Organização Internacional do Trabalho (OIT) Guia de Estudos

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1 Organização Internacional do Trabalho (OIT) Guia de Estudos Amanda Sara Silva Vieira Deborah Cristina Rodrigues Ribeiro José Ladislau de Sousa Junior Pedro Henrique Bernardes Sathya de Camargo Andrade Gimenes

2 1. Apresentação Este material complementar de estudos tem como objetivo ampliar a preparação dos delegados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) da SiNUS Junto ao artigo, esse guia online compõe as informações básicas para tornar as discussões no comitê mais frutíferas. Esse material foi organizado para enfocar as questões de trabalho forçado tema que será abordado nos debates. As próximas seções se dividem da seguinte maneira: a primeira seção contém um breve histórico da Organização Internacional do Trabalho, apresentando como se deu sua atuação em sentido geral desde sua criação até os dias de hoje. Na seção seguinte, há o mandato da OIT; nele explica-se como essa organização internacional trabalha, como funcionam seus debates e votações e como ela produz resoluções e declarações alguns dos documentos produzidos nas conferências da OIT. A terceira seção mostra a posição dos países participantes do comitê em relação ao tema do trabalho forçado. Em cada país, são abordadas as posições do governo, dos representantes dos trabalhadores e dos representantes dos empregadores. A última seção é composta por estudos de casos nos quais são apresentadas quatro situações de países diferentes em relação à escravidão. Além desse material complementar, há também cinco convenções da OIT disponíveis para consulta e que enriquecerão os debates no comitê. 2. Histórico do comitê A OIT foi originalmente criada em 1919, como parte do Tratado de Versalhes (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO [OIT], n.d.a.). Na primeira Conferência Internacional do Trabalho, também realizada em 1919, a OIT adotou seis convenções principais, estabelecendo importantes garantias aos trabalhadores, como a limitação da jornada de trabalho, proteção a crianças, mulheres e à maternidade (OIT, n.d.a.). Nos primeiros quarenta anos de existência da OIT, a organização buscou desenvolver normas internacionais do trabalho e garantir sua aplicação. Entre

3 1919 e 1939, foram adotadas 67 convenções e 66 recomendações (OIT, n.d.a.). A eclosão da Segunda Guerra Mundial interrompeu temporariamente esse processo. Após a guerra, surge a Organização das Nações Unidas (ONU) e em 1946, a OIT se transforma em sua primeira agência especializada. Durante boa parte do século XX, a OIT desempenhou um papel importante na definição das legislações trabalhistas e na elaboração de políticas econômicas, sociais e trabalhistas para os países membros das Nações Unidas (OIT, n.d.a.). Em 1998, a Conferência Internacional do Trabalho adotou a Declaração dos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho, os quais são o respeito à liberdade sindical e de associação, ao reconhecimento efetivo do direito de barganha coletiva, à eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório, à efetiva abolição do trabalho infantil e à eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação (OIT, n.d.a.). Associados a esses direitos e princípios, foram estabelecidas oito convenções fundamentais. Todos os Estados-membros da OIT, pelo simples fato de fazerem parte da organização e terem aderido à sua Constituição, são obrigados a respeitar esses direitos e princípios, havendo ou não ratificado as convenções a eles correspondentes. A Conferência de 1998 também estabeleceu a ratificação universal dessas convenções como um objetivo, propôs bases para um amplo programa de cooperação técnica da OIT com os seus Estados-membros e definiu um mecanismo de monitoramento dos avanços realizados (OIT, n.d.a.). A OIT tem valores e princípios básicos, a saber: o trabalho deve ser fonte de dignidade; o trabalho não é uma mercadoria; a pobreza, em qualquer lugar, é uma ameaça à prosperidade de todos; e todos os seres humanos têm o direito de perseguir o seu bem estar material em condições de liberdade e dignidade, segurança econômica e igualdade de oportunidades (OIT, n.d.a.). Tais ideias fundamentais estão na Declaração da Filadélfia (1944) e estão em consonância com a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), reafirmando que a paz permanente só pode ser baseada na justiça social (OIT, n.d.a.). Em referência ao combate à escravidão, a Liga das Nações, precursora da ONU, adotou em 1926 a Convenção das Nações Unidas contra a Escravidão, Servidão, Trabalho Forçado e Instituições e Práticas Similares de modo a proibir

4 todos os aspectos de venda de escravos (ROY & KAYE, 2002). Percebeu-se que o problema era ainda mais complexo e multifacetado, e tal convenção sozinha era insuficiente para lidar com todos os aspectos das práticas análogas à escravidão. Dessa forma, a OIT estabeleceu em 1930 a Convenção sobre Trabalho Forçado (No. 29), que foi reforçada por uma segunda convenção em 1957, a Convenção Relativa à Abolição do Trabalho Forçado (No. 105) (ROY & KAYE, 2002). Essas convenções, juntas, apresentam importantes ferramentas na luta para erradicar a prática do trabalho escravo. 3. Mandato do comitê A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma agência especializada da Organização das Nações Unidas que pauta sua atuação pelos objetivos principais de promoção da justiça social e reconhecimento internacional de direitos humanos e trabalhistas (OIT, n.d.b.). A OIT atua no âmbito da busca por uma globalização em níveis igualitários, pela redução da pobreza e pela melhoria das oportunidades de acesso a trabalho digno e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humana, tanto para homens quanto para mulheres (OIT, n.d.b.). A OIT busca influenciar no estabelecimento de padrões internacionais de trabalho através de Convenções e Recomendações, mas há também Declarações e Resoluções, que são mais informais (ROY & KAYE, 2002). Desta maneira, são propostos níveis básicos de direitos trabalhistas, sendo eles a liberdade de associação, organização e barganha coletiva, abolição do trabalho forçado, igualdade de oportunidades e de tratamento laboral, como por exemplo a questão de gênero, e outros padrões de condições reguladoras relacionadas às questões trabalhistas (OIT, n.d.b.). Em relação à questão de emprego, a OIT busca promover, junto a seus membros, o trabalho através da criação de um ambiente institucional e econômico sustentável, buscando promover melhor qualidade de vida, progresso social e industrial (OIT, n.d.c.). No que se refere à proteção social, ou seja, segurança social e proteção dos trabalhadores, a OIT procura estabelecer

