CARLOS EDUARDO DE ANDRADE MAIA

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1 MAIA CARLOS EDUARDO DE ANDRADE MAIA Advogado, palestrante e parecerista; Professor de Dir. Civil, Prática Civil e Dir. do Consumidor em cursos preparatórios para a OAB e para Concursos Públicos; Professor de Dir. Civil em cursos de pós graduação lato sensu; Professor da ESA Escola Superior da Advocacia - Núcleos; Professor de Direito Civil da FACCAMP; Coordenador do Curso de Especialização em Direito de Família e Sucessões do Complexo Andreucci; Membro efetivo da comissão de Dir. de Família da OAB/SP; Membro efetivo da Comissão do Jovem Advogado da OAB/SP; Membro efetivo do IBDFAM; Membro efetivo da Academia Brasileira de Direito Civil; Advogado do CREMESP nomeado para o biênio 2011/2013; Especialista em Direito Civil pela FMU; Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad del Museo Social Argentino (Buenos Aires); Coautor do livro Exame da OAB Unificado 1ª Fase Ed. Saraiva Coautor do livro Passe em Concurso Público Ministério Público Estadual e Federal Ed. Saraiva

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3 PERSONALIDADE JURÍDICA Considerações sobre Personalidade Jurídica Art. 7 º LINDB - A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Pessoa Natural (*nascituro) Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro Pessoa Jurídica Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

4 CAPACIDADE CIVIL Capacidade DE DIREITO ou DE GOZO Também chamada de capacidade DE AQUISIÇÃO DE DIREITOS Atrela-se ao simples fato de ser pessoa, ou seja, ligase umbilicalmente à condição de SER HUMANO Capacidade DE EXERCÍCIO ou DE AÇÃO Também chamada de capacidade DE FATO ou LEGITIMAÇÃO Atrela-se à ideia de aptidão para exercício dos atos da vida civil

5 CAPACIDADE CIVIL A CAPACIDADE DE EXERCÍCIO ou DE AÇÃO APÓS A LBI Absolutamente incapazes (NJ NULOS) Menores de 16 anos Relativamente incapazes (NJ ANULÁVEIS) Maiores de 16 e menores de 18 anos Ébrios habituais Toxicômanos ou toxicodependentes Pessoas que transitória ou permanentemente não puderem exprimir sua vontade (ex. coma, embriaguez não habitual, etc.) Pródigos Plenamente capazes Maiores de 18 anos Emancipados

6 CAPACIDADE CIVIL A CAPACIDADE APÓS A LBI Emancipação Voluntária Consenso dos Pais Escritura Pública Judicial Tutor x Tutelado Sentença Legal ou Automática Casamento Colação de grau em curso de nível superior Autonomia financeira decorrente do trabalho Cargo público efetivo

7 QUADRO RESUMO PESSOAS JURÍDICAS DIREITO PÚBLICO EXTERNO Países estrangeiros, organismos internacionais INTERNO União Estados Distrito Federal Municípios Autarquias DIREITO PRIVADO Associações Sociedades Fundações Organizações Religiosas Partidos Políticos Eireli

8 PESSOAS JURÍDICAS DIREITO PÚBLICO NOTA: a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de Direito Público Interno é OBJETIVA (art. 43, CC) EXTERNO INTERNO

9 PESSOAS JURÍDICAS DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA TEORIA MAIOR (CÓDIGO CIVIL) ABUSO DE PERSONALIDADE Desvio de Personalidade Confusão patrimonial Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. TEORIA MENOR (CONSUMIDOR, AMBIENTAL...) Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.

10 PESSOAS JURÍDICAS DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA PROCEDIMENTO - CPC Art O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. 1 o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. (CC OU CDC) 2 o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica. Art O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. 1 o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas. 2 o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. 3 o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do 2 o. 4 o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.

11 PESSOAS JURÍDICAS DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA PROCEDIMENTO - CPC Art Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. Art Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. Art Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.

12 DIREITOS DA PERSONALIDADE PRINCIPAL ARRIMO LEGAL ART. 5º, CONSTITUIÇÃO FEDERAL X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; OBJETO TUTELADO Segundo Pablo Stolze os direitos da personalidade têm por objeto as projeções físicas, psíquicas e morais do homem, considerado em si mesmo, e em sociedade. (in Novo Curso de Direito Civil. Parte Geral. 13. ed Saraiva. p. 181) CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE Liga-se à esfera extrapatrimonial do indivíduo Os valores tutelados distam de uma conceituação meramente pecuniária (vida, liberdade, nome, imagem, etc.)

