação da abelha nativa Melipona asilvai em uma área de Caatinga no estado da Bahia. Em seu estudo, observou que a espécie apresentou o hábito de nidificar em cavidades existentes nas árvores, e que Amburana cearensis foi a espécie onde se encontrou a maior abundância de ninhos. O autor sugeriu a baixa densidade da madeira de A. cearensis em relação à densidade da madeira de outras espécies como explicação para a maior quantidade de ninhos encontrados nesta espécie. Contudo, encontrou valores reduzidos de abundância de ninhos, associando tal fenômeno à intervenção do homem sobre o meio, que vem provocando a redução dos sítios potenciais de nidificação, causando o desaparecimento e a adaptação da espécie a outros substratos.

36 34 f) Usos etnobotânicos. As partes de A. cearensis utilizadas para fins medicinais são principalmente as cascas do caule (figura 4, A), indicadas pela população local para o tratamento de tosses, bronquites e outras doenças respiratórias; gastrites, distúrbios nervosos e dores de cabeça. As sementes (figura 4, B) também são utilizadas para tratamento das sinusites. Com as cascas prepara-se o decocto 1, para ser bebido de imediato ou utilizado em outras preparações, como o xarope, conhecido popularmente como lambedor. Esta preparação é geralmente utilizada no tratamento das afecções do trato respiratório. O lambedor pode ser composto apenas de cascas de cumaru, água e açúcar e/ou mel de abelha, ou pode conter outras plantas para produzirem efeito complementar. As cascas de A. cearensis também são utilizadas na composição das garrafadas, uma espécie de extrato onde partes de diferentes espécies são imersas em vinho branco ou aguardente, quando o conteúdo é em sua maioria partes secas ou cascas de espécies arbóreas; ou álcool 96 GL, quando entre as plantas utilizadas se encontra maior quantidade de folhas e ervas frescas, as quais contêm maior quantidade de água. O uso da madeira de A. cearensis para fabricação de móveis, em tempos passados, foi citado como outra forma de utilização desta espécie (figura 4, C). Hoje tal uso não é mais possível na área, em virtude do pequeno porte dos espécimes que são raramente encontrados nesses municípios. O mel produzido nas cavidades do tronco de A. cearensis é extraído pelo homem para consumo e comercialização. No Cariri Paraibano, a comercialização de mel de abelha é uma atividade que complementa a renda de muitas famílias. Este é um produto comercializado inclusive por alguns vendedores de plantas de uso medicinal na área de estudo. 1 O decocto é o produto do cozimento em água das partes de uma planta, por um período de aproximadamente quinze minutos, para extrair seus princípios ativos. Geralmente é realizado com as partes mais duras e secas, como cascas e raízes, que liberam mais dificilmente seus constituintes químicos. Já o infuso é o produto final do processo que consiste em despejar água fervente sobre o material vegetal em um recipiente, fechando em seguida, e esperar um certo tempo. Esta forma é geralmente utilizada para as partes moles das plantas, como folhas e flores, que liberam mais facilmente seus constituintes químicos. O decocto e o infuso são nada mais do que o popularmente conhecido chá.

37 35 A B C Figura 4. Amburana cearensis: A. Cascas do caule utilizadas na medicina popular; B. Sementes isoladas; C. A seta aponta para o fragmento de uma mesa antiga, de madeira de C A. cearensis, ainda com o cheiro característico da espécie, que é usada pelo artesão. Fotos: Janine Barreto Marques. Cabaceiras, 2007.

38 Myracrodruon urundeuva Allemão (Anacardiaceae) a) Sinônimo: Astronium urundeuva (Allemão) Engl. b) Características morfológicas: árvore com até 20 m de altura. Nas árvores jovens, a casca do caule é lisa, castanho-clara acinzentada, coberta de lenticelas. Nas adultas, a casca é sulcada, desprendendo-se em placas escamiformes e côncavas, de cor cinza. Casca interna avermelhada. Folhas compostas, alternas, levemente pilosas, com 12 a 23 cm de comprimento, contendo de 4 a 7 pares de folíolos, ovalados a obtusos; aromáticas (aroma típico das folhas de cajueiro e mangueira). Flores pequenas, em panículas terminais, de coloração branco-amarelada ou branco-esverdeada. O fruto é uma drupa, subglobosa, de 3 a 4 mm, de cor vinho quando maduro, com sépalas persistentes, que servem como asas. Semente de 2 a 3 mm, de cor castanho-escura. c) Nomes populares: na área de estudo, a espécie é conhecida por aroeira, aroeira-preta e aroeira-roxa. Outros nomes para a espécie em outras áreas foram registrados por Pereira et al. (2003): aroeira-vermelha, aroeira-do-sertão, aroeira-d água, aroeira-da-serra, aroeira-legítima, árvore-da-arara, araroeira, arendeúva, arindeúva, arendiúva, orindeúva, orindiúva, pandeiro, urindeúva, urindiúba, urindiúba, urinduba, urundeuva etc.; na Argentina, urundel; na Bolívia, cuchi; e no Paraguai, urunde y mi. d) Distribuição geográfica: Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil (em todos os estados da região Nordeste e nos estados do Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins e no Distrito Federal (PEREIRA et al., 2003).

