PLANO DE ENSINO. Carga Horária: 60 horas (4 créditos) Período Letivo: 2018/2

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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL 1) IDENTIFICAÇÃO PLANO DE ENSINO Disciplina: Antropologia Urbana Código da Disciplina: Carga Horária: 60 horas (4 créditos) Período Letivo: 2018/2 Professores: Marina França Curso: Mestrado em Antropologia Social Departamento de Origem: Antropologia Dia: Quinta-feira, 14 às 18hs 2) EMENTA A constituição do campo de estudos da antropologia urbana. A cidade como objeto de análise antropológica. Etnografias das cidades. Organização social do espaço. Redes, grupos e sociabilidades na e da cidade. 3) OBJETIVOS A disciplina tem como objetivo apresentar obras centrais no estudo das sociedades urbanas, partindo de sociólogos europeus que pensaram o surgimento das metrópoles, principalmente Georg Simmel; passando pelo contexto de criação e pelas pesquisas da Escola de Chicago ; pela Escola de Manchester e os trabalhos de campo realizados em contextos urbanos na África, e discutindo as influências de tais estudos sobre a antropologia urbana brasileira. Em um segundo momento, a disciplina se centra justamente na constituição dos estudos urbanos no Brasil e sobre as metodologias e pesquisas realizadas no país. Trabalha com as contribuições de Gilberto Velho e de José Guilherme Magnani, mas também de outros autores que formaram o campo da antropologia urbana no Brasil, pensando a cidade e debruçando-se sobre diferentes temáticas. O curso se volta, em um terceiro momento, para alguns desses temas, como gênero, prostituição, funk, violência, indígenas na cidade. O intuito é trabalhar tanto referenciais teóricos, como boas etnografias, algumas de referência e outras mais contemporâneas. 4) CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Sessão 1. 16/08: Apresentação do curso e introdução LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes Trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, (Terceira Parte e cap. 21 O ouro e os diamantes. MAGNANI, José Guilherme. As cidades de Tristes Trópicos. Revista de Antropologia. São Paulo: USP, vol. 42, n.1-2, Sessão 2. 23/08: A modernidade e as cidades SIMMEL, Georg. As grandes cidades e a vida do espírito. Mana. Estudos de Antropologia Social, vol. 11, n.2, outubro 2005, pp WEBER, Max. "Conceito e categorias da cidade". In: Velho, Otávio (org.) O Fenômeno Urbano. Rio de Janeiro: Zahar, P

2 Sessão 3. 30/08: Sobre a Escola de Chicago BECKER, Howard. A escola de Chicago. Mana vol.2 nº 2 Rio de Janeiro Oct HANNERZ, Ulf. Etnógrafos de Chicago In: Explorando a Cidade: Em busca de uma antropologia urbana. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, Pag JOSEPH, Isaac. «A respeito do bom uso da escola de Chicago». In : VALLADARES, L. P. A Escola de Chicago: impacto de uma tradição no Brasil e na França. Belo Horizonte/Rio, Editora UFMG, VELHO, Gilberto. «Reflexões sobre a escola de Chicago». VALLADARES, L. P. A Escola de Chicago: impacto de uma tradição no Brasil e na França. Belo Horizonte/Rio, Editora UFMG, Sessão 4. 06/09: Pesquisas em Chicago PARK, Robert. A cidade: sugestões para a investigação do comportamento humano no meio urbano. In: VELHO, Otávio (org.). O fenômeno urbano. Rio de Janeiro, Zahar, WIRTH, Louis. O urbanismo como modo de vida. In: VELHO, Otávio (org.). O fenômeno urbano. Rio de Janeiro, Zahar, Complementar: PARK, Robert. La ville comme laboratoire social. In: Joseph ISAAC; Yves GRAFMEYER, L école de Chicago: naissance de l écologie urbaine. Aubier: Les éditions du Champ Urbain, Sessão 5. 13/09: Desvio e estigma BECKER, Howard S. Outsiders. Estudos de sociologia do desvio. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, [Capítulos 3 e 4] GOFFMAN, Erving. Estigma. Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro, Guanabara, [Capítulo1] Complementar : HOCHSCHILD, Arlie: The Presentation of Emotion. In : The commercialization of intimate life: notes from home and work. Berkeley, University of California Press, Sessão 6. 20/09: A Escola de Manchester FIELDMAN BIANCO, Bela. Prefácio à 2ª edição e Introdução. In: Antropologia das sociedades contemporâneas: métodos. São Paulo, Unesp, MITCHELL, Clyde. A dança Kalela: aspectos das relações sociais entre africanos urbanos na Rodésia do Norte, GLUCKMAN, Max. Análise de uma situação social na Zululândia moderna. In: Bela Feldman- Bianco (ed). Antropologia das sociedades contemporâneas: métodos. São Paulo: Unesp, MAYER. Adrian. A importância dos quase grupos no estudo das sociedades complexas. In: Antropologia das sociedades contemporâneas: métodos. São Paulo, Unesp, PARTE II Sessão 7. 27/09: Antropologia urbana no Brasil

