Trabalhadores de TI são impedidos pela Feittinf de participar de assembleia na Capital

Transcrição

1 Trabalhadores de TI são impedidos pela Feittinf de participar de assembleia na Capital Assembleia, com portas trancadas, de fundação de outro sindicato de TI do RS, o Sindnet, durou apenas 3 minutos e foi marcada por irregularidades. Todas as desconfianças levantadas pelo Sindppd/RS sobre o processo de criação do Sindnet/RS foram confirmadas na tarde dessa quinta-feira (28/02), na sede da Associação dos Policiais Federais do RS, em Porto Alegre. Esse foi o local escolhido para sediar, às 15h, a assembleia de fundação do sindicato dos profissionais ligados a provedores de acesso à Internet, serviços de VoIP e treinamento e capacitação, entre outros. Cerca de 70 trabalhadores do SERPRO, PROCERGS, DATAPREV, PROCEMPA, DATAMEC, empresas privadas e diretores do Sindppd/RS chegaram antes do horário previsto para o início no sentido de participar, mas foram impedidos de entrar já no portão de acesso da associação. Mais de 100 homens, que com certeza não eram trabalhadores de TI, estavam no portão, trancando a

2 entrada dos colegas. Um senhor que se apresentou como advogado e que desconhecia a realidade do próprio setor de TI do RS, tentava justificar a ação dos seguranças, afirmando que os trabalhadores representados pelo Sindppd/RS que ali estavam eram do processamento de dados e não tinham nada a ver com o sindicato que iriam criar. Nem mesmo com a apresentação dos crachás e da carteira de trabalho, comprovando que eram da área de TI, os trabalhadores conseguiram entrar. No pátio da associação, dezenas de homens, com físico avantajado, gritavam temas de torcidas organizadas, com sotaque paulista. Provavelmente tenham sido transportados nas mais de 8 vans com placas de São Paulo bancadas pelo Sindpd/SP e FEITTINF, que despejaram essas pessoas em frente à associação bem antes do início da assembleia. Os trabalhadores e representantes do Sindppd/RS insistiram em falar com a comissão organizadora que convocou a assembleia, a fim de poder participar da mesma. Solicitaram a presença do senhor Paulo Cornutti, que assina a convocatória da assembleia, mas ele não apareceu. Policiais da Brigada Militar que foram chamados ao local, também presenciaram os trabalhadores serem impedidos de entrar. Um sargento da BM pediu ao mesmo segurança para falar com o senhor Cornutti, o qual não apareceu. Nisso já eram 15h30min, horário da segunda chamada para a assembleia. Tão logo tenhamos acesso ao Boletim de Atendimento da Brigada Militar, vamos disponibilizar para os trabalhadores tomarem conhecimento.

3 Brigadiano tenta falar com o sr. Cornutti, que também não o atendeu Em três minutos a assembleia estava encerrada Três minutos depois do horário previsto pelo edital, um senhor apareceu afirmando que a assembleia tinha terminado. Os seguranças rapidamente fecharam o portão e os homens que estavam dentro do pátio continuaram a soltar urros e piadinhas sem qualquer relação com o momento. Chamou atenção que nenhuma MULHER apareceu no portão ou no pátio da associação concluímos que não devem existir mulheres no setor que eles pretendem representar. Em frente ao prédio, na calçada, os trabalhadores de TI que compareceram munidos de documentos comprovando serem da categoria, ao serem impedidos de participar, realizaram uma breve conversa e, em votação, ratificaram que são contra a divisão do Sindppd/RS e da categoria no RS. Assembleia de irregularidades, com participação de alguns engravatados, representantes dos empresários O fato de terem impedido a participação dos trabalhadores já mostra quem são as pessoas e o perfil da nova entidade que eles querem criar: antidemocrática e sem respeitar a vontade dos trabalhadores. No entanto, as irregularidades vão bem mais além.

