UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

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2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO Tiago Fortes da Silva Ramos MAIS DO QUE UMA CALÇADA: Estudo preliminar para a requalificação da orla da praia da Laginha (Mindelo/Cabo Verde). NATAL/RN 2017

3 Tiago Fortes da Silva Ramos MAIS DO QUE UMA CALÇADA: Estudo preliminar para a requalificação da orla da praia da Laginha (Mindelo/Cabo Verde). Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob a orientação da Profa. Dra. Amíria Bezerra Brasil, como requisito à obtenção do grau de Arquiteto e Urbanista. NATAL/RN 2017

4 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Dr. Marcelo Bezerra de Melo Tinôco - DARQ - CT Ramos, Tiago Fortes da Silva. Mais do que uma calçada: estudo preliminar para a requalificação da orla da praia da Laginha (Mindelo/Cabo Verde) / Tiago Fortes da Silva Ramos. - Natal, f.: il. Monografia (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Amíria Bezerra Brasil. 1. Planejamento urbano - Monografia. 2. Requalificação - Orla - Praia da Langinha - Monografia. 3. Frentes de água - Praia da Langinha - Monografia. I. Brasil, Amíria Bezerra. II. Título. RN/UF/BSE15 CDU 711.4

5 Tiago Fortes da Silva Ramos MAIS DO QUE UMA CALÇADA: Estudo preliminar para a requalificação da orla da praia da Laginha (Mindelo/Cabo Verde). Aprovado em: 30/06/2017 BANCA EXAMINADORA Profa. Dra. Amíria Bezerra Brasil Orientadora - UFRN Profa. Dra. Verônica Maria Fernandes de Lima Avaliador interno - UFRN Thiago de Carvalho Brito Avaliador externo - Arquiteto e Urbanista

6 À minha avó, Maria dos Anjos, pela jovialidade, alegria e exemplo que nos brindou (...) tud onde q un bai, ta levob ma mi!

7 Grato, à minha família, meus pais e meus irmãos, que dividiram comigo palavras de incentivo e orgulho que não me deixaram cair e me empurram até aqui. à minha família, minha namorada e minha filha, que multiplicaram a minha determinação para concluir esta etapa e dar início a outras mais. à minha família, meus novos amigos, que somaram bons momentos, feijoadas, cachupas, viagens e várias novas experiências que guardarei sempre comigo. Grato, ao Galinheiro (Laboratórios de Arquitetura), minha casa, onde tive a chance de aprender muito mais do que arquitetura e urbanismo. à Amíria Brasil, minha orientadora, pela confiança depositada e por mostrar que - apesar dos contratempos tudo iria dar certo. as minhas chefinhas, Carol Farkat e Sophia Motta, pelas experiências e ensinamentos transmitidos durante os estágios, que me farão um profissional melhor. ao Brasil, país que me acolheu e me proporcionou a oportunidade de crescer e me tornar naquilo que sou hoje. Obrigado! Sou muito grato a tudo e todos que dividiram, multiplicaram e somaram para que esta caminhada fosse como foi e da qual levarei mais do que um diploma.

8 "As cidades têm a capacidade de fornecer algo para cada um de seus habitantes, apenas porque e, somente quando, elas são criadas para todos." Jane Jacobs

9 RESUMO O processo de modernização das estruturas portuárias, o desenvolvimento económico, a expansão urbana ou, mesmo, a modificação das práticas sociais ditaram, em certas cidades portuárias, a aproximação às frentes de água, com vista à qualificação deste espaço livre urbano. Porém, no caso do Mindelo, as intervenções efetuadas na praia da Laginha, a fim de requalifica-la face ao cenário resultante das obras portuárias promovidas no entorno não se traduziram em melhorias dos atributos urbanísticos e valorização do meio. Assim sendo, este trabalho tem como temática as intervenções urbanas em frentes de água enquadrada na área de planejamento urbano e materializa-se em uma proposta de redesenho do calçadão da praia com o propósito de requalifica-la e garantir a vitalidade do local. Palavras-Chave: planejamento urbano; requalificação; frentes de água. ABSTRACT The process of modernization of port structures, economic development, urban expansion or even the modification of social practices dictated, in certain port cities, the approach to the water fronts, with a view to the qualification of this urban free space. However, in the case of Mindelo, the interventions carried out on Laginha beach, in order to requalify it - given the scenario resulting from the port works promoted in the surrounding area - did not translate into improvements in urban attributes and environmental valuation. Thus, this work has as its theme the urban interventions in water fronts - framed in the area of urban planning - and materializes in a proposal of redesign of the beach promenade with the purpose of requalifying it and guarantee the vitality of the place. Keywords: urban planning; urban renewal; waterfront

10 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Evolução temporal da cidade portuária industrial Figura 2: Qualidade do entorno x atividades Figura 3: Vista aérea da baía do Mindelo Figura 4: Vista aérea da baía do Mindelo Figura 5: Vista aérea da baía do Mindelo Figura 6: Evolução Urbana de Mindelo 1858 a Figura 7: Vista aérea da baía do Mindelo Figura 8: Vista aérea do centro da cidade Figura 9: Praia da Matiota em 1930 e em Figura 10: Praia da Laginha Figura 11: Praia da Laginha 1968, 2003, 2013 e Figura 12: Alteração do contorno da costa devido às obras Figura 13: Projeto de intervenção proposto Figura 14: Praia da Laginha após a intervenção em Figura 15: Praia da Laginha em 2013 (esquerda) e em 2017 (direita) Figura 16: Fluxograma para desenvolvimento de projetos sugerido pelo manual Figura 17: Fluxograma para desenvolvimento de projeto Figura 18: Praia da Laginha Figura 19: Avenida Marginal (entorno da Laginha) Figura 20: Corte da via (Av. Marginal) Figura 21: Avenida Dr. Alberto Leite Figura 22: Corte da via (Av. Dr. Alberto Leite) Figura 23: Vegetação existente Figura 24: Elevações no entorno Figura 25: Desnível do calçadão em relação à praia Figura 26: Calçadão da praia Figura 27: Usos no calçadão da praia Figura 28: Vegetação existente no calçadão Figura 29: Problemas evidenciados Figura 30: Potencialidades evidenciadas Figura 31: Potencialidades evidenciadas Figura 32: Orla de Camburi... 68

11 Figura 33: Calçadão da praia de Camburi Figura 34: Quiosques da praia de Camburi Figura 35: Estruturas no calçadão da praia Figura 36: Masterplan da intervenção Figura 37: Calçadão da praia de Hjerting Figura 38: Cais flutuante de Hjerting Figura 39: Piscina oceânica de Hjerting Figura 40: Clube náutico de Hjerting Figura 41: Conceito da proposta Figura 42: Piso intertravado Figura 43: Referências de mobiliário urbano Figura 44: Deck de contemplação Figura 45: Caramanchão Figura 46: Aparelho de ginástica Figura 47: Kalimba beach bar Figura 48: Piscina oceânica Figura 49: Pontão de Santa Maria Figura 50: Pier Figura 51: Proposta de intervenção... 94

12 LISTA DE MAPAS Mapa 1: Mapa de Cabo Verde Mapa 2: Mapa de São Vicente Mapa 3: Localização das praias da Matiota e Laginha Mapa 4: Recorte da área de estudo Mapa 05: Espaços lazer e comerciais presentes na orla Mapa 6: Equipamentos marítimo-portuários presentes na orla Mapa 7: Equipamentos marítimo-portuários presentes na orla Mapa 8: Uso do solo Mapa 9: Sistema viário da área de estudo Mapa 10: Áreas verdes na área de estudo Mapa 11: Topografia da área de estudo Mapa 12: Mapa síntese Mapa 13: Zoneamento da proposta Mapa 13: Masterplan da proposta LISTA DE TABELAS Tabela 1: Quadro resumo das modificações na praia da Laginha Tabela 2: Quadro resumo dos estudos de referência Tabela 3: Quadro resumo das diretrizes e ações... 82

13 SUMÁRIO Introdução Cidades e suas frentes de água Expansão urbana das cidades portuárias Transformação das frentes marítimas Espaços livres urbanos Universo do projeto Contexto do desenvolvimento urbano da cidade do Mindelo/São Vicente Elucidação sobre o histórico de intervenções no entorno da praia da Laginha Área de estudo Caracterização da área de estudo Análise da área de estudo Síntese diagnóstica da fração Estudos de referência Reurbanização da orla de Camburi BR Projeto de calçadão e clube náutico na praia de Hjerting DK Considerações dos estudos de referência Proposta de intervenção Conceito e partido urbanístico Diretrizes e ações propostas Masterplan e programa de necessidades Memorial descritivo Considerações finais... 95

14 INTRODUÇÃO

15 O processo de desenvolvimento urbano, determinado pela alteração da interface porto-cidade a partir da Revolução Industrial, gera, nas cidades portuárias, uma oportunidade para a reconfiguração das frentes marítimas. Em face dessa alteração, se assiste a uma revalorização das frentes de água, associada a um novo modelo de intervenção urbana, com vista à recuperação dos espaços urbanos abandonados, subutilizados ou degradados presentes nestas áreas. Portanto, a revitalização urbana nas frentes da água responde a um processo de desenvolvimento das cidades portuárias, em virtude da transformação do núcleo urbano-portuário original. Neste sentido, têm-se desenvolvido atualmente, projetos de intervenção urbanística, visando à qualificação do meio urbano, de forma a aumentar o grau de vitalidade ali presente. No caso do Mindelo, assiste-se a uma constante evolução da infraestrutura marítimo-portuária e, com isso, evidencia-se a carência de espaços públicos qualificados na orla, face ao domínio da vertente institucional. Neste contexto, este trabalho final de graduação se enquadra na área de planejamento e projeto urbano e paisagístico, com ênfase para aspectos relacionados aos espaços livres e públicos, intervenção em orlas urbanas, apropriação do espaço, valorização da paisagem, entre outros. Assim, a temática do trabalho define-se pelas intervenções urbanas em frentes de água (waterfronts), com o propósito de valorizá-las a partir do redesenho das mesmas. O interesse pelo tema proposto se deve, em parte, pela minha motivação pessoal, visto que sou natural do Mindelo e, por isso, tenho uma relação com a cidade e com o local. Também, se deve pelo fato de ter desenvolvido anteriormente uma pesquisa no qual analisei o projeto de ampliação do Porto Grande do Mindelo e requalificação da Praia da Laginha - implantado em 2013 sobre a ótica de como se configuraram as divergências entre os responsáveis administração e gestão portuária e a população em geral e, constatar que, apesar das melhorias promovidas ao funcionamento do porto, o projeto não resultou na melhoria dos atributos urbanísticos presentes no local. Página 14

