VICENTE GALVÃO DE CARVALHO JÚNIOR

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO ADMINISTRATIVO VICENTE GALVÃO DE CARVALHO JÚNIOR TOMBAMENTO: Direito de Preservação e Manutenção do Patrimônio Artístico em Praças e Passeios Públicos na Cidade do Natal-RN, um descaso entre os Cidadãos e a Administração Pública NATAL/RN 2017

2 VICENTE GALVÃO DE CARVALHO JÚNIOR TOMBAMENTO: Direito de Preservação e Manutenção do Patrimônio Artístico em Praças e Passeios Públicos na Cidade do Natal-RN, um descaso entre os Cidadãos e a Administração Pública Monografia apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do Certificado de Especialista em Direito Administrativo. Orientador: Me. Hudson Palhano de Oliveira Galvão NATAL/RN 2017

3 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede Carvalho Junior, Vicente Galvão de. Tombamento: direito de preservação e manutenção do patrimônio artístico em praças e passeios públicos na cidade do Natal-RN, um descaso entre os cidadãos e administração pública / Vicente Galvão de Carvalho Junior f.: il. Monografia (especialização) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Programa de Pós-Graduação em Direito Administrativo. Natal, RN, Orientador: Prof. Me. Hudson Palhano de Oliveira Galvão. 1. Tombamento - Monografia. 2. Patrimônio artístico - Monografia. 3. Preservação - Monografia. 4. Arte pública - Monografia. 5. Praças públicas (Manutenção) - Monografia. I. Galvão, Hudson Palhano de Oliveira. II. Título. RN/UF/BCZM CDU

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5 LISTA DE SIGLAS AM PA - ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DE PONTA NEGRA CC - CÓDIGO CIVIL CEI - CENTRO EDUCACIONAL INTEGRADO LTDA. CODERN - COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DO RIO GRANDE DO NORTE FJA - FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO FUNCARTE - FUNDAÇÃO CAPITANIA DAS ARTES IHGRN - INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE IPHAN - INSTITUTO DO PATRIMÔNIO ARTÍSTICO NACIONAL OAB - ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL PAC - PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DE CRESCIMENTO Pe. - PADRE RJ - RIO DE JANEIRO RN - RIO GRANDE DO NORTE SE - SERGIPE SEC - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA SECULT - SECRETARIA DE CULTURA DO MUNICÍPIO DE NATAL SEMSUR - SECRETARIA MUNICIPAL DE SERVIÇOS URBANOS SEMURB - SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE E URBANISMO SESC - SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO SME - SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO UNESCO - ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA

6 URBANA - COMPANHIA DE SERVIÇOS URBANOS DE NATAL LISTA DE ILUSTRAÇÕES FOTOGRAFIA 01 PRAÇA DAS MÃES FOTOGRAFIA 02 PRAÇA 7 DE SETEMBRO FOTOGRAFIA 03 PRAÇA ANDRÉ DE ALBUQUERQUE FOTOGRAFIA 04 PRAÇA CÍVICA FOTOGRAFIA 05 - ANJO AZUL (PARTE DA ASA) FOTOGRAFIA 06 - ANJO AZUL (PARTE DO CORPO PICHADO) FOTOGRAFIA 07 - ANJO AZUL (CABEÇA) FOTOGRAFIA 08 - PRAÇA PREFEITO CLAUDIONOR DE ANDRADE... 75

7 AGRADECIMENTOS A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades encontradas. A esta Universidade, seu corpo docente e Coordenação que me oportunizaram ao ingresso que hoje vislumbro um horizonte superior neste Curso de pós-graduação. Ao meu orientador professor Me. Hudson Palhano de Oliveira Galvão, pelo suporte no pouco tempo que lhes coube, pelas suas orientações e incentivos. A meu pai (in memorian) e a minha mãe, pelo amor, incentivo e apoio incondicional. A minha amiga e colaboradora Adriana Carvalho. obrigado. E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito

8 A praça, a praça é do povo! Como o céu é do Condor! É antro onde a liberdade Cria a águia ao seu calor! (Castro Alves)

9 RESUMO Esta monografia inicia-se com um olhar para o patrimônio histórico e artístico público nas praças públicas da cidade do Natal/RN, bem como conservar, preservar, fazer manutenção e até mesmo sobre o tombamento do patrimônio nacional e local e quais são os órgãos responsáveis pelo mesmo. Como base jurídica considera-se o ordenamento jurídico brasileiro. Abordamos a importância do patrimônio artístico existentes nas praças e passeios públicos tombados no município pelos órgãos competentes e a intervenção desses pelo Poder Público Municipal e o particular, caso necessite de restauração. Em seguida falou-se sobre a conjuntura atual do patrimônio artístico (estátuas, bustos, painéis artísticos) nas praças urbanas, enxergando as suas danificações e o descompromisso dos agentes políticos pela permanência de suas boas condições de uso deixando esses ao ar de abandono. Tratou-se ainda sobre o descaso entre a Administração Pública local e os cidadãos com a arte pública nas praças urbanas registrando-se a desproteção com os bens públicos nos espaços livres da cidade. A manutenção e diagnóstico atual do patrimônio artístico nas praças públicas vieram à tona em um dos subitens deste trabalho. O direito de preservação e a função social também foram abordados, evidenciando-se o meio ambiente. Revitalizar as praças e as obras de arte pública da cidade é a oportunidade para a volta do povo aos lugares públicos, buscando-se solução através de programas de adoção desses espaços, ainda listando-se sugestões variadas para ser colocada em prática e dar credibilidade e retorno da população às praças públicas. Palavras-Chave: Tombamento. Patrimônio. Arte Pública. Preservação. Manutenção.

10 SUMMARY This monograph begins with a look at the historical and artistic public heritage in the public squares of the city of Natal / RN, as well as preserve, preserve, maintain and even on the tipping of the national and local patrimony and which are the responsible organs by the same. The Brazilian legal system is considered as a legal basis. We address the importance of artistic heritage in the public squares and sidewalks listed in the municipality by the competent bodies and the intervention of these by the Municipal Government and the private, in case it needs restoration. Next, the current situation of artistic heritage (statues, busts, artistic panels) was discussed in the urban squares, seeing their damages and the lack of commitment of political agents for the permanence of their good conditions of use leaving them to the air of abandonment. It also dealt with the neglect of the local Public Administration and citizens with public art in urban squares registering the lack of protection with public goods in the free spaces of the city. The maintenance and current diagnosis of the artistic patrimony in the public squares came to the fore in one of the subitems of this work. The right of preservation and the social function were also addressed, evidencing the environment. Revitalizing the squares and public art works of the city is the opportunity for the people to return to public places, seeking solutions through programs of adoption of these spaces, still listing varied suggestions to be put into practice and give credibility and return to the public squares. Keywords: Tumbamento. Patrimony. Public Art. Preservation. Maintenance.

11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO UM OLHAR HISTÓRICO PARA COM O PATRIMÔNIO ARTÍSTICO PÚBLICO NAS PRAÇAS PÚBLICAS DA CIDADE DO NATAL/RN TOMBAMENTO DO PATRIMÔNIO ARTÍSTICO PÚBLICO NACIONAL E LOCAL PATRIMÔNIO ARTÍSTICO X TOMBAMENTO NAS PRAÇAS PÚBLICAS DA CIDADE DO SOL O PATRIMÔNIO ARTÍSTICO E AS PRAÇAS PÚBLICAS UM CAOS DIANTE À REALIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL DESCASO ENTRE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E OS CIDADÃOS COM A ARTE PÚBLICA NAS PRAÇAS URBANAS DA CIDADE MANUTENÇÃO DO PATRIMÔNIO ARTÍSTICO EM PRAÇAS PÚBLICAS DA CIDADE DO NATAL/RN O DIREITO DE PRESERVAÇÃO E A FUNÇÃO SOCIAL DO PATRIMÔNIO ARTÍSTICO NAS PRAÇAS E PASSEIOS PÚBLICOS DA CIDADE NATALENSE O MEIO AMBIENTE ARTÍSTICO-CULTURAL E O DIREITO DE PRESERVAÇÃO AS PRAÇAS E PASSEIOS PÚBLICOS COMO MEIO AMBIENTE ARTÍSTICO-CULTURAL DIREITO DE REVITALIZAÇÃO DAS PRAÇAS PÚBLICAS E SUAS OBRAS DE ARTE NA CIDADE DO NATAL... CONCLUSÃO REFERÊNCIAS ANEXOS

12 10 1 INTRODUÇÃO Este trabalho de conclusão de curso tem como título principal TOMBAMENTO: Direito de preservação e manutenção do patrimônio artístico em Praças e Passeios Públicos na cidade do Natal/RN; um descaso entre os cidadãos e administração pública. Em capítulo 2 (dois) traz um olhar histórico para com o patrimônio artístico público da cidade do Natal/RN nas praças e passeios públicos apresentando-se o seu patrimônio local relevante à história da Fundação da Cidade, a Fortaleza do Reis Magos que se encontra em fase de reconhecimento como patrimônio Mundial da Humanidade vai ser o nosso patrimônio maior. O IPHAN já iniciou o processo administrativo para coletar documentos necessários que a UNESCO exige. No subtítulo 2.1 (dois ponto um) trata-se do tombamento do patrimônio artístico público a nível nacional e local. Incluindo-se critérios como integridade e autenticidade, tipos de segurança jurídica para o patrimônio e indenizações quando couber. O Tombamento do patrimônio valoriza, a permanecer, a conservar e dar identidade de um lugar, cidade e aos próprios cidadãos no sentido de dar viva memória. Já no subitem 2.2 (dois ponto dois) tratou-se sobre o patrimônio artístico e tombamento nas praças públicas da cidade do Sol, ou seja, é a arte pública relacionada com a cidade e seu povo que vem a frequentar ou aquelas que apenas passam no local e que as contém em conjunto algum bem artístico como patrimônio tombado sendo necessário à colaboração de todas as pessoas e o Poder municipal no bojo de garantir a preservação do patrimônio artístico cultural público. No seguinte capítulo trata-se da Manutenção do Patrimônio Artístico em Praças Públicas da cidade do Natal/RN. No subtítulo 3.1 (três ponto um) faz-se referência a um descaso entre a administração pública e os cidadãos com a arte pública nas praças urbanas da cidade. O subtítulo 3.2 (três ponto dois) tratou-se do caos das praças públicas diante da realidade da administração pública. O capítulo 4 (quatro) a função social do patrimônio artístico nas praças públicas. O 4.1 (quatro ponto um) fala-se do meio ambiente artístico-cultural e o direito de preservação. Já no subtítulo 4.2 (quatro ponto dois) trata-se das praças e passeios públicos como meio ambiente artístico-cultural. Encerrando-se os capítulos e seus subitens: com o capítulo 5 (cinco) Direito de revitalizar as praças públicas e suas obras de arte na cidade do Natal. Compreendido nas searas do Direito Administrativo, na Constituição Federal Brasileira e em outras normas vigentes no que tange o assunto em questão. Propondo ainda, garantir aos espaços públicos referentes às praças e passeios públicos, espaços ao bem estar

13 11 com manutenção, conservação, tombamento se necessário de acervo de obras de artes públicas com significativa expressão para a sociedade natalense onde juntos a administração pública e os cidadãos possam valorizar os artistas e a arte pública que se encontra em abandono nas praças e em passeios públicos. Diante do exposto, vivemos numa cidade em que a realidade nos assusta pela falta de respeito com o patrimônio público e todos devem se unir para conservar as obras de arte existentes em ambientes públicos, pois nelas estão retratadas a nossa cultura, a nossa história e a nossa arte na sociedade. Por essa razão é necessário os cuidados com o patrimônio público existente e que os agentes públicos e agentes políticos possam zelar pelos objetos artísticos distribuídos nas suas praças e em passeios públicos na cidade do Natal. É com esse olhar voltado para a situação em que se encontram as obras de artes (painéis, pinturas, estátuas, bustos, outros) distribuídas em praças e passeios públicos da cidade, que se constata a violação do direito à participação e fruição do patrimônio artístico pela municipalidade. A monografia apresentada tem interesse de contribuir para que os cidadãos possam colaborar com a administração pública e que juntos possamos encontrar soluções para a manutenção, se caso for necessário fazer o uso do tombamento oficial das obras de arte que estão nas praças e passeios públicos mais representativos valorizando os artistas da cidade, usando as praças de formas adequadas e até mesmo em parceria com a iniciativa privada. Ainda foi realizado levantamento sobre o patrimônio exposto nos espaços abertos (praças e passeios) públicos no que se refere aos aspectos da função social, o valor histórico, a qualidade de obras que temos pesquisado, tombadas ou não, as condições reais que se encontram o acervo, a sua importância para a sociedade. Discorremos também sobre o ordenamento jurídico e o que os autores têm a tratar sobre o assunto em questão. Quanto aos objetivos explorados tratou-se partindo de dois objetivos, o geral e os específicos: O geral levantou-se no que referia a mostrar a realidade das obras de arte pública nas praças e passeios públicos da cidade e a intervenção da Administração Púbica, cidadãos e iniciativa privada para uma conservação eficaz para com esses patrimônios principalmente aos acervos tombados. Os específicos trataram-se nos seguintes pontos pertinentes: Valorização do patrimônio artístico instalados nas praças e passeios públicos no sentido da permanência efetiva de zelo desses acervos; utilização da legislação própria e da seara do Direito Administrativo e de

14 12 outros direitos referente a tombamento, preservação, manutenção, doação do patrimônio artístico das praças públicas da cidade do Natal; comparação das realidades das praças públicas de outras capitais brasileiras com os da cidade do Natal no tocante ao zelo ou manutenção da Administração Pública e seus agentes públicos e agentes políticos; o levantamento do acervo artístico das praças públicas da cidade com objetivo de conhecer a sua história, o valor da obra de arte na praça, a importância cultural, sua função social, o abandono e a ausência de respeito com a arte pública em ambiente público aberto; a verificação quanto o que a administração pública fez para manter as praças públicas vivas ou a contribuição dos gestores públicos para a não manutenção dos bens artísticos que se encontram em ambientes não adequados, nem protegidos e que não garantem a permanência desses como políticas públicas específicas a esse fim; a conscientização e sensibilização dos cidadãos e autoridades públicas a valorizar o patrimônio artístico das praças e passeios públicos que a obra de arte tem sua importância e função onde todos possam envolver-se pela manutenção e conservação dos bens públicos artísticos e suas praças públicas. A monografia iniciou-se com um passeio in loco pelas praças e passeios públicos da cidade do Natal em especial no que tange as obras de artes que estão nesses lugares voltados a um olhar, a valorizar essas obras, comparação com outras praças e o que está sendo feito para mantê-las vivas, verificar-se em levantamento o que são as praças tombadas ou não, como se encontram atualmente com o descaso e tentar conscientizar os cidadãos e a Administração Pública para dar uma maior importância a esse conjunto de obras que faz parte as praças e passeios públicos que se inclui a jardinagem, estrutura física, espaços para eventos, encontros e o acervo artístico que geralmente as possuem. Aplicou-se pelos métodos investigativos diante da realidade através de levantamento em pesquisa bibliográfica, in loco, conceitual, histórica, e legislativa específica ao meio ambiente, ao tombamento, conservação, Estatuto da cidade, na esfera do direito civil, especialmente na seara do Direito Administrativo, a doutrina de autores nacional, a Constituição Federal brasileira, dentre outros instrumentos e fontes em sites de internet. A pesquisa jurídica realizada foi de natureza qualitativa e quantitativa, posto que quanto à primeira dedicou-se à análise e interpretação do objeto de estudo e enquanto a segunda foi feito um levantamento de dados concretos como entrevistas, visitas aos espaços públicos que contribuiu desta monografia. Na conclusão deste trabalho de especialização registra-se sobre um desejo para uma saída da triste realidade existente nas praças e passeios públicos da cidade do Natal/RN. Como também a conservação e manutenção das obras tombadas ou não, a referência das

15 13 contribuições, ideias e propostas para uma melhor realidade estarão no último capítulo deste trabalho monográfico.

16 14 2 UM OLHAR HISTÓRICO PARA COM O PATRIMÔNIO ARTÍSTICO PÚBLICO NAS PRAÇAS PÚBLICAS DA CIDADE DO NATAL A capital do Estado do Rio Grande do Norte surgiu a partir da intenção espanhola de expulsar os franceses do litoral brasileiro no período da União das Coroas Ibéricas ( ). O rei da Espanha, Felipe II determinou a construção de uma Fortaleza para proteger a Barra do Rio Grande como era chamado naquela época. 1 Essa Fortaleza foi inaugurada no ano de 1598 com o nome de Fortaleza dos Santos Reis (atualmente Fortaleza dos Reis Magos). Dois anos após a criação da Fortaleza, a uma légua da edificação, nasceu a cidade, em 25 de dezembro de 1599, e hoje Natal, que completará 418 anos de sua fundação. A Fortaleza dos Reis Magos deixou de ser um patrimônio conservado pelo Estado do RN, sendo agora preservada e de responsabilidade da autarquia do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN essa transferência ocorreu em A Fundação José Augusto recebeu cessão provisória para reformar a parte interna da Fortaleza, até o final do ano de O mencionado patrimônio encontra-se com paredes bastante danificadas. E hoje, esse monumento histórico construído em 1598 está no processo de reconhecimento para ser patrimônio cultural mundial da UNESCO, que deverá ser finalizado por volta do ano No tocante as praças públicas da cidade do Natal, estas se iniciaram com pequenos pedaços de terras que se encontravam defronte as residências com plantas ornamentais e roseiras, com criação dessas pelos próprios moradores, com o passar do tempo foram incluídos alguns assentos e plantação de árvores frutíferas ou não que dessem sombras e que embelezassem as praças privadas ali existentes. Após muitos anos foi que a administração pública municipal começou a cuidar das praças passando a ser pública, zelando-as, investindo com mais estruturas necessárias, com iluminação, parques para crianças, bancos de assentos, fontes, coretos, estátuas, bustos, painéis, instalações e pinturas artísticas. Neste capítulo volta-se para um olhar sobre o patrimônio artístico público nas praças públicas da cidade, não todas, mas as de maior relevância para a cultura, a história, a própria arte e sua função social. Onde os usuários se apropriam desse patrimônio para usufruir desses acervos que são expostos na praça e participar de outras atividades que esse espaço público lhe propicia. 1 CASCUDO. Luís da Câmara. História da Cidade do Natal. Natal: RN Econômico, 1999, pgs

17 outras. 4 Como assegura MELLO (p. 911), o 15 Na praça estão os diferentes grupos sociais, que ora apoiam, ora questionam e ora transgridem as noções de instância públicas concebidas e aplicadas pelas instituições. Assim parece hoje não mais expressar a totalidade da vida social para se transformar em lugar de passagem, sobretudo de carros. Como também democratizar os espaços individuais e em grupos, apropriação. Marcadas por uma diversidade de indivíduos e grupos, formas de apropriação e redes informais, camelôs, desconhecidos, taxistas, engraxates, pregadores, pivetes, pessoas em trânsito, das estátuas, dos monumentos, etc. Apropriação do espaço tem sido o exercício de um conjunto de práticas. Essas apropriações podem ser individuais e coletivas. 2 As praças se configuram como espaços abertos e necessariamente públicos. Estes espaços são marcados muitas vezes por algum tipo de monumentos que tentam selar a aliança entre o líder e o povo 3 Há pelo mundo algumas praças que se tornaram tão famosas quanto às cidades onde estão localizadas. A Praça São Pedro em Roma, a Praça Castro Alves em Salvador, entre Bem público são todos os bens que pertencem às pessoas jurídicas de direito público, isto é, União, Estados, Distrito Federal, Municípios, respectivas autarquias e fundações de Direito Público, bem como que, embora não pertencentes a tais pessoas, estejam afetadas da prestação de um serviço público. 5 Ainda segundo MELLO, o conjunto de bens públicos forma o domínio público, que inclui tanto bens imóveis como móveis. 6 Os bens particulares quando afetados a uma atividade pública (enquanto estiverem) ficam submissos do regime jurídico dos bens de propriedade pública. O bem de uso comum são os destinados ao uso indistinto de todos, como os mares, ruas, estradas, praças e outros. A destinação desses bens está classificada no art. 99, CC/ CORADINI, Lisabete. Praça XV. Espaço e sociabilidade. Letras Contemporâneas, Coleção Tese, 1995, p Ibid., p Ibid., p MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 31 edição. Editora Malheiros. São Paulo/SP, 2014, p Ibid., p. 931.

