CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE: UM ESTUDO DAS CLÍNICAS DE FISIOTERAPIA DO MUNICÍPIO DE TUBARÃO/SC
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- Lorenzo Amado Mirandela
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1 CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE: UM ESTUDO DAS CLÍNICAS DE FISIOTERAPIA DO MUNICÍPIO DE TUBARÃO/SC Rodrigo Ghizzo*, Alexandre Zabot ** * Acadêmico da 8ª fase do curso de Fisioterapia, de Conclusão de Curso II - Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL. ** Professor orientador do Trabalho de Conclusão de Curso II - Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL RESUMO: Objetivo: avaliar as condições de acessibilidade em clínicas de Fisioterapia para pacientes que utilizam cadeiras de rodas na sua locomoção. Metodologia: avaliação de 08 clínicas de Fisioterapia na cidade de Tubarão SC. Os itens avaliados foram: acesso principal a edificação, sanitários, circulação e estacionamento. Estes itens foram confrontados com a norma NBR da ABNT. Resultados: todas as clínicas foram adaptadas para oferecer serviços de Fisioterapia, duas das clínicas não possuem rampa de acesso, nenhuma possui sanitários separados e sinalizados para homens e mulheres e apenas três possuem barras adaptadas nas laterais do vaso sanitário, oito não possuem área de circulação dentro das normas da ABNT, três possuem estacionamento próprio para os pacientes. Considerações: todas as clínicas avaliadas não obedeceram integralmente às normas da ABNT, sendo que 100% são adaptações de construções previamente existentes. As normas estabelecidas pela ABNT são pouco conhecidas pela maioria da população, ficando restrita aos arquitetos e engenheiros e aos próprios deficientes físicos. Mesmo sendo cada vez maior a conscientização da população, no que diz respeito à inclusão social dos portadores de deficiência física, fica a idéia de que a mesma ainda é pouco praticada e incentivada. Palavras-chave Fisioterapia. Acessibilidade. Deficiente físico. Introdução Há no mundo mais de 500 milhões de pessoas deficientes, às quais se devem reconhecer os mesmos direitos e dar oportunidades iguais aos de todos os demais seres humanos. Muito freqüentemente, essas pessoas são obrigadas a viver em condições de desvantagem, devido a barreiras físicas e sociais existentes na sociedade. (Sistema Nacional de Informações sobre Deficiência, 1982). A fisioterapia tem papel fundamental no que diz respeito ao tratamento, reabilitação e prevenção de todos os portadores de limitações decorrentes da inatividade física e/ou idade avançada, mas todos têm certeza dos vários benefícios
2 alcançados com atuação conjunta das várias especialidades da área da saúde, que não se resume apenas ao médico. O presente estudo propõe a análise das condições dos serviços oferecidos pelas clínicas de fisioterapia de Tubarão SC, trazendo informações sobre as condições de acessibilidade a portadores de limitações decorrentes da inatividade física e/ou idade avançada verificando se as mesmas estão aptas a atendê-los. Tendo como objetivo geral analisar a acessibilidade das clínicas de fisioterapia de Tubarão, segundo a ABNT NBR O acesso envolve aspectos que extrapolam a assistência à saúde. Neles atuam fatores sócio-econômicos e culturais que interagem com aspectos intersetoriais ligados à própria estrutura política de cada país. (UNGLERT, 1990). Essa acessibilidade deve ser garantida do ponto de vista: geográfico, através do adequado planejamento da localização dos serviços de saúde; econômico, pela remoção de barreiras derivadas do sistema de pagamento ou contribuição pelo usuário; cultural, com a adequação das normas e técnicas dos serviços aos hábitos e costumes da população em que se inserem, e funcional, através de oferta de serviços oportunos e adequados às necessidades da população. (UNGLERT, 1990). A construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados destinados ao uso coletivo deverão ser executadas de modo que sejam ou se tornem acessíveis às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. (Brasil, 2000). Para a ANVISA, em seu documento RDC50, de 21 de Fevereiro de 2002, os acessos devem possibilitar que os portadores de deficiência ambulatorial possam adentrar ao prédio sem a ajuda de terceiros. (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2002). Todos os espaços, edificações, mobiliários e equipamentos urbanos que vierem a ser projetados, construídos, montados ou implantados, bem como as reformas e ampliações de edificações e equipamentos urbanos, devem atender ao disposto da Norma NBR 9050 para serem considerados acessíveis. Materiais e Métodos Foram visitadas 8 clínicas de Fisioterapia na cidade de Tubarão, escolhidas aleatoriamente, entre os meses de maio e junho do ano de 2007, sem dia específico para a presença no local. As demais clínicas de Tubarão que não dispunham de horário disponível foram descartadas. A avaliação foi realizada observando os itens abaixo e os confrontando com as normas da ABNT NBR Cada clínica foi catalogada em uma tabela, onde os dados avaliados foram registrados. A avaliação não possui o interesse de quantificar o nível do desvio numérico com relação ao estabelecido pela norma, apenas mostrar se há adequação dos itens à norma. O material usado como referência dos parâmetros para a análise foi a NBR , para a mensuração e avaliação dos tópicos foram realizadas pela equipe de pesquisadores (Arquiteta Roberta Rampinelli Zanella CREA e acadêmico de fisioterapia Rodrigo Ghizzo) utilizados para a coleta dos dados: 1. Questionário fechado para a obtenção das informações quanto à acessibilidade; 2. Trena milimétrica para levantamento dos detalhes construtivos.
