MADEIRA. Perfil Setorial: Indústrias Empregos Consumo Energia (2014) ICMS (Milhões R$ ) 45,41. % PIB Industrial 15%
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- Luca Beltrão Alves
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1 MADEIRA Em momento de conjuntura econômica desfavorável, este boletim busca levantar pontos cruciais relacionados às empresas de base florestal em Mato Grosso. O Estado possui 60% da sua cobertura florestal conservada, por meio dos 3,2 milhões de hectares que possuem Manejo Florestal Sustentável, além de um potencial de mais 6 milhões de hectares para manejo florestal futuro, conforme estabelecido pelo governo de Mato Grosso na COP 21, a ser atingida até 2030, o que prova ser possível conciliar desenvolvimento econômico com conservação ambiental. Levantamento do Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal (FNBF) indica que, atualmente, existem R$ 214 bilhões de ativo florestal na Amazônia e 28% desse montante está em Mato Grosso. Perfil Setorial: Indústrias Empregos Consumo Energia (2014) Exportações (Mil US$ ) Importações (Mil US$ ) ICMS (Milhões R$ ) MWh ,41 % PIB Industrial 15%
2 De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Mato Grosso possui empreendimentos florestais. Um estudo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) mostra que o segmento gera cerca de 90 mil postos de trabalho. Os dados da RAIS 2015 mostram que as indústrias do setor de base florestal chegaram a um total de 1.447, representando 12,4% do total das indústrias mato-grossenses, número de destaque que o fez ocupar o primeiro lugar no segmento industrial de transformação, à frente dos segmentos alimentos e bebidas e metalúrgica com, respectivamente, e 898 empresas. O setor industrial tem papel fundamental na economia de Mato Grosso, pois é responsável por nada menos que empresas - ou 13,3% do total de empresas instaladas em seu território. Com empregados formais, a indústria contribui com 18,5% da empregabilidade no Estado. Entre 2010 e 2015, apresentou crescimento de 28% no número de empresas e de 10% no número de empregados. O setor de transformação é o mais importante da indústria de Mato Grosso: representa 56,6% na composição das indústrias instaladas, seguido da construção civil, com 38,7%. Ambos foram responsáveis por mais de 138 mil empregados - ou 93% do total da indústria. Setor Nº de Empresas Part.% em 2015 Extrativa Mineral 273 2,3 Madeira e Mobiliário ,4 Indústria de Transformação (2) ,6 Serviços Ind. de Utilidade Pública 267 2,3 Construção Civil ,7 Indústria Total ,0 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego RAIS _Registro Anual de Informação Social SFIEMT / UEDI / NIIDI / Assessoria Econômica - dados elaborados. Quanto ao porte, as indústrias do setor de base florestal são quase totalmente pequenas empresas: 99%, com 1% de empresas de porte médio. O salário pago pelo setor madeireiro e
3 mobiliário era de R$ 1.586,92, em média, em 31 de dezembro de Esse valor representou crescimento de 9,6% em relação a 2014, quando o salário médio registrado foi de R$ 1.450,58. Outro importante indicador é o Índice de Produção Industrial (PIM), que visa refletir as alterações das quantidades de bens e serviços produzidos ao longo do tempo. O principal objetivo do índice é servir como uma medida aproximada da evolução de curto prazo do valor adicionado da indústria, dado um determinado período de referência. A seguir é observado o desempenho mensal do setor de base florestal, no ano de 2016, sempre considerando a variação acumulada nos últimos 12 meses. PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL DE MATO GROSSO 2016 Esse índice é um importante subsídio para o Sistema de Contas Nacionais do Brasil e é amplamente utilizado em comparação ou em conjunção com outros indicadores de curto prazo para avaliar o desempenho industrial. Em 2016, o segmento tem mantido variação positiva na comparação mensal com os últimos 12 meses, mesmo desempenho da indústria geral no estado.