5 condições de trabalho saudáveis e seguras e políticas relacionadas às questões de salário e rendimentos, duração e outras condições de trabalho (OIT, n.d.c.). A OIT também procura aplicar os princípios e direitos fundamentais do trabalho, estabelecidos na Declaração dos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho (1998), buscando coibir a violação dos mesmos sob a justificativa de vantagem comparativa e o uso das normas trabalhistas para fins comerciais protecionistas (OIT, n.d.c.). A organização promove assistência em políticas de emprego, leis trabalhistas, condições laborais, cooperativas, segurança social e saúde, entre outras áreas. A OIT também incentiva o desenvolvimento de organizações independentes de empregadores e trabalhadores e promove serviços de treinamento e aconselhamento para essas organizações (OIT, n.d.b.). A OIT é a única organização no sistema ONU com estrutura tripartite. Nesta estrutura, trabalhadores e empregadores participam como parceiros igualitários em conjunto com os representantes dos governos dos países membros da organização (OIT, n.d.b.). Dessa maneira, a OIT consiste em um fórum único em que os três representantes do país membro podem debater abertamente e elaborar políticas e metas trabalhistas (OIT, n.d.d.). As organizações dos trabalhadores são instituições que buscam alcançar os interesses dos cidadãos e da população economicamente ativa (OIT, n.d.d.). Sindicatos são instituições fundamentais para a sociedade na maioria dos países democráticos, e em geral pautam suas ações pela defesa do emprego decente, das condições de trabalho seguras, da igualdade de gênero, da aplicação das leis trabalhistas internacionais, entre outras questões (OIT, n.d.d.). As organizações de empregadores são, por sua vez, instituições estabelecidas para organizar e avançar os interesses coletivos desse grupo. São cruciais para o progresso competitivo e sustentável de empresas e podem contribuir para o desenvolvimento econômico e social (OIT, n.d.d.). O princípio do tripartismo tem por objetivo fazer com que reuniões da OIT gerem algum tipo de resultado na formulação de políticas dos países membros. Em relação aos votos, cada país tem quatro votos: um dos empregadores, um dos trabalhadores e dois do governo, isto é, o governo tem mais peso nas votações (ROY & KAYE, 2002). A OIT promove o diálogo social e o

6 tripartismo como um método de adequar a implementação de objetivos estratégicos às necessidades e circunstâncias de cada país, além de facilitar a formação de consensos sobre políticas nacionais e internacionais para emprego e trabalho dignos. Esse modelo também busca tornar as legislações trabalhistas e as instituições mais eficientes (OIT, n.d.c.). 3.1 Documento Final Durante a SiNUS 2014, os delegados discutirão sobre o trabalho forçado no mundo e seus desdobramentos. Deve-se, respeitando o mandato da Organização Internacional do Trabalho, buscar produzir uma Declaração da OIT que procure lançar meios para que o problema da escravidão moderna seja eliminado ou diminuído. Sendo assim, sugere-se que as perguntas abaixo sejam respondidas nesse documento final: Quais as causas da escravidão moderna? Quais práticas estão relacionadas com a escravidão moderna? Como eliminar a escravidão moderna e as práticas relacionadas a elas? Por que as medidas já tomadas tão tiveram efeito? Como fazer com que essa Declaração (e outras passadas) se tornem medidas práticas nos países-membros? 4. Posicionamento de blocos 4.1 Brasil Em 2013, estudos realizados pela ONG Walk Free Foudation estimaram que existem, hoje, no Brasil, cerca de 200 mil pessoas vivendo em condições análogas ao trabalho escravo (WALK FREE FOUNDATION, 2013a). Tais indivíduos são sujeitos a trabalhos forçados, jornadas exaustivas, condições degradantes, restrições de locomoção em razão de dívida e situações similares (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO [MTE], 2012). O Brasil ratificou as principais convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre elas a Convenção número 29 assinada em 1957, em que o país se compromete a suprimir o trabalho forçado ou obrigatório (OIT, n.d.e.). Entretanto, o Brasil somente passou a combater efetivamente o trabalho

