: ameaças e bombas contra a imprensa que disse não

Transcrição

1 Câmara Municipal de São Paulo - 22/04/ : ameaças e bombas contra a imprensa que disse não Audiência conjunta Comissão da Verdade Municipal Vladimir Herzog / Comissão da Verdade do Sindicato dos Jornalistas-SP

2 Imprensa alternativa se multiplica Segundo levantamento do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, no final dos anos 1970 havia pelo menos 160 periódicos alternativos de oposição à ditadura em circulação em todo o Brasil, entre semanários, como O Pasquim, e revistas. O florescimento de uma imprensa alternativa, ou nanica, à grande imprensa resultou da organização independente da sociedade civil.

3 Em Tempo denuncia torturadores Na edição de 2 de julho de 1978, o jornal Em Tempo publicou uma lista de 233 torturadores dos centros oficiais e clandestinos da ditadura. A relação foi publicada originalmente no livro Dos presos políticos brasileiros - Acerca da repressão fascista no Brasil, lançado em Portugal pelo Comitê Pró-Anistia Geral dos Presos Políticos no Brasil, em março de 1976.

4 1978: começam os ataques Em resposta à denúncia feita pelo jornal, sedes do Em Tempo foram invadidas e depredadas em São Paulo e em Belo Horizonte. Na parede de uma delas foi pixada a inscrição CCC - Ala os 233, que foi entendida como sendo a assinatura do grupo de torturadores denunciados pelo jornal ou de apoiadores do aparato de repressão da ditadura de

5 28/8/1979: Anistia No dia 28 de agosto de 1979, o general-presidente João Figueiredo anunciou a decretação da anistia política a presos políticos. Mesmo limitada, a anistia foi considerada uma conquista da sociedade contra a ditadura. Centenas de exilados voltaram ao Brasil a partir de agosto de 1979 e outras centenas de presos políticos foram libertados em todo o país. O regime estendeu a anistia aos agentes do Estado que cometeram crimes de sequestro, tortura e assassinato, sem mencionar tais abusos. A sociedade brasileira não aceitou a concessão da autoanistia e se manteve mobilizada para derrotar a ditadura.

6 30/10/1979: Santo Dias é morto No dia 30 de outubro de 1979, o operário Santos Dias da Silva militante da Pastoral Operária de São Paulo, do CBA/ SP e candidato da chapa 3 às eleições do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo foi assassinado pelo policial militar Herculano Leonel em piquete na porta da fábrica de lâmpadas Sylvania, durante greve da categoria. No dia seguinte, mais de 10 mil pessoas saíram em passeata contra a repressão policial, levando seu corpo da Igreja da Consolação à Catedral da Sé.

7 1980: oposição é ameaçada Em 1980, agentes do aparelho de repressão da ditadura iniciaram uma onda de atentados contra a oposição. A imprensa alternativa, entidades da sociedade civil e artistas receberam ameaças e, em seguida, foram vítimas de atentados planejados por militares de alta hierarquia. Donos de bancas e jornaleiros foram coagidos a não mais vender publicações da imprensa alternativa.

8 Atentado à OAB mata secretária Em 27 de agosto de 1980, a secretária da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, Lyda Monteiro da Silva, morreu ao abrir uma carta-bomba endereçada ao presidente da entidade, Eduardo Seabra Fagundes. Na mesma data, outras duas cartas-bomba foram entregues na cidade, sem explodir: uma no gabinete do vereador Antonio Carlos de Carvalho (PMDB) e outra na sede do jornal Tribuna da Imprensa. Em 26 de março de 1981, a sede do jornal carioca sofreu atentado a bomba.

9 1980: bancas viram alvos Segundo o livro Jornal Movimento - Uma reportagem, de Carlos Azevedo, foram cometidos ao menos 30 atentados contra bancas entre 1979 e o fim do primeiro semestre de A dona de uma banca no Itaim-Bibi entregou ao Deops um bilhete que recebeu contendo ameaças. Nada foi feito. Pouco tempo depois, sua banca foi incendiada.

10 1981: bombas no Riocentro No dia 30 de abril de 1981, dois agentes do DOI Codi do Rio de Janeiro foram expostos publicamente pelo estouro de uma bomba que seria detonada para causar pânico no show de 1º de Maio: o capitão Wilson Machado e o sargento Guilherme Pereira do Rosário, que morreu em decorrência da explosão do artefato. Em fevereiro deste ano, o Ministério Público Federal denunciou Machado e outros quatro militares, além de um PM, por planejarem o atentado. O general Newton Cruz, à época chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Inteligência (SNI), e o então comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Nilton Cerqueira, integram a lista.

11 Audiência pública na Câmara Municipal SP Ouça a reportagem da Web Rádio Câmara sobre a audiência pública conjunta da Comissão da Verdade Municipal Vladimir Herzog e Comissão do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, realizada em 22/4/2014, clicando no link abaixo: webradiocamarasaopaulo/comissao-daverdade-bancas-de-jornal-eram-alvos-daditadura-militar

12 Audiência pública na Câmara Municipal SP Assista a reportagem da TV Câmara sobre a audiência pública conjunta da Comissão da Verdade Municipal Vladimir Herzog e Comissão do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, realizada em 22/4/2014, clicando no link abaixo: v=cnecesohwny