39 37 A B C Figura 5. Myracrodruon urundeuva Allemão. A. Hábito; B. Detalhe do ramo; C. Detalhe da casca de caule da planta jovem; D. Detalhe do caule da planta adulta. Fotos: Janine Barreto Marques. Boqueirão, D

40 38 e) Informações ecológicas. De acordo com Pereira (2003), Myracrodruon urundeuva possui floração ampla e variável; no estado do Rio Grande do Norte, por exemplo, ocorre em outubro, enquanto em Pernambuco a planta floresce no mês de janeiro; no Mato Grosso do Sul, floresce em agosto; no Ceará, de abril a março; em Minas Gerais, de maio a junho; de junho a agosto em São Paulo; de julho a agosto no Distrito Federal. Em todos esses estados, a floração tem uma característica comum, que é ocorrer na época não chuvosa, em geral quando a planta perde totalmente a folhagem. Na área de estudo, a floração se dá entre junho e agosto, com a maturação dos frutos prolongando-se até outubro. f) Usos etnobotânicos Na medicina popular, o decocto ou o infuso das cascas de M. urundeuva (figura 6, A) é utilizado como água de assento 2, no tratamento de inflamações do órgão genital feminino e como água de banho para o tratamento de lesões, infecções e inflamações da pele. Em geral, a forma preferida é o decocto, mas alguns informantes referiram o infuso como produto de melhor qualidade, por preservar os constituintes químicos responsáveis pelo efeito curativo, ao que eles se referem como a tintura. As cascas dessa espécie também são utilizadas como ingrediente na fabricação de xaropes compostos de partes ou produtos de várias espécies, para tratamento de doenças respiratórias. Conhecida por sua dureza e resistência, a madeira de M. urundeuva é utilizada para fabricação de utensílios para uso em animais de carga e tração (figura 6, B). Segundo os entrevistados, esses instrumentos precisam ser feitos de madeira forte, para sustentar o peão e a carga geralmente lenha, capim ou água que eles carregam por longas distâncias. Usos dessa madeira na construção civil foram registrados na zona rural de Boqueirão e de Cabaceiras (figura 6, C e D), e os entrevistados também citaram seu emprego na fabricação de portas e móveis. Contudo, informaram que há muitos anos esses usos não são mais possíveis, pelo fato de não serem mais encontrados na região espécimes com espessura 2 Essa forma de uso consiste em deixar as partes íntimas imersas no chá, em bacia apropriada, por um tempo determinado. O infuso ou decocto preparado para ser usado dessa forma, recebe, na linguagem popular, o nome água de assento.

41 39 de tronco suficiente para tanto. De acordo com Figueirôa et al. (2005), essa é uma realidade comum em todo o Nordeste brasileiro. Segundo os informantes, para tais fins estão sendo utilizadas madeiras de outras espécies, vindas de outras regiões do Brasil. Uma forma de utilização pouco comum da madeira de Myracrodruon urundeuva foi registrada no município de Cabaceiras, na produção de artesanato de bijuterias e jarros decorativos. A alta densidade dessa madeira dificulta o trabalho do artesão, razão pela qual todos os artesãos da área preferem trabalhar com madeira de outras espécies. Entretanto, as características responsáveis por dificultar o trabalho do artesão são as mesmas que dão ao produto final uma beleza incomum e longa durabilidade (figuras 7, A e B). Para artesanato, utiliza-se apenas a madeira seca do tronco de árvores mortas.

42 40 A B C D Figura 6. Myracrodruon urundeuva: A. Cascas do caule, usadas na medicina popular; B. Exemplo de instrumento utilizado em animal pelo homem do campo para o transporte de carga, geralmente feito com a madeira dessa espécie; C e D. Utilização da madeira de aroeira na construção civil; a seta em D aponta um torno para armar rede, feito de madeira de M. urundeuva. Fotos: Karlos Farias, 2007.

43 41 A 3cm B Figura 7. Artesanato feito com madeira de Myracrodruon urundeuva: A. Jarros decorativos; B. Bijuterias. Obra de David Renovato da Silva. Fotos: Janine Barreto Marques, 2007.

44 Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex. Roem. & Schult.) T.D.Penn. (Sapotaceae) a) Sinônimos: Bumelia buxifolia Roem. & Schult., Bumelia excelsa A.DC., Bumelia obtusifolia Humb. ex. Roem. & Schult., Bumelia sartorum Mart., Lyciodes buxifolia (Roem. & Schult.) Kuntze. b) Características morfológicas: árvore com até 12 m de altura. Nas árvores jovens, a casca do caule é lisa, castanho-clara acinzentada. Nas adultas, a casca é sulcada, desprendendo-se em placas escamiformes e côncavas, de cor marrom-acinzentada. Ramos com espinhos rígidos, de 1,5 a 4 cm de comprimento. Casca interna amarelada. Folhas simples, opostas, com 2 a 5 cm de comprimento, ovaladas. Inflorescências axilares, fasciculadas. Flores pequenas, branco-amareladas. O fruto é uma baga, de 1 a 1,5 cm de comprimento, ovóide, liso e brilhante, de cor roxa escura, quase preta, quando maduro. A polpa é esverdeada e de sabor doce, com látex viscoso. Contém 1 semente, subglobosa. c) Nomes populares: na área de estudo, a espécie é conhecida como quixabeira. Outros nomes registrados por Agra (1996): quixaba, rompe-gibão d) Distribuição geográfica: México, América Central e América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. (AGRA et al., 2005).

45 43 A B C D Figura 8. Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex. Roem. & Schult.) T.D.Penn.: A. Hábito; B. Detalhe do ramo frutificado; C. Detalhe da casca do caule de planta adulta; D. Detalhe da casca do caule de planta jovem. Fotos: Karlos Farias. Cabaceiras, 2007.

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