7 escravo, obtendo resultados relevantes e promissores, a partir de 2003, quando criou o Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, que tem a missão de por fim à prática (FIRME, 2005). Tal Plano provou-se eficaz na luta contra o trabalho escravo, sendo considerado pela OIT um exemplo no combate ao trabalho forçado (COSTA, 2009). Apesar de tal reconhecimento positivo, a Organização também enfatiza a lentidão em que se encontra o processo de aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo 1, uma das principais metas do Plano Nacional e considerada como um instrumento fundamental para a erradicação do trabalho escravo (COSTA, 2009). À parte do Plano Nacional, o setor empresarial passou a ter um papel mais relevante no combate ao trabalho escravo por meio do Pacto Nacional Pela Erradicação do Trabalho Escravo, criado em 2005 (PACTO NACIONAL, 2005). O Pacto é responsável por fornecer meios para que as companhias signatárias possam garantir que seu processo de produção não envolva o trabalho escravo (PACTO NACIONAL, 2005). Apesar de fazer parte do Pacto Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, a mineradora Vale S.A. foi acusada, pelo Ministério Público e pelo IBAMA, de manter relações comerciais com empresas envolvidas com o trabalho escravo e infantil (ARTICULAÇÃO INTERNACIONAL DOS ATINGIDOS PELA VALE, 2012). Considerada a maior empresa do Brasil, a Vale foi eleita em 2012 como a pior corporação do mundo pelo Public Eye Awards 2 (ARTICULAÇÃO INTERNACIONAL DOS ATINGIDOS PELA VALE, 2012). Isso porque a empresa soma impactos ambientais, sociais, trabalhistas e econômicos negativos (ARTICULAÇÃO INTERNACIONAL DOS ATINGIDOS PELA VALE, 2012). Entre as várias acusações, estão alegações de jornadas de trabalho exaustivas, assédio moral e dumping social 3 (ARTICULAÇÃO 1 Esta PEC prevê a expropriação e destinação à reforma agrária de terras onde for constatado o uso de trabalho escravo. 2 Votação popular que elege a empresa que mais causou impactos negativos sociais, trabalhistas e ambientais. 3 Prática realizada por empresas que se estabelecem em certo local onde os salários são mais baixos e/ou direitos dos trabalhadores mais precários. Isto reduz os custos da produção, aumentando o lucro. Esta prática é proibida pela legislação brasileira (AMAZON WATCH, 2012).

8 INTERNACIONAL DOS ATINGIDOS PELA VALE, 2012). Em 2010, diversos casos dessa jornada exaustiva foram relatados no Pará, em que trabalhadores eram obrigados a ficar cerca de 13 horas à disposição da empresa (devido ao tempo gasto na locomoção até a área de trabalho) sendo remunerados apenas por 6 horas, o que viola a Constituição Federal, a qual prevê que a jornada de trabalho não pode ultrapassar oito horas diárias 4 (ARTICULAÇÃO INTERNACIONAL DOS ATINGIDOS PELA VALE, 2012; OIT, n.d.f.). Em resposta a tais acusações, a Vale emitiu um comunicado admitindo as alegações como sérias, mas infundadas (VALE, 2012, tradução nossa). A empresa alega promover ações socioambientais, em seu relatório de sustentabilidade, divulgado em 2012 e a companhia revela ter investido cerca de 317 milhões de dólares na área social (VALE, 2012). Em critica à empresa, a Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale 5 publicou, no mesmo ano, o Relatório de Insustentabilidade da Vale. Nele, a organização argumenta que os programas de sustentabilidade promovidos pela empresa são usados para ocultar o fato real de que a empresa ignora condições dignas, seguras e respeitosas de trabalhos (ARTICULAÇÃO INTERNACIONAL DOS ATINGIDOS PELA VALE, 2012). A luta pela erradicação do trabalho escravo também se dá no âmbito das organizações sindicais. Responsável por defender os direitos dos trabalhadores, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) manifesta, em sua Declaração de Princípios, que luta pela erradicação do trabalho escravo ou análogo e pelo fim do trabalho infantil (UGT, 2007). Também defende a expropriação de terras nas quais os proprietários utilizavam trabalho escravo e, em casos que ocorrem em centros urbanos, a destinação destas à reforma urbana 6 e, em casos rurais, a destinação à reforma agrária (UGT, 2007). Entre as iniciativas do sindicato no combate ao trabalho escravo estão: promoção e participação em seminários sobre exploração laboral, elaboração de documentos em conjunto com outros sindicatos e a OIT sobre o trabalho decente e representação e defesa dos direitos 4 A primeira Convenção da OIT prevê a mesma jornada. O Brasil não ratificou esta Convenção (OIT, n.d.e.). 5 Associação de pessoas que se declaram afetadas pela Vale 6 Destinação de terras abandonadas ou utilizadas precariamente dentro do espaço urbano para a construção de moradias ou espaços sociais públicos.

