Biologia. Tecidos Vegetais. Professor Enrico Blota.
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- Walter Gusmão de Caminha
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1 Biologia Tecidos Vegetais Professor Enrico Blota
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3 Biologia TECIDOS VEGETAIS PARTE 1 Desde as sementes, os vegetais apresentam tecidos embrionários e, à medida que crescem, as plantas formam tecidos organizados com diversas funções. Esse processo é chamado diferenciação e vai formando novos tecidos ou novas estruturas. Os tecidos vegetais podem ser divididos em: 1. Meristemáticos ou embrionários 1.1 Meristemas primários São os tecidos que permitem o crescimento longitudinal dos vegetais. Estão localizados nas extremidades das plantas. As células meristemáticas deste tecido demonstram uma permanente capacidade de efetuar mitoses, promovendo um crescimento contínuo. Em uma planta jovem, por exemplo, os meristemas apicais existentes na ponta do caule estão em grande atividade. Os meristemas primários são divididos em: Dermatogênio (protoderme) Forma a epiderme e anexos da epiderme. Periblema (meristema fundamental) Forma a casca ou córtex. Desse tecido surgem os parênquimas e os tecidos de sustentação. Pleroma (procâmbio) Forma o cilindro central. Origina os vasos do xilema e floema. Anotações: 3
4 1.2 Meristemas secundários Promovem o crescimento em espessura do vegetal. Ao longo do tempo suas células perdem a capacidade de efetuar mitoses, voltando à característica embrionária (desdiferenciação). Os meristemas secundários são divididos em câmbio e felogênio. Câmbio Instala-se entre os tecidos vasculares primários, produzindo os tecidos vasculares secundários. Quando em atividade, são células altamente vacuoladas, com núcleo pequeno. A porção diferenciada a partir do procâmbio formará os elementos de condução (xilema e floema). Existe uma parte do câmbio diferenciada a partir de um outro meristema, chamado periciclo, que produzirá raios parenquimáticos. Felogênio É o meristema lateral que origina a periderme, um tecido secundário que substitui a epiderme em muitas dicotiledôneas e gimnospermas lenhosas. Pode ser observado em cortes transversais, como uma faixa mais ou menos contínua e suas células iniciais são retangulares. Obs.: Periciclo: tecido primário que origina o felogênio e a parte do câmbio (câmbio interfascicular, em frente aos polos de protoxilema) que origina os raios parenquimáticos (presentes entre o xilema). Visão geral do crescimento primário e secundário 4
5 Biologia Tecidos Vegetais Prof. Enrico Blota 2. Adultos ou permanentes 2.1 Revestimento Epiderme e súber A epiderme das plantas vasculares é um tecido formado, de modo geral, por uma única camada de células de formato irregular, achatadas, vivas e aclorofiladas. É um tecido de revestimento típico de órgãos jovens (raiz, caule e folhas). A epiderme de uma raiz mostra uma camada cilíndrica de revestimento, com uma zona pilífera, cujos pelos nada mais são do que extensões de uma célula epidérmica. Leitura obrigatória Anexos vegetais Tricomas (secretores ou absorventes) São geralmente estruturas especializadas contra a perda de água por excesso de transpiração, ocorrendo em planta de clima quente. Podem ser, no entanto, secretores, produzindo secreções oleosas, digestivas ou urticantes. As plantas carnívoras possuem tricomas digestivos e a urtiga, planta que provoca irritação da pele, possui tricomas urticantes. 5
6 Cutícula As células epidérmicas secretam para o exterior substâncias impermeabilizantes, que formam uma película de revestimento denominada cutícula. O principal componente da cutícula é a cutina, um polímero feito de moléculas de ácidos graxos. Além de evitar a perda de água, a cutícula protege a planta contra infecções e traumas mecânicos. Lenticelas São pontos de ruptura do tegumento (súber) de áreas mais velhas do caule. Permite trocas gasosas entre os meios interno e externo. Acúleos São estruturas pontiagudas com função de proteção da planta contra predadores, são frequentemente confundido com espinhos, que são folhas ou ramos modificados. Os acúleos são fáceis de destacar e são provenientes da epiderme. Podem ser encontrados nas roseiras. Hidatódios Hidatódios são especializados em eliminar excessos líquidos da planta. Os hidatódios geralmente presentes nas bordas das folhas, onde, pela manhã, é possível observar as gotas de líquido que eles eliminam, fenômeno conhecido como gutação. 6