16 Portanto, a proposta trata-se de uma intervenção de escala urbana num dos principais pontos turísticos da cidade do Mindelo a praia da Laginha e materializa-se em um projeto que visa uma nova configuração urbana para a praia, a fim de requalifica-la, face ao cenário resultante das obras portuárias promovidas pela Empresa Nacional de Administração dos Portos de Cabo Verde (ENAPOR) no entorno da praia. Dessa forma, a intervenção terá como base as práticas anteriores e, através da requalificação pretendida, busca-se a valorização ambiental e a melhoria da qualidade do espaço urbano. Nessa perspectiva, objetiva-se ainda, de maneira específica: diversificar os usos e atividades desempenhados no calçadão, com vista a fomentar a permanência do usuário; gerar melhorias nos acessos e conexões da cidade com a praia e desta com o mar; redesenhar o calçadão, de forma a proporcionar maior segurança e conforto aos usuários. A fim de atingir os objetivos determinados para este trabalho foi realizada uma revisão bibliográfica, a fim de compreender a relação entre as cidades portuárias e suas frentes de água, bem como uma análise metodológica da área de intervenção, baseada no levantamento e estudo de dados. O trabalho está organizado em cinco capítulos, além da introdução e considerações finais. A primeira parte aborda a conceituação teórica dos temas abordados, de modo a elucidá-los e facilitar o entendimento deste trabalho. No segundo capítulo, é apresentado o universo do projeto que aborda o processo de desenvolvimento urbano da cidade do Mindelo e trás uma elucidação sobre o histórico de intervenções ocorridas no entorno da praia da Laginha. O terceiro capítulo se atem às análises pertinentes à área de estudo mediante a caracterização da situação atual, levantamento dos problemas/potencialidades e síntese dos dados levantados. Em seguida, são apresentadas referências de projeto que auxiliaram nas escolhas relativas a aspectos estéticos, formais e funcionais da proposta, bem como na formulação do partido arquitetônico. Por fim, no quinto, apresentam-se os aspectos gerais e projeto de intervenção urbana na praia da Laginha (Mindelo). Página 15

17 1. CIDADES E SUAS FRENTES DE ÁGUA

18 Este capítulo irá tratar da conceituação teórica dos temas abordados, de modo a elucidá-los e facilitar o entendimento deste trabalho.

19 1.1. Expansão urbana das cidades portuárias. A relação entre a cidade e o porto sempre foi muito estreita, dado que os portos, pela sua variante econômica, deram início a novos povoamentos através de processos de urbanização do litoral, vinculados ao desenvolvimento das atividades portuárias. Neste sentido, Ana Esteves (20-?) aponta que os portos figuraram, por um longo período, como elemento estruturador do tecido urbano e centro funcional da cidade. Nas cidades portuárias, porto e cidade constituem um sistema variável, diretamente proporcional, influenciado por questões sociais e urbanas. De acordo com Monié e Vasconcelos (2012), tanto a expansão urbana gera uma mudança de postura da cidade em relação ao porto, quanto o desenvolvimento das atividades e infraestruturas portuárias originam novos posicionamentos frente ao espaço urbano. No entanto, em função do declínio económico que atingiu muitas destas cidades, as atividades portuárias e afins foram perdendo a sua importância estratégica, enfraquecendo, assim, a relação entre cidades e portos (ESTEVES, 20-?). Neste contexto, Hoyle (1989, apud MONIÉ e VASCONCELOS, 2012) apresenta uma análise da interface cidade-porto, estruturado em cinco fases distintas. Página 18

20 Figura 1: Evolução temporal da cidade portuária industrial Fonte: Hoyle, 1989, apud Monié e Vasconcelos, 2012 Com base no modelo cronológico apresentado na figura 01 percebe-se o processo de transformação da frente marítima face às exigências de modernização das estruturas portuárias. Tal processo, determinado pelo desmembramento cidadeporto deram, segundo Esteves (20-?), origem a espaços obsoletos que têm vindo a ser objeto de grandes operações de transformação. Estes assumem-se como um importante instrumento de renovação e desenvolvimento urbano das cidades portuárias, ao constituírem um estímulo para o desencadear de operações urbanísticas, de maior ou menor dimensão, na frente de água, com impactes significativos nas dinâmicas relacionais porto-cidade, na competitividade das cidades portuárias e na revitalização económica e social das áreas intervencionadas (SOUSA e FERNANDES, 2012). Segundo Maria Oliveira (2009), com a deslocação das estruturas portuárias, a partir da segunda metade do século XX, cria-se oportunidade para a reconfiguração do núcleo urbano-portuário original, mediante a revitalização da frente marítima. Página 19

21 A degradação dos espaços urbano-portuários foi apreendida como um fenômeno indesejável imposto pela decadência do modelo econômico. (...) Mas, nos anos 1960, algumas metrópoles avistaram na remodelação da frente marítima (HOYLE, 1989) a possibilidade de pensar usos destinados a melhorar a qualidade de vida da população. As primeiras iniciativas foram voltadas para a criação de espaços verdes e recreativos (...) que revalorizavam o elemento aquático no imaginário coletivo (MONIÉ e VASCONCELOS, 2012). As frentes de água tornaram-se assim, áreas privilegiadas para a cidade e fundamentais para o desenvolvimento urbano. Mann (1988) refere dez tendências que estão na origem deste movimento nos EUA: 1. Oferta de grande diversidade de usos; 2. Forte procura do público de margens livres e acessíveis; 3. Afastamento das infraestruturas viárias e substituição por usos pedonais; 4. Recuperação de margens de pequenos cursos de água e canais; 5. Recuperação de património cultural e histórico; 6. Criação de espaços públicos de carácter comercial; 7. Sítios de exposições e eventos culturais; 8. Locais de instalação de elementos artísticos; 9. Oportunidade para realização de festivais e outros acontecimentos artísticos; 10. Promoção de regulação urbanística. As tendências referidas acima ocorrem, de acordo com Esteves (20-?), um pouco por toda a Europa, onde se verifica a manifestação do interesse público e das autoridades no sentido da requalificação de áreas anteriormente degradadas, obsoletas ou subutilizadas, tendo em vista o desenvolvimento de um carácter urbano, paisagístico, cultural e de lazer que responda às novas solicitações que se colocam à sua fruição (Urban Wildlife Research Center, 1981, apud ESTEVES, 20-?, p.3). Página 20

22 Os níveis de lucratividade obtidos com os empreendimentos iniciais e a aceitação da população, que constrói uma nova representação dos bairros portuários, facilitaram o processo de difusão dos projetos de waterfront dos Estados Unidos para a Europa e daí para o resto do mundo (MONIÉ e VASCONCELOS, 2012). Para Oliveira (2009), a revalorização das frentes de água trouxe uma mudança de paradigma em relação à frente marítima, dando origem a um novo modelo de intervenção espacial mais adequada aos novos modos de vida da sociedade atual. A redescoberta do valor paisagístico e ambiental das frentes de água, associado à possibilidade da aproximação da população à água, tem-se convertido num novo modelo de urbanização contemporânea (OLIVEIRA, 2009, p.19). Este modelo de urbanização tem como objetivos manter a atratividade do destino e qualificar a procura através da qualificação da oferta (OLIVEIRA, 2009, p.19) e têm, conforme Sousa e Fernandes (2012), as seguintes variantes: Arranjo e requalificação de espaços públicos ao nível urbanístico e funcional; Reconversão de antigas instalações portuárias através da implantação de funções de cariz mais urbano (restauração, lazer); Reutilização de antigas instalações portuárias através da sua adaptação a novas funções portuárias mais compatíveis com a vivência urbana, como por exemplo, o transporte de passageiros, os cruzeiros ou a náutica de recreio. Percebe-se então que a qualificação do espaço por meio da pedonalização das frentes de água, associada a espaços públicos de estar, de recreio, lazer e restauração (OLIVEIRA, 2009, p. 21), relacionada, ou não, a intervenções de regeneração de áreas portuárias, está estreitamente relacionada com operações urbanísticas de transformação do espaço. Página 21

23 1.2. Transformação das frentes marítimas. No que diz respeito às frentes marítimas, temos que estas se configuram como a fachada da cidade e, portanto, os projetos que as envolvem são considerados como oportunidades nessa condição (VASCONCELOS, 2014). Em muitos desses grandes centros, a transformação da orla e de suas áreas contíguas está inserida num processo de valorização, favorecida pela proximidade do mar e a possibilidade de obter vistas do mesmo, além do acesso aos serviços e equipamentos constituídos nesses projetos. (MACEDO, 2012, apud VASCONCELOS, 2014). No contexto da cidade contemporânea, os projetos urbanos de transformação das frentes marítimas buscam atribuir a estes espaços livres públicos novos significados, mediante a modificação da sua paisagem. Com isto, almeja-se a valorização do espaço urbano e do sentido de lugar. Sobretudo se o ambiente está visivelmente organizado e nitidamente identificado, poderá então o habitante dá-lo a conhecer, por meio dos seus próprios significados e relações. Nesse momento tornar-se-á um verdadeiro lugar notável e inconfundível (Lynch, 1980, p.103). Nota-se que tais processos de transformação das frentes marítimas podem ter por base diferentes conceitos de acordo com o modelo de intervenção pretendido. No entanto, Moura et al. (2006) apontam que estes conceitos podem integrar-se numa mesma intervenção urbana dado que os modelos atuam de forma nem sempre claramente distintos e raramente indissociáveis. É o caso dos conceitos de renovação urbana, reabilitação, requalificação 1. O conceito da renovação urbana é marcado pela ideia de demolição do edificado e consequente substituição por construção nova, geralmente com características morfológicas e tipológicas diferentes, e/ou com novas atividades económicas adaptadas ao processo de mudança urbana. (...) A ideia de renovação atinge, sobretudo, as intervenções de larga escala, de transformação integral. A reabilitação não representa a destruição do tecido, mas a sua habilitação, a readaptação a novas situações em termos de funcionalidade urbana. Trata-se de readequar o tecido urbano degradado, dando ênfase ao seu carácter residencial (...). 1 Conceito escolhido como elemento norteador da proposta deste trabalho. Página 22