9 dos trabalhadores em conferências tripartites sobre o trabalho escravo (UGT, 2012). 4.2 Camboja O Camboja ratificou duas convenções da OIT contra o trabalho escravo, sendo elas a Convenção de Trabalho Forçado (No. 29), ratificada em 1969, e a Convenção de Abolição de Trabalho Forçado (No. 105), ratificada em 1999 (OIT, n.d.g.). O trabalho escravo ou compulsório é proibido por lei no Camboja, mas há registros de casos de tais práticas em serviços domésticos e no setor informal (U.S. DEPARTMENT OF STATE, BUREAU OF DEMOCRACY, HUMAN RIGHTS AND LABOR [DRL], 2013a). Crianças de famílias mais pobres continuam em risco. Famílias ricas às vezes alegam intenção humanitária, como oferecer melhores condições de vida às crianças, para contratá-las como trabalhadores domésticos. Contudo, muitas vezes, elas têm a única intenção de abusar destas crianças e de explorá-las (DRL, 2013a). De cada sete crianças economicamente ativas, quatro são trabalhadores familiares e não recebem salário, ajudando os pais empregados autônomos, geralmente em negócios de família, segundo relatório da OIT (NATIONAL INSTITUTE OF STATISTIC, MINISTRY OF PLANING OF CAMBODIA AND INTERNATIONAL LABOUR ORGANIZATION, 2013). Também houve relatos de trabalho forçado nos setores de pesca, de construção e de agricultura. A verificação das condições de empregos e salários por oficiais do governo, tanto de empregados nesses setores quanto de trabalhadores domésticos, continuava difícil devido à natureza informal desses serviços (DRL, 2013a). Crianças também são forçadas a mendigar, limpar resíduos sólidos, trabalhar em pedreiras ou na produção e no processamento de itens como tijolos, borracha, sal e camarão (U.S. DEPARTMENT OF STATE, 2011). Um dos problemas relacionados à escravidão moderna que mais afeta o Camboja é o tráfico de pessoas. O país é fonte, trânsito e destino para homens, mulheres e crianças que são submetidos ao trabalho forçado e ao tráfico sexual (U.S. DEPARTMENT OF STATE, 2011). Cambojanos migram para Tailândia, Malásia e outros países em busca de trabalho, e muitos logo sofrem com o tráfico sexual ou o trabalho escravo nas indústrias de pesca e processamento de

10 alimentos, em plantações, fábricas, trabalho doméstico, mendicância e venda nas ruas forçados (U.S. DEPARTMENT OF STATE, 2011). Dentro do país, mulheres e crianças cambojanas e vietnamitas são traficadas de áreas rurais para exploração sexual. O Camboja é o destino de mulheres e meninas submetidas à prostituição, sendo muitas delas também vítimas de escravidão por dívida (U.S. DEPARTMENT OF STATE, 2011). A venda de meninas virgens ainda é um problema sério no país. Homens cambojanos e estrangeiros (a maioria da Ásia) pagam milhões de dólares para ter relação sexual com uma delas, e um número significativo de homens migra para o país para se envolver com o turismo sexual infantil (U.S. DEPARTMENT OF STATE, 2011). A OIT estabeleceu o Programa Nacional de Trabalho Decente para o Camboja ( ), que pretende ser implementado no Camboja, em Laos e na Tailândia, em colaboração com o Ministério do Trabalho e Treinamento Vocacional, com a Federação Cambojana de Empregadores e Associações Empresariais (CAMFEBA) e com sindicatos cambojanos (OIT, 2011). Esse programa promove a base para a contribuição da OIT para estratégias governamentais de crescimento, emprego e equidade, atingindo uma grande variedade de interesses trabalhistas e desenvolvimentistas, incluindo treinamentos e desenvolvimento de habilidades, geração de emprego, empreendedorismo e aperfeiçoamento empresarial, proteção social, melhoria econômica local, relações industriais, diálogo social e governança do mercado de trabalho (OIT, 2011). O programa foi resultado de diversas discussões entre a OIT e os constituintes tripartites cambojanos. Dessa forma, representa a vontade coletiva desses atores para direcionar desafios críticos para prover forma de trabalho decente a todos os cambojanos (OIT, 2011). A Federação Cambojana de Empregadores e Associações Empresariais (CAMFEBA) é a organização mais importante de representação de empregadores cambojanos (OIT, 2011). A OIT trabalha em conjunto com a CAMFEBA para fortalecer sua capacidade de servir e representar seus membros em fóruns e defender efetivamente seus objetivos. Os principais interesses da CAMFEBA são a melhoria das relações industriais, a reforma da

11 lei trabalhista, o desenvolvimento da lei de sindicatos, a competitividade industrial nacional, o comércio internacional e as políticas de investimento (OIT, 2011). A CAMFEBA funciona como o principal constituinte da OIT nas negociações no setor privado (OIT, 2011). O movimento sindical no Camboja, apesar de estar amadurecendo, é muito novo e ainda está desenvolvendo habilidades e experiência tanto na gestão e negociação quanto na barganha coletiva (OIT, 2011). Os principais problemas que o movimento sindical encontra incluem a fragmentação e proliferação dos sindicatos, assim como rivalidades pessoais e políticas. Externamente, também há discriminação e não reconhecimento pelos empregadores, interferência política e imposição legal fraca ou inexistente por parte do governo (OIT, 2011). O principal representante dos trabalhadores cambojanos é o Sindicato Livre dos Trabalhadores do Reino do Camboja (FTUWKC). 4.3 Catar O Catar é um pequeno país localizado no Oriente Médio, com uma população de pouco mais de 2 milhões de pessoas, dentre as quais cerca de 4 mil encontram-se submetidas a condições de vida análogas à escravidão, de acordo com o Global Slavery Index (WALK FREE FOUNDATION, 2013g). O país é um emirado que se tornou independente do Reino Unido em 1971 e apresenta bons índices de empregabilidade tem mais de 1,3 milhão de pessoas trabalhando, com uma taxa de desemprego de apenas 0,5% em estimativas de 2012 (CIA, 2013). A participação do Catar na Organização Internacional do Trabalho não é muito expressiva, sendo que apenas seis convenções da OIT foram ratificadas pelo país; dentre elas estão as No. 29, No. 105 e No. 182, as quais abordam aspectos do trabalho forçado (OIT, n.d.h.). Em termos de legislação trabalhista interna, o principal instrumento legal é a Labour Law, a qual lista uma série de tópicos que devem ser observados no trabalho para proteger os trabalhadores de perigos (OIT, n.d.i.). Quando se trata de tráfico de pessoas, o Catar é um destino mais comum para outros tipos de exploração trabalhista do que para a prostituição (U.S.

