Idade dos metais: aparecimento da metalurgia; aparecimento das cidades; invenção da roda; invenção da escrita; e arado de bois.
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- Estela Coelho Neiva
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1 História da Arte: O pintor suíço Paul Klee, disse uma vez que a arte não limita o visível: cria o visível. Sua frase sintetiza uma das principais discussões da história da arte, aquela que opõe de um lado os adeptos da imitação e de outro os da invenção. Mais sistemático, o pintor russo Vassili Kandinski definiu três elementos constitutivos de toda obra de arte: o elemento da personalidade, próprio do artista; o elemento do estilo, próprio da época e do ambiente cultural; e o elemento do puro e eternamente artístico, próprio da arte, fora de toda limitação espacial ou temporal. Conceito: De um ponto de vista genérico e com base em qualquer dos teóricos modernos, a arte é pois todo trabalho criativo, ou seu produto, que se faça consciente ou inconscientemente com intenção estética, isto é, com fim de alcançar resultados belos. Se bem que o ideal de beleza seja de caráter subjetivo e varie com os tempos e costumes, todo artista (seja ele pintor, escultor, arquiteto. Ou músico, escritor, dramaturgo, cineasta) certamente investe mais na possível beleza de sua obra do que na verdade, na elevação ou utilidade que possa ter. Nas artes visuais contemporaneamente chamadas artes plásticas, esse tipo geral esteve sempre presente, assim como os outros que eventualmente se lhe acrescentam, isto é, a originalidade, o aspecto critico e muitas outras características. Classificação da arte: Artes espaciais, todas as artes plásticas, distinguindo as bidimensionais como desenho e a pintura, e as tridimensionais, como a escultura e arquitetura. O sentido mais importante para sua apreciação estética é a visão, motivo por que também foram chamadas de artes visuais. Artes temporais, todas as artes que implicam um processo no tempo. Costumam distinguir-se as artes sonoras, como a música instrumental (que além disso, é intermitente, isto é, só existe como tal quando é executada) e as artes verbais, que compreenderiam gêneros literários como a poesia e o romance. Artes mistas, as disciplinas artísticas em que intervêm, combinados, elementos pertencentes aos dois grupos anteriores. O teatro por exemplo, ainda que seja um gênero literário, inclui a representação espacial; a dança é ao mesmo tempo espacial ou 1
2 temporal; e a ópera compreende, além disso, componentes literários, assim como o cinema. Ao longo dos tempos, e à medida que se sucedem às gerações, a arte experimenta mudanças em sua maneira de ser e cabe à história da arte avaliar a importância dessas modificações. Mas a história deve ser, mais do que uma enumeração interminável de fatos, um ordenamento destes (com suas conseqüências). De que toda prioridade seja dada aos realmente mais importantes. Também o historiador da arte deve ordenar por classes os fatos de que dispõe, segundo um critério de qualidade. Quem faz arte? O homem criou objetos para satisfazer as suas necessidades práticas, como as ferramentas para cavar a terra e os utensílios de cozinha. Outros objetivos são criados por serem interessantes ou possuírem um caráter instrutivo. O homem cria a arte como meio de vida, para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as suas crenças (ou as de outros), para estimular e distrair a si mesmo e aos outros, para explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas. Por que o mundo necessita de arte? Porque fazemos arte e para que a usamos é aquilo que chamamos de função da arte que pode ser... feita para decorar o mundo... para espelhar o nosso mundo (naturalista)... para ajudar no dia a dia (utilitária)... para explicar e descrever a história... para ser usada na cura de doenças... para ajudar a explorar o mundo. Como entendemos a arte? O que vemos quando admiramos uma arte depende da nossa experiência e conhecimentos, da nossa disposição no momento, imaginação e daquilo que o artista pretendeu mostrar. O que é estilo? Por que rotulamos os estilos da arte? Estilo é como o trabalho se mostra, depois de o artista ter tomado suas decisões. Cada artista possui um estilo único. Imagine se todas as peças de arte feitas até hoje fossem expostas numa sala gigantesca. Nunca conseguiríamos ver quem fez o que, quando e como. Os artistas e as pessoas que registram as mudanças na forma de se fazer arte, no caso os críticos historiadores, costumam 2
3 classificá-las por categorias e rotulá-las. É um procedimento comum na arte ocidental. Ex.: Renascimento, impressionismo, cubismo, surrealismo e etc. Como conseguimos ver as transformações do mundo através da arte? Podemos verificar que tipo de arte foi feito, quando, onde e como, desta maneira estaremos dialogando com a obra de arte, e assim podemos entender as mudanças que o mundo tiveram. Como as idéias se espalham pelo mundo? Exploradores, comerciantes, vendedores e artistas costumam apresentar às pessoas idéias de outras culturas. Os progressos na tecnologia também difundiram técnicas e teorias. Elas se espalham através da arqueologia, quando se descobrem objetos de outras civilizações; pela fotografia, a arte passou a ser reproduzida e, nos anos 1890, muitas das revistas internacionais de arte já tinham fotos; pelo rádio e televisão, o rádio foi inventado em 1895 e a televisão em 1926, permitindo que as idéias fossem transmitidas por todo o mundo rapidamente, e os estilos de arte podem ser observados, as teorias debatidas e as técnicas compartilhadas; pela imprensa, que foi inventada por Johann Guttenberg por volta de 1450, assim os livros e a arte podiam ser impressos. Os historiadores da arte, críticos e estudiosos classificam os períodos, estilos ou movimentos artísticos separadamente, para facilitar o entendimento das produções artísticas. ARTE PRÉ-HISTÓRICA: Um dos períodos mais fascinantes da historia humana é a préhistória. Esse período não foi registrado por nenhum documento escrito, pois é exatamente à época anterior a escrita. Tudo que sabemos dos homens que viveram nesse tempo é o resultado da pesquisa de antropólogos, historiadores e dos estudos da moderna ciência arqueológica, que reconstituíram a cultura do homem. Divide-se em: Paleolítico Superior: a principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada é o naturalismo. O artista pintava os seres, um animal por exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista captava. Atualmente, a explicação mais aceita é que essa arte era realizada por 3
