BRITCHAM MARIA HELENA SANTANA 16/08/2010

Transcrição

1 BRITCHAM MARIA HELENA SANTANA 16/08/2010

2 Tópicos Evolução recente de indicadores econômicos e de mercado Fatores que contribuíram para a recuperação rápida do mercado brasileiro no pós-crise Perspectivas

3 Evolução de indicadores econômicos e de mercado

4 Indicadores econômicos Brasil Principais indicadores econômicos têm se comportado positivamente Expectativas de agentes do mercado indicam confiança nos próximos períodos * 2011* IPCA (%) 3,14 4,46 5,90 4,31 5,27 4,80 Meta taxa Selic - média do período (%) 13,25 11,25 13,75 8,75 10,28 11,96 Dívida líquida do setor público (% do PIB) 46,95 45,12 38,39 42,91 40,85 39,50 PIB (%) 3,97 6,08 5,14-0,19 7,20 4,50 *Boletim Focus de 30 de julho mediana do mercado

5 Estimativas FMI Países Selecionados PIB Real - Variação Anual Percentual 12 10, ,400 9,600 9, ,100 6,0040 8,400 6,200 8,0310 6,500 5, ,500 4,300 4,200 4,400 4,100 4,1050 3,300 2,900 2,100 1,200 1,00 1,300 3,700 2,9180 2,3980 1, Brasil China Índia Indonésia México Rússia Reino Unido Estados Unidos Zona do Euro Fonte: FMI C1-SC6-P1-G2 1 dados divulgados pelo FMI em julho de 2010

6 Mercado Volume de negociação e capitalização Os bons fundamentos econômicos impulsionaram o volume de negociação e a capitalização de mercado, que cresceram substancialmente nos últimos 10 anos Outros fatores também foram cruciais: a inserção de novos investidores novas companhias abertas a presença de companhias abertas com maior volume de ações no mercado e com melhores práticas de governança Ações: mercado à vista (lote padrão) (julho) Capitalização (R$ bilhões) Volume médio negociado (R$ milhões)

7 Investidores Crescimento em todas as categorias Todas as categorias de investidores têm crescido fortemente, com destaque para pessoas físicas (junho) No. de contas de custódia (mil) Média mensal negociada por pessoas físicas (R$ bilhões) (1) No. de clubes de investimento PL dos clubes de investimento (R$ milhões) No. de fundos de investimento PL dos fundos de investimento (R$ bilhões) (2) (1) janeiro a junho compra e venda; (2) exceto FIPs

8 Emissoras Ações ganharam liquidez O número de companhias abertas com ações negociadas na BMFBovespa subiu de 343 (2005) para 374 (junho de 2010) As emissoras apresentaram aumento de liquidez (por exemplo, ações com negociação diária superior a R$ 1 milhão, já considerando os efeitos inflacionários) Nos últimos 5 anos, novos setores entraram no rol daqueles com companhias com negociação média acima de R$ 1 milhão (por exemplo, serviços financeiros, TI, saúde) Número de empresas Número de setores (jan-jun) (jan-jun)

9 Mercado Captação pública de recursos O mercado tem sido uma alternativa de financiamento para as empresas brasileiras Pelos números do primeiro semestre, a captação de recursos tende a superar os patamares do ano passado Ofertas registradas, dispensadas e com esforços restritos (ICVM 476) R$ milhões Ativo (1º. sem) 2010 (1º. sem) Ações (1) Títulos de dívida (2) CRIs Outros (3) Total (1) ações + BDRs; (2) debêntures + NPs; (3) CAVs + TICs

10 Número de IPOs no Brasil 60,0 50,0 40,0 Superada a crise de liquidez de 2008/2009, o mercado parece se abrir novamente para os IPOs em ,0 30,0 24,0 20,0 9 pedidos em análise 10,0,0 1,0,0 7,0 8,0 4,0 5,0 8,0, (janjul) 1 - número de IPOs, conceito restrito

11 IPOs Países selecionados US$ (bilhões) 45,0 40,0 35,0 30,0 O Brasil é um dos maiores mercados de IPOs, tomando por base o valor financeiro das ofertas 28, , , ,0 20, ,0 14, , ,0 10,0 5,0,0 4,6725 8,7630 7,9400 5,6784 4,3880 4,4866 3,2399 2,9777 2,4410 1,9676 1,4940 1,0983,5113,3707,00,00,5836, (jan-jul) Brasil China Índia Indonésia México Rússia Reino Unido Estados Unidos Fonte: Bloomberg C4-SC2-P2-G4 1 Brasil fonte CVM, conceito restrito, sem green shoe 2 ações + CDAs + DRs

12 Brasil X Países selecionados Indicadores de mercado Apesar da valorização dos últimos anos, indicadores do mercado brasileiro mostram que há ainda espaço, quando comparados aos dos demais BRICs Indicador P/L País Índice 05/12/10 Estimativa 2010 Estimativa 2011 EUA S&P 500 INDEX 15,62 14,23 12,20 EUA NASDAQ COMPOSITE INDEX 19,82 16,74 14,50 Méxic o MEXICO BOLSA INDEX 16,90 15,58 13,21 Brasil BRAZIL BOVESPA STOCK IDX 14,72 12,12 9,49 Europa DJ EURO STOXX 50 Pr 12,25 10,72 9,16 Grã BretanhaFTSE 100 INDEX 12,93 10,93 9,18 Rússia RUSSIAN RTS INDEX $ 9,00 6,71 5,58 Hong Kong HANG SENG INDEX 14,44 13,31 11,28 China SHANGHAI SE COMPOSITE IX 18,31 15,55 12,99 Índia BSE SENSEX 30 INDEX 19,95 16,54 13,71 Indonésia JAKARTA COMPOSITE INDEX 14,68 14,42 11,87 Fonte: Bloomberg Data: 12/05/2010