3 Após aprovação do fisioterapeuta responsável pela clínica, a equipe coletou os dados para o questionário fechado utilizando a trena para medição dos detalhes construtivos. Em cada questionário constava: Acesso principal à edificação: 1. rampa (presença da rampa, comprimento, inclinação, largura e piso); 2. patamar em frente à porta; 3. corrimão (diâmetro, tipo, altura, distância da parede, localização); 4. piso externo (superfície regular, estável e antiderrapante); 5. porta de acesso principal (tipo, material, visor, puxador, largura do vão livre, revestimento); 6. indicação visual de acessibilidade; Sanitários: 1. bacia sanitária (altura do assento, barras horizontais, válvula de descarga); 2. lavatório (altura, comando da torneira, altura livre); 3. piso (superfície regular, estável e antiderrapante); Circulação: 1. piso (regularidade da superfície, estabilidade e tipo de piso); 2. áreas para circulação de cadeira de rodas (largura, área para manobras de rotação); 3. corrimão e guarda-corpo (diâmetro, tipo, altura, distância da parede, localização); 4. portas (vão livre, revestimento ao impacto); Estacionamento: 1. presença de estacionamento; 2. piso (regularidade da superfície, estabilidade e firmeza); 3. localização (proximidade do acesso principal, presença de barreiras ou obstáculos e movimentação entre carros); 4. quantidade de vagas (reservada aos deficientes). Resultado e Discussão Das oito clínicas avaliadas observou-se que todas são construções já existentes que tiveram uma adaptação para oferecerem serviços de Fisioterapia e nenhuma possui adaptação para as demais deficiências (mental, visual, auditiva). As principais áreas de atuação das clínicas são: ortopedia, traumatologia, reumatologia, neurologia e pré e pós-cirurgias. Seis das oito clínicas avaliadas possuem rampa de acesso, sendo que o grau de inclinação mínima exigida não se encontra dentro das normas em três delas, seis possuem piso antiderrapante, firme e regular, como recomendado pela ABNT. Observou-se que nas clínicas que possuem rampas de acesso, quatro têm o patamar dentro das normas estabelecidas e que apenas um dos patamares avaliados não possui piso antiderrapante. Três apresentam corrimão, uma com diâmetro dentro da norma estando localizados na parte externa da rampa e não apresentam o prolongamento necessário após o término da rampa. Nas que possuem rampa de acesso, nenhuma apresenta sinalização adequada, segundo as normas. De acordo com a observação das clínicas, revelouse que nenhuma possui o símbolo internacional de acesso. Nas avaliações, quatro das clínicas apresentam patamar em frente à porta, todas elas com largura e comprimento de acordo com as normas e apenas uma não apresenta o piso antiderrapante. Nas avaliações, sete das clínicas contém um piso externo com superfície regular e três com superfície estável e apenas seis apresentam o piso antiderrapante em sua área externa. As clínicas avaliadas contêm a porta de acesso principal adequadas as normas sendo do tipo abrir, correr ou vai-vem, uma apresentava o vão livre
4 inadequado às normas e nenhuma das portas de abrir apresentaram o revestimento resistente a impactos. Com a avaliação realizada nos sanitários das oito clínicas, levantou-se que: Apenas uma das clínicas não possuía banheiro acessível, as oito não têm sanitário separado e sinalizado para homens e mulheres. A bacia sanitária possui a altura do assento dentro da norma em quatro das clínicas. Apenas em três dos locais com a válvula de descarga estando adequada. Três possuem barras adaptadas localizadas nas paredes laterais e posteriores ao vaso sanitário, em apenas uma apresentou o diâmetro adequado às normas, em nenhuma a altura estava correta e apenas três a distância da parede estava de acordo com as normas. Em quatro clínicas o lavatório se encontra com