13 DIREITOS DA PERSONALIDADE CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE ABSOLUTOS Oponibilidade erga omnes, impondo-se à coletividade o dever de respeito GERAIS Esta generalidade atrela-se a ideia de que tais direitos resguardam a TODAS AS PESSOAS, indistintamente. EXTRAPATRIMONIAIS Inexistência de conteúdo patrimonial direto, conquanto diante da violação a tais direitos seja atribuído, visando à reparação, um valor NÃO LIMITAÇÃO O rol que deflui do CC (arts. 11 a 21) NÃO é taxativo, de tal sorte que outros direitos nestes artigos não previstos são igualmente ligados à personalidade, dentre os quais podemos exemplificar (alimentos, velhice digna, sigilo profissional, liberdade religiosa, etc.)

14 DIREITOS DA PERSONALIDADE CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE INDISPONÍVEIS (PORQUANTO PERSONALÍSSIMOS) Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Irrenunciabilidade Impossibilidade de ABDICAÇÃO Intransmissibilidade Por regra, inadmite-se a cessão de tais direitos a outro titular Há,contudo, exceções: Direitos autorais: Ex. cessão da arrecadação à certa casa de Caridade Imagem: admissível a cessão de uso do direito à esta Voz: admissível a cessão de uso desta

15 DIREITOS DA PERSONALIDADE CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE INDISPONÍVEIS (PORQUANTO PERSONALÍSSIMOS) Intransmissibilidade Flexibilização do direito à integridade física: admissão de DOAÇÃO de partes do corpo (órgãos ou tecidos) para fins altruístas ou terapêuticos (Lei 9.434/97, com modificações Lei /01 e Dec /97) DURANTE A VIDA Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. (Lei 9.434/97, artigos 9 a 9 -A, com modificações Lei /01 e Dec /97) APÓS A MORTE Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição GRATUITA do próprio corpo, no todo ou em parte, para DEPOIS DA MORTE. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. (Lei 9.434/97, artigos 3 a 8, com modificações Lei /01 e Dec /97) Obs.: Embora personalíssimos e, por regra, intransmissíveis, é transferível aos sucessores do ofendido o direito à reparação dos danos pela vítima experimentados.

16 DIREITOS DA PERSONALIDADE CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE IMPRESCRITIBILIDADE Não são extintos pelo uso ou não uso, assim como sua aquisição não se vincula ao decurso do tempo, pois são direitos INATOS Indaga-se: prescreve o direito à reparação por dano moral em razão de ofensa à honra, à fama, à imagem, etc.? IMPENHORABILIDADE Levando em conta que a penhora é ato inicial à alienação e que os direitos de personalidade são inalienáveis, outra não pode ser a ilação senão a de que tais direitos não podem ser alvo de constrição. Obs.: Os reflexos patrimoniais dos direitos personalíssimos (autoral, imagem, etc.) são penhoráveis

17 DIREITOS DA PERSONALIDADE CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE VITALICIEDADE Além de inatos, tais direitos são VITALÍCIOS (surgem com o nascimento com vida (ressalva aos nascituros) e desaparecem com a morte (por regra). Há casos, contudo, em que são perenes (projetam-se para além da morte). Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Em se tratando de MORTO, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. Indaga-se: O companheiro e os afins em linha reta terão legitimação?

18 DIREITOS DA PERSONALIDADE DIREITOS DA PERSONALIDADE EM ESPÉCIE VIDA Não se atrela exclusivamente a ideia de direito sobre a vida, mas à vida Veda-se, por regra, o ABORTO, admitindo-se apenas o aborto terapêutico (salvar a vida da gestante) e o humanitário (em caso de estupro) 128, I e II, CP. Abrange os alimentos INTEGRIDADE FÍSICA Afeta à noção de incolumidade corpórea Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. Necessária autorização para intervenção médica (preferencialmente escrita), sobretudo cirúrgica, sendo esta dispensável em caso de urgência (parada cardíaca, p.ex.)

