PLANO DE CONTIGÊNCIA SAÚDE SAZONAL
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- Dalila Edite Salgado Castelo
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1 UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DA GUARDA, E.P.E. Unidade de Saúde Pública PLANO DE CONTIGÊNCIA SAÚDE SAZONAL MÓDULO VERÃO 2017 ULSG.USP.Mod Página 1 de 7
2 1. INTRODUÇÃO A exposição ao calor intenso, em especial durante vários dias consecutivos, pode provocar graves riscos para a saúde humana, nomeadamente problemas do foro cardíaco e respiratório, situações de desequilíbrio hidro-eletrolítico e problemas cutâneos. Estas situações, podem obrigar a cuidados médicos urgentes e provocar um aumento da mortalidade. A nível ambiental, há a salientar o aumento da poluição atmosférica e da concentração de poeiras provenientes do Norte de África, doenças transmitidas através da água e dos alimentos, o aumento da população de vetores, como mosquitos e carraças e a ocorrência de incêndios. Existem vários fatores condicionantes de risco para a saúde, relacionados com esta problemática, nomeadamente: - Fatores pessoais: idosos com idade superior a 65 anos, crianças com idade inferior a 5 anos, portadores de doenças crónicas, obesos, consumidores de álcool e drogas, imunodeprimidos, doentes submetidos a certas terapêuticas (anti-hipertensores, anti-arrítmicos, diuréticos, antidepressivos, neurolépticos, entre outros), doentes acamados ou com mobilidade condicionada, doentes mentais. - Fatores sociais, laborais ou ambientais: pessoas que vivam sós, isolados, em habitações degradadas e com deficientes condições de climatização, sem abrigo, pessoas expostas ao calor por questões laborais, contaminação ambiental, zonas urbanas, exposição continuada durante vários dias a temperaturas mínimas e máximas elevadas. - Fatores locais: os efeitos das temperaturas elevadas e das ondas de calor dependem do nível de exposição (frequência, gravidade e duração), da população exposta e da sensibilidade desta. Desta forma, não é surpreendente que a relação entre a temperatura e os seus efeitos na saúde mostre algumas diferenças entre os elementos da população, bem como da localização geográfica. Segundo um estudo da Agência Europeia do Ambiente (APA), a década de foi a mais quente da Europa e a temperatura média da atmosfera à superfície foi 1,3ºC mais quente do que a média no período pré industrial, sendo que as ondas de calor aumentaram em frequência e duração (APA, 2012). Decorrente da sua localização geográfica, Portugal poderá ser um dos países europeus mais vulneráveis aos fenómenos climáticos extremos, com uma tendência para um aumento da temperatura média e um acréscimo do número de dias por ano com temperaturas elevadas (Santos e tal., 2006). Em Portugal, em 2006 o número de óbitos associados à ocorrência de Ondas de Calor foi de 1 259, a maioria com idade superior a 75 anos. Em 2010, estimou-se um excesso de mortalidade nos períodos de calor intenso de óbitos (Relatório Final de Avaliação-PCOC 2010). Em 2013 foi determinado pelo INSA, um excesso de mortalidade de óbitos (Relatório Final de Avaliação-PCTEA 2013). ULSG.USP.Mod Página 2 de 7
3 A DGS tem vindo a implementar desde 2004, o Plano de Contingência para Ondas de Calor, durante o período compreendido entre 1 de maio a 30 de setembro podendo ser activado em função das condições meteorológicas verificadas, antes ou depois daquelas datas. Este Plano pretende ser um instrumento estratégico, reforçando a intervenção dos Serviços de Saúde, através das Autoridades de Saúde em estreita articulação com os Serviços de Proteção Civil, Segurança Social e demais parceiros, com competências e atribuições no âmbito da proteção da população. Em 2006, efetuou-se uma atualização dos procedimentos deste Plano, por Despacho do Diretor-Geral da Saúde, atribuindo a responsabilidade da avaliação e gestão do risco para a saúde das populações, a nível regional às ARS, local às ULS e aos ACES, dado o conhecimento que estas têm das especificidades locais, designadamente geodemográficas e ao nível da gestão de recursos. Em 2011, pela evidência de que a exposição a temperaturas elevadas, constitui um risco para a saúde, mesmo sem se tratar de uma Onda de Calor (definição climatológica), adoptou-se a designação de Plano de Contingência para as Temperaturas Extremas Adversas Módulo Calor. A partir deste ano os módulos de Verão e de Inverno serão incluídos no Projeto Saúde Sazonal e designados como Planos Inverno e Saúde e Verão e Saúde. Pretende-se assim, valorizar a intervenção e comunicação contínuas ao longo do ano, adaptando-as à sazonalidade e às suas especificidades. O Plano Verão e Saúde é ativado entre 1 de Maio e 30 de Setembro. NÍVEIS, CRITÉRIOS DE ALERTA E MEDIDAS DE INTERVENÇÃO: São definidos 4 níveis de