T U T O R I A L ELEIÇÕES 2018

Transcrição

1 T U T O R I A L F I S C A L I Z A Ç Ã O D A S E L E I Ç Õ E S Edição - Junho de

2 T U T O R I A L O futuro do nosso País depende da evolução do sistema político, que só pode ser alcançada mediante o voto consciente de cada eleitor, somado à utilização dos diversos meios de scalização contemplados na legislação eleitoral, que desempenha, nesse sentido, um importante papel: atuar contra os abusos do poder econômico e político, coibir a compra de votos e demais ilícitos eleitorais. Deve, contudo, a justiça eleitoral, estar atenta para não interferir demasiadamente na disputa, pois o excesso de intervenção pode culminar em desrespeito à vontade do eleitor. Deve-se, sempre, evitar o ativismo judicial. Marcelo Ribeiro, advogado, Ex-Ministro do TSE. NESTA EDIÇÃO FISCALIZAÇÃO DAS ELEIÇÕES $ $ $ A disputa eleitoral sempre está sujeita à ocorrência de irregularidades, muitas vezes cometidas pelos próprios candidatos, os quais, na pressa de ganhar a disputa, acabam realizando ou permitindo o cometimento de ilícitos. Porém, as sanções em matéria eleitoral são severas e vão desde multas até a cassação do mandato, quando aquele que ganha as eleições é proibido de assumir ou mesmo retirado do cargo, além da declaração de inelegibilidade, quando a pessoa é considerada impedida de disputar eleições por um determinado espaço de tempo mínimo 8 anos. Por isso se a rmar que será da responsabilidade de todos contribuir na scalização dos candidatos, coibindo irregularidades que possam vir a macular a regularidade e legitimidade das eleições, ou seja, garantindo que a vontade da maioria possa ser livremente demonstrada por meio dos votos nas urnas eletrônicas.

3 BGA RESPONDE A QUEM COMPETE FISCALIZAR AS ELEIÇÕES? Por excelência compete ao Ministério Público Eleitoral, em suas diversas esferas de atribuição (Promotores Eleitorais, Procuradores Regionais Eleitorais e Procurador-Geral Eleitoral), zelar pela regularidade das eleições. O Ministério Público é composto por um corpo de servidores, aprovados em concurso público, incumbidos na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127), destacando entre eles as eleições e todos os atos ligados a ela. Somente o Ministério Público Eleitoral pode propor ações penais eleitorais (art. 355 do Código Eleitoral), além de ter todo o aparato público para promover investigações voltadas à apuração de ilícitos. Além do Ministério Público, os candidatos, partidos e coligações também podem scalizar e propor ações quando veri cada alguma irregularidade. E, uma vez formalizadas as ações, serão decididas pelos juízes, Tribunais Regionais Eleitorais ou mesmo no Tribunal Superior Eleitoral, a depender da eleição, do tipo de questionamento e de quem for acionado na justiça eleitoral. Fundamentação Legal: Lei nº 9.504/97, Código Eleitoral e Constituição Federal.

4 Fique Atento O eleitor também pode scalizar as eleições! Ainda que não haja previsão legal da possibilidade de o eleitor entrar com ações judiciais contra candidatos que cometam ilícitos eleitorais, qualquer pessoa pode realizar denúncia, seja ao Ministério Público, diretamente ao magistrado ou mesmo se valer de outros canais para coibir essas práticas. Desde as eleições de 2014 diversos aplicativos têm sido lançados para permitir que o eleitor informe àquele que pode propor todas as ações (o Ministério Público Eleitoral) sobre fatos ilícitos. Dentre esses aplicativos destacou-se o Pardal. Criado em 2012 pelo Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) e adotado como aplicativo ocial da Justiça Eleitoral em 2016, permitiu que o eleitor, ao ter conhecimento de alguma irregularidade, pudesse comunicar à Justiça Eleitoral para que esta tomasse as devidas medidas, tudo mediante uma interface presente em qualquer celular e gratuitamente, necessitando apenas de um breve cadastro e da reunião de provas, que podem ser as mais singelas, como uma simples foto. Diversos tribunais também disponibilizam canais online de disque denúncia para receber essas demandas ou por meio de suas ouvidorias. A OAB também costuma criar comitês para o recebimento de denúncias sobre possíveis irregularidades eleitorais, especialmente casos de caixa 2 (captação ilícita de recursos), como também realiza campanhas de orientação e conscientização do voto. O próprio eleitor pode juntar provas e levar à Justiça Eleitoral, que analisará e, veri cada alguma irregularidade, encaminhará ao Ministério Público Eleitoral para que este possa propor a respectiva ação (art. 356 do Código Eleitoral).

5 TUTORIAL Na próxima edição: Fake News Direção Geral e Desenvolvimento Gustavo Bonini Guedes Camila Cotovicz Ferreira Cassio Prudente Vieira Leite CURITIBA PR BRASÍLIA DF Rua Heitor Stockler de França, Salas 2408 e Ed. Neo Business Centro Cívico - Curitiba/PR - Fone/Fax: 55 (41) SHS, Quadra 6, Conjunto A, Bloco A - Sala Complexo Brasil 21 Asa Sul - Brasília/DF - Fone/Fax: 55 (61) Publicação periódica de caráter informativo com circulação dirigida e gratuita, de acordo com o art. 5º, alínea b, do Provimento nº 94/2000 da OAB Conselho Federal e art. 45 do Código de Ética e Disciplina da OAB.