18 16 Estão também nessa classificação os de uso especial e os dominiciais. Sendo que se trata aqui como os de uso comum em especial às praças e passeios públicos. 7 A afetação é a preposição de um bem a um dado destino categorial de uso comum. A afetação ao uso comum tanto pode provir do destino natural do bem, como ocorre com os mares, rios, praças, quanto por lei ou por ato administrativo que determine a aplicação de um bem. 8 Os bens públicos brasileiros segue Regime Jurídico próprio e tem as seguintes características como inalienabilidade ou alienabilidade, nos termos da lei os bens de uso comum e de uso especial não alienáveis enquanto conservarem tal qualificação, ou seja, quando estiverem afetados os tais destinos. A impenhorabilidade, não podem ser penhorados, como assim, as obras de arte, os monumentos históricos entre outros. Os bens públicos não podem ser processados para que o credor neles se sacie. Na imprescritibilidade os bens públicos seja quão forem a sua categoria não podem ser suscetíveis de usucapião. Os móveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 9 A utilização de bens públicos pelos particulares, como é natural, depende do tipo do bem (bem de uso comum). Sabe-se que os bens de uso comum (praças) são abertos a livre utilização de todos. 10 Os bens de uso comum servem para serem utilizados indistintamente por quaisquer pessoas, em concorrência igualitária e harmoniosa com os demais, de acordo com o destino do bem e condições que não lhe causem uma sobrecarga invulgar. Exemplo, como sentar nos bancos das praças é utilização do bem público. Ordinária é o uso comum, é livre de quaisquer sujeitos, independentemente de manifestação administrativa equiescente. 11 Um bem público pode também ser gratuito ou remunerado. Podendo também um espaço público aberto que seja comum passando em alguns momentos por um bem especial tipo praça que será transformado por algum período em serventia a um serviço especial que não é consequência de acontecer esse tipo de evento. Acima é necessária autorização de uso ou permissão de uso, ou seja, de uma prévia ciência a Administração pública de que se pretende fazer determinada utilização de uma praça. Feito assim, neste caso não mais se estará ante o uso comum, mas usos especiais. 7 Ibid., p Ibid., p Ibid., p Ibid., p Ibid., p. 944

19 17 Permissão de uso de bens públicos para cigarreiras, quiosques, utilização de calçadas, mesinhas, é o ato unilateral, precário e discricionário quanto à decisão de outorga, pelo qual se facilita a alguém o uso de bem público. Outorgada mediante a licitação. 12 É de entender-se que os usos permissionados ou autorizados não podem está muito próximos às praças que contenham obras de arte ou monumentos históricos que venham a prejudicar a visão, fruição e a visibilidade dessas obras para os transeuntes como praças que a seguir descrevemos com os seus monumentos ou patrimônio importantes que compõe na sua geografia espacial. Ou seja, nada se pode perder em relação ao patrimônio artístico e histórico dessas praças. É notório que a cidade do Natal já tem um acervo de obras de arte muito grande distribuídos nas praças públicas, esse patrimônio originou-se da apropriação, de doações, aquisições e presentes em datas alusivas à cidade. As obras expostas ao ar livre foram criadas por artistas pelos diversos materiais expressivos, cimento, concreto, ferro, bronze, cerâmica, acrílico e outros que possam ficar como um patrimônio permanente nas praças públicas que muitas gerações passam a usufruir desse bem público como observador, fruidor e até de suas lembranças trazidas quando esse espaço e as obras faziam parte da sua convivência quando criança, adolescente e mesmo como adulto. As artes mais antigas nas praças que hoje temos vieram de muitos países distantes como França, Alemanha, Portugal, Inglaterra; as conhecidas como arte importada, principalmente as feitas de ferro e bronze pela sua durabilidade e resistência por não ter artistas locais apropriados na época para esse fim. Neste período, as peças artísticas geralmente eram trabalhadas em tamanhos naturais dos personagens homenageados com muitos detalhes de ornamentos principalmente, aquelas figuras de grandes vultos para a história local ou nacional. 13 As praças do Centro Histórico do Centro da Cidade Alta 14 estão sempre perto uma das outras, como a Praça André Albuquerque, antiga Praça da República, inaugurada em 16 de novembro de 1905, que também é conhecida como Praça Vermelha e em seu solo revestido de tijolos que desenham o símbolo do Marco Zero da cidade e logo em seguida encontra-se o monumento artístico Rosa dos Ventos em chapa de ferro cortado de colorido em amarelo 12 Ibid., p SUN, Alex. Projeto da praça: convívio e exclusão no espaço público. São Paulo: Editora SENAC. São Paulo, 2008, p IPHAN. Portaria nº 72, de 16 de julho de Homologa o tombamento do Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico do Município de Natal, no Estado do Rio Grande do Norte. Publicado no D.O.U. Seção 1. Nº 136, sexta-feira, 18/07/2014, ISSN , p. 11.

20 18 ouro, do escultor Gabriel. É uma das praças mais antigas da cidade e que homenageia o fundador da cidade, a mesma praça tem registros da celebração da 1ª missa que fundou a capital do Estado. E bem mais perto se encontra a Praça 7 de Setembro que tem monumento histórico em comemoração aos 100 anos da independência do Brasil, construído em 1922, as estátuas monumentais foram moldadas em bronze sobre base em pedra. Natal, por ser uma cidade ainda muito católica, suas praças geralmente fica na lateral ou na frente de igrejas. Como exemplo a Igreja de Nossa Sra. do Rosário construída pelos escravos ou em frente da própria igreja que dá para uma vista do Rio Potengi e um cruzeiro em madeira todo trabalhado em entalhe e sua base feita de alvenaria com arabescos ornamentados na Cidade Alta. A praça é a Dom Vital (Vital Maria Gonçalves de Oliveira) que foi frade Capuchinho e 20º bispo na cidade de Olinda-PE. Nascido na Paraíba e falecido na França. O monumento que há na praça tem porte pequeno em base elevada para que os vândalos não consigam danificá-lo, a obra artística representa duas mãos negras desacorrentadas quebrando a corrente para a sua liberdade, alusão aos escravos. A pintura do painel tem base em azulejo. A Praça Augusto Severo expõe a estátua de seu homenageado em tamanho natural todo em ferro, arte importada clássica, sobre uma base construída em alvenaria local central do antigo bairro da Ribeira. Augusto Severo de Albuquerque Maranhão foi político, jornalista, pioneiro da aviação internacional e inventor do Potyguarama, que nunca chegou a ser construído, bem como o Zepelim (PAX). As praças públicas estão sempre homenageando um dos filhos eleitos da cidade ou de quem morou vindo das cidades interioranas, mas que deixaram o seu legado para a sociedade como é o caso do inventor Augusto Severo, macaibense, reconhecido na França. No roteiro dessa pesquisa encontrou-se o busto do Almirante Tamandaré que a praça que leva o seu nome próximo ao viaduto do Baldo, esse homenageado foi militar da Marinha do Brasil, combateu lutas e enfrentou guerras chegando a ser patrono da Marinha do Brasil. O busto de Tamandaré foi confeccionado em bronze num estilo realista por volta do séc. XIX e abaixo da base encontra-se uma âncora de ferro. A referida praça é importante protagonista no conjunto de transformações que caracterizam o moderno e possui árvores frondosas e as próprias jardineiras são utilizadas como bancos de assentos para os usuários. Localizado na Praça Padre João Maria, que leva o nome do religioso, o busto foi inaugurado em 07 de agosto de Vigário de Natal no período de 1881 a 1905, quando ocorreu seu falecimento. O padre é reverenciado até hoje por milhares de natalenses. O

21 19 processo de canonização no Vaticano, o Pe. João Maria ainda não conseguiu a sua canonização. A imagem do reverendo é um busto conservado que fica sobre uma alta coluna revestida de granito com muitas flores artificiais em volta, velas e objeto de ex-voto. A Coluna Capitolina, monumento presenteado a Natal pelo então ministro italiano Benito Mussolini, para comemorar a travessia ao Atlântico, realizada em 1928, pelos avaliadores Carlo Del Petre e Arturo Ferrarin. A inauguração do monumento ocorreu em 8 de janeiro de Esta coluna já esteve em alguns lugares da cidade, como Baldo, próximo ao Cais do Porto e atualmente em praça fechada do Instituto Histórico e Geográfico do RN. Antiga Praça da República inaugurada em 16 de novembro de 1905, a Praça Augusto Severo, localizada na Ribeira, é uma homenagem ao pioneiro da avaliação internacional e construtor do Balão Pax. E temos nesta praça a obra monumental de sua estátua em tamanho natural, importada da Europa, em ferro, com requintes de detalhes. Natal possui um importante patrimônio histórico. Preservar esse patrimônio é garantir às novas gerações o direito à memória. A cidade não é só valorizada pelo seu patrimônio imaterial ou natural (praias, dunas e festejos religiosos), mas por diversos monumentos espalhados pelas praças e passeios públicos que a cidade dispõe e que continua apresentada e representada pelas obras de artes monumentais como nosso maior representante da cultura popular o folclorista Câmara cascudo que se encontra em estátua de tamanho natural em bronze sendo sua base em forma de uma mão humana que sustenta apoiando o homenageado. A estátua monumental está localizada em frente ao Memorial Câmara Cascudo. Como já foi dito as autoridades públicas faz homenagens às pessoas de renome que deixaram algum legado para a nossa cidade e seu cidadão para servir de referência para outros homens e mulheres que possam seguir a história, a cultura e a arte. As centenas de obras distribuídas nas praças públicas valorizam os artistas que as fizeram ou retrataram a história e a cultura da capital potiguar, pois mostram que os governantes orgulham-se das celebridades artística que contribuíram para o desenvolvimento da cidade e do Estado. Não tem nada melhor do que a Administração pública para valorizar, garantir a permanência dos monumentos importantes que através da arte representa a nossa evolução histórica, na ciência retratam acontecimentos importantes ocorridos e registrados em tempos distintos.

22 20 O poder público pode continuar a valorizar os monumentos da cidade através de criação de políticas públicas voltadas a valorização dos patrimônios tombados ou não. Pois, esses símbolos artísticos são os que representam a cidade, hoje e no futuro pela arte. Tratando-se ainda de lugar público temos praças famosas como a Praça Pedro Velho (praça cívica) composta de uma arte de uma figura feminina e um busto em bronze do exgovernador do Estado em pedestal revestido de mármore. Além dos patrimônios artísticos distribuídos nas praças e passeios públicos há o marco do relógio que não deixa de ser um monumento pela sua existência de anos localizados na Praça Gentil Ferreira no bairro do Alecrim um dos bairros mais antigos de nossa cidade com grandes atividades econômicas entorno do marco do relógio vários lojas em volta e muitos transeuntes possam por ali vendedores, idosos, evangélicos que normalmente ver a hora no relógio que se apoia no marco, ora o relógio precisa de atualização da hora. Mas, já faz parte da paisagem do bairro. O patrimônio da arte nas praças de Natal/RN as mais antigas vieram do exterior, de estilo clássico e de materiais de bronze, ferro, vidro, advindo de vários países encomendadas pelas autoridades públicas, esses bens artísticos geralmente vinham pelo transporte fluvial através de navios. Na Praça Almirante Tamandaré existia busto em bronze e abaixo da base encosta-se uma âncora em ferro o homenageado foi patrono da Marinha do Brasil. Localizada a praça no baldo poucos transeuntes usufrui da praça pacata com várias árvores frondosas. O busto de Tamandaré e âncora encontram-se na Praça Cívica. A arte pública da cidade encontra-se em maior número pelo Centro Histórico de Natal de cunho religioso, como a já mencionada Praça Padre João Maria bastante frequentada pelos seus fiéis. Esta praça está localizada no centro da cidade em torno de edificações importantes como a primeira catedral metropolitana de Natal que tem como padroeira Nossa Senhora da Apresentação. Lembrando-se de Nossa Senhora da Apresentação imagem encontrada pelos pescadores no Rio Potengi que banha a cidade a estátua foi encontrada em um caixote a mesma está erguida em uma coluna a original encontra-se próxima à escadaria que dá acesso imagem e é muita cultuada e festejada. A imagem faz peregrinação e órgãos públicos em outros templos com procissão finalizando as suas comemorações no dia 21 de novembro. Com todos esses registros mencionados a só melhora esse conjunto de acervo da cidade nas praças contribui para que as novas gerações possam conhecer e identificar sua cidade através da história, cultura, da arte e seus artistas e que outros como turistas faça o

23 21 mesmo, ou seja, levem de nossa cidade na memória ou fotos o nosso diferencial que geralmente cada lugar possui diferenciando-se uma das outras. Ainda no cunho religioso temos um patrimônio importante por aqueles que acreditam nos Orixás que já da época dos escravos africanos cultuavam imagens sacras, mas transformava em imagens por nomes diferentes como, exemplo nossa senhora da Conceição é tida como Iemanjá e temos essa imagem bem representada pelo povo que a cultua simbolizando a entidade conhecida como a mãe dos Orixás ou rainha do mar a obra de arte de Iemanjá localiza-se no passeio público na praia do Meio da capital de criação do escultor Etevaldo está escultura de tamanho mais do que o natural é um monumento bastante conhecido na cidade e pelos que seguem o caminho do candomblé. A responsabilidade com o patrimônio da cidade é da SEMSUR em reparos, preservar, fazer transferência, fazer consertos, deslocação das obras de uma para outra praça busca-se a uma melhor visualização ou acomodação dessas onde o público possa fruir desses patrimônios. A FUNCART, FJA e o IPHAN unem esforços para a permanência do patrimônio não ser destruído e tem seu controle nos assentamentos desses por Livro de Tombo que pode ser vários volumes dependendo de número do acervo registrado cria-se assim uma identidade por meio de seus registros públicos e sabendo onde se encontra cada monumento existente na cidade. Voltando-se para continuar a um olhar para os monumentos o importante busto de D. Pedro II, encontra-se guardado no Memorial Câmara Cascudo na Cidade Alta, o lugar certo é na praça e não em memorial e sendo assim, nem todos os cidadãos visitam o memorial, pois na praça fica mais público, antes era exposto na Praça João Tibúrcio. O acervo de arte pública deve estar aberto para todos os que passam pelo local para usufruir, fruir e ser expectador do acervo artístico público e valorizar a arte que estão nas praças públicas. O patrimônio da cidade nas praças não é muito vasto e estão nas praças mais antigas da cidade que colaboraram com os acontecimentos históricos daquela época como é o caso da visita do Presidente norte americano John Kenedy que quando veio a natal presenteou acidade com o busto que retrata a própria imagem. A capital potiguar teve momentos importantes à vinda do Presidente americano. Olhando ainda mais para a arte e a história de Natal/RN um dos grandes vultos de nossa história foi o nosso inventor e filho ilustre Augusto Severo que criou o Zepelim ou Pax com forma de charuto o criador é renomadíssimo na França em quanto em Natal à população por muitas vezes ignoram. Há uma estátua em ferro tamanho natural com requintes de

24 22 detalhes apoiado por uma base que o deixa mais imperoso o monumento é encontrado na praça que leva o nome do homenageado, a estátua praticamente passa quase despercebida pela população que circula na praça. Era uma arte que não se criava em Natal como acontecia em todo o Brasil eram encomendadas, a pedido das autoridades para representar os grandes ícones que marcaram fatos relevantes na cidade ou no país eram chamadas essas artes de importadas ou clássicas e por durarem mais pelo material que era criado no caso o metal ferro permanência para muitas gerações coisa que hoje o efêmero é que está nas praças e que se danificam rápido pela ação do tempo e pelos seus materiais de péssima procedência. Tratando-se em continuar com os grandes vultos e nas colaborações que deixaram através de patrimônio em lugares abertos e públicos não se podia deixar de registrar aqui um artista de grande importância para a arte de Natal o nome de Dorian Gray Caldas por sua inúmeras obras artísticas que revolucionou as artes em Natal com o seu estilo moderno sendo pioneiro ele e Newton Navarro modernistas em suas obras. Dorian usava a praça pública para fazer suas exposições e permanecem grandes obras suas em caráter permanente nesses locais como no presépio de Natal em Lagoa Nova sendo um mural pintado. Na Praça do Rotary Club no bairro de Petrópolis uma obra moderna em chapa de ferro recortada com formas humanas de homem e mulher. Em 2010, Dorian Gray homenageia as mães praça das Das Mães que esperavam a chegada de seus filhos da 2ª Guerra Mundial os combatentes a praça das mães recebeu um grande painel artístico pintado em cerâmica assinado em 1985 pelo artista. Nos 400 (quatrocentos) anos da cidade recebeu um grande presente por uma empresa privada do ramo da construção civil a obra intitulada Arco do Sol embelezando como pórtico na Avenida Engenheiro Roberto Freire o monumento foi criado com o material metal ferro ao passar anos no local foi retirado para restauração que até então as autoridades competentes ainda não reinstalou no local. Um enorme monumento construído pela administração pública da cidade quando também completou seus 400 (quatrocentos) anos foi o pórtico da entrada da cidade a Estrela do Natal e os seus três Reis Magos local de instalação conhecido como a entrada de Natal na BR-101 que inicia com esse marco arcado por um lado da BR a base que se inicia o arco de sustentação da estrela de outro lado da BR conclui-se esse monumento com os três Reis Magos, a estrela confeccionada com o material metálico que fica acima das imagens. O arco e as estátuas são em concreto armado. Sendo uma grande obra de arte a céu aberto num