risco, para avaliação a nível da Região, definidos pelo Meteo Alarm/Europa Nível 1 (VERDE): Situação de vigilância Temperatura máxima 32º C; Temperatura mínima <23º C Não são previsíveis efeitos negativos na saúde. Medidas/Intervenções: - Manutenção da situação de vigilância; - Assegurar a manutenção das medidas gerais. Nível 2 (AMARELO): São previsíveis efeitos sobre a saúde, necessidade de cuidados na prática de atividades ao ar livre e que sejam exigidos esforços físicos Temperaturas elevadas que podem provocar efeitos negativos na saúde. É emitido, quando ocorre um dia com temperaturas máximas observadas iguais ou superiores a 32ºC e menores de 35ºC em que estão previstos mais dois dias com as mesmas temperaturas; Temperaturas mínimas maiores ou igual a 23ºC e inferiores que 25ºC. ULSG.USP.Mod Página 3 de 7
4 Medidas/Intervenções: -Divulgação da informação e recomendações à população, às entidades competentes de saúde e a outros setores institucionais, incluindo a comunicação social; -Reforço da capacidade de respostas das unidades prestadoras de cuidados de saúde e outras; - Assegurar, em articulação com a USP a vigilância dos grupos mais vulneráveis; - Reforçar a verificação do correto funcionamento dos sistemas de climatização em todos os Serviços. Nível 3 (Laranja): Prováveis efeitos sobre a saúde, necessário estar atento aos riscos de exposição. Seguir as orientações das Autoridades Este Alerta é emitido quando ocorre um dia com temperaturas observadas > a 35ºC e < a 38ºC e dois dias de temperaturas previstas iguais às anteriores e temperaturas mínimas 25ºC e a 26ºC. Medidas/Intervenções: - Reforçar as medidas aplicadas no nível 2; - Preparação para eventuais medidas de emergência. Nível 4 (VERMELHO): São esperadas consequências graves em termos de saúde e mortalidade É emitido, quando ocorrem três dias com temperaturas máximas observadas iguais ou superiores a 38ºC e em que estão previstos mais dois dias com temperaturas a 38ºC. Temperaturas mínimas três dias de temperaturas observadas e dois dias de temperaturas previstas > a 26ºC. Medidas/Intervenções: Divulgação da informação e recomendações à população, às entidades competentes de saúde e a outros sectores institucionais, incluindo a comunicação social. Articulação com as entidades da saúde e com as entidades incluídas nos Grupos Operativos Regionais; Articulação com as entidades de emergência para promover o transporte para os locais de abrigo, se necessário; Assegurar o acompanhamento de grupos mais vulneráveis-idosos institucionalizados, crianças e pessoas a viverem isoladas ou com mobilidade reduzida; Assegurar a capacidade de resposta das unidades prestadoras de cuidados de saúde. O nível de alerta emitido a nível regional deve ser ajustado localmente considerando as especificidades geográficas, demográficas e culturais de cada Distrito/Concelho. Estes níveis de risco comunicados pela ARS/DSP têm como principal objetivo informar os profissionais dos Serviços da necessidade de acionar as medidas definidas para o respetivo nível. ULSG.USP.Mod Página 4 de 7
5 2. OBJETIVO GERAL Promover a proteção da saúde da população em geral, e dos grupos vulneráveis em particular, abrangidos pela ULS da Guarda, contra os efeitos negativos dos períodos de calor intenso através de uma eficaz avaliação do risco e do desenvolvimento de respostas apropriadas com base na disponibilização de toda a informação considerada pertinente e das respostas adequadas a nível de cuidados de saúde. 3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 3.1. IDENTIFICAR E DEFINIR OS INTERLOCUTORES DO PCTEA PARA OS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS E HOSPITAIS. Sendo os interlocutores: Diretora Clínica para a Área dos Cuidados de Saúde Primários da ULS da Guarda, EPE Dra. Maria de Fátima Clemente Lima Diretora Clínica para a Área dos Cuidados de Saúde Hospitalares da ULS da Guarda, EPE Dra. Maria de Fátima Domingues Azevedo Cabral Coordenadora da Unidade de Saúde Pública Dra. Ana Isabel Viseu Responsável pelo PCTEA da ULS da Guarda Dra. Maria da Assunção Ferreira 3.2. MEDIDAS DE SAÚDE PÚBLICA Garantir a articulação interinstitucional dentro e fora do sector da saúde, nomeadamente com a Proteção Civil, Segurança Social, Autarquia, PSP e GNR, nomeadamente na aplicação das medidas de intervenção de acordo com o tipo de alerta. Divulgar e aplicar as medidas de intervenção de acordo com o tipo de Alerta. Divulgar o PCTEA aos profissionais da ULS, através do Gabinete de comunicação e imagem. Divulgar e reforçar a informação para a população em geral e para os grupos mais vulneráveis em particular, sobre efeitos e medidas preventivas dos efeitos do calor intenso na saúde. Para a prossecução desta medida são definidas as seguintes atividades: - Encaminhamento pela USP de material de divulgação sobre os efeitos do calor nos idosos e medidas de prevenção junto dos serviços de Segurança Social e de todas as estruturas residenciais para idosos, da área de abrangência da ULSG; - Divulgação pela USP junto dos Municípios do distrito da Guarda de material informativo para a população em geral, solicitando a sua divulgação aos Presidentes das Juntas de Freguesias; ULSG.USP.Mod Página 5 de 7