12 DEPARTMENT OF STATE, 2013a). No país, há casos de trabalho escravo de estrangeiros, principalmente no setor de construção civil. Em dezembro de 2013, por exemplo, foram encontrados mais de 80 trabalhadores estrangeiros que trabalhavam em uma construção na capital, Doha, sem receber pagamentos há mais de um ano (ANISTIA INTERNACIONAL, 2013). As construções para a Copa mundial de futebol de 2022 também já foram acusadas de manterem trabalhadores em regimes laborais que afrontam os direitos humanos (ANTI-SLAVERY INTERNATIONAL, 2013). Dentre as obras para a Copa de 2022, há a construção de uma nova cidade, a Lusail City, na qual será jogada a partida final do campeonato. A construção dessa cidade está acontecendo sob acusações de maus tratos para com os trabalhadores (MANFRED, T., 2013). Para ilustrar, entre 4 de junho e 8 de agosto de 2013, foram confirmadas 44 mortes de trabalhadores originários do Nepal (BOOTH, R., 2013). As investigações apontaram para causas relacionadas a condições quase escravas de trabalho às quais eles eram submetidos (BOOTH, R., 2013). Alguns dos nepaleses que não morreram afirmaram que não recebiam salários há meses e que os tinham retidos para que evitassem fugas (BOOTH, R., 2013a). De acordo com estudos do Qatar University s Social and Economic Survey Research Institute, cerca de 86% dos trabalhadores advindos de outros países entregam seus passaportes a seus empregadores do Catar (U.S. DEPARTMENT OF STATE, 2013a). A empresa responsável pela construção da Lusial City é a Lusail Real Estate Development Company. Ela administra outras subempreiteiras que conduzem as obras da cidade e de outros empreendimentos (THE GUARDIAN, 2013). A empresa declarou que não tolera transgressões nas leis trabalhistas, de saúde ou de segurança e que tomará medidas contra quem quer que tenha violado a justiça e quebrado contratos no caso, referindo-se a algumas dessas subempreiteiras (THE GUARDIAN, 2013). Em contraposição aos casos de abusos trabalhistas registrados no Catar, está a International Trade Union Confederation (ITUC), uma instituição internacional cuja principal luta é pelos direitos dos trabalhadores através da cooperação entre uniões de trabalhadores, sindicatos e outras organizações

13 (ITUC, 2013a). No caso das obras para a Copa de 2022, a ITUC estima que, até a realização do evento no Catar, mais de 4 mil trabalhadores perderão suas vidas, a menos que sejam tomadas medidas no país para mudar a situação (ITUC, 2013b). Atualmente, no Catar, não há uniões nacionais de trabalhadores nem sindicatos; o que há são planos governamentais para a formação de um sindicato nacional próprio controlado pelo Estado (WORK DAY FOR FREE DECENT WORK 2013, n.d.a.). 4.4 China De acordo com o Global Slavery Index, - relatório divulgado pela Fundação Walk Free - a República Popular da China possui hoje 3 milhões de habitantes em regime análogo ao de escravidão (WALK FREE FOUNDATION, 2013b). Acusa-se o intenso movimento migratório de saída do campo para a cidade, associado ao sistema de registro chinês hukou 7, como facilitador das práticas escravistas no país (WALK FREE FOUDATION, 2013). O sistema hukou é um sistema de registro que permite a identificação do local de origem, residência, emprego, entre outros dados dos habitantes chineses de cada cidade. Ao saírem da zona rural ou da cidade natal para a zona urbana ou para outra localidade, os migrantes passam a perder os direitos concedidos pelo hukou e tornam-se ilegais, fato que acaba por viabilizar sua escravização (OURIQUES & ANDRADE, 2009). O trabalho compulsório, a exploração sexual e o tráfico de pessoas são hoje as principais formas de escravidão moderna praticadas no país (WALK FREE FOUNDATION, 2013b). Apesar de ter reconhecido a maioria dos tratados importantes elaborados pela Organização Mundial do Trabalho acerca da abolição da escravidão, até hoje, a China não ratificou acordos de suma relevância como a Convenção Sobre a Escravatura de 1926 e sua Convenção Suplementar de 1956, além do Pacto Internacional Sobre Direitos Civis e Políticos (WALK FREE FOUNDATION, 2013b). No geral, existem quatro principais leis penais direcionadas para lidar com a escravidão moderna na China, a saber: o artigo 7 O Sistema de Registro Hukou corresponde a uma licença de residência para o cidadão chinês, dada pelo governo a cada cidade, onde se é documentado os dados dos membros da família, endereço, entre outras informações. O Sistema é considerado de grande importância uma vez que viabiliza a concessão de direitos aos seus membros, incluindo o direito ao contrato de trabalho (SCHACHNIK, s.d.).