19 DIREITOS DA PERSONALIDADE DIREITOS DA PERSONALIDADE EM ESPÉCIE INTEGRIDADE FÍSICA Indaga-se: O que ocorre se o paciente, por princípios religiosos, recusar-se, por exemplo, a receber sangue de outrem? TESTEMUNHA DE JEOVÁ - PROCEDIMENTO CIRÚRGICO COM POSSIBILIDADE DE TRANSFUSÃO DE SANGUE - EXISTÊNCIA DE TÉCNICA ALTERNATIVA - TRATAMENTO FORA DO DOMICÍLIO - RECUSA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - DIREITO À SAÚDE - DEVER DO ESTADO - RESPEITO À LIBERDADE RELIGIOSA - PRINCÍPIO DA ISONOMIA - OBRIGAÇÃO DE FAZER - LIMINAR CONCEDIDA - RECURSO PROVIDO (AI TJMT Des. Sebastião de Arruda Almeida. Julg. 31/05/06) APELAÇÃO CÍVEL. TRANSFUSÃO DE SANGUE. TESTEMUNHA DE JEOVÁ. RECUSA DE TRATAMENTO. INTERESSE EM AGIR. Carece de interesse processual o hospital ao ajuizar demanda no intuito de obter provimento jurisdicional que determine à paciente que se submeta à transfusão de sangue. Não há necessidade de intervenção judicial, pois o profissional de saúde tem O DEVER de, havendo iminente perigo de vida, empreender todas as diligências necessárias ao tratamento da paciente, independentemente do consentimento dela ou de seus familiares. Recurso desprovido. (Apelação Cível Nº , Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Umberto Guaspari Sudbrack, Julgado em 22/08/2007)

20 DIREITOS DA PERSONALIDADE DIREITOS DA PERSONALIDADE EM ESPÉCIE INTEGRIDADE FÍSICA Indenizatória - Reparação de danos - Testemunha de Jeová - Recebimento de transfusão de sangue quando de sua internação - Convicções religiosas que não podem prevalecer perante o bem maior tutelado peta Constituição federal que é a VIDA - Conduta dos médicos, por outro lado, que pautou-se dentro da lei e ética profissional, posto que somente efetuaram as transfusões sangüíneas após esgotados todos os tratamentos alternativos - Inexistência, ademais, de recusa expressa a receber transfusão de sangue quando da internação da autora. Ressarcimento, por outro lado, de despesas efetuados com exames médicos, entre outras, que não merece acolhido, posto não terem sido os valores despendidos pela apelante - Recurso improvido. (Ap TJSP. Des. Flávio Pinheiro. Julg ) VOTO Testemunhas de Jeová. Necessidade de transfusão de sangue, sob pena de risco de morte, segundo conclusão do médico que atende o paciente. Recusa dos familiares com apoio na liberdade de crença. Direito À VIDA que se sobrepõe aos demais direitos. Sentença autorizando a terapêutica recusada. Recurso desprovido. (Ap TJSP. Des. Boris Kauffmann. Julg )

21 DIREITOS DA PERSONALIDADE DIREITOS DA PERSONALIDADE EM ESPÉCIE INTEGRIDADE PSÍQUICA (incolumidade da mente humana) LIBERDADE Engloba o cenário político, religioso, sexual, etc. Traduz-se na ideia de agir de acordo com a própria vontade Brocardo: minha liberdade se finda quando se inicia a de outrem LIBERDADE DE PENSAMENTO Art. 5, IV, CF - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato Art. 220, CF - A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. PRIVACIDADE Vida particular Art. 5, X, CF - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. PRIVACIDADE (aspectos externos da existência humana sigilo bancário, comunicações, etc.) X INTIMIDADE (aspectos internos segredos, relacionamentos amorosos, etc.)

22 DIREITOS DA PERSONALIDADE DIREITOS DA PERSONALIDADE EM ESPÉCIE PRIVACIDADE Ação inibitória fundada em violação do direito à imagem, PRIVACIDADE E INTIMIDADE DE PESSOAS FOTOGRAFADAS E FILMADAS EM POSIÇÕES AMOROSAS em areia e mar espanhóis - Esfera íntima que goza de proteção absoluta, ainda que um dos personagens tenha alguma notoriedade, por não se tolerar invasão de intimidades [cenas de sexo] de artista ou apresentadora de tv - Inexistência de interesse público para se manter a ofensa aos direitos individuais fundamentais [artigos 1o, III e 5o, V e X, da CF] - Manutenção da tutela antecipada expedida no agravo de instrumento n e confirmada no julgamento do agravo de instrumento n /3 - Provimento para fazer cessar a divulgação dos filmes e fotografias em web- sites, por não ter ocorrido consentimento para a publicação - Interpretação do art. 461, do CPC e 12 e 21, do CC, preservada a multa diária de R$ ,00, para inibir transgressão ao comando de abstenção. (AP Cam. Dir. Priv. Rel. Des. Enio Zuliani, julg ) Agravo de instrumento - liminar para a retirada de comunidades criadas no site de relacionamentos "Orkut" deferida no juízo de primeiro grau, onde há utilização indevida do nome dos agravados, com comentários de caráter ofensivo à sua honra e imagem - alegação de impossibilidade técnica de cumprimento - afirmação, ainda, de personalidades jurídicas distintas - decisão mantida - agravo improvido. (AI Cam. Dir. Priv. Rel. Des. Piva Rodrigues, julg )