a altura, com relação ao solo, indicado na norma. Das torneiras contidas nos lavatórios avaliados, apenas duas possuem os comandos de acionamento adequados. Em relação ao item altura livre, altura do solo até a parte inferior do lavatório, todos os sanitários se encontram fora da norma. Com relação ao piso contido nos sanitários das oito clínicas avaliadas, 100% obtêm superfície regular e estável e em apenas uma das clínicas possui piso com materiais que o tornem antiderrapante. Os sanitários avaliados contêm a porta de acesso adequadas as normas sendo do tipo abrir, sem revestimento resistente a impactos e em duas o vão livre da porta estava de acordo com as normas. Outro item avaliado nas clínicas traz relação com a área de circulação interna dentro das clínicas. Desta avaliação, os resultados encontrados foram que em oito clínicas os pisos das áreas de circulação estão dentro da norma estabelecida, ou seja, são estáveis e regulares. Contrários a isso nenhuma apresentam o piso com materiais antiderrapantes. Apenas uma clínica não possui uma área de circulação com a largura confortável para o trânsito de um cadeirante e uma pessoa deambulando normalmente. Para as manobras de rotação utilizadas pelos cadeirantes, apenas uma não obtém uma área com dimensões adequadas à norma. Nenhuma das clínicas apresenta corrimão nas áreas de circulação. Nas áreas de circulação, com relação às portas: Sete possuem o vão livre dentro das especificações da norma; as oito não possuem revestimento de impacto na parte inferior da porta; O último item avaliado nas clínicas mostra que três possuem estacionamento próprio para os pacientes; Uma clínica possui o piso do estacionamento com a superfície regular e as três não possuem superfície estável. As três apresentam o estacionamento próximo ao acesso principal da clínica; duas possuem obstáculos ou barreiras que dificultam o trânsito de cadeirantes, além de obrigar aos pacientes, circularem entre os carros; Com relação à quantidade de vagas, a média do número de vagas oferecida pelas clínicas é de três vagas. Após a análise dos resultados, evidencia-se que todas as clínicas são construções já existentes, geralmente casas, que passam por uma adaptação de seus ambientes para oferecer os serviços de Fisioterapia propostos.
5 A ABNT vem, através de suas especificações, proporcionar uma consciência da importância e da necessidade de terem construções preparadas para atender da melhor forma possível e sem permitir perdas com relação às características de cada paciente. As medidas necessárias para a manobra de cadeira de rodas sem deslocamento são: a) para rotação de 90 = 1,20 m x 1,20 m; b) para rotação de 180 = 1,50 m x 1,20 m; c) para rotação de 360 = diâmetro de 1,50 m. Objetos tais como corrimãos e barras de apoio, entre outros, devem ter seção circular com diâmetro entre 3,0 cm e 4,5 cm e devem estar afastados no mínimo 4,0 cm da parede ou outro obstáculo. Quando o objeto for embutido em nichos deve-se prever também uma distância livre mínima de 15 cm. São admitidos outros formatos de seção, desde que sua parte superior atenda às condições desta subseção. No que diz respeito às rampas o dimensionamento deve seguir as seguintes especificações: A inclinação das rampas deve ser calculada segundo a seguinte equação: onde: i é a inclinação, em porcentagem; h é a altura do desnível; c é o comprimento da projeção horizontal. As rampas devem ter inclinação de acordo com os limites estabelecidos na tabela 1. Para inclinação entre 6,25% e 8,33% devem ser previstas áreas de descanso nos patamares, a cada 50 m de percurso. Tabela 1 Dimensionamento de rampas Fonte: ABNT NBR Em reformas, quando esgotadas as possibilidades de soluções que atendam integralmente a tabela 1, podem ser utilizadas inclinações superiores a 8,33% (1:12) até 12,5% (1:8).