24 A requalificação urbana é, sobretudo, um instrumento para a melhoria das condições de vida das populações, promovendo a construção e recuperação de equipamentos e infraestruturas e a valorização do espaço público com medidas de dinamização social e económica. Procura a (re)introdução de qualidades urbanas, de acessibilidade ou centralidade a uma determinada área (...). (MOURA et al., 2006, p.20, grifo próprio) Neste sentido, as intervenções urbanas com vista à renovação, reabilitação ou requalificação das frentes marítimas, dão abertura para o desenvolvimento urbano, na medida em que possibilitam a recuperação de espaços urbanos abandonados, subutilizados ou degradados. No caso das requalificações urbanas, o objetivo central passa pela criação de novos usos e atributos urbanísticos, bem como, pela recuperação da infraestrutura e equipamentos urbanos já existentes. Assim, espera-se a melhoria da qualidade de vida na cidade e valorização do espaço Espaços livres urbanos. Mediante a caracterização da interface cidade-porto e com o reconhecimento do modo de operação das intervenções em frentes de água, torna-se necessário abordar o meio de intervenção em questão: o espaço livre. Os espaços livres constituem um importante elemento para a vida citadina, dado que proporcionam a experiência com o coletivo, sem o qual não se concebe a existência das cidades, uma vez que são locais de convívio público, circulação, conservação ambiental, etc. Em conformidade com o processo de transformação da frente marítima, os espaços livres urbanos, também, sofreram mutações em relação a seus significados e usos dentro da esfera urbana, resultante da modernização do ambiente urbano no século XIX. Miranda Magnoli (1982) define como espaços livres urbanos aqueles espaços não ocupados por um volume edificado e que as pessoas têm acesso, como por exemplo: quintais, jardins, ruas, avenidas, praças, parques, rios, matas, mangues e praias urbanas, ou simples vazios urbanos, sendo eles privados ou públicos. Página 23

25 No entanto, os espaços livres públicos se diferenciam dos privados a partir do momento em que são abertos e acessíveis, sem exceção, a todos (MATOS, 2010, apud REIS, 2014). O espaço público é por natureza mais aberto e a primeira função que o distingue do espaço privado é a facilidade de acesso. O espaço público é de todos e de ninguém em particular, em princípio, todos o podem usar com os mesmos direitos (MATOS, 2010, p.20 apud REIS, 2014, p.35). De acordo com Mônica Bahia Schlee et al. (2009), os espaços livres públicos, também tratados como espaços livres urbanos, detêm um papel de destaque na paisagem da cidade, face a diversidade de possibilidades que oferecem. Os espaços livres têm grandes probabilidades de transformação no processo de construção da paisagem. Conformam o componente mais flexível da estrutura do território, seja funcional ou espacialmente. São também os lugares mais frágeis e um dos mais promissores tendo em conta a possibilidade de reestruturação do território, já que podem assumir algumas importantes funções, por exemplo, como lugar dos ecossistemas, da percepção da paisagem e como possível lugar para o futuro da ocupação urbana (TARDIN, 2008, p.44). Neste sentido, entende-se a importância dos espaços livres públicos em função do papel que desempenha no processo de transformação da paisagem urbana, dadas as funções que podem assumir, bem como as atividades que podem possibilitar. Tais espaços livres públicos são fundamentais em razão das funções que podem ser desempenhadas neles, elencadas por Del Rio (1990) como: social - presente nos encontros que são possibilitados nesses espaços; cultural - relacionada aos eventos variados que podem ser realizados no local; e funcional ou higiênica em alusão à saúde mental e física do usuário, que utiliza o espaço livre para fins de lazer. Estes espaços englobam, segundo Panerai (2006, p.79), a totalidade das vias: ruas e vielas, bulevares e avenidas, largos e praças, passeios e esplanadas [...]. Esse conjunto organiza-se em rede a fim de permitir a distribuição e circulação.. Portanto, entendidos em conjunto, conforme aponta Silvio Macedo (2013), formam um sistema de espaços livres urbanos, composto por elementos classificadas como nós e conexões pelos autores Hartman e Strom (1995). Página 24

26 Os nós são definidos espacialmente por meio de porções do solo urbano que podem servir como ponto focal, ponto de atração e/ou destino para usos recreativos. Dentre os principais elementos constituintes dos nós estão diferentes categorias de espaços livres, como parques, praças, terras devolutas de propriedade pública, áreas vegetadas livres, áreas produtivas da paisagem, jardins comunitários, áreas de conservação e áreas com instalações cívicas e institucionais [...]. As conexões possibilitam as ligações da paisagem e suas variadas florestas através da conformação de corredores e cinturões verdes. Ao mesmo tempo em que preservam, conservam e protegem os recursos da paisagem, podem favorecer múltiplos usos, principalmente para recreação e transporte alternativo. Dentre os elementos que atuam como conexões, destacam-se os corredores viários, as conectividades visuais, os corredores verdes, os corredores azuis, e os corredores amarelos (STROM, 2007, apud PIPPI e TRINDADE, 2013, p.84, grifo próprio). Os nós parques, as praças e os demais espaços livres destinados ao lazer e recreação contribuem, segundo Pippi e Trindade (2013), para a conservação dos recursos naturais inseridos em áreas urbanas na medida em que promovem o seu uso. Ainda de acordo com os mesmos autores, as conexões constituem-se pela integração da rede viária e de corredores ecológicos verdes (faixas lineares, estreitas e contínuas de vegetação), azuis (rios, córregos, lagos, cascatas e nascentes) e amarelos (parques lineares contínuos ao longo da linha da preamar, dunas, estuários e lagoas). Percebe-se então, que os espaços livres públicos constituem-se como elementos estruturantes da malha urbana, devido às relações de conectividade entre elas e dadas às funções diversas que desempenham na cidade. 2.2.a. Uso e ocupação do espaço público. Tendo em conta que os espaços livres públicos têm características morfológicas distintas, as atividades desempenhadas, também, diferem, em função da qualidade física do local. Planejamento e projetos podem ser usados para influenciar o alcance e o caráter de nossas atividades ao ar livre. Convites para uma atividade ao ar livre que vá além de uma simples caminhada incluem proteção, segurança, um espaço razoável, mobiliário e qualidade visual (GEHL, 2013, p.21). Página 25

27 Jan Gehl (2006) aponta que existem três tipos de atividades: as necessárias, as opcionais e as sociais. As necessárias são aquelas indispensáveis, onde os envolvidos são obrigados a participar, independentemente do ambiente exterior. Inversamente, as atividades opcionais dependem das condições do lugar e da vontade do envolvido em realizá-la. Por último, as sociais são aquelas que dependem do convívio público, sendo denominadas, também, de atividades resultantes, uma vez que são consequência das outras atividades. Neste contexto, o arquiteto alega que existe uma relação proporcionalmente direta entre a qualidade do ambiente físico e a frequência com que tais atividades acontecem. Ou seja, quanto mais qualidade o ambiente físico tiver, mais atividades serão desenvolvidas nela. Figura 2: Qualidade do entorno x atividades Fonte: Gehl, 2006 Porém, além da qualidade física do ambiente, a acessibilidade também influencia no uso/ocupação dos espaços livres públicos e, consequentemente, na sua apropriação. Página 26

28 Segundo Sun Alex (2008, p.25) a acessibilidade é a condição primordial para a apropriação e o uso de um espaço. Entrar em um lugar é a condição inicial para poder usa-lo. Neste sentido, o autor, citando Carr (1995), afirma que existem três categorias de acesso: físico, visual e simbólico. Acesso físico refere-se à ausência de barreiras espaciais ou arquitetônicas (construções, plantas, águas, etc.) [...]. No caso do espaço público, devem-se considerar também a localização das aberturas, as condições de travessia das ruas e a qualidade ambiental dos trajetos. Acesso visual ou visibilidade define a qualidade do primeiro contato [...] do individuo com o lugar. Perceber e identificar ameaças potenciais é um procedimento instintivo antes de alguém adentrar qualquer espaço. Acesso simbólico ou social refere-se à presença de sinais, sutis ou ostensivos que sugerem quem é e quem não é bem-vindo ao lugar. (CARR, 1995, apud ALEX, 2008, p.25, grifo próprio). Logo, é necessário que os espaços livres públicos combinem qualidade física e acessibilidade (física, visual e simbólica), para que seja reconhecida uma identidade, gerando, assim, a apropriação do espaço. Em síntese, espera-se que com esta relação (qualidade física-acessibilidade), os espaços livres públicos apresentem conjunto de aptidões que propiciem a sua apropriação por parte população e, como consequência, confiram vitalidade ao ambiente urbano, já que segundo Jane Jacobs (2001, apud BUENO; FRANCO, 2010), o grau de urbanidade de uma cidade, metrópole ou bairro está relacionado ao grau de vitalidade urbana ali presente. Segundo Jacobs, o grau de urbanidade de uma cidade, metrópole ou de um bairro está relacionado ao grau de vitalidade urbana ali presente. Dessa forma, conforme apontado por Frederico de Holanda, a urbanidade transcende a realidade física da cidade, ao incluir a qualidade do cortês, do afável, relativo à negociação continuada entre interesses. Sandra Mello define urbanidade como aquilo que qualifica a vida urbana, no sentido da interação entre os cidadãos no espaço coletivo, da promoção do encontro e do convívio social (BUENO; FRANCO, 2010). Conclui-se, então, que é necessário pensar espaços livres de forma integrada, criando, assim, espaços atrativos e acessíveis, onde as pessoas envolvidas possam desempenhar atividades distintas com conforto e segurança concedendo, desta forma, vitalidade ao ambiente urbano. Página 27

29 2. UNIVERSO DO PROJETO

30 Neste capítulo será abordado o processo de desenvolvimento urbano da cidade do Mindelo de vila à cidade e trás uma elucidação sobre o histórico de intervenções ocorridas no entorno da praia da Laginha.

31 2.1. Contexto do desenvolvimento urbano da cidade do Mindelo/São Vicente. A ilha de São Vicente é a segunda mais populosa de Cabo Verde e pertence ao grupo do Barlavento, composta por outras cinco ilhas, localizadas a norte do arquipélago. Cabo Verde, oficialmente República de Cabo Verde, é um país insular localizado num arquipélago formado por dez ilhas vulcânicas na região central do Oceano Atlântico a cerca de quinhentos e setenta (570) quilómetros da costa da África Ocidental. Mapa 1: Mapa de Cabo Verde Fonte: acessado em 10/11/2015. Por sua vez, Mindelo - principal centro urbano de São Vicente e a segunda maior cidade do país está situada a noroeste da ilha, dentro da baía do Porto Grande porto natural que está conectado com o Canal de São Vicente e com o Oceano Atlântico. Página 30

32 Mapa 2: Mapa de São Vicente Fonte: acessado em 10/11/2015. Nota: Destaque cidade do Mindelo. O Porto Grande do Mindelo desempenha, desde o início da ocupação de S. Vicente, um papel estruturante para o desenvolvimento da ilha, tanto em termos econômicos como urbanísticos, já que o porto figura como a principal fonte de recursos e foi por onde surgiram os primeiros focos de ocupação da ilha de São Vicente. Após a consolidação dos primeiros núcleos portuários de Cabo Verde, em meados de oitocentos, pretendia-se transformar o arquipélago num ponto de apoio para as embarcações que tinham rotas pelo Atlântico. Para tal, o investimento público foi direcionado para a cidade do Mindelo, ocasionando, assim, a sua afirmação em relação às demais....o surto de desenvolvimento ligado à navegação a vapor, sobretudo relacionada com o transporte marítimo e o comércio de origem inglesa, permitiu novos processos de desenvolvimento urbano, de onde se destaca a criação da atual segunda cidade em importância - o Mindelo. (FERNANDES; FERNANDES, 200-?) Página 31

