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1 (11) Número de Publicação: PT (51) Classificação Internacional: A23G 3/12 (2006) (12) FASCÍCULO DE PATENTE DE INVENÇÃO (22) Data de pedido: (30) Prioridade(s): (43) Data de publicação do pedido: (73) Titular(es): UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO APARTADO 1013, QUINTA DE PRADOS VILA REAL PT (72) Inventor(es): AMADEU DUARTE DA SILVA BORGES NUNO MIGUEL MAGALHÃES DOURADO PT PT (74) Mandatário: ANABELA TEIXEIRA DE CARVALHO AV. DA BOAVISTA, ED. OCEANUS, N.º º ANDAR, ESCR PORTO PT (54) Epígrafe: EQUIPAMENTO INDUSTRIAL PARA PRODUÇÃO AUTOMÁTICA DE REBUÇADOS E CARAMELOS, RESPECTIVO PROCESSO DE PRODUÇÃO E USO (57) Resumo: A PRESENTE INVENÇÃO DIZ RESPEITO A UM EQUIPAMENTO AUTOMÁTICO PARA PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE REBUÇADOS E CARAMELOS, INCLUINDO REBUÇADOS DA RÉGUA, PERMITINDO A CONTINUAÇÃO NO MERCADO DE UM DOS PRODUTOS REGIONAIS MAIS ANTIGOS. O EQUIPAMENTO CARACTERIZA-SE, ESSENCIALMENTE, PELA SUA FORMA COMPACTA, GARANTINDO AO MESMO TEMPO, A PRODUÇÃO DE UM REBUÇADO COM O ASPECTO TÍPICO. A MASSA DE REBUÇADO CONTINUARÁ A SER CONFECCIONADA DA FORMA TRADICIONAL, CONFERINDO-SE AO PRODUTO FINAL A FORMA COM QUE É RECONHECIDO NO MERCADO. NO QUE SE REFERE AO PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DA MÁQUINA, ESTA PERMITIRÁ O ARMAZENAMENTO E O ACONDICIONAMENTO DA MASSA DE REBUÇADO, ANTES DAS OPERAÇÕES DE EXTRUSÃO E DE CONFORMAÇÃO FINAL DO ASPECTO TÍPICO DOS PRODUTOS REGIONAIS. ASSIM, OS PRINCIPAIS COMPONENTES DA MÁQUINA COMPREENDEM UMA ESTRUTURA RÍGIDA (1), UMA UNIDADE DE COMPRESSÃO, UMA CÂMARA TÉRMICA (2), UMA UNIDADE EXTRUSORA (3), UMA UNIDADE DE CORTE (4), UMA UNIDADE DE CONFORMAÇÃO E EXTRACÇÃO DO REBUÇADO (5) E UMA UNIDADE DE TRANSPORTE DE REBUÇADOS CONFECCIONADOS.

2 RESUMO EQUIPAMENTO INDUSTRIAL PARA PRODUÇÃO AUTOMÁTICA DE REBUÇADOS E CARAMELOS, RESPECTIVO PROCESSO DE PRODUÇÃO E USO A presente invenção diz respeito a um equipamento automático para produção industrial de rebuçados e caramelos, incluindo rebuçados da Régua, permitindo a continuação, no mercado de um dos produtos regionais mais antigos. O equipamento caracteriza-se, essencialmente, pela sua forma compacta, garantindo ao mesmo tempo, a produção de um rebuçado com o aspecto típico. A massa de rebuçado continuará a ser confeccionada da forma tradicional, conferindo-se ao produto final a forma com que é reconhecido no mercado. No que se refere ao princípio de funcionamento da máquina, esta permitirá o armazenamento e o acondicionamento da massa de rebuçado, antes das operações de extrusão e de conformação final do aspecto típico dos produtos regionais. Assim, os principais componentes da máquina compreendem uma estrutura rígida (1), uma unidade de compressão, uma câmara térmica (2), uma unidade extrusora (3), uma unidade de corte (4), uma unidade de conformação e extracção do rebuçado (5) e uma unidade de transporte de rebuçados confeccionados.