4 A exportação dos produtos de base florestal nos últimos cinco anos apresentou retração de 21% no valor e de 2% no volume exportado por Mato Grosso. A exceção se deu apenas na madeira bruta (tora de reflorestamento) que teve crescimento significativo: 266% no valor e 387% no volume exportado no mesmo período, conforme demonstrado na tabela seguinte. Os Estados Unidos, em 2015, foi o principal destino das exportações de madeira, responsável pela compra de um quarto (25%) de toda madeira exportada pelo Estado, seguido da China com 20% e da Índia com 12%, em dólar. Os três países somaram 71% do volume total de madeira exportada por Mato Grosso. Produtos de base florestal exportados por Mato Grosso. Comparativo 2015/2010 Produto US$ FOB M³ Preço Médio (US$/Kg) PART% EM MT US$ FOB M³ Preço Médio (US$/Kg) PART% EM MT VAR. % 2015/2010 US$ FOB M³ MADEIRA (Em M³) $683,06 0,78% $850,91 1,53% -21,32-1,99 Bruta $294,25 0,11% $391,61 0,05% 266,02 387,14 Serrada $612,16 0,28% $691,40 0,71% -37,78-29,73 Perfilada/Compensada $1.270,04 0,38% $1.184,10 0,77% -23,04-28,25 Objetos $1.609,59 0,00% $964,61 0,01% -54,78-72,90 Móveis ,69 $3.292,87 0,00% ,58 $1.987,63 0,00% -62,44-77,33 Fonte: MDIC SECEX Sistema ALICE Dados Elaborados: SFIEMT / UEDI/ Assessoria Econômica Mato Grosso tem apresentado um tímido aumento de florestas plantadas, destoando do vizinho Estado do Mato Grosso do Sul, que apresenta forte crescimento de áreas e que alavanca a economia por meio da implantação de indústrias de papel e celulose. O Estado, porém, merece destaque por apresentar, na exploração de florestas nativas, planos de manejo sustentáveis, técnica que permite um ciclo de corte das árvores de 25 anos, o que contribui para a preservação do bioma amazônico. Vale aqui ressaltar a importância da madeira no sequestro de carbono e na retenção da poluição do ar.
5 Em Mato Grosso, 44 cidades têm sua base econômica voltada à produção florestal com madeiras nativas, concentrados nas regiões médio-norte, norte e noroeste do estado, com destaque para os municípios de Nova Maringá, São José do Rio Claro, Sinop, Alta Floresta, Nova Bandeirantes, Marcelândia, Juína, Cotriguaçu, Colniza e Aripuanã. Fator altamente impactante ao setor são as leis que, pela complexidade, geram insegurança jurídica. Essa foi uma das causas que contribuíram para o fechamento de várias empresas, com reflexo direto na arrecadação de ICMS (queda de 21% no período de 2014 a 2015). A questão de logística, além do alto valor das taxas estaduais, em especial as ambientais, tira a competitividade dos produtos. Por fim, a alíquota de 27% de ICMS sobre o consumo de energia também tem impacto relevante no setor. É a segunda maior alíquota do país, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) atrás do Paraná, Rio de Janeiro e Goiás, com 29%, e no mesmo patamar do Ceará. Em Mato Grosso do Sul, a alíquota é de apenas 17% - e chega a 13% na Bahia. Por outro lado, um ponto positivo para o setor de base florestal mato-grossense é que as expectativas dos empresários da construção, segundo a pesquisa Sondagem Indústria da Construção de janeiro de 2017 realizada pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT), são de melhoria significativa para os próximos seis meses, considerando os itens: compra de insumos e matérias primas, nível de atividade e novos empreendimentos e serviços. O setor destaca-se hoje como o principal mercado para os produtos de base florestal em Mato Grosso. Nesse sentido é importante destacar a necessidade de se estreitar parcerias multissetoriais, abrindo novos mercados para os produtos da madeira, bem como aproveitar o que, atualmente, é considerado resíduo para se criar e formatar novos produtos que atendam demandas específicas. Uma forma de se incentivar esse processo seria o estado promover a desoneração do resíduo das madeireiras, estimulando o setor e buscando alternativas viáveis de sua utilização, como na geração de energia. No caso do manejo florestal que promove a colheita de madeiras nativas o o presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem),