4 caçadores, e que fazia parte do processo de magia por meio do qual procurava-se interferir na captura de animais, ou seja, o pintor caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde que possuísse a sua imagem. Acreditava que poderia matar o animal verdadeiro desde que o representasse ferido mortalmente num desenho. Utilizavam as pinturas rupestres, isto é, feitas em rochedos e paredes de cavernas. O homem deste período era nômade. Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em escultura. Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras masculinas. Predominam figuras femininas, com a cabeça surgindo como prolongamento do pescoço, seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas. Destaca-se Vênus de Willendorf, instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra; machado, arco e flecha, lançador de dardos, anzol e linha; e desenvolvimento da pintura e da escultura. Paleolítico Inferior: aproximadamente a AC; primeiros homindios; caça e coleta; controle do fogo; instrumentos de pedra e pedra lascada, madeira e ossos: facas, machados. Neolítico: a fixação do homem da Idade da Pedra polida, garantida pelo cultivo da terra e pela manutenção de manadas, ocasionou um aumento rápido da produção e o desenvolvimento das primeiras instituições, como família e a divisão do trabalho. Assim o homem do neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de fabricar cerâmicas e construiu as primeiras moradias, constituindo-se os primeiros arquitetos do mundo. Conseguiu ainda, produzir o fogo através do atrito e deu inicio ao trabalho com metais. Todas essas conquistas técnicas tiveram um forte reflexo na arte. O homem que se tornara um camponês, não precisava mais ter os sentidos apurados do caçador do Paleolítico, e o seu poder de observação foi substituído pela abstração e racionalização.como conseqüência surge um estilo simplificador e geometrizante, sinais e figuras, mais que sugerem do que reproduzem os seres. Os próprios temas da arte mudaram; começaram as representações da vida coletiva. Além de desenhos e pinturas, o artista Neolítico produziu uma cerâmica que revela sua preocupação com a beleza e não apenas com a utilidade do objeto, também esculturas de metal. Desse período temos as construções denominadas dolmens (consistem em duas ou mais pedras grandes fincadas verticalmente no chão, como se fossem paredes, e uma grande pedra era colocada 4
5 horizontalmente sobre elas). E o menir que era monumento megalítico que consiste num único bloco de pedra fincado no solo no sentido vertical. O Santuário de Stonehenge, no Sul da Inglaterra, pode ser considerado uma das primeiras obras da arquitetura que a história registra. Ele representa um enorme círculo de pedras erguidas a intervalos regulares, que sustentam traves horizontais rodeando outros dois círculos interiores. No centro do último está um bloco semelhante a um altar. O conjunto está orientado para o ponto do horizonte onde nasce o sol no dia do solstício de verão, indicio de que se destinava às praticas rituais de um culto solar. Lembrando que pedras eram colocadas umas sobre as outras sem a união de nenhuma argamassa. Instrumentos de pedra polida, enxada e tear; inicio do cultivo dos campos; artesanato; cerâmica e tecidos; construção de pedra; e primeiros arquitetos do mundo. Idade dos metais: aparecimento da metalurgia; aparecimento das cidades; invenção da roda; invenção da escrita; e arado de bois. As cavernas: antes de pintar as paredes da caverna, o homem fazia ornamentos corporais, como colares, e, depois magníficas estatuetas, como as famosas Vênus. Existem várias cavernas no mundo que demonstram a pintura rupestre, algumas delas são: Caverna de Altamira: Espanha, quase uma centena de desenhos feitos há anos, foram os primeiros desenhos descobertos, em Sua autenticidade porém só foi reconhecida em Caverna de Lascaux: França, suas pinturas foram achadas em 1942, têm anos. A cor preta por exemplo, contém carvão moído e dióxido de manganês. Caverna de Chauvet: França, há ursos, panteras, cavalos, mamutes, hienas, dezenas de rinocerontes peludos e animais diversos, descoberto em Gruta de Rodésia: África, com mais de anos. 5
6 MESOPOTÂMIA: Sua arte era designada em grego, menos conhecida que a arte egípcia, não existiam pedreiras no vale e os edifícios eram construídos de tijolos cozidos que se designavam com o tempo. Esses povos não acreditavam que o corpo humano e sua representação deviam ser preservados para que a alma sobrevivesse. Quando os Sumérios governou a cidade de Ur, os reis eram sepultados com toda sua casa, inclusive escravos. No fragmento de uma harpa (2600 ac), em madeira decorada com animais, simetricamente dispostos com precisão como era costume deste povo. Os reis costumavam encomendar monumentos para celebrar vitórias nas guerras. Monumento do rei Naransin, (2270 ac). Exercito Assírio, sitiando uma fortaleza ( ac). ARTE EGIPCIA: Uma das principais civilizações da Antiguidade foi a que se desenvolveu no Egito. Era uma civilização já bastante complexa em sua organização social e riquíssima em suas realizações culturais. A religião invadiu toda a vida Egípcia, interpretando o universo, justificando sua organização social e política, determinando o papel de cada classe social e, conseqüentemente, orientando toda a produção artística desse povo. Além de crer em deuses que poderiam interferir na história humana, os egípcios acreditavam também numa vida após a morte e achavam que essa vida era mais importante do que a que viviam no presente. O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos. O faraó era considerado ser divino que dominava o povo e que ao partir desse mundo, voltava para junto dos Deuses dos quais viera. As pirâmides, erguendo-se em direção ao céu, iriam ajudá-los. Acredita-se também que uma cópia fiel da cabeça do rei fosse preservada para ele viver para sempre, as esculturas eram colocadas na tumba, onde ninguém as via. A múmia do rei ficava no centro da pirâmide. Arquitetura: As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas e foram construídas por importantes reis do Antigo império: Quéops, Quéfren e Miqueninos. Junto a essas três 6