23 DIREITOS DA PERSONALIDADE DIREITOS DA PERSONALIDADE EM ESPÉCIE INTEGRIDADE MORAL HONRA Objetiva (liga-se à reputação da pessoa em meio à sociedade) Subjetiva (atrelada ao sentimento pessoal IMAGEM Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. Tanto a UTILIZAÇÃO INDEVIDA quanto o DESVIO são indenizáveis

24 DIREITOS DA PERSONALIDADE DIREITOS DA PERSONALIDADE EM ESPÉCIE INTEGRIDADE MORAL IDENTIDADE (NOME) Constitui-se o nome lato sensu - nome completo por dois elementos: prenome e sobrenome. Os prenomes podem ser SIMPLES Carlos, Marco ou COMPOSTOS Carlos Eduardo, Marco Antonio, tendo os pais liberdade para a escolha, desde que não difamatórios. O sobrenome é o apelido de família, também denominado patronímico, oriundo dos ascendentes e por meio do qual se almeja identificar a proveniência familiar do ser Há, também os agnomes (chamados elementos distintivos secundários - filho, neto, sobrinho, júnior, etc.) e os cognomes, os quais se prendem à ideia de apelidos públicos e notórios por meio das quais a pessoa é reconhecida (Xuxa, Lula, Pelé, etc). É admissível, nos termos do artigo 58 da Lei de Registros Públicos, a SUBSTITUIÇÃO do prenome ou a INCLUSÃO do apelido público notório entre o prenome e o sobrenome (caso em que, v.g., Francisco Everardo Oliveira Silva poderia alterar seu nome para Tiririca Oliveira Silva ou Francisco Everardo Tiririca Oliveira Silva) ou, ainda, em caso de coação ou ameaça de testemunhas, como prevê o parágrafo único do aludido artigo. Art. 58, LRP. O prenome será definitivo, admitindo-se, todavia, a sua substituição por apelidos públicos notórios. Parágrafo único. A substituição do prenome será ainda admitida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o Ministério Público

25 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA PRESCRIÇÃO Extintiva Caracteriza-se pela perda do direito à apreciação judicial da PRETENSÃO (189, CC) em razão do DECURSO DO TEMPO, ou seja, atinge a pretensão suscitável em juízo por meio de uma ação. Há diferença entre a definição acima e a vetusta: perda do direito de AÇÃO? Aquisitiva Trata-se da denominada usucapião, motivadora da aquisição da propriedade (móvel ou imóvel) em razão do DECURSO DO TEMPO DECADÊNCIA Afigura-se como a perda do direito potestativo previsto em Lei por conta da INÉRCIA DO TITULAR. Atinge indiretamente o direito à apreciação judicial da pretensão

26 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA PRESCRIÇÃO EXTINTIVA O início do prazo prescricional só ocorre quando houver VIOLAÇÃO DE DIREITO (189, CC), pois é a partir deste instante que exsurge a pretensão EXEMPLO Manuel, credor, emprestou a Baruel, no dia 15/fev./2017*, R$ 5.000,00. Avençaram as partes que tal valor deveria ser pago ao credor dia 25/mar./17. O valor não foi pago na data aprazada**, ocasionando a VIOLAÇÃO*** ao direito de Manuel à percepção do importe. * dia no nascimento do crédito, ainda não exigível ** configurou-se a exigibilidade *** Momento em que nasce a pretensão e em que se dá start à fluência do prazo prescricional para a cobrança.

27 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DISTINÇÃO SINGULAR O prazos prescricionais são EXCLUSIVAMENTE (189, CC) os taxativamente previstos nos artigos 205 e 206 do CC. Os DEMAIS são todos DECADENCIAIS Art O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. 45, parág. único, CC; 48, parág. único, CC; 178, CC; 445, CC; 501, CC; 504, CC; 513, parág. único, CC; 516, CC; 745, CC, 1.560, CC) etc.