14 358 sobre a prostituição forçada, Seção 240 sobre o Tráfico de Mulheres e Crianças, Seção 241 sobre compra de Mulheres e Crianças, e Seção 244 sobre trabalho forçado (WALK FREE FOUNDATION, 2013b). Além disso, existem leis específicas contra o trabalho infantil (menores de 16 anos) e contra a exploração e a prostituição destes. Por sua vez, o tráfico humano, porta de entrada para outras formas de exploração, é combatido principalmente pelo Ministério Público do Trabalho (DRL, 2013b; WALK FREE FOUNDATION, 2013b). É válido ressaltar que, embora tenha leis contra o trabalho forçado, a China possui um regime próprio de punição que envia indivíduos a campos de trabalho forçado sendo estes obrigados a cumprir pena de até 4 anos (WALK FREE FOUNDATION, 2013b). Alvo de muitas críticas, no final de 2013, o país anunciou o fim do programa de reeducação pelo trabalho forçado nesses campos. Ademais, outra medida notória do governo chinês contra a exploração diz respeito à modificação e à implementação das leis trabalhistas, conseguindo reduzir e auxiliar as vítimas de exploração (DRL, 2013b). A Federação dos Sindicatos Chineses (All-China Federation of Trade Unions) é a organização oficial dos trabalhadores chineses, uma vez que a China proíbe a formação de outros sindicatos independentes, sendo essa federação a única autorizada a funcionar pelo governo (WALK FREE FOUNDATION, 2013b). Entre os principais objetivos da organização, estão o auxílio à coordenação das relações de trabalho e a proteção dos direitos e interesses legítimos dos trabalhadores. Os sindicatos participam ativamente nas atividades das comissões nacionais da organização do trabalho em setores importantes elaborando, inclusive, várias leis (CHINA THROUGH A LENS, 2002). Por isso, conseguem representar efetivamente os interesses gerais das grandes massas de trabalhadores, ainda estando subordinados ao governo chinês (CHINA THROUGH A LENS, 2002). Além dessas medidas, a Federação dos Sindicatos Chineses participa de investigações junto a outros órgãos, como a empreendida em conjunto com o Ministério do Trabalho e Segurança Social e com o Ministério da Segurança Pública, de suma importância, que resultou na prisão de 160 pessoas que estavam ligadas à exploração do trabalho infantil na província chinesa Shanxi

15 (CHINA DAILY, 2007). Além disso, a Federação teve um papel importante nas reformas da Lei do Contrato de Trabalho, que é destinado principalmente à proteção dos trabalhadores (WALK FREE FOUNDATION, 2013b). Em defesa das empresas, dos empresários e das indústrias chinesas, a Confederação das Empresas Chinesas (CEC) é a maior organização empresarial privada da China. A Confederação foi fundada no ano de 1979 no período de reforma e abertura chinesa com o intuito principal de organização econômica e social, servindo de ponte entre as empresas e o governo, assim como entre as empresas e os trabalhadores (CHINA ENTERPRISE CONFEDERATION). A CEC tem grande importância nos assuntos que envolvem o trabalho na China, sendo participante ativo de acordos e mantendo parecerias multilaterais que envolvem órgãos como a Organização Internacional do Trabalho, a Organização Internacional de Empregados e a Cúpula Asiática de Negócios (CHINA ENTERPRISE CONFEDERATION). Além disso, a Confederação mantém relações inclusive com a Federação dos Sindicatos Chineses, como, por exemplo, na conferência sobre a promoção de relações de trabalho harmoniosas entra a sociedade e o setor industrial em Beijing, onde ambos participaram em parceria também com o Ministério do Trabalho e Segurança Social chinês (CHINA SCR MAP). 4.5 Espanha O Reino da Espanha ratificou todas as oito convenções fundamentais da Organização Internacional do Trabalho. Dentre elas, a Convenção 29 sobre o Trabalho Forçado e a Convenção 105 sobre a Abolição do Trabalho Forçado, ratificadas em 1932 e 1967, respectivamente (OIT, n.d.j.). O Global Slavery Index, produzido pela ONG Walk Free Foundation, posicionou a Espanha entre os 20 países onde o trabalho escravo é menos expressivo 8 (WALK FREE FOUNDATION, 2013c). Apesar de o país apresentar leis que proíbem o trabalho forçado ou compulsório, estima-se que cerca de seis mil pessoas são vítimas dessa prática na Espanha (DRL, 2013g; WALK FREE FOUNDATION, 2013c). Estas são forçadas a trabalhar em serviços domésticos, na agricultura, na construção civil, em 8 O ranking posicionou 162 países baseando-se em índices de escravidão moderna, níveis de casamento infantil e níveis de tráfico humano (WALK FREE FOUNDATION, 2013c).

