ANATOMIA DA RAIZ, FOLHA E CAULE DE RUTA GRAVEOLENS L. (RUTACEAE) ANATOMY OF THE ROOT, LEAF AND STALK IN RUTA GRAVEOLENS L.
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1 ANATOMIA DA RAIZ, FOLHA E CAULE DE RUTA GRAVEOLENS L. (RUTACEAE) ANATOMY OF THE ROOT, LEAF AND STALK IN RUTA GRAVEOLENS L. (RUTACEAE) Introdução Apresentação: Pôster Joyce dos Santos Saraiva 1 ; Carina Chagas Madeira de Souza 2 ; Jessica Rayssa Reis da Costa 3 ; Deivison Rodrigues da Silva 4 ; Manoel Euclides do Nascimento 5 DOI: A arruda pertence à classe Dicotyledoneae, ordem Rutales e família Rutaceae. Esta família engloba aproximadamente 150 gêneros e 1600 espécies, distribuídas principalmente na América Tropical, no sul da África, Austrália (ALBARICI et al. 2010; JOLY, 2002) e no Brasil, onde são descritas quase 200 espécies (PIRANI, 2010). Ruta graveolens L. é originária dos países mediterrâneos, e espalhada hoje por todo o mundo, sendo conhecida em seus nomes vulgares como arruda, arruda doméstica, arruda dos jardins, arruda fedorenta, ruda, ruta de cheiro forte e erva das bruxas (RIBEIRO, 2010). Com seu ciclo de vida perene, possui fácil adaptação a qualquer tipo de solo preferencialmente a solos secos e pobres, bem drenados. Sua floração ocorre entre junho e setembro. Seu aroma é muito intenso e seu sabor é amargo. Esta espécie possui uma grande importância para a medicina popular, tradicionalmente é utilizada através de sua infusão, com ação germinativa, anti-inflamatória, analgésica, antiasmática entre outros usos medicinais (GONÇALVES, 2011). Em alguns países é utilizada para dar aroma aos alimentos, o óleo essencial da folha também é utilizado na perfumaria. Devido à sua grande utilização medicinal na região Amazônica, torna-se interessante a caracterização anatômica dessa espécie, contribuindo para o seu estudo. 1 Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia, joyce.saraiva77@gmail.com 2 Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia, carina.madeira@live.com 3 Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia, rayssacostaaa@gmail.com 4 Mestrando em Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia, deivisonrodrigues01@live.com 5 Biólogo, Doutor, Universidade Federal Rural da Amazônia, manoel.nascimento@ufra.edu.br
2 Fundamentação Teórica Os estudos envolvendo plantas medicinais assumem grande importância para a medicina popular. Sendo assim, indispensáveis a preparação de lâminas objetivando a caracterização anatômica das espécies, haja vista que as mesmas são amplamente utilizadas na região amazônica. Portanto, pesquisas voltadas a compreensão da organização das estruturas biológicas e suas principais funções nestas espécies, são fundamentais para contribuir com os estudos farmacológicos no ramo das medicações fitoterápicas, contribuindo para o acervo de plantas medicinais (ROCHA et al. 2015). Metodologia Foram utilizados caule, folha, raiz, de R. graveolens, obtidas através de compra na feira livre de Belém, Pará e as análises foram realizadas no Laboratório de Botânica da Universidade Federal Rural da Amazônia. Para obtenção das amostras, foram realizados cortes transversais e longitudinais, fixadas em FAA50 por 48 horas e posteriormente, foram retiradas e estocadas em álcool 70%. Para análise anatômica foi escolhida a região mediana do limbo foliar e do pecíolo. As secções transversais e longitudinais foram obtidas a mão livre com o auxílio de uma lâmina de barbear, posteriormente sendo coradas com safrablau e montadas em lâminas histológicas permanentes. Para evidenciar e auxiliar na identificação das estruturas, foram utilizados também: azul de astra, safranina e azul de toluidina. Por fim, as lâminas com o material coletado foram analisadas em microscopia de luz e suas ilustrações anatômicas foram obtidas por meio do capturador de imagens. Resultados e Discussões Suas folhas são anfiestomáticas com predominância de estômatos na face abaxial. Os estômatos são anomociticos, com cerca de 5 a 6 células ao redor. Já na face adaxial, a presença de estômatos é rara (Figura 1-3). Para Cavalcante (2003), R. graveolens apresenta estômatos do tipo anomocíticos confirmando os dados aqui obtidos. Entretanto, o autor cita folhas hipoestomáticas, o que difere da observação aqui realizada. Nas rutáceas é comum a presença de cavidades secretoras (ROCHA, 2015) contendo óleos aromáticos voláteis no parênquima em ambas as folhas. Em corte longitudinal da folha,