25 23 passeios público privilegiado por quem entra e quem sai pro sentido Sul da capital potiguar. Esse monumento sempre é muito preservado pela administração pública. Neste trabalho monográfico não será tratado em análise todas às praças e passeios públicos existentes na cidade do Natal até porque se soma em 267 espaços que hoje temos, mas olha-se para aquelas que em sua grande maioria há uma representação importante para a cultura, história, arte pública e que de alguma maneira contribuí para a nossa identidade e memória da cidade através de registros pictóricos. A administração pública tem dever de levar a arte pública para a população principalmente para aqueles carentes de cultura que não tem acesso a exposições de arte, museus e a livros ilustrativos de artes para que possam valorizar a nossa arte, história e cultura formando um cidadão mais crítico e que valorize a arte e seus artistas levando pela construção da identidade do lugar, preservando seus patrimônios nas praças. Conscientizar as futuras gerações dando a devida importância das praças e artes. Quem nunca esteve numa praça pública mesmo que fosse de passagem, passar em torno com veículo automotor ou mesmo atravessar para atalhar caminhos, sentar em bancos de assentos para conversar, reunir-se com amigos até deparar-se com algum monumento histórico e/ou artístico através de um painel pintado por artista local ou ainda numa vista de grandes estátuas, bustos de homenageados que deixaram legados para a cidade. Então, este lugar público de uso de bem comum afetado na prática e que possui sua função social ativa das aos usuários a participação direta com a arte pública, mas a função da praça não é só fruir arte e usufruí-la há diversos outros usos múltiplos que acontece nesse mesmo local como as feiras de artes e antiguidades entre outras atividades. As expressões artísticas que estão nas praças têm sua grande importância na vida dos natalenses porque o patrimônio exposto em público adiciona a construção da identidade da cidade, pois sem registros documentais ou edificados não existe história, sem o patrimônio não teremos como no futuro das futuras gerações não saber como foi no passado de uma época que os mesmos não vivenciaram. Estamos em um tempo em que há preocupação das autoridades oficiais em manter e valorizar seus patrimônios públicos para as novas gerações. Sem falar que o patrimônio público de uma cidade gera fonte de renda ao setor turístico trazendo centenas de turistas buscando ver o que a cidade do Natal tem de diferencial para com as outras cidades do país. As Fundações de Cultura e Autarquias como o IPHAN tombam e mapeiam os acervos patrimoniais da cidade para melhor representar os monumentos que são de valor histórico,

26 24 artístico, etnográfico da cidade do Natal para eternizar os acervos patrimoniais de grande relevância, pois antes eram muito menos valorizados. As praças e passeios públicos são os mais acessíveis por estarem em lugar aberto que facilitam aos cidadãos o uso desse bem público que se trata da importância de um olhar ao patrimônio artístico que todos possam interagir com essas artes públicas valorizando-as, zelando-as, preservando-as para fim de identidade da nossa cidade eternizando os patrimônios públicos existentes. Diante de tudo que foi exposto, o patrimônio artístico nas praças públicas tem como função social manter e usar os bens públicos pelos cidadãos orgulhando-se de uma cidade que valoriza a sua arte, cultura e sua história não só pelo embelezamento, mas de fazer que o público expectador encontre-se com um momento que não foi seu, ou seja, que não pertenceu ao seu tempo e que pode levar a essas pessoas numa relação com o passado, presente e futuro. Pois, essas artes locais nas praças e passeios públicos de Natal mostram acontecimentos históricos, científico, cultural e artístico. Nesse sentido este capítulo veio mostrar historicamente na sua trajetória o patrimônio cultural, artístico existente nas praças e passeios públicos mais relevantes que possuem para a população natalense um vasto patrimônio artístico criados com diversos materiais e em diversos temas de cunho social, político, histórico, religioso através da arte como acervo do patrimônio público da cidade do Natal e, sendo obrigação da Administração pública Municipal zelar cuidadosamente e respeitosamente pela permanência constantes desses bens públicos. 2.1 TOMBAMENTO DO PATRIMÔNIO ARTÍSTICO PÚBLICO NACIONAL E LOCAL O patrimônio artístico tombado da cidade do Natal consiste em bens móveis e imóveis existentes conservando os que sejam de interesse público ou coletivo. Tratando-se especificamente de patrimônio cultural da cidade. Além desses bens podem ser tombados os de valores etnográfico, documentos oficiais, as praças e passeios públicos, os de valores artísticos e os bens que possuem relação com fatos memoráveis com a cidade de valores excepcionais. E como se dá o tombamento a nível nacional e o local do patrimônio cultural. No Brasil, a proteção do patrimônio cultural, denominado patrimônio artístico, é regulamentada pelo Decreto-Lei nº 25/37, que disciplina o instituto do tombamento, o

27 25 processo de tombamento de um bem, os efeitos jurídicos produzidos pelo instituto e as sanções advindas da não observância das restrições que recaem sobre o bem tombado. 15 O tombamento consiste num regime jurídico específico, imposto por ato administrativo unilateral de cunho singular, quanto ao uso e fruição de coisa determinada, cuja conservação seja de interesse da coletividade e que acarreta o dever de manter a identidade do objeto, podendo gerar direito de indenização. 16 Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados. (Lei 7.347/85. Lei da Ação Civil Pública) O objeto da ação pode ser uma indenização destinada a prover um fundo para a reconstrução dos bens lesados ou a prestação de obrigação de fazer ou de não fazer. 17 Foi criado um Fundo para reconstituição de bens lesados de que trata o art. 13 da Lei 7.347/85. Esse decreto de nº /86 regulamenta o referido Fundo acima citado, assim destina-se à reparação dos danos causados de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. No Art. 2º do Fundo a que se refere este Decreto está constituído pelas indenizações decorrentes de condenações por danos mencionados no art. 1º deste Decreto e multas advindas de descumprimento de decisões judiciais. A gestão desse Fundo é gerida pelo Conselho Federal, com sede em Brasília/DF. Esse Conselho tem competência de zelar pela utilização prioritária dos recursos na reconstituição dos bens lesados, no próprio local onde o dano ocorreu ou possa vir a ocorrer; firmar convênios e contratos com o objetivo de elaborar, acompanhar e executar projetos para reconstituição dos bens lesados; examinar e aprovar projetos de reconstituição de bens lesados. Essas competências estão insculpidas nos incisos I, II e III do art. 4º Decreto nº / Esse Conselho Federal está subordinado à estrutura organizacional do Ministério da Justiça e dispõe de uma Secretaria Executiva. Há diferença entre um e o outro que não uni ao 15 SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. 2.ed., Ed. Petrópolis. São Paulo, 2012, p JUSTEN Filho. Marçal. Curso de Direito Administrativo. 5ª ed rev e atual. São Paulo: Saraiva, 2010, p Lei 7.347/85 modificada pelas Leis nº /2001 e /2007, artigos 3º e 13 apud SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. 2.ed., Ed. Petrópolis. São Paulo, 2012, p PIETRO, Maria Sylvia di. Administração Pública. Legislação. Ed. Malheiros. São Paulo, P. 230 e 231.

28 26 tombamento. O tombamento se relaciona ao modo de usar e fruir de uma coisa, envolvendo deveres de fazer e de não fazer. 19 O tombamento atinge bem determinado. Até é possível, como ensina Maria Sylvia Zanella di Pietro, que o tombamento atinja todos os bens em situação equivalente (os imóveis de um bairro ou de uma cidade), mas isso deveria sempre das características individuais que cada bem apresenta. Ou seja, apenas serão tombáveis os bens que apresentarem características especiais. Em outras palavras, se tomba cada imóvel ali existente que apresente características peculiares e especiais. 20 Os bens devem ter um grupo de elementos que tenham um valor excepcional do ponto de vista da história, da arte, da ciência. Nem todos os bens podem ser tombados só aqueles que são de valor patrimonial de grande relevância histórica e artística local, nacional, ou seja, de importância para a coletividade, devem ser inscritos separado ou agrupadamente num dos quatro Livros do Tombo. São também sujeitos a tombamento os monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que importe conservar e proteger pela feição notável (arqueológico, etnográfico). Vale ressaltar que este entendimento não é totalitário, para alguns doutrinadores outros instrumentos jurídicos devem tratar sobre a proteção destes, como a ação civil pública, criada pela Lei 7.347/85 e alterada pela Lei /07 que altera e inclui a Defensoria Pública como legitimada para propor ação principal e ação cautelar. O autor desta monografia tem um posicionamento diante da realidade em que se encontra o meio ambiente natural, elegendo o tombamento, devido este instituto ser mais garantidor para esse bem no sentido de preservar o ambiente natural como um todo para futuras gerações. Para José Cretella Júnior, se tombar é inscrever, registrar, inventariar, cadastrar, tombamento é a operação material da inscrição de bem, móvel ou imóvel, no livro público respectivo. Tombamento é também o ato administrativo que concretiza a determinação do poder público no livro do tombo. 21 Acerca da natureza jurídica do tombamento convém registrar que o enfoque repassa pro sentidos variados como servidão administrativa, bem de interesse público e limitação administrativa. CARVALHO Filho não concorda com a maioria dos pontos acima mencionados, pois considera sua natureza um instrumento especial de intervenção restritiva do Estado na propriedade privada, que ainda se configura como concreta e específica, enfim, 19 JUSTEN Filho. Marçal. Curso de Direito Administrativo. 5ª ed rev e atual. São Paulo: Saraiva, 2010, p Ibid. p Ibid. p. 604

29 27 como determina os arts. 7º e 8º do Decreto-Lei 25/37 é a de se qualificar como meio de intervenção do Estado consistente na restrição, do uso de propriedades determinadas. 22 O patrimônio possui os elementos característicos inerentes ao homem por serem produzidos por manifestações humanas por meio dos bens culturais imóveis; os monumentos. Conforme com o Decreto-Lei de nº 25, de 30 de novembro de 1937, IPHAN 23, em seu art. 4º o patrimônio deverá ser inscritas as obras em quatro Livros do Tombo que são: Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico; Livro do Tombo Histórico, coisas e as obras de arte históricas; Livro do Tombo das Belas Artes, as coisas de arte erudita, nacional ou estrangeira e o Livro de Tombo das Artes Aplicadas, nacionais ou estrangeiras. Nesses livros poderá ter vários volumes. O tombamento dos bens pertinentes à União aos Estados e aos Municípios se fará de ofício pelo diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e notificar a quem pertencer ou a querer cuja guarda estiver à coisa tombada, a fim de produzir os necessários efeitos. Ainda segundo o Decreto-Lei nº 25/37, o tombamento é o instituto jurídico pelo qual se faz a proteção do patrimônio histórico e artístico, que se efetiva quando o bem é inscrito no livro do tombo. 24 Para a incursão um bem patrimonial ser tombado é preciso observar os critérios impostos para definir a sua importância para a coletividade e para a administração pública, inicia-se os critérios obtidos já pelo seu valor, a sua autenticidade, a sua integridade, devem ser protegidos através da incursão no Livro de Tombo. Os critérios de autenticidade e integridade de um bem cultural autêntico é um bem que mantém ao longo do tempo seus aspectos exteriores inalterados. Tornando-se secundário apurar se a sua utilização era a mesma na época em que foi concebido. 25 O da integridade do patrimônio que se trata de uma avaliação do caráter intacto do bem cultural e das suas características, que, para sua incursão no tombamento deve possuir todos os elementos necessários que expressem o seu valor especial. É considerado um bem cultural de valor especial conforme aqui se registra alguns como representa uma realização artística única, das artes monumentais, com obras artísticas de importância excepcional. 22 CARVALHO Filho, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, 21ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009, pgs IPHAN. Decreto-Lei de nº 25, de 30 de novembro de Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. Disponível em: Portal.iphan.gov.br/legislação. Acesso em 10 out SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. 2.ed., Ed. Petrópolis. São Paulo, 2012, p Ibid. p. 98

30 28 O tombamento voluntário se dá pelo proprietário e a coisa se revestir dos requisitos necessários para constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico nacional, passando o pedido ao Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. No que se refere ao tombamento compulsório se dará quando o proprietário se recusar a anuir à inscrição da coisa e passará também por um processo que norteará o proprietário para anuir do tombamento, dentro do prazo de quinze dias, a contar do recebimento da notificação, oferecer dentro do mesmo prazo as razões de sua impugnação. Caso não haja impugnação os direitos do serviço do patrimônio histórico e artístico nacional mandará por simples despacho que se proceda a inscrição da coisa no competente Livro do Tombo. Quando se tomba bens móveis ou imóveis que pertençam à União, aos Estados e Municípios, inalienáveis por natureza, só poderão ser transferidos de uma à outra das referidas entidades. É pouco usual aludir ao tombamento de bens móveis, mas os mesmos motivos que conduzem ao tombamento de imóveis conduzem à possibilidade de tombamento das coisas móveis. 26 Paulo Affonso Leme Machado ensina que tombar um bem é inscrevê-lo em um dos livros do Tombo, existentes no anteriormente chamado Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou no livro apropriado da repartição estadual ou municipal competente. 27 Em caso de transferência e deslocamento dos bens o proprietário particular deverá comunicar ao órgão competente do serviço do Patrimônio, transcritos para os devidos efeitos em livro a cargo do registro de imóveis e averbado ao lado da transcrição do domínio. Para fazer tais mudanças terá o prazo de trinta dias e como não os faça poderá sofrer pena e multa de dez por cento. A coisa tombada não poderia sair do país, senão por curto prazo e para fins de intercâmbio cultural a exemplo de uma exposição itinerante com objetos de outros países tombados, mas com tempo determinado a voltar ao país com prévia autorização especial ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ser reparados, pintados ou restaurados, sob pena de multa de cinquenta por cento do dano causado. Todas as vezes que um bem tombado precisar de uma restauração é obrigada a informar ao IPHAN mesmo sendo de uma entidade pública ou de um particular. Pois, é o 26 JUSTEN Filho. Marçal. Curso de Direito Administrativo. 5ª ed rev e atual. São Paulo: Saraiva, 2010, p SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. 2.ed., Ed. Petrópolis. São Paulo, 2012, p. 126

31 29 IPHAN quem pode autorizar o serviço para não ter modificação no patrimônio, ou seja, para não perder suas características próprias. Essa proteção também cabe à coletividade sem deixar o Estado obrigado a conservar, valorizar e transmitir as futuras gerações o patrimônio cultural. 28 A Constituição Federal determina que os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos na forma da lei. 29 A Lei nº 9.605/98 prevê os tipos penais relativos aos danos causados ao patrimônio cultural, na forma dos artigos 62 a 65. Esta lei revoga os artigos 165 e 166 do Código Penal relativos à matéria. Assim, o artigo 62 da mencionada pune a destruição, a inutilização ou a deterioração de bem cultural protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, inclusive arquivos, registros, bibliotecas, pinacotecas, instalações científicas ou similares. Neste sentido, estão incluídos os bens culturais tombados. Outra inovação importante é proibir a pichação ou conspurcar a edificação ou o monumento urbano por outro meio. A Lei nº 9.605/98 foi alterada pela Lei nº /2011, que exclui da sanção penal a prática de grafite que foi realizada com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística, desde que haja a devida autorização pelo proprietário, locatário ou arrendatário nos casos dos bens privados, e, no caso dos bens públicos, com a autorização do órgão competente e a observância das posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação e conservação do patrimônio histórico e artístico. O objeto jurídico da norma é assegurar a integridade material e o valor cultural do bem. 30 A coisa tombada não pode sofrer em sua vizinhança no seu entorno não podendo colocar anúncios, colar cartazes e construção que lhe impeça a visibilidade do bem. O proprietário da coisa tombada, que não dispuser de recursos para proceder as obras de conservação e reparação que a mesma requerer levará a autoridade competente para que a expensa seja feita pela União pois, são muito poucos os proprietários que valorizam o seu patrimônio oficialmente tombado e quando esse bem chega a necessidade de preparo de conservação ou até restauração geralmente, o proprietário não quer arcar com as despesas, mas mesmo assim, são obrigados por lei a manter os imóveis e móveis tombados preservados pelos seus proprietários. Somente nos casos de realmente o proprietário não puder expensar 28 SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. 2.ed., Ed. Petrópolis. São Paulo, 2012, p BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988, Art. 216, 4º. 30 SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. 2.ed., Ed. Petrópolis. São Paulo, 2012, p. 144.

32 30 com os seus próprios recursos é que devem procurar o poder público para realizar e fazer pagamento pela restauração ou conservação do bem público tombado. Os entes federativos realizaram acordos, para melhor coordenar e desenvolver as atividades relativas à proteção do patrimônio histórico e artístico nacional e para a uniformização da legislação estadual complementar sobre o tombamento. Diante de tanta barbárie referente aos danos trazidos a bens de valor artístico, estético, histórico e turístico a Lei de n.º 7.347, de 24 de julho de 1985, disciplina através de ação civil pública e responsabiliza os sujeitos que causam danos a esse tipo de patrimônio já mencionado acima como expressa o seguinte artigo: Art. 1º Regem-se pelas disposições desta lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: I ao meio ambiente; II bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; e VIII ao patrimônio público social. No art. 3º da mesma lei diz: Ação civil poderá ter objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. E para proteger ao patrimônio evitando maiores danos a eles é necessário ajuizar ação cautelar conforme preceitua o artigo abaixo: Art. 4º. Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta Lei, objetivando, inclusive, evitar dano ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, à ordem urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. (Redação dada pela Lei nº , de 2014). Ação Civil Pública tem como base legal a Lei nº 7.347/85, que cabem por danos entre outros o seu os bens de valor artístico, estético, histórico e paisagístico (Inc. III) No artigo 5º dessa Ação principal e a cautelar poderão se propostas pelo Ministério Público, pela União, pelos Estados e Municípios. Poderão ainda ser propostas por autarquia, empresa pública, fundação, sociedade de economia mista ou por associação. E o STF decidiu que a Defensoria Pública tem também legitimidade de propor ação civil pública. Através da ADI O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei. Em desistência da Ação Civil pública por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. No artigo 5º redação dada pela Lei nº , de 2007, expressa que quem tem legitimidade para a ação principal e ação cautelar são: o Ministério Público, Defensoria Pública, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios,

33 31 a autarquia, as empresas públicas, fundação, sociedade de economia mista, a associação que este já constituída há pelo menos um ano nos termos da lei civil que estuda dentro de suas finalidades institucionais a prestação do patrimônio público e social, ao artístico, estético, se não intervier no processo como partes, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei. Ainda sendo facultado ao poder público e outras associações legitimadas nos termos deste artigo habilitar-se como litisconsorte de qualquer das partes. (BRASIL, 2007) 31 Considera-se o patrimônio histórico e cultural da cidade do Natal, as obras, objetos, documentos, móveis e imóveis de valor histórico, cultural sendo material e imaterial em Livro de Tombo Municipal. As competências legislativas e administrativas dos entes federados em relação aos bens culturais estão disciplinados nos artigos 23 e 24 da Constituição Federal de Em face da nova ordem constitucional, o Município sofreu restrições à autonomia legislativa de que dispunha para disciplinar o instituto do tombamento, pois a Constituição Federal outorga ao Município competência para promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação local, no que se refere à proteção do patrimônio local, encontra limites nas normas federais. Quanto às competências administrativas, a Constituição confere a todos os entes federados (competência comum) a incumbência de proteger o patrimônio cultural. 32 O patrimônio de grandes valores histórico, cultural e natural deve-se estar inscritos em dos três livros de Tombo. O Livro de Tombo Municipal fica sobre a manutenção da Fundação Capitania das Artes FUNCART e o Conselho Municipal de Cultura, o que for de interesse para o Município devem-se inscrever os bens. Nos três livros de tombo consta-se um para o acervo histórico, outro para tombo arquitetônico e paisagístico e mais um para as obras de Artes Visuais e da Literatura esse último é o que mais nos interessa. O Livro de Tombo Municipal como já foi dito acima voltada para as Artes Visuais, ou seja, incluirá a inscrição das estátuas, esculturas, bustos, painéis artísticos, pinturas, vasos de valores estéticos representativos até mesmo na história que reproduzam o estilo de época, as gravuras, tapeçaria, vitrais, móveis artísticos, imagens sacras, escrituras incluindo letras ornamentais e tantos outros objetos móveis e imóveis de acervo municipal, que tenha sido originário de nossa cidade como também os que vieram de outras origens mas que agregam a nossa arte e a nossa cultura local. 31 BRASIL. Lei nº , de 15 de janeiro de Altera o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, que disciplina a ação civil pública, legitimando para sua propositura a Defensoria Pública. Disponível em: << >> Acesso em: 17 out SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. 2.ed., Ed. Petrópolis. São Paulo, 2012, p. 146.

