Arbitragem na Polónia. Uma visão geral _1.docx
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2 LEI DE ARBITRAGEM Na Polónia, a arbitragem é regulada pelas disposições do Código de Processo Civil polaco sobre tribunais arbitrais e pela Lei-Modelo da CNUDMI. O Código de Processo Civil contempla a arbitrabilidade de um vasto conjunto de litígios relativos a direitos patrimoniais e de outra natureza, que podem ser submetidos a transação judicial, sem incluir causas referentes a pensões compensatórias. Em conformidade com a legislação polaca, é aplicável o princípio da separabilidade das convenções de arbitragem, o que significa que a cláusula de arbitragem é considerada independente do contrato principal e, como tal, subsiste à extinção/nulidade deste último. Competirá às partes decidir que procedimento ou regulamento de arbitragem é aplicável. As questões que não forem objeto de acordo entre as partes serão decididas pelo tribunal arbitral. Segundo o principio da Kompetenz-Kompetenz, o tribunal arbitral tem poderes para se pronunciar sobre a sua própria jurisdição, o que na Polónia abrange a existência, validade e efeitos da convenção de arbitragem. O Código de Processo Civil polaco permite a recusa de um árbitro apenas quando existirem circunstâncias que possam dar lugar a dúvidas justificadas sobre a sua imparcialidade ou independência, ou se este não possuir as qualificações acordadas pelas partes. Qualquer parte de um processo arbitral poderá requerer ao tribunal arbitral ou a um tribunal estadual que decrete providências cautelares de proteção. A execução das providências cautelares concedidas pelo tribunal arbitral ficará sujeita à prolação, pelo tribunal estadual, do despacho de execução da respetiva providência. As sentenças arbitrais ou os acordos transacionais obtidos junto dos tribunais arbitrais terão o mesmo efeito jurídico que as sentenças judiciais ou os acordos transacionais obtidos junto de um tribunal estadual, após o seu reconhecimento ou a ratificação da sua exequibilidade pelo tribunal. As partes da convenção de arbitragem poderão acordar que o processo arbitral se desenvolva em mais de uma instância. A sentença arbitral proferida por um tribunal arbitral na Polónia apenas poderá ser anulada 2
3 pelo tribunal a pedido da parte. Os casos em que as sentenças arbitrais podem ser anuladas são limitados e incluem, entre outros, a inexistência de convenção de arbitragem entre as partes ou o facto de o litígio não poder ser submetido a arbitragem. CONVENÇÕES INTERNACIONAIS A Polónia ratificou as seguintes convenções internacionais em matéria de arbitragem: Convenção sobre o Reconhecimento e a Execução de Sentenças Arbitrais Estrangeiras (Convenção de Nova Iorque) de A Polónia foi um dos dez primeiros Estados a assinar a Convenção, formulando, no entanto, duas reservas (reciprocidade e aplicação das disposições da legislação polaca aos litígios de índole comercial no sentido previsto na referida legislação). Convenção Europeia sobre Arbitragem Comercial Internacional de A Polónia ratificou a Convenção em 15 de setembro de Por outro lado, a Polónia assinou diversos tratados bilaterais em matéria de conciliação e arbitragem (celebrados, entre outros países, com: Estados Unidos, Brasil, Chile, Espanha e Países Baixos). PROTEÇÃO DOS INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS A Polónia assinou tratados bilaterais de investimentos (BITs) com mais de sessenta estados, entre os quais se encontram: Argentina, Austrália, Áustria, Bielorrússia, Bulgária, União Económica Belgo-Luxemburguesa, Canadá, Chile, China, Croácia, Chipre, República Checa, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, India, Indonésia, Irão, Israel, Cazaquistão, Coreia do Sul, Kuwait, Lituânia, Malásia, Moldávia, Países Baixos, Noruega, Portugal, Roménia, Sérvia, Singapura, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia, Tunísia, Ucrânia, Estados Unidos, Emiratos Árabes Unidos, Uruguai e Uzbequistão. Apesar de não ter assinado a Convenção para Resolução de Diferendos Relativos a Investimentos entre Estados e Nacionais de outros Estados, de 1965, a maioria dos BIT assinados pela Polónia prevê a resolução de 3