7 pirâmides está a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e das areias do deserto deulhe, ao longo dos séculos, um aspecto enigmático e misterioso. As características gerais da arquitetura egípcia são: -Solidez e durabilidade; -Sentimento de eternidade; -Aspecto misterioso e impenetrável. As pirâmides tinham base quadrangular eram feitas com pedras que pesavam cerca de vinte toneladas e mediam dez metros de largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A porta da frente da pirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu influxo se concentrasse sobre a múmia. O interior era um verdadeiro labirinto que ia dar na câmara funerária, local onde estava a múmia do faraó e seus pertences. Os templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos dedicados ao Deus Amon. Os monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos e os templos. Divididos em três categorias: Pirâmide: túmulos reais, destinados ao faraó; Mastaba: túmulo para a nobreza; e Hipogeu: túmulo destinado a gente do povo. Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididos conforme seu capitel: Palmiforme: flores de palmeiras; Papiriforme: flores de papiro; e Lotiforme: flor de lótus. Para seu conhecimento: Esfinge: representa corpo de leão (força) e cabeça humana (sabedoria). Eram colocadas na alameda do templo para afastar os maus espíritos. Obelisco: eram colocados à frente dos templos para materializar a luz solar. 7
8 Escultura: Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição serena, quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo ainda, exageravam freqüentemente as proporções do corpo humano, dando as figuras representadas uma impressão de força e de majestade. Os Uciabtis eram figuras funerárias em miniatura, geralmente esmaltada de azul e verde, destinadas a substituir o faraó morto nos trabalhos mais ingratos no além, muitas vezes coberto de inscrições. Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram também expressão da qualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho. Recobria colunas e paredes, dando um encanto todo especial às construções. Os próprios hieróglifos eram transcritos, muitas vezes, em baixo-relevo. Pintura: A decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das atitudes religiosas. Suas características gerais são: - ausência de três dimensões; - ignorância da profundidade; - colorido a tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do relevo; - Lei do frontalidade que determinava que o tronco da pessoa fosse representado sempre de frente, enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil. Quanto a hierarquia na pintura: eram representadas maiores as pessoas com maior importância no reino, ou seja, nesta ordem de grandeza: o rei, a mulher do re, o sacerdote, os soldados e o povo. As figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as masculinas pintadas de vermelho. Importavam-se com a plenitude e não com a beleza, desenhavam de memória destacando tudo claramente, mais próximo da cartografia do que do pintor. O Jardim de Nebamun, 1400 ac : Desenhavam o tanque como se fosse visto de cima e as árvores de lado, peixes e aves de perfil com veracidade (zoólogos reconhecem espécies). Hórus, Deus do céu, representado como um falcão ou cabeça de falcão. Anúbis, Deus dos ritos funerais, como um chacal, ou cabeça de chacal. 8
9 Tolh, Deus mensageiro, com a cabeça de Íbis, anota o resultado. O Rei Amenófis IV, rompeu com vários costumes. Não desejava homenagear vários Deuses, para ele só havia um Deus supremo, Atom de quem era devoto e o representava pelo disco do sol, enviando seus raios, cada um dotado com uma mão. Intitulou-se como Akhnaton, e instalou sua corte longe dos sacerdotes dos outros Deuses, numa localidade que hoje se chama Tell-el-Amama. Nas imagens que aparece com sua esposa Nefertite e seus filhos, homens e mulheres estão do mesmo tamanho. Seus retratos o mostram como um homem feio. Seu sucessor foi Tutankhamon, que restaurou as velhas crenças, seu túmulo repleto de tesouros foi descoberto em 1922, algumas das obras ainda tem o estilo da região de Atom. Em Creta, habitavam um dos povos mais talentosos, que representavam com movimentos rápidos e ágeis. Quando o palácio do rei foi escavado em Cnosso, no fim do século XIX, era inacreditável que um estilo livre e gracioso pudesse ser desenvolvido no 2º milênio. Também na parte continental da Grécia, encontrou-se obra assim. Os egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras como nós. Desenvolveram três formas de escrita: Hieróglifos: considerados a escrita sagrada; Hierática: uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes; e Demótica: a escrita popular. O livro dos mortos, ou seja um rolo de papiro com rituais funerários, era posto no sarcófago do faraó morto, ilustrado com cenas muito vivas, que acompanham o texto com singular eficácia. Formado de tramas de fibras do tronco de papiro, as quais eram batidas e prensadas transformando-se em folhas. Para seu conhecimento: Hieróglifos: foi decifrada por Champolion, que descobriu o seu significado em 1822, ela se deu na Pedra de Rosetta que foi encontrada na cidade do mesmo nome no Delta do Nilo. Mumificação: a) eram retirados o cérebro, os intestinos e outros órgãos vitais, e colocados num vaso de pedra chamado Canopo. 9