34 32 O Tombo será instaurado via processo por iniciativa de uma das instituições mencionadas ou de pessoas jurídicas ou físicas, pleito passa a ser apreciado pelo Conselho Municipal de Cultura. Os requerimentos deverão ter fundamentos em parecer técnico emitido pela instituição competente. São requisitos para pedido de tombamento, razão explicativa da solicitação e os seguintes documentos: Memorial Descritivo, contendo histórico do bem a ser tombado; descrição gráfica e iconográfica; síntese ou sinopse do bem a ser tombado. (NATAL, 2009) 33 O prazo para ser notificado o proprietário será de 15 (quinze) dias úteis igual prazo para o mesmo apresentar contestação ou tombamento. Se não há existência de contestação, o bem se torna definitivo. O tombamento é publicado no Diário Oficial do Estado. Não só aos proprietários como também aos cidadãos o zelo e proteção aos bens tombados. O bem tombado não poderá perder as suas características quando na restauração, reparação, alteração ou uma intervenção no bem tombado deve-se ter técnicos orientando e acompanhando para a execução. O Conselho Municipal de Cultura deverá ter conhecimento sobre as construções que estão próximas aos bens ou bem tombado como também anúncios de propaganda que inviabilize a visão desses. Outro instrumento importante que pode ser utilizado pelo poder público para implementar a proteção jurídica dos bens culturais é a aplicação das medidas previstas na Lei Federal nº /2001, conhecida como Estatuto da Cidade. A administração municipal do Natal poderá pleitear junto às instituições bancárias oficiais abertura de linhas de crédito ao proprietário do bem tombado, mas como o proprietário não tenha condição financeira para executar obra necessária fica na responsabilidade do poder público municipal. Os bens tombados no município conforme lei específica deve-se sempre está em bom estado de conservação e ao abrigo de possíveis danos, por seu proprietário ou possuidores para que reparação seja necessária solicitar autorização prévia a FUNCART. 34 Um aspecto característico do tombamento reside em que apenas pode recair sobre bens cuja conservação seja de interesse coletivo. São bens integrantes do chamado patrimônio histórico e artístico, 33 NATAL. Lei de 16 de maio de Dispõe sobre a preservação e tombamento do patrimônio histórico, cultural e natural do Município do Natal e dá outras providências. Disponível em: < Acesso em: 20 set NATAL. Lei de 16 de maio de Dispõe sobre a preservação e tombamento do patrimônio histórico, cultural e natural do Município do Natal e dá outras providências. Art. 28. Disponível em: < Acesso em: 20 set

35 33 definido no art. 1º do Decreto-lei nº 25/37, que traduzem valores relevantes no processo civilizatório nacional. 35 A União também faz essa observação para que os possuidores procurem o órgão competente para que possam autorizar para restaurar algum bem tombado. 36 O Município de Natal pode transferir um bem tombado para um particular, esse é obrigado a preservar, estabelecendo-se, normas específicas para o uso do bem. O fundamento constitucional do tombamento reside no interesse coletivo de preservação da identidade de bens que incorporem valores históricos culturais relevantes no processo civilizatório nacional. A proteção da identidade nacional é uma manifestação da tutela á nação brasileira, tal como se extrai do próprio art. 23 da Constituição, em que se reconhece a competência comum de todos os entes federativos para promover a defesa dos documentos e dos bens relacionados á história, á cultura e ao meio ambiente, dotados de vínculos relevante com a Nação (incs. III, IV, VI, VII). A Carta de 1988 trouxe várias inovações em relação às Constituições anteriores. No art. 216, 1º utiliza a expressão patrimônio cultural, dando-lhe conteúdo, ao especificar os bens culturais que ele abriga. Os bens de naturezas material e imaterial, tomadas individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória de diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. Os monumentos representam as grandes realizações humanas, daí a expressão notáveis. Assim, a Constituição reconhece como bens culturais imóveis as edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais. 37 Quando o Município transfere um patrimônio tombado a um particular interessado o mesmo quando for tentar mexer nesse bem deverá levar o conhecimento a FUNCART. O extravio ou furto do bem tombado, o proprietário deverá dar conhecimento ao Conselho Municipal de Cultura em 48 horas do ocorrido. Já é recorrente furto de busto, estátua em praça pública da cidade, mas a mídia local faz um papel importante de divulgar e ajudar a recuperar esses bens furtados que pretendem vender as obras por valores ínfimos ou até no caso derreter o bronze ou cobre dependendo do tipo de material que a obra foi criada. O poder público municipal poderá isentar ou reduzir os tributos do IPTU dos bens tombados caso haja o compromisso pelo proprietário de seguir religiosamente com a manutenção do uso ou preservação de bens JUSTEN Filho. Marçal. Curso de Direito Administrativo. 5ª ed rev e atual. São Paulo: Saraiva, 2010, p PIETRO, Maria Sylvia Zaniella Di. Administração Pública Legislação. Ed. Malheiros editores. Ano São Paulo. 37 SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural. 2.ed., Ed. Petrópolis. São Paulo, 2012, p. 125

36 34 Nas podas de árvores, derrubadas para construção, reforma, desmembramento de terrenos antes da SEMURB autorizarem licenças e alvará deverá consultar o Conselho Municipal de Cultura devido a possível existência de bem tombado. 39 O dever básico produzido pelo tombamento consiste na manutenção da identidade do objeto. Isso produz o surgimento de deveres de não fazer (omitir toda conduta apta a produzir a alteração de sua identidade) e de fazer (produzir os reparos e manutenções necessários a evitar seu perecimento) 40 As cidades brasileiras foram e infelizmente ainda tem sido palco de demolições dos antigos imóveis para a construção do novo. Não há respeito nem valor pela coisa antiga, é uma das maiores dificuldades enfrentadas pela preservação. O tombamento ainda é e costuma ser o instrumento principal de proteção, gerando efeitos nefastos. Muitas vezes os imóveis tombados são abandonados e seu tombamento ocorre literalmente, com a degradação pelo tempo PATRIMÔNIO ARTÍSTICO X TOMBAMENTO NAS PRAÇAS PÚBLICAS DA CIDADE DO SOL O patrimônio cultural da cidade em praças e em passeios públicos urbanos tem levantamento de seus acervos patrimoniais artísticos nos órgãos da administração indireta na autarquia federal do Instituto do Patrimônio Artístico Nacional, através do Estado do RN pela Fundação José Augusto e pela Secretaria de Cultura/SECULT (FUNCARTE) essa mantida pelo Poder Municipal. Na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 2016, nota-se a preocupação pelo constituinte com a proteção do patrimônio cultural. E, seu preceito 23 da mesma Carta dar funções de competência a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a proteção dos acervos de patrimônio artísticos entre outros. 38 NATAL. Lei de 16 de maio de Dispõe sobre a preservação e tombamento do patrimônio histórico, cultural e natural do Município do Natal e dá outras providências. Art. 32. Disponível em: < Acesso em: 20 set Art. 33. Disponível em: < Preservacao_e_Tombamento...>> Acesso em: 20 set JUSTEN Filho. Marçal. Curso de Direito Administrativo. 5ª ed rev e atual. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 605 PIETRO, Maria Sylvia Zaniella Di. Administração Pública Legislação. Ed. Malheiros editores. Ano São Paulo. 41 CIDADE, Memória e legislação: a preservação do patrimônio na perspectiva do direito urbanístico. Edésio Fernandes, Jurema Marteleto Rugari (org.). Editora IAB-MG, Belo Horizonte, 2002, p. 16

37 35 As praças públicas da cidade do Natal/RN trás em seu patrimônio artístico uma diversidade de estilos, materiais, valores especiais para a coletividade e para administração pública municipal. Ao Município foi dada a atribuição de promover a proteção do patrimônio cultural local. Vale dizer que os Municípios não tem competência legislativa nessa matéria, mas devem utilizar os instrumentos de proteção prevista na legislação federal e estadual. 42 Segundo Rugani, o patrimônio cultural na contemporaneidade recebe denominação de patrimônio ambiental urbano. Por está concatenada com todos os elementos formadores da identidade de determinado lugar, ou seja, o patrimônio arquitetônico, símbolos, espaços livres, a paisagem da cidade como um todo, seus valores histórico, artístico, sociais e culturais. 43 O Poder Público municipal com a colaboração da comunidade promoverá e protegerá o patrimônio artístico, por meio de inventário, registro, vigilância, tombamento, acautelamento e preservação. A cidade do Natal infelizmente não tem o hábito de proteger o patrimônio antigo por não valorizar o que chamam de velho é sempre esse velho que se vira para um olhar para o novo desfazendo o que já existe uma cidade que vive de modismo sem se preocupar quase com o passado é como se o passado não fizesse parte do presente, ou seja, tem sido palco de demolição do antigo para a construção do novo. Não há respeito e nem valorizam pelas coisas antigas é uma das maiores dificuldades enfrentadas pela preservação. O instrumento que continua sendo muito importante devido a essas ações pela ausência da conservação do patrimônio natalense é o Tombamento que continua sendo a sua principal proteção. E muitas vezes os bens móveis e imóveis tombados são abandonados e seu tombamento ocorre literalmente, com a degradação do tempo até porque a cidade tem mais agravantes o mar que mesmo sendo belo trás alguns prejuízos aos nossos patrimônios devido à maresia que afeta e muitos patrimônios de acervo de arte pública que na criação foi criada com o material metal ferro que óxido de ferro destrói o monumento instalado ali nas praças e passeios públicos da cidade. As praças públicas são bens de uso comum do povo por afetação por advém do direito interno estatal, quando alguns bens são afetados para uso público ou para funcionamento de um serviço público, formando o domínio público do Estado ou de uma coletividade pública. 42 PIETRO, Maria Sylvia Di. Direito Administrativo. 27ª edição. Atlas. São Paulo. 2013, p CIDADE, Memória e legislação: a preservação do patrimônio na perspectiva do direito urbanístico. Edésio Fernandes, Jurema Marteleto Rugani (org.). Belo Horizonte: IAB-MG, 2002, p. 22

38 36 As praças contêm muitas informações entre elas os seus patrimônios artístico que não só tem função estética no espaço público, mas leva aos cidadãos o contato direto com a arte em suas praças como o direito de usufruir, usar e gozar e o que a praça pública venha oferecer. A praça como propriedade tem também sua função social de dar utilidade ao espaço usado, pois seu uso seja condicionado ao bem-estar em geral e que tem por fim assegurar a todos existência digna e estrutura básica para que todos possam sentir-se acolhidos, portanto, o uso da instalação de obras de arte nas praças públicas faz com que os admiradores desses lugares possam ter o acesso mais direto de um bem artístico para aqueles que não têm como ir a uma exposição, a uma galeria ou uma vernissage por está o cidadão mais perto de um patrimônio cultural em ambiente aberto e que muitas vezes passa pela praça e pára admirando-o um bem artístico que o chama a atenção na praça pública da cidade. As praças e passeios públicos que possuem patrimônios artísticos da cidade de grande relevância são aquelas mais antigas que estão mais para o Centro Histórico da cidade nelas possuem elementos como bustos, estátuas, painéis artísticos de artistas renomados da cidade, e considerada a arte importada que vieram de países como França, Inglaterra e outros. Pelo o levantamento que o Iphan forneceu as praças tombadas são aquelas que estão na delimitação da poligonal de tombamento que vem dos bairros das Rocas, Ribeira e Cidade Alta(Centro histórico). A praça defronte a igreja do Bom Jesus das Dores, a Praça Augusto Severo que possui sua estátua em tamanho natural sobre uma base de pedra formando um pedestal grande inventor do Pax é reconhecido na França onde também morou, é de estilo acadêmico (retrato) em ferro importada da França/Paris. Nessa época era comum ser criadas as artes monumentais em bronze e ferro pela durabilidade desses materiais. Para Hely Lopes Meirelles, o vocábulo tombamento, no direito brasileiro seguiu na tradição do direito português, que utiliza a palavra tombar na ideia de registrar, inscrever nos livros de arquivo do Reino, guardados na famosa Torre do Tombo, hoje espécie de arquivo público. 44 Num passeio pelas praças tombadas da cidade partir-se para o Centro Histórico com a praça das MÃES entre o Sesc e a Secult e precisamente na lateral do antigo prédio também tombado da OAB/RN. A referida praça encontra-se com um enorme painel artístico representando as mães do pintor falecido recente Dorian Gray Caldas. O painel é pintado sobre cerâmica preso em alvenaria. 44 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p.543.

39 37 Fotografia 01 Praça das Mães Fonte: Arquivo pessoal, 2017 E bem mais perto a Praça da República, hoje a 7 de setembro, construída em Em comemoração aos 100 anos da Independência do Brasil. Nessa praça tombada possui um monumento grandioso com figuras humanas símbolo da história do Brasil com vultos importantes. Fotografia 02 Praça 7 de Setembro Fonte: Arquivo pessoal, 2017

40 38 As praças públicas de Natal tombadas geralmente ficam no tecido urbano e entorno de igrejas ou prédios públicos, de centros comerciais ou até de residências que essas contribuíram no desenvolvimento e crescimento da cidade. Voltando-se ao patrimônio cultural da cidade tombado não se pode deixar de registar aqui a Praça André de Albuquerque inaugurado em 1905 conhecida também como Praça Vermelha em seu solo revestido de tijolos encontra-se desenhado uma enorme estrela, o símbolo do Marco Zero da cidade e logo próximo uma obra de arte intitulada Rosa dos ventos do artista e escultor potiguar Gabriel. Fotografia 03 Praça André de Albuquerque Fonte: Arquivo pessoal, 2017 Defronte a igreja do Rosário dos Negros uma praça com um cruzeiro entalhado e em sua base que o sustenta todo trabalhado com arabesco do período colonial. No Instituto Histórico e Geográfico do RN-IHGRN em passeio público encrusta-se a Colina Capitolina (processo de tombamento estadual nº 08/89/FJA Portaria nº 044/90 da SEC-GS-D.O.E, de ) que já esteve em vários lugares públicos abertos da

41 39 cidade desde o Cais da Tavares de Lira, (Ribeira). Passando-se bastante tempo no passeio público do baldo nesse lugar a Colina passava despercebida por muitos desvalorizando esse patrimônio é uma Colina de muito importância para a cidade até chegar hoje ao Instituto. Esse bem tombado está em passeio público fechado por grades de ferro no local acima já citado. O material do patrimônio é todo em mármore talhado a cinzel trazido de Roma e o estilo Coríntios. Temos muitos outros patrimônios de praças tombadas como a Praça Almirante Tamandaré que expõe seu busto em bronze confeccionado por volta do século XIX sobre base de mármore e âncora em ferro. Esse busto e a âncora recentemente estão na Praça Cívica. A Praça Dom Vital com painel azulejo que retrata duas mãos negras desacorrentadas dos escravos; busto do padre João Maria datado de 1921 em praça que recebe seu nome; Praça Pedro Velho (Praça Cívica), o primeiro Governador do Estado nessa praça vê-se o busto do homenageado e estátua de uma mulher em tamanho natural todos em bronze; A imagem de Nossa Senhora da Apresentação sobre um altíssimo pedestal padroeira da capital potiguar encontra-se na praça próximo ao Rio Potengi; a estátua em tamanho natural feita de cimento e concreto representado o maior folclorista do Estado Luís da Câmara Cascudo na sua estátua tem como base um formato de uma mão. Fotografia 04 Praça Cívica Fonte: Arquivo pessoal, 2017

42 40 São diversos os patrimônios tombados da cidade, por ora, registram-se para fazer parte desta pesquisa, apenas alguns que foram tombados, pois não há a necessidade de registrar todos e sim voltar-se para os patrimônios tombados existentes que a cidade possui para que os cidadãos possam ter uma cidade com sua própria marca e memória através da arte pública em suas praças e passeios públicos de interesse da coletividade, dos visitantes que nela vem e também aos cuidados da administração municipal pela conservação e manutenção dos bens. À Fundação José Augusto compete também iniciar processo de tombamento dos patrimônios do Estado e da capital dependendo também de alguns critérios impostos pelo processo de tombamento como autenticidade e integridade do patrimônio, levantamento, informações sobre o bem, parecer técnico e aprovação pela autoridade estadual advindo da Secretaria de Educação e Cultura - SEC e publicado o tombamento do patrimônio no Diário Oficial do Estado, um exemplo de tombamento pela esfera estadual foi tombar a Coluna Capitolina. O mesmo processo acontece com o processo de tombamento do patrimônio municipal só que quem executa o processo é a Secretaria Municipal de Educação - SME com a Secretaria de Cultura - SECULT (Funcarte) após aprovado o projeto de tombamento é publicado no Diário Oficial do Município. A cidade possui atualmente 267 (duzentas e sessenta e sete) praças públicas conforme informação obtida pela SEMSUR, é notório que as possuem de Leste-Oeste e norte-sul nem todas possuem patrimônio cultural artístico material tombado. Em levantamento são 20 (vinte) tombadas como já foi dito antes, as que ficam dentro do polígono delimitado pelo IPHAN. A administração pública municipal consegue manter melhor as praças tradicionais e tombadas e por ser mais usada pela população investe recursos para conservá-las enquanto as outras espalhadas pela cidade a SEMSUR informou que não tem como cuidar melhor delas devido à falta de verba. A apropriação do espaço público das praças pode se dar por um conjunto de práticas como feirinha de antiguidade, exposições, oficinas artísticas voltadas para o indivíduo ou para a coletividade como umas das práticas que as praças podem prestar. A administração pública local tem o dever de favorecer aos usuários de serviço público a prestação de um serviço eficiente nas praças com uma estrutura digna condizente ao público que ali frequentam. O poder público municipal pode continuar a valorizar os patrimônios da cidade através de criação de programas voltados a permanência dos bens artísticos tombados elegendo pela