16 serviços industriais ou na prostituição (U.S. DEPARTMENT OF STATE, 2013a). O tráfico humano é a principal causa a sustentar o trabalho escravo no país (U.S. DEPARTMENT OF STATE, 2013a). Em 2010 foram denunciadas 822 situações de trabalho forçado, em que 458 envolviam o tráfico de pessoas (OIT, 2013a). Contribuindo para o agravamento do trabalho escravo no mundo, empresas transnacionais muitas vezes utilizam esse tipo de exploração em países onde as leis não são tão eficazes. Entre essas empresas, está a Indústria de Desenho Textil S.A. (Inditex). O conglomerado de empresas que constitui o maior grupo de confecção de roupas do mundo foi denunciado por utilizar trabalho forçado em 12 países, entre eles Espanha e Brasil (SHAERER, L., 2013). Sua maior empresa, Zara, foi acusada em 2007 por ter escravizado 15 estrangeiros 14 bolivianos e uma peruana - no Brasil. Os trabalhadores, que viviam no local de trabalho, eram obrigados a trabalhar por 12 horas em condições perigosas e insalubres (THE GUARDIAN, 2011). Em resposta à acusação, o conglomerado alegou que não é responsável pela utilização de trabalho escravo em suas fábricas contratadas e disse ter tomado medidas para a remuneração das vitimas (THE GUARDIAN, 2011). Para a Offset Warehouse, agência ética de fornecimento e fabricação de moda, justificativas como essa são frequentes entre grandes corporações, que não fiscalizam suas fabricas por não conseguirem ou simplesmente por não se importarem (MOORE, M., 2011). Lutando pelos direitos dos trabalhadores na Espanha está a Confederação Sindical de Comissões Operárias (CC.OO.). O sindicado é responsável por diversas negociações entre operários e empresas, inclusive com a Inditex (CONFEDERACIÓN SINDICAL DE COMISIONES OBRERAS [CC.OO.], n.d.a.). Dentre as associações representantes dos trabalhadores espanhóis, a CC.OO. foi a que mais fez observações sobre as convenções ratificadas pelo país no âmbito da OIT (OIT, n.d.j.). Além de lutar por melhores condições laborais, o sindicato também defende a supressão de toda forma de opressão e exploração dos trabalhadores (CC.OO., n.d.a.). 4.6 Estados Unidos A despeito de a escravidão ter sido abolida nos Estados Unidos da América (EUA) em 1865, formas de trabalho análogas à escravidão continuam

17 existindo no território desse país, vitimando, atualmente, indivíduos entre homens, mulheres e crianças (NATIONAL ARCHIVES; WALK FREE FOUNDATION, 2013k). Atividades como a exploração sexual, o trabalho forçado que tem crescido inclusive no setor agrícola e de alimentação, a servidão involuntária, a servidão por dívida e o tráfico de pessoas são até hoje recorrentes. (WALK FREE FOUNDATION, 2013k). A entrada de imigrantes ilegais, a vulnerabilidade das crianças inseridas em alguns programas sociais e a existência de redes e grupos criminosos que participam do processo de tráfico e exploração, são alguns dos motivos que aumentam a incidência de casos de exploração trabalhista. De tais casos, meninas e mulheres são consideradas público alvo, uma vez que a prostituição é um negócio em crescimento (WALK FREE FOUNDATION, 2013k). Além de ter reconhecido algumas das principais legislações propostas acerca da escravidão, os EUA ratificaram ainda acordos como o Protocolo de Palermo e a Convenção sobre Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e Ação Imediata para sua Eliminação (WALK FREE FOUNDATION, 2013k). No que diz respeito ao governo, as três esferas de poder (Federal, Estadual e Local) participam ativamente no combate a crimes como o tráfico de pessoas. Leis como a Trafficking Victims Protection Act 2000 (TVPA), que proíbe o tráfico de pessoas, têm servido de suporte para o desenvolvimento de estratégias e coordenação de projetos para a eliminação desse tipo de atividade através de leis criminais avançadas, disposições de proteção de vítima e programas de conscientização pública (U.S DEPARTMENT OF JUSTICE; WALK FREE FOUNDATION, 2013k). Por outro lado, é válido ressaltar que o TVPA não oferece apoio completo às vítimas. As principais críticas ao sistema são dadas pelo fato de que, na maior parte das vezes, as vítimas são deportadas de volta ao país de origem sem nenhum apoio, o que acaba por levá-las de volta às mesmas condições das quais saíram. Outras medidas, como a necessidade da certificação de Severy Trafficking das vítimas, também acabam por deixá-las em situação de risco, já que podem passar meses até que seja comprovada a real situação do traficado (RIEGER, 2007).

18 Diversas entidades estadunidenses como o Departamento do Trabalho, o Departamento de Segurança e o Departamento da Justiça junto a órgãos como o Federal Boreau of Investigation (FBI), também auxiliam na investigação de casos de tráfico e a ligação desses com criminosos (WALK FREE FOUNDATION, 2013k). Organizações não-governamentais também assumem um papel importante no combate à escravidão, como o Projeto Polaris um dos maiores no combate ao tráfico e escravidão moderna no Japão e nos Estados Unidos que opera em nível internacional abrangendo todas as áreas, que vão desde a investigação até a assistência à vítima, o que evita a volta dessas ao trabalho escravo (END SLAVERY NOW). Outro exemplo de medida adotada pelo governo estadunidense nos últimos anos é a obrigação aos empresários de respeitar as regras acerca das condições laborais, o que tem gerado resultados positivos e sido elogiada até mesmo por organizações como a OIT (OIT, 2012a). Apesar do discurso favorável aos direitos humanos, a multinacional Nike INC é alvo de diversas críticas e acusações de violação dos direitos de seus funcionários. No ano de 1998, foi publicado o primeiro relatório que denunciava as condições abusivas com que eram tratados os trabalhadores em fábricas da Nike, principalmente em países da Ásia (LICHTIG, S. & WILSEY, M., s.d.). Na ocasião, a empresa acatou as denúncias e sanou parte dos problemas, assumindo uma política de reforma. Entretanto, mais de dez anos após a primeira crise gerada por esse problema, a empresa prossegue como uma indústria perpetradora de atos que violam os direitos humanos (LICHTIG, S. & WILSEY, M., s.d.). Entre as principais acusações feitas à empresa, encontra-se a de não cumprimento de pagamentos dos salários mínimos, más condições de trabalho, além de exploração de mulheres e crianças (MICHIGAN UNIVERSITY, s.d.; LICHTIG, S. & WILSEY, M., s.d.). Na Indonésia, trabalhadores da multinacional alegam até mesmo o uso de militares contratados para promover ameaça e constrangimento de funcionários que se neguem a trabalhar pelo salário estabelecido (ROBERTS, G, 2013). No ano de 2013, a empresa se envolveu em mais um escândalo ao negar-se a romper relações com a empresa Daewoo Internacional, que é acusada de manter milhares de pessoas sob regime de