10 b) Nas cavidades do corpo eram colocados resinas aromáticas e perfumes. c) As incisões eram costuradas e o corpo mergulhado num tanque com nitrato de Potássio. d) Após 70 dias o corpo era lavado e enrolado numa bandagem de algodão, embebida em betume, que servia como impermeabilização. Quando a grande barragem de Assua foi concluída, em 1970, dezenas de construções antigas do sul do país foram, literalmente, por água abaixo, engolidas pelo Lago Nasser. Entre as raras exceções desse drama do deserto, estão os templos erguidos pelo faraó Ramsés II, em Abu Simbel. Em 1964, uma faraônica operação coordenada pela unesco com recursos de vários países, um total de 40 milhões de dólares, removeu pedra por pedra e transferiu templos e estátuas para um local 61 metros acima da posição original, longe da margem do lago. O maior deles é o Grande Templo de Ramsés II, encravado na montanha de pedra com suas estatuas do faraó de 20 metros de altura. Além de salvar este valioso patrimônio, a obra prestou uma homenagem ao mais famoso e empreendedor de todos os faraós. Queóps, é a maior das três pirâmides, tinha originalmente 146 metros de altura, um prédio de 48 andares. Nove metros já se foram, graças principalmente à ação corrosiva da poluição vinda do Cairo. Para erguê-la, foram precisos cerca de 2 milhões de blocos de pedras e o trabalho de cem mil homens, durante 20 anos. ARTE GREGA: Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca de perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Eles têm como características: o realismo; amor pela beleza; interesse pelo homem, essa pequena criatura que é a medida de todas as coisas ; e a democracia. Arquitetura: as edificações que despertaram maior interesse são os templos. A característica mais evidente dos templos gregos, é a simetria 10
11 entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam um entablamento eram construídos segundo os modelos das ordens dórica, jônica e corintia. Principal arquiteto Ictino. Ordem Dórica: era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência. Ordem Jônica: representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem Dórica traduz a forma do homem e a ordem Jônica traduz a forma da mulher. Ordem Corintia: o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação. Os principais monumentos da arquitetura grega: a) Templos: dos quais o mais importante é o Partenon de Atenas.Na Acrópole, também, se encontram as Cariátides homenageavam as mulheres de Caria. b) Teatros: que eram construídos em lugares abertos (encosta) e que compunham de três partes: a skene ou cena, para os atores; a konistra ou orquestra, para o coro; o koilon ou arquibancada, para os espectadores. Um exemplo típico é o teatro de Epidauro, construído no século IV a.c., ao ar livre, composto por 55 degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uma inclinação perfeita. Chegava acomodar cerca de espectadores e tornou-se famoso por sua acústica perfeita. c) Ginásios: edifícios destinados a cultura física. d) Praça: Agora onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos, entre eles; filosofia. 11
12 Pintura: A pintura grega, encontra-se na arte cerâmica. Os vasos gregos, são também conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação, encontramos vestígios da pintura Egípcia (rosto de perfil, ombros de frente, mas os corpos com diferenças), pesquisavam para pintar, havia movimento. Os pintores fizeram a maior descoberta, o escorço, 500 ac (pintar um pé, como é visto de frente). Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e mantimentos. Por isso, a sua forma correspondia à função para que eram destinados: Ânfora: vasilha em forma de coração, com o gargalo largo, ornado com duas asas; Hidra: (derivado de Ydor, água) tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto corria a água e duas para levantar; Cratera: tinha a boca muito larga, com o corpo em forma de um sino invertido, servia para misturar água com vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro), etc. Escultores e pintores, eram de classes inferiores, trabalhavam para sobreviver. Murais e mosaicos, descobertos em Pompéia mostravam a natureza, animais e paisagens. Segundo Sócrates, os artistas, deviam representar a atitude da alma, observando como os sentimentos afetam o corpo em ação. As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da mitologia grega. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias. A pintura grega se divide em três grupos: 1) figuras negras sobre o fundo vermelho 2) figuras vermelhas sobre o fundo negro 3) figuras vermelhas sobre o fundo branco Escultura: A estatuaria grega representa os mais altos padrões já atingidos pelo homem. Na escultura, o antropomorfismo (esculturas de formas humanas), foi insuperável. As estatua adquiriram, além do equilíbrio e perfeição das formas, o movimento. No Período Arcaico os gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de homens. Primeiramente aparecem esculturas simétricas, em rigorosa posição frontal, com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estatua é chamado Kouros (palavra grega: 12
13 homem jovem). No período clássico passou-se a procurar movimento nas estatuas, para isto, se começou a usar o bronze que era mais resistente do que o mármore, podendo fixar o movimento sem se quebrar. Surge o nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas. Período Helenístico pode observar o crescente naturalismo: os seres humanos não eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. O grande desafio e a grande conquista da escultura do período helenístico foi a representação não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras que mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos os ângulos que pudessem ser observados. Os principais mestres da escultura clássica grega são: -Praxíteles, celebrado pela graça das suas esculturas, pela lânguida pose em S (Hermes com Dionísio menino), foi o primeiro artista que esculpiu o nu feminino. -Policleto, autor de Doríforo, condutor da lança, criou padrões