43 41 sua conservação. 45 Há um processo tramitando a nível federal para incluir no Programa de Aceleração de Crescimento - PAC para fim de conservação, manutenção e preservação do patrimônio tombado nas praças do centro histórico de todo o Brasil. A gestão do patrimônio artístico-cultural na atualidade é uma tarefa que envolve todos os órgãos preservacionistas, mas principalmente a administração municipal. As esferas administrativas unem esforços (FUNCARTE, FJA e IPHAN) para a permanência do patrimônio tombado na cidade do Natal. O patrimônio cultural tombado para ser realizado algum tipo de intervenção nesse é necessário autorização do presidente do IPHAN por ato de Portaria de nº 420/2010-IPHAN em observância ao Decreto de nº 6.844/09, Decreto-Lei de nº 25/37 e na Lei 9.784/99. Compete à presidência do IPHAN autorizar ou não por força do Decreto-Lei de nº 25/37 as intervenções que o patrimônio venha necessitar (intervenção na conservação, preservação, manutenção, fiscalização, restauração, reparação, reforma simplificada) o pedido de intervenção deve ser através de requerimento pelo Poder Público ou pelo proprietário do bem. Haverá consulta, levantamento do patrimônio, mapeamento de danos, pareceres técnicos, critérios, aprovação ou desaprovação do pedido. Só será permitida a realização da intervenção do patrimônio com a autorização do IPHAN. O requerimento de autorização de intervenção deverá ser protocolado na Superintendência do IPHAN no Município onde se situa o bem. Caso haja desprovido o requerimento o Poder Público ou proprietário do bem poderá impetrar com recurso no prazo de 15 (quinze) dias endereçado ao presidente da autarquia e o mesmo encaminhará ao Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan. 46 Voltando-se a tratar das praças públicas que é bem de uso comum do povo podem ser tombadas por motivos excepcionais como foi o caso da Praça de São Francisco (SE) na cidade de São Cristovão. A praça tombada como exemplo, possui a configuração de quadrilátero cercado por antigas edificações, de influência portuguesa e espanhola, tais como, a Igreja e Convento de São Cruz ou de São Francisco onde também funciona o Museu de Arte Sacra. 47 As casas em torno da praça criaram uma paisagem urbana que representa a história da cidade 45 Cidade, memória e legislação a preservação do patrimônio na perspectiva do direito urbanístico. Organizadores Edésio Fernandes/Jurema M. Rugani. Ed. Aumg, Belo Horizonte/MG P IPHAN. Portaria nº 72, de 16 de julho de Homologa o tombamento do Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico do Município de Natal, no Estado do Rio Grande do Norte. Publicado no D.O.U. Seção 1. Nº 136, sexta-feira, 18/07/2014, ISSN , p SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural. 2.ed., Ed. Petrópolis. São Paulo, 2012, p. 114.

44 42 desde sua origem, ao final do século XVI, bem como, o próprio complexo de São Francisco é modelo da arquitetura típica da ordem religiosa desenvolvida no nordeste do Brasil. Após autorização aprovada pelo IPHAN a SEMSUR ou o particular poderá iniciar a intervenção que pode ser uma restauração, pintura especial em algum patrimônio cultural que esteja necessitado de recuperação. É obrigação dos entes federativos manter os patrimônios tombados em constantes conservações. Quando o Município ou o Estado não poder ter expensas com o patrimônio pode ter apoio de recursos financeiros de particulares (bancos, empresários, órgãos não governamentais) como também doações de pessoas que possam contribuir para a preservação do patrimônio tombado do Município. Destarte, o patrimônio artístico da cidade do Natal tombado vem sofrendo por vários fatores negativos que a administração pública municipal está passando um dos é a crise econômica que assola e que afeta indiretamente nas praças e passeios públicos, contudo isso a gestão municipal não consegue fazer tanta investidura quanto seria para deixar o patrimônio em boas condições. É uma pura realidade não ter na cidade um bem tombado em condições digna de patrimônio cultural tombado nas praças nesses dias de hoje, portanto, devem-se unir todos os órgãos das esferas federais, estaduais e municipais como também os particulares com condições financeiras elevadas e os cidadãos menos abastados para juntos conservar, preservar e manter o patrimônio artístico-cultural tombados nas praças e passeios públicos da cidade do sol, pois uma cidade sem patrimônio memorável é uma cidade ausente de identidade.

45 43 3 O PATRIMÔNIO ARTÍSTICO E AS PRAÇAS PÚBLICAS UM CAOS DIANTE À REALIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A cidade do Natal cresceu muito urbanamente e com isso deveriam ter se preocupado mais com o seu bem público. São encontrados seus problemas em cuidar de seus patrimônios distribuídos na cidade tornando-se num descontrole. As praças não ficaram de fora desses problemas enfrentados pela administração pública que muitas vezes não consegue dar conta dos seus bens por total. O patrimônio artístico nas praças e passeios públicos está em sua maioria entregues à sorte. Sorte essa à destruição, desvalorização, a não restauração, preservação e manutenção dos bens artísticos públicos que mesmo esses quando tombados também não recebem tratamento especial. Sendo exemplos, a estátua de Iemanjá sempre está sem mãos, ato de vandalismo, desrespeito com a representação da entidade como também com o bem artístico. A estátua localizada na Praia do Meio. Assim, encontra-se o patrimônio artístico e seu diagnóstico levantado sobre sua situação encontrada hoje nas praças públicas da cidade e a má gestão da administração pública municipal causando um verdadeiro caos. Em pesquisa in loco encontrou-se uma realidade assustadora dos bens artísticos públicos em diversas praças públicas importantes, são diversos os danos ali encontrados, as bases das estátuas faltando medalhões de bronze, placas identificadoras de registros, pichações, as estátuas sem tratamento de polimento, limpeza deixando muito a desejar, destruição e abandono são frequentes. A administração pública municipal tem o dever de preservar esses bens com frequência, mas infelizmente o poder público está virando as costas para essa realidade transformando num verdadeiro caos. Administração pública, em sentido formal, é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do Governo, em sentido material, é o conjunto de funções necessárias públicas em geral; em acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático legal e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade. A administração não pratica atos de Governo; pratica, tão somente, atos de

46 44 execução com maior ou menor autonomia funcional, segundo a competência do agrave de seus agentes. 48 As praças públicas que possuem algum patrimônio artístico tombado até parece que são os piores na sua conservação, a falta de preservação já começa pelos pedestais com pichações e danificados, sem placas que os identificam. As estátuas e bustos históricos de algum homenageado estão manchados com tinta spray descaracterizando e desvalorizando o patrimônio cultural. O poder público municipal tem se mostrado, mas para a região sul, embelezando outro lado da cidade que já começa pelos canteiros paisagísticos com manutenção constante em podas de árvores e gramas bem aparadas, as praças recebem também um cuidado especial mesmo não tendo nenhum bem público tombado. Uma cidade que recebe turistas frequentemente não se pode eleger só a região sul para preservar seu patrimônio público, pois as praças públicas são construídas em diversas regiões que necessitam de uma atenção pela administração municipal. É muito importante que o Município tenha a sua identificação patrimonial local através da arte nas praças inseridas na passagem urbana preservada onde os turistas possam valorizar e identificar seus bens públicos pitorescos memoráveis. Conforme o CC/2002 em seu art. 98 o bem público é pertencente às pessoas jurídicas de direito público interno; enquanto os outros são bens particulares. Já em seu artigo 99, inciso II, preceitua que os de uso comum incluem praças. Sendo as praças conforme o art. 100 do referido Código diz que os bens públicos de uso comum são inalienáveis; enquanto conservarem a sua qualificação, na forma da lei. 49 Em sua maior parte patrimônios tombados são centralizados na região Leste nas praças Augusto Severo, André de Albuquerque, 7 de Setembro, Das Mães e Cívica. Nelas têm estátuas, bustos e painéis artísticos. Esses fatos mencionados fazem parte do Centro Histórico e que as instituições administrativas locais podem estabelecer corroborando projetos específicos de conservação do patrimônio. Nos termos da Constituição Federal, ao Município compete estabelecer a política de desenvolvimento urbano, tendo como objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, promovendo, no que couber, adequado ordenamento territorial, 48 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Municipal Brasileiro. 16. Ed., atual. Por Márcio Schneider Reis e Edgard Neves da Silva. Malheiros Editores. São Paulo, CC/2002, p. 79.

47 45 mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano 50 A Administração Municipal pouco faz investindo, às vezes, na limpeza dos calçadões e iluminação. Enquanto o patrimônio artístico resta-se o abandono. Deve-se a administração municipal tomar iniciativa em relação à preservação de seu patrimônio criando meios de conservação. Esses meios podem ser programas ou projetos que promovam e garantam a conservação patrimonial, podem ser utilizadas na elaboração do plano Diretor Municipal. Nesse sentido contribui no tratar de objetos cujo interesse de conservação seja para preservar a identidade cultural do Município. A cidade parece que perdeu o controle pelos seus bens públicos que também não é de hoje. Com o rápido crescimento urbano, poluição, grandes obras de edificação, fenômenos naturais e outros fatores negativos afetam a estrutura dos bens culturais. Destarte, para a manutenção da integridade do patrimônio artístico as principais ameaças são variadas: vandalismo da população e das autoridades públicas, políticas urbanas despidas de ausência de apoio para a preservação. As autoridades responsáveis pela proteção dos bens culturais apontam como o principal fator falta de recursos financeiros. A Carta Maior de 1988, entre os arts. 215 e 216 retirou a condição de monumento, pois antes eram considerado como patrimônio os monumentos imóveis. E com a mudança amplia o universo não se trata mais como só monumento. Os bens culturais imóveis. O tratamento constitucional de proteção dos bens culturais agora como reconhecimento do significativo valor que possuem em face do ordenamento jurídico. Em relação às praças públicas é local de convívio social inserido na cidade relacionado a ruas, arquitetura, pessoas. Ora tratados como equipamento de recreação, ora como repositório de vegetação, portanto ser usuário de uma praça também é praticar exercício de cidadania num lugar público que caracteriza espaço aberto e acessíveis, sem exceção, a todas as pessoas. Acesso nas praças é fundamental para a apropriação e uso de um espaço. Existem três tipos de acesso público como físico, visual e social. Acesso físico refere-se à ausência de barreiras espaciais ou arquitetônicas para entrar ou sair do lugar. 50 SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural. 2.ed., Ed. Petrópolis. São Paulo, 2012, p. 150.

48 46 Acesso visual define o primeiro contato com a praça do usuário com o lugar. Uma praça no nível da rua, visível de todos as calçadas informa aos usuários sobre o local e, portanto, é mais propícia ao uso. O acesso social refere-se á presença de pessoas sutis ou ostensivas. Guardas na entrada podem representar ordem de segurança para muitos. Os três tipos a de acesso podem ser combinados para tornar um espaço mais ou menos convidativo para o uso. Verificar o uso do espaço é fundamental para revelar as necessidades dos frequentadores e assimilar os pontos positivos e negativos dos lugares. Redução de barreiras visuais e o aumento de acesso á praça. O uso de espaço exige manutenção e ajustes constantes, que raramente são atendidas. Essa situação agrava-se porque geralmente quem projeta não faz a manutenção. A gestão pública através de seu administrador municipal deveria prestar serviço público de qualidade devendo-se atender o que prega o princípio da eficiência. Emenda Constitucional nº 19/98, que preceitua ao plano constitucional, ao caput do art. 37, o princípio da eficiência. 51 Na realidade eficiência na administração pública é algo muito raro, pois não é difícil perceber que o descontentamento da sociedade diante dos serviços públicos na sua prestação insuficiente, falhas e omissões são constantes no Poder Municipal. Eficiência nos serviços públicos, pois cabe o poder indeclinável de regulamentar e controlar os serviços públicos, exigindo sempre sua atualização e eficiência, de por com o exato cumprimento das condições impostas para sua prestação ao público. 52 Nota-se essa realidade nas praças públicas de Natal, ambiente que deveria ser salutar para os usuários com o seu conjunto de aparelhagem perfeito, sem tanta destruição. O patrimônio artístico intrínseco vem sofrendo com o caos da administração pública, se essa não protege esse bem fica difícil que outros passam a valorizar, pois não é feito por nenhum órgão o esclarecimento e divulgação para que todos venham a zelar, a dar a importância ao patrimônio artístico da cidade. Lembrando que esses bens artísticos não estão só para embelezamento nas praças estão para simbolizar atos históricos, sociais e a própria sorte em determinada época. 51 CARVALHO Filho, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, Editora Lumen Juris, RJ, 2005, p BRASIL. Superior Tribunal de Justiça 6ª Turma. Recurso em Mandado de Segurança nº 5.590/95-DF Rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro, Diário da Justiça, Seção I, 10 jun

49 47 Os cidadãos conscientes e esclarecidos sobre os patrimônios públicos artísticos das praças facilitam e ajudam o poder público municipal a sua proteção. Todos unidos contribuem para um patrimônio com condições de fruição e pela preservação. Para Gomes, os atributos de um espaço público são aqueles que têm relação com a vida pública [...]E, para que esse lugar` opere uma atividade pública, é necessário que se estabeleça, em primeiro lugar, uma copresença de indivíduos. 53 Modificação das práticas coletivas em praça pública o direito das pessoas de controlar seu uso e o deleite dos lugares públicos um dos ingredientes essenciais dos espaços urbanos. Para um bom ambiente em praças públicas e necessário que haja a presença de pessoas, o uso, a ação, apropriação, modificação e desapropriação. A presença é o direito de acesso a um lugar, e sem ela o uso e a ação não são possíveis. Uso e ação referem-se ás habilidades das pessoas de utilizar um espaço. Com a apropriação, os usuários tomam posse de um lugar, simbolicamente ou de fato. Modificação é o direto de alterar um espaço para facilitar o seu uso e disposição é a possibilidade de desfazer-se de um espaço público. Algumas praças de Natal passaram por modificações no traçado arquitetônico para deixa-las com estilo mais moderno, pois com o passar do tempo a paisagem da cidade vai-se modificando surgem outros estilos e as praças vão acompanhando essas mudanças, atualmente em volta das praças são erguidos os espigões altíssimos modernos. Com isso, a administração pública tenta seguir as modificações urbanas deixando as nossas praças mais ajustadas com a realidade de hoje. Os patrimônios artísticos nas praças se misturam com os antigos e os modernos, são as modificações voltadas para um estilo eclético (o novo com o antigo), ou seja, próximo a uma obra tombada existe na mesma praça uma arte totalmente até contemporânea unindo-se ao patrimônio de arte conforme o tempo atual conjunta a um patrimônio tombado algo que antes não se via. Transformando-se as praças sem perder as suas linhas gerais, características próprias raramente retiram-se um patrimônio artístico levando-o para outra praça geralmente permanece quase perpetuamente no mesmo local público. O acesso às praças ganhou rebaixamento em suas calçadas para que todos possam usar o ambiente e fruir junto a um bem artístico instalado, antes sem o acesso muitos só podiam ver de longe devido as barreiras existentes. Mas, muitas barreiras existem não somente de acesso como também iluminação 53 GOMES, Paulo César da Costa. A condição urbana: ensaios de geopolítica da cidade, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2002, p. 160.

50 48 precária, somente de estrutura deficitária e outras séries de problemas que a administração pública municipal deve priorizar. A delegação dos patrimônios artísticos nas praças públicas é um fato recorrente em nossa cidade, não há atenção de cuidado com o bem público, pois os mesmos a cada dia vêm sofrendo com a constante desproteção. Por outro lado, o poder municipal reforça tal questão. São raro no município políticas públicas eficientes para a conservação, manutenção e recuperação dos bens artísticos nas praças públicas da cidade. Além dos problemas pela gestão municipal ainda vem a população natalense contra o patrimônio artístico que causam danos gravíssimos que em muito não se pode restaurar pela sua singularidade, que só esses a possui. É preciso uma série de ações para efetivamente venha haver mudanças na relação entre sociedade, administração pública e seus patrimônios. A seguir são sugeridas algumas ações para alcançar um programa diante da situação que se encontra os bens patrimoniais da cidade de forma pelo menos mais respeitosa: - Tentar levar ao cidadão o conhecimento da importância da arte pública nas praças; - Elaborar programas mais eficientes no concerne à diminuição dos danos pela população no espaço público; - Fiscalizar e cobrar do Poder Público Municipal de uma atuação mais eficaz, pois é fundamental a atenção nas praças públicas pelo menos no que os tem patrimônio artístico tombado; - Campanhas para uma mudança de mentalidade e não a destruição das praças públicas. Destacando-se na prática essas ações sugeridas possam-se abrir possibilidades para uma melhor preservação do patrimônio diminuindo o caos pela Administração pública Municipal nas praças e esse patrimônio mais protegido. 3.1 DESCASO ENTRE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL E OS CIDADÃOS COM A ARTE PÚBLICA NAS PRAÇAS URBANAS DA CIDADE Inicia-se este 3.1 por a não valorização da arte pública da cidade nas praças trazendo como um dos exemplos à obra de arte Anjo Azul, em seguida registra-se ainda o descaso

51 49 entre a administração pública municipal e os cidadãos com o bem artístico público nas praças urbanas. A arte na cidade sempre esteve em segundo plano, ainda mais quando ela encontra-se em praças públicas e o que o Poder Municipal não dá a valorização nem importância que o patrimônio requer. Um dos exemplos que aqui se apresenta como mencionado descaso é o monumental anjo azul construído pelo escultor Jordão em 2006 recebeu encomenda do proprietário do antiquário e galeria, o senhor Anchieta. A obra de arte toda em concreto chegou a medir 12 metros de altura, uma obra gigante cercada por um muro baixo residencial de tão enorme que se via de longe no alto do prolongamento da Av. Hermes da Fonseca. O artista Jordão é autor de várias obras de arte importantes da cidade potiguar. O monumento recebia o mesmo nome que leva a galeria de arte que permaneceu até o ano de Nesse mesmo ano o anjo foi retirado do local de maneira bastante trágica despedaçada com profundas decepções, pois venderam o prédio que funcionou a galeria e antiquário e o novo proprietário do imóvel não olhou o anjo com bons olhos queria receber o prédio já sem a estátua gigante. Fotografia 05 Anjo Azul (parte da asa) Fonte: Arquivo pessoal, 2017 E sendo assim, Jordão, o autor dessa obra levou ao conhecimento da Prefeitura do Natal e administração pública transportou para a praça pública Omar O Gray, no conjunto habitacional de Ponta Negra chegando-a toda decapitada. A ideia inicial que seria erguida nesse mesmo local algo que não aconteceu.