4 diferendos entre investidores e estados de acordo com as normas da Convenção de Washington. RECONHECIMENTO E EXECUÇÃO DE SENTENÇAS ARBITRAIS ESTRANGEIRAS Na Polónia, o reconhecimento e a ratificação da execução de sentenças arbitrais estrangeiras rege-se pelas normas da Convenção de Nova Iorque. No que respeita aos acordos transacionais obtidos junto dos referidos tribunais ou às sentenças arbitrais proferidas por tribunais arbitrais de Estados que não tenham aderido à Convenção de Nova Iorque, o seu reconhecimento / a ratificação da sua execução terá lugar a pedido de uma das partes, de acordo com o procedimento regulado no Código de Processo Civil polaco (ver mais adiante). O reconhecimento e a execução das sentenças arbitrais estrangeiras serão decididos pelo tribunal de apelação hierarquicamente superior ao tribunal que seria competente para dirimir o litígio, se as partes não tiverem celebrado a convenção de arbitragem. Se esse tribunal não puder ser identificado, o Tribunal de Apelação de Varsóvia será o competente para conhecer das referidas questões. Poderá ser recusado o reconhecimento ou a ratificação da execução de uma sentença arbitral proferida por um tribunal arbitral estrangeiro, ou de um acordo transacional obtido junto desse tribunal, se o litígio não for suscetível de ser submetido a arbitragem ou se a sentença arbitral (ou acordo transacional) violar a ordem pública polaca. O tribunal, a pedido da parte, deverá recusar o reconhecimento/ratificação se a referida parte apresentar prova de verificação de: A inexistência da cláusula de arbitragem ou a sua nulidade, ineficácia ou caducidade segundo a lei aplicável. Que não foi devidamente notificada da designação de um árbitro ou do processo arbitral, ou que não pôde, por qualquer outro motivo, fazer valer os seus direitos perante o tribunal arbitral. Que a sentença arbitral se refere a um litígio não abrangido pela cláusula de arbitragem ou que excede os termos da mesma. 4
5 Que a constituição do tribunal ou o processo arbitral não se adequaram à convenção entre as partes ou, na falta dessa convenção, à lei do país onde a arbitragem teve lugar. Que a sentença arbitral ainda não é obrigatória para as partes ou foi anulada ou suspensa por um tribunal do Estado em que, ou ao abrigo de cuja lei, a sentença foi proferida. Poderá ser interposto recurso de anulação da decisão final proferida no que respeita a qualquer uma das causas de recusa acima elencadas. Igualmente, qualquer parte poderá solicitar o reinício do processo terminado por meio de decisão final ou apresentar uma exceção de ilegalidade contra a decisão. PRINCIPAIS COMISSÕES E TRIBUNAIS ARBITRAIS Sąd Arbitrażowy przy Krajowej Izbie Gospodarczej w Warszawie (Tribunal de Arbitragem da Câmara do Comércio da Polónia em Varsóvia). Sąd Arbitrażowy Lewiatan (Tribunal arbitral de Lewiatan). Sąd Polubowny (Arbitrażowy) przy Związku Banków Polskich (Tribunal de Arbitragem da Associação da Banca da Polónia). Sąd Arbitrażowy przy Stowarzyszeniu Inżynierów Doradców i Rzeczoznawców w Warszawie (Tribunal de Arbitragem da SIDiR). Sąd Arbitrażowy przy Nowotomyskiej Izbie Gospodarczej (Tribunal de Arbitragem da Câmara de Comércio de Nowy Tomyśl). Tribunal de Arbitragem da Procuradoria Geral da República da Polónia (Sqd Polubowny przy Prokuratorii Generalnej Rzeczypospolitej Polskiej) 5
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