de beleza e equilíbrio através do tamanho das estátuas que deveriam ter sete vezes e meia o tamanho da cabeça. -Fidias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus Olímpico, sua obra- prima, e Atenéia. Realizou toda a decoração em baixos-relevos do Templo Partenon; as esculturas dos frontões, métopas e frisos. -Lisipo, representava os homens tal como se vêem e não como são (verdadeiros retratos). Foi ele que introduziu a proporção ideal do corpo humano com a medida de oito vezes e cabeças. -Miron, autor do Discóbolo (homem arremessando o disco). Para seu conhecimento: a) Mitologia: Zeus, senhor dos céus; Atenéia, deusa da guerra; Afrodite, deusa do amor; Apolo, deus das artes e da beleza. Poissedon, deus das águas; entre outros. b) Olimpíadas: se realizavam em Olímpia,, a cada 4 anos, em honra a Zeus. Os primeiros jogos começaram em 776 a.c. As festas olímpicas serviam de base para marcar o tempo. c) Teatro: Foi criadas a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas: Édipo Rei de Sófocles. d) Música: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o instrumento nacional. 13
14 ARTE ROMANA: A arte romana, sofreu duas fortes influencias: a da arte etrusca popular e voltada para a expressão da realidade vivida, e a da grecohelenistica, orientada para a expressão de um ideal de beleza. Um dos legados culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos foi o uso do arco e da abóbada nas construções. Arquitetura: As características gerais da arquitetura romana são: - busca do útil imediato, senso de realismo; - grandeza material, realçando a idéia de força; - energia e sentimento; - predomínio do caráter sobre a beleza; - originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas. As construções eram de cinco espécies, de acordo com as funções: 1) Religião: Templos Pouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o templo de Jupter Stater, o de Saturno, o da Concórdia e o de César. O Panteão, construído em Roma durante o reinado do imperador Adriano, foi planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o império, esse templo romano, com sua planta circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia para o culto. 2) Comércio e civismo: Basílica A principio destinada a operações comerciais e a atos judiciários, a basílica servia para reuniões da bolsa, para tribunal e leitura de editos. Mais tarde, já com Cristianismo, passou a designar uma igreja com certos privilégios. A basílica apresenta uma característica inconfundível: a planta retangular, (de quatro a cinco mil metros) dividida em varias colunatas. Para citar uma, a basílica Julia, iniciada no governo de Julio César, foi concluída no império de Otavio Augusto. 3) Higiene: Termas Constituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins, as termas eram o centro social de Roma. As mais famosas são as termas de Caracala, que além de casa de banho, eram centros de reuniões sociais e esportes. 4) Divertimentos: 14
15 a) Circo: extremamente afeito aos divertimentos, foi de Roma que se originou o circo. Dos jogos praticados temos: Jogos circenses corridas de carros; Ginásios incluídos neles o pugilato; Jogos de tróia aquele em que havia torneios a cavalo; Jogos de escravos executados por cavaleiros concluídos por escravos; Sob a influência grega, os verdadeiros jogos circenses romanos só surgiram pelo ano 264 a.c. Dos circos romanos, o mais célebre é o Circus Maximus. b) Teatro: imitado do teatro grego. O principal teatro é o de Marcelus. Tinha cenários versáteis, giratórios e retiráveis. c) Anfiteatro: o povo romano apreciava muito as lutas dos gladiadores. Essas lutas compunham um espetáculo que podia ser apreciado de qualquer ângulo. Pois a palavra anfiteatro, significa teatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu, certamente o mais belo dos anfiteatros romanos. Externamente o edifício era ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos, e por três andares com as ordens de colunas gregas (de baixo para cima: ordem dórica, ordem jônica e ordem corintia). Essas colunas, na verdade eram meias colunas, pois ficavam presas à estrutura das escadas. Portanto, não tinham a função de sustentar a construção, mas apenas de ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes proporções chegava a acomodar pessoas sentadas e mais de em pé. 5) Monumentos decorativos: a) Arco de Triunfo: pórtico monumental feito em homenagem aos imperadores e generais vitoriosos. O mais famoso deles é o arco de Tito, todo em mármore, construído no Fórum Romano para comemorar a tomada de Jerusalém. b) Coluna Triunfal: a mais famosa é a coluna de Trajano, com seu característico friso em espiral que possui a narrativa histórica dos feitos do imperador em baixo-relevo no fuste. Foi erguida por ordem do Senado para comemorar a vitória de Trajano sobre os dácios e os partos. 6) Moradia: Casas, construídas ao redor de um pátio chamado Átrio. 15
16 Pintura: O Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em gera. A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.c. Os estudiosos da pintura existente em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos. a) Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado; que dava impressão de placas de mármore. b) Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande mural. c) Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes. d) Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia de obra grega, imitando um cenário teatral. Escultura: Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos. Retratavam os imperadores e os homens da sociedade. Mais realista que idealista, a estatuaria romana teve seu maior êxito nos retratos. Com a invasão dos Bárbaros as preocupações com as artes diminuíram e poucos monumentos foram realizados pelo estado. Era o começo da decadência do Império Romano que, no séc. V, precisamente no ano de 476, perde o domínio do seu território do Ocidente para os invasores germânicos. Mosaico: Partidários de um profundo respeito pelo ambiente arquitetônico, adotando soluções de clara matriz decorativa, os masaístas chegaram a resultados onde existe uma certa parte de estudo direto da natureza. As cores vivas e a possibilidade de colocação sobre qualquer superfície e a duração dos materiais levaram a que os mosaicos viessem a prevalecer sobre a pintura. Nos séculos seguintes, tornar-se-ão essenciais para medir a ampliação das primeiras igrejas cristãs. 16