6 José Eduardo Pinto, afirma que a intensificação do processo de industrialização da madeira no estado é fundamental, de forma a exportar produtos com maior valor agregado. Precisamos exportar o produto acabado. Hoje, quando exportamos madeira bruta, ela será cortada, aplainada ou seja, parte do que foi exportado vira resíduo. O ideal é beneficiar a madeira aqui e exportar um produto mais valioso, deixando o resíduo aqui. Para isso, é preciso investir em tecnologia, em máquinas modernas capazes de cumprir as exigências do mercado interno, defende. Esse investimento, em muitos casos, é inibido pela insegurança jurídica, ainda de acordo com José Eduardo Pinto. Temos matéria-prima, temos mercado e existe a tecnologia. Mas só haverá investimentos pesados com um risco menor de desgaste relacionado a questões ambientais, devido ao engessamento da legislação relacionada ao manejo florestal, alerta. O presidente do Cipem lembra que o manejo florestal é a única forma de extrair riqueza preservando a floresta. Isso porque, nos projetos de manejo, as áreas são divididas em talhões, dos quais apenas uma quantidade limitada das árvores maduras pode ser colhida sendo que o mesmo talhão só passará por nova colheita após 35 anos, tempo suficiente para o amadurecimento de novas árvores. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), José Carlos Januário, avalia que O potencial de empregabilidade desse segmento é grande e gera impactos positivos na economia, porque tende a fixar a mão de obra no interior do país e em cidades menores, que precisam de um setor produtivo fortalecido para levar renda para as comunidades. Ainda segundo Januário, dados do setor mostram que, apesar das dificuldades enfrentadas interna e externamente no mercado da madeira, a indústria brasileira está se desenvolvendo de forma competente e consolidada nos principais mercados do mundo. Para ele o que falta são políticas públicas de médio e longo prazo, que priorizem o avanço da área plantada (no caso da silvicultura), atraiam investimentos internacionais. Para isso, precisamos de segurança jurídica, acesso a crédito e infraestruturas adequadas para o desenvolvimento do setor produtivo. (Abimci, 2016). Dados recentes da FAO, Organização da ONU para a alimentação e agricultura, mostram que a produção de produtos madeireiros cresceu entre 1% e 8% ao ano, dependendo dos casos, embora tenha havido redução nos preços no comércio global. Mundialmente, a indústria florestal
7 está se adaptando às mudanças e tem um enorme potencial para desempenhar um papel-chave nas bioeconomias emergentes. O maior uso de materiais de construção modernos e a oferta energética procedente da madeira podem contribuir para reduzir as emissões líquidas de dióxido de carbono, de acordo com o especialista da organização Mats Nordberg. Americanos e canadenses encabeçam um movimento chamado WoodWorks, que visa incentivar o uso em larga escala da madeira na construção em seus países, financiada pelo departamento de Agricultura dos Estados Unidos, como forma de fixar carbono, em substituição a outros materiais como o cimento e aço, que exigem combustível fóssil para ser produzidos, um movimento que ajudaria a diminuir os gases de efeito estufa. Por fim, as empresas mato-grossenses que quiserem se manter competitivas no mercado precisam se atentar para ter no portfólio produtos que possuam certificações que as qualifiquem a atender às exigências tanto do mercado interno quanto o externo, além de estar sempre vigilantes aos custos de produção. Fontes: 01 Revista da Madeira (REMADE) Matéria Cresce produção mundial de madeira apoiada na construção e energia 15/12/ Matéria Calcule os benefícios de uma construção com madeira 05/12/ Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeiras do Estado de Mato Grosso CIPEM (Informa Nov/Dez-2016) 03 Indústria Brasileira de Árvores IBÁ 04 Secretaria de Fazenda SEFAZ 05 Sistema FIEMT/Pesquisa Sondagem Indústria da Construção Janeiro/2017
8 06 Ministério da Trabalho RAIS Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE 08 Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio MDIC 09 Energisa Mato G
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