28 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA CRITÉRIOS PARA DISTINÇÃO Tipos de ações Condenatórias: busca-se obter do réu determinada PRESTAÇÃO Constitutivas: CRIAÇÃO de estado jurídico ou modificação/extinção de situação jurídica preexistente Declaratórias: obtenção de CERTEZA JURÍDICA

29 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA CRITÉRIOS PARA DISTINÇÃO Nesse contexto: Condenatória = PRESCRIÇÃO, partindo-se da premissa de que se a prescrição é a perda do direito à obtenção da determinada prestação e se é só por meio das condenatórias que isso é possível, tendo a ação natureza condenatória a pretensão por meio dela invocável sujeita-se à prescrição. Constitutiva = DECADÊNCIA, considerando que se a caducidade está atrelada à perda do direito potestativo, seu não exercício no prazo, indispensável para o nascimento do direito, soterra o próprio direito e, obliquamente, inviabiliza a obtenção da pretensão.

30 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA CRITÉRIOS PARA DISTINÇÃO Nesse contexto: Declaratória = IMPRESCRITÍVEL

31 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA PRESCRIÇÃO Objeto Direitos PATRIMONIAIS e DISPONÍVEIS NÃO afeta, porquanto IMPRESCRITÍVEIS: Os de personalidade (à vida, à honra, à imagem, ao nome, etc.) Os de estado (filiação, condição conjugal investigação de paternidade, interdição, divórcio, etc.) Os de família (irrenunciáveis e indisponíveis) Os sujeitos a exercício potestativo (extinção de condomínio, p. ex.), pois nestes casos não há direito violado

32 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA PRESCRIÇÃO Alteração do prazo pelas partes: INADMISSÍVEL, pois não gozam elas de autonomia para alterar a LEI (192, CC) Momento de arguição: Enquanto não superado o prazo, suscitável pelo interessado em qualquer fase do processo* e grau de jurisdição (193, CC) * Até o trânsito em julgado

33 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA PRESCRIÇÃO É admissível o reconhecimento de ofício pelo juiz? Novo CPC Art Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 1 o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. Art Haverá resolução de mérito quando o juiz: II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; O juiz: PODE declarar de ofício? ou DEVE declarar de ofício?

34 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA CAUSAS DE PARALISAÇÃO A PRESCRIÇÃO 197, cc I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. 198, cc I - contra os incapazes de que trata o art. 3 o ; II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. 199, cc I - pendendo condição suspensiva; II - não estando vencido o prazo; III - pendendo ação de evicção.

35 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DECADÊNCIA Legal (prazos fixados por LEI) POR REGRA, não podem ser paralisados (suspensos ou interrompidos) Art Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. O Juiz DEVE reconhecer a decadência de ofício. (210, CC) As partes não tem autonomia para suspender, interromper ou até mesmo alterar prazo decadencial LEGAL

36 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DECADÊNCIA Convencional (prazo estabelecido pelas partes) Art O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no PRAZO MÁXIMO de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. As partes podem prever prazo menor (1 ano, v.g), assim como podem, findo tal prazo, renová-lo, admitindo-se, em qualquer caso, a RENÚNCIA, porquanto se trata de decadência convencional O juiz NÃO PODE reconhecer a decadência CONVENCIONAL de ofício suprindo a falta de adução pelo beneficiário (211, CC)

37 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA RENÚNCIA (ABDICAÇÃO AO DIREITO DE ARGUIÇÃO) DA PRESCRIÇÃO Admissível Expressa (o DEVEDOR de dívida prescrita abre mão desta defesa indireta de mérito e, mais do que isso, paga a obrigação) Tacitamente (comportamento juntou procuração e as guias de depósito no processo, p.ex.) DA DECADÊNCIA Legal É NULA cláusula de RENÚNCIA a decadência fixada em Lei (209, CC) Convencional O juiz NÃO PODE reconhecer a decadência convencional de ofício, suprindo a falta de adução pelo beneficiário (211, CC), sobretudo porque por ser convencional é admissível a renúncia

38 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO Há diferença? Se houver, qual? Admite-se a suspensão ou a interrupção do prazo DECADENCIAL? EXCEPCIONALMENTE, apenas por LEI, admite-se neutralização da fluência (26, 2º, CDC; 208 c/c 195 e 198, I, CC)

39 Muito Obrigado! SUCESSO

CARLOS EDUARDO DE ANDRADE MAIA

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