17 ARTE PALEOCRISTÃ: Enquanto os romanos desenvolviam uma arte colossal e espalhavam seu estilo por toda Europa e parte da Ásia, os cristãos (aqueles que seguiam os ensinamentos de Jesus Cristo) começaram a criar uma arte simples e simbólica executada por pessoas que eram grandes artistas. Surge a arte cristã primitiva. Os romanos testemunharam o nascimento de Jesus Cristo, o qual marcou uma nova era e uma nova filosofia. Com o surgimento de um novo reino espiritual, o poder romano viu-se extremamente abalado e teve inicio um período de perseguição não só a Jesus, mas também a todos aqueles que aceitavam sua condição de profeta e acreditaram nos seus princípios. Esta perseguição marcou a primeira fase da arte paleocristã: a fase catacumbária, que recebe este nome devido as catacumbas, cemitérios subterrâneos em Roma, onde os primeiros cristãos secretamente celebravam seus cultos. Nesses locais, a pintura é simbólica. Para entender melhor a simbologia: Jesus Cristo poderia estar simbolizado por um círculo ou por um peixe, pois a palavra peixe, em grego ichtus, forma as iniciais da frase: Jesus Cristo de Deus Filho Salvador. Outra forma de simbolizá-lo é o desenho do pastor com ovelhas Jesus Cristo é o Bom Pastor e também, o cordeiro Jesus Cristo é o cordeiro de Deus. Passagens da Bíblia também eram ali simbolizadas, por exemplo: Arca de Noé; Jonas engolido pelo peixe e Daniel na cova dos leões. Ainda hoje podemos visitar as catacumbas de Santa Priscila e Santa Domitila, nos arredores de Roma. Os cristãos foram perseguidos por três séculos, até que em 313 d.c. o imperador Constantino legaliza o cristianismo, dando inicio a 2º fase da arte paleocristã: a fase basilical. Tanto os gregos como os romanos, adotavam um modelo de edifício denominado Basílica (origem do nome: Basileu = Juiz), lugar civil destinado ao comércio e assuntos judiciais. Eram edifícios com grandes dimensões: um plano retangular de 4 a 5 mil metros quadrados com três naves separadas por colunas e uma única porta na fachada principal. Com o fim da perseguição aos cristãos, os romanos cederam algumas basílicas para eles usarem como local para as suas celebrações. O mosaico, muito utilizado pelos gregos e romanos, foi o material escolhido para o revestimento interno das basílicas, utilizando imagens 17
18 do Antigo e do Novo Testamento. Esse tratamento artístico também foi dado aos mausoléus e os sarcófagos feitos para os fiéis mais ricos eram decorados co relevos usando imagens de passagens bíblicas. Na cidade de Ravena pode-se apreciar o Mausoléu de Gala Plácida e a igreja de Santo Apolinário, o novo e a de São Vital com riquíssimos mosaicos. Em 395 d.c., o imperador Teodósio dividiu i Império Romano entre seus dois filhos: Honório e Arcádio. Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, tendo Roma como sua capital, e Arcádio ficou com o Império Romano do Oriente, com a capital Constantinopla (antiga Bizâncio e atual Istambul). O Império Romano do Ocidente sofreu várias invasões, principalmente de povos bárbaros, até que, em 476 d.c., foi completamente dominado (esta data, 476 d.c., marca o fim da Idade Antiga e o inicio da Idade Média). Já o Império Romano do Oriente (onde se desenvolveu a arte bizantina), apesar das dificuldades financeiras, dos ataques bárbaros e das pestes, conseguiu-se manter até 1453, quando a sua capital Constantinopla foi totalmente dominada pelos muçulmanos (esta data, 1453, marca o fim da Idade Média e o inicio da Idade Moderna). ARTE BIZANTINA: O cristianismo não foi a única preocupação para o Império Romano nos primeiros séculos de nossa era. Por volta do século IV, começou a invasão dos povos bárbaros e que levou Constantino a transferir a capital do Império para Bizâncio, cidade grega, depois batizada por Constantinopla. A mudança da capital foi um golpe de misericórdia para a já enfraquecida Roma; facilitou a formação dos Reinos Bárbaros e possibilitou o aparecimento do primeiro estilo de arte cristã Arte Bizantina. Graças a sua localização (Constantinopla) a arte bizantina sofreu influencias de Roma, Grécia e do Oriente. A união de alguns elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico tanto na técnica como na cor. A arte bizantina está dirigida pela religião; ao clero cabia, além das suas funções, organizar também as artes, tornando os artistas meros executores. O regime era teocrático e o imperador possuía poderes administrativos e espirituais; era o representante de Deus, tanto que se convencionou representá-lo com uma auréola sobre a 18
19 cabeça, e, não raro encontrar um mosaico onde esteja juntamente com a esposa, ladeando a Virgem Maria e o Menino Jesus. O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se destinava apenas a enfeitar as paredes e abóbadas, mas instruir os fiéis mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se assemelha aos mosaicos romanos; são confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado devido à associação com maior bem existente na terra: o ouro. A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte bizantina, elas eram planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada imensas cúpulas, criando-se prédios enormes e espaçosos totalmente decorados. A igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na hoje Stambul, foi um dos maiores triunfos da nova técnica bizantina, projetada pelos arquitetos de Tralles e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos. Tal método tornou a cúpula extremamente elevada, sugerindo por associação à abóbada celeste, sentimentos de universidade e poder absoluto. Apresenta pinturas na paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e