33 A Cidade de Mindelo, como se conhece hoje, surge então, nos finais do séc. XIX, associada à baía de Porto Grande, que contribuíra para o crescimento e desenvolvimento da ilha, visto sua importância para a economia do país. A ocupação inicial à volta do Porto Grande mediante a consolidação do porto como entreposto comercial entre a Inglaterra, América do Sul, África e Ásia, cria bases para o povoamento da ilha e, em 1858, a povoação do Mindelo foi elevada a categoria de vila. ( ) tendo consideração que a povoação principal da ilha de S. Vicente tem modernamente crescido em número de habitantes, e em construções urbanas; e que o Porto Grande ( ) é frequentado por grande número de embarcações ( ) o que cada vez dá maior importância àquela ilha e concorre para o seu aumento. (Linhas Gerais da História do Desenvolvimento do Mindelo apud IIPC, 2011, p. 13). No entanto, o reconhecimento do núcleo urbano de S. Vicente só se concretizou após várias tentativas, dado que as condições naturais da ilha não propiciavam a ocupação humana. A ordem do Estado Português para a ocupação de S. Vicente, oferecendo um conjunto de contrapartidas aos novos povoadores possibilita a chegada dos novos habitantes (...) que queriam construir habitações na vila que sofria muito de falta de casas (IIPC, 2011, p. 13) e devido à rápida transformação de Mindelo pelo aumento significativo de habitantes e de construções urbanas, foi reconhecido a Mindelo o estatuto de cidade em Figura 3: Vista aérea da baía do Mindelo Fonte: Fonte: acessado no dia 10/11/15. Página 32

34 No decorrer do séc. XX, perante a visível expansão da cidade, acréscimo demográfico e crescente importância do Porto na conjuntura nacional, são realizadas transformações urbanas voltadas para a construção de edifícios públicos e de moradia. Neste contexto, foi construída uma estrada, junto ao litoral (a Avenida Marginal), permitindo que outros equipamentos complementares fossem implantados na época. Desta forma, o núcleo urbano portuário se estende em raios cada vez maiores na direção das periferias (conforme figura 04), paralelamente em relação à baía, devido ao aumento do número de edificações voltadas à habitação e serviços públicos e portuários, assim como novos arruamentos e espaços públicos, contribuindo para o desenvolvimento urbano da zona portuária e do centro da cidade. Figura 4: Vista aérea da baía do Mindelo Fonte: acessado no dia 10/11/15. Tendo em vista a crise portuária ocorrida na época, o Estado português, na tentativa de devolver ao arquipélago o estatuto de plataforma para rotas do Atlântico, em meados do séc. XX, dá início a uma estratégia político-econômica de investimento em Cabo Verde, a fim de atrair a navegação internacional e tornar a cidade mais estruturada do ponto de vista urbanístico e sanitário (ver figura 05). Página 33

35 Em primeiro lugar, pretendia se a modernização das interfaces do arquipélago com o exterior, utilizando os planos diretores para a reestruturação das duas principais cidades portuárias, a Praia e o Mindelo. Outro propósito visava à consolidação do povoamento das ilhas através de intervenção nos núcleos existentes que apoiavam o desenvolvimento das atividades económicas locais, como a pesca ou a extração de sal. Por último, com a generalização da ideia de turismo balnear na Europa, Cabo Verde viu nas suas qualidades paisagísticas e climatéricas uma oportunidade para o crescimento económico do arquipélago. (FERNANDES; FERNANDES, 200-?) Neste âmbito, foram desenvolvidos durante a década de 1960, os planos urbanísticos para as cidades da Praia e do Mindelo, com o objetivo de afirmar a aptidão desses lugares, e contribuir para a consolidação do povoamento e das atividades económicas. Figura 5: Vista aérea da baía do Mindelo Fonte: acessado no dia 10/11/15. Após a independência das ilhas em 1975, foi posta em prática uma política de preservação do meio ambiente, através dos sucessivos Programas de Governo ( , e ) e Planos Nacionais de Desenvolvimento ( e ), que tinham como principais objetivos a preocupação com o reordenamento do território, o desenvolvimento integrado e o prosseguimento da política de desenvolvimento de energias novas e renováveis (SILVA, p. 41). Página 34

36 Portanto, entende-se o processo de expansão urbana de vila à cidade do Mindelo como um processo resultante da urbanização do litoral, diretamente relacionada com o desenvolvimento das atividades portuárias, bem como pela implementação de outras politicas de desenvolvimento ao longo dos anos. Figura 6: Evolução Urbana de Mindelo 1858 a 2000 Fonte: Cruz, 2000, apud Oliveira, 2009, acessado no dia 10/11/15. Página 35

37 Atualmente, o Plano Diretor Municipal da cidade do Mindelo em revisão desde 2011 e indisponível para consulta pública contempla uma série de projetos estruturantes a ser realizados na ilha como Porto de Águas Profundas, a Zona de Desenvolvimento Turístico Integrado do Flamengo, a Cadeia Civil, o Comando Militar e também a Ampliação do terrapleno e construção do acesso na zona nordeste do Porto Grande - o único realizado até a data. Figura 7: Vista aérea da baía do Mindelo Fonte: acessado no dia 10/11/15. Figura 8: Vista aérea do centro da cidade Fonte: acessado no dia 10/11/15. Página 36

38 2.2. Elucidação sobre o histórico de intervenções no entorno da praia da Laginha. A Praia da Laginha está situada dentro da Baía do Porto Grande, de formato semicircular com comprimento aproximado de 9 km entre a Ponta de João Ribeiro e a Ponta do Morro Branco. Localizada na costa norte da Ilha de S. Vicente Cabo Verde, a praia é uma das mais frequentadas por toda a população da ilha e é onde são desenvolvidas atividades esportivas, culturais e de lazer da cidade. Mapa 3: Localização das praias da Matiota e Laginha Fonte: WIKI cv.SaoVicente.mapa, acessado no dia 10/11/15. Nota: Editada pelo autor. Porém, a praia da Laginha apenas passou a ser utilizada pela população, depois da construção de um estaleiro naval, no ano de 1980, na praia da Matiota (preferida pelos mindelenses na época). Inserido no contexto de expansão das atividades marítimo-portuárias, o estaleiro da CABNAVE (Estaleiros Navais de Cabo Verde), foi criado com o objetivo de proceder à reparação e construção de embarcações para o mercado nacional e internacional na praia da Matiota, causando uma alteração profunda em seu uso e ocupação. Página 37

39 Figura 9: Praia da Matiota em 1930 e em 1958 Fonte: acessado no dia 10/11/15. Muito embora a CABNAVE prometesse novos postos de trabalho e desenvolvimento para a ilha, a sua instalação foi contestada pela população, já que a praia era bastante utilizada e, segundo esta havia outros locais, dentro e fora da baía do Porto Grande, que podiam comportar o estaleiro naval. De nada valeram os protestos e, desta forma, a população foi afastada e obrigada a migrar para outras praias. Página 38

40 A Laginha, pouco utilizada até então devido as suas condições naturais -, passou, posteriormente à intervenção, a ser a praia mais procurada pela população. Figura 10: Praia da Laginha 1958 Fonte: acessado no dia 10/11/15. Segundo o Instituto Marítimo Portuário (IMP), na época, a praia da Laginha não oferecia as melhores condições de conforto e segurança aos usuários, pois era muito batida pelas ondas e constituída por lajedos basálticos, muitos calhaus rolados e alguma areia basáltica, sazonal, dependendo das correntes e ondas marítimas durante o ano (IMP, 2013). Ainda de acordo com a análise feita pelo IMP sobre o histórico da praia da Laginha, entende-se que a praia com areia e devidas condições para o banho foi fruto da intervenção humana. Por conseguinte, a Laginha apenas adquiriu a configuração atual após a referida intervenção e as ampliações do porto em 1983 e É possível verificar as transformações espaciais ocorridas no perfil da praia e no entorno, desde o período que antecedeu a migração da população da Matiota para a Laginha - iniciado em 1980 até os dias de hoje - por meio da organização cronológica de fotos da época apresentadas na figura 12 e pela análise da tabela 01. Página 39

41 Figura 11: Praia da Laginha 1968, 2003, 2013 e 2015 Fonte: acessado no dia 10/11/15. Nota: Editado pelo autor. Página 40

42 Tabela 1: Quadro resumo das modificações na praia da Laginha. HISTÓRICO DA PRAIA DA LAGINHA LAGINHA ENTORNO 1968 Praia com muitos calhaus na faixa de praia; sem areia; muito batida pelas ondas; e sem utilização. Sistema viário pouco estruturado; edifícios exclusivamente voltados aos serviços portuários; sem cobertura vegetal Praia com poucos calhaus na faixa de praia; com areia basáltica; menos batida pelas ondas; e bastante utilizada. Sistema viário bem estruturado; pequeno número de edifícios residenciais e comerciais, além dos portuários; iluminação pública; pouca cobertura vegetal Praia sem calhaus na faixa de praia; com areia basáltica; menos batida pelas ondas; e bastante utilizada. Sistema viário bem estruturado; grande número de edifícios residenciais e comerciais, além dos portuários; iluminação pública; pouca cobertura vegetal; verticalização Praia significativamente maior; sem calhaus na faixa de praia; com areia calcária; e bastante utilizada. Sistema viário bastante estruturado; grande número de edifícios residenciais e comerciais, além dos portuários; iluminação pública; pouca cobertura vegetal; verticalização. Fonte: Produção do autor. Até meados de 2013, a praia da Laginha era dotada de uma faixa de areia com 350m de comprimento e 40m de largura, bem como de um calçadão parcialmente arborizado, com espaços de permanência e iluminação pública. Entretanto, o projeto de a Ampliação do terrapleno e construção do acesso na zona nordeste do Porto Grande, elaborado em novembro de 2010, com vista a cumprir as normas internacionais de segurança para instalações portuárias e modernizar a logística operacional do porto, veio a alterar este cenário. Página 41

43 Tal intervenção compreendeu duas fases: ampliação do porto - executada em março de 2013 e requalificação da praia da Laginha executada em julho de O projeto de ampliação do porto da cidade previa um avanço sobre o mar e um conjunto de alterações no sistema viário (conforme figura 13), de modo a possibilitar a construção de um novo ponto de acesso ao porto e, ainda, facilitar a circulação de veículos pesados na Avenida Marginal. Figura 12: Alteração do contorno da costa devido às obras Fonte: imagem extraída do Estudo de Impacto Ambiental da ENAPOR. Concretamente, o projeto resultou no aumento do aterro portuário existente (conquistado ao mar) em cerca de m², totalizando uma área de m² para comportar o referido acesso (via de sentido duplo com faixas de estacionamento, calçada e mirante) e alterações no sistema viário do entorno (inserção de rotatórias). Figura 13: Projeto de intervenção proposto Fonte: imagem extraída do Estudo de Impacto Ambiental da ENAPOR. Página 42