52 50 A administração pública sem interesse de erguer a obra de arte em estado de abandono, moradores interessados, especialistas procurados para estudar o caso e a vontade do artista de ver a sua obra plenamente e imponente erguida. Infelizmente o que está acontecendo com o anjo azul é a sua destruição por ação do tempo e dos vândalos como a falta de compromisso do poder público de não valorizar os patrimônios existentes na cidade. Na obra já está faltando pés, mãos, a trombeta e braços. Existentes cabeça, pernas e tronco. Outra ideia que surgiu foi recuperar a estátua e levá-la para o espigão da CODERN, praia da Redinha que se estende até o rio Potengi. Custeava-se na época o valor de R$ ,00 para a execução do projeto. A própria comunidade através da Associação dos Moradores de Ponta Negra procurou especialista em engenharia de Universidade particular da cidade para saber o diagnóstico da situação do Anjo, os especialistas deram a resposta a Associação que era viável a recuperação por completo da obra e podia ser entregue a sociedade. Os especialistas com a orientação de engenheiro fez estudo, levantamento de materiais, projeto para remontagem do monumento, cálculo de peso, reconstrução. Resta saber quando será erguido o anjo outra vez e tocar a sua trombeta. Fotografia 06 Anjo Azul (parte do corpo pichado) Fonte: Arquivo pessoal 2017 Atualmente é uma história de abandono, descaso com o bem artístico feito por um artista renomado em nosso Estado que foi largado a obra em praça pública sendo esquecida pelo poder público municipal que a cada dia é transformado em entulho.

53 51 Fotografia 07 Anjo Azul (cabeça) Fonte: Arquivo pessoal 2017 O artista que o construiu tem um sonho, disse: O anjo pertence a toda sociedade natalense, o meu sonho é vê-lo de pé tocando trombeta e que seja uma obra vista pelo povo, disse Jordão. Praça urbana de uso social deficitário além do acesso difícil e da falta de opções de uso é também pouco integrados em torno e desarticulados do sistema de ruas. Fechamento de praças, bloqueio por grades de caminhos e retirada de bancos foram algumas das estratégias adotadas pela gestão municipal para desencorajar a presença do público. A ausência de vegetação cuidada, destino diferente teve a praça com invasão de pessoas, mendigos, é hoje um lugar inóspito, repleto de sinais de desgastes e vandalismo, uso social esporádico, o gradeamento das praças isolam o convívio social para muitos, acúmulos de sujeira, barreiras de acesso, usuários de drogas, assaltos constantes, falta de iluminação, ausência de tratamento das árvores, plantas e arbustos, praças descaracterizadas, degraus, escadaria em sucessivos níveis, dificultam a presença dos cadeirantes e idosos. Existem praças que possuem rebaixamento de calçadas para facilitar o acesso, mas nem todas têm. O fechamento de praça para o uso público, lixo, restos de comidas e sujeira humana, bancos de assentos danificados faltando encostos para as costas, muretas danificadas afasta, a prática de convivência nesses lugares públicos, não são mais tão convidativos precisando repensar o mau uso e o que ali restam.

54 52 Passagem estreita com bustos no meio do caminho assim como esculturas, escondidas e sem espaço para apreciação. Pois, muitas vezes uma obra de arte está numa praça que ali não cabia. E em outras vezes as pessoas passam por um painel artístico e não ver pela falta de um espaço apropriado a esses elementos artísticos. Não se faz mais praças belas, a estética ficando cada vez mais sem lugar nas praças públicas. Hoje se reúnem as prostitutas e traficantes de drogas nas praças e passeios públicos uma decadência agravado pelo abandono O desuso das praças acarreta a perda de oportunidades de sociabilidade e de fortalecimento da cidadania, contribuindo para o aumento da dependência de espaços privados para a praticada vida pública e, consequentemente, das desigualdades sociais e da exclusão. Garantir o uso o acesso público e uso coletivo condições essenciais para promover a vida pública nas praças é um desafio é uma responsabilidade para a cidade. 54 Em termos de qualidade se caracteriza por diversos níveis de inadequação e degradação, em aspectos de lazer, ambiental e infraestrutura frequentemente causando descaracterização, abandono e a ocupação indevida das praças. Os patrimônios artísticos erguidos nas praças e passeios públicos na cidade de Câmara Cascudo, figura importante da cidade se fosse vivo não estaria alegre pelos descasos dos governantes que teve sua própria estátua de bronze que fica no passeio público defronte ao seu memorial que recebe seu nome passaram meses para ser encontrada por não ter quem mantivesse não só a dele mas centenas de obras de arte espalhadas pela cidade. Como em outras capitais, esses patrimônios geralmente homenageiam seus filhos ilustres que deixaram certo legado para cidade sendo na arte, na história ou na ciência. Os filhos do Estado do RN representam através da arte acontecimentos importantes ocorridos em determinada época como também os bens patrimoniais que registram a cultura de maneira geral. Há uma grande representação de descaso com esses pelo poder público e com isso perdem seu valor diante da ausência de conservação desses objetos artísticos. A Administração pública despreza constantemente os mesmos ausentando-se a identidade da cidade. Nas famosas praças da cidade sempre há destruição como na Praça Pedro velho, atual Praça Cívica, o monumento encontra-se com a sua estrutura comprometida. Existem também nessas obras várias marcas de pichações como também há deslocamento de revestimento na base que sustentam essas obras. 54 SUN, Alex. Projeto da praça: convívio e exclusão no espaço público. São Paulo: Editora SENAC. São Paulo, 2008, p. 279.

55 53 O marco do relógio da Praça Gentil Ferreira no bairro do Alecrim um dos bairros ativos da cidade que hoje permanece pleno nas sua atividades econômicas possui o relógio patrimonial sem manutenção há anos e nenhuma autoridade pública faz o relógio voltar a trabalhar na hora certa, de modo a necessidades aos seus transeuntes que passam por ali na praça prestando o seu serviço a eles. O relógio da praça já faz parte da cultura da cidade. Os moradores, comerciantes e clientes reclamam do descaso com o patrimônio o mau estado de conservação na praça até a placa que identifica a praça não existe mais outra preocupação é com o grande número de prostitutas, prostitutos e meliantes que frequentam a praça constantemente, outro público assíduo são os idosos, vendedores ambulantes e celebração de cultos evangélicos na praça. Na Praça Almirante Tamandaré, o seu busto foi levado para Praça Cívica. Quando se pinta o busto é com tinta de péssima qualidade desvalorizando ainda mais a obra e arte. É uma praça desprestigiada, não recebe fiscalização alguma. O busto do homenageado em bronze já foi furtado da praça e recuperado após grande divulgação pela mídia local. Já no Centro Histórico de Natal a praça religiosa Pe. João Maria encontra-se seu busto numa base alta revestida de pedra granito é uma praça bastante visitada por fiéis, mas os cuidados que devem ser de obrigação do município fica entregue aos vendedores e aos fiéis que varrem a praça, os garis passam e não tem compromisso com esse lugar público. E com isso mais uma vez o poder público municipal em descaso a uma realidade que deve ser de fato de e de direito do agente público municipal manter o local. Uma outra e importante obra religiosa é a pedra do Rosário que fica no Passo da Pátria zona Leste da cidade a base de estrutura que ergue a Imagem de Nossa Sra. da Apresentação e sua escadaria que dar acesso à imagem no Rio Potengi, a base tem trazido problemas e a escadaria sempre com rachaduras e quem habita por lá sentem preocupação pela falta de cuidado. Os moradores só veem melhoria próximo as suas festanças que o espaço é bastante frequentado pelos fiéis. No bairro da cidade na Praça 7 de setembro localizada entre a Assembleia Legislativa, Palácio da Cultura, Prefeitura Municipal do Natal e o Tribunal de Justiça encontram-se estátuas em bronze com vários personagens de vultos a república brasileira muito maltratado e pichado por vândalos e rodeado de lixo a sustentação do monumento rachado. Seus medalhões e placas em volta de sua base não existem mais, também foram levados pelos vândalos e só ficaram as marcas na base que um dia foi afixadas naquele local. Aos olhos poderes mais significativos da cidade e viram as costas fortalecendo o descuido com a arte potiguar. Em Algum momento foi comentado os cuidados dessa praça para o tribunal de

56 54 justiça fazer a manutenção devido a SEMSUR não poder mas por falta de verba preserva a praça por completa. A arte da cidade sempre passando por fragmentações, destruição e sem ser zelada, sem respeito, é o caso da imagem da estátua de Iemanjá que representa a mãe do orixá no passeio público na praia do meio zona Leste da cidade. Geralmente são afetadas as mãos e a cabeça da estátua pelos vândalos e daqueles que não aceitam o candomblé, intolerância à religião trazida pelos escravos africanos. O autor da estátua de Iemanjá é o escultor Etevaldo. O descaso é tão maior pela administração pública municipal que o busto foi retirado de praça pública para não serem destruído como foi o caso do busto de D, Pedro II que ficava exposto na Praça João Tibúrcio, em Cidade Alta, passou um período no acervo do Memorial Câmara Cascudo. O acervo da cidade deve esta para todos os cidadãos usufruir e fruir, pois todos precisam conhecer o acervo artístico público da cidade o problema não se resolve escondendo busto em memorial. Devem-se levar o busto para as praças e passeios públicos da cidade. Em outra situação não menos diferente com o descaso com a arte em ambiente público nas praças e passeios vem ao caso o busto do Presidente americano Kenedy que a cidade recebeu de presente em homenagem pela passagem do Presidente na cidade um busto. Foi colocado o busto em bronze do então, Presidente num calçadão sem estética de praça com algumas plantas e bancos danificados, ou seja, sem ter no mínimo estrutura de praça, sem nenhum valor ao homenageado que deveria ser uma praça à altura de Presidente internacional. A Secretaria de Serviços Urbanos da capital se restringe á troca de iluminação e recolocação de peças caídas, quando solicitada. A autoridade municipal informou que só pode Haver uma manutenção apropriada para os monumentos de pois de ser feito um levantamento dos marcos de Natal. O Secretário disse: Augusto Severo é mais valorizado na França do que no estado onde ele nasceu. Lá, a estátua dele é reverenciada, enquanto aqui ele passa praticamente ignorado pela população. Quando a cidade completou 400 (quatrocentos) anos recebeu de presente para a Av Engenheiro Roberto Freire um pórtico artístico intitulado Arco do Sol confeccionado em metal ferro seu material que com o passar do tempo foi necessitado uma restauração devido à ferrugem e trocar as partes danificadas pelos fenômenos da natureza, mas o descaso contínuo é tanto que a SEMSUR órgão da administração pública direta responsável pela restauração do monumento até hoje não se tem notícias que esse órgão fez a restauração e não foi reinstalado na Avenida Engenheiro Roberto Freire na estrada de Ponta Negra. Temos mais um

57 55 descompromisso com a arte em nossa cidade pelo Poder Público Municipal o que não valoriza a nossa arte e nem tão pouco a nossa identidade artístico-cultural. Um homem das artes de grande importância para a cultura artística de nossa sociedade natalense e até internacionalmente, Dorian Gray Caldas, artista plástico consagrado recentemente falecido deixou centenas de obras artísticas com vários tipos de matérias expressivos em sua arte como o ferro, cimento, pedra, cerâmica e mármore. Nas praças e passeios público de nossa cidade se tornaram locais de suas exposições ao ar livre como o monumento da Praça do Rotary em Petrópolis uma obra muito moderna em ferro cortado com formas humana, o painel em cerâmica homenageando as mães que se encontra em sua maioria pichada e existem outros monumentos do artista, mas pela incúria dos administradores sumiram outras obras do artista que ficavam em praças pública. Nem esse artista de renome livrou-se do descuido das autoridades com as suas obras não sendo valorizando-as, respeitando-as para permanecerem intacta os seus grande trabalhos que registram os temas sociais, histórico e decorativos espalhados em diversas praças e passeios público da cidade. Assim é o retrato encontrado nas nossas praças públicas, na nossa paisagem urbana, ou seja, a falta de gestão administrativa com os seus patrimônios artísticos em lugares públicos não conservados, não preservando esses como também o desvalorizar com os bens patrimoniais e seus artistas, um descaso constante entre a administração pública e os cidadãos que em sua maior parte não colaboram na permanência e zelo pela arte pública nas praças da cidade. Os cidadãos contribuem com a administração pública municipal no sentido de não se comprometer em zelar pelas suas praças públicas. Pois, todos devem cuidar da manutenção desses bens comuns, de uso da população. Vê-se cidadão jogando lixo, depredando bancos, levando os fios elétricos, torneiras, danificando canos de passagem d água, fazendo moradia, pichando, destruindo a aparelhagem da praça, tornando-as por muitas vezes inviável o seu uso pelos usuários. Os usuários temem ficar na praça por diversos fatores negativos (assaltos, ausência de estrutura, mendigos, traficantes de drogas, falta de limpeza e conservação). Os cidadãos que sentirem-se prejudicados pelo não uso de lugar público podem e devem denunciar pelo descaso tanto daqueles cidadãos que causam danos como também a administração pública municipal que tem obrigação de reparar as praças danificadas e punir os que cometeram os crimes contra o patrimônio público. A arte pública nas praças da cidade sofre sempre pelos cidadãos não comprometidos em valorizar o patrimônio público artístico, os vândalos picham painéis artísticos, bustos,

58 56 estátuas, bases e pedestais e furtam os azulejos pintados dos painéis descaracterizando a obra de arte. Os cidadãos de compromisso com o bem comum do povo valoriza, protege, mantendo conscientemente o conceito de que não se deve destruir o patrimônio público de uso de todos. 3.2 MANUTENÇÃO DO PATRIMÔNIO ARTÍSTICO EM PRAÇAS PÚBLICAS DA CIDADE DO NATAL/RN Diante do que foi dito em outros capítulos este diagnostica a conjuntura atual nas praças e propõe alternativas para uma manutenção mais presente nas suas praças e nos seus patrimônios artísticos que se encontram nos locais públicos da cidade. Sabemos que existem espaços livres públicos sem bancos de assentos, jardins descuidados, sujeira em toda parte, árvores antigas necessitando de podação, calçadas danificadas, sem iluminação adequada, outras até às escuras. Para os usuários desses espaços é uma raridade deparar-se com uma praça ou passeio publico mantidos em seu conjunto geral sempre estão depredados em algum aspecto, seja na estética, na estrutura ou no descaso geral. É o que veremos no decorrer deste registro pelo levantamento realizado pela SEMSUR que mostra toda a situação que passa esse bem de uso comum das pessoas. Importante é a sua atuação de uma gestão pública comprometida com a população, que organiza a conservação e recuperação dos bens públicos, proporcionando um serviço responsável na busca de uma melhor qualidade devida para a cidade do Natal. 55 E essa atuação da gestão pública não é tão comprometida como acima declaram os técnicos da SEMSUR, os usuários que frequentam diariamente por esses espaços são testemunhas do problema da ausência constante de manutenção. Moradores próximos à Praça das Mães no Centro Histórico da Cidade reclamam da falta de manutenção da praça com bancos danificados, sem paisagismo, calçadas esburacadas, ausência de acessibilidade, sem lixeira, a presença frequente de lixo no local. Na mesma praça está um painel artístico pintado em cerâmica, de renomado artista potiguar, Dorian Gray Caldas; esse painel despregaram algumas peças de cerâmica que compõe o mesmo e há o registro de várias pichações por vândalos. 55 PREFEITURA DO NATAL. SEMSUR (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos). Diagnóstico do Patrimônio Público sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos SEMSUR. 2009, p. 364.

59 57 O levantamento de diagnóstico das praças públicas da cidade pela SEMSUR foi realizado no ano de Esse foi feito no intuito de dar manutenção sistemática nos bens públicos comuns de uso do povo que se encontrava em péssimas condições de uso nas outras regiões administrativas da cidade. A praça, para Lamas é um lugar intencional do encontro, da permanência, dos acontecimentos, de práticas sociais, de manifestações de vida urbana e comunitária e de prestígio, e, consequentemente, de funções estruturantes. 56 Município quanto à responsabilidade que temos na manutenção sistemática de cada bem, buscando garantir os espaços comuns em perfeitas condições de uso. F... de elaborarmos o planejamento da recuperação de todos os bens públicos sob responsabilidade da SEMSUR. 57 Mesmo com a visão panorâmica da SEMSUR através de seus técnicos e diagnóstico levantado das praças que mostram realmente a realidade em 2009 passando-se 08 (oito) anos quase nada está sendo mantido periodicamente não é difícil passar por volta de uma praça para ver os mesmos descuidos e a desatenção por parte da administração pública municipal. A administração pública municipal tem o dever de planejar e executar seus serviços públicos oferecendo um bem estar a todos aqueles que necessitam de suas prestações eficientes e o desejo dos usuários. Nas praças públicas não podem ser diferente esse espaço com estrutura adequada a esse fim um equipamento público de excelência onde todos possam sentir-se confortável satisfeito com a administração pública. Pietro explica: O poder público tem base em dois sentidos comumente a expressão administração pública no sentido subjetivo quando a ela denigre os entes que exercerem a atividade administrativa; compreende pessoa jurídica, órgãos e agentes públicos. No sentido objetivo ou funcional, ela designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a administração pública é a própria função administrativa que incube o poder executivo de executar serviços públicos LAMAS, J. M. R. G. Morfologia urbana e desenho da cidade. Fundação Calouste Gulbenkian e Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, sd, p PREFEITURA DO NATAL. SEMSUR (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos). Diagnóstico do Patrimônio Público sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos SEMSUR. 2009, p PIETRO, Maria Sylvia Zaniella Di. Administração Pública Legislação. Ed. Malheiros editores. São Paulo, 2000, p. 50.

60 58 Consoante CARVALHO Filho, ele diz que a administração pública consiste em atividade administrativa exercida por seus órgãos públicos e seus agentes. Pode também significar a incumbência de executar as atividades administrativas. 59 Trata-se sempre de praça aqui porque os elementos artísticos, os poucos que existem estão nesses espaços públicos e deve ser feito a sua manutenção constantemente, pois realizada a manutenção dos bens artísticos a conservação desses não é necessária a uma futura restauração. Enquanto preservar impulsiona na direção da elaboração das políticas que vão ser adotadas para gerir a conservação, para que o documento permaneça em condições físicas de utilização, levando-se em conta o controle climático, limpeza, reparos. Restaurar é devolver ao documento características mais aproximadas do seu estado original. Requer utilização de equipamentos adequados, infraestrutura, laboratório e sobretudo especialistas. Limpeza só existe duradoura com muita limpeza. 60 Um dos principais problemas dos patrimônios artísticos nas praças e passeios públicos de Natal é o seu abandono agravado pela falta de gestão pública. Mas não é o que diz a SEMSUR, através de sua assessoria técnica: Definir e planejar as prioridades de recuperação dos bens públicos, sob a responsabilidade da SEMSUR, de acordo com o orçamento anual com a finalidade de devolvê-los à população em perfeitas condições de uso. 61 A população seria agraciada se tudo o que foi dito pela SEMSUR fosse real, o que mais se ver são os bens artísticos públicos da cidade deixados para trás, sem vontade de mantê-los, dando importância a que possa render economicamente e a coletividade ficando com o mínimo de usufruição. A persistência em tratar dos bens artísticos em lugares públicos e sua manutenção vem no sentido de conscientizar as pessoas que uma cidade tem que ter sua identificação sendo essa identidade levada para outra cidade, estados e fora do país. Uma cidade sem identidade cultural, repiso ao longo dessa pesquisa, é uma cidade sem memória. E a arte é um meio de construção permanente para identificar o lugar. Exemplifica-se, pois quando se fala nesse monumento, a estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, sendo um marco reconhecido como patrimônio mundial pela UNESCO. 59 CARVALHO Filho, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, 21ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009, p LUCCAS, Lucy e Seripierri, Dione. Conservar para não restaurar. Editora Thesaurus, 1995, p PREFEITURA DO NATAL. SEMSUR (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos). Diagnóstico do Patrimônio Público sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos SEMSUR. 2009, p. 378.

