PROPOSIÇÃO DE CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU. RESUMO

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1 PROPOSIÇÃO DE CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU. Bernadete Lema Mazzafera RESUMO Este estudo tem por objetivo propor alguns critérios para a avaliação de trabalhos de conclusão de cursos, como forma de contribuir para a iniciação científica e formação de futuros pesquisadores. Para responder a questão proposta neste estudo foram compiladas as informações de autores de metodologia científica, tais como: Barros e Lehfeld (1990); Severino (2000); Marconi e Lakatos (2005); Muller e Cornelsen (2007) a respeito dos itens que devem ser contemplados num trabalho de conclusão de curso de graduação e pós-graduação e os itens foram revistos tendo como base os estudos de Mazzafera (2006). A proposta resultou num protocolo composto por 10 itens e 20 sub-itens e quatro colunas que apontam as possibilidades de avaliação.os itens contemplados são: título; resumo; introdução; revisão de literatura; método; resultados; discussão; conclusão; referências e normas. Acredita-se que o protocolo sugerido possa ser utilizado para elaborar e avaliar trabalhos de conclusão de cursos de graduação e pós-graduação lato-sensu, oferecendo um critério objetivo de avaliação para docentes e discentes.

2 INTRODUÇÃO Em um trabalho de reflexão sobre a educação científica, Zancan (2000) apresenta uma revisão de literatura que aponta os dados de crescimento científico em nosso país, mas alerta que é preciso expandir a capacidade de inovação citando a Declaração da Unesco que diz: A educação científica, em todos os níveis e sem discriminação, é requisito fundamental para a democracia. Igualdade no acesso à ciência não é somente uma exigência social e ética: é uma necessidade para realização plena do potencial intelectual do homem.(zancan, 2000, p. 3) Segundo a autora as políticas públicas para as áreas de ciência e tecnologia, devem ser ampliadas para que possam envolver não só a inovação, mas também a educação científica em todos os níveis, pois o analfabetismo científico aumentará as desigualdades, marginalizando do mercado de trabalho as maiorias que hoje já são excluídas (ZANCAN,2000, p.3-7). Ainda sobre o assunto, o estudo de Fava de Moraes e Fava (2001) procura demonstrar a importância do programa de iniciação científica para o estudante do ensino superior como projeto que possibilitaria incrementar a produção científica do país. Os autores citam a Conferência Mundial sobre Ensino Superior realizada pela UNESCO em Paris, em 1998 para reafirmar que não há condições de uma Nação querer ser moderna com desenvolvimento social e econômico se não tiver base científica e tecnológica. Os autores colocam que a qualidade docente e a do ensino são diretamente vinculadas à geração e ao domínio do conhecimento e não apenas à sua transmissão e ressaltam que o Brasil em 1997, conseguiu ser posicionado pela primeira vez em sua história, entre os 20 países mais produtores de ciência e tecnologia. Concluem que ao estimular à iniciação científica, existe uma maior probabilidade de identificar e formar uma juventude criativa, pois não é privilégio dos países ricos fazer pesquisa, ao contrário, só país que faz pesquisa possui condições de se tornar rico. Leite (2007) afirma que o Brasil investe 1% do PIB (produto interno bruto) em pesquisa e tem 324 cientistas por milhão de habitantes. O autor relata no artigo publicado na Folha de São Paulo, intitulado Produtivismo Infantil, que tradicionalmente a qualidade dos trabalhos científicos em ciências naturais, é inferida com base na repercussão, deste modo, quanto mais citado

3 é um artigo, presume-se segundo o autor, maior a contribuição do mesmo. Neste quesito segundo o autor, a América Latina, o Brasil incluído, produz mais gordura que estatura. Baseando se nos estudos de Marcelo Hermes- Lima (publicado no periódico IUBMB life- da União Internacional de Bioquímica e Biologia Molecular) o autor cita que de 1995 a 2005, cada artigo produzido no país recebeu em média 4,7 citações o que representa entre metade e um terço dos escores de países como Suíça (13,6) EUA (12,9) e Reino Unido (11,2). O autor conclui seu artigo relatando que os indicadores são sujeitos a mil influências e distorções, porém sugerem que há algo de errado no crescimento acelerado da ciência latino-americana e brasileira. (LEITE, 2007, p.9) O trabalho de Conclusão de curso (TCC), na maior parte dos cursos de graduação foi instituído a partir das resoluções que instituíram as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação elaboradas pelas Comissões de Especialistas de Ensino e encaminhadas pela SESU/MEC ao CNE (Conselho Nacional de Educação), publicadas a partir de O TCC pode ser considerado um trabalho de iniciação científica, se observados os critérios de elaboração de um trabalho científico. Este estudo propõe alguns critérios para avaliação dos trabalhos de conclusão de cursos, como forma de contribuir para a iniciação científica e formação de futuros pesquisadores, inferindo-se que seja esta também a dificuldade do país. Procedimento Metodológico Para a elaboração desse protocolo foram compiladas as informações de autores de metodologia científica, tais como: Barros e Lehfeld (1990); Severino (2000); Marconi e Lakatos (2005); Muller e Cornelsen (2007) a respeito dos itens que devem ser contemplados num trabalho de conclusão de curso de graduação e pós-graduação e os itens foram revistos tendo como base os estudos de Mazzafera (2006). Critérios de Avaliação do trabalho de conclusão de curso A proposta resultou num protocolo composto por 10 itens e 20 subitens. Os itens contemplados são: título, resumo, introdução, revisão de literatura,