o chão de mármore polido. Toda essa atração por decoração aliada a prevenção que os cristãos tinham contra a estatuária que lembrava de imediato o paganismo romano, afasta o gosto pela forma e conseqüentemente a escultura não teve tanto destaque neste período. O que se encontra restringe-se a baixos relevos acoplados à decoração. A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI, durante o reinado do imperador Justiniano. Porém -, logo se sucedeu um período de crise chamado de Iconoclastia. Constituía na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito entre os imperadores e clero. A arte bizantina não se extinguiu em 1453, pois, durante a segunda metade do século XV e boa parte do século XVI, a arte daquelas regiões onde ainda florescia a ortodoxia grega permaneceu dentro da arte bizantina. E essa arte extravasou em muito os limites territoriais do império, penetrando, por exemplo, nos paises eslavos. Um pouco mais de Santa Sofia: A verdadeira beleza de Santa Sofia, a maior igreja de Constantinopla, capital do Império Bizantino, 19
20 encontra-se no seu vasto interior. Um olhar mais atento permite ao visitante ver o trabalho requintado dos artífices bizantinos no colorido resplandecente dos mosaicos agora restaurados; no mármore profundamente talhado dos capitéis das colunas das naves laterais, folhas de acantos envolvem o monograma de Justiniano e de sua mulher Teodora. No alto, sobre um solo de mármore, bordada em filigrama de sombras dos candelabros suspensos, resplandece a grande cúpula. Embora a igreja tenha perdido a maior parte da decoração original de ouro e prata, mosaicos e afrescos, há uma beleza natural na sua magnificência espacial e nos jogos de sombra e luz, um claro-escuro admirável quando os raios de sol penetram e iluminam o seu interior. ARTE BARBARA: Depois da queda do império romano, mongóis, vândalos, alamos, francos, germânicos e suecos, entre outros povos conhecidos genericamente como bárbaros, avançaram definitivamente sobre a Europa. Estava em curso o século V. Esses grupos, essencialmente nômades, não demoraram a assimilar a cultura e a religião (cristianismo) dos povos conquistados, ao mesmo tempo em que lhes transmitia seus próprios traços culturais, o que deu origem a uma arte completamente diferente, que assentaria as bases para a arte européia dos séculos VIII e IX. O fato de não possuírem um habitat fixo influenciou grandemente os costumes e expressões artísticas dos bárbaros. Era notável sua destreza naquelas disciplinas que permitiam a fabricação de objetos facilmente transportáveis, fossem eles de luxo ou utilitários. Assim, não é de admirar que tenham sobressaído na ourivesaria, na fundição e moldagem de metais, tanto para a fabricação de armas quanto de jóias, e nas técnicas de decoração correspondentes, como a tauxia ou damasquinagem e esmaltação, a entalhadura e filigrana. Todos esses povos tiveram uma origem comum na civilização celta, que desde o século V a.c. até a dominação romana se estabeleceu na Europa de norte a sul e de leste a oeste. Em suas crônicas, os romanos os descrevem como temíveis guerreiros e hábeis fundidores de metais. Uma vez dominados, uma boa parte da população foi assimilada pelo império e outra fugiu para o norte. Somente quando o império começou a ruir foi que conseguiram penetrar em suas fronteiras e estabelecer 20
21 numerosos reinos, dos quais se originaram, em parte, as nacionalidades européias. A Europa entrou assim num dos períodos históricos mais obscuros, a meio caminho entre a religiosidade, agora em parte aceita, dos primeiros cristãos e a beligerância selvagem dos novos senhores. Mais tarde sofreria também açoite dos vikings dinamarqueses vindos do norte, em perpetua luta contra os francos e os eslavos ocidentais. Por seu lado, a igreja ia ganhando posições com a proliferação de mosteiros exatamente onde os mais temíveis exércitos não conseguiram vencer as batalhas: as ilhas britânicas e o leste da Europa. Escultura: A escultura em pedra foi destinada a decoração de igrejas e batistérios, na forma de relevos planos, capitéis e sarcófagos, seguindo o estilo do império romano. A entalhadura do marfim não foi menos importante. Confirmou-se com a tradição dos dípticos consulares de Bizâncio, cujas formas foram adotadas na confecção de capas de livros evangélicos e Bíblias. Sabe-se que as oficina dos artesãos que trabalhavam com marfim eram numerosas tanto nas Gálias quanto na península itálica, devido à ghrande demanda de exemplares. A experiência de celtas e escitas como ourives inegavelmenteestava ligada à sua experiência como entalhadores. As pedras com entalhes de runas e ídolos nórdicos entre os vikings, saxões e os próprios celtas mostram sua passagem pelos deferentes assentamentos e lugares conquistados. Na península ibérica, a fusão de culturas, como entre fenícios, celtas, visigodos e ibéricos, além de gregos e romanos, deixou importantes amostras de escultura, como os Touros de Guisando ou a Dama de Elche. ARTE ROMÂNICA: Em 476, com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, tem inicio o período histórico conhecido, por Idade Média. Neste período a arte tem suas raízes na época conhecida como Paleocristã, trazendo modificações no comportamento humano, com o cristianismo a arte se voltou para a valorização do espírito. Os valores da religião cristã vão impregnar todos os aspectos da vida medieval. A concepção de mundo dominada pela figura de Deus proposto pelo cristianismo é chamada de teocentrismo (teos = Deus). Deus é o centro do universo, e a medida de 21