13 Fatores que contribuíram para a recuperação rápida do mercado brasileiro no pós-crise

14 Fatores que tornaram o mercado mais resistente Economia, antes da crise, provavelmente vivia sua melhor condição Regras bastante conservadoras impediram o crescimento de riscos na maioria dos segmentos do mercado financeiro O mercado de capitais vinha crescendo vigorosamente Sem incentivos artificiais Com regulação e supervisão consideradas de boa qualidade Práticas de governança das empresas vinham em processo de evolução acentuada

15 Evolução contínua do ambiente regulatório Revisão de normas e edição de novas regras, tendo ou não a crise como agente provocador Instrução CVM 475 Melhorou as informações sobre instrumentos financeiros nas notas explicativas das DFs e dos relatórios trimestrais Tornou obrigatório o quadro demonstrativo de análise de sensibilidade Convergência das normas brasileiras ao IFRS As demonstrações financeiras referentes ao exercício de 2010 já deverão ser elaboradas com base nas novas normas As companhias também podem, desde já, apresentar os ITRs de acordo com as novas normas

16 Evolução contínua do ambiente regulatório Instrução CVM 480 disciplina o registro de emissores e cria 2 categorias: emissores A (tudo) e B (dívida) Cria o emissor com grande exposição ao mercado Muito maior agilidade nas ofertas públicas Aumenta e melhora a qualidade das informações prestadas Requer divulgação de políticas e análises realizadas pela administração Proporciona uma visão global sobre a emissora Reúne também informações hoje prestadas em diversos documentos separados Facilita a comparação entre emissoras, pela padronização do formato

17 Evolução contínua do ambiente regulatório Instrução CVM 481 regulamenta o art. 126 da lei societária, relacionado às assembleias Informações que devem acompanhar os anúncios de convocação Informações e documentos relativos às matérias a serem deliberadas Pedidos públicos de procuração para exercício do direito de voto Informações a serem fornecidas quando da divulgação do edital de convocação Detalhamento em função do objeto da assembleia extraordinária Informações para a AGO Acesso dos acionistas minoritários ao proxy da administração

18 Evolução contínua do ambiente regulatório Securitização: maior transparência dos FDICs Reforma da norma para assegurar a divulgação periódica de informações sobre a recompra de créditos e outras qualitativas sobre as carteiras (já editada) Adoção de plano de contas padronizado e divulgação de diversas outras informações quantitativas periodicamente (em fase de finalização, pós-audiência pública) Questões de conflito de interesses e algumas recomendações internacionais decorrentes da crise (discussão a ser trazida à audiência pública)

19 Evolução contínua do ambiente regulatório Fundos de investimento mudanças previstas Gestão da liquidez dos ativos versus obrigações Depois da crise, pressão ainda maior por prazos menores de resgate ou mesmo liquidez diária Com maior presença de títulos privados nas carteiras, cresce a importância do desenho adequado Mais transparência para o investidor Quanto às despesas do fundo e seu impacto na rentabilidade informe anual No ponto de venda - prospecto simplificado

20 Evolução contínua do ambiente regulatório Administradores de carteiras alterações em discussão Certificação de pessoas-chave Para o credenciamento, ênfase na estrutura e processos de gestão de riscos, controles internos e compliance Também revisão dos mecanismos de tratamento de conflitos de interesses

21 Clubes de investimento Evolução contínua do ambiente regulatório Atualização da norma, garantindo mais transparência e participação dos cotistas (em fase de finalização, pósaudiência pública) Agentes autônomos de Investimento Reforço à possibilidade de supervisão e controle da atividade dos agentes pelos intermediários a que são vinculados (em fase de finalização, pós-audiência pública) Norma criando a obrigação de verificar a adequação do investimento ao investidor destinatário, conhecida como suitability (em fase de preparação)

22 Perspectivas

23 Coordenação e cooperação entre reguladores A crise destacou a importância da cooperação e do intercâmbio de informações entre todos os reguladores Necessidade de supervisão do sistema como um todo sob a ótica da estabilidade financeira A crise mostrou que instituições não financeiras (ex: fundos e companhias abertas) também podem ser relevantes do ponto de vista do risco sistêmico Mais que isso, mercados e produtos podem trazer risco à estabilidade e devem ser supervisionados também desse ponto de vista Papel dos reguladores de mercado na proteção da estabilidade financeira A crise também enfatizou a importância da cooperação internacional na regulação dos mercados financeiros

24 Desafios para todos os reguladores Abandonar certas premissas, ao regular e supervisionar, tais como: Investidores e mercados têm comportamento racional Investidores qualificados têm capacidade de avaliar os produtos que compram Produtos e serviços dirigidos a investidores qualificados não precisam de regulamentação e de supervisão Só os mercados públicos devem ser estritamente regulados Vigiar sempre o perímetro da regulação, para passar a incluir produtos e mercados que possam significar riscos

25 Obrigada