44 Paralelamente, a intervenção na praia da Laginha, deu-se pelo aumento do comprimento da linha de praia de 350 para 500 metros e da largura máxima de 40 para 90 metros; extensão do calçadão existente em cerca de 360 metros; e construção de um espigão (parcialmente submerso) de contenção das areias colocadas na praia devido a existência de uma captação de água salgada para alimentação da central dessalinizadora do Mindelo. Figura 14: Praia da Laginha após a intervenção em 2013 Fonte: Autor desconhecido. No conjunto das duas fases, as intervenções foram: aumento do terrapleno portuário na região sul da praia; aumento da faixa de areia da praia; aumento linear do calçadão; construção de um mirante na extremidade sul da praia; e construção de um espigão na extremidade norte da praia. Tais intervenções, conforme figura 15, vieram a alterar de forma significativa a imagem e morfologia da área. Figura 15: Praia da Laginha em 2013 (esquerda) e em 2017 (direita) Fonte: Nota: Editado pelo autor. Página 43

45 De acordo com o Estudo de Impacto Ambiental apresentado, em 2010, pela Empresa Nacional de Administração dos Portos (ENAPOR), o aumento do terrapleno portuário para ampliação do Porto de S. Vicente se enquadra no âmbito do programa de reabilitação dos Portos de Cabo Verde e visa garantir a sustentabilidade económica, social, ambiental e financeira dos mesmos. Porém, a proposta foi amplamente criticada, dando forma a um conflito de interesses entre os gestores do projeto e conjunto de críticos, entre os quais ambientalistas, políticos e a população em geral, quanto aos impactos ambientais e sociais sobre a praia da Laginha. Tal divergência se deve pelo fato de ter ocorrido uma alteração do projeto inicial - este não previa a requalificação da praia da Laginha e, fundamentalmente, devido aos impactos ambientais resultantes da intervenção na biologia marinha da baía, conforme apresenta Guilherme Mascarenhas (2013) em seu estudo sobre o impacto das obras na praia da Laginha. Atualmente, a praia continua muito frequentada por toda a população do Mindelo. No entanto, em virtude de não ter sido inserida no contexto da intervenção nenhuma outra melhoria na infraestrutura local como, por exemplo, equipamentos de apoio, equipamentos de incentivo a prática de esporte ou mobiliário urbano e, o fato de subsistirem antigos pontos negativos, torna evidente a necessidade da intervenção urbana com vista a requalificar o espaço. Página 44

46 3. ÁREA DE ESTUDO

47 Este capítulo irá ater-se às análises pertinentes à área de estudo mediante a caracterização da situação atual, levantamento dos problemas/potencialidades e síntese diagnóstica dos dados levantados.

48 A análise da fração teve como base a determinação de duas categorias área de estudo e área de projeto a partir dos conceitos apresentados por Ferdinando Rodrigues (1986). O autor defende que para o conhecimento da área de influência do projeto no entorno é necessário demarcar uma área-de-estudo, delimitada por um raio que pode variar de 300m a 500m a partir do centro de gravidade física e funcional da área e, incorporada nesta, uma área-de-projeto onde se concentrarão as propostas de organização física. Relativamente à requalificação pretendida neste trabalho, definiu-se como área-de-projeto a faixa de praia (calçadão/adjacências) e estendeu-se o estudo da área para um raio de influência de 500m (conforme mapa 02). Com a delimitação da área de estudo num raio de 500m foi possível englobar uma fração significativa do entorno, na qual se encontram equipamentos significativos (porto, escolas, etc.), vias estruturantes, assim como a praia na sua totalidade. Mapa 4: Recorte da área de estudo Fonte: Produção do autor a partir de base do Scribblemaps, Página 47

49 O método de trabalho utilizado tem como base o manual Espaços Públicos: Diagnóstico e Metodologia de Projeto elaborado pela arquiteta e urbanista Simone Gatti 2 a partir do programa 3 Soluções para Cidades que como objetivo acelerar e qualificar o desenvolvimento urbano nas áreas de habitação, saneamento, mobilidade e espaços públicos. O manual divide-se em três partes. O primeiro capítulo trata da leitura do espaço urbano a fim de se identificar onde podem ser investidas as melhorias urbanas, o segundo aborda a análise do espaço urbano e apresenta um passo a passo para o desenvolvimento de projetos e o terceiro capítulo aponta um conjunto de boas praticas para projetos de espaços públicos. A metodologia adotada pelo manual consiste, num primeiro momento, na compreensão da cidade por meio do mapeamento dos pontos de interesse e dos problemas/potencialidades do espaço urbano, com vista a identificar as prioridades e escolher locais para projeto. Posteriormente a escolha da área de intervenção, têm-se as análises da área e entorno, através da identificação dos problemas urbanos, apropriações do espaço, fluxos/deslocamentos, estruturas existentes, topografia, vegetação, entre outros. Por fim, com a coleta dos elementos necessários para o início do projeto, seguem-se as etapas para o desenvolvimento da proposta, entre elas: definição do programa; setorização de atividades; projetos complementares; detalhamentos; memorial descritivo; planilha orçamentária; e diretrizes pós-ocupação. Tal metodologia serviu de base para a elaboração do fluxograma de desenvolvimento do projeto fruto deste trabalho, bem como para as análises especificas da área de intervenção, sendo que para as análises também foram consultados outros autores (citados no referencial teórico). 2 Arquiteta e urbanista formada pela Universidade Estadual de Londrina. Doutoranda da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e especialista em Projetos Urbanos pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. 3 Programa desenvolvido pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). Página 48

50 Figura 16: Fluxograma para desenvolvimento de projetos sugerido pelo manual Fonte: imagem extraída do manual Espaços Públicos: Diagnóstico e Metodologia de Projeto. Página 49

51 Para efeito deste trabalho, a caracterização da área foi realizada após a escolha da área de projeto e não anteriormente, como sugere o manual, dado que o universo de estudo já estava definido. Em seguida, foi feita a análise da área, síntese diagnóstica e elaboração da proposta (conforme figura 18). Figura 17: Fluxograma para desenvolvimento de projeto Universo Caracterização Perfil Análises Uso do solo Sistema viário Diagnóstico Vegetação Problemas e potencialidades Topografia Plano Calçadão Programa Projeto Zoneamento Projeto Fonte: Produção do autor. Página 50

52 3.1. Caracterização da área de estudo. Inserida entre bairros de predominância residencial, a praia da Laginha está situada na baía do Porto Grande a menos de 2 km do centro da cidade do Mindelo e constitui-se como um grande ativo para a população local, além de ser um dos principais pontos turísticos da ilha. A orla é bastante utilizada pela população ao longo de todo o dia pela presença de estabelecimentos comerciais próximos à praia restaurantes, bares, discotecas, etc. -, bem como pela prática de exercícios físicos no calçadão e na faixa de areia. Além disso, durante o ano são realizados eventos esportivos e festivais de música na praia. O entorno da praia é marcado pela presença de grandes equipamentos institucionais - Porto Grande do Mindelo, ELECTRA (Empresa Nacional de Eletricidade e Água), etc. - e, fundamentalmente, pela figura de equipamentos comerciais Caravela, Kalimba, etc. - por toda a extensão da praia, que determinam a vitalidade da área. Figura 18: Praia da Laginha Fonte: imagem extraída da pagina de Facebook Mindelo São Vicente Vídeo. Nota: Editado pelo autor. Página 51

53 A concentração dos equipamentos relacionados às atividades comerciais e turísticas na área lindeira a praia ilustram o perfil turístico da praia e este se estende por toda a orla, visto que ao longo da mesma estão presentes outros equipamentos da mesma natureza (conforme mapa 04). Além disso, a figura do porto, também, influência o perfil da área. Mapa 05: Espaços lazer e comerciais presentes na orla Fonte: Produção do autor a partir de base do Googlemaps, Conforme o mapeamento dos equipamentos significativos relacionados as atividades marítimo-portuárias presentes na orla (mapa 05) é possível vislumbrar outra face do perfil da orla, relacionada com a presença do porto que acarretou a instalação de instituições dependentes. Neste sentido, destaca-se, a presença destas instituições ligadas às atividades marítimo-portuárias como, por exemplo, a CABNAVE (estaleiro naval), a Interbase (empresa de prestação de serviços de congelação e armazenagem frigorífica de pescado), a Agência Marítima Portuária (AMP), o Mercado de Peixe, entre outras implantadas na orla. Página 52

54 Mapa 6: Equipamentos marítimo-portuários presentes na orla Fonte: Produção do autor a partir de base do Googlemaps, Perante os mapeamentos, tanto dos espaços lazer e comerciais, como dos equipamentos significativos, presentes na orla, é possível constatar a correlação entre as atividades turísticas e portuárias na orla, garantindo, assim, a vitalidade da região. Tal relação se estabelece de forma equilibrada, dado que os equipamentos estão dispostos em zonas distintas, conforme a sobreposição dos pontos apresentada na mapa 05. Mapa 7: Equipamentos marítimo-portuários presentes na orla Fonte: Produção do autor a partir de base do Googlemaps, Mediante a caracterização da área de estudo foram feitas as análises da fração a partir do estudo do uso do solo, sistema viário, vegetação e topografia, a fim de se obterem bases para a elaboração da proposta de intervenção. Também foi feita uma analise do calçadão a partir dos mesmos estudos. Página 53

55 3.2. Análise da área de estudo. O referido processo de desenvolvimento urbano da cidade do Mindelo dado com a instalação do porto e, a partir daí, a expansão em raios cada vez maiores do núcleo urbano através da construção de novas instituições públicas e novas residências é notório na análise do uso e ocupação da fração, visto que no decurso da faixa litorânea estão implantados vários equipamentos institucionais voltados para o porto (mapa 06) e, na região central, verifica-se a coexistência de equipamentos de lazer, comércio, serviço e residências. Neste contexto, tem-se na área adjacente à praia a predominância de equipamentos institucionais e comerciais e, conforme se distancia da orla, o ascendente do uso residencial. Mapa 8: Uso do solo Fonte: Produção do autor a partir de base do Scribblemaps, Página 54