7 Biologia Tecidos Vegetais Prof. Enrico Blota Estômatos Os estômatos são os anexos mais importantes relacionados com a troca de gases e água entre as folhas e o meio. As células estomáticas são as únicas na epiderme que possuem clorofila. Um estômato visto de cima, assemelha-se a dois feijões dispostos com as concavidades frente a frente: são as duas células estomáticas ou células-guarda, que possuem parede celular mais espessa na face côncava e cuja disposição deixa entre elas um espaço denominado fenda estomática ou ostíolo. Atenção Periderme : Na estrutura secundária da raiz e caule de angiospermas e gimnospermas, a epiderme é substituída pela periderme, camada formada pelo súber, felogênio e feloderme. O felogênio produz para fora o súber, formado por células com parede celular impregnada de suberina, uma espécie de cera que impermeabiliza as células, o que torna o tecido morto pois não absorve substâncias. Para dentro, o felogênio produz a feloderme composta por células vivas. OBS.: O súber pode se desprender da planta à medida que é renovado, chamamos então de Ritidoma, que são cascas que se desprendem do vegetal. Estômatos, um olhar mais aprofundado Anotações: 7
8 TECIDOS VEGETAIS PARTE Preenchimento A folha é totalmente revestida pela epiderme, e seu interior, denominado mesófilo (do grego, mesos, meio e phylon, folha), é constituído por parênquima clorofiliano, tecidos condutores e tecidos de sustentação. O parênquima clorofiliano foliar pode ser, em geral de dois tipos: Paliçádico constituído por células prismáticas e justapostas como uma paliçada Lacunoso constituído por células de forma irregular, que deixam espaços ou lacunas entre si. OBS.: O parênquima clorofiliano (assimilador) realiza fotossíntese e, por isso, é mais encontrado em folhas e caules verdes; o parênquima amilífero ou de reserva é o que armazena reservas energéticas (principalmente amido) e é muito encontrado em raízes; o parênquima aerífero (aerênquima) armazena ar, mas não para respirar, mas para flutuar em ambientes aquáticos; o parênquima aquífero armazena água para resistir em regiões áridas (quentes e secas) como é o caso dos desertos e da caatinga e é bem desenvolvido em cactáceas. 8
9 Biologia Tecidos Vegetais Prof. Enrico Blota 2.3 Sustentação Colênquima É um tecido flexível, localizado mais externamente no corpo do vegetal e encontrado em estruturas jovens como pecíolo de folhas, extremidade do caule, raízes, frutos e flores. Esclerênquima O esclerênquima é um tecido mais rígido que o colênquima, encontrado em diferentes locais do corpo de uma planta. 2.4 Condução Transporte Inicialmente, ocorre a absorção de água e nutrientes minerais pela zona pilífera da raiz. Os diferentes tipos de íons são obtidos ativa ou passivamente e a água é absorvida por osmose. Forma-se uma solução aquosa mineral, a seiva bruta ou seiva inorgânica. Essa solução caminha de célula a célula radicular até atingir os vasos do xilema (ou lenho) existentes no centro da raiz. A partir daí, o transporte dessa seiva ocorre integralmente dentro dos vasos lenhosos até as folhas. Lá chegando, os nutrientes e a água difundem-se até as células e são utilizados no processo da fotossíntese. 9
10 Os compostos orgânicos elaborados nas células do parênquima clorofiliano das folhas difundem- -se para outro conjunto de vasos do tecido condutor chamado floema ou líber. No interior dos vasos liberianos, essa seiva orgânica ou seiva elaborada é conduzida até atingir as células do caule, de um fruto, de um broto em formação, de uma raiz etc., onde é utilizada ou armazenada. Xilema e suas células: Organização do xilema 10
11 Biologia Tecidos Vegetais Prof. Enrico Blota Floema e suas células: Ao lado, observe a parte interna da raiz é o cilindro central, composto principalmente por elementos condutores, fibras e parênquima. O cilindro central é delimitado pela endoderme, uma camada de células bem ajustadas e dotadas de reforços especiais nas paredes, as estrias casparianas (ou de Caspary). Essas estrias são como cintas que unem firmemente as células vizinhas, vedando completamente os espaços entre elas. Assim, para penetrar no cilindro central, toda e qualquer substância tem que atravessar diretamente as células endodérmicas, uma vez que as estrias de Caspary fecham os interstícios intercelulares. São formadas por suberina e, em certos casos, há lignina. Abaixo, observe como a água desloca-se dentro do vegetal. Anotações: 11
12 Os modelos de Munch e Dixon 2.5 Secretores São tecidos com capacidade de secretar substâncias com alguma função (defesa, digerstão, cicatrização, entre outros). São divididos em 4 tipos: Pêlos Defesa, absorção e predação. Podem conter enzimas digestivas (como na Drosera) Nectários Produzem o néctar Vasos Lactíferos Látex, seringueira- borracha. Bolsa Secretora Pode servir de defesa e acumular cristais de oxalato de cálcio. Notam-se duas formas, as drusas ou ráfides. 12
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