3 DURHAM, Eunice. A pesquisa antropológica com populações urbanas e A sociedade vista da periferia. IN: A dinâmica da cultura: ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac Naify, CORRÊA, Mariza. A antropologia no Brasil ( ). In: Traficantes do simbólico & outros ensaios sobre a história da antropologia, p Campinas: Editora da UNICAMP, Complementar: MENDOZA, Edgar. Donald Pierson e a Escola Sociológica de Chicago no Brasil: os estudos urbanos na cidade de São Paulo ( ). In : Sociologias. Porto Alegre, ano 7, no 14, jun/dez 2005, p Sessão 8. 04/10: Territórios e conflitos nas cidades Arantes, Antonio A. A guerra dos lugares. In:. Paisagens paulistanas: transformações do espaço público. Campinas: Ed. da Unicamp, 2000, p CALDEIRA, Teresa Pires. Enclaves fortificados: erguendo muros e criando uma nova ordem privada. In: Cidade de muros : crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Editora 34/Edusp, ZALUAR, Alba. A máquina e a revolta: as organizações populares e o significado da pobreza, São Paulo, Brasiliense Sessão 9. 11/10: Contribuições de Gilberto Velho VELHO, Gilberto. Antropologia urbana: interdisciplinaridade e fronteiras do conhecimento. Mana. Rio de Janeiro, vol. 17. n.1, 2011, p Unidade e fragmentação em sociedades complexas. In : Projeto e metamorfose: antropologia das sociedades complexas. Rio de Janeiro: Zahar, O desafio da proximidade. In: VELHO, Gilberto; KUSCHNIR, Karina (org.). Pesquisas urbanas: desafios do trabalho antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, p Sessão /10: Contribuições de José Guilherme Magnani MAGNANI, José Guilherme. Da periferia ao centro: pedaços e trajetos. In Revista de Antropologia, FFLCH/USP. São Paulo, vol 35, A antropologia urbana e os desafios da metrópole. Tempo social. São Paulo : USP, 2003, p Festa no pedaço: cidade. São Paulo: Hucitec/Unesp, Sessão /10: Antropologia na e da cidade FRÚGOLI, Heitor. O urbano em questão na antropologia: interfaces com a sociologia. Revista