56 No entorno da área de intervenção encontra-se um conjunto de estabelecimentos de serviços como bares, restaurantes e discotecas; equipamentos esportivos (aparelhos de ginástica e uma academia da terceira idade); parques de estacionamento; mirante; e alguns edifícios abandonados. Também se ressaltam na fração algumas áreas verdes (praças/jardins), instituições de ensino, comércio e serviços, porém num raio mais distante da orla. Em relação à malha viária da fração tem-se que é composta por duas vias estruturantes Avenida Marginal (via costeira) e Avenida Dr. Alberto Leite e o restante vias locais (conforme mapa 07). Mapa 9: Sistema viário da área de estudo Fonte: Produção do autor a partir de base do Scribblemaps, O tráfego mais intenso se concentra na Avenida Marginal pelo fato da avenida comportar todo o trânsito derivado do Porto (caminhões e carros particulares) e, também, pelo fato de circularem nela cinco linhas de ônibus que ligam a praia com o restante da cidade. Página 55

57 Figura 19: Avenida Marginal (entorno da Laginha) Fonte: Acervo do autor, A malha viária da Av. Marginal (conforme figura 21) é formada por calçadas dos dois lados revestidas com piso intertravado, arborizadas e em bom estado de conservação e pela via composta por quatro faixas de rodagem (duas em cada sentido), revestidas com asfalto em estado razoável de conservação. Nota-se que apesar do tráfego intenso, a via suporta a demanda, dado que duas das quatro faixas são utilizadas como estacionamento (ainda que exista um parque de estacionamento próximo à praia) e, mesmo assim, não se verificam congestionamentos - exceto na parada de ônibus. Figura 20: Corte da via (Av. Marginal) Fonte: Produção do autor. Página 56

58 Na Avenida Dr. Alberto Leite o tráfego é moderado e se dá predominantemente por carros particulares para acesso à praia e as instituições de ensino nas margens da via. Figura 21: Avenida Dr. Alberto Leite Fonte: Acervo do autor, A malha viária é formada por calçadas dos dois lados revestidas com piso intertravado, arborizadas e em bom estado de conservação pela via composta por quatro faixas de rodagem (duas em cada sentido), revestidas com asfalto em bom estado de conservação e por baias de estacionamento intermitentes nos dois lados (conforme figura 23). Figura 22: Corte da via (Av. Dr. Alberto Leite) Fonte: Produção do autor. O tráfego de menor intensidade está retido nas vias locais da fração compostas por duas faixas de rodagem revestidas com paralelepípedo e calçadas, geralmente, do mesmo material. Relativamente à vegetação existente, a fração estudada é composta por pequenas zonas arbóreas, principalmente nas praças, na área non aedificandi (ver mapa 10), no calçadão e nas áreas sem ocupação do entorno (conforme mapa 09). Página 57

59 Mapa 10: Áreas verdes na área de estudo Fonte: Produção do autor a partir de base do Scribblemaps, As praças se encontram na área predominantemente residencial, ao passo que as demais zonas arbóreas estão dispostas nas áreas sem ocupação (utilizadas como estacionamento) adjacentes a Av. Marginal e Av. Dr. Alberto Leite, sendo a maior parte da vegetação de grande porte e implantada de forma aleatória (conforme figura 24). Figura 23: Vegetação existente Fonte: Acervo do autor, Página 58

60 No que se refere à topografia, tem-se que a fração é composta por uma região parcialmente plana na faixa de praia e por algumas elevações no entorno, como, por exemplo, no local onde está implantado o parque de estacionamento da praia e na região próxima ao porto onde existe uma montanha (conforme figura 25). Mapa 11: Topografia da área de estudo Fonte: Produção do autor a partir de base do Scribblemaps, Figura 24: Elevações no entorno Fonte: Acervo do autor, Página 59

61 Existe, também, um desnível existente entre o calçadão e a linha de praia que se apresenta em alturas diferentes na extremidade sul (próxima ao porto) e na norte (próxima ao eq. comercial). Na extremidade sul a altura do desnível é de aproximadamente 70 centímetros suplantado por uma escada de quatro degraus - e enquanto que na outra extremidade a altura é de aproximadamente 2 metros vencido por uma rampa (conforme figura 26). Figura 25: Desnível do calçadão em relação à praia Fonte: Acervo do autor, O calçadão, referido anteriormente, tem uma extensão de 360 metros, largura variável de 1,50 (mínimo) a 6 metros (máximo) - e é dotado de mobiliários urbanos, tais como bancos de concreto, postes de iluminação pública, lixeiras e pontos de ônibus, além de equipamentos comerciais. Figura 26: Calçadão da praia Fonte: Acervo do autor, Página 60

62 Ao longo de todo o dia o calçadão é utilizado para atividades de lazer e, também, para prática de exercícios físicos - mas não existe uma demarcação dos espaços o que gera conflitos de uso. Os mobiliários urbanos se encontram em bom estado de conservação (exceto as lixeiras), porém a sua disposição no calçadão origina bloqueios na circulação dos pedestres. A iluminação pública na orla é satisfatória, mas não cobre a faixa de areia, restringindo a sua utilização. Figura 27: Usos no calçadão da praia Fonte: Acervo do autor, A vegetação existente no calçadão, tal como do entorno, é de grande porte e é composta por tamareiras e algarobeiras, estando dispostas linearmente ao longo do calçadão. Figura 28: Vegetação existente no calçadão Fonte: Acervo do autor, Página 61

63 3.3. Síntese diagnóstica da fração. Posteriormente à caracterização e análise da fração foi feita a síntese diagnóstica, ou seja, a problematização dos dados levantados, com base na leitura dos problemas e potencialidades da área de projeto. Tal leitura se baseia na sintetização das carências equipamentos, acessibilidade, problemas urbanos (falta de segurança e iluminação), etc. e das potencialidades espaços livres, usos e apropriações do espaço, entre outros. Os principais problemas evidenciados na fração estão relacionados à falta de acessibilidade nos pontos de acesso à praia; falta de iluminação pública na faixa de areia que impossibilita a sua utilização durante a noite; escassez de banheiros públicos; inexistência de abrigos de ônibus (são apenas sinalizados); e má conservação dos pontos de salva-vidas. Além dos problemas elencados acima, o próprio calçadão constitui um problema já que a sua largura não acomoda de maneira adequada as atividades nele desempenhadas descanso, passeio e corrida e, também, existem bloqueios na circulação do pedestre por intermédio de árvores e postes, além do mau estado de conservação do piso intertravado. Figura 29: Problemas evidenciados Fonte: Acervo do autor, Quanto às potencialidades da fração têm-se, principalmente, o fato dela ser bastante utilizada pela população dada a diversidade de usos verificados na praia - uso comum, festivais de música (Laginha Summer Fest) e eventos esportivos (Corrida São Silvestre) ao longo de todo o ano. Página 62

64 As demais potencialidades da fração são: a largura da faixa de areia (cerca de 90m) que permite a ampliação do calçadão; a área do espigão utilizado pela população como descanso e trampolim que pode ser estruturado em um espaço de lazer; e as áreas sem ocupação presentes no entorno. Figura 30: Potencialidades evidenciadas Fonte: Autor desconhecido. As visuais também constituem uma potencialidade a ser explorada, visto que a partir de pontos como o mirante, o espigão ou a área onde está implantada a ATI é possível vislumbrar o Mont d cara (uma das sete maravilhas de Cabo Verde que deve o nome ao fato do recorte da montanha fazer lembrar um rosto humano), assim como parte da ilha de Santo Antão. Figura 31: Potencialidades evidenciadas Fonte: Acervo do autor, A partir da síntese diagnostica (mapa 11) desenvolvida, foram formuladas as diretrizes de projeto que permitiram a definição do programa e o zoneamento das atividades, os quais serão apresentados em outro capítulo. Página 63

65 Mapa 12: Mapa síntese 4 Fonte: Produção do autor, Mapa disponível nos apêndices em maior escala. Página 64

66 4. ESTUDOS DE REFERÊNCIA

67 Neste capítulo serão apresentadas referências de projeto que auxiliaram nas escolhas relativas a aspectos estéticos, formais e funcionais da proposta, bem como uma síntese dos aspectos que foram analisados.

68 Os estudos de referência consistem em um método de coleta e análise de dados referentes a experiências projetuais precedentes, a fim de se detectar aspectos relevantes que sirvam como base para a concepção de novas propostas. Portanto, foram analisadas duas propostas de intervenção urbana em frentes de água (orlas de praias) pelo fato destas evidenciarem desafios de projeto semelhantes aos encontrados na área de intervenção. O estudo (indireto) dos projetos de referência foi feito com base na análise do partido urbanístico, das diretrizes projetuais e do programa de necessidades de cada proposta, bem como aspectos relativos a zoneamento, mobiliário urbano, etc., através de pesquisas em sites especializados. Além das propostas apresentadas, foram consultados projetos complementares de mobiliário urbano, equipamentos urbanos e paisagismo, como contributos a concepção projetual da requalificação pretendida Reurbanização da orla de Camburi BR. Localizada na cidade de Vitória - Espírito Santo, a praia de Camburi possui um extenso calçadão (6 km de extensão), muito utilizado pela população como espaço público de lazer, fruto da requalificação de um trecho da orla. A praia encontra-se entre três bairros: Jardim da Penha, Mata da Praia e Jardim Camburi e está inserida no processo de crescimento da cidade, fruto das transformações estruturais ocorridas no entorno imediato. A proposta buscou criar uma urbanização linear com variadas possibilidades de estar, sem se repetir, e uma arquitetura que sustentasse tal diversidade de usos. Para tanto, foram levantados os usos e edificações existentes na orla, apropriações diversas, bem como a relação com o entorno e novos empreendimentos. Página 67

69 Figura 32: Orla de Camburi Fonte: Vitruvius, acessado em abril O desenho do calçadão teve como partido a separação das atividades esportivas e de passeio contemplativo, com a intenção de evitar o conflito entre os esportistas - que utilizam a ciclovia ou a pista de corrida - e os pedestres que utilizam o passeio. Figura 33: Calçadão da praia de Camburi Fonte: Wikipedia, acessado em abril Como parte da reurbanização da orla de Camburi, a construção de novos quiosques na praia visava qualificar o serviço e a estrutura e, ainda, assegurar a visibilidade da praia. Neste contexto, foram construídos sete módulos de estrutura leve e forma orgânica, com um quiosque cada e deque de madeira. Página 68

70 Figura 34: Quiosques da praia de Camburi Fonte: Diário de Vitória, acessado em abril Adjacente às edificações foram previstos módulos de estar, apoio turístico e orientação ao exercício sobre a areia da praia, com mobiliário urbano apropriado, paisagismo, áreas de mesas cobertas e descobertas e playground infantil, como medida de incentivo a permanência dos usuários no espaço público. Figura 35: Estruturas no calçadão da praia Fonte: Wikipedia, acessado em abril Atualmente, a praia urbana de Camburi é considerada ponto de encontro da população local e serve de sede para eventos esportivos, como torneios de vôlei de praia, futebol de areia, campeonatos de vela, entre outros. Página 69