19 trabalho forçado em colheitas de algodão no Uzbequistão (LABOR RIGHTS, 2013). A Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO) é uma corporação que serve como base para os sindicatos norte-americanos. A corporação tem como objetivo principal representar e assegurar o direito dos trabalhadores desde o aspecto econômico até o social (AFL-CIO). A AFL-CIO defende, inclusive, a questão dos direitos humanos relacionados ao trabalho, assim como o direito trabalhista de imigrantes, o que contribui para a diminuição da vulnerabilidade destes ao trabalho escravo (AFL-CIO). A organização constantemente participa de campanhas relacionadas ao combate ao trabalho escravo, como, por exemplo, na campanha contra o fim do trabalho infantil nos campos de algodão no Uzbequistão (HUMANS RIGHTS WATCH, 2013). 4.7 Haiti De acordo com estimativas do Global Slavery Index, em 2013, o Haiti era o segundo país do mundo com mais escravos per capita, tendo entre 200 e 220 mil trabalhadores escravizados - outros dados indicam que só de crianças exploradas o número podia chegar a 300 mil (WALK FREE FOUNDATION, 2013e). O Haiti é um dos países com piores índices sociais do mundo, apresentando um IDH de 0,456 (PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO [PNUD], 2012) e níveis educacionais precários: no país, cerca de 50% das crianças com idade escolar não estão estudando e menos da metade da população sabe ler e escrever (HOPE FOR HAITI, n.d.a.). Esse contexto de pobreza e falta de acesso a serviços básicos e à informação faz com que a escravidão e o tráfico de pessoas sejam facilitados no Haiti (WALK FREE FOUNDATION, 2013e). O país é um bom exemplo de que a falta de justiça social é fator da exploração. Apesar de haver muitos adultos explorados no Haiti, as crianças são as mais vulneráveis ao trabalho escravo no país, em função do sistema de trabalho infantil conhecido como restavek (WALK FREE FOUNDATION, 2013e). Esse sistema consiste na ida de crianças de áreas rurais para centros urbanos a fim de realizarem trabalhos domésticos (WALK FREE FOUNDATION, 2013e). Além

20 disso, essas crianças ficam sujeitas a abusos sexuais e à violência física nos locais de trabalho. Após o terremoto de 2010 que arrasou o país, muitos desabrigados passaram a viver em residências ou ONGs patrocinadas, muitas delas desonestas, nas quais sem proteção governamental as pessoas ficam sujeitas ao tráfico e ao trabalho forçado (U.S. DEPARTMENT OF STATE, 2013b). Também são comuns casos de tráfico de pessoas para trabalho forçado ou para serviços sexuais entre o Haiti e a República Dominicana (U.S. DEPARTMENT OF STATE, 2013b). O que se observa é que o Haiti é um centro de origem e de destino de pessoas traficadas para trabalhos compulsórios (U.S. DEPARTMENT OF STATE, 2013b). Em tentativa de frear isso mesmo que apenas no plano legal e como resposta ao Protocolo de Palermo (do qual o Haiti é signatário), o governo haitiano submeteu ao parlamento um projeto de lei que torna o tráfico de crianças uma ofensa criminal, conferindo poder às autoridades para investigar os traficantes (ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS [AGNU-CDH], 2013). Nesse sentido, o governo mostra certo nível de ação contra o tráfico de pessoas, inclusive tentando conscientizar a população dos malefícios que ele traz. Estas iniciativas, contudo, são ainda bem incipientes (U.S. DEPARTMENT OF STATE, 2013b). Em relação às convenções internacionais da OIT sobre trabalho forçado, o Haiti ratificou algumas, dentre elas as de números 29, 105 e 182 (OIT, n.d.k.). Uma das mais importantes representações de trabalhadores no Haiti é a Confederação de Trabalhadores Haitianos (CTH), a qual se opõe ao governo do país em muitas questões; como no caso de privatizações de empresas estatais que poderiam afetar os trabalhadores haitianos (PIERRE, W. & SPRAGUE, J., 2007). Essa confederação, além de atuar no Haiti, exerce influência em movimentos sindicais de outros países da América e é a representante haitiana oficial na International Trade Union Confederation, a qual reúne grandes federações de trabalhadores do mundo todo (SPRAGUE, J. & ST FORT, N., 2007). Um dos principais objetivos do CTH é melhorar as condições de trabalho de haitianos que vivem no país vizinho, a República Dominicana (OIT, 2008a).

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