6 - Divulgação pela responsável do Programa de material informativo junto dos Núcleos Locais de Saúde Pública (NLSP) a serem afixados nos estabelecimentos dos Cuidados de Saúde Primários; - Divulgação pela responsável do Programa aos NLSP de cartazes / folhetos sobre cuidados a ter com as crianças, solicitando a sua divulgação aos Agrupamentos Escolares, em articulação com as Equipas de Saúde Escolar; Promover a utilização da Saúde 24 ( ), com o 1º contato com o Sistema de Saúde, com material informativo nos Estabelecimentos de Saúde. Identificação e atualização do registo das Instituições existentes nos Concelhos de abrangência da ULSG e verificação das suas condições de climatização, pelos NLSP: Estruturas residenciais para pessoas idosas e pessoas com deficiência; Serviços de Saúde Públicos (com e sem internamento); Serviços de Saúde Privados com Internamento; Creches e Infantários. Assegurar a articulação com as entidades locais para garantir que as medidas de prevenção de ondas de calor contemplem as pessoas em situação de dependência no domicílio, nomeadamente idosos acamados e a viver sozinhos. Identificação dos idosos que vivem sozinhos e/ou isolados e destes os que não têm apoio familiar ou de IPSS, em articulação com o Comando Distrital da GNR e PSP; Identificação dos idosos acamados/ dependentes no domicílio; Identificação dos locais com condições de climatização protetoras dos efeitos do calor (Abrigos) que possam ser utilizadas pelas populações, se necessário. Preenchimento das grelhas enviadas pelo Departamento de Saúde Pública da ARS do Centro, Inicial e das medidas tomadas em caso de Alerta Amarelo e Vermelho e casos associados aos efeitos do calor PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE Garantir os recursos humanos, materiais e condições das instalações dos serviços de saúde (CSP e Hospitais) para fazer face às ondas de calor e dar resposta às necessidades dos utentes Para a prossecução deste objetivo é necessário, de acordo com a tipologia do Serviço: Implementar o Plano de Contingência; Promover a utilização da Linha de Saúde 24 como o primeiro contato com o sistema de saúde; Garantir a articulação interinstitucional dentro e fora do sector da saúde; ULSG.USP.Mod Página 6 de 7
7 Identificar previamente e gerir as necessidades em estruturas, equipamentos e recursos humanos, com especial atenção aos períodos de férias; Garantir a existência de salas e consultórios climatizados e o seu funcionamento; Garantir a adequação de cuidados, incluindo a hidratação (deve estar prevista a disponibilização de abastecimento de água nas salas de espera); Adequar a oferta de consultas e de recursos às necessidades: Adequar os horários da consulta aberta ou de recurso; Adequar o número de consultas aos casos de doença aguda; Adequar a capacidade de atendimento nos Serviços de Urgência Básica e Serviços de Urgência; Cuidados de internamento: Prever a necessidade de expansão da área de internamento (garantir a disponibilidade de camas, nº de camas / macas = 4/4); Verificar os stocks de medicamentos; Adequar a capacidade instalada de cuidados intensivos (quando aplicável e se necessário); Promover a climatização dos espaços de internamento; Garantir medidas que minimizem os efeitos negativos do calor nos doentes internados, nomeadamente a correta hidratação a adequação da dieta AVALIAÇÃO DO RISCO/INFORMAÇÃO/COMUNICAÇÃO De acordo com o definido no Plano Saúde Sazonal: Verão e Saúde PCTEA 2017, a avaliação de risco para efeitos de aviso e/ou para a população, na ARSC é efetuada pelo Departamento de Saúde Pública (DSP) em colaboração com as Unidades de Saúde Pública (USP) com base na escala de avisos meteorológicos. O Grupo Operativo Regional sediado no DSP enviará à Coordenadora da USP, Conselho de Administração da ULSG e à RNCCI via telefónica, ou SMS (fim de semana), dando conhecimento do nível de risco sempre que o mesmo seja classificado de 2, 3 ou 4. No PCTEA da ULS da Guarda é definido que os avisos dos níveis referidos anteriormente são comunicados pela ULS da Guarda através do Gabinete de Comunicação e Imagem em articulação com os Interlocutores identificados em 3.1 aos profissionais da Instituição, aos Órgãos de Comunicação Social assim como o reforço dos Conselhos à população em geral e aos grupos mais vulneráveis. ULSG.USP.Mod Página 7 de 7
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