6 Tabela 2 Dimensionamento de rampas para situações excepcionais Fonte: ABNT NBR A largura das rampas (L) deve ser estabelecida de acordo com o fluxo de pessoas. A largura livre mínima recomendável para as rampas em rotas acessíveis é de 1,50 m, sendo o mínimo admissível 1,20 m. Os corrimãos e guarda-corpos devem ser construídos com materiais rígidos, ser firmemente fixados às paredes, barras de suporte ou guarda-corpos e oferecer condições seguras de utilização. Os corrimãos devem ser instalados em ambos os lados dos degraus isolados, das escadas fixas e das rampas. Os corrimãos devem ter largura entre 3,0 cm e 4,5 cm, sem arestas vivas. Deve ser deixado um espaço livre de no mínimo 4,0 cm entre a parede e o corrimão. Devem permitir boa empunhadura e deslizamento, sendo preferencialmente de seção circular. Os corrimãos laterais devem prolongar-se pelo menos 30 cm antes do início e após o término da rampa ou escada, sem interferir com áreas de circulação ou prejudicar a vazão. Em edificações existentes, onde for impraticável promover o prolongamento do corrimão no sentido do caminhamento, este pode ser feito ao longo da área de circulação ou fixado na parede adjacente. As extremidades dos corrimãos devem ter acabamento recurvado, ser fixadas ou justapostas à parede ou piso, ou ainda ter desenho contínuo, sem protuberâncias. Para rampas e opcionalmente para escadas, os corrimãos laterais devem ser instalados a duas alturas: 0,92 m e 0,70 m do piso, medidos da geratriz superior. No que se refere à circulação interna o dimensionamento deve seguir as seguintes especificações: Os corredores devem ser dimensionados de acordo com o fluxo de pessoas, assegurando uma faixa livre de barreiras ou obstáculos. As larguras mínimas para corredores em edificações e equipamentos urbanos são: a) 0,90 m para corredores de uso comum com extensão até 4,00 m; b) 1,20 m para corredores de uso comum com extensão até 10,00 m; e 1,50 m para corredores com extensão superior a 10,00 m; c) 1,50 m para corredores de uso público; d) maior que 1,50 m para grandes fluxos de pessoas. Em edificações e equipamentos urbanos existentes onde a adequação dos corredores seja impraticável, devem ser implantados bolsões de retorno com dimensões que permitam a manobra completa de uma cadeira de rodas (180 ), sendo no mínimo um bolsão a cada 15,00 m. Neste caso, a largura mínima de corredor em rota acessível deve ser de 0,90 m.
7 Para transposição de obstáculos, objetos e elementos com no máximo 0,40 m de extensão, a largura mínima do corredor deve ser de 0,80 m. Acima de 0,40 m de extensão, a largura mínima deve ser de 0,90 m. O dimensionamento das portas deve seguir as seguintes especificações: As portas, inclusive de elevadores, devem ter um vão livre mínimo de 0,80 m e altura mínima de 2,10 m. Em portas de duas ou mais folhas, pelo menos uma delas deve ter o vão livre de 0,80 m. As portas devem ter condições de serem abertas com um único movimento e suas maçanetas devem ser do tipo alavanca, instaladas a uma altura entre 0,90 m e 1,10 m. Quando localizadas em rotas acessíveis, recomenda-se que as portas tenham na sua parte inferior, inclusive no batente, revestimento resistente a impactos provocados por bengalas, muletas e cadeiras de rodas, até a altura de 0,40 m a partir do piso. As portas de sanitários acessíveis em locais de saúde devem ter um puxador horizontal, associado à maçaneta. Deve estar localizado a uma distância de 10 cm da face onde se encontra a dobradiça e com comprimento igual à metade da largura da porta. As portas do tipo vaivém devem ter visor com largura mínima de 0,20 m, tendo sua face inferior situada entre 0,40 m e 0,90 m do piso, e a face superior no mínimo a 1,50 m do piso. O visor deve estar localizado entre o eixo vertical central da porta e o lado oposto às dobradiças da porta. As vagas para estacionamento de veículos que conduzam ou sejam conduzidos por pessoas com deficiência devem: a) ter sinalização horizontal; b) contar com um espaço adicional de circulação com no mínimo 1,20 m de largura, quando afastada da faixa de travessia de pedestres. Esse espaço pode ser compartilhado por duas vagas, no caso de estacionamento paralelo, ou perpendicular ao meio fio, não sendo recomendável o compartilhamento em estacionamentos oblíquos; c) ter sinalização vertical para vagas em via pública e para vagas fora da via pública; d) quando afastadas da faixa de travessia de pedestres, conter espaço adicional