3 DESCRIÇÃO EQUIPAMENTO INDUSTRIAL PARA PRODUÇÃO AUTOMÁTICA DE REBUÇADOS E CARAMELOS, RESPECTIVO PROCESSO DE PRODUÇÃO E USO Domínio Técnico da Invenção A presente invenção consiste num equipamento industrial concebido para reproduzir o trabalho manual, que recorre ao princípio da extrusão e doseamento, para produção industrial de rebuçados e caramelos, incluindo rebuçados da Régua, garantindo a qualidade e o aspecto tradicional reconhecido pelo mercado. Este equipamento apresenta características técnicas que permitem a produção automática de rebuçados e caramelos, incluindo rebuçados da Régua, tendo em conta a especificidade dos mesmos, quando comparados com outros tipos de rebuçados. Antecedentes da Invenção A produção de doce caramelizado remonta a 3000 a.c. De facto, a primeira fabricação de rebuçados, realizada no tempo das cavernas, ocorre quando o sabor doce do mel foi descoberto. As evidências arqueológicas indicam que a sociedade do antigo Egipto, China e Grécia, produzia rebuçados, misturando mel, frutas e frutos secos. Durante a idade média, o método para extracção do açúcar da cana-deaçúcar foi desenvolvido na Pérsia. Com o passar dos anos, a técnica foi desenvolvida e disseminou-se pela Europa. Os rebuçados passaram a fazer parte do quotidiano. Há cerca de 350 anos, os fabricantes aprenderam que a massa de açúcar poderia ser estirada e receber as mais variadas formas. Este foi o primeiro passo para que a produção automática de rebuçados pudesse ser realizada. No entanto, 1

4 até aos anos 50 do último século, os rebuçados continuavam a ser produzidos manualmente. Era um processo extremamente laborioso e a produção destinava-se a mercados locais. Nesta altura, um sacerdote católico de nome Gregory Keller desenvolveu a primeira máquina para a produção de rebuçados. Deste modo, a confecção automática de rebuçados passou a ser uma técnica usada ao nível industrial, que surgiu com a necessidade do aumento da produção, conferindo a uma determinada massa constituída por açúcar, características e aspecto uniformes. A produção dos rebuçados da Régua envolve as seguintes etapas: 1. Obtenção da Massa A primeira etapa de produção da massa de rebuçado é relativa à mistura dos ingredientes num determinado recipiente, tipicamente, uma panela em alumínio ou em aço inoxidável. Nesta etapa, a água, o açúcar e outros ingredientes são combinados, segundo uma receita tradicional, não divulgada. Estes ingredientes são cozinhados a temperaturas que rondam os 140ºC, até que a mistura resulte numa massa consistente. 2. Obtenção do rebuçado Com a massa ainda quente, esta é drenada sobre uma superfície arrefecida. A massa é então trabalhada/mexida com o auxílio de máquinas, ou à mão, quando produzida artesanalmente. Actualmente, no caso dos rebuçados da Régua esta fase e seguintes da produção do rebuçado resultam do trabalho manual, sendo igualmente neste sentido que surge o desenvolvimento deste equipamento. 2

5 3. Formação de uma barra por extrusão A operação de extrusão permite converter a massa de açúcar numa barra cilíndrica. Posteriormente, esta barra deverá ser cortada em pequenas porções, sendo então trabalhada, de forma a conferir-lhe a configuração desejada. O equipamento automático desenvolvido reproduz a configuração tradicional do rebuçado ou caramelo, resultante do trabalho manual. O presente equipamento automático substitui na totalidade as fases 2 e 3 garantindo a reprodução do trabalho manual actualmente empregue. Sumário da invenção Esta invenção permite a realização de forma automática, de todas as fases de produção de rebuçados ou caramelos, incluindo rebuçados da Régua, posteriores ao fabrico da massa, cumprindo com todos os requisitos necessários nos rebuçados e que permitem preservar produtos regionais, da forma como são actualmente reconhecidos e valorizados pelo mercado. Este equipamento permitirá realizar ganhos de produtividade muito significativos, sem introduzir qualquer alteração ao nível da forma, textura, cheiro, cor ou paladar do produto final, correspondendo, integralmente ao produto como ele é conhecido, com as suas especificidades próprias. As fases de produção posteriores à preparação da massa de rebuçado consistem basicamente na estiragem, corte, e separação dos rebuçados. Estas fases, actualmente, são realizadas de forma manual. Assim, apresenta-se um equipamento que permite criar as condições reológicas 3