4 de antropologia, v. 48, n. 1, p , OLIVEN, Ruben George. A antropologia de grupos urbanos. Petrópolis: Vozes, 2007, p AGIER, Michel. Rascunhos de cidade. In : Antropologia das cidades: lugares, situações, movimentos. São Paulo: Ed. Terceiro Nome, PARTE III Sessão /11: Prostituição, etnografia e cidade PERLONGHER, Néstor. O negócio do michê : prostituição viril em São Paulo. São Paulo : PErseu Abramo, Territórios marginais. In : Green, J. N. e Trindade, R. (orgs.). Homossexualismo em São Paulo e outros escritos. São Paulo : Ed. Unesp, 2005, p Gaspar Maria Dulce, 1988 [1985], Garotas de programa: prostituição em Copacabana e identidade social, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 138 p. CAVILHA, Juliana. Lugares, fluxos e itinerários no comércio sexual de e na rua: redes sociais na cidade de Florianópolis (SC). Iluminuras (Porto Alegre), v. 12, p. n. 27, Sessão /11: Cidade e gênero MACHADO DA SILVA, Luiza. «O significado do botequim». In : Fazendo a cidade : trabalho, moradia e vida local entre camadas populares urbanas. Rio de Janeiro : Mórula, 2016 [1969], p VALE DE ALMEIDA, Miguel. Na companhia dos homens: sociabilidades masculinas. In: Senhores de si: uma interpretação antropológica da masculinidade. Lisboa: Fim de século, 2000, p VIANNA, Adriana; FARIAS, Juliana. A guerra das mães: dor e política em situações de violência institucional. Cadernos Pagu, Campinas, n. 37, BRITES, Jurema e MOTTA, Flávia de Mattos. (Orgs). Etnografia, o espírito da Antropologia Tecendo Linhagens. Homenagem a Claudia Fonseca. Publicação: ABA, DIAZ-BENITEZ, María Elvira. Nas redes do sexo: os bastidores do pornô brasileiro. Rio de Janeiro: Zahar, Sessão /11: Funk e hip-hop VIANNA, Hermano. O Mundo do Funk Carioca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, HERSCHMANN, Micael. O funk e o hip-hop invadem a cena. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2000.

5 MIZRAHI, Miele. O Rio de Janeiro é uma terra de homens vaidosos': mulheres, masculinidade e dinheiro junto ao funk carioca. Cadernos Pagu (UNICAMP), v. n 52, 2018, p Sessão /11: Indígenas na cidade KELLY, José Antonio. Notas para uma teoria do virar branco. Mana, 11(1): , HORTA, Amanda. Indígenas em Canarana: notas citadinas sobre a criatividade parque-xinguana. Revista de Antropologia. São Paulo : USP, v. 60, n.1, 2017, p NUNES, Eduardo. Aldeias urbanas ou cidades indígenas? Reflexões sobre índios e cidades. Espaço Ameríndio, Porto Alegre, vol. 4, n. 1, jan./jun. 2010, p MAGNANI, José Guilherme. Antropologia urbana: desafios e perspectivas. Revista de Antropologia. São Paulo : USP, v.59, n.3, 2016, p Xamãs na cidade. Revista USP, São Paulo, n.67, 2005, p Sessão /11: Concluindo. Lugares, espaços e Apresentação de relatos etnográficos sobre Cuiabá ZUKIN, Sharon. Paisagens urbanas pós-modernas: mapeando cultura e poder In: A. Arantes. O espaço da diferença. Campinas: Papirus, AUGÉ, Marc. Dos lugares aos não-lugares. In: Não lugares: Introdução a uma antropologia da supermodernidade. Papirus/Travessia do século, 1994, p ) PROCEDIMENTOS DE ENSINO (técnicas, recursos e avaliação) Discussões acerca do material bibliográfico, audiovisual, ensaios e participação em aula 6) RECURSOS (humanos, técnicos e materiais necessários para o ensino a serem viabilizados pelo Departamento/Unidade). Audiovisual 7) AVALIAÇÃO A disciplina terá três avaliações: 1) um ensaio teórico realizado ao final da parte I; 2) apresentação de um texto durante uma aula das partes II ou III; 3) um relato etnográfico realizado em Cuiabá ou em outras cidades de Mato Grosso. Importante lembrar: será reprovado o aluno que frequentar menos de 75% das aulas; no Trabalho Final caso seja identificado plágio, a menção será 0,0 (zero). Considera-se plágio a reprodução integral ou parcial de artigos sem a devida indicação bibliográfica (conforme normas ABNT). PROFESSOR (ES): / / Aprovação: COLEGIADO DE CURSO: EM / / CONGREGAÇÃO: EM / / Durante o semestre, possíveis alterações no Plano de Ensino poderão ser realizadas. Nestes discentes serão previamente informad@s. EM