22 todas as coisas. A igreja como representante de Deus na terra, tinha poderes ilimitados. Arquitetura: No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica cuja estrutura era semelhante às construções dos antigos romanos. As características mais significativas da arquitetura românica são: -Abóbadas em substituição ao telhado das basílicas. -Pilares maciços, que sustentavam, e das paredes espessas. -Aberturas raras e estreitas usadas como janelas. -Torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada. -Arcos que são formados por 180 graus. A primeira coisa que chama atenção nas igrejas românicas é o seu tamanho. Elas são sempre grandes e sólidas. Daí serem chamadas: fortalezas de Deus. A explicação mais aceita para as formas volumosas, estilizadas e duras dessas igrejas é o fato da arte românica não ser fruto do gosto refinado da nobreza nem das idéias desenvolvidas nos centros urbanos, é um estilo essencialmente clerical. A arte desse período passa, assim a ser encarada como uma extensão do serviço divino e uma oferenda à divindade. A mais famosa é a Catedral de Pisa sendo o edifício mais conhecido do seu conjunto o campanário que começou a ser construído em Trata-se de torre de Pisa que se inclinou porque, com o passar do tempo, o terreno cedeu. Na Itália, diferente do resto da Europa, não apresenta formas pesadas, duras e primitivas. Pintura e escultura: Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a igreja recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas ou comunicar valores aos fiéis. Não podemos estudá-las desassociadas da arquitetura. A pintura românica desenvolveu-se nas grandes decorações murais, através da técnica do afresco, que originalmente era uma técnica de pintar sobre a parede úmida. Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. As características essenciais da pintura românica foram à deformação e o colorismo. A deformação, na verdade, traduz os sentimentos religiosos e a interpretação mística que os artistas faziam da realidade. A figura de Cristo, por exemplo, é sempre maior do que as outras que o cercam. 22
23 O colorismo realizou-se no emprego de cores chapadas, sem preocupação com meios tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza. Na porta, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano, nome que recebe a parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos que arrematam o vão superior da porta. Imitação de formas rudes, curtas ou alongadas, ausência de movimentos naturais. Mosaico: A técnica da decoração com mosaico, isto é, pequeninas pedras, de vários formatos e cores, que colocadas lado a lado vão formando o desenho, conheceu seu auge na época do românico. Usado desde a Antiguidade, é originária do Oriente onde a técnica bizantina utilizava o azul e dourado, para representar o próprio céu. ARTE GÓTICA: Em 476, com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, tem inicio o período histórico conhecido, por Idade Média. Neste período a arte tem suas raízes na época conhecida como Paleocristã, trazendo modificações no comportamento humano, com o cristianismo a arte se voltou para a valorização do espírito. Os valores da religião cristã vão impregnar todos os aspectos da vida medieval. A concepção de mundo dominada pela figura de Deus proposto pelo cristianismo é chamada de teocentrismo (teos = Deus). Deus é o centro do universo, e a medida de todas as coisas. A igreja como representante de Deus na terra, tinha poderes ilimitados. No século XII entre os anos 1150 e 1500, tem início uma economia fundamentada no comércio. Isso faz com que o centro da vida social se desloque do campo para a cidade e apareça a burguesia urbana. No começo do século XII, a arquitetura predominante ainda é a românica, mas já começaram a aparecer as primeiras mudanças que conduziram a uma revolução profunda na arte de projetar e construir grandes edifícios. Arquitetura: A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a românica é a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja românica apresenta um único portal, a igreja gótica têm três portais que dão acesso a três naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves laterais. A arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na existência de um Deus que vive num plano superior; tudo se volta para o alto, 23
24 projetando-se na direção do céu, como se vê nas pontas agulhadas das torres de algumas igrejas góticas. A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV. Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos que filtram a luminosidade para o interior da igreja. As catedrais góticas mais conhecidas são: Catedral de Notre Dame de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres. Escultura: As esculturas são ligadas à arquitetura e se alongam para o alto, demonstrando verticalidade, alongamento exagerado das formas, e as feições são caracterizadas de formas a que o fiel possa reconhecer facilmente a personagem representada, exercendo a função de ilustrar os ensinamentos propostos pela igreja. Iluminura: È a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos (a gravura não fora ainda inventada, ou então é um privilégio da quase mítica China). O desenvolvimento de tal gênero está ligado à difusão dos livros ilustrados patrimônio quase exclusivo dos mosteiros: no clima de fervor cultural que caracteriza a arte gótica, os manuscritos também eram encomendados por particulares, aristocratas e burgueses, É precisamente por esta razão que os grandes livros litúrgicos (a Bíblia e os Evangelhos) eram ilustrados pelos iluministas góticos em formatos manejáveis. Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma de expressão também nos objetos preciosos e nos ricos manuscritos ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição dos textos sobre as páginas. Ao realizar essa tarefa, deixavam espaços para que os artistas fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as letras maiúsculas com que se iniciava um texto. Da observação dos manuscritos ilustrados podemos tirar duas conclusões: a primeira é a compreensão do caráter individualista que a arte da ilustração ganhava, pois se destinava aos poucos possuidores das obras copiadas, a segunda é que os artistas ilustradores do período gótico tornaram-se tão habilidosos na representação do espaço tridimensional e na compreensão analítica de uma cena, que seus trabalhos acabaram influenciando outros pintores. 24
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