4 Trabalhadores de TI ficam de fora da assembleia No edital que convocou a assembleia para a fundação do Sindnet, está claro que poderiam participar os trabalhadores de TI no RS estes, que foram barrados na entrada do local onde aconteceria a atividade. O chefe do grupo que quer criar novo sindicato e que estava no portão barrando a entrada, não conseguiu explicar porque seis empresas que criaram o sindicato dos empresários e foram parte da convocação desta assembleia contribuíram até 2012 para o Sindppd/RS. Segundo informações, haviam no máximo 15 pessoas na assembleia convocada pelos pelegos, bem menos pessoas do que os 70 trabalhadores de TI que foram impedidos de entrar e que iriam votar contra a divisão do Sindppd/RS e da categoria de TI gaúcha. Na saída vimos os poucos presentes na dita assembleia, vários deles engravatados. Estariam representando o interesse dos trabalhadores? Sem contar as relações, explícitas e evidenciadas nos boletins que o sindicato entregou nas empresas (VEJA AQUI e AQUI ), entre o senhor Cornutti (que convocou a assembleia), empresários de TI gaúchos e da FEITTINF (federação liderada pelo Sindpd/SP, o sindicato de trabalhadores de TI em São Paulo, já denunciado por irregularidades e conhecido por ter negociações e relações para lá de amistosas com os empresários). Sindppd/RS obtém importante liminar Mandado de Segurança impetrada junto ao Tribunal Regional do Trabalho

5 Horas antes o Sindppd/RS, por meio de sua assessoria jurídica, conquistou medida liminar junto ao Tribunal Regional do Trabalho, que susta os efeitos do que eventualmente fosse deliberado na dita na assembleia. Veja abaixo o trecho principal da referida decisão, obtida no Tribunal Regional do Trabalho, como segue:. decido por deferir o pedido liminar sucessivo, determinando, até a sentença de mérito no processo principal, a suspensão dos efeitos decorrentes da deliberação a ser tomada pela impetrada na assembleia convocada para o dia 28/02/2013, às 15h, em tudo que possa atingir, direta ou indiretamente, o sindicato impetrante e a categoria por ele representada, com expedição de ofícios aos Cartórios de Registro de Pessoas Jurídicas de Porto Alegre, Ministério do Trabalho e Emprego e Secretaria de Relações do Trabalho a fim de que se abstenham de realizar o registro do sindicato que a impetrada pretenda registrar.. O apoio ao Sindppd/RS e à nossa categoria foi fundamental! Desde que iniciou essa tentativa de dividir o Sindppd/RS, a categoria tem tido o apoio de diversos outros sindicatos e de entidades, que têm uma postura de defesa dos trabalhadores. Nessa quinta-feira, também estiveram presentes na atividade a executiva da CSP-Conlutas; a presidente do CPERS e vicepresidente da CUT/RS, Rejane de Oliveira; vários diretores do CPERS, do SindiCaixa, do Sindpd/SC (sindicato dos trabalhadores de TI de SC); integrantes do Sindicato dos Comerciários de Santa Cruz do Sul e da FECOSUL (Federação dos Comerciários do RS), categoria que também seria atingida com a criação do outro sindicato, o Sindnet/RS. A direção do Sindppd/RS esteve presente de forma unificada na defesa da nossa entidade. O apoio de todos é em defesa não só da entidade, o Sindppd/RS,

6 mas sim da luta independente e com autonomia dos governos e dos empresários que os trabalhadores de TI e o seu sindicato travam. Criar outra entidade, dividindo a nossa categoria no RS, interessa aos empresários, às direções das empresas públicas, aos governos e aos sindicalistas pelegos, pois assim enfraquecem a nossa luta e o enfrentamento que fazemos a eles por melhores salários e condições de trabalho. A luta vai continuar A assembleia de ontem e todos os procedimentos feitos por esse agrupamento que tenta fundar outro sindicato na base de TI do RS estão repletos de irregularidades. E a assembleia a portas fechadas, impedindo a presença de dezenas de trabalhadores, não tem como prosperar. Quem é a tal FEITTINF É chefiada por um grupo de sindicalistas do Sindpd/SP acusados de todo o tipo de desvios de recursos dos trabalhadores. Eles criaram essa federação com o auxílio jurídico e político da Fenadados, que tem feito parceria com os mesmos nas campanhas salariais. É necessário que a Fenadados se posicione em que lado está neste processo. De nossa parte vamos continuar contando com o apoio dos trabalhadores da nossa categoria, das diversas entidades sindicais e sociais que nos apoiaram desde o início desses ataques (que já mencionamos anteriormente), além de continuarmos adotando todas as medidas político-sindicais e jurídicas para barrar definitivamente esses ataques à entidade e aos trabalhadores de maneira geral. Sindppd/RS