6 necessárias à conformação, por extrusão, da massa quente de rebuçado ou caramelo, de forma totalmente automática. É objectivo da presente invenção descrever um equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos que compreende uma estrutura rígida (1), uma unidade de compressão, uma câmara térmica (2), uma unidade extrusora (3), uma unidade de corte (4), uma unidade de conformação e extracção do rebuçado (5) e uma unidade de transporte de rebuçados confeccionados (6). Numa realização preferencial da invenção, o equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos apresenta uma estrutura rígida (1) elaborada em perfis num material metálico, polimérico e/ou compósito unidos por ligações do tipo mecânico, por soldadura, por soldobrasagem ou por colagem. Numa outra realização preferencial da invenção, o rebuçados e caramelos apresenta um tampo concebido num material acético montado sobre a estrutura rígida (1). Ainda numa outra realização preferencial da invenção, o rebuçados e caramelos apresenta uma câmara térmica (2) dotada de um canal destinado ao escoamento da massa de rebuçado. Numa outra realização preferencial da invenção, o rebuçados e caramelos apresenta uma câmara térmica (2) 4

7 dotada de uma resistência eléctrica colocada no interior da sua parede dupla. Ainda numa outra realização preferencial da invenção, o rebuçados e caramelos apresenta um fluido de aquecimento no volume interior da parede dupla da câmara térmica (2) monitorizado por um tubo piezométrico. Numa outra realização preferencial da invenção, o rebuçados e caramelos apresenta uma unidade de extrusão em que a tampa desloca-se na vertical e no sentido descendente por acção de um cilindro pneumático. Ainda numa outra realização preferencial da invenção, o rebuçados e caramelos apresenta termopares ou sensores piezoeléctricos colocados no percurso da massa de rebuçado, entre a câmara térmica (2) e a saída da unidade de extrusão (3). Numa outra realização preferencial da invenção, o rebuçados e caramelos apresenta um comprimento do canal de extrusão ajustável através do uso de peças de encaixe e/ou roscadas entre si. Ainda numa outra realização preferencial da invenção, o rebuçados e caramelos apresenta uma unidade de corte (4)com pelo menos uma electroválvula, uma cadeia de moldes receptores e um cilindro pneumático equipado com uma superfície de corte. 5

8 Numa outra realização preferencial da invenção, o rebuçados e caramelos a unidade de conformação e extracção do rebuçado (5) apresenta um cilindro pneumático que irá impactar numa zona de impacto do molde construída com material de baixo desgaste e anti-vibrações. Ainda numa outra realização preferencial da invenção, o rebuçados e caramelos apresenta pelo menos uma electroválvula responsável pelo espalhamento de um agente desmoldante. Numa outra realização preferencial da invenção, o rebuçados e caramelos apresenta a electroválvula responsável pelo espalhamento de um agente desmoldante localizada sobre o sistema de moldes e superfície de corte, no sentido vertical descendente. Ainda numa outra realização preferencial da invenção, o rebuçados e caramelos apresenta uma unidade de transporte de rebuçados confeccionados (6) através de um tapete rolante, colocado na parte inferior do equipamento. É ainda objectivo desta invenção descrever um processo de produção automática de rebuçados e caramelos fazendo uso do equipamento industrial igualmente aqui descrito e que apresenta os seguintes passos: - A câmara térmica e unidade de extrusão são pulverizadas com um agente desmoldante; 6