para circulação de cadeira de rodas e estar associadas à rampa de acesso à calçada; e) estar vinculadas à rota acessível que as interligue aos pólos de atração; f) estar localizadas de forma a evitar a circulação entre veículos. As tolerâncias dimensionais para sanitários devem seguir as seguintes especificações: Os valores identificados como máximos e mínimos nesta seção devem ser considerados absolutos. Demais dimensões devem ter tolerâncias de mais ou menos 10 mm. Os sanitários acessíveis devem obedecer aos parâmetros desta Norma no que diz respeito à instalação de bacia, lavatório e barras de apoio, além das áreas de circulação, transferência, aproximação e alcance. Os sanitários acessíveis devem localizar-se em rotas acessíveis, próximos à circulação principal, preferencialmente próximo ou integrados às demais instalações sanitárias, e ser devidamente sinalizados. Os sanitários de uso comum ou uso público devem ter no mínimo 5% do total de cada peça instalada acessível, respeitada no mínimo uma de cada. Quando houver divisão por sexo, as peças devem ser consideradas separadamente para
8 efeito de cálculo. Recomenda-se a instalação de uma bacia infantil para uso de crianças e de pessoas com baixa estatura. Todas as barras de apoio utilizadas em sanitários devem suportar a resistência a um esforço mínimo de 1,5 KN em qualquer sentido, ter diâmetro entre 3 cm e 4,5 cm, e estar firmemente fixadas em paredes ou divisórias a uma distância mínima destas de 4 cm da face interna da barra. Suas extremidades devem estar fixadas ou justapostas nas paredes ou ter desenvolvimento contínuo até o ponto de fixação com formato recurvado. Quando necessários, os suportes intermediários de fixação devem estar sob a área de empunhadura, garantindo a continuidade de deslocamento das mãos. O comprimento e a altura de fixação são determinados em função de sua utilização. Quando executadas em material metálico, as barras de apoio e seus elementos de fixação e instalação devem ser de material resistente à corrosão, e com aderência. O piso dos sanitários e vestiários deve seguir as condições especificadas anteriormente. Para instalação de bacias sanitárias devem ser previstas áreas de transferência lateral, perpendicular e diagonal. A localização das barras de apoio deve atender às seguintes condições: a) junto à bacia sanitária, na lateral e no fundo, devem ser colocadas barras horizontais para apoio e transferência, com comprimento mínimo de 0,80 m, a 0,75 m de altura do piso acabado (medidos pelos eixos de fixação). A distância entre o eixo da bacia e a face da barra lateral ao vaso deve ser de 0,40 m, estando esta posicionada a uma distância mínima de 0,50 m da borda frontal da bacia. A barra da parede do fundo deve estar a uma distância máxima de 0,11 m da sua face externa à parede e estender-se no mínimo 0,30 m além do eixo da bacia, em direção à parede lateral; b) na impossibilidade de instalação de barras nas paredes laterais, são admitidas barras laterais articuladas ou fixas (com fixação na parede de fundo), desde que sejam observados os parâmetros de segurança e dimensionamento estabelecidos e que estas e seus apoios não interfiram na área de giro e transferência. A distância entre esta barra e o eixo da bacia deve ser de 0,40 m, sendo que sua extremidade deve estar a uma distância mínima de 0,20 m da borda frontal da bacia; c) no caso de bacias com caixa acoplada, deve-se garantir a instalação da barra na parede do fundo, de forma a se evitar que a caixa seja utilizada como apoio. A distância mínima entre a face inferior da barra e a tampa da caixa acoplada deve ser de 0,15 m. As bacias sanitárias devem estar a uma altura entre 0,43 m e 0,45 m do piso acabado, medidas a partir da borda superior, sem o assento. Com o assento, esta altura deve ser de no máximo 0,46 m. Quando a bacia tiver altura inferior à estipulada anteriormente, deve ser ajustada de uma das seguintes formas: a) instalação de sóculo na base da bacia, devendo acompanhar a projeção da base da bacia não ultrapassando em 0,05 m o seu contorno; b) utilização de assento que ajuste a altura final da bacia para a medida estipulada. O acionamento da descarga deve estar a uma altura de 1,00 m, do seu eixo ao piso acabado, e ser preferencialmente do tipo alavanca ou com mecanismos automáticos. Os sanitários e vestiários de uso público devem permitir a uma pessoa utilizar todas as peças sanitárias atendendo às medidas mínimas de 0,80m.