3 verifica-se a presença de estruturas secretoras com lúmen isodiamétrico, fato confirmado através do corte transversal da mesma (Figura 1). Tais estruturas apresentam epitélio secretor com conteúdo evidente. A R. graveolens apresenta folhas pinatissectas e possui parênquima paliçádico biestratificado. A epiderme é uni estratificada com paredes externas ligeiramente côncavas. A cutícula que reveste a parede externa das células epidérmicas possuiu ambas as faces delgadas (Figura 4-5). Figura1-5. Aspectos anatômicos de Ruta graveolens em secções transversais. 1- Cavidade secretora(cs), Célula anfiestomáticas (Ce) e Estômatos anomocíticos (Ea). 2 e 3- Estômatos anomocíticos (Ea). 4- Epiderme (Ep), Parênquima paliçádico (Pp) e parênquima esponjoso (Pe). 5- Parênquima paliçádico (Pp) e parênquima esponjoso (Pe). Barra: 40μm. No caule observou-se a presença de idioblastos cristalíferos, uma camada fina de feleno (súber), parênquima medular, feixes vasculares, córtex, cavidades secretoras, epiderme e cutícula (Figura 6). No caule secundário, encontrou-se medula, xilema secundário (metaxilema), raios parenquimáticos, floema secundário, córtex e parênquima cortical (Figura 8). A raiz da espécie R.graveolens é do tipo adventícia e diarca, ou seja, apresenta dois pólos de protoxilema. O desenvolvimento estrutural da raiz segue o padrão normal descrito para as
4 Dicotyledoneae, onde, durante o crescimento secundário, um câmbio vascular circular se desenvolve e origina xilema e floema secundários, e, um felogênio, ou câmbio da casca, é formado no periciclo e produz a periderme (Figura 9). Figura 6-9. Aspecto geral da lâmina foliar. 6- Parênquima medular (Pm), Feixe vascular (Fv), Epiderme (Ep), Cavidade secretora (Cs), Cutícula. e Córtex 7- Dioblastos cristalíferos. 8- Medula, Metaxilema (Mx), Xilema secundário (Xs), Raio parenquimático (Rp), Parênquima cortical (Pc), Floema secundário (Fs) e Córtex. 9- Medula, Xilema (Xl), Floema (Fl), Células parenquimáticas (P), Eendoderme (En), Prócâmbio (Pc), Exoderme (Ex), Epiderme (Ed). Conclusões O estudo anatômico da R. graveolens é um campo vasto e complexo, ainda não tão explorado, devido a isto, a disponibilidade de estudos científicos sobre o tema ainda é raro. No entanto, o estudo anatômico feito no presente trabalho, possibilitou a visualização e identificação de vários caracteres anatômicos da espécie, podendo identificar estruturas como: cavidades secretoras, feixe vascular, parênquima, estômatos, xilema, mesofilo, feixes vasculares, entre outras estruturas descritas. No entanto é importante salientar, a presença da cavidade secretora característico da família. Referências
5 ALBARICI, T. R. et al. Cumarinas e alcaloides de Rauia resinosa (Rutaceae). Química Nova, São Paulo, v. 33, n. 10, p , CARDOSO, J. L. Plantas tóxicas: Arruda. Disponível em: < Acesso em: 6 jun CAVALCANTE, C.A.D. Anatomia dos órgãos vegetativos de Ruta graveolens L. (Rutaceae) f. Dissertação (Mestrado em Produção vegetal) - Universidade Estadual de Maringá, Paraná, GONÇALVES, B.N.M. Ruta graveolens L. São Paulo, JOLY, A.B. Botânica: introdução à taxonomia vegetal. 13. ed. São Paulo: Nacional, p. NARDI, R.; CORTELLA, B. S. C. Formação de professores de Física: das intenções legais ao discurso dos formadores. In: XVI Simpósio Nacional de Ensino de Física, 2005, Rio de Janeiro. Caderno de Resumos. São Paulo - SP: Sociedade Brasileira de Física, v. 1. p , PIRANI, J. R. Estudos taxonômicos em Rutaceae; revisão de Helietta e Balfourodendron (Pteleinae), análise cladística de Pteleinae, sinopse de Rutaceae no Brasil. Universidade de São Paulo, São Paulo (Tese de Livre Docência) PIRANI, J. R. GROPPO, M. FORZZA, R. C. Catálogo de espécies de plantas e fungos do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, p , RIBEIRO, G.D. Algumas espécies de plantas reunidas por famílias e suas propriedades. 1.ed. Porto Velho: Embrapa Rondônia, p. ROCHA, A.M.; MAIA, R.V.; PAULINO, I.L.S.; PASSADOR. A.L.; SILVA, I.V. Ruta graveolens L.: USO POTENCIAL EM AULAS PRÁTICAS DE ANATOMIA VEGETAL. In: III SEMINÁRIO DE BIODIVERSIDADE E AGROECOSSISTEMAS AMAZÔNICOS, 2015, Mato Grosso. Cáceres, v. 2, n. 1, 2015 STEFFEN, P.C. Plantas medicinais usos populares tradicionais. São Leopoldo: Instituto Anchietano de Pesquisas, p.
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