9 - A massa de rebuçado é introduzida no equipamento através da tampa localizada na câmara térmica (2); - A massa é aquecida na câmara térmica (2) e a tampa move-se no sentido descendente, empurrando a massa de rebuçado para a unidade de extrusão (3); - A cadeia de moldes e unidade de corte são entretanto pulverizadas com um agente desmoldante; - A unidade de extrusão (3) conforma a massa de rebuçado; - A unidade de corte (4) corta uma porção de massa, correspondente à necessária para a produção de um rebuçado ou caramelo; - A cadeia de moldes recolhe a porção de massa de rebuçado previamente cortada; - O rebuçado ou caramelo é novamente conformado para o seu aspecto final pela unidade de conformação e extracção do rebuçado (5) do molde; - O rebuçado ou caramelo é extraído do molde pelo impacto de um cilindro pneumático no molde; - O rebuçado ou caramelo é deslocado pela unidade de transporte (6). É ainda objectivo desta invenção descrever a utilização do rebuçados e caramelos e do processo de produção automática de rebuçados na obtenção de rebuçados e caramelos regionais, rebuçados da Régua e ainda rebuçados e caramelos de aspecto artesanal. Descrição geral da invenção A presente invenção consiste num equipamento industrial desenvolvido para a produção automática de rebuçados ou 7

10 caramelos, incluindo rebuçados da Régua, que permite conservar a qualidade do produto, conferindo-lhe o aspecto tradicional com que é reconhecido no mercado. Este equipamento foi concebido para reproduzir automaticamente os passos de obtenção dos rebuçados e caramelos que actualmente são de confecção manual. A massa de rebuçado ou caramelo, que continuará a ser confeccionada artesanalmente, é recebida pelo equipamento e através de um sistema de extrusão conferirá o aspecto tradicional à massa de rebuçado ou caramelo solidificada, e fará o corte da mesma em pequenas porções, correspondendo estas aos rebuçados ou caramelos na sua forma final. Pretende-se com este equipamento garantir a presença no mercado de um produto regional, para o qual existe um mercado crescente de procura, quer a nível nacional, quer internacional. Os acessórios que constituem o equipamento são fabricados em materiais inócuos, como por exemplo o aço inoxidável e o mármore, com possibilidade de desmontagem, garantida por a peças serem roscadas ou de encaixe, para a realização de operações de limpeza ou manutenção. Breve descrição das figuras Para uma mais fácil compreensão da invenção juntam-se em anexo as figuras que representam realizações preferenciais do invento, que contudo não pretendem limitar o objecto da presente invenção. A figura 1 exibe uma perspectiva de uma realização preferencial do equipamento industrial, onde são visíveis a 8

11 estrutura rígida (1) formada por perfis normalizados em material metálico, polimérico e/ou compósito, unidos entre si por ligações mecânicas, por soldadura, por soldobrasagem ou por colagem, a câmara térmica (2), e as unidades de extrusão (3), de corte (4) e de conformação e extracção (5) do rebuçado na sua configuração final. A figura 2 apresenta uma perspectiva do equipamento evidenciando a unidade de conformação e extracção (5) do rebuçado e a unidade de transporte dos rebuçados (6). A figura 3 apresenta um corte longitudinal do equipamento. Descrição detalhada da invenção O rebuçados ou caramelos, incluindo rebuçados da Régua compreende uma estrutura rígida (1) em material metálico, polimérico e/ou compósito destinada ao suporte/apoio de uma câmara térmica (2), que pode apresentar por exemplo a forma cilíndrica, contendo um canal destinado ao escoamento da massa de rebuçado, de uma unidade extrusora (3), de uma unidade de corte (4) de uma unidade de conformação e extracção do rebuçado (5) e de uma unidade de transporte de rebuçados confeccionados (6). A estrutura rígida (1) é elaborada com base em perfis normalizados de material metálico, polimérico e/ou compósito unidos por ligações do tipo mecânico, por soldadura por soldobrasagem ou por colagem. Esta estrutura (1) será dotada de um tampo concebido num material acético, como por exemplo o mármore ou aço inoxidável ou o polipropileno, que servirá de apoio a uma câmara térmica 9