9 Os boxes para bacia sanitária devem garantir as áreas para transferência diagonal, lateral e perpendicular, bem como área de manobra para rotação de 180º. Quando houver mais de um boxe acessível, as bacias sanitárias, áreas de transferência e barras de apoio devem estar posicionadas de lados diferentes, contemplando todas as formas de transferência para a bacia. Em caso de reformas, quando for impraticável a instalação de boxes com as dimensões que atendam às condições acima especificadas, são admissíveis boxes com dimensões mínimas, de forma que atendam pelo menos uma forma de transferência, ou se considere área de manobra externamente ao boxe. Neste caso, as portas devem ter 1,00 m de largura. No lavatório deve ser prevista área de aproximação frontal para pessoa com mobilidade reduzida. e para pessoa em cadeira de rodas., devendo estender-se até o mínimo de 0,25 m sob o lavatório. Os lavatórios devem ser suspensos, sendo que sua borda superior deve estar a uma altura de 0,78 m a 0,80 m do piso acabado e respeitando uma altura livre mínima de 0,73 m na sua parte inferior frontal. O sifão e a tubulação devem estar situados a no mínimo 0,25 m da face externa frontal e ter dispositivo de proteção do tipo coluna suspensa ou similar. Não é permitida a utilização de colunas até o piso ou gabinetes. Sob o lavatório não deve haver elementos com superfícies cortantes ou abrasivas. As torneiras de lavatórios devem ser acionadas por alavanca, sensor eletrônico ou dispositivo equivalentes. Quando forem utilizados misturadores, estes devem ser preferencialmente de monocomando. Devem ser instaladas barras de apoio junto ao lavatório, na altura do mesmo. No caso de lavatórios embutidos em bancadas, devem ser instaladas barras de apoio fixadas nas paredes laterais aos lavatórios das extremidades. CONCLUSÃO As clínicas de fisioterapia devem seguir normas técnicas específicas para proporcionar melhores condições de acessibilidade e adequação. Estas normas propõem que os espaços sejam projetados de forma a atender ampla gama da população, considerando as variações de tamanho, sexo, peso, ou diferentes habilidades ou limitações que as pessoas possam ter. Uma das maiores dificuldades para os deficientes físicos é a transposição de obstáculos, ou as chamadas, barreiras arquitetônicas. Muitas clínicas não se atentam a este fato e não possuem sinalização adequada nos estacionamentos e circulações internas e quando possuem rampas de acesso, as mesmas demonstram uma inclinação além do permitido, obrigando ao deficiente físico, um grande esforço para transpô-la. Por isso, no momento, é crescente o número de clínicas abertas e preferência dos indivíduos que abrirão uma clínica de Fisioterapia, utilizar imóveis anteriormente construídos, realizando pequenas alterações e disponibilizando-os para o atendimento da população. Na maioria das vezes, estas alterações são realizadas de forma equivocada o que se explica pela existência de proprietários inseguros sobre as mudanças, interpretação de projetos e a escolha entre diversas alternativas na tomada de decisões sob incerteza provocada pelo medo de adotar soluções inadequadas.
10 A aliança entre utilização de construções de cunho domiciliar ou comercial e uma dificuldade para realização de adaptações adequadas aos deficientes físicos, devido ao elevado gasto exigido por estas adaptações, remete-nos a entender que haja uma possibilidade de que o atendimento a este tipo de paciente não seja visto com a mesma importância, quando relacionado aos pacientes que não utilizam cadeira de rodas ou que os responsáveis pelos estabelecimentos não apresentam uma visão ampla de acessibilidade e ergonomia, pois qualquer modificação realizada que melhore o acesso, é considerada satisfatória. A falta de conhecimento sobre o assunto se faz presente, pois não existe fiscalização satisfatória na região que aborde este assunto. REFERÊNCIAS Agência Nacional de Vigilância Sanitária. ANVISA. RDC nº. 50. Fevereiro, Disponível em: Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 9050 de 31 de maio de 2004, segunda edição; Disponível em: Brasil. Lei n , de 19 de dezembro de Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Sistema Nacional de Informações sobre Deficiência, Programa de ação mundial para as pessoas com deficiência. Documento A/37/51, suplemento nº. 51, Dezembro de UNGLERT, C. V. S. O enfoque da acessibilidade no planejamento da localização e dimensão de serviços de saúde. Revista de Saúde Pública, São Paulo, vol. 24, nº. 6, Dezembro de 1990.
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