61 59 Conservar o bem artístico público favorece a todos e o próprio poder municipal que mostra o seu trabalho de gestor comprometedor com a arte, a cultura e a identidade e a memória local. A cidade anualmente faz bastantes eventos nas praças, entre eles reuniões em alguns casos com uma aglomeração acentuada de pessoas. Nesses casos é importante a solicitação de autorização de uso, pois, principalmente quando na praça pública exista patrimônio tombado pelo IPHAN. Deve-se fazer o pedido de uso artístico do local público no mínimo com um mês de antecedência. É o tempo em que se comunica à autarquia que naquele espaço haverá tal evento e a mesma providencia proteção ao patrimônio artístico tombado. Os monumentos tombados protegidos por tanques, redes e fitas de interdição serão para evitar o dano nos elementos artísticos que existirem no espaço público evitando até mesmo a sua destruição. É comum em eventos públicos nas praças se não protegidos causar danos realizados nos bens públicos. É o caso das gramas que ficam pisoteadas, torneiras danificadas, bancos de assentos e os próprios monumentos tombados ou não afetados pela descaracterização perdendo a originalidade e sua autenticidade que cada obra possui. Por muitas vezes não são vândalos e na verdade a grande população que participa do evento de maneira descontrolada passa por cima de tudo, sobem nas bases das estátuas, e deixam sujeiras. As entidades e seus agentes públicos devem analisar o pedido do evento a ser realizado na praça pública solicitado o tipo de evento, a quantidade de pessoas que possam participar para evitar o excesso. E daí possa prejudicar a estrutura do espaço público. Apropriação do lugar público tem papel importante na cidade, seja como palco comum ou de manifestações, exemplo: as solenidades oficiais, atividades culturais, lazer e prática de esportes, entre outros. Essa utilização por um grande número de pessoas foge do controle e resulta em prejuízos para o paisagismo e para os monumentos do entorno. A fundamentação do direito ao local público reside no núcleo dos incisos XV e XVI do artigo 5º da Constituição Federal. Assim, por meio da interpretação dos direitos à livre locomoção e liberdade de reunião, tem-se o acesso ao espaço público como prerrogativa de todos os cidadãos. À luz da Constituição Federal 1988: XV é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XVI todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião

62 60 anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. Administração pública municipal, após considerar o requerimento, caso aprovado deve-se realizar o ato de autorização. No direito brasileiro, a autorização tem várias acepções: a) Designar, o ato unilateral e discricionário pela qual a administração faculta ao particular o desempenho de atividade material ou a prática de ato que, sem esse consentimento, seriam legalmente proibidos; b) Autorização é o ato unilateral e discricionário pelo qual o poder público facilita ao particular o uso privativo de bens públicos, a título precário. 62 São alguns tipos de autorização da qual o poder público através de ato administrativo em espécie concede ao particular para uso do bem público, no nosso caso as praças. Com a autorização concedida à administração pública tem um controle diante do seu bem público a proteger a todos os equipamentos e elementos artísticos que for possível. O patrimônio artístico protegido vence as ações danificadoras dos fenômenos naturais e dos homens a combater pelos agentes políticos que venham a fiscalizar e manter para não ter seus elementos artísticos destruídos. Dano em Direito Civil é todo prejuízo ou perda de um bem juridicamente protegido. Pode ser real ou material, quando atingir um bem cujo valor passa ser apurado, ou moral, quando recair sobre bens de natureza moral. O dano pode constituir crime. No Dano Penal é a destruição, inutilização ou deteriorização de coisa alheia. O Código Penal, em seu art. 165 prever: Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 63 Este autor pretende neste trabalho oferecer propostas que contribuem para criar a consciência da importância que esses bens têm, ou seja, conscientizar para manter, conservar, preservar e não restaurar. A restauração é um processo lento e caro para os órgãos públicos que por sua parte não pode nem cuidar do que é de sua responsabilidade, imaginem restaurar. Uma das propostas que pode ser é o sinal do wi-fi nas praças públicas da cidade para que em rápida ação dos cidadãos possam denunciar os órgãos competentes do Município, a SEMSUR e a SEMURB os atos de danificação visto no ato de vandalismo com os equipamentos públicos, incluindo as obras de arte públicas tombadas. É o cidadão em especial 62 PIETRO, Maria Sylvia Zaniella Di. Administração Pública Legislação. Ed. Malheiros editores. São Paulo, 2000, p GUIMARÃES, Deoclécio Torrieri. Dicionário Jurídico, 14 ed., São Paulo, 2010.

63 61 com o poder de vigiar, policiando e ao mesmo tempo denunciando a quem destrói as praças no mesmo momento que está acontecendo. Pelo menos os gestores públicos através dos respectivos de redes sociais só ficaram informados do que estava acontecendo no exato momento à prática de danos causados por outrem. Seria o cidadão colaborando na manutenção, denúncia e solicitação da ação da administração pública para as providências cabíveis. Numa ação integrada com o poder público municipal, o cidadão consciente de seu papel de contribuir com as coisas públicas. No capítulo 5 (cinco) que trata da revitalização de praças e seus patrimônios terá outras sugestões de ações para revitalizar e manter esses bens comuns públicos como deve ser com no mínimo a presença de manutenção periódica. A educação ainda é um remédio que pode salvar as praças públicas municipais e sua arte pública trazendo de suas residências e do estabelecimento de ensino a valorização e respeito pelas praças o professor de arte, de ciências (meio ambiente), geografia e a interdisciplinaridade dessas e de outras disciplinas formariam a consciência para manter esses equipamentos públicos. Evitando-os a danificar, sujar, desvalorizar o patrimônio público. É nessa conscientização que está uma das soluções para os problemas encravados no âmbito desses lugares públicos, o cidadão conscientizado mantém, valoriza e conserva para não perder o que temos no sentido de colaborar com o nosso Município. Enfim, a manutenção da arte pública em praças públicas da cidade do Natal não é dever somente do poder público municipal sendo de todos essa responsabilidade, pois mantendo os monumentos artísticos, em especial os tombados não há necessidade de conservar e se conservar não há para quê preservar e se preservar não haverá porque de restaurar. Devem-se buscar meios de manutenção seja na iniciativa privada ou mesmo pela administração municipal em união com cidadãos contribuintes.

64 62 4 O DIREITO DE PRESERVAÇÃO E A FUNÇÃO SOCIAL DO PATRIMÔNIO ARTÍSTICO NAS PRAÇAS E PASSEIOS PÚBLICOS DA CIDADE NATALENSE O patrimônio artístico presente nas praças públicas apresentam significados, identidades e tradições que foram construídos ao passar do tempo. Trata-se do direito à memória e à diversidade cultural presente na história de um determinado período vivido e guardado como parte da história e preservação do patrimônio enquanto recurso ao desenvolvimento da própria cidade. No entanto, este tipo de patrimônio artístico e social nem sempre foi concebido como limites de verificação entre o público e o privado. No período feudal, por exemplo, o público praticamente não existe, uma vez que os senhores feudais eram donos de todo o patrimônio em sua volta, destacando-se apenas três institutos: a vassalagem, onde o senhor feudal oferecia proteção em troca de serviços prestados pelos proprietários menos poderosos; o benefício, onde o senhor feudal cedia porções de terras, em troca de serviços, para que os chefes de família pudessem cultivá-las, sendo estas poções de terras partes inseparáveis das glebas; e a imunidade, onde o senhor feudal isentava de tributos às terras sujeitas ao benefício. Diante dessa tese, Duby (1990, p. 29) afirma que neste determinado contexto histórico a intervenção do Público no Privado só acontece em três circunstâncias distintas. Tratam-se de intervenções quase que domésticas, mas que foram bastante relevantes no período feudal, pois, segundo ele: Essa população não está submetida a uma outra mão, a do poder público, senão em três circunstâncias. Em primeiro lugar, quando essas pessoas, transpondo a clausura, penetram no espaço popular, encontram-se nas vias ou nas praças públicas sem estar acompanhadas pelo chefe da casa de que dependem ou por homens livres da família; tornados como que forasteiros, cabe ao magistrado assegurar-lhes o conduto, enquadrá-los, substituindo o poder paterno. Por outro lado, quando o chefe da casa não está mais presente, quando já não há na morada adulto do sexo masculino de condição livre capaz de proteger os menores da família : assim, a função primitiva do rei, que a delegava a seu agente, era tomar sob sua guarda a viúva e o órfão. Enfim, terceiro caso, a mão forte do magistrado pode ser expressamente requisitada por um apelo, uma queixa, que se diz clamor ou grito, tornando-se públicos desde então o dolo, o rancor e os culpados abandonados à autoridade geral 64. Com a decadência do feudalismo e o advento do Mercantilismo e da Revolução Industrial, tanto a sociedade quanto a propriedade sofrem modificações diante da ascensão da 64 DUBY, Georges. Poder Privado, Poder Público. In: DUBY, Georges. História da Vida Privada: Da Europa Feudal à Renascença. São Paulo: Companhia das Letras, p

65 63 burguesia e do surgimento do capitalismo, ao adentrar na Modernidade. Neste contexto de ascensão da classe burguesa, ocorrem diversas mudanças em relação ao Estado, ao sujeito e à propriedade, uma vez que se observa o início do Liberalismo fundado no interesse da burguesia, em que o Público não poderá intervir no Privado, podendo o indivíduo utilizar os seus bens da forma como bem quiser. Ao passar do tempo, segundo a ótica da Modernidade, influenciada pelo Iluminismo, os bens de relevância humana passam a ser somente aqueles que pudessem ser transferidos pelo homem, só tendo valor aquilo que tivesse trabalho agregado. Neste sentido, o trabalho importava em detrimento do conhecimento, sendo o trabalho considerado como algo individual e o conhecimento, coletivo. A partir de então, o valor das coisas só residia nos bens de troca, os quais são denominados de mercadorias. O homem sai do centro do universo e passa a ceder espaço à propriedade privada, sendo essa última um direito fundamental, permitindo que o sujeito se torne um reflexo do seu patrimônio, e ao mesmo tempo confundindo-se com ele, de forma que só é sujeito de direito aquele que possui propriedade privada 65. Esta realidade perdurou por bastante tempo em diversas partes do mundo. No entanto, referindo-se ao Brasil, esta teoria do privado em detrimento do público caiu por terra a partir do advento da Constituição Federal de 1988, tornando-se esta relação, agora relativa. De acordo com a Lei em vigor, não se pode deixar de pensar em direito de propriedade sem pensar na sua função social e o direito de propriedade passa a existir desde que este atenda sua função social, conforme Aronne (1999, p. 144) deixa explícito: O conceito de propriedade a emergir do sistema, assim como se verifica no domínio, há de conter a necessária abertura para tratar as tantas espécies que o instituo compreende e que não podem ficar a descoberto do Direito. Essa mobilidade e abertura conceitual é importante para que não se perpetue o regime de exclusão que se verifica na abordagem de sistemas fechados, e é alcançável pelo preenchimento tópico e axiológico do conceito 66. Neste novo contexto, a preocupação com o coletivo passou a representar a questão social, oriunda das transformações sociais e econômicas, como por exemplo, a preocupação com o meio ambiente através de uma qualidade de vida melhor em que possibilite vislumbrar um desenvolvimento sustentável e obter com maior eficácia a função social da propriedade privada. Com essa valorização do social sobre o privado, passa-se a compreender o homem 65 FACHIN, Luiz Edson. Estatuto Jurídico do Patrimônio Mínimo. Rio de Janeiro: Renovar, ARONNE, Ricardo. Direito Civil Constitucional e Teoria do Caos: Estudos Preliminares. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006.

66 64 como um ser histórico que tem o direito de construir-se a si mesmo e ser colocado entre os outros homens e objetos, condicionado pelo passado e projetando-se para o futuro 67. A cidade passa a ser percebida como um cenário político e filosófico da vida das pessoas que ali habitam, trabalham, se relacionam e constituem família, fazendo assim a sua própria história e a história do meio em que vive. Neste sentido, pode-se afirmar que a cidade evolui conforme a própria realidade humana se transforma. Neste contexto, a propriedade privada deverá estar conectada com a sua função social, que por consequência desse fato, se encontram inseridas em uma estrutura a qual denominamos de cidade, devendo esta atender a uma função social que possa representar a si mesma. Dessa forma, a função social da propriedade urbana deverá se encontrar em harmonia com a função social da cidade 68. Diante disso, o patrimônio cultural passa a exercer a sua função social a partir do momento em que possuir o elemento cultural. De acordo com Souza Filho (1997, p. 20), os bens socioambientais: Alteram e complementam a função social da propriedade, porque agregam elementos funcionais a ela. Uma casa de moradia urbana, que cumpra sua função social por servir de residência, quando tombada como patrimônio cultural, passa a ter também a função social de preservar a memória e evocar uma manifestação cultural, isto é, agrega, amplia a função social da propriedade. A alteração não será apenas por agregar algo a mais, podendo haver mudanças, já que um bem socioambiental teve alterado a sua essência jurídica 69. Sobre a questão da propriedade rural, este autor complementa que a Constituição Federal define a sua aplicação segundo o texto do artigo 186, e sobre a propriedade urbana, segundo o artigo 182 2º. A Constituição Federal orienta no sentido de ordenar a função para a produção e a razoável adequação às relações de trabalho, além da proteção ao meio ambiente, enquanto que, para a propriedade urbana, esta se encontra vinculada à função social da cidade que visa, ela mesma, o bem-estar de seus habitantes. 4.1 O MEIO AMBIENTE ARTÍSTICO-CULTURAL E O DIREITO DE PRESERVAÇÃO Apesar da humanidade sempre ter valorizado o meio ambiente cultural desce o seu nascedouro, a proteção efetiva desse patrimônio em termos normativos é relativamente recente. 67 FACHIN, Luiz Edson. Op. Cit. 68 LEAL, Rogério Gesta. A função social da Propriedade e da Cidade no Brasil: Aspectos jurídicos e políticos. Porto Alegre: Livraria do Advogado, SOUZA FILHO, Carlos Frederico Marés de. Bens Culturais e Proteção Jurídica. Porto Alegre: Unidade Editorial, 1997.

67 65 A Constituição Federal de 1988 erigiu, mesmo que implicitamente, os bens culturais como bens de uso comum do povo (o Estado, assim, deve assegurar o equilíbrio dos bens ambientais artístico-culturais). 70 Hoje, o conceito de patrimônio cultural, que por muito tempo direcionou-se apenas a bens móveis e imóveis, passou a expressar também valores imateriais, intangíveis, como formas de expressão, modos de criar, fazer e viver das coletividades humanas. 71 Assim, essa macromorada cultural é material e imaterial devido o amplo sistema de proteção e preservação de bens que representam valor cultural para a nação. Muitos são os conceitos observados sobre o meio ambientes, utilizados segundo a concepção de cada área do conhecimento ou áreas de pesquisas possíveis. O termo ambiente é de origem latina ambiens, entis que pode ser traduzido para os dias atuais como que rodeia ou simplesmente o que se encontra no meio em que vivemos. No entanto, a expressão meio ambiente por muito tempo deixou de existir na realidade do português brasileiro, de fato e de direito, por ser tratado como um assunto sem importância em uma sociedade que acreditava que seus recursos naturais fossem renováveis e permanentes. 72 A partir da década de 1980 o assunto começa a ser discutido por pesquisadores e no meio social sobre a natureza e seus recursos naturais como meios indispensáveis para a vida. A partir deste momento, observa-se a utilização da construção cultural do conceito de natureza, sempre utilizado como paradigma apto a servir de modelo para a organização da sociedade. Este conceito foi formulado ao passar do tempo pelo homem, diante da sua busca de soluções para a sua vida social, sendo esse conceito alterado através do tempo e de acordo com as necessidades humanas. Dessa forma, a natureza foi concebida como o local e que o ser humano se insere em posição de destaque e de proeminência 73. Esse tema passou a ter mais expressividade a partir do advento da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formação e aplicação, e dá outras providências. No seu artigo 3º observa-se o conceito de meio ambiente como o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem química, física e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas 70 É o que aduz o art. 225, caput, da CF/ RODRIGUES, José Eduardo Ramos. A evolução da proteção do patrimônio cultural crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural. Revista de Direito Ambiental, São Paulo: Revista dos Tribunais, v.11, jul-set, 1998, p JOLLIVET, Marcel; PAVE, Alain. O meio ambiente: questões e perspectivas para a pesquisa. In. VIEIRA, Paulo Freire. Gestão de recursos naturais renováveis e de desenvolvimento: novos desafios para a pesquisa ambiental. São Paulo: Cortez, 1996, p ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 19.ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2017.