12 (2), dotada de uma resistência eléctrica, que permitirá a manutenção da temperatura ideal para conformação da massa de rebuçado. A câmara térmica está equipada com uma tampa de diâmetro igual ao diâmetro interior da câmara térmica, que por acção de um cilindro pneumático, será deslocada na vertical e no sentido descendente, no interior da câmara, empurrando a massa de rebuçado em direcção à unidade extrusora. A tampa é construída no mesmo material da câmara térmica. Esta parte da câmara térmica constitui a unidade de compressão, necessária ao processo de extrusão, conduzindo a massa de rebuçado em direcção à unidade de extrusão. A tampa é guiada através da concentricidade da haste do cilindro pneumático e das paredes da câmara térmica. Tanto a câmara térmica como a unidade de extrusão serão pulverizadas, através de injectores distribuídos pelas paredes da câmara térmica e unidade de extrusão, com um agente desmoldante, por exemplo manteiga, imediatamente antes da colocação da massa de rebuçado na câmara térmica. Esta pulverização é controlada através de pelo menos uma electroválvula de acionamento manual, colocada ao nível do tampo, que permite o escoamento do agente desmoldante desde o reservatório existente para o efeito, colocado na parte superior do equipamento, até à câmara térmica. O reservatório, descrito mais abaixo, fornecerá também agente desmoldante para pulverização sobre a cadeia de moldes e superfície de corte da unidade de corte (4). A câmara térmica é construída em parede dupla, permitindo a colocação no interior da resistência eléctrica. O volume 10

13 interior da parede dupla é ocupado por um fluido de aquecimento na sua totalidade. A manutenção da temperatura da massa de rebuçado torna-se necessária para controlo da sua viscosidade durante o processo de extrusão. Este controlo é baseado na experiência obtida no processo de confecção manual dos rebuçados da Régua. A resistência eléctrica aquecerá o fluido de aquecimento, que por sua vez irá transferir calor para o interior da câmara térmica, ocupado pela massa de rebuçado. A quantidade de fluido de aquecimento no interior da parede dupla será monitorizada por um tubo piezométrico colocado no exterior da câmara. O fluido de aquecimento é extraído através de um orifício existente para o efeito na parte inferior da câmara. A distância entre as paredes da câmara térmica permite a fácil limpeza desse espaço. Em nenhuma altura, este fluido de aquecimento entra em contacto com a massa de rebuçado. O controlo da temperatura da câmara é monitorizado por uma unidade de controlo central, localizada no exterior da câmara, que comandará um grupo de resistências eléctricas, mediante a leitura da temperatura em pontos distintos da circulação da massa de rebuçado, com o recurso a termopares ou sensores piezoeléctricos. A câmara térmica apresenta um canal de extracção da massa de rebuçado localizado por debaixo do tampo acético, que conduzirá a massa de rebuçado à matriz de extrusão, onde ocorre a conformação da massa. Os termopares ou sensores piezoeléctricos são colocados no percurso da massa de rebuçado, entre a câmara térmica (2) e a saída da unidade de extrusão (3) para controlo auxiliar 11

14 da temperatura. O canal de extrusão tem a possibilidade de ajustamento no seu comprimento, através de troços adicionais do canal roscáveis e/ou encaixadas entre si. Uma vez conformada a massa de rebuçado executa-se a operação de corte da massa de rebuçado através de pelo menos uma electroválvula, nova conformação e extracção do produto final, com o recurso a uma cadeia de moldes receptores, ligados entre si, em formato de alcatruz. Esta segunda operação de conformação da pasta de rebuçado é feita na cadeia de moldes, especificamente concebidos, com o propósito expresso de conferir o aspecto tradicional do rebuçado da Régua, reproduzido pela configuração que resulta da moldação manual deste produto. Esta operação é efectuada com o recurso a um cilindro pneumático, dotado de uma matriz de conformação/estampagem com a forma pretendida, neste caso a moldação com cavidade em forma de polegar. A unidade de corte é constituída por um cilindro pneumático equipado com uma superfície de corte. O movimento deste cilindro é responsável pela dosagem de massa de rebuçado. Deste modo, a movimentação do cilindro de corte é controlada através de uma válvula que regulará o tempo de avanço e recuo do cilindro. À medida que a massa de rebuçado sai da unidade de extrusão, a unidade de corte (4) efectua o corte da porção de massa necessária para a confecção de um rebuçado, sendo a mesma recolhida pela cadeia de moldes. Nesta altura inicia-se o segundo processo de conformação para esta porção de rebuçado. No que se refere à operação de extracção final do produto 12