4 método, resultados, discussão, conclusão, referências e normas. Além disso, são propostas quatro colunas para a avaliação do estudo, que podem ser recomendadas pelo orientador a serem atingidas pelo jovem pesquisador, em função das especificidades encontradas no trabalho de conclusão de curso. Quadro 1- Critérios de Avaliação de Trabalho de Conclusão de Curso Itens que deverão ser contemplados no trabalho: Sim Parcial Não Não se aplica 1. QUANTO AO TÍTULO 1.1 Indica o tema do estudo proposto no objetivo e finalizado na conclusão 1.2 Evita abreviações 2. QUANTO AO RESUMO 2.1 Apresenta um resumo conciso do trabalho que contempla todos os itens do estudo. 2.2 O resumo possui formatação apropriada e apresenta as palavras-chave, logo abaixo de seu texto. 3. QUANTO À INTRODUÇÃO 3.1 Apresenta uma justificativa para o estudo. 3.2 Apresentam o(s) objetivo(s) gerais e específicos em sentenças afirmativas (apresenta-os ao final da introdução ou em capítulo a parte). 3.3 Como último parágrafo apresenta todo o

5 trabalho capítulo por capítulo. 4. QUANTO A REVISÃO DE LITERATURA 4.1 Discute a literatura sem revisões exaustivas. 4.2 Cita somente trabalhos pertinentes ao assunto. 4.3 Referencia todo o capítulo de revisão. 5. MÉTODO (para pesquisa de campo) 5.1 Descreve os participantes e respeita aspectos éticos da área. 5.2 Descreve e referencia o material utilizado construído por outros autores. 5.3 Descreve apropriadamente o material que foi construído especificamente para o estudo. 5.4 O método pode ser replicado. 5.5 Descreve como os dados serão analisados nos resultados. 6. RESULTADOS (para pesquisa de campo) 6.1 Descreve os resultados do estudo 6.2 Descreve como analisou os dados 7. DISCUSSÃO 7.1 Discute os resultados confrontando-os com a literatura 8. CONCLUSÃO 8.1 Retoma ao objetivo

6 9. REFERÊNCIAS 9.1 Faz constar todas as citações nas referências 10. NORMAS 10.1 Respeita os aspectos normativos e tipográficos propostos pela instituição de ensino. CONSIDERAÇÕES FINAIS. Acredita-se que o protocolo sugerido possa oferecer um critério, para docentes e discentes, a ser utilizado para elaborar e avaliar trabalhos de conclusão de cursos de graduação e pós-graduação lato-sensu.

7 REFERÊNCIAS: BARROS, A. J. P. ; LEHFELD, N. A. S. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. Petrópolis : Vozes,1990. FAVA-DE-MORAES, F.; FAVA, M. A iniciação científica: muitas vantagens e poucos riscos. São Paulo Perspectiva, v. 14, n.1, p , LEITE, M Produtivismo infantil. Folha de São Paulo, Mais.São Paulo, 1 abril 2007, p.9. MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E.M. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, MAZZAFERA,B. L. Discurso científico em fonoaudiologia: análise de pesquisas f. Tese (Doutorado em Lingüística) Universidade de São Paulo, São Paulo. MULLER, M.S.; CORNELSEN, J.M. Normas e padrões para teses, dissertações e monografias. 6.ed. ver. E atual. Londrina: EDUEL; 2007 SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21 ed.rev. e ampl. São Paulo:Cortez, ZANCAN, G. T. Educação científica: uma prioridade nacional. São Paulo Perspec., vol.14, n.3, p.3-7, Jul