68 66 formas 74,. No entanto, mesmo diante deste propósito jurídico, o homem ainda se relaciona com o meio ambiente apenas diante da sua necessidade de retirar recursos para assegurar a sua sobrevivência, passando a rejeitar ou desprezar tudo aquilo que ele acredita não ser útil para seus propósitos, assim como as demais espécies de seres vivos, demonstrando um único interesse de culturalizar a natureza, imprimindo-lhe representações e símbolos, de forma que a sua própria compreensão torna-se inteligível. Neste contexto, observa-se a preocupação com o meio ambiente a partir do texto apresentado pela Constituição Federal de 1988, quando mudou significativamente a forma de abordar as questões sobre os recursos naturais, uma vez que deixa de pensar exclusivamente na exploração de tais recursos, ampliando o foco, disciplinando não somente os mesmos, mas o meio ambiente em suas várias manifestações, como pode ser observado na íntegra o seu capítulo VI, do meio ambiente: Art Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade. 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 74 BRASIL. Lei 6.938, de 31 de agosto de Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em: < Acesso em: 10 nov

69 67 5º São indispensáveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. Complementando este tópico, Reigiota (1995) conceitua meio ambiente como um lugar determinado ou percebido onde estão em relações dinâmicas e em constante interação os aspectos naturais e sociais. Essas relações acarretam processos de criação cultural e tecnológico e processos históricos e políticos de transformação da natureza e da sociedade 75. Em outras palavras, trata-se segundo o autor, de um ambiente onde existem inúmeros fatores e processos de realidade complexas onde os indivíduos encontram-se imersos e interativos ao mesmo tempo. A partir dessa explanação sobre o meio ambiente, torna-se necessário discutir sobre o meio ambiente artístico-cultural, observando a necessidade de discussão sobre a evolução urbana, de forma que não degrade os vestígios da história e da cultura construída pelo povo em um determinado lugar. Neste sentido, a valorização do patrimônio cultural e a necessidade de reabilitação dos centros históricos nos dias atuais, constituem-se premissas básicas dos estudos, debates e pesquisas sobre o desenvolvimento sustentável nos centros urbanos, uma vez que esses centros representam a síntese da diversidade que caracteriza a própria cidade 76. A própria história do Brasil se trata de um exemplo vivo que foi fruto da destruição e seus ecossistemas, que além da retirada desenfreada de recursos minerais durante vários séculos, seria irracional acreditar que o seu ambiente conhecido hoje é o mesmo no tempo de sua descoberta, em 1.500, uma vez que a natureza sofre modificações, tanto pelo tempo quanto pela ação do próprio homem. Neste sentido, além das catástrofes naturais infrequentes, é exatamente a ação do homem que provocam os maiores e mais generalizados impactos ambientais, modificando por inteiro a face do planeta, alterando o meio físico e químico, extirpando e transformando ecossistemas inteiros, apagando espécies e florestas e poluindo o ar, o solo e as águas com substâncias tóxicas e perigosas 77. Com o aumento da população em grande escala, permitindo que questões muitos pontuais ganhassem maior força e acabassem por criar diferentes ciclos de degradação do meio ambiente e comprometimento do crescimento e desenvolvimento global, surge como tutela estatal, constitucionalmente prevista, a criação de novos monumentos e espaços de 75 REGIOTA, Marcos. O que é Educação Ambiental. São Paulo: Brasiliense, 1995 (Coleção Primeiros Passos, n.292), p FUNARI, Pedro Paulo. Patrimônio Histórico e Cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009, p BENJAMIN, A. H. V. Introdução ao Direito Ambiental Brasileiro. Revista dos Tribunais, São Paulo, v.4, n.14, p , abr./jun

70 68 fruição pública no quadro do processo de urbanização das cidades, buscando-se dessa forma a garantir à posteridade o conhecimento e a materialização dos valores de cada povo, por meio de um ambiente artificial agradável, que proporcionasse lazer, que seja aprazível e eleva a autoestima das pessoas que por ali possam viver ou transitar. Dessa forma, surge a necessidade de valorização dos centros históricos associada a apreciação do contexto territorial e da paisagem urbana 78. O Patrimônio Cultural constitui-se do próprio meio ambiente cultural, formado pelos bens históricos, artísticos, paisagísticos, ecológicos, turísticos e sociais que caracterizam um sociedade, um povo, um determinado lugar. Neste sentido, a Constituição Federal de 1988 define o patrimônio cultural brasileiro da seguinte forma: Art Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico 79. Vale salientar que o patrimônio cultural de um povo ou de uma sociedade não abarca tão somente os monumentos históricos, o desenho urbanístico e outros bens físicos. Também faz parte do seu contexto a experiência vivida, que se condensa em linguagens, conhecimentos, tradições imateriais, modos de se utilizar os bens e os espaços físicos. No entanto, percebe-se que a maioria dos estudos e das ações relacionadas a essa temática e destinadas a conhecer, preservar e difundir o patrimônio cultural continuam dando ênfase aos monumentos históricos. Apenas a partir da década de 1990 que as ciências sociais passaram a se preocupar pela produção cultural imaterial, por exemplo. Nos dias atuais, os seus enfoques teóricos e metodológicos, com mais capacidade para examinar sociedades complexas, permitem uma avaliação mais ampla sobre os contextos modernos em que se transformam bens simbólicos tradicionais, surgindo dessa forma, novos referentes de identificação coletiva FUNARI, Pedro Paulo. Op. Cit. 79 BRASIL. Constituição (1988). Op. Cit. 80 CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Edusp, 2006, p. 99

71 AS PRAÇAS E PASSEIOS PÚBLICOS COMO MEIO AMBIENTE ARTÍSTICO- CULTURAL A urbanização de pequenas cidades e até mesmo de diversos centros urbanos são dependentes das transferências constitucionais, representando aproximadamente 70% dos municípios brasileiros. No entanto, tal urbanização é realizada sem que haja nenhum estudo ou planejamento técnico do ponto de vista ambiental e sem o devido amparo legal, muitas vezes por não existirem leis locais voltadas para a sua preservação. Atribui-se a este fato, na maioria dos casos, à falta de condições financeiras destes municípios para dispor de técnicos especialistas e assessoramento administrativo qualificado. O resultado pode ser observado diante da construção de obras desprovidas de uma execução racional, como é o caso de praças públicas, por exemplo, que muitas vezes são construídas de forma padronizadas e sem funcionalidade, identidade com o seu povo ou atratividade turística 81. As praças públicas são consideradas como espaços livres, mesmo sabendo que muitas delas nos dias atuais são observadas pela sociedade como espaços abandonados, ponto de drogas e prostituição restando pouquíssimos espaços que a sociedade possa usufruir como alternativa de lazer, descanso meditação entre outras atribuições. Como espaço urbano, este é formado por um conjunto indissociável, solidário e ao mesmo tempo, contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações que não podem ser considerados isoladamente, e sim, como um contexto único no qual a história se constrói 82. Como espaço público, as praças exprimem locais de reencontro, bate papo, troca de experiência, assim como pode ser observado como um lugar fundamental da vida social, local de encontroe até mesmo de trocas de mercadorias. Tudo isso faz parte da cultura de um povo, até porque as suas manifestações artísticas e culturais são expressas nas ideias e ideais do projetista que ao projetar uma praça ou até mesmo um jardim, procura expor de forma clara e concisa os modismos e atualidades de uma determinada época de um povo. Dessa forma, os valores socioculturais também se encontram expressos nesses espaços públicos, se alternando ao passar dos anos, de forma que muitos desses valores resistem durante o tempo, outros se modificam e outros acabam se perdem ao longo da história SILVA, Damísio Mangueira da. O meio ambiente cultural e a importância da sua preservação para o desenvolvimento urbano sustentável. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIX, n. 154, nov Disponível em: < Acesso em: 20 nov SANTOS,, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4.ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, DE ÂNGELIS, Bruno Luiz Domingues et al. Praças: história, uso e funções. Maringá: Editora da Universidade de Maringá Fundamentum, 2005.

72 70 Tanto as praças quanto os passeios públicos se tratam de um espaço urbano, celebrados como um espaço de convivência e lazer dos habitantes urbanos que se alteram do decorrer do tempo histórico. Tal afirmativa pode ser comprovada se observarmos desde a Antiguidade, quando a função desses espaços era bem mais rica de significado, não se contentando em limitar-se a lugar de cruzamento das vias públicas e outras funções que se observa nos dias atuais. A ágora ateniense, por exemplo, como símbolo de liberdade era o lugar onde, não somente era possível fazer reuniões, como também, era o lugar onde cada um podia dar sua opinião. Por outro lado, o fórum romano, como exemplo de símbolo do poder, era o local de comércio e de política popular 84. Nos dias atuais, os espaços urbanos se confundem com seus monumentos e suas áreas verdes, uma vez que estas últimas se tornaram os principais ícones de defesa do meio ambiente pela sua degradação, e pelo pequeno espaço que lhes são destinados nas grandes cidades. A cidade, por se tratar de um conjunto de elementos, sistemas e funções entrelaçados, depende do crescimento e desenvolvimento local. Diante de momentos de crise estrutural em decorrência dos problemas de ordem econômica, política, social e cultural, o fenômeno urbano em seu ritmo acelerado tem se transformado em um destino incerto, onde as ciências são transformadas em forças produtivas e os espaços urbanos, em mercadorias 85 Diante dessas reflexões apresentadas pelos autores supracitados, observa-se que muito se deve refletir sobre o espaço artístico cultural representados pelas praças públicas, necessitando-se para tal um debate acerca da educação patrimonial e ambiental. Para tanto, estes temas devem ser não apenas pesquisados, como debatidos no meio social, sabendo-se que o melhor caminho para a preparação das gerações futuras é o próprio ambiente escolar, seja com aulas voltadas para o meio ambiente e a sua preservação, sobre a história artísticocultural da cidade, visitação de bens culturais, entre outros. 84 Idem. 85 LOBODA, C. R Espaços públicos e práticas socioespaciais: uma articulação necessária para análise dos diferentes usos da cidade. In: Caderno Prudentino de Geografia. n. 31, v. 9, p

73 71 5 DIREITO DE REVITALIZAÇÃO DAS PRAÇAS PÚBLICAS E SUAS OBRAS DE ARTE NA CIDADE DO NATAL As praças públicas desempenham nas cidades, funções sociais, culturais, políticas e ambientais. Esses espaços públicos fisicamente podem ser constituídos por calçadas, jardineiras, árvores, bancos de assentos e em algumas possuem monumentos artísticos, os mais presentes estão nas praças públicas do Centro Histórico da Cidade. Esses espaços públicos estão ficando cada vez mais sem usuários, não é necessário ser especialista no assunto para saber a realidade assustadora que hoje as praças passam trazendo insegurança para quem frequentar. A praça é tão diversificada que os juízes tinham seus tribunais á portas da cidade e estavam em praças para fazer justiças e emplaçar, como era chamado o tribunal da plaça. Os espaços livres como as praças acompanham a evolução das cidades, e suas delimitações, funções e aparência de suas configurações, como adros religioso, praças/mercados e praças cívicas. A socialização do espaço público tem sido relegada a um plano secundário, ofuscada pela gestão de como deve ser a vegetação no ambiente urbano, tema que tem dominado o mundo as discussões sobre as praças e as cidades. Os desenhos traçados das praças em seus projetos propõem alternativas para ampliar seu espaço de convívio social, mais convidativos e adaptáveis que privilegiem o acesso, a integração com o entorno e a articulação com o tecido urbano. A maioria das praças contemporâneas na cidade encontra-se em situação tão deplorável, que podem ser consideradas antissociais ou mesmo anti-praças. Ao enfatizar o isolamento do entorno, uso programados e acessos controlados, as praças modernas não apenas propuseram a ruptura estética. Usar e acessar em novos projetos de praças procura apresentar opções para melhoria e condições de uso coletivo e acesso público ás praças. Que seja um lugar agradável, repleto de memórias revelados, com bastante vegetação e esculturas, bancos e muretas, encontros de casais e convívio entre gerações, transparência visual nas praças, uma variedade de esportes, oficina de artes, assistência social e jurídica. No Brasil estudos foram realizados demonstrando-nos que nas grandes cidades, as praças estão perdendo espaço e público. Ocorre que a população dessas cidades tem encontrado outras opções de lazer em espaços fechados como shoppings, teatros e museus.

74 72 Além desses espaços citados outro fator que afasta o público dos espaços públicos é a ausência de manutenção adequada e a ausência de segurança. Em Natal não é diferente, as praças públicas estão entregues a insegurança, a manutenção precária afastam os usuários. A cada dia aumentam as praças fechadas em condomínios particulares privando o acesso de público. O fechamento desses lugares públicos afasta o público da cidade, praça é para ser aberta ao público e não com restrição de populares. Diante das circunstâncias atuais em espaço público fechado, afirma Paulo Affonso Leme MACHADO: O fechamento desses espaços públicos, com a colocação de grades e de portões, não poderá ser de forma a impedir a frequência diária da população. Em caso de manifesta necessidade de cobrança de ingressos em espaços públicos, parece-me que o Poder Judiciário pode entrar na análise da adequação dos preços, frente às possibilidades de acesso dos segmentos sociais de baixa renda, evitando o desvio de poder uma forma de arbitrariedade. 86 O fechamento de algumas praças e passeios públicos existentes por gradil, muros ou cercas é para oferecer proteção. Mas, além de proteção, esses tipos de fechamento tem algo em comum, a sensação de aprisionar. Assim, as praças públicas deve-se dar atenção aos tipos de cercas e gradil, de modo a garantir que o espaço guardado não dificulte a acessibilidade. É fundamental aos habitantes e turistas o acesso às praças sem nenhum tipo de barreiras para que todos possam a usufruir desses locais públicos com segurança. Uma praça muito fechada inibe a entrada dos usuários em espaços públicos. A percepção de segurança é considerada a primeira razão para voltar-se ao local; o melhoramento no acesso visual e físico é responsável pelo aumento de uso; a presença de polícia, de guardas e pessoal de manutenção contribui para o aumento de percepção de segurança. Se os cidadãos sentirem a presença de segurança e a manutenção constante esses voltam a frequentar os espaços públicos. A colaboração público-privada no projeto e na manutenção, destaca-se de outros espaços públicos pelo refinamento dos detalhes e pelo alto padrão de conservação e segurança. Intervenção física bem-sucedida na praça apoia a preservação, a necessidade de novas atividades, eliminação de barreiras, acesso tirando o isolamento e iniciando para a recuperação do convívio entre as pessoas na praça. 86 MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 19ª ed., São Paulo: Malheiros, 2011, p. 426.

75 73 Circulação esporádica de feira de arte e artesanato, fluxo de skatista, bicicletas, jogos, apresentação de grupo de dança, passeio com cachorros, ponto de encontro, reuniões democráticas e pacíficas, encontro casual, passagens que dão acesso às ruas, comércio, cinema, shoppings, teatros, igrejas, bingos. A cidade do Natal possui 267 praças públicas distribuídos de maneira não uniforme na malha urbana, com maior concentração nas áreas centrais e com sua ausência em alguns bairros da periferia. É necessário o planejamento e da gestão pública assegurar que as praças entre outros equipamentos sociais públicas de Natal, sem providas de qualidade e uma distribuição condizente com as necessidades ambiental e social local. Com formulação de políticas públicas a considerar os reais problemas locais com a finalidade de equacioná-los, sem que sejam priorizados determinadas áreas da cidade em detrimento dos demais, frequentemente habitadas por população de menor classe de rendimento. Em contato direto com a SEMSUR, órgão direto em cuidar das praças e seus equipamentos mobiliários informou a este autor que a administração pública municipal não tem verba necessária para a revitalização das praças. Em algumas apenas fazem alguns reparos pelos próprios servidores como simples remendos de bancos de alvenaria, passar a cal nas jardineiras, o retiro do mato que cresce e algum lixo que esteja interno na praça. As praças que a SEMSUR tem em sua catalogação oficial que hoje está na casa de 267 como já foram mencionado, muitas praticamente estão destruídas com pouca verba não tem como revitalizar. Para as praças que estão sendo projetadas tem orçamento, mas não podem remover verba para restabelecer as praças que estão em situação deplorável. As praças novas para ser construídas por particular, terão que passar pelo processo licitatório com base legal na Lei 8.666/93 na modalidade concorrência. Muito pouco é feito para revitalização das praças pelo poder executivo municipal, não há muito interesse em revitalizar, pois o gasto para deixar a praça em pleno uso aos usuários é altíssimo o investimento, como muitas vezes é para eles melhor construir uma nova praça. Em pesquisa realizada na Associação dos Moradores de Ponta Negra AMPA, o Presidente da Associação disse que as autoridades só procuram ter interesse pelas praças quando é na época de campanha eleitoral municipal. O representante da Associação encaminhou vários ofícios para realização de serviços operacionais, mas não teve êxito. Consegue revitalizar algumas praças com a economia que faz pelo caixa da AMPA através de

76 74 imóveis locados. Fez-se parceria com a Companhia de Serviços Urbanos de Natal no sentido dessa Companhia fazer a retirada de lixo enquanto a AMPA fica na responsabilidade de manutenção e revitalização das praças. Mas, nem todos os outros bairros da cidade têm Associação, nem Conselhos, essas entidades muitas nem existem mais. Ficando apenas a Prefeitura de Natal encarregada a construir, manter e revitalizar, sendo que não está conseguindo dar conta pelo alto número desses bens públicos, existentes e ausência de recursos financeiros como um grande estorvo. Em 2009, foi criada a Lei Municipal de nº 5.915/09 que tem como regulamentação pelo decreto de nº 8.669/09 que consiste na adoção de espaços públicos por parte de empresas ou pessoas físicas que se responsabilizam pela manutenção do projeto paisagístico de praças e canteiros. Em contrapartida, a prefeitura do Natal concede aos habitantes o direito de fazer propaganda no local adotado. 87 Esta lei municipal de responsabilidade da prefeitura realizar limpeza, manutenção e conservação, incluindo-se pelos adotantes mobiliárias nas praças. Em contrapartida o adotante teria a propaganda de seu empreendimento na praça. Os adotantes ficam na incumbência de executar a limpeza, irrigação, bem como, da conservação dos equipamentos do mobiliário praçal inclusive dos elementos artísticos. Com o advento, o sancionamento e regulamentação dessas criou-se o programa que é consistente na adoção de espaços públicos não só por empresários, mas também por pessoas comuns, associações e Conselhos que possam se responsabilizar pelo paisagístico de praças e canteiros públicos. Com a SEMSUR e a SEMURB responsabilizou-se pelos projetos de implantação ou renovação, iluminação pública e a fiscalização. Então, buscou-se o Poder Municipal, esse meio devido à necessidade de manter as praças por programas já que esse poder não tem condições de manter, muito menos de revitalizar os espaços públicos. Com isso as praças adotadas da cidade se mantêm erguidas enquanto as demais ficam na esperança da administração municipal erguê-las ou desafetá-las pela precariedade que se encontram. Diante da real situação de crise econômica no país, administração pública municipal do Natal que também possa vem cada vez mais deixar de centralizar os serviços públicos 87 Lei Municipal 5.915/09. I Promover a participação da sociedade civil: Associações de Moradores, Conselhos Comunitários, Organizações Governamentais, entidades comunitárias, Empresas e de cidadãos interessados na urbanização, nos cuidados e na manutenção das praças, canteiros, jardins, parques e logradouros públicos do Município de Natal, em conjunto com o poder público municipal.

77 75 entregando esses a parceria e terceirizados devido à eficiência por esses e o fato de não poder arcar com todos os serviços que a população merece. A exemplo disso tem-se a Praça Prefeito Claudionor de Andrade, no bairro de Mirassol, conservada e mantida pelo Centro Educacional Integrada CEI, conforme o Diário Oficial do Estado D.O.E. em sua edição de , publicou o edital de celebração de contrato de permuta entre a Prefeitura de Natal e CEI por serviço de construção, manutenção, urbanização de praças públicas. O aludido contrato tem o prazo no mínimo de 20 (vinte) anos. O referido contrato é somente em nome do interesse público. Fotografia 08 Praça Prefeito Claudionor de Andrade Fonte: Arquivo Pessoal Com o advento da Lei de Adoção de Praças da cidade, o CEI abraçou-se pelo Programa de adoção de praça, se responsabilizando pela manutenção e conservação da Praça Prefeito Claudionor de Andrade, praça adotada. É um exemplo de praça, tem paisagismo admirável e realmente bem conservada, todos os mobiliários estão em perfeitas condições de uso, plantas bem cuidadas e árvores bem podadas. É um modelo para outras praças. Se a Administração Municipal entregasse suas praças novas e fiscalizasse, fizesse manutenção periódica repondo ou colocasse no lugar o que

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