15 final, recorre-se ao movimento de outro cilindro pneumático, que expelirá o conteúdo dos moldes, por impacto com estes. A zona de impacto será construída com material de baixo desgaste e anti-vibrações, como por exemplo um material polimérico. A operação de desmoldação dos rebuçados é facilitada pela pulverização automática prévia dos moldes com um agente desmoldante, como por exemplo a manteiga, antes da deposição da pasta de rebuçado. O movimento da cadeia de moldes de conformação é feito com o recurso a rodas dentadas, posicionadas de modo a garantir o correcto guiamento/alinhamento da cadeia. A pulverização é controlada pelo movimento da cadeia de moldes, através do acionamento de pelo menos uma electroválvula que permitirá o escoamento do agente desmoldante de um reservatório, existente para o efeito junto à câmara térmica, na parte superior do equipamento, até à sua pulverização, através de injectores, sobre os moldes e sobre a superfície de corte. O reservatório do agente desmoldante é em tudo idêntico à câmara térmica, que contém a massa de rebuçado, embora de dimensões mais reduzidas. Este reservatório será também equipado com uma resistência eléctrica e possui controlo e monitorização de temperatura, através de por exemplo um termopar ou sensor piezoeléctrico. Este controlo é necessário para garantir a adequada fluidização do agente desmoldante. Os injectores de pulverização estão colocados de forma a pulverizar o agente desmoldante sobre o sistema de moldes e superfície de corte, no sentido vertical descendente. Após extracção do produto final do sistema de moldes, o 13

16 mesmo será deslocado pela unidade de transporte, constituída por um tapete rolante, colocado na parte inferior do equipamento. A velocidade de deslocamento do tapete rolante é controlada de modo a garantir o total arrefecimento do rebuçado antes de cair no tabuleiro de recepção de produto final. Todo o material a utilizar cumpre com as regras constantes na Norma HACCP relativa à Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controlo. As reivindicações seguintes representam adicionalmente realizações preferenciais da presente invenção. Lisboa, 07 de Fevereiro de

17 REIVINDICAÇÕES 1. Equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos caracterizado por compreender: - uma estrutura rígida (1); - uma unidade de compressão; - uma câmara térmica (2); - uma unidade extrusora (3); - uma unidade de corte (4); - uma unidade de conformação e extracção do rebuçado (5); - uma unidade de transporte de rebuçados confeccionados (6). 2. Equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos de acordo com a reivindicação anterior, caracterizado por a estrutura rígida (1) ser elaborada em perfis num material metálico, polimérico e/ou compósito unidos por ligações do tipo mecânico, por soldadura, por soldobrasagem ou por colagem. 3. Equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos de acordo com as reivindicações anteriores, caracterizado por a estrutura rígida (1) apresentar um tampo concebido num material acético. 4. Equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos de acordo com as reivindicações anteriores, caracterizado por a câmara térmica (2) apresentar um canal destinado ao escoamento da massa de rebuçado. 5. Equipamento industrial para produção automática de 1

18 rebuçados e caramelos de acordo com as reivindicações anteriores, caracterizado por a câmara térmica (2) apresentar uma resistência eléctrica colocada no interior da sua parede dupla. 6. Equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos de acordo com as reivindicações anteriores, caracterizado por apresentar um fluido de aquecimento no volume interior da parede dupla da câmara térmica (2) monitorizado por um tubo piezométrico. 7. Equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos de acordo com as reivindicações anteriores, caracterizado por apresentar uma unidade de extrusão em que a tampa desloca-se na vertical e no sentido descendente por acção de um cilindro pneumático. 8. Equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos de acordo com as reivindicações anteriores, caracterizado por apresentar termopares ou sensores piezoeléctricos colocados no percurso da massa de rebuçado, entre a câmara térmica (2) e a saída da unidade de extrusão (3). 9. Equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos de acordo com as reivindicações anteriores, caracterizado por o comprimento do canal de extrusão ser ajustável através do uso de peças de encaixe e/ou roscadas entre si. 10. Equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos de acordo com as reivindicações anteriores, caracterizado por a unidade de corte (4) apresentar pelo menos uma electroválvula, uma cadeia de 2