71 4.2. Projeto de calçadão e clube náutico na praia de Hjerting DK. A praia de Hjerting está localizada em Esbjerg cidade portuária do sudoeste da Dinamarca onde está implantado um dos portos pesqueiros mais importantes do país. A intervenção urbana na praia teve como fio condutor o encontro entre a terra firme e o mar, na qual a baía figura como uma moldura para os projetos estruturantes da proposta o cais flutuante, a piscina oceânica, o clube náutico e o próprio calçadão. Figura 36: Masterplan da intervenção Fonte: Archdaily, acessado em abril Página 70

72 Uma das diretrizes da proposta era garantir melhores condições de acesso à praia, visto que existia uma parede de retenção de madeira e uma barreira de proteção rochosa cortando a orla, que dificultava as relações entre a praia e a cidade. Neste sentido, o calçadão proposto visava tornar a praia mais permeável e promover a interação social, prática esportiva e contemplação, através da implantação de um deck com estrutura de arquibancada sobre as rochas. Figura 37: Calçadão da praia de Hjerting Fonte: Archdaily, acessado em abril Conforme o partido, a proposta do cais flutuante pretendia gerar uma extensão do calçadão sobre o mar que, dependendo das marés, se tornasse numa plataforma de repouso sobre a areia ou numa ilha para banhos de sol, saltos para a água e contemplação. Página 71

73 Figura 38: Cais flutuante de Hjerting Fonte: Archdaily, acessado em abril A proposta da piscina oceânica se baseou no mesmo princípio do cais flutuante possibilitar diferentes usos conforme a maré e do partido norteador. Em marés altas o oceano incorpora a piscina e na maré baixa esta se torna num espelho d agua fixado na areia, interligada ao calçadão por uma rampa de acesso que permite o acesso de cadeirantes e demais usuários. Página 72

74 Figura 39: Piscina oceânica de Hjerting Fonte: Archdaily, acessado em abril Por ultimo, o clube náutico equipamento com instalações recreativas, vestiários e sauna pública localizado numa das extremidades do calçadão e parcialmente enterrado na restinga, constitui-se como plataforma elevada que serve de mirante. Figura 40: Clube náutico de Hjerting Fonte: Archdaily, acessado em abril Página 73

75 4.3. Considerações dos estudos de referência. As experiências projetuais apresentadas acima trouxeram contribuições relevantes para a concepção da proposta fruto deste trabalho, na medida em que ambas abordam o mesmo tema. Assim sendo, tais contribuições funcionaram como mais valias para a formulação do conceito, diretrizes e ações da requalificação pretendida para a praia da Laginha. Da primeira referência, destaca-se o fato da reurbanização da orla de Camburi se apresentar como uma resposta direta a influência dos novos rumos de crescimento da cidade de Vitória-ES, produto das transformações ocorridas no entorno como, por exemplo, a ampliação o Aeroporto de Vitória e a remodelação da malha viária lindeira ao projeto. Mas, fundamentalmente, distingue-se a reestruturação promovida no calçadão da praia de Camburi por meio de dois eixos de circulação (eixos de caminhadas e passeio contemplativo), o fomento a permanência do usuário através da implantação de módulos de apoio, bem como a consideração dos usos e apropriações atuais. Relativamente à segunda referência, ressalta-se a intenção de se facultar a ligação entre a cidade e a praia, a partir do aumento da permeabilidade do local com a introdução de um deck-calçadão a fim de garantir tal conexão. Também, destacase a implantação de estruturas no mar ou na faixa de areia, visando à apropriação do espaço, bem como a transformação num elemento permeável associado à promoção da interação social e prática esportiva De modo geral, as referências se complementam em relação à resposta aos desafios de projeto que se pretendia para a orla da praia da Laginha e, desta forma, contribuíram para o desenvolvimento das estratégias projetuais. Página 74

76 Tabela 2: Quadro resumo dos estudos de referência Aspectos Relevantes Projetos Referenciados Orla de Camburi Praia de Hjerting Localização Vitória, Brasil. Esbjerg, Dinamarca. Partido Urbanização linear com variadas possibilidades de estar. Encontro entre a terra firme e o mar. Diretrizes Considerar os usos e apropriações atuais; Evitar o conflito de usos entre pedestres e ciclistas. Fomentar a permanência do usuário por meio de módulos de estar, de apoio turístico e esportivo. Garantir melhores condições de acesso ao local; Conceber um deckcalçadão que propicie a interação social, prática esportiva e contemplação Estimular usos na faixa de praia. Programa Ampliação do calçadão; Ciclovia; Quiosques; Módulos de apoio às atividades físicas. Calçadão; Clube náutico; Piscina oceânica; Cais flutuante. Fonte: Produção do autor. Página 75

77 5. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

78 Este capítulo irá tratar dos aspectos gerais e do projeto de intervenção urbana na praia da Laginha (Mindelo), com base nas análises e estudos apresentados anteriormente.

79 A proposta deste trabalho tem como temática as intervenções urbanas em frentes de água (waterfronts), enquadradas na área de planejamento e projeto urbano, com ênfase para a valorização e apropriação do meio urbano. A intervenção consiste em um estudo preliminar de requalificação urbana da orla da Praia da Laginha, tendo em vista a sua afirmação como um dos principais atrativos turísticos da cidade. Neste sentido, a concepção da proposta levou em consideração o processo de transformação urbana no entorno da área, o contexto urbano atual e perspectivas futuras. É importante destacar que, pelo fato da área de estudo estar situada em outro país (Cabo Verde) e, também, por uma questão de tempo, não foi possível levantar a opinião dos usuários da praia relativamente às expectativas de projeto 5. Também, é importante lembrar que o Plano Diretor Municipal 6 encontra-se em revisão e, por isso não foi possível ter acesso à legislação urbanística local. A representação gráfica do projeto está dividida em quatro pranchas que serão apresentadas nos apêndices deste trabalho. 5 Um dos motivos da escolha de projeto preliminar. 6 O PDM do Mindelo, apresentado pela Câmara Municipal em 2011, não foi homologado pelo Governo e encontra-se em revisão desde então. Página 78

80 5.1. Conceito e partido urbanístico. Tendo em vista que o objetivo geral da proposta passa por consolidar a praia como um importante ativo urbano para a cidade, vislumbra-se a necessidade de qualificar o ambiente físico, conferindo, assim, maior vitalidade urbana ao local. Neste sentido, o partido urbanístico adotado para a formulação das diretrizes e ações de projeto com vista a atender o objetivo geral do mesmo foi atribuir um novo significado ao calçadão da praia, com vista a garantir maior atratividade e conectividade ao local. Buscou-se, então, alterar o perfil atual do calçadão elemento fundamentalmente de circulação, com poucas possibilidades de estar em um espaço livre público propriamente dito, associado à promoção do convívio social, prática esportiva, assim como, maior contato com o mar. Daí o titulo do presente trabalho Mais do que uma calçada em referência a esta alteração do perfil. Figura 41: Conceito da proposta Fonte: Produção do autor. Portanto, a proposta objetiva a criação de uma setorização linear, de modo a favorecer as funções de conectividade e atratividade do espaço livre urbano, assim como conferir conforto aos usuários. Página 79

81 5.2. Diretrizes e ações propostas. Delineadas com a finalidade de responder ao que se espera alcançar com a proposta de intervenção e, ao mesmo tempo, servirem guia para o desenvolvimento da mesma, cada diretriz proposta surge em função de um objetivo específico e se rebate em ações concretas de projeto. Assim sendo, figuram-se as seguintes diretrizes conforme cada objetivo específico estabelecido: Objetivo específico 01: Diversificar os usos e atividades desempenhados no calçadão, com vista a fomentar a permanência do usuário. Consolidar as estruturas onde exista apropriação; Implementar novos equipamentos de estar, incentivo ao esporte, lazer e apoio; Objetivo específico 02: Gerar melhorias nos acessos e conexões da cidade com a praia e desta com o mar. Integrar a praia com o restante da cidade por intermédio do transporte público e ciclo-viário; Facilitar o contato com o mar; Adotar medidas de proteção contra o tráfego. Objetivo específico 03: Redesenhar o calçadão, de forma a proporcionar maior segurança e conforto aos usuários. Evitar conflitos de usos e eliminar bloqueios de circulação; Adaptar o mobiliário urbano; Criar um microclima favorável. As diretrizes elencadas acima apontam para a solução dos problemas evidenciados na área de estudo e se materializam ações específicas, com o intuito de alcançar o objetivo geral da intervenção. São elas: Página 80

82 Intervir no esporão da praia com vista a transforma-lo num píer de uso coletivo; Substituir os equipamentos de ginástica existentes; Relocar a ATI para uma área central; Reformar o banheiro existente a fim de abrigar um posto policial; Incorporar playground, caramanchões e banheiros públicos; Estruturar locais para prática de futebol, vólei, etc. na faixa de areia. Implantar um ciclo-faixa; Criar baias nas paradas de ônibus; Implementar passeio acessível até a linha do mar; Inserir deck de contemplação projetada no mar; Criar uma faixa verde de divisão entre o passeio e a via; Elevar as faixas de pedestre; Restaurar os elementos de sinalização de trânsito (horizontal e vertical). Criar faixas distintas para passeio e estar; Instalar abrigos de ônibus, bicicletário, bancos e lixeiras; Relocar os postes de iluminação existentes e implementar novos na faixa de areia; Arborizar e criar estruturas de sombra. Página 81

83 Tabela 3: Quadro resumo das diretrizes e ações Obj. Geral: Desenvolver uma proposta de requalificação urbana para a orla da Praia da Laginha, tendo em vista a valorização da paisagem e sua afirmação como um dos principais atrativos turísticos da cidade. Intervir no esporão da praia com vista a transforma-lo num píer de uso coletivo; Obj. Esp. 01: Diversificar os usos e atividades desempenhados no calçadão, com vista a fomentar a permanência do usuário. Consolidar as estruturas onde exista apropriação; Implementar novos equipamentos de estar, incentivo ao esporte, lazer e apoio; Substituir os equipamentos de ginástica existentes; Relocar a ATI para uma área central; Reformar o banheiro existente a fim de abrigar um posto policial; Incorporar playground, caramanchões e banheiros públicos; Estruturar locais para prática de futebol, vólei, etc. na faixa de areia. Obj. Esp. 02: Gerar melhorias nos acessos e conexões da cidade com a praia e desta com o mar. Integrar a praia com o restante da cidade por intermédio do transporte público e cicloviário; Facilitar o contato com o mar; Adotar medidas de proteção contra o tráfego. Implantar um ciclo-faixa; Criar baias nas paradas de ônibus; Implementar passeio acessível até a linha do mar; Inserir deck de contemplação projetada no mar; Criar uma faixa verde de divisão entre o passeio e a via; Elevar as faixas de pedestre; Restaurar os elementos de sinalização de trânsito (horizontal e vertical). Obj. Esp. 03: Redesenhar o calçadão, de forma a proporcionar maior segurança e conforto aos usuários. Evitar conflitos de usos e eliminar bloqueios de circulação; Adaptar o mobiliário urbano; Criar um microclima favorável. Criar faixas distintas para passeio e estar; Instalar abrigos de ônibus, bicicletário, bancos e lixeiras; Relocar os postes de iluminação existentes e implementar novos na faixa de areia; Arborizar e criar estruturas de sombra. Fonte: Produção do autor. Página 82