19 moldes receptores e um cilindro pneumático equipado com uma superfície de corte. 11. Equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos de acordo com as reivindicações anteriores, caracterizado por a unidade de conformação e extracção do rebuçado (5) apresentar um cilindro pneumático que irá impactar numa zona de impacto do molde construída com material de baixo desgaste e antivibrações. 12. Equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos de acordo com as reivindicações anteriores, caracterizado por apresentar pelo menos uma electroválvula responsável pelo espalhamento de um agente desmoldante. 13. Equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos de acordo com as reivindicações anteriores, caracterizado por a electroválvula responsável pelo espalhamento de um agente desmoldante estar localizada sobre o sistema de moldes e superfície de corte, no sentido vertical descendente. 14. Equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos de acordo com as reivindicações anteriores, caracterizado por a unidade de transporte de rebuçados confeccionados (6) apresentar um tapete rolante, colocado na parte inferior do equipamento. 15. Processo de produção automática de rebuçados e caramelos fazendo uso do equipamento industrial descrito nas reivindicações 1 a 14, caracterizado por apresentar os seguintes passos: 3

20 - A câmara térmica e unidade de extrusão são pulverizadas com um agente desmoldante; - A massa de rebuçado é introduzida no equipamento através da tampa localizada na câmara térmica (2); - A massa é aquecida na câmara térmica (2) e a tampa move-se no sentido descendente, empurrando a massa de rebuçado para a unidade de extrusão (3); - A cadeia de moldes e unidade de corte são entretanto pulverizadas com um agente desmoldante; - A unidade de extrusão (3) conforma a massa de rebuçado; - A unidade de corte (4) corta uma porção de massa, correspondente à necessária para a produção de um rebuçado ou caramelo; - A cadeia de moldes recolhe a porção de massa de rebuçado previamente cortada; - O rebuçado ou caramelo é novamente conformado para o seu aspecto final pela unidade de conformação e extracção do rebuçado (5) do molde; - O rebuçado ou caramelo é extraído do molde pelo impacto de um cilindro pneumático no molde; - O rebuçado ou caramelo é deslocado pela unidade de transporte (6). 16. Uso do equipamento industrial para produção automática de rebuçados e caramelos descrito nas reivindicações 1 a 14 e do processo de produção automática de rebuçados descrito na reivindicação 15, caracterizado por ser utilizado na obtenção de rebuçados e caramelos regionais, rebuçados da Régua e ainda rebuçados e caramelos de aspecto artesanal. Lisboa, 07 de Fevereiro de

21 1/ Figura 1

22 2/3 6 5 Figura 2

23 3/3 Figura 3

24 Relatório de Pesquisa de Portugal Ref. do pedido: CLASSIFICAÇÃO DA MATÉRIA A23G3/12 De acordo com a Classificação Internacional de Patentes DOCUMENTAÇÃO E BASES DE DADOS ELETRÓNICAS PESQUISADAS EPODOC, WPI, GOOGLE DOMÍNIOS TÉCNICOS PESQUISADOS A23G3/00; A23G7/00 De acordo com a Classificação Internacional de Patentes DOCUMENTOS CONSIDERADOS RELEVANTES Categoria* Citação do documento, com indicação, sempre que apropriado, das passagens relevantes Relevante para a reivindicação A A JP A, SHIKISHIMA SEIPAN KK, , resumo, figura; KR A, MIJIN FOOD CO LTD [KR], , resumo, figura; * Categorias dos documentos citados: A Estado da técnica; X Documento de particular relevância quando considerado isoladamente; Y Documento de particular relevância quando combinado com um ou mais deste tipo de documentos; E Pedido de patente anterior publicado na mesma data ou em data posterior à do pedido; L Documento citado por qualquer outra razão; Data do termo da pesquisa Data de elaboração do Relatório de Pesquisa T & P D O Princípio ou teoria subjacente à invenção; Documento membro da mesma família de documentos de patente; Documento publicado antes da data de pedido mas depois da data de prioridade; Documento citado no pedido; Documento que se refere a uma divulgação oral, uso, exibição ou qualquer outro meio. Técnico examinador: Miguel Moura Telefone: INPI, Campo das Cebolas, LISBOA Fax: Assinatura M /2

25 Anexo ao Relatório de Pesquisa de Portugal Informação sobre os membros da família de documentos de patente Ref. do pedido: Data de Data de Documento de patente citado no relatório Membro(s) da família publicação publicação JP A JP B B M /2