84 5.3. Masterplan e programa de necessidades. Conforme o partido referido anteriormente, a proposta se baseou em constituir o calçadão em um elemento multiuso (atrativo) - estar, lazer, esportivo e contemplação - e conector interfaces cidade/praia e praia/mar. Com isso, esperase fomentar a permanência do usuário e garantir melhores condições de acesso ao espaço público. A atratividade da proposta será assegurada por meio da aplicação de estratégias como: manutenção dos usos consolidados; estruturação de novos usos; variação das atividades conforme faixas etárias; remodelação da iluminação artificial para que o espaço seja usado durante todo o dia; e outras. Por outro lado, a conectividade será promovida através da combinação de medidas como: variação das opções de acesso; criação de faixas livres de circulação; ligação com os edifícios adjacentes; entre outras. Desta forma, o zoneamento (mapa 13) ficou estruturado por faixas de acordo com as atividades correspondentes: serviço, circulação, estar e equipamentos. Na primeira zona, mais próxima a via, tem-se a faixa de serviço, onde será inserido o mobiliário urbano, vegetação e pontos de acesso, com a função de oferecer conforto e segurança aos pedestres. Na segunda zona esta disposta a faixa livre de circulação, tanto para pedestres como para ciclistas (ciclo-faixa). Em seguida, figura a faixa de estar onde são desenvolvidas as atividades de passeio e contemplação, bem como a ligação com a faixa de areia. Por último, tem-se a faixa na qual estão implantados os equipamentos de incentivo a pratica esportiva e lazer. Página 83

85 Mapa 13: Zoneamento da proposta Fonte: Produção do autor, Página 84

86 De modo geral, a proposta inclui o avanço do limite atual do calçadão sobre a faixa de areia, pelo fato da via ser classificada como arterial e, também pelo fato da faixa de areia comportar sem grandes prejuízos (nos usos) a ampliação proposta devido a sua dimensão. A proposta, também, inclui a implantação de equipamentos de incentivo ao esporte, lazer e contemplação como decks, caramanchões, academias ao ar livre, etc.; construção de unidades de apoio com vestiários e de policiamento; introdução de uma ciclofaixa ao longo do calçadão; adição de novos mobiliários urbanos; colocação de novas árvores; bem como a reforma do piso e reestruturação da iluminação pública. Com isso, chegou-se ao seguinte programa de necessidades: Deck; Caramanchão; Equipamento de ginástica; Academia da Terceira Idade; Playground; Posto policial; Banheiro público; Piscina oceânica; Píer. Página 85

87 Mapa 14: Masterplan da proposta 7 Fonte: Produção do autor, Mapa disponível nos apêndices em maior escala. Página 86

88 5.4. Memorial descritivo. O redesenho do calçadão consoante o masterplan foi caracterizado pela ampliação da linha anterior da calçada, gerando um espaço mais amplo, a fim de comportar a multiplicidade de usos proposta. A estrutura existente foi mantida, dado que a ampliação segue os mesmos moldes do calçadão atual, conforme figura 44. Porém, as peças do piso intertravado foram substituídas de forma a adequar a paginação do piso e corrigir as imperfeições verificadas. Figura 42: Piso intertravado Fonte: A escolha pela pavimentação do calçadão com blocos pré-moldados se deve ao fato desta ser de rápida execução, baixa manutenção e boa capacidade de drenagem das águas das chuvas. Vale salientar que, nos locais onde for pertinente, serão demarcadas as devidas sinalizações verticais e horizontais (alerta e direcionais), bem como serão asseguradas as medidas mínimas de distanciamento, de acordo as normas de acessibilidade (NBR 9050). 6.4.a. Mobiliário urbano O arranjo do mobiliário urbano obedece a uma linguagem simples, com base nas necessidades do projeto, onde se buscou elementos de fácil construção/manutenção e que se adaptassem ao entorno. Para tal, foram escolhidos mobiliários a base de concreto e madeira e outros metálicos com revestimentos especiais contra corrosão. Página 87

89 Não foi desenvolvida uma proposta de desenho do mobiliário, portanto as imagens apresentadas na figura 45 figuram como referências projetuais. Dentre os elementos do mobiliário sugerido distinguem-se: Abrigos de ônibus de concreto com acabamento em painéis de madeira; Bancos de concreto - com e sem encosto revestidos com ripas de madeira; Bicicletário e lixeiras de aço galvanizado com pintura especial contra a corrosão; Figura 43: Referências de mobiliário urbano Fonte: b. Deck de contemplação A ideia central relativa a introdução do deck de contemplação foi criar uma extensão do calçadão projetado sobre o mar. O deck está estruturado em três níveis diferentes, estando o nível intermediário na altura do calçadão e os demais a altura de 0,51cm (para cima ou para baixo). A sustentação da estrutura é dada por uma trama de madeira apoiada em estacas de madeira tratada e a superfície do deck Página 88

90 revestida, também, de madeira, pela sensação acolhedora e apelo estético natural do material. Figura 44: Deck de contemplação Fonte: Produção do autor. 6.4.c. Caramanchões O objetivo passou por propor estruturas de sombra a fim de criar um microclima favorável, mediante a atenuação da temperatura e, assim, fomentar a permanência do usuário e servir de apoio aos demais equipamentos. Os caramanchões, dispostos ao longo do calçadão, têm sua estrutura composta por pilares de concreto e cobertura vazada de madeira com possibilidade de existir cobertura vegetal (trepadeiras) - sustentada por cabos de aço. Figura 45: Caramanchão Fonte: Página 89

91 6.4.d. Espaço fitness e Academia da terceira idade Inseridos na faixa de areia, os equipamentos de exercícios e alongamentos espaço fitness e academia da terceira idade estão relacionados com as ações de incentivo a prática esportiva. O espaço fitness é formado por três módulos distintos vinculados um equipamento que integra diversas opções de exercícios em um único aparelho. Os módulos são compostos por uma base de aço galvanizado, piso de madeira e estrutura de aço inox. As dimensões do modulo são: 2,60m de altura; 4,50m de comprimento; e 3,00m de largura. Também existe a possibilidade de fixação de painéis publicitários/institucionais. Figura 46: Aparelho de ginástica Fonte: Tendo em conta que já existe uma academia da terceira idade implantada no calçadão da praia, a proposta passou por relocar e reformar a mesma, de acordo com o zoneamento proposto, para uma área central, próxima aos caramanchões e pontos de acesso a faixa de areia. Página 90

92 6.4.e. Playground A proposta de introdução de um playground, também, provém do pressuposto de diversificar as atividades conforme faixas etárias distintas, bem como, da garantia da multiplicidade de usos. O playground está implantado na faixa de areia, próximo a áreas de estar sombreadas, de forma que os pais/responsáveis possam acompanhar as crianças. 6.4.f. Posto policial Pela necessidade de construir novos banheiros públicos em um espaço mais amplo, optou-se por reformar a edificação onde estão implantados os banheiros atuais, com vista a abrigar um posto policial. Nota-se que posto se encontra a 25 cm acima do nível do calçadão, por isso, foi colocada uma rampa de acesso, a fim de torná-lo acessível. Não foi possível realizar o levantamento do edifício, portanto a proposta foi elaborada a partir do perímetro proveniente da base cartográfica. 6.4.g. Unidade de apoio Tendo em vista a redução do impacto físico/visual e, também, criar uma identidade local, para proposta a unidade de apoio se adotou, como referência estrutural e de materiais, o Kalimba beach bar, implantado na praia da Laginha. O sistema construtivo do Kalimba, denominado por wood frame, é constituído por uma estrutura de perfis leves de madeira maciça, contraventados com chapas estruturais de madeira transformada. Figura 47: Kalimba beach bar Fonte: Página 91

93 A composição da unidade de apoio é dada por três ambientes banheiro masculino (28,30m²), banheiro feminino (28,30m²) e depósito (13,50m²) e é contornada por um passeio (de 2,5m de largura com corrimão central) que interliga o calçadão e a piscina/píer. Repara-se que os banheiros serão vigiados por um zelador(a), do mesmo modo que já acontece em outros espaços livres públicos da cidade. 6.4.h. Piscina oceânica Conforme apresentado em um dos estudos de referência, as piscinas oceânicas buscam aproximar os usuários do mar ao proporcionarem um contato direto com o mesmo. A piscina proposta possibilita uma opção de banho no mar mais segura e o acesso é dado por um passeio acessível, referido anteriormente, que permite o uso para portadores de necessidades especiais e demais usuários. Figura 48: Piscina oceânica 6.4.i. Píer Fonte: Archdaily, acessado em abril Em virtude da apropriação do espigão, por parte dos usuários que a utilizam como descanso e trampolim, a proposta do píer passou por transformar o espigão em um espaço de lazer. Com base no mesmo princípio do deck e da piscina oceânica, a proposta do píer visa à aproximação do mar, perante a estruturação do espaço, semelhante à intervenção feita na praia de Santa Maria (Cabo Verde). Figura 49: Pontão de Santa Maria Página 92

94 Fonte: Produção do autor. Anexo ao passeio, o píer tem parte da sua estrutura em madeira apoiada na base de concreto do espigão e parte projetada sobre o mar sustentado por tesouras e estacas de madeira. O acesso ao píer se dá por intermédio de rampa/escadas e nele estão previstos postes de iluminação pública, bancos e lixeiras. Figura 50: Pier Fonte: Produção do autor. A proposta também incluiu a reforma da iluminação pública artificial, de maneira a se adaptar ao redesenho do calçadão, bem como a solucionar o problema de falta de iluminação pública na faixa de areia. Para tal, foram utilizados dois tipos de postes: postes altos para iluminação generalizada da via e do calçadão; e postes baixos para iluminação próxima ao pedestre. Também, foi introduzido um ciclo-faixa com dois sentidos (1,2m cada faixa) que atravessa a praia e prevê conexões com o restante da cidade. Relativamente à vegetação, se propôs espécies iguais as existentes, de modo a manter a identidade e, também, pelo fato destas se adaptarem bem ao meio. Página 93

95 Figura 51: Proposta de intervenção 8 Fonte: Produção do autor. 8 Mapa disponível nos apêndices em maior escala. Página 94

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